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*Fevereiro/2020 Referência Industrial

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Após anos de investimentos em travessias<br />

de concreto e até mesmo de<br />

ferro, as pontes de madeira caíram<br />

novamente no gosto dos brasileiros.<br />

Mais eficientes, econômicas,<br />

duráveis e charmosas, elas têm sido<br />

cada vez mais usadas pela iniciativa privada e<br />

também por administrações públicas por todo o<br />

país, com o objetivo de otimizar tempo e dinheiro.<br />

Como um dos materiais mais utilizados pela<br />

construção civil, as estruturas que a utilizavam<br />

passaram por um processo de deterioração e<br />

substituição – muito em razão do uso de madeiras<br />

sem tratamento adequado -, cedendo lugar<br />

às estruturas com outras matérias-primas. Mas<br />

com o desenvolvimento de diversas tecnologias<br />

construtivas, além da disseminação da informação<br />

da indústria florestal, os problemas começaram<br />

a ser corrigidos e, em muitos casos, eliminados<br />

pelos profissionais do ramo.<br />

“Além do valor muito abaixo comparado às<br />

outras concorrentes, as pontes de madeira também<br />

possuem uma durabilidade média bem semelhante<br />

quando comparadas com travessias de<br />

concreto, por exemplo, além de poder aguentar<br />

uma carga similar. Sem contar o caráter estético,<br />

que tem sido olhado com mais carinho pelos<br />

gestores”, afirma o professor Dionísio Teixeira,<br />

especialista em engenharia da madeira.<br />

Os novos sistemas construtivos combinam<br />

técnicas trazidas de outros países, como Canadá<br />

e Suécia, e a matéria-prima originária de reflorestamento<br />

no Brasil é especialmente tratada para<br />

enfrentar condições locais de umidade e ataque<br />

de insetos e de fungos. Outra vantagem também<br />

resgatada e confirmada pelos pesquisadores brasileiros<br />

é o baixo custo dessas construções. Elas<br />

podem ser construídas por um valor cerca de<br />

quatro a cinco vezes menor.<br />

Essa simples conta matemática foi feita pela<br />

prefeitura de Salete, no norte de Santa Catarina.<br />

A Secretaria de Obras do município tem<br />

realizado, desde o começo da gestão, em 2017,<br />

diversas reformas em pontes interditadas do município.<br />

Recentemente, foi a vez da comunidade<br />

de Santa Margarida receber uma nova ponte de<br />

madeira.<br />

Com cerca de 7m (metros) de comprimento<br />

por 3m de largura, a construção erguida a partir<br />

da madeira eucalipto servirá para melhorar o<br />

deslocamento de moradores e também no escoamento<br />

da produção agrícola da cidade, conhecida<br />

por seu cultivo de tabaco e de grãos.<br />

COM CERCA DE 7M<br />

DE COMPRIMENTO<br />

POR 3M DE LARGURA, A<br />

CONSTRUÇÃO SERVIRÁ PARA<br />

MELHORAR O DESLOCAMENTO<br />

DE MORADORES E O<br />

ESCOAMENTO DA PRODUÇÃO<br />

AGRÍCOLA<br />

“Somos um pequeno município de pouco<br />

mais de sete mil habitantes, então precisamos<br />

de muita responsabilidade fiscal. As pontes de<br />

madeira surgiram para atender as demandas<br />

e melhorar os acesso pelo interior, a um preço<br />

acessível ao nosso orçamento”, explicou o secretário<br />

de obras, João Kniess.<br />

O projeto de revitalização e construção de<br />

novas pontes em madeira tratada já atendeu<br />

cerca de 22 locais no município de Salete, dentre<br />

estradas gerais, áreas urbanas e acesso a propriedades<br />

agrícolas. “Tudo a seu tempo, mas a ideia<br />

é expandir não apenas para pontes, mas também<br />

para paradas de ônibus, lixeiras e demais utilitários<br />

que possam se beneficiar desse material tão<br />

rico que é a madeira”, acrescentou Kniess.<br />

FEVEREIRO <strong>2020</strong> 57

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