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edição de 13 de abril de 2020

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propmark.com.br<br />

ANO 55 - Nº 2790 - <strong>13</strong> <strong>de</strong> <strong>abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> R$ 15,00<br />

cONexãO viRtuAl é<br />

<strong>de</strong>sAfiO às AgêNciAs<br />

Uma série <strong>de</strong> dilemas<br />

está em jogo com o<br />

trabalho à distância.<br />

Po<strong>de</strong> gerar insegurança<br />

e medo. A psicanalista<br />

Fabiana Guntovitch faz<br />

diagnóstico. pág. 34<br />

ANselmO RAmOs sugeRe<br />

cAmiNhOs cONtRA cRise<br />

Sócio-fundador da<br />

GUT, que completa<br />

dois anos, afirma que o<br />

melhor marketing agora<br />

é justamente ajudar,<br />

ajustar o tom e não<br />

per<strong>de</strong>r o foco. pág. 18<br />

pNt cONfiRmA sbt<br />

cOmO vice-lí<strong>de</strong>R<br />

Pesquisa da Kantar<br />

mostra que emissora<br />

<strong>de</strong> Silvio Santos teve<br />

média <strong>de</strong> 4,9 pontos <strong>de</strong><br />

audiência em 12 meses.<br />

Betty, a feia é atração<br />

do canal. pág. 14<br />

Montagem sobre foto da Pixabay<br />

marcas geram valor e confiança<br />

com ações que vão além do discurso<br />

iniciativas solidárias, prestação <strong>de</strong> serviços e informações formam tripé utilizado por gran<strong>de</strong>s empresas que<br />

se <strong>de</strong>stacam em meio à pan<strong>de</strong>mia da covid-19. Agências e anunciantes avaliam que o propósito tem ganhado<br />

protagonismo nas campanhas, assim como atitu<strong>de</strong>s que impactam empregos e a saú<strong>de</strong> são igualmente relevantes.<br />

Já os veículos <strong>de</strong> mídia abrem conteúdo outrora exclusivo <strong>de</strong> assinantes e promovem novida<strong>de</strong>s no combate à crise.<br />

busca pela ativida<strong>de</strong> jornalística cresce e profissão <strong>de</strong>ve sair fortalecida do cenário atual. pág. 26


#Fique<br />

SAIBA MAIS EM<br />

WWW.SAOPAULO.SP.GOV.BR/CORONAVIRUS


CONTRA O<br />

CORONAVÍRUS,<br />

SIGA O QUE DIZEM<br />

OS ESPECIALISTAS:<br />

EmCasa<br />

EM MEIO À CRISE MUNDIAL DE SAÚDE PÚBLICA,<br />

OUÇA O QUE DIZEM OS ESPECIALISTAS EM PANDEMIA,<br />

OS GOVERNANTES DOS PAÍSES MAIS AFETADOS PELA DOENÇA<br />

E A ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE: FIQUE EM CASA.<br />

A ECONOMIA A GENTE TRABALHA E RECUPERA.<br />

A VIDA DE QUEM A GENTE AMA NÃO DÁ PARA RECUPERAR.<br />

Secretaria da<br />

Saú<strong>de</strong>


editorial<br />

Armando Ferrentini<br />

aferrentini@editorareferencia.com.br<br />

Problemas brasileiros<br />

São muitos e difíceis <strong>de</strong> enumerá-los, numa época em que não param <strong>de</strong><br />

crescer. Mesmo assim, temos <strong>de</strong> acreditar em uma solução, ainda que<br />

paliativa, para que os seus 200 milhões <strong>de</strong> habitantes possam, no mínimo,<br />

nutrir esperanças <strong>de</strong> melhora.<br />

Para que isso a nosso ver aconteça, temos <strong>de</strong> manter no tabuleiro do jogo político<br />

nacional, por ora, as mesmas peças que formam o conjunto <strong>de</strong>sse jogo,<br />

sem o que correríamos o risco <strong>de</strong> uma ruptura institucional que a própria<br />

história já <strong>de</strong>monstrou ser inútil.<br />

Logo após as diversas rupturas que tivemos, o Brasil <strong>de</strong> uma certa forma<br />

ficou pior, redundando no que po<strong>de</strong>mos enxergar neste momento: um país<br />

<strong>de</strong> povo dividido, com gran<strong>de</strong> parte não sabendo sequer enten<strong>de</strong>r a fundo o<br />

regime político em que vivemos.<br />

Essa anormalida<strong>de</strong> nos leva a crer que o menos pior é prosseguir como estamos,<br />

lutando e pressionando por acertos mínimos que se fazem necessários.<br />

Vamos começar pelo presi<strong>de</strong>nte da República, acostumado no Brasil a ser a<br />

maior autorida<strong>de</strong> pátria, o que o faz em tese respeitado por tudo e por todos.<br />

Neste momento <strong>de</strong> embate <strong>de</strong> forças políticas divergentes, teria <strong>de</strong> prevalecer<br />

a figura <strong>de</strong>ssa autorida<strong>de</strong> máxima, que todavia se <strong>de</strong>sfaz em meio a<br />

erros primários, muito provavelmente mais por teimosia do que falta <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong>.<br />

tes: Bolsonaro aparentemente passou a evitá-los, preocupando-se mais<br />

com o seu mandato atual do que com um eventual e quase impossível,<br />

até aqui, segundo mandato. Não po<strong>de</strong>ríamos encerrar esse comentário,<br />

jornal tradicional do meio publicitário brasileiro que somos (há 55 anos<br />

consecutivos a serem completados em maio), sem uma observação muito<br />

particular e na qual muito apostamos o <strong>de</strong>sgaste do atual presi<strong>de</strong>nte: sua<br />

aversão à propaganda.<br />

Des<strong>de</strong> quando tomou posse em 1º <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 2019, Bolsonaro tem se mostrado<br />

avesso às armas da comunicação em larga escala, com severas críticas<br />

principalmente à publicida<strong>de</strong>, algo incompreensível nos dias atuais, quando<br />

mais e mais são utilizados esses recursos da comunicação, principalmente<br />

entre disputantes a cargos eletivos.<br />

Sua aversão à propaganda chega a tal ponto, que mesmo as estatais ligadas<br />

ao governo fe<strong>de</strong>ral abandonaram ou minimizaram sua propaganda, embora<br />

atuando em mercados competitivos, com outras congêneres da iniciativa<br />

privada que se valem da força da publicida<strong>de</strong> para subirem na preferência<br />

popular. Para o presi<strong>de</strong>nte, a propaganda não po<strong>de</strong> ser a alma do negócio.<br />

Ele prefere o embate, geralmente corpo a corpo, o que muitas vezes lhe trai,<br />

quando se <strong>de</strong>fronta com um adversário com dose superior <strong>de</strong> recursos próprios<br />

<strong>de</strong> comunicação.<br />

***<br />

Vejamos a questão que mais nos atormenta e ameaça neste momento, que<br />

é o novo coronavírus: por muito pouco e provavelmente por um incompreensível<br />

ciúme da capacida<strong>de</strong> do seu ministro Man<strong>de</strong>tta, no que diz respeito<br />

à saú<strong>de</strong> pública, terrivelmente abalada pela progressão da pan<strong>de</strong>mia em<br />

nosso país, S.Exa. esteve a ponto <strong>de</strong> <strong>de</strong>miti-lo lá atrás, o que só não <strong>de</strong>ve<br />

ter ocorrido porque o ministro colocou a saú<strong>de</strong> pública brasileira acima das<br />

questões digamos assim pessoais com Bolsonaro.<br />

Para muitos, o recuo do ministro foi uma <strong>de</strong>rrota, para nós um gesto <strong>de</strong> sabedoria<br />

e humilda<strong>de</strong> porque, em meio ao combate a essa terrível pan<strong>de</strong>mia<br />

que ainda nos assola, o profissional médico levou mais em conta seu compromisso<br />

com Hipócrates do que o <strong>de</strong> menor monta com o presi<strong>de</strong>nte.<br />

Do lado <strong>de</strong> cá, o presi<strong>de</strong>nte Jair Bolsonaro dá claras evidências do seu <strong>de</strong>scontentamento<br />

em manter o médico Man<strong>de</strong>tta no seu Ministério, principalmente<br />

após o reconhecimento pelo ministro <strong>de</strong> que a medida tomada pelo<br />

governador João Doria em São Paulo, com um “feriadão” jamais visto na<br />

história brasileira, era necessária para se <strong>de</strong>ter o avanço do novo coronavírus,<br />

facilitado pelas aglomerações da população em <strong>de</strong>terminados locais e<br />

momentos do dia e da noite.<br />

Sem dúvida, um pouco <strong>de</strong> razão restava ao presi<strong>de</strong>nte, ao prever que a economia<br />

brasileira seria seriamente abalada com isso, como estamos vendo<br />

em nosso cotidiano.<br />

Mas a opção presi<strong>de</strong>ncial po<strong>de</strong>ria causar um estrago irreparável em todo o<br />

país, mal se sabendo até on<strong>de</strong> iriam as suas consequências. Por outro lado,<br />

tínhamos o governador João Doria, candidato ainda não oficialmente <strong>de</strong>clarado<br />

à sucessão <strong>de</strong> Bolsonaro na Presidência da República, travando um embate<br />

quase que diuturno com este, pouco importando as condições locais.<br />

Doria, mais bem preparado do que Bolsonaro e acostumado em suas li<strong>de</strong>s<br />

profissionais e empresariais a <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r com clareza e luci<strong>de</strong>z seus pontos <strong>de</strong><br />

vista, aproveitou-se <strong>de</strong>ssa superiorida<strong>de</strong> em relação a Bolsonaro para firmar<br />

junto à opinião pública brasileira a evidência <strong>de</strong> quem sairá vencedor nas<br />

próximas eleições presi<strong>de</strong>nciais, caso eles se encontrem no segundo turno.<br />

Para uma coisa que julgamos boa neste momento, serviram esses emba-<br />

Como praticamente todos os setores <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s empresariais e profissionais,<br />

o mercado publicitário brasileiro se retraiu diante da pan<strong>de</strong>mia do<br />

novo coronavírus, com muitos profissionais trabalhando em home office e<br />

as agências fechadas por <strong>de</strong>terminação legal no estado <strong>de</strong> São Paulo.<br />

Mesmo assim, algumas poucas campanhas e peças isoladas têm sido veiculadas<br />

na mídia, em número maior as que falam da pan<strong>de</strong>mia, recomendando<br />

o recolhimento. As opiniões <strong>de</strong> empresários do setor são no sentido <strong>de</strong><br />

que, uma vez terminado o prazo do recolhimento e em sensível baixa o exército<br />

inimigo, a propaganda voltará ao mercado com força total, procurando<br />

seus anunciantes recuperar no todo ou pelo menos em parte os prejuízos<br />

que todos tivemos com a paralisação, plenamente justificáveis porém em<br />

virtu<strong>de</strong> da causa. A mídia torce para que assim seja.<br />

***<br />

Faleceu na última semana João Natale Neto, que na presidência da APP –<br />

Associação Paulista <strong>de</strong> Propaganda - adquiriu, através <strong>de</strong> uma criativa passagem<br />

<strong>de</strong> chapéu junto às empresas <strong>de</strong> comunicação po<strong>de</strong>rosas da época, a<br />

se<strong>de</strong> da entida<strong>de</strong> na Rua Hungria, em um dos pontos mais movimentados<br />

<strong>de</strong> São Paulo. Natale chegou a ser sócio <strong>de</strong> uma metalúrgica pertencente à<br />

família do seu pai. Foi nela que cunhou grandiosamente as primeiras medalhas<br />

metálicas conferidas aos responsáveis pela criação e aprovação dos<br />

trabalhos premiados nas primeiras versões do Prêmio Colunistas. Trocando<br />

mais recentemente a publicida<strong>de</strong> pelo jornalismo, Natale era membro da<br />

Aca<strong>de</strong>mia Paulista <strong>de</strong> Jornalismo, em cujas reuniões sempre se <strong>de</strong>stacou em<br />

<strong>de</strong>fesa das causas da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo.<br />

***<br />

Um dos maiores gênios da propaganda brasileira e até por isso chamado<br />

<strong>de</strong> “o pai <strong>de</strong> todos”, Alexandre José Periscinoto, o Alex <strong>de</strong> tantos amigos<br />

e histórias, completou, neste 8 <strong>de</strong> <strong>abril</strong>, 95 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>. A ele, a quem o<br />

PROPMARK muito <strong>de</strong>ve, os nossos mais sinceros cumprimentos e maiores<br />

homenagens por ter conduzido sua riquíssima carreira profissional, formando<br />

profissionais e não abandonando jamais uma das maiores virtu<strong>de</strong>s do ser<br />

humano, em nosso idioma grafada como ética. Salve Alex, nos 96 faremos<br />

outro registro!<br />

4 <strong>13</strong> <strong>de</strong> <strong>abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark


Índice<br />

Marcas e<br />

veículos ganham<br />

relevância na crise<br />

Ações solidárias, como doações,<br />

além <strong>de</strong> iniciativas para a<br />

preservação <strong>de</strong> empregos,<br />

geram valor; imprensa se <strong>de</strong>staca<br />

por credibilida<strong>de</strong> na pan<strong>de</strong>mia.<br />

caPa<br />

26<br />

Pixabay<br />

Fotos: Divulgação<br />

entrevista<br />

anselmo ramos<br />

reflete sobre crise<br />

Sócio-fundador da GUT fala que pan<strong>de</strong>mia do<br />

novo coronavírus é território completamente<br />

impensável. “Quem disser que sabe<br />

exatamente o que fazer, parabéns, por favor<br />

liga pra mim. O melhor marketing agora<br />

é justamente ajudar”, avalia ele, que fala<br />

também sobre os dois anos da agência. pág. 18<br />

agências<br />

MÍdia<br />

BuzzFeed po<strong>de</strong> fechar<br />

escritório no Brasil<br />

Marca norte-americana <strong>de</strong> mídia, sucesso<br />

na internet por suas famosas listas <strong>de</strong><br />

curiosida<strong>de</strong>s, procura parceiros para<br />

não <strong>de</strong>scontinuar a operação brasileira.<br />

A equipe local já teve salários reduzidos<br />

<strong>de</strong>vido à crise com a pan<strong>de</strong>mia. pág. 16<br />

coronavÍrus<br />

especialistas<br />

recomendam empatia<br />

Como o novo coronavírus é uma crise que<br />

não estava formatada nos manuais <strong>de</strong><br />

comunicação, o momento exige ações<br />

ainda mais bem pensadas, avalia Milena<br />

Fiori, da InPress Porter Novelli. pág. 32<br />

Mercado<br />

em 2019, publicida<strong>de</strong><br />

cresceu 8% no país<br />

Levantamento da Kantar Ibope Media aponta<br />

que o investimento publicitário chegou a<br />

R$ 158,7 bilhões no ano passado, contra R$ 147<br />

bilhões em 2018. De acordo com o ranking,<br />

houve variação positiva para os meios TV<br />

aberta, internet, OOH e cinema. pág. 12<br />

FcB global dispensa<br />

Joanna Monteiro<br />

Publicitária brasileira não teve o seu contrato<br />

como diretora <strong>de</strong> criação para projetos globais<br />

renovado com a re<strong>de</strong>. Joanna é consi<strong>de</strong>rada<br />

uma das criativas <strong>de</strong> maior <strong>de</strong>staque da<br />

sua geração. Ela estava na FCB <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2012,<br />

on<strong>de</strong> ganhou vários prêmios. pág. <strong>13</strong><br />

editorial ................................................................4<br />

Última hora ..........................................................8<br />

curtas ..................................................................10<br />

Mercado ..............................................................12<br />

agências .............................................................<strong>13</strong><br />

Mídia ...................................................................14<br />

inspiração ..........................................................17<br />

entrevista ...........................................................18<br />

arena do esporte ...............................................20<br />

storyteller ..........................................................21<br />

Beyond the Line ................................................22<br />

Quem Fez ............................................................23<br />

We Love MKt ......................................................24<br />

Produtoras ..........................................................25<br />

coronavírus ........................................................26<br />

d&ad <strong>2020</strong> .........................................................36<br />

supercenas .........................................................37<br />

Última Página ....................................................38<br />

6 <strong>13</strong> <strong>de</strong> <strong>abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark


conexões<br />

do editorial brasileiro. São pouco<br />

comerciais, atraem poucos patrocinadores,<br />

ficam ancorados<br />

<strong>de</strong>mais num i<strong>de</strong>al editorial antigo<br />

e/ou gringo. Deveriam mudar o<br />

mindset e colocar em posição estratégica<br />

gente com visão mais <strong>de</strong><br />

marketing.<br />

Rommel Vaz Cantalice<br />

última Hora<br />

Fotos: Divulgação<br />

Facebook<br />

BuzzFeed po<strong>de</strong> fechar operação<br />

no Brasil<br />

Uma pena, mas, sinceramente...<br />

sempre achei que eles tinham<br />

uma postura pouco comercial pra<br />

realida<strong>de</strong> brasileira. Aliás, esse é<br />

um mal bem comum ao mercadorinHo<br />

Rommel Vaz Cantalice, concordo<br />

plenamente. Permeiam a ditadura<br />

Olivetiana como um segmento<br />

padrão, não existe regra na publicida<strong>de</strong><br />

que não possa ser modificada,<br />

tudo se transforma.<br />

Diogo Silva<br />

Triste... no ano passado eles já<br />

dispensaram uma barca.<br />

George Soares<br />

Instagram<br />

Após apelo da torcida e famosos,<br />

a @fiatbr vai dar um carro<br />

para @babusantana, participante<br />

do #bigbrotherbrasil<br />

Obrigada, Fiat, por vocês realizarem<br />

o sonho do Babu!<br />

san.tos462<br />

EDUCAÇÃO<br />

O canal Foras <strong>de</strong> Série está se transformando em<br />

plataforma <strong>de</strong> educação executiva/corporativa e<br />

consultoria para marcas que operam no universo digital.<br />

Lançado há cinco anos com o plano <strong>de</strong> “inspirar pessoas<br />

através <strong>de</strong> histórias <strong>de</strong> quem realmente mete a mão na<br />

massa”, nesta nova fase, investe no posicionamento <strong>de</strong><br />

“trazer apoio ao empreen<strong>de</strong>dor que busca mudar o seu<br />

ecossistema, seja no trabalho, em casa ou no próprio<br />

negócio com informação, referência e inspiração”.<br />

A mudança tem a li<strong>de</strong>rança <strong>de</strong> André Barros (criador<br />

do canal Desimpedidos), Rafael Cappelli (publicitário)<br />

e Alison Paese (sócio-executivo da XP Investimento),<br />

na foto acima.<br />

DIGITAL<br />

IT Mídia, do CEO André Cavalli, entra no digital com o IT<br />

ForON. A i<strong>de</strong>ia é integrar a comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> TI com geração<br />

<strong>de</strong> conteúdo no contexto <strong>de</strong> crise.<br />

fUsÃO<br />

As agências Solo Propaganda e ED Interactive, ambas <strong>de</strong><br />

Campinas, São Paulo, anunciaram na semana passada a<br />

fusão das operações, que resulta na Solo ED. Na carteira<br />

<strong>de</strong> negócios estão marcas como McDonald’s, Xbox, Bosch,<br />

Danone, Sanofi e 3M. “Com toda expertise conquistada ao<br />

longo da história das duas empresas, estamos preparados<br />

para inspirar clientes e prontos para oferecer estratégias<br />

fortes e transformá-las em resultados, tanto na região<br />

<strong>de</strong> Campinas como em todo território nacional”, disse<br />

o sócio Rogério Souza, à direita na foto acima, com<br />

Fernando Boccia (centro) e Fábio Lima.<br />

CAMPANHA<br />

Criação da Y&R, Vivo lança campanha para o segmento<br />

empresarial com oferta <strong>de</strong> digitalização às empresas.<br />

O filme <strong>de</strong>monstra soluções que “vão muito além <strong>de</strong><br />

conectivida<strong>de</strong>”. A ação reforça o propósito da marca:<br />

Digitalizar para Aproximar.<br />

8 <strong>13</strong> <strong>de</strong> <strong>abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark


o que é 55 Para você?<br />

55<br />

Para o ProPmark é uma vida inteira <strong>de</strong>dicada ao mercado <strong>de</strong> comunicação.<br />

Vêm aí os 55 anos do ProPmark.


curtas<br />

sunsetDDB e BV falam em filme<br />

sobre a importância do abraço<br />

O comercial integra a campanha #LeveASerio e será veiculado naTV fechada<br />

A importância <strong>de</strong> um abraço,<br />

<strong>de</strong>monstração <strong>de</strong> afeto que<br />

está atualmente limitada com<br />

o distanciamento social para<br />

combater o novo coronavírus,<br />

é o ponto central <strong>de</strong> uma nova<br />

campanha criada pela Sunset-<br />

DDB para o banco BV. O trabalho<br />

conta com um filme que<br />

começou a ser veiculado na<br />

AnDré MArques DeixA WMccAnn<br />

semana passada, e convida as<br />

pessoas a participarem <strong>de</strong> uma<br />

iniciativa do banco BV para<br />

arrecadar recursos financeiros<br />

<strong>de</strong>stinados a causas sociais durante<br />

a pan<strong>de</strong>mia da Covid-19<br />

no Brasil. As doações po<strong>de</strong>m<br />

ser feitas na plataforma digital<br />

Abrace uma causa. O BV já fez<br />

doação <strong>de</strong> R$ 30 milhões.<br />

A Tilibra, em parceria<br />

com a Bololofos – empresa<br />

que promove oficinas<br />

criativas ao público<br />

infantil –, lança uma nova<br />

opção <strong>de</strong> entretenimento<br />

para unir a família por<br />

meio da criativida<strong>de</strong>. A<br />

parceria ren<strong>de</strong>u uma ação<br />

exclusiva para as re<strong>de</strong>s<br />

sociais da Tilibra. A partir<br />

<strong>de</strong>sta semana a empresa<br />

apresenta um ateliê virtual<br />

para ser replicado <strong>de</strong>ntro<br />

<strong>de</strong> casa. Com <strong>de</strong>senhos<br />

infantis e matéria-prima<br />

da Tilibra, o objetivo da<br />

ação é estimular a relação<br />

entre pais e filhos, aproximando<br />

as duas gerações<br />

com muita criativida<strong>de</strong> e<br />

trabalho manual. A ação<br />

é criada e assinada pela<br />

Talent Marcel.<br />

WhATsApp AlerTA sOBre gOlpes<br />

tilibra lança ateliê virtual para<br />

entreter pais e filhos na quarentena<br />

Fotos: Divulgação<br />

A maleta do médico é uma das opções <strong>de</strong><br />

brinquedo e homenagem a pessoal da saú<strong>de</strong><br />

MeDiAMOnks cOnTrATA DireTOrA<br />

Marques era vice-presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> criação na agência<br />

A conta da Amazon saiu da WMcCann<br />

e migrou para a IPG MediaBrands. Com<br />

isso, <strong>de</strong>ixou a agência o vice-presi<strong>de</strong>nte<br />

<strong>de</strong> criação, André Marques, que estava no<br />

cargo <strong>de</strong>s<strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 2018. Segundo informações,<br />

a transferência <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> parte<br />

da equipe <strong>de</strong>dicada à conta da Amazon já<br />

estava certa <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início <strong>de</strong> março, bem<br />

como a reestruturação do time. Mas, <strong>de</strong>vido<br />

à urgência causada pela pan<strong>de</strong>mia, foi<br />

necessário postergar o reajuste na WMc-<br />

Cann, li<strong>de</strong>rada pelo chairman e CEO Hugo<br />

Rodrigues. Antes da WMcCann, Marques<br />

foi CMO do Habib’s por três anos e já passou<br />

pelas agências Africa e Publicis.<br />

Campanha foi criada pela AlmapBBDDO<br />

Em tempos <strong>de</strong> afastamento social <strong>de</strong>vido<br />

ao avanço do novo coronavírus, o Whats-<br />

App tem sido uma das principais ferramentas<br />

para manter, ainda que à distância, o<br />

contato com amigos, familiares e colegas<br />

<strong>de</strong> trabalho. Mas a plataforma também tem<br />

sido usada para o roubo <strong>de</strong> contas <strong>de</strong> usuários<br />

para aplicação <strong>de</strong> golpes. O alerta foi<br />

feito pelo próprio aplicativo, que acaba <strong>de</strong><br />

lançar no Brasil uma campanha que orienta<br />

os usuários a fazer o uso mais seguro do<br />

serviço. Criada pela AlmapBBDO, a comunicação<br />

tem <strong>de</strong>sdobramentos em mídia impressa,<br />

jornais e revistas, majoritariamente<br />

no digital.<br />

Luciana Haguiara vai comandar as entregas criativas<br />

A MediaMonks contratou luciana haguiara<br />

como diretora-executiva <strong>de</strong> criação.<br />

A profissional vai li<strong>de</strong>rar as principais contas<br />

da Circus e da MediaMonks no Brasil,<br />

projetos ABInbev (Ambev) para América<br />

Latina, além <strong>de</strong> Havaianas, globalmente.<br />

Segundo a companhia, a contratação significa<br />

mais um passo em direção à integração<br />

da Circus e da MediaMonks no país. Com<br />

mais <strong>de</strong> 20 anos <strong>de</strong> carreira, Luciana vai<br />

comandar as entregas criativas em projetos<br />

que vão <strong>de</strong>s<strong>de</strong> campanhas publicitárias até<br />

soluções <strong>de</strong> tecnologia para problemas <strong>de</strong><br />

negócio. Ela possui passagens pelas agências<br />

AlmapBBDO e Suno United Creators.<br />

Diretor-presi<strong>de</strong>nte e jor na lis ta<br />

res pon sá vel<br />

Ar man do Fer ren ti ni<br />

Editora-chefe: Kelly Dores<br />

Editores: Neu sa Spau luc ci, Paulo<br />

Macedo e Alê Oliveira (Fotografia)<br />

Editores-assistentes: Danúbia<br />

Paraizo e Leonardo Araujo<br />

Repórteres: Alisson Fernán<strong>de</strong>z, Jéssica<br />

Oliveira e Marina Oliveira<br />

Revisor: José Carlos Boanerges<br />

Arte: Adu nias Bis po da Luz, Anilton<br />

Rodrigues Marques e Lucas Boccatto<br />

Departamento Comercial<br />

Gerentes: Mel Floriano<br />

mel@editorareferencia.com.br<br />

Tel.: (11) 2065-0748<br />

Monserrat Miró<br />

monserrat@editorareferencia.com.br<br />

Tel.: (11) 2065-0744<br />

Diretor Executivo: Tiago A. Milani<br />

Ferrentini<br />

tferrentini@editorareferencia.com.br<br />

Departamento <strong>de</strong> Assinaturas<br />

Coor<strong>de</strong>nadora: Regina Sumaya<br />

regina-sumaya@editorareferencia.com.br<br />

Assinaturas/Renovação/<br />

Atendimento a assinantes<br />

assinatura@editorareferencia.com.br<br />

São Paulo (11) 2065-0738<br />

Demais estados: 0800 704 4149<br />

Site: propmark.com.br<br />

Redação: Rua Fran çois Coty, 228<br />

CEP 01524-030 – São Pau lo-SP<br />

Tels: (11) 2065-0772 e 2065-0766<br />

e- mail: re da cao@prop mark. com.br<br />

O PrO PMar k é uma pu bli ca ção da Edi to ra re fe rên cia Ltda.<br />

rua Fran çois Coty, 228 - São Pau lo - SP<br />

CEP: 01524-030 Tel.: (11) 2065-0766<br />

as ma té rias as si na das não re pre sen tam ne ces sa ria men te a<br />

opi nião <strong>de</strong>s te jor nal, po <strong>de</strong>n do até mes mo ser con trá rias a ela.<br />

IMPRESSO EM CASA<br />

10 <strong>13</strong> <strong>de</strong> <strong>abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark


Solidarieda<strong>de</strong><br />

Criativa<br />

A Simplicida<strong>de</strong> Criativa sempre<br />

foi o resultado <strong>de</strong> pensar fora<br />

da caixinha. Mesmo <strong>de</strong> casa,<br />

as campanhas insistem em sair.


meRcado<br />

Faturamento da publicida<strong>de</strong><br />

em 2019 foi <strong>de</strong> R$ 158,7 bilhões<br />

Crescimento, pela métrica da Kantar Ibope Media, foi <strong>de</strong> 8%, maior que<br />

do PIB; especialistas acreditam que Covid-19 vai impactar setor em <strong>2020</strong><br />

Paulo Macedo<br />

momento não remete a otimismo.<br />

Não uma há medi-<br />

O<br />

ção oficial sobre o volume <strong>de</strong><br />

investimento em compra <strong>de</strong><br />

mídia no primeiro trimestre <strong>de</strong><br />

<strong>2020</strong>, mas certamente não haverá<br />

perdas substanciais em relação<br />

ao mesmo período fiscal<br />

do ano passado.<br />

As principais agências, segundo<br />

fonte cre<strong>de</strong>nciada, já<br />

estavam com o comprometimento<br />

assegurado para ações<br />

nas TVs, OOH, rádios, digital e<br />

em outros canais antes do sinal<br />

<strong>de</strong> alerta da Covid-19 ser aceso,<br />

que ocorreu a partir do dia 20<br />

<strong>de</strong> março.<br />

A fonte explica que se o Q1<br />

não <strong>de</strong>ve gerar pânico, no Q2,<br />

<strong>de</strong> <strong>abril</strong> a junho, o cenário <strong>de</strong>ve<br />

ser o oposto. Em sua opinião,<br />

muitas campanhas foram mantidas<br />

no primeiro trimestre e algumas<br />

foram adaptadas.<br />

“Algumas gran<strong>de</strong>s re<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

varejo tinham campanhas no<br />

ar e elas tiveram <strong>de</strong> ser revistas.<br />

Muitas marcas direcionaram as<br />

ações para suas plataformas <strong>de</strong><br />

e-commerce, que são menores<br />

do que as lojas físicas. Portanto,<br />

diminui o investimento, mas<br />

não o trabalho da agência”, disse<br />

o executivo.<br />

“As ações <strong>de</strong> Páscoa e Dia<br />

das Mães também ficaram mais<br />

inibidas, mesmo porque há<br />

outras priorida<strong>de</strong>s. As marcas<br />

também estão em busca <strong>de</strong> um<br />

tom mais a<strong>de</strong>quado nessa hora<br />

em que o mercado foi tomado<br />

pelo novo coronavírus. Muitas<br />

buscam uma voz <strong>de</strong> engajamento<br />

solidário, mas estão fora<br />

da mídia se valendo mais das<br />

relações públicas. Certamente<br />

este ano não começou <strong>de</strong>pois<br />

do Carnaval”, pon<strong>de</strong>rou outra<br />

fonte, que também prefere<br />

manter o anonimato.<br />

Se há nítida apreensão em<br />

relação a <strong>2020</strong>, a Kantar Ibope<br />

Media disse com exclusivida<strong>de</strong><br />

que o volume <strong>de</strong> compra <strong>de</strong><br />

mídia em 2019 anotou cresci-<br />

Foto e gráfico: Divulgação<br />

Kantar Ibope Media está concluindo o Retrospectiva & Perspectiva Insights/2019, mas já sabe que compra <strong>de</strong> mídia cresceu 8%<br />

mento <strong>de</strong> 8% em relação a igual<br />

tempo <strong>de</strong> 2018. O levantamento<br />

<strong>de</strong> 2018 da Kantar mostrou faturamento<br />

<strong>de</strong> R$ 147 bilhões.<br />

Com aumento <strong>de</strong> 8% no ano<br />

passado, o movimento foi <strong>de</strong> R$<br />

158,7 bilhões.<br />

“É um crescimento acima<br />

da inflação e da previsão mais<br />

recente do PIB”, argumenta<br />

o estudo confeccionado pelo<br />

instituto (ver gráfico abaixo),<br />

que está finalizando a análise<br />

Retrospectiva & Perspectiva Insights/2019.<br />

As 50 maiores agências <strong>de</strong><br />

9,00%<br />

8,00%<br />

7,00%<br />

6,00%<br />

5,00%<br />

4,00%<br />

3,00%<br />

2,00%<br />

1,00%<br />

0,00%<br />

“é Um crescimento<br />

acima da inflação<br />

e da previsão mais<br />

recente do piB”<br />

Investimento Publicitário Bruto versus<br />

Indicadores Econômicos - variações 2019<br />

4,31%<br />

Inflação<br />

1,17%<br />

PIB (previsão BC)<br />

8%<br />

GAV<br />

publicida<strong>de</strong> do mercado, pela<br />

métrica GAV (Gross Advertising<br />

Value) da Kantar, que contempla<br />

o preço pleno das tabelas <strong>de</strong><br />

preços dos veículos <strong>de</strong> comunicação,<br />

sem <strong>de</strong>scontos e negociações<br />

com os meios, tiveram<br />

faturamento bruto <strong>de</strong> aproximadamente<br />

R$ 84 bilhões no<br />

ano passado.<br />

“Houve variação positiva<br />

(crescimento) para os meios TV<br />

aberta, internet, OOH e cinema,<br />

porém estes três últimos<br />

tiveram aumento <strong>de</strong> cobertura<br />

com inclusão <strong>de</strong> novas praças<br />

e/ou exibidoras em 2019 e este<br />

aumento compõe parcialmente<br />

o crescimento. Já a TV aberta<br />

cresceu com a mesma cobertura<br />

do ano anterior. Entre janeiro<br />

e <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2019 tivemos<br />

mais 65 mil anunciantes apresentando<br />

mais <strong>de</strong> 93 mil marcas<br />

nos meios e veículos aferidos”,<br />

informou a Kantar.<br />

O volume <strong>de</strong> inserções nas<br />

TVs (abertas e por assinatura),<br />

rádio, jornal, revista, OOH e cinema<br />

foi superior a 5o milhões.<br />

“Sendo que o último trimestre<br />

concentrou 29% <strong>de</strong>stes impactos<br />

com pico em outubro.”<br />

12 <strong>13</strong> <strong>de</strong> <strong>abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark


como Ford Caminhões e Grupo<br />

Flytour.<br />

A carioca Izabella Soares<br />

fez a cobertura digital da CoagênCias<br />

Joanna Monteiro <strong>de</strong>ixa FCB global e<br />

afirma ter projetos em andamento<br />

Criativa acredita que po<strong>de</strong>ria ter contribuído mais com a re<strong>de</strong> se tivesse<br />

se mudado do Brasil, mas revela que não tinha planos <strong>de</strong> ir para o exterior<br />

Paulo Macedo<br />

Joanna Monteiro não teve o<br />

seu contrato renovado com<br />

a FCB Worldwi<strong>de</strong>, on<strong>de</strong> chegou<br />

em julho <strong>de</strong> 2019 para trabalhar<br />

diretamente com a CCO global<br />

Susan Credle e com a missão<br />

<strong>de</strong> prestar serviços à re<strong>de</strong> em<br />

projetos especiais. Pouco antes,<br />

ela havia <strong>de</strong>ixado a posição<br />

<strong>de</strong> diretora-geral <strong>de</strong> criação<br />

da unida<strong>de</strong> brasileira da FCB,<br />

da holding IPG (Interpublic<br />

Group), em que estava <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

2012. Seu lugar foi ocupado por<br />

Ricardo John.<br />

Ela é uma das profissionais<br />

<strong>de</strong> maior <strong>de</strong>staque na área <strong>de</strong><br />

criativida<strong>de</strong> da sua geração. Os<br />

números dão sustentação ao<br />

seu <strong>de</strong>sempenho. Apenas na<br />

FCB Brasil, foram 41 Leões no<br />

Festival <strong>de</strong> Cannes e também<br />

0 Grand Prix do Mobile Lions<br />

em 2014 com o case Nivea<br />

Fotos: Divulgação<br />

Joanna Monteiro tem projetos em andamento, mas prefere manter em segredo o futuro<br />

Sun, para o cliente Nívea. Com<br />

Joanna no time criativo, ao<br />

lado <strong>de</strong> Max Geraldo, a agência<br />

<strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> ser reconhecida<br />

apenas pelo foco em planejamento<br />

e em negócios. Em<br />

2015, ela presidiu o júri do Mobile<br />

Lions.<br />

“Foi uma parceria muito<br />

legal. Gosto muito da Susan,<br />

dos seus métodos e da sua li<strong>de</strong>rança.<br />

Ela trabalha duro<br />

para levantar a parte criativa<br />

da agência no mundo. Acho<br />

que po<strong>de</strong>ria ter contribuído<br />

mais se tivesse me mudado do<br />

Brasil para fora. Mas, por uma<br />

série <strong>de</strong> razões, não tenho planos<br />

<strong>de</strong> ir para o exterior. Não<br />

apenas para a FCB, mas para<br />

qualquer outra re<strong>de</strong>. Recebi<br />

convites, mas não dá. Estou<br />

costurando projetos, os quais<br />

não posso revelar”, disse Joanna,<br />

que é presi<strong>de</strong>nte do Clube<br />

<strong>de</strong> Criação <strong>de</strong> São Paulo.<br />

Purple Cow apresenta novos nomes<br />

para as áreas <strong>de</strong> mídia e negócios<br />

O setor <strong>de</strong> community também foi reforçado e novas profissionais vão<br />

atuar pelo sistema home office adotado pelo CEO Marcelo Bernar<strong>de</strong>s<br />

agência Purple Cow anunciou<br />

na semana passada a<br />

A<br />

chegada <strong>de</strong> Michelly Vasconcellos<br />

como diretora <strong>de</strong> mídia;<br />

<strong>de</strong> Rafaela Corner como coor<strong>de</strong>nadora<br />

<strong>de</strong> business e <strong>de</strong> Izabella<br />

Soares como supervisora<br />

<strong>de</strong> community manager.<br />

Michelly estava na iProspect<br />

e já atua no mercado<br />

publicitário há 10 anos, período<br />

que inclui passagem pela<br />

própria Purple C0w, em 2018,<br />

quando trabalhou para os<br />

anunciantes Samsung e Grupo<br />

Campari. Michelly também<br />

<strong>de</strong>senvolveu estratégias digitais,<br />

com foco em branding e<br />

performance, para marcas da<br />

Rafaela Corner, Michelly Vasconcellos e Izabella Soares chegam ao time da Purple Cow<br />

Procter & Gamble. Antes disso,<br />

aten<strong>de</strong>u clientes dos segmentos<br />

<strong>de</strong> tecnologia, turismo,<br />

e caminhões para marcas<br />

pa do Mundo <strong>de</strong> 2014 como<br />

analista <strong>de</strong> conteúdo no Globo<br />

Esporte. Também atuou com<br />

<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> conteúdo<br />

<strong>de</strong> estratégia nas Olimpíadas<br />

do Rio <strong>de</strong> Janeiro. Há três anos<br />

em São Paulo, já foi community<br />

manager sênior <strong>de</strong> Visa,<br />

na sua passagem pela Almap-<br />

BBDO. Na Tracylocke, trabalhou<br />

na campanha Setembro<br />

Amarelo, para a farmacêutica<br />

Libbs.<br />

Rafaela Corner tem passagens<br />

pela J. Walter Thompson/GTB,<br />

on<strong>de</strong> trabalhou para<br />

Ford. Ela também atuou na<br />

Repense, on<strong>de</strong> integrou o time<br />

do Banco Itaú.<br />

jornal propmark - <strong>13</strong> <strong>de</strong> <strong>abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> <strong>13</strong>


mídia<br />

Painel Nacional <strong>de</strong> Televisão mostra<br />

que SBT é vice-lí<strong>de</strong>r <strong>de</strong> audiência<br />

Segundo Kantar Ibope Media, canal teve 4,9 pontos <strong>de</strong> média nos últimos<br />

12 meses; em março volume <strong>de</strong> telespectadores chegou a 152 milhões<br />

SBT está em festa. No último<br />

mês <strong>de</strong> março a emisso-<br />

O<br />

ra do apresentador Silvio Santos<br />

contabilizou 152,3 milhões<br />

<strong>de</strong> telespectadores no Brasil e<br />

registrou, na média das 24 horas<br />

do PNT (Painel Nacional da<br />

Televisão), que representa os 15<br />

mercados brasileiros aferidos<br />

pela Kantar Ibope Media, 4,9<br />

pontos <strong>de</strong> média e completou<br />

12 meses seguidos na segunda<br />

colocação.<br />

No comunicado, a emissora<br />

fala que no mesmo período e<br />

faixa horária a emissora terceira<br />

colocada registrou 4,8<br />

pontos <strong>de</strong> média (não i<strong>de</strong>ntificada,<br />

mas é a Record TV) e a<br />

lí<strong>de</strong>r (Re<strong>de</strong> Globo) encerrou o<br />

período com 14,4 pontos.<br />

“Além <strong>de</strong> ser a segunda<br />

emissora mais vista no Brasil<br />

pelo 12º mês consecutivo, o<br />

SBT ainda superou a terceira<br />

colocada com ampla diferença<br />

Divulgação/Lourival Ribeiro<br />

Tiago Abravanel com o elenco da novela infantil Aventuras <strong>de</strong> Poliana, da gra<strong>de</strong> do SBT<br />

aos domingos no mês <strong>de</strong> março.<br />

No principal dia para a publicida<strong>de</strong><br />

na TV aberta, o canal<br />

registrou 5,7 pontos <strong>de</strong> média.<br />

Índice 40% superior ao registrado<br />

pela emissora terceira<br />

colocada, que no mesmo período<br />

e faixa horária ficou com<br />

apenas 4,1 pontos <strong>de</strong> média”,<br />

<strong>de</strong>talhou o documento do SBT.<br />

Na média dos três primeiros<br />

meses do ano, o SBT também<br />

ocupa a segunda colocação no<br />

PNT, como informa o comunicado,<br />

que acrescenta: “Entre<br />

janeiro e março <strong>de</strong> <strong>2020</strong>, na<br />

média das 24 horas, o canal<br />

acumula 4,9 pontos. A terceira<br />

colocada está com 4,6 <strong>de</strong> média.<br />

O SBT se mantém na vice-<br />

-li<strong>de</strong>rança pelo 8º ano seguido<br />

no PNT. Des<strong>de</strong> 20<strong>13</strong> é a segunda<br />

emissora mais vista no Brasil.”<br />

No maior mercado do país,<br />

em share <strong>de</strong> audiência e faturamento<br />

publicitário, o SBT comemora<br />

os índices registrados<br />

na Gran<strong>de</strong> São Paulo: em março,<br />

o canal impactou 16,1 milhões<br />

<strong>de</strong> telespectadores e alcançou,<br />

na média das 24 horas,<br />

5,8 pontos <strong>de</strong> média, <strong>de</strong> acordo<br />

com seu comunicado à imprensa.<br />

“São três anos seguidos à<br />

frente da terceira colocada, que<br />

encerrou o mês com 5,1 pontos<br />

<strong>de</strong> média. A lí<strong>de</strong>r registrou 14,7<br />

pontos na média”, finaliza.<br />

Carros <strong>de</strong> som levam comunicação<br />

às comunida<strong>de</strong>s carentes e bairros<br />

Mídia 10 opera em 5 estados para varejo, operadoras <strong>de</strong> telefonia e <strong>de</strong><br />

energia elétrica, mas foco social ganhou relevância com novo coronavírus<br />

PAulo MAcedo<br />

Com uma equipe composta<br />

por 12 prossionais e operação<br />

própria em São Paulo e Rio<br />

<strong>de</strong> Janeiro, mas com representantes<br />

espalhados em Brasília,<br />

Curitiba e Porto Alegre, a Mídia<br />

10 teve <strong>de</strong> mudar o foco nesses<br />

tempos <strong>de</strong> coronavírus. Se antes<br />

costumava aten<strong>de</strong>r o mercado<br />

<strong>de</strong> varejo para marcas como<br />

O Boticário, Pernambucanas,<br />

C&A e Lea<strong>de</strong>r, por exemplo,<br />

além <strong>de</strong> empresas <strong>de</strong> telecomunicações,<br />

energia e organismos<br />

públicos, agora está <strong>de</strong>dicada<br />

às informações <strong>de</strong> alerta sobre<br />

a pan<strong>de</strong>mia.<br />

Divulgação<br />

Ação realizada pelo GDF (Governo do Distrito Fe<strong>de</strong>ral) para estimular isolamento social<br />

“Os sócios Marcelo Freitas e<br />

Carlos Alberto Santana dizem<br />

que a Mídia 10 grava os conteúdos<br />

em MP3 nos formatos<br />

<strong>de</strong> 30”, 45”, 60”. O percurso é<br />

monitorado por GPS, “além <strong>de</strong><br />

checking fotográfico, filmagem<br />

e pesquisa <strong>de</strong> audiência<br />

já contratada e que em breve<br />

estará disponível ao mercado<br />

<strong>de</strong> agencias <strong>de</strong> propaganda e<br />

anunciantes”, explica Marcelo,<br />

que acrescenta.<br />

“Alguns contratos foram suspensos<br />

com varejo por questões<br />

naturais, mas, <strong>de</strong>vido ao alcance<br />

do carro <strong>de</strong> som, tivemos um<br />

aumento significativo <strong>de</strong> comunicados<br />

<strong>de</strong> utilida<strong>de</strong> pública.”<br />

14 <strong>13</strong> <strong>de</strong> <strong>abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark


APURAR.<br />

CHECAR.<br />

RECHECAR.<br />

INFORMAR.<br />

Combater<br />

a <strong>de</strong>sinformação,<br />

para combater<br />

o Cor0navírus.<br />

Notícias falsas se espalham pelas re<strong>de</strong>s<br />

Notícias falsas se espalham pelas re<strong>de</strong>s<br />

sociais como um vírus, contaminando todos<br />

sociais como um vírus, contaminando todos<br />

que acreditam nelas. Proteja-se. Duvi<strong>de</strong> do que<br />

que acreditam nelas. Proteja-se. Duvi<strong>de</strong> do que<br />

circula pelas re<strong>de</strong>s sociais. Jornalismo profissional<br />

circula pelas re<strong>de</strong>s sociais. Jornalismo profissional<br />

é o melhor antídoto contra a <strong>de</strong>sinformação.<br />

é o melhor antídoto contra a <strong>de</strong>sinformação.


mídia<br />

BuzzFeed busca parceiro para evitar<br />

fechamento do escritório no Brasil<br />

Devido à crise com<br />

o novo coronavírus,<br />

empresa já reduziu<br />

o salário da equipe<br />

kelly dores<br />

BuzzFeed po<strong>de</strong> fechar o escritório no<br />

O Brasil, caso não encontre um parceiro<br />

para continuar a operação no país, até 30<br />

<strong>de</strong> <strong>abril</strong>. Em comunicado enviado na semana<br />

passada ao time no mercado brasileiro,<br />

Matt Drinkwater, diretor-geral do BuzzFeed<br />

Internacional, afirma que a medida terá<br />

<strong>de</strong> ser tomada se esse parceiro não surgir,<br />

em função da crise instalada com a pan<strong>de</strong>mia<br />

do novo coronavírus. No entanto, há<br />

informações <strong>de</strong> que o veículo já recebeu<br />

propostas <strong>de</strong> empresas interessadas em fazer<br />

a parceria <strong>de</strong> mídia.<br />

“Estamos fazendo o possível para minimizar<br />

o impacto da crise e proteger o<br />

nosso negócio. Mas, se não encontramos<br />

um parceiro até 30 <strong>de</strong> <strong>abril</strong>, infelizmente,<br />

vamos ter <strong>de</strong> fechar a nossa operação no<br />

Brasil”, disse Matt.<br />

No comunicado, a empresa <strong>de</strong>staca que<br />

a marca BuzzFeed no Brasil se tornou muito<br />

forte e tem sido bastante transparente<br />

sobre as condições da empresa, assegurando<br />

que se trata <strong>de</strong> um negócio viável,<br />

e ressalta os números no país, como os 35<br />

milhões <strong>de</strong> visitantes únicos das páginas<br />

do BuzzFeed Brasil no Facebook e no Instagram,<br />

e os nove milhões <strong>de</strong> visitantes<br />

únicos/mês no site.<br />

O executivo afirma que o BuzzFeed se<br />

tornou em cinco anos uma das publicações<br />

com maior awareness no Brasil, superando<br />

concorrentes como Huffington<br />

Post, Vice e Hypeness, e cita ainda o sucesso<br />

da plataforma Tasty Demais na área<br />

<strong>de</strong> gastronomia.<br />

Com origem nos Estados Unidos, o BuzzFeed<br />

fez história na internet com seus<br />

famosos testes e listas <strong>de</strong> curiosida<strong>de</strong>s.<br />

“O nosso objetivo é i<strong>de</strong>ntificar parceiros<br />

que estejam entusiasmados com o potencial<br />

e o futuro do nosso negócio no país”,<br />

afirmou Matt Drinkwater, que agra<strong>de</strong>ce ao<br />

time brasileiro pela paciência e compreensão,<br />

uma vez que a equipe teve uma significativa<br />

redução <strong>de</strong> salário por causa da<br />

crise.<br />

No fim do ano passado, o BuzzFeed reforçou<br />

a equipe brasileira <strong>de</strong> conteúdo. E,<br />

no início <strong>de</strong>ste ano, uma novida<strong>de</strong> foi a saída<br />

da diretora-geral, Luciana Rodrigues,<br />

que assumiu como CEO na Grey Brasil.<br />

Gabriel ‘Sukita’ Matos, Gaspar José (em pé), Cris Dias e Gaía Passarelli. Equipe foi anunciada em outubro <strong>de</strong> 2019<br />

Divulgação<br />

16 <strong>13</strong> <strong>de</strong> <strong>abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark


inspiração<br />

Marcas mais humanas<br />

Fotos: Arquivo pessoal<br />

“Outra visão, atestada pela Forrester, indica a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> as marcas<br />

construírem confiança para compensar a perda <strong>de</strong> energia dos clientes”<br />

Lais MeLo<br />

especial para o PRoPMaRK<br />

Todo o mundo está sentindo os impactos<br />

da quarentena em razão da pan<strong>de</strong>mia<br />

do novo coronavírus.<br />

E para a indústria da publicida<strong>de</strong> não é<br />

diferente.<br />

São mudanças muito rápidas, sem que<br />

qualquer marca ou profissional mais visionário<br />

tenha previsto.<br />

Diante <strong>de</strong> todo esse novo contexto, minha<br />

reflexão: qual papel das marcas nesse<br />

cenário tão <strong>de</strong>safiador? Como querem ser<br />

lembradas lá na frente, quando tudo isso<br />

passar?<br />

As marcas <strong>de</strong>vem voltar seus investimentos<br />

<strong>de</strong> marketing para missões e causas<br />

que possam contribuir com o combate<br />

ao vírus e auxílio às pessoas.<br />

Diversas marcas, <strong>de</strong> vários segmentos,<br />

estão se posicionando e tendo atitu<strong>de</strong>s<br />

práticas <strong>de</strong> ajuda aos que estão sofrendo<br />

os impactos da crise <strong>de</strong> forma mais agressiva.<br />

E o segmento <strong>de</strong> OOH tem um papel relevante<br />

nesse contexto, <strong>de</strong> oferecer informação<br />

e prestar serviço àqueles que não<br />

po<strong>de</strong>m <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> sair <strong>de</strong> casa.<br />

Esse é um gran<strong>de</strong> ativo do meio, estar<br />

próximo ao cidadão.<br />

Por isso, a hora é <strong>de</strong> <strong>de</strong>stacar o propósito<br />

da empresa, reforçar seu compromisso.<br />

Marcas mais humanas serão mais valorizadas<br />

e sairão mais fortes <strong>de</strong>sse tsunami.<br />

O mais importante é que a estratégia<br />

esteja sempre alinhada aos valores das<br />

companhias, que <strong>de</strong>vem avaliar minuciosamente<br />

que tipo <strong>de</strong> comunicação vão veicular,<br />

evitando que mensagens sejam mal<br />

interpretadas ou soem como oportunismo.<br />

Com a disseminação da Covid-19, é fato<br />

que as pessoas estão se voltando ao digital<br />

como um meio para obter não só informações,<br />

mas também suprimentos, o que faz<br />

com que as empresas tenham <strong>de</strong> se a<strong>de</strong>quar<br />

ou aprimorar os seus canais <strong>de</strong> comércio<br />

eletrônico.<br />

De acordo com recente pesquisa feita<br />

pela Kantar com 25 mil consumidores em<br />

30 países, a expectativa em relação às empresas<br />

anunciantes que mantiverem os<br />

seus investimentos é positiva.<br />

Outra visão, atestada pela Forrester, indica<br />

a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> as marcas construírem<br />

confiança para compensar a perda <strong>de</strong><br />

“energia” por parte dos clientes.<br />

A mídia exterior está a serviço da população,<br />

para engajar e informar.<br />

É tempo <strong>de</strong> seguir com campanhas<br />

conscientes, que incluam os clientes no<br />

controle das informações, que priorizem a<br />

saú<strong>de</strong> das pessoas e a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> juntar<br />

esforços para enfrentar esse momento.<br />

Precisamos ser responsáveis, mas também<br />

criativos para trabalhar uma imagem<br />

<strong>de</strong> um novo mundo, lançando mão do alcance<br />

do OOH, das tecnologias disponíveis,<br />

sempre com serieda<strong>de</strong> e excelência.<br />

À medida que as pessoas retornarem<br />

ao espaço público, após o término das<br />

restrições, é importante concentrar esforços<br />

no intuito <strong>de</strong> facilitar o envolvimento<br />

dos consumidores com o OOH <strong>de</strong> maneira<br />

consciente, refletindo a sensação <strong>de</strong> lar e<br />

<strong>de</strong> pertencimento nas ruas.<br />

Lais Melo é head <strong>de</strong> marketing da Otima<br />

jornal propmark - <strong>13</strong> <strong>de</strong> <strong>abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> 17


entrevista<br />

anselmo ramos<br />

sócio-fundador da GUT<br />

nesse momento,<br />

as ações falam<br />

muito mais alto<br />

que as palavras<br />

Com 25 anos <strong>de</strong> carreira e passagens por<br />

diversas agências nacionais e internacionais,<br />

Anselmo Ramos é apontado pelo mercado<br />

publicitário como um dos gran<strong>de</strong>s criativos<br />

brasileiros. Inquieto, <strong>de</strong>ixou há dois anos uma posição<br />

confortável na David para construir a própria agência<br />

in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte, a GUT, que já conta com escritórios<br />

em Miami, Buenos Aires e São Paulo, e completa dois<br />

anos em <strong>abril</strong>. Nesta entrevista, o executivo faz um<br />

balanço da sua trajetória, dos prós e contras <strong>de</strong> abrir<br />

um negócio próprio e do <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> explorar outros<br />

mercados. Além disso, fala sobre o atual momento <strong>de</strong><br />

pan<strong>de</strong>mia causado pela Covid-19 e como as marcas<br />

po<strong>de</strong>m enfrentar este período <strong>de</strong> crise.<br />

Alisson Fernán<strong>de</strong>z<br />

A GUT completa em <strong>abril</strong> dois anos<br />

<strong>de</strong> atuação no mercado. Que balanço<br />

você faz <strong>de</strong>sta trajetória?<br />

A GUT Miami e a GUT Buenos<br />

Aires completaram dois anos no<br />

dia 9 <strong>de</strong> <strong>abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong>. E a GUT São<br />

Paulo, um ano em 11 <strong>de</strong> março <strong>de</strong>ste<br />

ano. Nem acredito. Está tudo<br />

acontecendo tão rápido. Nem nos<br />

nossos sonhos mais loucos a gente<br />

imaginou que fosse ocorrer tanta<br />

coisa em tão pouco tempo. Estamos<br />

com mais <strong>de</strong> 100 pessoas em<br />

3 países, EUA, Brasil e Argentina. E<br />

trabalhando com marcas incríveis.<br />

Por um lado, eu fico arrependido<br />

<strong>de</strong> não ter feito isso antes. Mas, por<br />

outro, agora é relativamente mais<br />

fácil e mais rápido, graças à reputação<br />

criativa e os relacionamentos<br />

que construímos ao longo da<br />

carreira. Nunca estive tão <strong>de</strong>sconfortável<br />

na vida. Mas nunca estive<br />

tão feliz. No meu caso, <strong>de</strong>sconforto<br />

gera felicida<strong>de</strong>.<br />

Esperava essa rápida aceitação e conquista<br />

<strong>de</strong> contas em São Paulo?<br />

Sou otimista por natureza. Então,<br />

sempre achei que fosse bem.<br />

Mas nunca imaginei que fosse tão<br />

bem. A GUT foi a agência que mais<br />

cresceu o ano passado no Brasil. E<br />

começamos em <strong>abril</strong>. E o melhor,<br />

estamos crescendo na maioria dos<br />

casos sem concorrência. Nós não<br />

somos fãs <strong>de</strong> concorrências. Não<br />

achamos que é necessariamente o<br />

melhor jeito <strong>de</strong> escolher uma agência.<br />

Preferimos dating em vez <strong>de</strong><br />

pitching. Achamos fundamental<br />

agência e cliente conversarem muito<br />

sobre a publicida<strong>de</strong> e a vida e ver<br />

se realmente os dois lados querem a<br />

mesma coisa. Não é só o cliente que<br />

tem <strong>de</strong> avaliar a agência, a agência<br />

também precisa avaliar o cliente.<br />

Quando estávamos consi<strong>de</strong>rando<br />

abrir a GUT no Brasil, começamos<br />

a perguntar para algumas pessoas o<br />

que elas achavam. Teve dois tipos<br />

<strong>de</strong> respostas. O primeiro grupo dizia<br />

‘esquece, não venha nunca para<br />

o Brasil, é um país complicado, um<br />

mercado cheio <strong>de</strong> fórmulas, vocês<br />

são muito gringos, não vai dar certo’.<br />

O segundo grupo dizia ‘por favor<br />

venha, vocês são diferentes, e o<br />

mercado brasileiro está precisando<br />

<strong>de</strong> um chacoalhão, está muito acomodado,<br />

vai chover cliente’. Ainda<br />

bem que <strong>de</strong>cidimos ouvir o segundo<br />

grupo.<br />

No Brasil, você ajudou a construir a<br />

história das agências Ogilvy e David.<br />

Fundar a própria agência sempre foi o<br />

seu sonho?<br />

Ter a própria agência sempre foi<br />

meu sonho. Des<strong>de</strong> a ESPM, já brincava<br />

<strong>de</strong> ter agência. Nosso grupo <strong>de</strong><br />

trabalho fingia que era a ‘Braga Cardillo<br />

Ramos’. Na Colucci, o Miguel<br />

Bemfica me chamava <strong>de</strong> ‘Anselmo<br />

Propaganda’. Ele já sabia antes do<br />

que eu mesmo. A David foi o mais<br />

próximo que cheguei <strong>de</strong> ter uma<br />

agência. Mas, apesar <strong>de</strong> ter sido<br />

fundador e sócio, a agência era da<br />

WPP, não era minha. Com a GUT,<br />

finalmente estou realizando meu<br />

sonho. Demorou, mas chegou. E<br />

valeu a espera. Não po<strong>de</strong>ria ter<br />

encontrado um sócio-fundador<br />

melhor do que o Gaston Bigio. Somos<br />

muito diferentes, ele é tango,<br />

eu sou bossa-nova, e é por isso que<br />

funciona. O importante é que somos<br />

dois obcecados pela publicida<strong>de</strong>.<br />

Gaston e eu também não po<strong>de</strong>ríamos<br />

ter sócios melhores.<br />

Quais são os prós e contras <strong>de</strong> ter uma<br />

agência in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte?<br />

Tem milhares <strong>de</strong> prós e só um<br />

contra. Os principais prós são liberda<strong>de</strong><br />

total e absoluta. Não ter <strong>de</strong><br />

ligar pra NYC antes <strong>de</strong> tomar uma<br />

<strong>de</strong>cisão, rapi<strong>de</strong>z <strong>de</strong> operação, cometer<br />

mais erros, po<strong>de</strong>r falar ‘não’,<br />

escolher os clientes certos, trabalhar<br />

só com quem a gente gosta.<br />

O contra, não contar mais com o<br />

dinheiro <strong>de</strong> uma holding company.<br />

Como nós <strong>de</strong>cidimos não ter investidores<br />

e ser 100% in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes,<br />

os dois primeiros anos tivemos <strong>de</strong><br />

apertar o cinto e investir tudo na<br />

GUT. Valeu a pena o sacrifício.<br />

Os clientes estão mais abertos a este<br />

mo<strong>de</strong>lo?<br />

Os clientes vão estar sempre<br />

abertos a agências que sabem o que<br />

querem. Nossa indústria passa tanto<br />

tempo pensando em posicionamento<br />

<strong>de</strong> marcas para nossos clientes<br />

que, às vezes, a gente esquece<br />

do próprio posicionamento como<br />

agência. Que tipo <strong>de</strong> agência você<br />

quer ser? Que tipo <strong>de</strong> trabalho você<br />

quer fazer? Que tipo <strong>de</strong> clientes você<br />

quer? São perguntas básicas, mas<br />

que muitas vezes não são feitas. Nós<br />

temos sorte <strong>de</strong> ter um nome que já<br />

vem com uma filosofia clara. Queremos<br />

fazer um trabalho corajoso<br />

para clientes corajosos. Um cliente<br />

que não queira fazer um trabalho<br />

bom, não vai ligar para uma agência<br />

chamada GUT. Então nosso nome é<br />

um filtro. Os clientes precisam cada<br />

vez menos <strong>de</strong> uma agência com 200<br />

escritórios pelo mundo. O que eles<br />

precisam mesmo é paixão, comprometimento,<br />

confiança e obsessão. E<br />

isso uma agência in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte tem<br />

<strong>de</strong> sobra.<br />

Mas você não <strong>de</strong>scarta a hipótese <strong>de</strong><br />

no futuro realizar a fusão com algum<br />

grupo internacional, certo?<br />

Neste momento, estou sendo<br />

100% purista e romântico. Estou<br />

tão contente, que quero ser in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte<br />

pra sempre. Não sei se o<br />

Gaston concorda necessariamente<br />

comigo. Se um dia o Martin me ligar,<br />

eu passo o telefone pro Gaston.<br />

Quero chegar num ponto em que as<br />

pessoas da GUT parem <strong>de</strong> me convidar<br />

pra entrar em reuniões porque<br />

vou acabar dormindo, babando<br />

e falando alguma merda. Pra mim<br />

é uma questão lógica e estratégica.<br />

Estamos num creative business.<br />

Estamos no business que ven<strong>de</strong><br />

criativida<strong>de</strong>. Se você partir do princípio<br />

<strong>de</strong> que in<strong>de</strong>pendência gera<br />

criativida<strong>de</strong>, então consequentemente<br />

ser in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>veria<br />

gerar mais business.<br />

Há planos para abrir novos escritórios<br />

pelo mundo?<br />

Sim. O plano é tipo aquela carta<br />

do War: ‘Objetivo: Conquistar o<br />

Mundo’. Vamos abrir a GUT Europa,<br />

“quem disser<br />

que sabe<br />

exatamente<br />

o que fazer,<br />

parabéns,<br />

por favor<br />

liga pra<br />

mim”<br />

18 <strong>13</strong> <strong>de</strong> <strong>abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark


GUT Africa e GUT Ásia. A razão pela<br />

qual estou usando continentes e<br />

não cida<strong>de</strong>s, é porque ainda não <strong>de</strong>cidimos<br />

as cida<strong>de</strong>s. Recentemente,<br />

até fiz um post público falando disso,<br />

e teve várias pessoas pelo mundo<br />

que entraram em contato com<br />

a gente dizendo que estão prontas<br />

para abrir a GUT nesses mercados.<br />

Com 25 anos <strong>de</strong> carreira e passagens<br />

por diversas agências, como você avalia<br />

as constantes transformações do<br />

mercado?<br />

Precisava falar que tenho 25 anos<br />

<strong>de</strong> carreira? Comecei minha carreira<br />

fazendo past-up num estúdio. Colando<br />

letraset com cola <strong>de</strong> benzina,<br />

junto com o Xã Vilela, da Havas+.<br />

Depois virei redator e escrevia em<br />

máquina <strong>de</strong> escrever usando corretor<br />

<strong>de</strong> texto. Acompanhei o nascimento<br />

da internet. O primeiro site<br />

que entrei foi da Fallon McElligott,<br />

em Mineápolis. E nunca mais parei<br />

<strong>de</strong> acompanhar as mudanças. O segredo<br />

é ter curiosida<strong>de</strong> <strong>de</strong> criança.<br />

É ter obsessão pela vida. É ler tudo,<br />

é ver tudo, é viajar. É estar aberto a<br />

apren<strong>de</strong>r. Estou no momento fazendo<br />

o curso OPM em Harvard e não<br />

é nada confortável ter aula <strong>de</strong> finanças<br />

a essa altura. Mas adoro essa<br />

sensação. A única coisa que temos<br />

certeza na vida é que as coisas vão<br />

mudar. Então ter uma boa relação<br />

com a mudança é fundamental.<br />

A diversida<strong>de</strong> ajuda no processo criativo?<br />

A diversida<strong>de</strong> é fundamental no<br />

processo criativo. Se todo mundo for<br />

igual na agência, as i<strong>de</strong>ias vão sair todas<br />

iguais. Quanto mais diversida<strong>de</strong><br />

você tiver, mais criativo você vai ser.<br />

Mas diversida<strong>de</strong> não é fácil. Na minha<br />

carreira, eu sempre fui o estrangeiro,<br />

o “latino”, o cara que falava com sotaque,<br />

o cara que tinha <strong>de</strong> escrever<br />

com um dicionário do lado. Mas justamente<br />

por causa disso eu era diferente.<br />

Sempre tive <strong>de</strong> buscar essa<br />

mistura entre confiança e humilda<strong>de</strong>.<br />

Confiança em propor algo diferente<br />

para aquela cultura, e humilda<strong>de</strong><br />

para enten<strong>de</strong>r que não sou daquela<br />

cultura. Encontrar o equilíbrio certo<br />

entre confiança e humilda<strong>de</strong> é fundamental<br />

num ambiente diverso. A<br />

diversida<strong>de</strong> é como a criativida<strong>de</strong>. É<br />

um mindset e uma atitu<strong>de</strong> constante.<br />

Você nunca vai chegar num ponto<br />

on<strong>de</strong> vai dizer “agora sou diverso o<br />

suficiente” ou “agora sou criativo o<br />

suficiente”. Sempre dá para ter mais<br />

diversida<strong>de</strong> e criativida<strong>de</strong>. É uma<br />

eterna busca. Nós estamos apenas<br />

começando. E, nos dois casos, ainda<br />

temos muito a apren<strong>de</strong>r.<br />

Qual a melhor forma para a construção<br />

<strong>de</strong> marcas com performance?<br />

Hoje existe uma obsessão por<br />

dados. Só se fala nisso. Mas dados<br />

não são nada sem coragem. Hoje é<br />

fácil ter acesso a dados. As marcas<br />

têm dados chegando <strong>de</strong> tudo quanto<br />

é lado, do app, do site, do ponto <strong>de</strong><br />

Divulgação<br />

venda, da promo, da campanha, <strong>de</strong><br />

todo e qualquer brand touch point.<br />

A questão é o que fazer com tantos<br />

dados? Qual dado é o mais relevante<br />

para fazer diferença para o negócio?<br />

É aí que entra o ‘gut instinct’, a<br />

intuição. A intuição ajuda a filtrar e<br />

selecionar o melhor dado. Depois,<br />

é importante executar esse dado <strong>de</strong><br />

um jeito ‘gutsy’, corajoso. E quando<br />

você faz isso, você conecta emocionalmente<br />

com as pessoas, tocando o<br />

coração. Que, por sua vez, gera ainda<br />

mais interações com a marca, e consequentemente<br />

mais dados.<br />

Você tem se mostrado muito ativo nas<br />

re<strong>de</strong>s sociais sobre este momento <strong>de</strong><br />

pan<strong>de</strong>mia. Qual a sua análise sobre o<br />

assunto e como o profissional <strong>de</strong> comunicação<br />

<strong>de</strong>ve se portar?<br />

Ultimamente ando dividindo<br />

tudo o que penso nas re<strong>de</strong>s sociais.<br />

É um jeito <strong>de</strong> tentar ajudar, inspirar,<br />

provocar o mercado. É claro que na<br />

agência eles me criticam, dizem<br />

que estou entregando todos nossos<br />

segredos. Mas que segredos, se<br />

ninguém sabe nada? E se ninguém<br />

sabe nada no dia a dia, imagina durante<br />

uma pan<strong>de</strong>mia? É um território<br />

completamente impensável para<br />

todos nós. Quem disser que sabe<br />

exatamente o que fazer, parabéns,<br />

por favor liga pra mim. É um evento<br />

sem prece<strong>de</strong>ntes, além das nossas capacida<strong>de</strong>s<br />

e conhecimentos. Temos<br />

<strong>de</strong> acessar o evento todo dia, e ajustar<br />

os planos a partir dos acontecimentos.<br />

Nesse momento, as ações falam<br />

muito mais alto que as palavras. O<br />

melhor marketing agora é justamente<br />

ajudar. Como, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> cada marca.<br />

E com o <strong>de</strong>correr da crise, pouco<br />

a pouco, todos nós vamos precisar <strong>de</strong><br />

muitas coisas: informação, esperança,<br />

otimismo, distração, até mesmo<br />

humor. O importante é não per<strong>de</strong>r o<br />

foco, não esquecer o posicionamento<br />

da marca. Cada marca po<strong>de</strong> ajudar <strong>de</strong><br />

um jeito diferente. O nosso gran<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>safio agora é ajudar cada cliente a<br />

navegar essa crise, ajustar o tom e encontrar<br />

a melhor ação ou mensagem<br />

nesse novo contexto. Estamos todos<br />

vivendo o melhor curso <strong>de</strong> li<strong>de</strong>rança<br />

que existe.<br />

“o melhor<br />

marketing<br />

agora é<br />

justamente<br />

ajudar”<br />

O mercado sairá diferente <strong>de</strong>pois da<br />

Covid-19? Qual a sua expectativa?<br />

Por um lado, acho que o mundo<br />

nunca mais vai ser o mesmo. Outro<br />

dia alguém estava reclamando no<br />

Twitter que não queria estar vivendo<br />

um momento histórico. Nunca<br />

mais vamos esquecer <strong>de</strong> <strong>2020</strong>. E<br />

talvez vamos dar mais valor às coisas<br />

mais essenciais da vida. E pensar<br />

um pouco mais na comunida<strong>de</strong><br />

e em como o mundo está muito<br />

mais conectado do que parece.<br />

Por outro lado, o ser humano tem<br />

uma tendência a voltar muito rápido<br />

à normalida<strong>de</strong>, ao conforto, ao<br />

comportamento “<strong>de</strong>fault”. Então,<br />

assim que essa crise passar, dá pra<br />

imaginar todo mundo se abraçando,<br />

lotando bares e restaurantes, e<br />

fazendo <strong>de</strong> tudo para compensar o<br />

“tempo perdido”. Sinto que vamos<br />

ter uma felicida<strong>de</strong> exacerbada, mas<br />

ainda com a dor <strong>de</strong> um trauma recente.<br />

Mas realmente não dá pra<br />

prever o que vai acontecer. Temos<br />

<strong>de</strong> viver um dia atrás do outro. Lavar<br />

as mãos, praticar o distanciamento<br />

social, manter a calma, e<br />

fazer o máximo para ajudar quem<br />

mais precisa.<br />

jornal propmark - <strong>13</strong> <strong>de</strong> <strong>abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> 19


arena do esPorte<br />

Danúbia Paraizo danubia@propmark.com.br<br />

Fotos: Divulgação<br />

sufoco 1<br />

O adiamento dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Tóquio <strong>2020</strong> para 23 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 2021 foi<br />

o movimento que faltava para completar a sucessão <strong>de</strong> cancelamentos ou interrupções<br />

no calendário esportivo <strong>de</strong>vido à pan<strong>de</strong>mia <strong>de</strong> Covid-19. Sem torneios como Champions<br />

League, Libertadores da América, NBA e F-1, entre uma série <strong>de</strong> outras competições,<br />

os impactos econômicos no esporte começam a ser calculados. Segundo levantamento<br />

da consultoria Sports Value, o mercado global <strong>de</strong> esportes movimenta mais <strong>de</strong> US$ 756<br />

bilhões anualmente. Em meio ao pico da doença em alguns países, como Estados Unidos,<br />

novo epicentro da crise, as perdas globais po<strong>de</strong>m chegar a US$ 15 bilhões, equivalente a<br />

2% do faturamento em todo o mundo.<br />

sufoco 2<br />

As principais perdas para clubes e ligas se concentram na venda <strong>de</strong> ingressos em estádios,<br />

direitos <strong>de</strong> transmissão <strong>de</strong> TV, vendas <strong>de</strong> produtos e patrocínios. Segundo levantamento<br />

da revista Forbes, as ligas profissionais dos Estados Unidos <strong>de</strong>vem sofrer baque <strong>de</strong> US$<br />

5 bilhões em receitas. Só a MLB, Liga <strong>de</strong> Baseball, terá perdas <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> US$ 2,2 bilhões<br />

com receitas em estádios, li<strong>de</strong>rando a lista, seguida por NFL, NHL e NBA. Em outros países,<br />

a situação é semelhante. A Premier League, da Inglaterra, <strong>de</strong>ve per<strong>de</strong>r US$ 718 milhões;<br />

a La Liga espanhola, US$ 544 milhões; a Série A do Campeonato Brasileiro, US$ 200<br />

milhões. Vale lembrar que os números contemplam apenas faturamento com estádios.<br />

Área<br />

Os clubes <strong>de</strong> futebol têm se aproximado do<br />

cenário <strong>de</strong> eSports nos últimos 2 anos, não<br />

à toa, o Flamengo tem equipes profissionais<br />

com expressão, como o time <strong>de</strong> League of<br />

Legends, atual campeão brasileiro do torneio.<br />

Agora, em um cenário em que as pessoas<br />

estão em casa para conter a Covid-19,<br />

alguns clubes se movimentam para criar as<br />

próprias competições esportivas digitais.<br />

Na semana passada, a Fe<strong>de</strong>ração Cearense<br />

<strong>de</strong> Futebol (FCF) promoveu a 1ª Copa<br />

Cearense <strong>de</strong> Futebol Digital Pro Clubs <strong>2020</strong>.<br />

O torneio-teste do game Fifa <strong>2020</strong> teve a<br />

participação das três principais equipes do<br />

estado: Ceará, Ferroviário e Fortaleza, clube<br />

que i<strong>de</strong>alizou o projeto. As partidas foram<br />

transmitidas nos canais sociais dos times.<br />

Mente sã<br />

A Asics está promovendo em seu Instagram<br />

ativida<strong>de</strong>s para serem feitas <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> casa.<br />

A iniciativa faz parte do <strong>de</strong>safio lançado<br />

pela marca <strong>de</strong> fazer as pessoas ficarem com<br />

o corpo e mente saudáveis - seguindo a filosofia<br />

da empresa Mente sã, corpo são. O ator<br />

Nicolas Prattes, embaixador da Asics, <strong>de</strong>u<br />

o pontapé inicial ao projeto, que propõe<br />

uma corrente <strong>de</strong> <strong>de</strong>safios simples, como<br />

citar livros favoritos ou indicar pequenos<br />

negócios para o consumo <strong>de</strong>livery.<br />

Play<br />

Enquanto os torneios esportivos<br />

presenciais seguem interrompidos,<br />

a NBA encontrou uma<br />

maneira <strong>de</strong> manter seus fãs<br />

engajados. A liga <strong>de</strong> basquete<br />

está promovendo o NBA2k<br />

Players, competição <strong>de</strong> eSports<br />

que convida 16 jogadores reais<br />

para uma disputa em ambiente<br />

virtual com o Xbox One. Kevin<br />

Durant, do Brooklyn Nets, e Andre<br />

Drummond, do Los Angeles<br />

Lakers, estão entre os gamers.<br />

As partidas são transmitidas pelos canais ESPN e perfis sociais da NBA. O campeão terá o<br />

direito <strong>de</strong> escolher qual instituição <strong>de</strong> carida<strong>de</strong> receberá o prêmio <strong>de</strong> US$ 100 mil.<br />

20 <strong>13</strong> <strong>de</strong> <strong>abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark


STORYTELLER<br />

Bruno Martins/Unsplash<br />

Cuidado com<br />

o Chico Cunha!<br />

Tenho sauda<strong>de</strong>s da minha rua,<br />

dos botequins, da roda <strong>de</strong> amigos<br />

LuLa Vieira<br />

Eu tenho acompanhado o que está acontecendo<br />

no mundo todo. Procuro me<br />

informar, pois, além <strong>de</strong> estar preocupado<br />

com o futuro <strong>de</strong> minha família e com o<br />

meu, também pertenço a esta enorme família<br />

humana, que está hoje lutando contra<br />

um inimigo cruel e covar<strong>de</strong>, que se escon<strong>de</strong><br />

na sua pequenez para nos atacar. Esta<br />

foi talvez a única vantagem <strong>de</strong>sta pan<strong>de</strong>mia.<br />

Nos fazer enten<strong>de</strong>r que <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>mos<br />

uns dos outros. Minha primeira vonta<strong>de</strong> foi<br />

fugir, como muita gente fez, procurando<br />

se alhear do noticiário. Mas rapidamente<br />

aprendi que é pior. Hoje tenho certeza que<br />

o mais sábio é ficar atento a tudo, inclusive<br />

à busca que estamos fazendo no mundo inteiro<br />

para encontrar armas que nos permitam<br />

vencer a doença. Estando na categoria<br />

mais ameaçada, por causa <strong>de</strong> minha ida<strong>de</strong>,<br />

tenho mais razões para me trancar e não<br />

me expor. Mas não fugir da realida<strong>de</strong>.<br />

Outra razão para ficar, digamos, ligado,<br />

é que quando nos afastamos da realida<strong>de</strong><br />

uma parte <strong>de</strong> nossa cabeça continua funcionando,<br />

criando uma história por conta<br />

própria, mesmo que a gente não tenha<br />

consciência disso. Em consequência, temos<br />

só a sensação do medo que po<strong>de</strong>, aos poucos,<br />

se transformar em pânico, capaz até <strong>de</strong><br />

provocar distúrbios físicos. Faço regularmente<br />

por telefone a ronda entre aqueles<br />

que amo, como filhos e amigos. Dou e recebo<br />

notícias, troco impressões e não perco a<br />

oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> dizer, com todas as letras,<br />

que os amo. Continuo trabalhando em casa,<br />

escrevendo, o que é, aliás, a minha profissão.<br />

Mas também estou viajando muito. Tenho<br />

ido a lugares on<strong>de</strong> participo <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s<br />

aventuras, e também tenho procurado me<br />

conhecer melhor, através do pensamento<br />

<strong>de</strong> quem conseguiu mergulhar mais fundo<br />

na alma humana. Tive maravilhosas<br />

conversas sobre todas as coisas, com gente<br />

que sabe mais do que eu. Sem contar com<br />

os romances que tenho vivido, com mulheres<br />

fantásticas. Você, inteligente, percebeu<br />

que estou falando dos livros, on<strong>de</strong> vivo<br />

aventuras que ocorrem tanto em mundos<br />

diferentes do nosso, como <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um<br />

quarto. Apesar <strong>de</strong>sta vida aventureira, tenho<br />

sauda<strong>de</strong>s da minha rua, dos botequins,<br />

da roda <strong>de</strong> amigos. Vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> abraçar minhas<br />

netas, que só consigo ver através do<br />

telefone. Vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> abraçar e beijar, jogar<br />

pra cima, sentir o cheiro, ouvir as gargalhadas<br />

sem ser pelo celular. Os parentes todos,<br />

cuja imagem viaja pela tecnologia para me<br />

acalmar um pouco. Meus filhos...tanta gente!<br />

E, para meu sossego, continuo otimista.<br />

Talvez você me consi<strong>de</strong>re meio louco (ou<br />

completamente louco), mas sou assim <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

criança. Como na velha história, vejo<br />

sempre o copo meio cheio em vez <strong>de</strong> meio<br />

vazio. Não, como você já percebeu, que eu<br />

esteja gostando <strong>de</strong>sta merda. Mas já que<br />

estamos nela até o pescoço, é melhor fazer<br />

as contas do que lucramos com isso. Estou<br />

fazendo planos para quando pu<strong>de</strong>r sair.<br />

Quando o carcereiro invisível abrir as portas<br />

para a rua, para o mundo. De uma coisa<br />

eu estou certo.<br />

Consigo viver bem com menos dinheiro<br />

do que pensava. E muito do que até aqui me<br />

parecia fundamental não tem a menor importância.<br />

No sentido inverso, um abraço,<br />

um beijo, um carinho valem muito. São artigos<br />

<strong>de</strong> primeira necessida<strong>de</strong>. Ah, perdão!<br />

Não posso me esquecer: tenho acompanhado<br />

o esforço <strong>de</strong> muita gente disposta a ajudar<br />

os outros. Falo <strong>de</strong> bombeiros, policiais,<br />

profissionais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>. E falo também <strong>de</strong><br />

voluntários arrecadando comida, roupas,<br />

brinquedos. Fazendo rondas noturnas para<br />

cuidar da população <strong>de</strong> rua. Levando para<br />

os bairros pobres algumas coisas que po<strong>de</strong>m<br />

tornar essa quarentena menos cruel.<br />

Tentando encontrar coisas amenas para estes<br />

tempos sombrios anotei mentalmente a<br />

história que minha cozinheira contou pelo<br />

telefone. Sua neta perguntou por que a polícia<br />

não prendia esse tal <strong>de</strong> Chico Cunha<br />

que fazia mal para tanta gente. E minha<br />

neta, do alto <strong>de</strong> sua sapiência <strong>de</strong> 3 anos,<br />

começou a explicar como era o vírus. Tive<br />

<strong>de</strong> pedir para ela parar. Já estava gostando<br />

do bichinho pequenininho que adora mão<br />

suja. Para acabar, <strong>de</strong>sejo sinceramente a<br />

você, leitora e leitor, que passe incólume<br />

por esses dias. Nunca é <strong>de</strong>mais repetir para<br />

tomar cuidado. Há perigo lá fora.<br />

Lula Vieira é publicitário, diretor do Grupo Mesa<br />

e da Approach Comunicação, radialista, escritor,<br />

editor e professor<br />

lulavieira.luvi@gmail.com<br />

jornal propmark - <strong>13</strong> <strong>de</strong> <strong>abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> 21


eyOnd the line<br />

Unsplash<br />

O durante e o <strong>de</strong>pois<br />

do novo coronavírus<br />

É preciso que nos preparemos para o momento<br />

da retomada, que virá, apesar dos perrengues<br />

Alexis Thuller PAgliArini<br />

Há muito por fazer ainda, durante a fase<br />

mais aguda da crise provocada pelo novo<br />

coronavírus. Depois <strong>de</strong> tantos pleitos dirigidos<br />

ao governo, fica a sensação <strong>de</strong> que o que<br />

se conseguiu até agora (este artigo foi escrito<br />

há uma semana) é insuficiente para garantir<br />

minimamente a sobrevivência <strong>de</strong> boa parte<br />

das empresas.<br />

E, com empresas se arrastando para sobreviver,<br />

não há como segurar empregos e o efeito<br />

dominó é inevitável.<br />

Sabemos que não há soluções simples para<br />

aplacar essa crise sem prece<strong>de</strong>ntes, mas é<br />

preciso uma ação mais efetiva do governo,<br />

principalmente em garantir fôlego financeiro<br />

para empresas <strong>de</strong> todos os portes. Sob risco<br />

<strong>de</strong> ter sobreviventes tão fragilizados, que mal<br />

terão forças para a retomada que virá. Sim, a<br />

crise vai passar e a retomada virá.<br />

Precisamos manter essa esperança, mas<br />

dar mínimas condições para que, quando a<br />

luz no fim do túnel aparecer, tenhamos força<br />

para atravessar o túnel.<br />

Todos aqueles que representam alguma<br />

coletivida<strong>de</strong> não <strong>de</strong>vem <strong>de</strong>scansar nessa luta<br />

por sensibilizar o governo no sentido <strong>de</strong><br />

socorrer os mais necessitados com urgência,<br />

mas, também, as empresas, <strong>de</strong> on<strong>de</strong> virão os<br />

empregos na retomada.<br />

As empresas, entre si, têm sabido flexibilizar<br />

as suas relações, aceitando rever contratos,<br />

minimizando o impacto da crise sobre<br />

seus negócios. Mas isso só não basta. É preciso<br />

ajuda <strong>de</strong> fora <strong>de</strong>ssas relações. Repito: o<br />

governo precisa entrar em campo com ações<br />

realmente efetivas!<br />

Ainda durante a crise, é preciso o engajamento<br />

<strong>de</strong> todos os que têm condições, no<br />

sentido <strong>de</strong> apoiar as iniciativas sociais, tão<br />

importantes, que fazem chegar recursos<br />

àqueles que não po<strong>de</strong>m esperar mais um dia<br />

por socorro.<br />

Os que têm ainda acesso à informação <strong>de</strong>vem<br />

também colaborar, ajudando os <strong>de</strong>mais<br />

a encontrar caminhos legais para aplicar<br />

medidas que garantam sua sobrevivência.<br />

Todos têm <strong>de</strong> estar unidos, contribuindo na<br />

fase mais aguda da crise. Não po<strong>de</strong>mos nos<br />

dispersar. Bem, mas a crise vai passar, ninguém<br />

tem dúvida. E aí vem aquela máxima:<br />

Não po<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>sperdiçar uma crise. Já escrevi<br />

neste mesmo espaço sobre isso, mas,<br />

permita-me retomar: qual será o legado <strong>de</strong>ssa<br />

crise?<br />

Qual será o efeito positivo <strong>de</strong>corrente <strong>de</strong>la?<br />

Sim, por mais dolorosa que seja, toda crise<br />

<strong>de</strong>ixa efeitos positivos sobre a socieda<strong>de</strong>.<br />

Qual o efeito darwiniano haverá na socieda<strong>de</strong>,<br />

criando seres – físicos e jurídicos – mais<br />

adaptados <strong>de</strong>pois <strong>de</strong>ssa provação bíblica, sem<br />

prece<strong>de</strong>ntes?<br />

Não me refiro somente aos hábitos <strong>de</strong> higiene,<br />

que, certamente, serão incorporados<br />

às nossas vidas. Também não me refiro ao uso<br />

<strong>de</strong> ferramentas virtuais, que já fazem parte<br />

do nosso dia a dia e ganharam ainda mais espaço.<br />

Há muito mais por apren<strong>de</strong>r, <strong>de</strong>pois da<br />

dor <strong>de</strong>ssa crise. Analisemos mais profundamente<br />

o campo das relações entre empresas.<br />

Como serão os entendimentos entre contratantes<br />

e contratados <strong>de</strong>pois da crise? Estarão<br />

os contratantes mais sensíveis e empáticos<br />

às dores dos mais frágeis entre os<br />

stakehol<strong>de</strong>rs – os contratados? Mudarão as<br />

regras <strong>de</strong> procurement <strong>de</strong> empresas que impõem<br />

até 120 dias <strong>de</strong> prazo para pagamento<br />

aos fornecedores?<br />

As empresas encararão seus fornecedores<br />

como verda<strong>de</strong>iros parceiros na retomada ou<br />

simplesmente como objetos <strong>de</strong> condições leoninas,<br />

sabendo que todos estarão ávidos por<br />

trabalho, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> um período <strong>de</strong> terra arrasada?<br />

Saberão os contratados se organizar e resistir<br />

às práticas nocivas que grassam há anos<br />

no nosso mercado?<br />

Por mais difícil que esteja o dia a dia <strong>de</strong> todos<br />

nós, cumprindo o necessário isolamento<br />

e recebendo informações massacrantes diárias<br />

sobre o número <strong>de</strong> infectados e mortos<br />

pelo país e o mundo, é preciso serenida<strong>de</strong> e<br />

mente elevada para tentar focar no futuro.<br />

É preciso que nos preparemos – todos – para<br />

o momento da retomada, que virá, apesar<br />

<strong>de</strong> todos os perrengues que teremos <strong>de</strong> passar.<br />

Que chegue logo e num ambiente mais<br />

respeitoso e sustentável para todos.<br />

Alexis Thuller Pagliarini é presi<strong>de</strong>nte-executivo da<br />

Ampro (Associação <strong>de</strong> Marketing Promocional)<br />

alexis@ampro.com.br<br />

22 <strong>13</strong> <strong>de</strong> <strong>abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark


quem fez<br />

Paulo Macedo paulo@propmark.com.br<br />

AlíVIO<br />

O Bálsamo Bengué está veiculando novos filmes<br />

que apresentam as situações em que o<br />

produto po<strong>de</strong> ser aplicado. Em um <strong>de</strong>les, uma<br />

mulher tem dor na mão e faz uso da versão<br />

pomada. Há ainda as versões aerosol e gel.<br />

Em todos os comerciais, os personagens “Nano<br />

Tanakas” personificam os ativos da fórmula,<br />

que age no foco da dor.<br />

WE<br />

EMS<br />

Fotos: Divulgação<br />

Título: Bengué; direção executiva <strong>de</strong> criação: Armando<br />

Araújo e Christian Fontana; criação: Alessandra<br />

Silva e Augusto dos Anjos; produção: Vapt<br />

Filmes; direção <strong>de</strong> cena: Kiko Lomba; aprovação:<br />

Marcus Sanchez, Guilherme Tavares, Luana Montagnini<br />

e Marcela Jorente.<br />

HUMOR<br />

A ação proposta pela Sompo Seguros nos<br />

canais <strong>de</strong> mídia usa humor para listar os<br />

atributos da marca e apresentar “conceito<br />

<strong>de</strong> pertencimento” da companhia <strong>de</strong> origem<br />

japonesa. O plano é fortalecer o reconhecimento<br />

da marca (brand awareness) e<br />

reforçar o posicionamento da companhia<br />

como a seguradora faixa-preta.<br />

REF+<br />

SOMpO SEgUROS<br />

Título: Conhece a Sompo Seguros?; CCO: Renato<br />

Pereira; criação: Carlos Mazanek, Ricardo<br />

Frezza, Felipe Higashi, Daniel Zalaf e Ramires<br />

Capistrano; COO: Ricardo Calfat; produção: Black<br />

Door Filmes; aprovação: Aline Telis, André<br />

Gouw e Juliana Montilha.<br />

INCENTIVO<br />

Foram <strong>de</strong>senvolvidas peças para 36 painéis<br />

digitais em Curitiba e região metropolitana,<br />

com o objetivo <strong>de</strong> chamar a atenção dos micro<br />

e pequenos empresários, setor que gerou<br />

91% dos novos empregos do Paraná em 2019.<br />

Os sensores nos painéis digitais captaram<br />

uma audiência, em 18 dias, <strong>de</strong> 4,7 milhões <strong>de</strong><br />

pessoas e <strong>13</strong> milhões <strong>de</strong> impactos.<br />

TIF<br />

OUTDOORMÍDIA<br />

Produto: OOH/Institucional; diretor <strong>de</strong> criação:<br />

Thiago Biazetto; redator: Allan Falcone; diretor <strong>de</strong><br />

arte: Rodrigo Duarte; planejamento <strong>de</strong> mídia:<br />

Rejane Lemes; atendimento: Carol Zimann; aprovação:<br />

Thiago Biazetto e Helisson Pantarola (Outdoormídia).<br />

jornal propmark - <strong>13</strong> <strong>de</strong> <strong>abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> 23


we<br />

mkt<br />

Felipe Pelaquim/Unsplash<br />

Fusca: quantos anos<br />

vive um produto?<br />

“Eu tenho um Fusca preto, que já<br />

foi fora <strong>de</strong> moda, mas agora as mina<br />

pira, porque meu Fusca é foda...”.<br />

Marcos e Mancini<br />

FRANCISCO ALBERTO MADIA DE SOUZA<br />

Na estatística <strong>de</strong> produtos e marcas que<br />

sobrevivem os primeiros 3 anos, menos<br />

<strong>de</strong> 90% completam 10. Dos que ultrapassam<br />

10, meta<strong>de</strong> chega aos 20. Assim, <strong>de</strong><br />

cada 100 que passam dos 3, 10 passam dos<br />

<strong>de</strong>z e 5 ultrapassam 20. Desses 5 sobreviventes<br />

restará 1 no fim <strong>de</strong> 50 anos, com sorte...<br />

Uma Coca-Cola caminha firme e forte,<br />

ainda que em curva suavemente <strong>de</strong>ca<strong>de</strong>nte<br />

em direção aos 200 anos; já o Fusquinha<br />

aposentou-se <strong>de</strong>finitivamente e em todo o<br />

mundo no ano passado, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> gloriosos<br />

e mais <strong>de</strong> 80 anos.<br />

Adolf Hitler sempre sonhou em construir<br />

o Carro do Povo. Assim, no início<br />

dos anos 1930, dá início ao projeto. Três<br />

engenheiros são convocados. Josef Ganz,<br />

Edmund Rumpler e Ferdinand Porsche.<br />

Em 1933, uma primeira reunião <strong>de</strong> Hitler e<br />

Porsche. Hitler passa a receita do que queria<br />

para o Carro do Povo: - Um carro capaz<br />

<strong>de</strong> comportar dois adultos e duas crianças;<br />

- Alcançar e manter uma velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 100<br />

km/hora; - Consumo <strong>de</strong> combustível nunca<br />

superior a <strong>13</strong> km/litro; - Carro refrigerado<br />

a ar; - Capaz <strong>de</strong> transportar, sempre que<br />

necessário, três soldados e uma metralhadora;<br />

- O preço não po<strong>de</strong>ria custar mais do<br />

que uma boa motocicleta.<br />

Em 17 <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 1934, Porsche manda<br />

seu projeto para Hitler, que concorda com<br />

tudo, menos com a estimativa <strong>de</strong> preço. Teria<br />

<strong>de</strong> ser vendido por menos que 1.500 marcos.<br />

No dia 22 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 1934, superadas<br />

todas as divergências, Porsche é contratado<br />

para colocar seu projeto rodando. A historia<br />

é longa. No dia 12 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1936,<br />

os dois primeiros pré-protótipos são apresentados.<br />

Ainda apresentavam problemas<br />

no freio e no virabrequim. Em 1937, saem<br />

da fábrica 30 mo<strong>de</strong>los da versão finalmente<br />

aprovada. Em conjunto, os 30 rodaram<br />

mais <strong>de</strong> 2,4 milhões <strong>de</strong> quilômetros nas<br />

mãos <strong>de</strong> integrantes da SS, tropa <strong>de</strong> elite <strong>de</strong><br />

Hitler. Em 26 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 1938, foi assentada<br />

a pedra fundamental da fábrica, sem a presença<br />

<strong>de</strong> Hitler, mas com o testemunho <strong>de</strong><br />

70 mil pessoas. No dia 15 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 1940,<br />

o primeiro Fusquinha, o Volkswagen TYP<br />

1, sai da linha <strong>de</strong> produção e ganha as ruas.<br />

Azul escuro acinzentado. Até 1944, apenas<br />

640 mo<strong>de</strong>los produzidos. A guerra praticamente<br />

congelou a <strong>de</strong>colagem do Fusca.<br />

Corta para 10 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 2019. Puebla,<br />

México. 17h15 min. Sai, pela porta da frente<br />

da fábrica da Volkswagen, o último Fusquinha.<br />

Assim, e <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> 60 anos, quase<br />

3,5 milhões <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s, chegou ao fim a<br />

história do Fusquinha. Será que não volta,<br />

perguntam alguns. Definitivamente não,<br />

respon<strong>de</strong> o novo mundo em processo <strong>de</strong><br />

construção. O conceito e o entendimento<br />

<strong>de</strong> automóvel, a partir <strong>de</strong> <strong>2020</strong>, não passam<br />

nem pelo Fusquinha nem por todos os <strong>de</strong>mais<br />

mo<strong>de</strong>los que ainda povoam as ruas do<br />

mundo. Há um novo carro a caminho, em<br />

todos sentidos: <strong>de</strong>sign, tamanho, funções,<br />

uso, compra, combustível, autonomia... Ou<br />

seja, e <strong>de</strong>sta vez, o Fusca se foi para sempre.<br />

Entra para a história do primeiro gran<strong>de</strong><br />

ciclo da indústria automobilística no<br />

mundo, 90 anos, como um dos best-sellers.<br />

Brigando com o Toyota Corolla e outros 3<br />

mo<strong>de</strong>los pela primeira colocação.<br />

Quanto dura um produto? Não existe<br />

uma resposta <strong>de</strong>finitiva e conclusiva, mas,<br />

em termos conceituais e genéricos, quanto<br />

mais e melhor respon<strong>de</strong>r o que um dia Al<br />

Ries e Jack Trout celebrizaram. Causar, no<br />

lançamento, “Primeiras e Ótimas Impressões”.<br />

E <strong>de</strong>pois, contrariar o que Al Ries e<br />

Jack Trout ostentaram durante décadas como<br />

a primeira das 22 Leis Consagradas do<br />

Marketing: Afirmavam “É mais importante<br />

ser o primeiro do que ser o melhor”. Era...<br />

Agora não é mais. É bom ser o primeiro,<br />

mas vital ser o melhor, sempre. Quando se<br />

<strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> ser O Melhor, per<strong>de</strong>-se a razão <strong>de</strong><br />

ser, e <strong>de</strong>spe<strong>de</strong>-se. Como acabou <strong>de</strong> acontecer,<br />

finalmente, e coberto <strong>de</strong> glórias, com o<br />

sexagenário Fusquinha. Descanse em paz!<br />

Mais que merece!<br />

Francisco Alberto Madia <strong>de</strong> Souza<br />

é consultor <strong>de</strong> marketing<br />

famadia@madiamm.com.br<br />

24 <strong>13</strong> <strong>de</strong> <strong>abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark


Produtoras<br />

Cave apresenta filme Aseptic com<br />

alusão ao discurso <strong>de</strong> Larry Kramer<br />

Diretor Rafael Kent usa imagens captadas em 2019 para amplificar a i<strong>de</strong>ia<br />

<strong>de</strong> que o isolamento social se faz necessário e sobre a liberda<strong>de</strong> perdida<br />

Paulo Macedo<br />

Em novembro <strong>de</strong> 2019 o coreógrafo<br />

e bailarino Rubens<br />

Oliveira performou na Avenida<br />

Paulista, em São Paulo, solo<br />

capturado pelo diretor Rafael<br />

Kent, da produtora Cave. O resultado<br />

é o filme Aseptic, lançado<br />

na semana passada após<br />

a prorrogação da quaretena por<br />

mais duas semanas no estado.<br />

A i<strong>de</strong>ia é mostrar que o isolamento<br />

é uma perda temporária<br />

<strong>de</strong> liberda<strong>de</strong>. Mas é vital. “Os<br />

movimentos intensos e catárticos<br />

convidam a se libertar das<br />

amarras e valorizar a vida plenamente,<br />

apesar da perda <strong>de</strong><br />

liberda<strong>de</strong> e insegurança atual”,<br />

contemporiza o diretor<br />

O roteiro faz referência ao<br />

discurso do ativista norte-<br />

-americano Larry Kramer, que<br />

<strong>de</strong>finiu o HIV como uma praga.<br />

“Assim como naquela época,<br />

Divulgação<br />

O balé protagonizado pelo coreógrafo e bailarino Rubens Oliveira cujas imagens foram capturadas em novembro <strong>de</strong> 2019 em São Paulo<br />

sobram informações truncadas<br />

e faltam políticas públicas<br />

para lidar com a pan<strong>de</strong>mia. A<br />

responsabilida<strong>de</strong> individual, e<br />

ao mesmo tempo social, é essencial<br />

para evitar o contágio e<br />

a disseminação ainda maior <strong>de</strong><br />

pan<strong>de</strong>mias”, justificou Kent,<br />

que no epílogo cita a obra A peste,<br />

<strong>de</strong> Albert Camus.<br />

O audiovisual é ambientado<br />

com a música Atlântico, do<br />

produtor e DJ baiano Ubunto,<br />

responsável pela trilha sonora<br />

<strong>de</strong> Aseptic. Kent finaliza: “Isolamento<br />

e esterilização são as<br />

únicas alternativas possíveis<br />

para evitar o contágio.”<br />

Piloto se adapta com captação <strong>de</strong><br />

imagens por celular e gestão online<br />

Área <strong>de</strong> pós-produção e equipes <strong>de</strong> animação não foram afetadas com<br />

impedimento do live-action; rotina com agências está sendo retomada<br />

Assim com as <strong>de</strong>mais produtoras<br />

<strong>de</strong> audiovisual, a<br />

Piloto teve efeito sintomático<br />

nas suas ativida<strong>de</strong>s com a Covid-19.<br />

Segundo o sócio-diretor<br />

Daniel Soro, o primeiro <strong>de</strong>safio<br />

foi colocar a operação online. O<br />

elemento facilitador foi o home<br />

office adotado pelas agências.<br />

“O convívio é 100% digital.<br />

Estamos retomando os<br />

processos com a utilização<br />

<strong>de</strong> soluções remotas, como<br />

filmar usando celular, dirigir<br />

à distância e outros recursos<br />

similares. A pós-produção e<br />

as equipes <strong>de</strong> animação estão<br />

funcionando normalmente”,<br />

afirmou.<br />

Divulgação<br />

Daniel Soro está recorrendo a gravações por celular para aten<strong>de</strong>r <strong>de</strong>mandas da Piloto<br />

Soro explica que as reuniões<br />

estão sendo realizadas coletivamente<br />

e “com aceitação<br />

impressionante.” Ele diz mais:<br />

“Usamos plataformas como<br />

Zoom, Whereby, Hangouts etc.<br />

Fiz algumas soluções com muitas<br />

pessoas, como plataformas<br />

<strong>de</strong> colaboração <strong>de</strong> projetos, e<br />

<strong>de</strong> edição <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>os, que já estavam<br />

ao nosso redor e agora<br />

estão no centro dos processos.<br />

Mas o que mais importa é a disposição<br />

das pessoas para usar<br />

novas ferramentas e enfrentar<br />

a situação. Acho que <strong>de</strong>pois da<br />

quarentena, muito disso vai ficar<br />

consagrado no nosso dia a<br />

dia”, finaliza.<br />

PM<br />

jornal propmark - <strong>13</strong> <strong>de</strong> <strong>abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> 25


coronaVírus mídia<br />

Veículos vão além das notícias e<br />

usam influência para ajudar na crise<br />

Interesse por jornalismo cresce, enquanto emissoras e sites buscam<br />

combater a pan<strong>de</strong>mia com campanhas e ações <strong>de</strong> conscientização<br />

leonardo araujo<br />

crise do novo coronavírus<br />

po<strong>de</strong> fortalecer a ati-<br />

A<br />

vida<strong>de</strong> jornalística. Segundo<br />

o estudo Kantar Barometer,<br />

a busca do público pela ativida<strong>de</strong><br />

é tão alta que 11 das 20<br />

maiores audiências televisivas<br />

dos últimos cinco anos<br />

foram registradas durante<br />

a crise da Covid-19. O estudo<br />

também aponta que 79%<br />

da audiência consi<strong>de</strong>ra a TV<br />

o meio mais confiável para<br />

se obter informações sobre<br />

o novo coronavírus. Nas re<strong>de</strong>s<br />

sociais, segundo o mesmo estudo,<br />

o gênero jornalismo é<br />

o que mais pauta conversas,<br />

per<strong>de</strong>ndo apenas para reality<br />

shows, algo compreensível<br />

em tempos <strong>de</strong> BBB.<br />

“Os acessos online têm<br />

crescido bastante nesse período.<br />

Se compararmos a primeira<br />

com a terceira semana <strong>de</strong><br />

março, exatamente o ‘antes e<br />

<strong>de</strong>pois’ do início <strong>de</strong>sse crescimento,<br />

nossos acessos mais<br />

que dobraram. E isso traz reflexo<br />

também em nossas assinaturas”,<br />

revela Leonardo<br />

Contrucci, diretor-executivo<br />

<strong>de</strong> mercado leitor & estratégias<br />

digitais do Estadão.<br />

Des<strong>de</strong> março, o periódico<br />

liberou para não assinantes<br />

uma série <strong>de</strong> conteúdos sobre<br />

o novo coronavírus. “A<br />

melhor forma <strong>de</strong> prevenção<br />

é estar bem informado. Siga o<br />

fio e veja as matérias que estão<br />

livres <strong>de</strong> paywall”, diz o<br />

periódico em post no Twitter.<br />

A Folha <strong>de</strong> S.Paulo e O Globo,<br />

entre outros, também liberaram<br />

conteúdo sobre o novo<br />

coronavírus.<br />

“Em um momento <strong>de</strong> notícias<br />

pulverizadas, <strong>de</strong> fake<br />

news, a mídia essencial ganha<br />

relevância e protagonismo<br />

entre o público. Durante<br />

a crise, o GaúchaZH está disponibilizando<br />

gratuitamente<br />

os conteúdos <strong>de</strong> utilida<strong>de</strong><br />

pública sobre a pan<strong>de</strong>mia. Em<br />

Priscila Stoliar, gerente <strong>de</strong> marketing do SBT: participação do casting da<br />

emissora reforça a importância da a<strong>de</strong>são <strong>de</strong> todos à mudança <strong>de</strong> hábitos<br />

“separamos as<br />

cores da nossa<br />

marca, passando<br />

ao público a<br />

mensagem do<br />

isolamento<br />

seguro”<br />

março, a plataforma atingiu<br />

74,4 milhões <strong>de</strong> pageviews<br />

(o recor<strong>de</strong> anterior era 56,1<br />

milhões, em jan/2019) e 30,1<br />

milhões <strong>de</strong> usuários (recor<strong>de</strong><br />

anterior era <strong>de</strong> 18,4 milhões,<br />

em mar/2019)”, revela Marcelo<br />

Leite, diretor-executivo<br />

<strong>de</strong> marketing do Grupo RBS.<br />

“É um momento <strong>de</strong>safiador<br />

para o jornalismo, mas, ao<br />

mesmo tempo, a ativida<strong>de</strong><br />

nunca foi tão imprescindível<br />

à socieda<strong>de</strong>”, completa o<br />

executivo.<br />

Fotos: Divulgação<br />

26 <strong>13</strong> <strong>de</strong> <strong>abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark


Outra potência do online<br />

é o UOL, que durante a crise<br />

bateu recor<strong>de</strong>s. Em março,<br />

<strong>de</strong> acordo com o Google<br />

Analytics, o conteúdo produzido<br />

pela redação gerou 951<br />

milhões <strong>de</strong> sessões, superando<br />

o recor<strong>de</strong> anterior, em outubro<br />

<strong>de</strong> 2018, mês das últimas<br />

eleições.<br />

O jornalismo televisivo não<br />

fica atrás e está crescendo. “O<br />

número <strong>de</strong> aparelhos ligados<br />

aumentou e, em gran<strong>de</strong> parte,<br />

trata-se <strong>de</strong> um público que<br />

está em busca <strong>de</strong> informação.<br />

As pesquisas do Ibope mostram<br />

que alguns <strong>de</strong> nossos<br />

jornalísticos cresceram entre<br />

10% e 30% no mês <strong>de</strong> março”,<br />

revela Antonio Guerrero, VP<br />

<strong>de</strong> jornalismo da Record TV.<br />

O executivo afirma que o<br />

fortalecimento do jornalismo<br />

já é um fato. “Até poucos<br />

dias atrás, muitos ainda não<br />

haviam se conscientizado da<br />

gravida<strong>de</strong> <strong>de</strong> confiar em notícias<br />

sem qualquer origem<br />

comprovada. Então, num momento<br />

<strong>de</strong> crise, a população, e<br />

não só no Brasil, mas no mundo,<br />

percebeu a importância<br />

do jornalismo profissional”,<br />

comenta. “Vivemos uma situação<br />

limite em que notícias<br />

falsas po<strong>de</strong>m significar vida<br />

ou morte, e isso trouxe, em<br />

meio ao caos, efeitos positivos:<br />

o fortalecimento do jornalismo<br />

e o reconhecimento<br />

do papel dos jornalistas na socieda<strong>de</strong>”,<br />

complementa.<br />

As audiências <strong>de</strong> RBS TV<br />

também são <strong>de</strong>staque. “A<br />

gra<strong>de</strong> jornalística da emissora<br />

foi ampliada. O Jornal do<br />

Almoço do dia 24 teve média<br />

<strong>de</strong> 588 mil <strong>de</strong> telespectadores<br />

por minuto e alcançou 920<br />

mil pessoas na região, sendo<br />

uma das edições mais assistidas<br />

das últimas duas décadas.<br />

Além disso, no dia 23, o<br />

RBS Notícias registrou o seu<br />

melhor <strong>de</strong>sempenho do ano.<br />

Os números <strong>de</strong> audiência alcançaram<br />

cerca <strong>de</strong> 750 mil<br />

telespectadores por minuto e<br />

alcance <strong>de</strong> 922 mil pessoas na<br />

região”, revela Leite.<br />

Des<strong>de</strong> o início do avanço<br />

da doença no Brasil, tanto a<br />

TV Globo como a GloboNews<br />

mexeram em suas programações<br />

para trazer mais informação<br />

ao público que está em<br />

casa. “Informação relevante<br />

é, até o momento, o único remédio<br />

comprovado que ajuda<br />

Guerrero: “Notícias falsas po<strong>de</strong>m significar vida ou morte”<br />

“a população,<br />

e não só no<br />

brasil, mas no<br />

mundo, percebeu<br />

a importância<br />

do jornalismo<br />

profissional”<br />

a conter a expansão da pan<strong>de</strong>mia”,<br />

afirma a comunicação<br />

da emissora.<br />

Na TV aberta, o jornalismo<br />

fica 11 horas consecutivas<br />

ao vivo, <strong>de</strong> 4h da manhã às<br />

3h da tar<strong>de</strong>. O canal lançou<br />

o programa Combate ao Coronavírus,<br />

com duas horas<br />

<strong>de</strong> duração, apresentado por<br />

Marcio Gomes. À noite, o Jornal<br />

Nacional teve a sua duração<br />

estendida. A GloboNews<br />

está com o sinal aberto nas<br />

principais operadoras <strong>de</strong> TV<br />

por assinatura e com sua programação<br />

ao vivo disponível,<br />

gratuitamente, no G1 e no Globosat<br />

Play.<br />

Fotos: Divulgação<br />

Marcelo Leite: “É um momento <strong>de</strong>safiador para o jornalismo”<br />

Troca<br />

Os veículos celebram a boa<br />

audiência, mas estão preocupados<br />

em dar algo em troca<br />

para o público.<br />

“Estamos usando nossa força<br />

<strong>de</strong> marca - incluindo aqui os<br />

nossos artistas, que estão produzindo<br />

diversos conteúdos<br />

direto <strong>de</strong> suas casas - para influenciar<br />

as pessoas com uma<br />

mensagem mais otimista,<br />

na medida do possível. Já há<br />

anos temos uma plataforma<br />

<strong>de</strong> marca ativa para embalar<br />

esses conteúdos <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong><br />

social, chamada SBT<br />

do Bem”, explica Fred Müller,<br />

diretor-comercial e <strong>de</strong> marketing<br />

da emissora.<br />

Sua colega <strong>de</strong> empresa,<br />

Priscila Stoliar, gerente <strong>de</strong><br />

marketing do canal <strong>de</strong> Silvio<br />

Santos, <strong>de</strong>stacou as iniciativas<br />

<strong>de</strong> marca da emissora.<br />

“Começamos nossos esforços<br />

espalhando mensagens, na<br />

TV e em todas nossas plataformas<br />

digitais, <strong>de</strong> prevenção<br />

à Covid-19, usando a força <strong>de</strong><br />

nossos comunicadores. Depois,<br />

separamos as cores da<br />

nossa marca, passando ao<br />

público a mensagem do isolamento<br />

seguro, com a #Distância<br />

Salva. Além disso, o SBT<br />

vem produzindo diariamente<br />

uma série <strong>de</strong> conteúdos informativos<br />

sobre a Covid-19<br />

em todas nossas plataformas,<br />

como boletins e lives, contando<br />

também com a participação<br />

do casting da emissora,<br />

para reforçar a importância<br />

da a<strong>de</strong>são <strong>de</strong> todos à mudança<br />

<strong>de</strong> hábitos e ao isolamento<br />

social”, enumera.<br />

Na Record TV, o foco dos programas<br />

foi praticamente todo<br />

direcionado ao tema. “Além<br />

das nossas 14 horas <strong>de</strong> jornalismo<br />

ao vivo por semana, alguns<br />

programas foram ampliados,<br />

como o Fala Brasil – Edição <strong>de</strong><br />

Sábado, um matinal que ganhou<br />

mais duas horas, e ainda<br />

estreamos, em 19 <strong>de</strong> março, o<br />

Coronavírus - Plantão, exibido<br />

nas noites <strong>de</strong> quinta-feira”, explica<br />

Guerrero.<br />

Já a Globo, vale <strong>de</strong>stacar,<br />

ce<strong>de</strong>u computadores da área<br />

<strong>de</strong> inovação da empresa para<br />

a Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Stanford,<br />

que realiza simulações computacionais<br />

para enten<strong>de</strong>r <strong>de</strong><br />

que modo diversas doenças<br />

evoluem e quais os melhores<br />

caminhos para combatê-las.<br />

A emissora também lançou<br />

a plataforma ParaQuemDoar.<br />

com. Nela, interessados em fazer<br />

uma doação po<strong>de</strong>rão entrar<br />

em contato diretamente com a<br />

iniciativa que <strong>de</strong>sejam ajudar.<br />

jornal propmark - <strong>13</strong> <strong>de</strong> <strong>abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> 27


coronavírus marcas<br />

Empresas ganham valor e confiança<br />

com mais ação e menos discurso<br />

Propósito norteia comunicação, mas atitu<strong>de</strong>s práticas geram credibilida<strong>de</strong><br />

aos anunciantes; cenário é benéfico para conteúdos que encurtem distâncias<br />

Danubia Paraizo<br />

Confiança, responsabilida<strong>de</strong><br />

e informação. Este tem sido<br />

o tripé das marcas que estão<br />

gerando valor e relevância em<br />

tempos incertos <strong>de</strong> pan<strong>de</strong>mia.<br />

Segundo o relatório E<strong>de</strong>lman<br />

Trust Barometer <strong>2020</strong>, que fez<br />

um levantamento no Brasil<br />

sobre o grau <strong>de</strong> confiança da<br />

população nas marcas durante<br />

a propagação da Covid-19, são<br />

bem percebidas aquelas que seguem<br />

essa tría<strong>de</strong> da responsabilida<strong>de</strong><br />

com propósito e ação.<br />

Não à toa, para 91% dos brasileiros,<br />

é necessário que as<br />

marcas façam o que é certo,<br />

enquanto para 85%, as empresas<br />

<strong>de</strong>vem assumir o compromisso<br />

em garantir os empregos<br />

<strong>de</strong> seus colaboradores. Não distante,<br />

73% das pessoas gostariam<br />

que seu empregador compartilhasse<br />

informações sobre<br />

o novo coronavírus pelo menos<br />

uma vez ao dia.<br />

Os números trazem um panorama<br />

sobre o direcionamento<br />

que as marcas po<strong>de</strong>m seguir<br />

num cenário em que as ações<br />

e a postura para o público interno<br />

e externo dizem tanto ou<br />

até mais que o simples discurso.<br />

Para Ariel Grunkraut, VP <strong>de</strong><br />

marketing do Burger King Brasil,<br />

pelo tamanho <strong>de</strong> algumas<br />

marcas, elas precisam fazer mais<br />

e, apesar <strong>de</strong> em momentos críticos<br />

muitas empresas se recolherem<br />

com receio <strong>de</strong> reações<br />

negativas, é essencial que as<br />

companhias tomem posições.<br />

“Nosso papel é maior que ven<strong>de</strong>r<br />

hambúrger. Mais do que nunca é<br />

o momento <strong>de</strong> fazer, antes mesmo<br />

<strong>de</strong> falar. Isso vale para todas<br />

as marcas. Por isso, pensamos<br />

em fazer algumas ações, sermos<br />

transparentes e ajudar as pessoas<br />

com informações”.<br />

O Burger King foi uma das<br />

primeiras empresas a veicular<br />

campanha incentivando o distanciamento<br />

social. Reunindo<br />

filmagens caseiras <strong>de</strong> pessoas<br />

que passavam pela quarentena,<br />

Live na Garagem, com a dupla Jorge e Mateus, no YouTube, arrecadou mais <strong>de</strong> 16 toneladas <strong>de</strong> alimentos; patrocínio foi da Brahma<br />

“As pessoAs<br />

esperAm que suAs<br />

mArcAs sejAm<br />

exemplo e guiem<br />

A mudAnçA”<br />

Grunkraut, do BK: foco na segurança, proteção e higiene dos públicos interno e externo<br />

Fotos: Divulgação<br />

o filme criado pela David São<br />

Paulo trazia com bom humor<br />

algumas i<strong>de</strong>ias do que fazer em<br />

casa, além do mote Você está isolado,<br />

mas não sozinho. Um outro<br />

filme, <strong>de</strong>sta vez protagonizado<br />

por Iuri Miranda, presi<strong>de</strong>nte da<br />

companhia no país, apresentou<br />

quais seriam as medidas <strong>de</strong> segurança,<br />

higiene e proteção <strong>de</strong><br />

colaboradores e consumidores<br />

finais.<br />

“Informação tem sido fundamental.<br />

Aproveitamos esse filme<br />

com o presi<strong>de</strong>nte para anunciarmos<br />

que estaríamos também<br />

contribuindo com a socieda<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> alguma maneira. Fizemos<br />

uma doação <strong>de</strong> um milhão <strong>de</strong><br />

reais para o Ministério da Saú<strong>de</strong><br />

para a compra <strong>de</strong> equipamentos<br />

<strong>de</strong> proteção individual dos profissionais<br />

que aten<strong>de</strong>m o SUS”,<br />

<strong>de</strong>staca Grunkraut.<br />

Para Marcelo Reis, co-CEO<br />

e CCO da Leo Burnett Tailor<br />

Ma<strong>de</strong>, a tría<strong>de</strong> pessoas, marcas<br />

e sustentabilida<strong>de</strong> só ten<strong>de</strong> a<br />

crescer <strong>de</strong>ntro das gran<strong>de</strong>s empresas.<br />

Ao mesmo tempo, se a<br />

marca não tiver esse propósito<br />

em sua essência, não adianta<br />

querer surfar a onda antes, durante<br />

ou <strong>de</strong>pois da pan<strong>de</strong>mia.<br />

A autenticida<strong>de</strong>, cada vez mais,<br />

ganha força na socieda<strong>de</strong>. “As<br />

pessoas esperam que suas marcas<br />

sejam exemplo e guiem a<br />

mudança, trazendo soluções<br />

práticas e que aju<strong>de</strong>m suas vidas.<br />

As marcas que já faziam<br />

isso, e reforçaram sua atuação<br />

durante a crise, <strong>de</strong>vem continuar<br />

pós-pan<strong>de</strong>mia”.<br />

A lógica é compartilhada<br />

por Kevin Zung, COO da WMc-<br />

Cann. O executivo <strong>de</strong>staca que,<br />

em momentos <strong>de</strong> crise, a população<br />

espera que as marcas<br />

tomem alguma atitu<strong>de</strong>. Nesse<br />

sentido, as priorida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>vem<br />

28 <strong>13</strong> <strong>de</strong> <strong>abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark


mudar. “Estamos vendo empresas<br />

irem além do seu core<br />

business para ajudar as comunida<strong>de</strong>s,<br />

fornecedores e clientes.<br />

Quando vemos a GM parar<br />

<strong>de</strong> produzir carros para consertar<br />

respiradores, ou empresas<br />

como a Lupo fazendo máscaras<br />

para hospitais, a gente percebe<br />

que nada vai ser como antes. As<br />

priorida<strong>de</strong>s mudaram”.<br />

sEm volta<br />

É consenso entre os profissionais<br />

<strong>de</strong> comunicação e marketing<br />

que a pan<strong>de</strong>mia mudou<br />

as relações humanas e, consequentemente,<br />

a maneira <strong>de</strong> as<br />

marcas se relacionarem com as<br />

pessoas. Para Eduardo Picarelli,<br />

diretor do portfólio Craft e Não<br />

Alcoólicos do Grupo Heinekenno<br />

Brasil, esse novo contexto<br />

fez com que pessoas e marcas<br />

enxerguem a vida <strong>de</strong> forma diferente<br />

do que faziam antes. “A<br />

vida já está mudando, não precisaremos<br />

esperar até o fim da<br />

pan<strong>de</strong>mia para afirmar que é um<br />

caminho sem volta”, <strong>de</strong>staca.<br />

Para o executivo, ao mesmo<br />

tempo em que o digital passa a<br />

ser o gran<strong>de</strong> protagonista, faz<br />

também com que o consumidor<br />

seja impactado por uma quantida<strong>de</strong><br />

infinita <strong>de</strong> informações.<br />

“Será através <strong>de</strong> um propósito<br />

claro e bem <strong>de</strong>finido que as marcas<br />

se tornaram relevantes para<br />

os consumidores. Por quê? Porque<br />

o propósito trará afinida<strong>de</strong> e<br />

proximida<strong>de</strong>”.<br />

Foi com esse pensamento<br />

que o grupo Heineken criou<br />

o movimento Brin<strong>de</strong> do Bem,<br />

com objetivo <strong>de</strong> ajudar os estabelecimentos<br />

<strong>de</strong> todo o país a<br />

manter empregos, pagamentos<br />

e salários em dia. A i<strong>de</strong>ia é que a<br />

companhia dobre as doações <strong>de</strong><br />

consumidores feitas no site do<br />

projeto, no período <strong>de</strong> 3 <strong>de</strong> <strong>abril</strong><br />

até 31 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> <strong>2020</strong>. “Pensar<br />

nos comerciantes menores foi<br />

uma maneira <strong>de</strong> impactarmos<br />

positivamente a parte mais afetada<br />

da nossa ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> valor,<br />

que são os bares. Atualmente,<br />

estes estabelecimentos movimentam<br />

ao ano mais <strong>de</strong> R$ 200<br />

bilhões e geram por volta <strong>de</strong> 6<br />

milhões <strong>de</strong> empregos. Isso representa<br />

quase 2,5% do PIB.<br />

Muitos <strong>de</strong>sses bares correm o<br />

risco <strong>de</strong> fechar por conta da pan<strong>de</strong>mia”,<br />

ressalta Picarelli.<br />

Recentemente, a Ambev também<br />

anunciou medidas nesse<br />

sentido com o projeto <strong>de</strong> Stella<br />

Artois. O movimento Apoie um<br />

Restaurante criou uma plataforma<br />

<strong>de</strong> doações on<strong>de</strong> os consumidores<br />

po<strong>de</strong>rão comprar<br />

vouchers para serem utilizados<br />

após a crise e receberão o dobro<br />

Filme da W+K São Paulo para a Lacta usou criativida<strong>de</strong> e sensibilida<strong>de</strong> como recursos em meio a restrições <strong>de</strong> gravações externas<br />

“A chAve pArA<br />

A solução<br />

<strong>de</strong>ssA crise é A<br />

colAborAção. essA<br />

será A grAn<strong>de</strong><br />

lição”<br />

para o consumo. O valor total<br />

será doado pela marca aos comerciantes.<br />

Na semana passada,<br />

Nestlé e Nespresso também<br />

a<strong>de</strong>riram, ampliando a ação<br />

para cafeterias e confeitarias.<br />

“A chave para a solução <strong>de</strong>ssa<br />

crise é a colaboração. Essa será<br />

a gran<strong>de</strong> lição que a pan<strong>de</strong>mia<br />

vai nos trazer. Estamos <strong>de</strong><br />

olho nas melhores práticas do<br />

mundo e enten<strong>de</strong>mos que, em<br />

momentos como esse, todos<br />

po<strong>de</strong>m e <strong>de</strong>vem fazer tudo que<br />

está ao seu alcance. E o setor<br />

privado, do qual fazemos parte,<br />

têm responsabilida<strong>de</strong> fundamental<br />

nesse cenário”, <strong>de</strong>staca<br />

Ricardo Dias, CMO da Ambev.<br />

colaboração<br />

A palavra solidarieda<strong>de</strong> tem<br />

Dias, da Ambev: colaboração será ainda mais essencial<br />

sido exercitada na prática neste<br />

cenário, dando novo significado<br />

para as parcerias entre marcas.<br />

A colaboração funciona como<br />

ferramenta para amplificar as<br />

boas ações. A Alpargatas, por<br />

exemplo, lançou o movimento<br />

Empatia Gera Empatia, que convida<br />

empresas a se unirem para<br />

doações e iniciativas sociais.<br />

Com o mote Vista as sandálias,<br />

que sugere que as pessoas se coloquem<br />

no lugar das outras, Havaianas,<br />

que faz parte do grupo,<br />

vai doar mais <strong>de</strong> 100 mil kits <strong>de</strong><br />

higiene e limpeza em parceria<br />

com a Colgate-Palmolive em comunida<strong>de</strong>s<br />

vulneráveis.<br />

O mesmo sentimento motivou<br />

também empresas como<br />

Fundação Casas Bahia, Grupo<br />

Pão <strong>de</strong> Açúcar (GPA) e Paypal<br />

a apoiarem o Fundo Periferia<br />

Empreen<strong>de</strong>dora, projeto emergencial<br />

<strong>de</strong> crédito que apoia microempreen<strong>de</strong>dores<br />

em comunida<strong>de</strong>s.<br />

I<strong>de</strong>alizada pela escola <strong>de</strong><br />

negócios Empreen<strong>de</strong> Aí, a plataforma<br />

<strong>de</strong> financiamento coletivo<br />

Firgun e a Impact Hub, a iniciativa<br />

prevê incentivos a negócios<br />

como salões <strong>de</strong> beleza, barbearias,<br />

oficinas <strong>de</strong> costura e reforma,<br />

entre outros serviços mais<br />

impactados pela pan<strong>de</strong>mia.<br />

Para Othon Vela, diretor <strong>de</strong><br />

marketing do Pão <strong>de</strong> Açúcar,<br />

toda essa mudança <strong>de</strong> cenário<br />

tem ressaltado as empresas que<br />

trabalham com base em seus<br />

propósitos. Para o executivo,<br />

esse será um valor que fortalecerá<br />

cada vez mais a conexão com<br />

os consumidores daqui para a<br />

frente. “Em meio à pan<strong>de</strong>mia,<br />

enten<strong>de</strong>mos que esse propósito<br />

se refletiu por meio da nossa<br />

missão, enquanto agentes transformadores<br />

da socieda<strong>de</strong>, <strong>de</strong> trabalhar<br />

para manter as lojas abastecidas<br />

e seguras para os nossos<br />

consumidores e colaboradores e<br />

<strong>de</strong> investir em nossa capacida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> entrega em domicílio”.<br />

novo normal<br />

As condições <strong>de</strong> isolamento<br />

social criaram a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

novas maneiras <strong>de</strong> fazer comunicação.<br />

Não apenas do ponto<br />

<strong>de</strong> vista da mensagem, mas<br />

também <strong>de</strong> formatos. Ainda que<br />

recursos como transmissões ao<br />

vivo no YouTube, por exemplo,<br />

Sarah, da Mastercard: foco em manter contato, ainda que distante<br />

jornal propmark - <strong>13</strong> <strong>de</strong> <strong>abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> 29


coronavírus marcas<br />

Reis, da Leo Burnett: propósito das marcas <strong>de</strong>ve estar na essência<br />

não sejam novida<strong>de</strong>, seu uso<br />

tem ganhado abordagens e aplicações<br />

diferentes no contexto<br />

<strong>de</strong> quarentena.<br />

No último dia 8 <strong>de</strong> <strong>abril</strong>, por<br />

exemplo, a cantora sertaneja<br />

Marília Mendonça entrou para<br />

a história da internet ao se tornar<br />

a transmissão mais vista do<br />

YouTube. Foram 3,3 milhões <strong>de</strong><br />

acessos simultâneos. A artista<br />

realizou um show <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> três<br />

horas em casa. A live foi patrocinada<br />

pela Havaianas e Stone,<br />

como forma <strong>de</strong> incentivar que a<br />

população priorize as compras<br />

em pequenos negócios locais<br />

durante a pan<strong>de</strong>mia. A fintech<br />

anunciou ainda R$ 30 milhões<br />

em iniciativas como isenção <strong>de</strong><br />

mensalida<strong>de</strong> e redução <strong>de</strong> taxas,<br />

além <strong>de</strong> R$ 100 milhões em microcrédito<br />

para os negócios mais<br />

atingidos com a crise.<br />

Uma semana antes, Brahma<br />

Duplo Malte, Rappi, Claro e<br />

Magazine Luiza patrocinaram<br />

a live da dupla Jorge e Mateus.<br />

Batizado <strong>de</strong> Live na Garagem, o<br />

projeto teve duração <strong>de</strong> mais <strong>de</strong><br />

quatro horas <strong>de</strong> show e a doação<br />

<strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 216 toneladas <strong>de</strong> alimentos,<br />

além <strong>de</strong> 10 mil frascos<br />

<strong>de</strong> álcool em gel. A iniciativa foi<br />

produzida pela J&M Produções,<br />

em parceria com R2 Produções,<br />

Brahma e suas agências Africa e<br />

Draftline. Para Dias, da Ambev,<br />

o momento é <strong>de</strong>safiador para a<br />

conexão das marcas e seus consumidores,<br />

e as ferramentas digitais<br />

ganham papel <strong>de</strong> entreter,<br />

informar e conscientizar. “As<br />

lives surgem como uma ótima<br />

forma <strong>de</strong> interação e entretenimento.<br />

Porém, mais do que isso,<br />

esse formato se mostra capaz <strong>de</strong><br />

conectar as pessoas em suas casas<br />

com suas famílias e amigos,<br />

com os artistas e com uma causa<br />

comum a todos nós”.<br />

Diante das experiências e<br />

aprendizados com esses recursos,<br />

a tendência é que eles se<br />

normatizem e abram oportunida<strong>de</strong>s.<br />

Essa é a aposta <strong>de</strong> Rafael<br />

Donato, VP executive creative<br />

director da David. “Certamente,<br />

quando a gente sair <strong>de</strong>ssa,<br />

todo mundo vai estar craque<br />

nesse relacionamento à distância.<br />

Eu enxergo com otimismo<br />

essa mudança. Por mais que<br />

tenha sido forçada, nos ajudou<br />

a encontrar novas soluções e<br />

isso me <strong>de</strong>ixa empolgado como<br />

comunicador. Não são tecnologias<br />

novas, mas o preconceito<br />

em comprar online ou pedir<br />

um <strong>de</strong>livery ten<strong>de</strong> a não existir<br />

mais. A i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> live não ser a<br />

mesma coisa que um show presencial,<br />

também. Esses preconceitos<br />

vão cair por terra porque<br />

as experiências não precisam<br />

ser menos genuínas ou autênticas<br />

por serem no digital”.<br />

sEparados, mas juntos<br />

A produção audiovisual também<br />

foi adaptada, assim como os<br />

objetivos das entregas <strong>de</strong> conteúdo.<br />

Para Fernando Taralli, CEO<br />

da VML, com o distanciamento<br />

social, todo o mercado precisou<br />

sair da zona <strong>de</strong> conforto. “Isso<br />

gera muita apreensão e instabilida<strong>de</strong>,<br />

mas, ao mesmo tempo,<br />

abre muitas janelas <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s.<br />

É, praticamente, um<br />

exercício criativo coletivo, em<br />

que todos estão buscando formas<br />

<strong>de</strong> se adaptar”.<br />

“todo mundo vAi<br />

estAr crAque nesse<br />

relAcionAmento<br />

à distânciA”<br />

Enquanto, <strong>de</strong> um lado, agências<br />

e produtoras precisam<br />

recorrer a edição <strong>de</strong> imagens,<br />

filmagens caseiras e um bom<br />

roteiro para substituir as produções<br />

feitas fora <strong>de</strong> casa, que<br />

estão suspensas em todo o Brasil.<br />

Por outro, as marcas estão<br />

priorizando olhares e narrativas<br />

que sejam úteis, informem e entretenham.<br />

Rafael Donato, da agência David: “Preconceitos com o digital cairão por terra”<br />

Fotos: Divulgação<br />

Onomono0<br />

Priorida<strong>de</strong>s das empresas mudam para o bem coletivo, diz Zung<br />

Alê Oliveira<br />

A Wie<strong>de</strong>n+Kennedy São Paulo,<br />

por exemplo, criou a campanha<br />

<strong>de</strong> Páscoa da Lacta se baseando<br />

em apenas uma imagem<br />

dividida em duas em referência<br />

ao distanciamento exigido durante<br />

a pan<strong>de</strong>mia. São quatro<br />

filmes que exploram diferentes<br />

tipos <strong>de</strong> relação, como vó e<br />

neto, irmãos, mãe e filha e médicos.<br />

As cartas narradas pelos<br />

personagens trazem as dores da<br />

distância em um período festivo<br />

como a Páscoa, mas reforçam o<br />

amor e os laços que os unem.<br />

Já a Mastercard trouxe suas<br />

contribuições para tornar o<br />

isolamento mais produtivo.<br />

Usando o recurso <strong>de</strong> websérie,<br />

a marca <strong>de</strong> pagamentos convidou<br />

o chef Alex Atala para<br />

estimular as pessoas a criarem<br />

novos hábitos. Com criação da<br />

WMcCann e produção da En<strong>de</strong>mol<br />

Shine Brasil, os ví<strong>de</strong>os<br />

no YouTube abordam temas<br />

como gastronomia consciente,<br />

sustentabilida<strong>de</strong> e bem-estar.<br />

“A iniciativa quer levar conteúdo<br />

<strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> e uma mensagem<br />

positiva neste momento. A<br />

companhia acredita na força das<br />

conexões e, com este material,<br />

<strong>de</strong>sejamos que o nosso consumidor<br />

insira novos hábitos em<br />

sua rotina e viva momentos que<br />

não têm preço ao lado daqueles<br />

que ama. Mais do que nunca,<br />

acreditamos em permanecer<br />

sem contato, mas unidos”, diz<br />

Sarah Buchwitz, VP <strong>de</strong> marketing<br />

e comunicação da Mastercard<br />

Brasil e Cone Sul.<br />

30 <strong>13</strong> <strong>de</strong> <strong>abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark


coronAvírus mercado<br />

Abap e Fenapro discutem cenários<br />

para as agências após crise passar<br />

Webinar promovido pelas entida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>bateu os impactos da Covid-19 no<br />

planejamento financeiro das empresas e alternativas para enfrentamento<br />

MARINA OLIVEIRA<br />

Abap (Associação Brasileira<br />

<strong>de</strong> Agências <strong>de</strong> Publi-<br />

A<br />

cida<strong>de</strong>) promoveu na última<br />

segunda-feira (6), um webinar<br />

para <strong>de</strong>bater o impacto financeiro<br />

nas agências <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong><br />

diante da Covid-19. Participaram<br />

Antônio Dudli, CFO do<br />

Grupo DAN; Antônio Lino Pinto,<br />

ex-sócio e CFO da Talent; e<br />

Daniel Queiroz, sócio da Ampla<br />

e presi<strong>de</strong>nte da Fenapro.<br />

Com mediação <strong>de</strong> Alexandre<br />

Gibotti, diretor-executivo da<br />

Abap, o trio falou sobre perspectivas<br />

e novas possibilida<strong>de</strong>s<br />

que surgem diante <strong>de</strong>ste novo<br />

cenário. Apesar <strong>de</strong> ser um momento<br />

crítico, segundo os especialistas,<br />

é hora <strong>de</strong> as agências<br />

reavaliarem suas gestões e serem<br />

claras com os funcionários.<br />

“Esqueça o lucro em <strong>2020</strong>”,<br />

disse Lino, que atentou ainda<br />

sobre o quanto essa crise é diferente<br />

das <strong>de</strong>mais enfrentadas<br />

pelo mercado. “Nada se compara<br />

com a situação que estamos<br />

vivendo. A crise <strong>de</strong> 2008,<br />

<strong>de</strong> repente, pareceu uma coisa<br />

minúscula. Não adianta ficar<br />

prevendo muito longe. Temos<br />

<strong>de</strong> pensar no hoje, tentar achar<br />

um caminho. Agora precisamos<br />

focar no que é concreto.”<br />

Lino acredita que a saída<br />

passa por solidarieda<strong>de</strong>, foco<br />

e calma. “Entrar em <strong>de</strong>sespero<br />

só agrava a situação porque<br />

saem todos correndo querendo<br />

tomar medidas e na verda<strong>de</strong><br />

acabam fazendo coisas impensadas.<br />

Teve empresa que já saiu<br />

dispensando todo mundo e<br />

acho uma precipitação”, diz.<br />

Segundo Dudli, o grupo DAN<br />

segue alinhado globalmente e a<br />

operação na Ásia vem avaliando<br />

a retomada <strong>de</strong> sua rotina. “Preservar<br />

a saú<strong>de</strong> e o emprego é o<br />

que <strong>de</strong>vemos fazer aqui no grupo.<br />

Ainda estamos tentando,<br />

diante <strong>de</strong>ste cenário, cada dia<br />

revisitar o orçamento para enten<strong>de</strong>r<br />

quanto será a receita do<br />

ano e esse é o papel primordial<br />

“é muito<br />

importante que<br />

as agências<br />

renegociem<br />

seus escopos <strong>de</strong><br />

entrega também”<br />

Marina Oliveira<br />

Em sentido horário: Antônio Lino Pinto, Daniel Queiroz, Antônio Dudli e Alexandre Gibotti discutiram o impacto financeiro nas agências<br />

dos financeiros. Se não fizermos<br />

isso, não sabemos para on<strong>de</strong> vamos.<br />

É muito importante a preservação<br />

<strong>de</strong> todos os empregos,<br />

não tivemos uma <strong>de</strong>missão durante<br />

esse período e <strong>de</strong>sejo que<br />

não tenhamos, mas prezamos,<br />

principalmente, o cuidado com<br />

a saú<strong>de</strong> das pessoas”.<br />

Para Daniel Queiroz, este não<br />

será um ano <strong>de</strong> resultados para<br />

empresas pequenas e médias.<br />

O presi<strong>de</strong>nte da Fenapro lembrou,<br />

ainda, que o setor já sentia<br />

o impacto financeiro <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

2014 e sabia que <strong>2020</strong> não seria<br />

um ano <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s ganhos, no<br />

entanto, lembrou que uma crise<br />

como a da Covid-19 não chega<br />

sozinha. “Agora é preciso ter<br />

calma e paciência para tomar<br />

as <strong>de</strong>cisões, que precisam ser<br />

tomadas a curtíssimo prazo.<br />

Estamos fazendo planos para<br />

30 dias e em 30 dias, temos <strong>de</strong><br />

rever.”<br />

Agora, segundo Queiroz, não<br />

é sobre busca <strong>de</strong> resultados,<br />

mas sobre diminuir prejuízos.<br />

O criativo admitiu que teve <strong>de</strong><br />

fazer cortes pontuais e houve<br />

redução <strong>de</strong> salários. Mas propõe<br />

uma saída para as agências.<br />

“Nos cortes que os clientes vêm<br />

fazendo <strong>de</strong> suspen<strong>de</strong>r mídia e<br />

reduzir ou eliminar contratos<br />

<strong>de</strong> fee, é muito importante que<br />

as agências renegociem seus<br />

escopos <strong>de</strong> entrega também.”<br />

Para os três, negociação é<br />

a palavra <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m. E, para o<br />

pós-crise, será fundamental<br />

que as agências reavaliem comportamentos<br />

e compreendam<br />

novas possibilida<strong>de</strong>s.<br />

“Vai ter o momento <strong>de</strong> retomada.<br />

E nada será como antes<br />

para nenhum setor. É só pensar<br />

em o quão para o presente<br />

foram trazidas tendências <strong>de</strong><br />

comportamento das pessoas. O<br />

próprio home office. Para quem<br />

tinha gran<strong>de</strong>s estruturas será<br />

repensada essa posição. Muita<br />

coisa vai mudar, estou citando<br />

o home office, mas têm as coisas<br />

que vão mudar também do<br />

lado do cliente porque ele também<br />

está fazendo as revisões<br />

<strong>de</strong>le e temos <strong>de</strong> estar preparados<br />

para uma retomada não<br />

no sentido <strong>de</strong> voltar ao que era<br />

antes, mas <strong>de</strong> como será daqui<br />

para frente”, conclui.<br />

jornal propmark - <strong>13</strong> <strong>de</strong> <strong>abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> 31


coronavírus mercado<br />

Empatia <strong>de</strong>ve ser novo mantra para<br />

marcas conterem possíveis crises<br />

Especialistas alertam que anunciantes precisam estar alinhados ao<br />

público interno e passar mensagens com autenticida<strong>de</strong> e relevância<br />

MARINA OLIVeIRA<br />

Des<strong>de</strong> a proliferação do novo coronavírus<br />

no Brasil, a Jotacom vem analisando<br />

dados referentes aos comportamentos<br />

das marcas e consumidores no ambiente<br />

digital e <strong>de</strong>tectou que os anunciantes têm<br />

se posicionado <strong>de</strong> forma ainda mais ativa<br />

neste período.<br />

O Mercado Livre, por exemplo, foi um<br />

dos primeiros a alterar seu logo - on<strong>de</strong> duas<br />

pessoas dão as mãos - para um cumprimento<br />

com os cotovelos. A ação imediatamente<br />

foi bem aceita nas re<strong>de</strong>s. Na outra ponta, o<br />

McDonald’s anunciou a separação <strong>de</strong> seus<br />

tradicionais arcos dourados em alusão ao<br />

distanciamento social, mas, até o momento<br />

<strong>de</strong> divulgação da peça, não estaria arcando<br />

com o seguro saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> seus funcionários nos<br />

Estados Unidos, gerando assim uma onda <strong>de</strong><br />

indignação dos consumidores.<br />

Para evitar possíveis crises como essa, a<br />

presença nas re<strong>de</strong>s em momentos extremos,<br />

diz João Passarinho Netto, VP <strong>de</strong> estratégia<br />

digital da Jotacom, passa pela autenticida<strong>de</strong><br />

da mensagem, relevância, cuidado com o<br />

branding e, principalmente, por ouvir o consumidor.<br />

Segundo dados da agência, 80% dos brasileiros<br />

acreditam que as marcas não <strong>de</strong>vem<br />

explorar o momento para se promover. Para<br />

88% do público, a mensagem esperada é<br />

<strong>de</strong> como os anunciantes po<strong>de</strong>m ser úteis<br />

nessa nova vida e quais esforços têm feito<br />

para enfrentar essa situação.<br />

Ainda <strong>de</strong> acordo com o levantamento,<br />

as pessoas estão engajadas e consumindo<br />

muito mais informação que o normal.<br />

Gran<strong>de</strong> parte das marcas pausou<br />

seus esforços em publicações para enten<strong>de</strong>r<br />

o momento e se <strong>de</strong>staca quem<br />

levanta a ban<strong>de</strong>ira da causa social e<br />

tem conteúdo relevante para compartilhar.<br />

Além disso, ações sociais<br />

têm impacto maior.<br />

“No momento <strong>de</strong> uma crise<br />

aguda, a marca tem <strong>de</strong> se posicionar<br />

<strong>de</strong> forma a ser empática. Esta é<br />

a gran<strong>de</strong> palavra-chave a que chegamos<br />

em nosso estudo. É preciso<br />

pensar com a cabeça do outro. Em<br />

como ajudar, como ser relevante.<br />

Agora, é preciso trabalhar o branding<br />

<strong>de</strong> forma a fazer a diferença<br />

na vida das pessoas”, aponta.<br />

Para o Sicredi, cliente da Jotacom,<br />

foi elaborada uma estratégia <strong>de</strong> contingenciamento.<br />

Por ser uma cooperativa<br />

“Se colocar no lugar do<br />

indivíduo e enten<strong>de</strong>r<br />

que a <strong>de</strong>ciSão a<br />

Ser tomada é para<br />

privilegiar a peSSoa e<br />

não o negócio é inédito”<br />

<strong>de</strong> crédito, as <strong>de</strong>cisões são <strong>de</strong>scentralizadas,<br />

o que dificulta as ações. A agência, pontua<br />

Netto, elaborou um war room remoto e enten<strong>de</strong>u<br />

que havia reclamações distintas para<br />

as diferentes regiões do país on<strong>de</strong> há atuação<br />

do cliente.<br />

“Fomos direcionando (os dados) para os<br />

vários chefes para chegar em um comum<br />

acordo”, aponta. “Na primeira semana que<br />

atuamos <strong>de</strong>ssa forma, o Social Bakers soltou<br />

uma pesquisa colocando o Sicredi, entre<br />

instituições <strong>de</strong> bancos e crédito, como<br />

a <strong>de</strong> maior e mais positivo engajamento<br />

no momento <strong>de</strong> crise.” Mesmo diante <strong>de</strong><br />

concorrentes gigantes como Itaú e Nubank,<br />

que concentram gran<strong>de</strong>s esforços em estratégias<br />

digitais, o Sicredi, aponta Netto, registrou<br />

20% a mais <strong>de</strong> engajamento que estes<br />

players.<br />

A agência notou ainda um pico nas reclamações<br />

com a chegada da pan<strong>de</strong>mia. “Cresceu<br />

<strong>de</strong> 400% a 500% e entramos neste regime<br />

<strong>de</strong> war room minimizando isso. Hoje<br />

a curva está mais baixa, um nível acima do<br />

normal, mas está controlada.” O teor das reclamações,<br />

diz, também mudou e o público<br />

adotou um tom mais agressivo. “Mas conseguimos<br />

acalmar os ânimos”, <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>.<br />

Outro cliente que captou a importância<br />

da relevância social foi a Brasilcap, empresa<br />

<strong>de</strong> capitalização da BB Seguros. Por ser<br />

uma instituição estatal, a primeira reação,<br />

segundo Netto, foi parar os esforços <strong>de</strong><br />

comunicação. “Suspen<strong>de</strong>mos e ficamos<br />

enten<strong>de</strong>ndo os dados. Chegamos com<br />

insumos e convencemos a diretoria<br />

por meio <strong>de</strong>sses dados e agora vamos<br />

fazer o lançamento <strong>de</strong> uma nova marca<br />

da Brasilcap chamada Doadin. Vamos<br />

lançar essa marca em plena pan<strong>de</strong>mia<br />

para ela ajudar o sistema <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e<br />

os fundos do governo no combate ao<br />

novo coronavírus”, aponta.<br />

A estratégia do lançamento, ainda<br />

sob aprovação do cliente, mas prevista<br />

para <strong>abril</strong>, <strong>de</strong>ve ser crossmídia,<br />

com inserções no digital e com<br />

a combinação <strong>de</strong> outros meios.<br />

Público intErno<br />

Tão importante quanto fortalecer<br />

os laços com seus clientes, as<br />

empresas precisam dar atenção aos<br />

próprios funcionários. Gerir crises<br />

passa, necessariamente, por manter<br />

Milena Fiori, da InPress, aponta que<br />

li<strong>de</strong>ranças têm papel fundamental na crise<br />

32 <strong>13</strong> <strong>de</strong> <strong>abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark


João Netto: Jotacom analisa dados e faz reportes diários<br />

“no momento <strong>de</strong> uma<br />

criSe aguda a marca<br />

tem <strong>de</strong> Se poSicionar<br />

<strong>de</strong> forma a<br />

Ser empática”<br />

os canais internos ativos e com comunicação<br />

clara. Segundo Milena Fiori, diretora<br />

da área <strong>de</strong> comunicação interna da InPress<br />

Porter Novelli, o novo coronavírus é uma<br />

crise que não estava formatada nos manuais<br />

e que, por isso, <strong>de</strong>manda ações ainda mais<br />

bem pensadas.<br />

Quando se mapeiam pontos vulneráveis e<br />

<strong>de</strong> risco, diz, não há algo sobre uma “pan<strong>de</strong>mia<br />

que tiraria os funcionários <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntro da<br />

empresa e faria ela ter <strong>de</strong>, rapidamente, se<br />

articular <strong>de</strong> outra forma.”<br />

Para Milena, a chegada do vírus também<br />

interferiu na dinâmica <strong>de</strong> tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões<br />

sobre o público interno. Foi a primeira<br />

vez, aponta, que as organizações tiveram<br />

realmente <strong>de</strong> ter empatia com os funcionários.<br />

“Não po<strong>de</strong>riam tomar uma <strong>de</strong>cisão em<br />

favor <strong>de</strong> um grupo e em <strong>de</strong>trimento <strong>de</strong> outro.<br />

A organização teve <strong>de</strong> se colocar no lugar do<br />

funcionário e o lí<strong>de</strong>r estava tão angustiado<br />

quanto o contínuo da operação.”<br />

“Ter empatia e se colocar no lugar das pessoas<br />

é a primeira recomendação para a organização.<br />

Se colocar no lugar do indivíduo e<br />

enten<strong>de</strong>r que a <strong>de</strong>cisão a ser tomada é para<br />

privilegiar a pessoa e não o negócio, e isso é<br />

inédito”, reflete.<br />

Para Milena, as empresas que a<strong>de</strong>riram à<br />

MP 936/<strong>2020</strong>, que as autoriza a reduzirem,<br />

proporcionalmente, a jornada <strong>de</strong> trabalho e<br />

os salários, têm ainda mais responsabilida<strong>de</strong><br />

na comunicação com os seus funcionários.<br />

“A partir do momento que ela comunica que<br />

o negócio está fragilizado e dá o contexto<br />

todo, é mais fácil reter o profissional <strong>de</strong>pois.<br />

Se você não diz com clareza todas as medidas<br />

que a empresa está tomando para po<strong>de</strong>r<br />

sobreviver no mercado, fica mais difícil”,<br />

aponta.<br />

Nesse sentido, afirma Milena, a li<strong>de</strong>rança é<br />

fundamental. “Mais do que nunca ela precisa<br />

se comunicar com sua equipe e gerar diálogo<br />

neste momento que estão todos distantes e<br />

realmente ter informação <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> para<br />

passar para seu time. Dar o contexto <strong>de</strong> on<strong>de</strong><br />

estão e para on<strong>de</strong> vão.”<br />

A sugestão é que os presi<strong>de</strong>ntes das empresas<br />

se comuniquem com maior frequência<br />

com os funcionários. “Aten<strong>de</strong>mos uma<br />

re<strong>de</strong> <strong>de</strong> supermercados, que o presi<strong>de</strong>nte<br />

vai falar a cada 15 dias por um ví<strong>de</strong>o que ele<br />

mesmo faz do celular”, diz.<br />

Para ela, os diretores têm <strong>de</strong> manter a comunicação<br />

com o time <strong>de</strong> forma semanal.<br />

Para quem for mais próximo, o contato <strong>de</strong>ve<br />

ser diário ou a cada dois dias, o que é importante<br />

para manter os processos rodando.<br />

“Isso porque nunca o time esteve inteiro <strong>de</strong><br />

home office, e tem gente que vai ser mais ou<br />

menos produtivo, que ainda tem filhos, marido<br />

e outras coisas para dar conta naquele<br />

ambiente. Por isso, é preciso enten<strong>de</strong>r como<br />

as coisas estão funcionando e equilibrar com<br />

momentos <strong>de</strong> distração”, aponta.<br />

Às sextas-feiras, Milena e seu time, que<br />

atualmente tem 30 pessoas, se reúnem virtualmente<br />

para um happy hour. O momento,<br />

<strong>de</strong>fen<strong>de</strong>, é <strong>de</strong> distração e eles contam como<br />

foi a semana trabalhando <strong>de</strong> casa, os <strong>de</strong>safios,<br />

experiências pessoais e outras situações<br />

interessantes que aconteceram ao longo<br />

do período. Para a executiva, essas medidas<br />

são importantes porque, além <strong>de</strong> aproximar<br />

os funcionários, são uma forma <strong>de</strong> humanizar<br />

a relação <strong>de</strong>les com a empresa e <strong>de</strong> <strong>de</strong>sestressar.<br />

Outro ponto relevante na gestão <strong>de</strong> crises<br />

internas, alerta, são os canais escolhidos para<br />

passar as mensagens da empresa. É preciso<br />

se fazer valer dos portais, grupos <strong>de</strong> Whats-<br />

App e <strong>de</strong>mais aplicativos e ferramentas oficiais<br />

da companhia. “Nunca utilizamos tanto<br />

estes canais para comunicar porque temos<br />

clientes que têm parte da produção parada e<br />

aquele time <strong>de</strong> produção que se comunicava<br />

só via lí<strong>de</strong>r, jornal mural ou TV corporativa,<br />

agora está se comunicando via aplicativo do<br />

celular da própria casa.”<br />

Além <strong>de</strong>sses cuidados, outro ponto relevante<br />

é a integração da comunicação entre<br />

agências <strong>de</strong> PR e publicida<strong>de</strong>. “Mais do que<br />

nunca, se você não trabalhar em conjunto,<br />

alguma coisa vai dar errado. Não dá para soltar<br />

uma campanha para o público externo e<br />

ter uma crise no interno. Todos os comitês <strong>de</strong><br />

crise e a equipe <strong>de</strong> comunicação ou colocam<br />

todo mundo para sentar junto ou vão bater<br />

cabeça. Esse também é um dos legados <strong>de</strong>ssa<br />

crise, o trabalho em conjunto”, conclui.<br />

jornal propmark - <strong>13</strong> <strong>de</strong> <strong>abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> 33


CORONAVíRuS MERCADO<br />

“País dividido é<br />

um organismo<br />

disfuncional”<br />

Divulgação<br />

“A<br />

vida não é a vida que vivemos, mas<br />

como a recordamos para contá-la.”<br />

A frase <strong>de</strong> Gabriel García Márquez é<br />

recorrente no repertório da psicanalista<br />

Fabiana Guntovitch, que está tendo <strong>de</strong> se virar nos<br />

30 nesses tempos <strong>de</strong> novo coronavírus. Além dos<br />

clientes regulares, no Brasil e exterior, seu pipeline<br />

inclui coaching para empresas em regime home office,<br />

que traz <strong>de</strong>safios como medo e insegurança mental.<br />

Mais do que isso: estimular a motivação no ambiente<br />

corporativo que vive inédito regime não presencial.<br />

“Estamos vivendo um momento <strong>de</strong> muitos medos.<br />

Para mudar o que vivemos, precisamos mudar nosso<br />

padrão <strong>de</strong> escolhas, para isso, precisamos mudar nossa<br />

visão <strong>de</strong> mundo”, diz Fabiana. Confira sua entrevista.<br />

Paulo Macedo<br />

PRESENCIAL<br />

O olho no olho numa reunião<br />

tem uma vantagem enorme<br />

sobre os encontros virtuais.<br />

A leitura sobre a interpretação<br />

e a percepção do interlocutor<br />

é mais fácil pessoalmente. No<br />

entanto, para que ela seja assertiva<br />

no online, é imperativo<br />

que as pessoas estejam extremamente<br />

presentes. A tentação<br />

<strong>de</strong> multitasking po<strong>de</strong> ser um<br />

imenso tiro no pé, em especial<br />

nos encontros pela internet,<br />

on<strong>de</strong> os participantes não têm<br />

acesso ao contexto das pessoas<br />

com quem estão se encontrando.<br />

Outra característica do<br />

comportamento humano que<br />

po<strong>de</strong> aflorar nesse cenário <strong>de</strong><br />

insegurança é a da conspiração<br />

por trás dos panos. Pessoas que<br />

temem ser mandadas embora,<br />

uma tentativa <strong>de</strong> manipular<br />

as <strong>de</strong>cisões e as relações comerciais<br />

<strong>de</strong>ntro das empresas<br />

para garantir seu emprego. Isso<br />

significa gastar mais energia<br />

confabulando do que focar no<br />

próprio trabalho. A i<strong>de</strong>ia é criar<br />

novas oportunida<strong>de</strong>s e projetos<br />

factíveis para durante e <strong>de</strong>pois<br />

da crise. Esse tipo <strong>de</strong> comportamento<br />

<strong>de</strong>veria ser realmente<br />

<strong>de</strong>sestimulado pelo RH das empresas.<br />

FIDELIDADE<br />

Clientes regulares estavam<br />

melhor preparados para lidar<br />

com a crise e com as angústias<br />

que a Covid-19 trouxe. Até para<br />

que eu consiga aten<strong>de</strong>r novas<br />

<strong>de</strong>mandas que estão surgindo,<br />

alguns abriram mão <strong>de</strong> atendimentos<br />

semanais e passaram<br />

para quinzenais. Há <strong>de</strong>mandas<br />

<strong>de</strong> pessoas que estão angustiadas<br />

com os <strong>de</strong>sdobramentos<br />

<strong>de</strong>ssa crise nas suas vidas - pessoais,<br />

afetivas e profissionais.<br />

As principais causas <strong>de</strong> angustia<br />

são a incerteza e a insegurança<br />

financeira, profissional e<br />

o caos nos relacionamentos.<br />

DILEmA<br />

As empresas e o ser humano<br />

têm <strong>de</strong> lidar com o dilema: salvo<br />

vidas ou sobrevivo financeiramente.<br />

É um novo ambiente<br />

ético, moral, social e pessoal.<br />

Envolve todas as esferas: individualida<strong>de</strong>,<br />

família, corporativo<br />

e governamental. Não é<br />

fácil. O ser humano precisa se<br />

lembrar que se <strong>de</strong>cidir no automático<br />

será emocional e não racional.<br />

Precisamos <strong>de</strong>ixar emoções<br />

pessoais <strong>de</strong> lado e sermos<br />

sempre estratégicos diante <strong>de</strong><br />

situações como a atual. E nos<br />

unir: família, empresa, pessoas.<br />

Um país dividido é um organismo<br />

disfuncional; doente.<br />

Fabiana Guntovitch explica que há um novo ambiente ético, moral, pessoal e social<br />

“um país dividido<br />

é um organismo<br />

disfuncional;<br />

doente”<br />

ISOLAmENTO<br />

Po<strong>de</strong> ajudar. Dando mais espaço<br />

para o profissional focar<br />

em projetos que a rotina diária<br />

não permitia. Ou abrir espaço<br />

para sofrimento emocional, angústia,<br />

ansieda<strong>de</strong>, medo, pessimismo.<br />

Ou seja, baixando a<br />

produtivida<strong>de</strong> e até levando o<br />

profissional a adoecer física e/<br />

ou mentalmente.<br />

CRIATIVIDADE<br />

Períodos <strong>de</strong> isolamento afetam<br />

o exercício criativo na área<br />

<strong>de</strong> comunicação? Não necessariamente.<br />

Depen<strong>de</strong> <strong>de</strong> como<br />

34 <strong>13</strong> <strong>de</strong> <strong>abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark


é a dinâmica criativa individual.<br />

Po<strong>de</strong> haver inclusive mais<br />

espaço criativo do que haveria<br />

num espaço corporativo, on<strong>de</strong><br />

interrupções e interações costumam<br />

ser frequentes. No entanto,<br />

a disciplina pessoal e a<br />

dinâmica familiar influenciarão<br />

diretamente na produtivida<strong>de</strong><br />

dos profissionais, tanto criativos,<br />

quanto executivos.<br />

FuNDAmENTAL<br />

As agências não po<strong>de</strong>m esquecer<br />

que se relacionam e se<br />

comunicam com pessoas. Essa<br />

interação precisa estar alinhada<br />

com a tendência comportamental<br />

do ser humano <strong>de</strong>ntro<br />

do contexto atual. Quando<br />

as agências conhecem e reconhecem<br />

as necessida<strong>de</strong>s e as<br />

dinâmicas comportamentais<br />

das pessoas impactadas por<br />

suas campanhas ou eventos, o<br />

resultado é positivo e se torna<br />

consequência <strong>de</strong> uma inter-<br />

-relação verda<strong>de</strong>ira e sólida; o<br />

contrário acontece quando o<br />

trabalho é pensado priorizando<br />

números.<br />

TOm<br />

Cuidadoso, verda<strong>de</strong>iro, real,<br />

emocional, otimista, flexível,<br />

conectado, ouvinte, parceiro e<br />

fazendo com que o cliente final<br />

se sinta pertencente e acolhido<br />

incondicionalmente. O trabalho<br />

em ambiente coletivo propicia<br />

tensões? Sim. Relações humanas<br />

propiciam tensões. Egos e<br />

metas ameaçadoras são extremamente<br />

estressantes. Quando<br />

uma corporação li<strong>de</strong>ra pelo<br />

medo e pela <strong>de</strong>sunião o ambiente<br />

se torna tóxico e insalubre.<br />

Metas e objetivos, quando<br />

bem alinhados e navegando sobre<br />

relações claras e objetivas,<br />

com valores e propósitos corporativos<br />

e pessoais em sinergia,<br />

são capazes <strong>de</strong> transformar<br />

ambientes até mesmo competitivos<br />

em espaços saudáveis <strong>de</strong><br />

crescimento e superação comunitária.<br />

CONTRADITÓRIO<br />

O isolamento não precisa<br />

ser social. Afinal, estamos mais<br />

conectados por meio da tecnologia.<br />

Só se isola e se <strong>de</strong>sconecta<br />

- se fechando para as opiniões<br />

diferentes das suas - quem<br />

quiser se tornar uma ilha em<br />

alto-mar. Somos seres sociáveis<br />

que precisam se relacionar para<br />

se conhecer, se perceber, evoluir,<br />

criar e viver com saú<strong>de</strong>.<br />

“Quando uma<br />

corporação li<strong>de</strong>ra<br />

pelo medo e<br />

pela <strong>de</strong>sunião<br />

o ambiente se<br />

torna tóxico<br />

e insalubre”<br />

mILLENNIALS<br />

As novas gerações são menos<br />

preconceituosas com o espaço<br />

online, tanto acadêmico quanto<br />

profissional. Existem prós e<br />

contras em ambas as formas <strong>de</strong><br />

produção. Pessoas perfeccionistas,<br />

focadas e disciplinadas<br />

que gostam <strong>de</strong> ir mais a fundo<br />

em conteúdos e que são autodidatas.<br />

Elas preferem po<strong>de</strong>r<br />

se <strong>de</strong>dicar sem interferências e<br />

sem per<strong>de</strong>r tempo com <strong>de</strong>slocamento.<br />

Por outro lado, pessoas<br />

que não são tão engajadas<br />

ou automotivadas precisam do<br />

compromisso presencial. Pois<br />

não confiam que produziriam<br />

se tivessem a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

ligar o Netflix ou o Instagram.<br />

Na verda<strong>de</strong>, tudo se volta ao<br />

comprometimento, ao quanto<br />

cada um vê <strong>de</strong> valor, <strong>de</strong> propósito<br />

e <strong>de</strong> sentido na tarefa que<br />

está se dispondo a executar.<br />

TENSÃO<br />

Tensão é energia acumulada,<br />

e mal armazenada. Trabalhar a<br />

tensão é liberar essa energia <strong>de</strong><br />

formas que tragam prazer. Para<br />

algumas pessoas, é fazer exercício<br />

físico. Para outras, meditar,<br />

dançar e cantar. Isso é muito pessoal.<br />

O que não <strong>de</strong>vemos é fazer<br />

<strong>de</strong> conta que não temos energia<br />

acumulada, que estamos passando<br />

impune por esse período<br />

e empurrar mais uma vez para<br />

<strong>de</strong>baixo do tapete nossos medos<br />

e angustias. Se fizermos isso,<br />

quando menos percebermos,<br />

estaremos tendo pensamentos<br />

trágicos e nos <strong>de</strong>sconectaremos<br />

do presente, <strong>de</strong> nós mesmos e<br />

do que temos controle. Nos tornaremos<br />

reféns <strong>de</strong> emoções que<br />

não nos impulsionam estrategicamente<br />

para cruzar esse caminho<br />

<strong>de</strong> cura e <strong>de</strong> ressignificação<br />

do ser humano.<br />

CORONAVíRuS<br />

Trouxe uma oportunida<strong>de</strong><br />

quase imposta <strong>de</strong> retornar à<br />

fonte, <strong>de</strong> olhar para nós mesmo,<br />

para as nossas relações<br />

mais próximas. E não apenas<br />

<strong>de</strong> reorganizarmos nossas priorida<strong>de</strong>s.<br />

É hora <strong>de</strong> reflexão. De<br />

nos tirar <strong>de</strong> uma zona <strong>de</strong> conforto,<br />

<strong>de</strong> estados <strong>de</strong> negação<br />

justificados, escancarando relações<br />

<strong>de</strong>sajustadas que po<strong>de</strong>rão<br />

ser salvas, ou não, durante<br />

esse período <strong>de</strong> isolamento. E<br />

tensão social e pessoal trazido<br />

pelo novo coronavírus.<br />

EmOCIONAL<br />

Estamos todos fora da nossa<br />

zona <strong>de</strong> conforto. E não há<br />

tranquilida<strong>de</strong> emocional naturalmente<br />

fora da nossa zona <strong>de</strong><br />

conforto. O que não necessariamente<br />

é trágico. Ao contrário.<br />

É fora da zona <strong>de</strong> conforto que<br />

enxergamos novas formas <strong>de</strong><br />

nos posicionar, <strong>de</strong> nos relacionar.<br />

Ter mais oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

criar, <strong>de</strong> sermos flexíveis e <strong>de</strong><br />

enxergarmos o mundo sob novas<br />

perspectivas.<br />

GESTÃO<br />

O sistema <strong>de</strong> tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão<br />

do ser humano, diferentemente<br />

do que se i<strong>de</strong>aliza, não é<br />

racional e <strong>de</strong>liberado, pois, para<br />

cada <strong>de</strong>cisão estratégica, o cérebro<br />

<strong>de</strong>manda um gasto energético<br />

importante, e o ser humano<br />

não po<strong>de</strong>ria <strong>de</strong>spren<strong>de</strong>r tanta<br />

energia se essa fosse a regra nas<br />

tomadas <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão. A regra é<br />

a tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão automática,<br />

instintiva, e principalmente<br />

emocional. Esse sistema, apesar<br />

<strong>de</strong> não ter um custo na manutenção<br />

do organismo, po<strong>de</strong><br />

acarretar um imenso custo nas<br />

consequências das escolhas fundamentadas<br />

nas emoções (e, infelizmente,<br />

na maioria das vezes,<br />

as emoções negativas são predominantes),<br />

nos mo<strong>de</strong>los mentais<br />

configurados pelas nossas crenças<br />

limitantes, e nas <strong>de</strong>fesas do<br />

nosso ego. A gestão baseada no<br />

medo e no pânico ativa ainda<br />

mais nosso sistema emocional<br />

e impulsivo, que não é capaz <strong>de</strong><br />

tomar <strong>de</strong>cisões estratégicas nem<br />

<strong>de</strong> viver o presente. Ele abre<br />

mão do próprio livre arbítrio e<br />

passa a navegar a situação <strong>de</strong>sconectado<br />

da realida<strong>de</strong> presente;<br />

conectado com seus medos,<br />

ansieda<strong>de</strong>s, angústias e suas<br />

percepções das experiências vividas<br />

ou ouvidas no passado que<br />

marcaram seu inconsciente.<br />

RAIVA<br />

É uma emoção necessária e<br />

impossível <strong>de</strong> ser erradicada<br />

do ser humano, apesar <strong>de</strong> não<br />

ser bem vista ou aceita pela<br />

socieda<strong>de</strong>. A raiva tem seu espaço<br />

na sobrevivência da espécie<br />

humana, mas não <strong>de</strong>ntro<br />

do ambiente corporativo. Por<br />

que não? Porque quando ela é<br />

realmente ativada, o cérebro<br />

sofre alterações químicas e físicas.<br />

Acontecem <strong>de</strong>scargas<br />

hormonais e <strong>de</strong> certos neurotransmissores,<br />

e algumas áreas<br />

do cérebro ficam hiperativas e<br />

outras hipoatilas. Adivinhe: a<br />

região límbica do cérebro responsável<br />

pelas emoções e pelas<br />

reações instintivas, impulsivas<br />

e automáticas é ativada e o corte<br />

pré-frontal, responsável pela<br />

estratégia, pelo planejamento,<br />

pela pon<strong>de</strong>ração e bom senso,<br />

“<strong>de</strong>sativada”. Agora quando é<br />

que no ambiente corporativo<br />

po<strong>de</strong>mos nos dar ao luxo <strong>de</strong><br />

nos <strong>de</strong>ixar levar pelos impulsos<br />

emocionais sem pon<strong>de</strong>rar, sem<br />

estratégia, sem bom senso, sem<br />

planejamento? Nunca, não é<br />

mesmo? A raiva <strong>de</strong>ve ser domada.<br />

O profissional que tem dificulda<strong>de</strong><br />

em domar sua raiva, a<br />

boa notícia é que não é difícil<br />

apren<strong>de</strong>r a lidar e a domá-la.<br />

Busque ajuda! É preciso ter a<br />

raiva sob seu domínio, usá-la a<br />

favor. E não ficar refém <strong>de</strong>la, na<br />

vida como um todo; não apenas<br />

na vida corporativa.<br />

FELICIDADE<br />

Não é uma dádiva. E sim uma<br />

busca, conquista pessoal e social.<br />

Felicida<strong>de</strong> não cai do céu.<br />

E todos nós somos responsáveis<br />

pela nossa felicida<strong>de</strong> e em<br />

parte pela oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> felicida<strong>de</strong><br />

na nossa socieda<strong>de</strong>. A<br />

neurociência i<strong>de</strong>ntificou como<br />

importantes promotores <strong>de</strong> felicida<strong>de</strong><br />

e bem-estar: conexão,<br />

não virtual, mas humana; construção<br />

<strong>de</strong> vínculos nas relações<br />

e sair da superficialida<strong>de</strong>; estar<br />

presente. Viver o presente sem<br />

ter espaço para ruminar o passado<br />

ou o futuro enquanto vive<br />

o presente. Altruísmo. Propósito.<br />

Gratidão. Fazer exercícios físicos,<br />

que promovem bem-estar<br />

cerebral e são anti<strong>de</strong>pressivos e<br />

ansiolíticos. Ter boa alimentação.<br />

E controlar o estresse.<br />

PSICANÁLISE<br />

É uma ferramenta maravilhosa<br />

<strong>de</strong> autoconhecimento e<br />

<strong>de</strong> ressignificação das dores da<br />

alma humana. A gran<strong>de</strong> sacada<br />

é trazer à tona conteúdos e esquemas<br />

mentais do inconsciente<br />

individual que impactam no<br />

funcionamento e na qualida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> vida <strong>de</strong> cada um <strong>de</strong> nós.<br />

jornal propmark - <strong>13</strong> <strong>de</strong> <strong>abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> 35


d&ad <strong>2020</strong><br />

“Criativida<strong>de</strong><br />

sempre tem<br />

estratégia”<br />

Com a edição presencial do festival cancelada<br />

este ano em Londres <strong>de</strong>vido à pan<strong>de</strong>mia<br />

da Covid-19, o julgamento online do D&AD<br />

Awards <strong>2020</strong> está previsto para ocorrer<br />

entre maio e junho. A organização afirmou na época<br />

da <strong>de</strong>cisão que, na medida do possível, o objetivo<br />

era fazer o melhor pela comunida<strong>de</strong> criativa.<br />

Acreditava também que os melhores trabalhos dos<br />

últimos 12 meses mereciam ser premiados. Matias<br />

Menen<strong>de</strong>z, ECD da Africa, é um dos 14 brasileiros<br />

confirmados no júri. Ele vai julgar Entertainment,<br />

que em sua opinião <strong>de</strong>veria ser o objetivo número<br />

1 da comunicação. “Para mim, entretenimento<br />

significa criar alguma experiência, tanto física<br />

como visual para as pessoas. Po<strong>de</strong> fazer rir, chorar,<br />

refletir ou surpreen<strong>de</strong>r. No fim, é a experiência<br />

completa do consumidor que importa e é nela que<br />

precisamos pensar”, <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>. Nesta entrevista, o<br />

criativo também fala sobre criativida<strong>de</strong>, tendências<br />

e suas expectativas com o festival. “Achei muito<br />

interessante que o júri se encontrará virtualmente,<br />

em várias sessões agendadas, acomodando da<br />

melhor forma as diferentes time zones dos jurados,<br />

para elegermos juntos os melhores trabalhos”.<br />

KELLY DORES<br />

Critério<br />

Na hora <strong>de</strong> avaliar um trabalho<br />

criativo eu sempre penso<br />

nas pessoas. Acredito que os<br />

trabalhos mais simples e mais<br />

provocadores são aqueles que<br />

as pessoas mais <strong>de</strong>sfrutam.<br />

EntErtainmEnt<br />

Entretenimento <strong>de</strong>veria ser<br />

o objetivo número 1 da comunicação.<br />

Para mim, entretenimento<br />

significa criar alguma<br />

experiência, tanto física como<br />

visual para as pessoas. Po<strong>de</strong><br />

fazer rir, chorar, refletir ou<br />

surpreen<strong>de</strong>r. No fim, é a experiência<br />

completa do consumidor<br />

que importa e é nela que<br />

precisamos pensar. Mais do<br />

que nunca, precisamos pensar<br />

no contexto em que ele vai<br />

receber a peça e nos sentimentos<br />

e emoções que queremos<br />

evocar, durante e <strong>de</strong>pois.<br />

tEndênCias<br />

A verda<strong>de</strong>, nua e crua, é que<br />

a tendência é sempre a mesma:<br />

ser provocador, valente e<br />

relevante para as pessoas.<br />

julgamEnto onlinE<br />

Essa será a minha primeira<br />

vez no júri do D&AD e não<br />

po<strong>de</strong>ria estar mais feliz com<br />

esta oportunida<strong>de</strong>. O D&AD<br />

é um festival que sempre admirei.<br />

Achei muito interessante<br />

que, após a primeira etapa<br />

<strong>de</strong> julgamento online <strong>de</strong> todo<br />

o material inscrito, o júri se<br />

encontrará virtualmente, em<br />

várias sessões agendadas, acomodando<br />

da melhor forma as<br />

diferentes time zones dos jurados,<br />

para elegermos juntos<br />

e premiarmos os melhores trabalhos.<br />

Hoje em dia estamos<br />

todos nos acostumando a trabalhar<br />

online. Isto será o futuro,<br />

sem sombra <strong>de</strong> dúvidas.<br />

Aliás, já é nosso presente. É<br />

Matias Menen<strong>de</strong>z é ECD da Africa e estará no júri online <strong>de</strong> Entertainment<br />

“Todo criaTivo<br />

precisa pensar<br />

esTraTegicamenTe<br />

para criar<br />

Trabalhos<br />

relevanTes”<br />

claro que se per<strong>de</strong> um pouco o<br />

fato <strong>de</strong> não estarmos juntos fisicamente,<br />

falar mais ao vivo,<br />

mas acho que não será um<br />

problema para julgar as peças.<br />

ExpEriênCia<br />

Já participei <strong>de</strong> vários outros<br />

festivais e também tive<br />

a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ser presi<strong>de</strong>nte<br />

<strong>de</strong> júri. Sempre é uma<br />

experiência incrível e <strong>de</strong> enorme<br />

aprendizado. É muito fascinante<br />

o que sai <strong>de</strong> uma sala<br />

(agora virtual) com pessoas <strong>de</strong><br />

vários países, com backgrounds<br />

e culturas diferentes que<br />

estão reunidas para opinar sobre<br />

trabalhos <strong>de</strong> alta qualida<strong>de</strong>.<br />

Não tem como ser jurado<br />

<strong>de</strong> um festival e não sair dali<br />

um criativo melhor.<br />

Rodrigo Pirim/Divulgação<br />

lápis<br />

O D&AD é um dos festivais<br />

mais criteriosos e prestigiosos<br />

do mundo, então ganhar um Lápis<br />

acaba sendo ganhar um dos<br />

prêmios mais difíceis do mercado.<br />

E, justamente por isso, todo<br />

mundo <strong>de</strong>seja ganhar um pelo<br />

menos uma vez na vida.<br />

CriatividadE ou Estratégia?<br />

Acho impossível separar uma<br />

coisa da outra. Criativida<strong>de</strong> sempre<br />

tem estratégia. Todo criativo<br />

precisa pensar estrategicamente<br />

para criar trabalhos relevantes.<br />

apostas<br />

Apostas a gente sempre tem.<br />

Mas, há umas 24 horas, só ouço<br />

falar coisas sobre Moldy Whopper<br />

e acho que esse é um indicativo<br />

<strong>de</strong> job que tem gran<strong>de</strong>s<br />

chances <strong>de</strong> ganhar. O Brasil é<br />

uma referência mundial em<br />

criativida<strong>de</strong>, então não tenho<br />

dúvidas que <strong>de</strong>vem vir trabalhos<br />

bem fortes. Espero que a<br />

gente possa ver muitos trabalhos<br />

brasileiros se <strong>de</strong>stacarem e<br />

serem reconhecidos no festival,<br />

como vem acontecendo nos últimos<br />

anos.<br />

36 <strong>13</strong> <strong>de</strong> <strong>abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark


supercenas<br />

Paulo Macedo paulo@propmark.com.br<br />

higiene<br />

Ativo nas re<strong>de</strong>s sociais com sua inconfundível<br />

verve, o publicitário Michael Conrad,<br />

com sua mulher, Helga, tem sido propositivo<br />

nesses tempos restritivos. Um dos posts<br />

mais viralizados foi em relação ao isolamento:<br />

o casal jantava na sua residência<br />

na Suíça, mas cada um ocupando uma das<br />

extremida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> uma enorme mesa, aliás<br />

com <strong>de</strong>coração impecável. O incentivo à<br />

lavagem das mãos ilustra a coluna. Uma<br />

ótima i<strong>de</strong>ia, não concorda? Autorida<strong>de</strong>s sanitárias<br />

do Brasil já contam com a prática,<br />

que cresceu pelo novo coronavírus, para<br />

diminuir outras doenças. Conrad é professor<br />

e presi<strong>de</strong>nte da Berlim School Creative<br />

Lea<strong>de</strong>rship e comandou a re<strong>de</strong> Leo Burnett.<br />

O início da carreira <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 30 anos<br />

na propaganda foi na Young & Rubicam <strong>de</strong><br />

Frankfurt, como redator.<br />

ATiTUDe<br />

A plataforma <strong>de</strong> entretenimento ao vivo<br />

Ingresse <strong>de</strong>senvolveu ações para esclarecimento<br />

do novo coronavírus. Além do<br />

#StopTheSpreadBR, conduzido pelo CEO<br />

Gabriel Benarrós, mudou logomarca: os<br />

dois tickets interligados <strong>de</strong>ram espaço<br />

a um coração. A empresa também criou<br />

a categoria <strong>de</strong> eventos #FiqueEmCasa.<br />

O objetivo é ajudar a base <strong>de</strong> usuários a<br />

se programar com eventos virtuais que<br />

estão rolando nesse movimento global<br />

solidário. “A i<strong>de</strong>ia é ajudar todas as pessoas<br />

que estão ficando em casa com uma<br />

agenda gratuita no mundo online”, justificou<br />

Benarrós.<br />

Arquivo Pessoal<br />

Michael Conrad, lenda da publicida<strong>de</strong> mundial, e a mulher, Helga, usam humor diante da pan<strong>de</strong>mia do novo coronavírus<br />

Divulgaçãso<br />

Divulgação<br />

Maurício Giamellaro fala que a ação Brin<strong>de</strong> do Bem representa solidarieda<strong>de</strong> ao tra<strong>de</strong><br />

CROWnDFUnDing<br />

A Heineken criou o movimento Brin<strong>de</strong> do Bem para motivar o<br />

tra<strong>de</strong>. O método é o crowndfunding <strong>de</strong>senvolvido com a Abacashi.<br />

O bar precisa preencher cadastro e criar gratuitamente<br />

campanha <strong>de</strong> arrecadação. A marca promete dobrar os valores<br />

computados no site do movimento até 31 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> <strong>2020</strong>. “É<br />

o momento <strong>de</strong> todos se solidarizarem e contribuírem”, disse<br />

Maurício Giamellaro, presi<strong>de</strong>nte da Heineken no Brasil.<br />

Maria Paula Capuzzo exibe seu sorriso Colgate: hora <strong>de</strong> olhar comunida<strong>de</strong>s carentes<br />

SORRiSO<br />

O movimento #EmpatiaGeraEmpatia, li<strong>de</strong>rado pela Havaianas,<br />

teve a<strong>de</strong>são <strong>de</strong> primeira hora da Colgate-Palmolive, que doou<br />

100 mil unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> sabonetes das marcas Protex e Palmolive<br />

para comunida<strong>de</strong>s carentes. “Se cada um fizer uma parte, juntos,<br />

po<strong>de</strong>mos fazer a diferença e construir um futuro em que<br />

todos possam sorrir”, afirma Maria Paula Capuzzo, presi<strong>de</strong>nte<br />

da multinacional, conhecida pelo mantra sorriso Colgate.<br />

jornal propmark - <strong>13</strong> <strong>de</strong> <strong>abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> 37


última página<br />

Unsplash<br />

para que serve<br />

o que eu sei?<br />

Stalimir Vieira<br />

Impossível, quando ficamos dias, semanas,<br />

isolados e atentos a ler e assistir os<br />

dramas causados pela pan<strong>de</strong>mia, não nos<br />

ocorrer que <strong>de</strong>vemos fazer alguma coisa<br />

que aju<strong>de</strong> a amenizar o sofrimento generalizado.<br />

Sempre fui um admirador ardoroso<br />

dos Médicos Sem Fronteiras. Se fosse<br />

médico, muito provavelmente estaria cerrando<br />

fileiras com eles. Mas não sou médico.<br />

Sou redator publicitário. E aí começa<br />

o questionamento que me acomete nesse<br />

dias <strong>de</strong> parança.<br />

Para o que eu, redator publicitário,<br />

sirvo? Talvez, melhor,<br />

ainda, seria perguntar para o que<br />

eu, publicitário, sirvo? Somos filhos<br />

diletos do sistema, como os<br />

nossos irmãozinhos que operam<br />

no mercado financeiro. Fomos<br />

forjados para ven<strong>de</strong>r, fazer dinheiro,<br />

gerar lucro. Nosso talento<br />

sempre esteve disponível para<br />

conquistar corações e mentes e,<br />

assim, promover <strong>de</strong>sembolsos na aquisição<br />

<strong>de</strong> bens e serviços fornecidos por quem nos<br />

interessa. Somos especialistas em abrir bolsos,<br />

bolsas e carteiras <strong>de</strong> consumidores em<br />

benefício <strong>de</strong> nossos clientes.<br />

Como ganhamos em cima <strong>de</strong> ganhos<br />

<strong>de</strong> terceiros, semelhantes a nossos irmãos<br />

operadores financeiros, quanto maior a<br />

nossa capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> promover lucros,<br />

maior a nossa receita. Compomos uma<br />

espécie <strong>de</strong> elite da inteligência <strong>de</strong> mercado.<br />

Porque permanecemos atentos e atilados<br />

acima da média. Uma sacada nossa<br />

po<strong>de</strong> fazer a fortuna <strong>de</strong> um negócio.<br />

A experiência que acumulamos sobre o<br />

comportamento humano e suas tendências<br />

<strong>de</strong> a<strong>de</strong>são a <strong>de</strong>terminados apelos nos<br />

permite oferecer potenciais <strong>de</strong> consumo<br />

<strong>de</strong> ban<strong>de</strong>ja, a quem pagar bem por eles.<br />

“Talvez,<br />

melhor,<br />

ainda, seria<br />

pergunTar<br />

para o que eu,<br />

publiciTário,<br />

sirvo?<br />

Brilham cifrões em nossas retinas quando<br />

expomos planos e estratégias a quem<br />

nos contratou. Quanto mais seguros, mais<br />

confiantes, mais ambiciosos e criativos<br />

nas apresentações <strong>de</strong> campanhas, maior o<br />

fascínio que <strong>de</strong>spertamos. Porque temos<br />

a habilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>monstrar, numa lógica<br />

impecável, que tudo vai dar certo, isto é,<br />

vai gerar muita grana. Sempre foi assim.<br />

Aqui e seja lá on<strong>de</strong> for. A publicida<strong>de</strong> é a<br />

profissão do sucesso, do brilho e do esplendor.<br />

E, então, voltando a mim em meus momentos<br />

<strong>de</strong> reflexão, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong><br />

um passeio pelas re<strong>de</strong>s sociais,<br />

em que manicures ensinam<br />

como as pessoas po<strong>de</strong>m cuidar<br />

das unhas sozinhas, cozinheiras<br />

passam receitas variadas, eletricistas<br />

orientam sobre pequenos<br />

consertos emergenciais, psicólogos<br />

aconselham sobre como<br />

conviver com o isolamento, professoras<br />

oferecem aulas voluntárias<br />

<strong>de</strong> reforço escolar, me envergonho<br />

<strong>de</strong> um dia ter aplaudido alguém<br />

que bravejava, orgulhoso, “enquanto uns<br />

choram, eu vendo lenços”. Nada é mais vexaminoso,<br />

em tempos <strong>de</strong> tragédia, do que<br />

o nosso comportamento em ilusórios dias<br />

<strong>de</strong> glória.<br />

Sob esse aspecto, em que pesem todas as<br />

agruras que traz consigo, a pan<strong>de</strong>mia é uma<br />

boa lição. Não apenas por <strong>de</strong>monstrar a<br />

nossa fragilida<strong>de</strong> física, mas para <strong>de</strong>snudar<br />

a nossa fragilida<strong>de</strong> moral. Quanto, afinal,<br />

do que afirmamos, cheios <strong>de</strong> empáfia, até<br />

31 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2019, para em pé hoje?<br />

O verniz <strong>de</strong>scascou. Boa oportunida<strong>de</strong><br />

para nos perguntarmos o que temos <strong>de</strong>baixo<br />

<strong>de</strong> todo aquele brilho aparente. Porque,<br />

agora, é isso o que vai servir para alguma<br />

coisa.<br />

Stalimir Vieira é diretor da Base Marketing<br />

stalimircom@gmail.com<br />

38 <strong>13</strong> <strong>de</strong> <strong>abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark


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