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FEVEREIRO-2020 - Nº 261

Centro Lusitano de Zurique

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ACTUALIDADE

Cobras podem estar na origem

do coronavírus “2019-nCoV”

MANUEL ARAÚJO (*)

O coronavírus “2019-

nCoV” apareceu em

Dezembro de 2019 em

Wuhan, numa grande

cidade no centro da

China e está a espalhar-se

rapidamente

pelo Planeta. O nome

do coronavírus vem da

sua forma, que se assemelha

a uma coroa solar,

quando fotografado

num microscópio electrónico.

As cobras, ou mesmo os morcegos

- segundo o Journal of

Medical Virology - podem ser a

fonte original do coronavírus,

que desencadeou um surto

de uma doença respiratória

infecciosa mortal na China.

Cientistas na China determinaram

o código genético do

vírus, conhecendo já o agente

patogénico responsável

por esta pandemia. Trata-se

de um novo coronavírus, que

é da mesma família de vírus,

que o conhecido coronavírus

da síndrome respiratória

aguda grave (SARS-CoV) e

o coronavírus da síndrome

respiratória do Médio Oriente

(MERS-CoV), que mataram

centenas de pessoas nos últimos

anos. A Organização

Mundial da Saúde (OMS) baptizou

este novo coronavírus de

“2019-nCoV”.

Embora a maioria das estirpes

da família dos coronavírus

cause apenas sintomas leves

da gripe durante a infecção,

o SARS-CoV e o MERS-

-CoV, podem infectar as vias

aéreas superiores e inferiores

e causar doenças respiratórias

graves, entre outras

complicações em humanos.

Por outro lado, este novo vírus

“2019-nCoV”, além dos mesmos

sintomas é também mortal.

Estudos revelaram que os primeiros

pacientes infectados,

adquiriram esse vírus directamente

a partir de animais. O

vírus enquanto hospedado no

animal, adquiriu uma sucessão

de mutações genéticas

que lhe permitiu infectar e

multiplicar-se no ser humano,

podendo dessa forma ser

transmitido de pessoa para

pessoa. A maioria do primeiro

grupo de pacientes infectados,

eram trabalhadores ou

clientes de um mercado local

de mariscos, que também

vendia carnes processadas e

animais vivos, incluindo aves,

burros, ovelhas, porcos, camelos,

raposas, texugos, ratos,

ouriços e répteis. Nesse

mercado existe um fluxo de

água permanente a correr no

chão, para transportar o sangue,

fezes e urina desses animais

para o esgoto, mas não

foi eficiente. O mercado foi

desinfectado e encerrado.

Infelizmente, ainda não há

vacina ou tratamento disponível

para o novo vírus, mas

espera-se que apareça brevemente,

pois a China começou

já a desenvolver uma vacina

contra o novo coronavírus,

que já provocou a morte a

56 pessoas e infectou 1.975

pessoas no país. Também

um grupo de especialistas

americanos reuniu recentemente

no Instituto Nacional de

Saúde dos Estados Unidos,

dirigido por Anthony Fauci,

director do Instituto Nacional

de Alergia e Doenças Contagiosas

dos EUA, com o objectivo

de conduzir testes em

humanos. Pretendem assim,

entender do ciclo de vida do

2019-nCoV, como ele é transmitido

homem-a-homem e

como se replica, para prevenir

e tratar a doença. Relata

o Journal of Medical Virology,

que cientistas compararam as

sequências genéticas do vírus

2019-nCoV e de todos os outros

coronavírus conhecidos e

concluíram, que o 2019-nCoV

teve origem num animal do

mercado.

Como já referido, actualmente,

não existe ainda vacina

para prevenir a infecção deste

vírus. Entretanto, a melhor

maneira de prevenir a infecção

é evitar ser exposto a ela. Recomenda-se

por isso, acções

preventivas diárias para ajudar

a impedir a propagação

do vírus respiratório, mortal:

• Lavar as mãos frequentemente

com água e sabão,

por pelo menos 20 segundos.

Se não houver água

e sabão, use um desinfectante

para as mãos à base de álcool.

• Evite tocar nos olhos,

nariz e boca com as mãos.

• Evite contacto próximo

com pessoas doentes.

• Fique em casa quando

estiver doente.

• Cubra a boca com um

lenço de papel quando tosse

ou espirra e lance-o no lixo.

• Limpe e desinfecte

objectos e superfícies tocados

com frequência.

• Na rua e em aglomerados

de pessoas, use máscara

de protecção.

Como não há tratamento

específico recomendada-se

às pessoas infectadas, ou

com suspeitas de estarem,

que devem entrar em contacto

com a linha de Saúde,

com o seu médico, ou irem

ao hospital imediatamente.

(*) com agências

Fevereiro 2020 | Lusitano de Zurique | www.cldz.eu

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