Edição nº 264 - Lusitano de Zurique (corrigida)
Orgão informativo do Centro Lusitano de Zurique. Edição gratuita
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Edição
digital
[ MAIO 2020 | Edição Nº. 264 | ANO XXVI | Direcção: Sandra Ferreira + Armindo Alves | Publicação mensal gratuita ]
Pandemia Covirus-19
DE REGRESSO À
NORMALIDADE?
WWW.CLDZ.CH
EDITORIAL
NORMALIDADE
OU NÃO?
PÁGINA 3
COMUNIDADE
VIAGENS
CANCELADAS
REEMBOLSOS
PÁGINA 17 E 36
SAÍDA DE CON
FINAMENTO
PÁGINA 16
SAÚDE
2
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Serviçoa sociais: 031 351 17 42
Serviços de ensino: 031 352 73 49
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[ ABRIL 2020 | Edição Nº. 263 | ANO XXVI | Direcção: Sandra Ferreira + Armindo Alves | Publicação mensal gratuita ]
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Bombeiros 118
Ambulância 144
Intoxicações 145
Rega 1414
W W W . C L D Z . C H
EDITORIAL
COVID-19
PÁGINA 3
CONSULADO
INFORMAÇÃO
COVID-19
PÁGINA 5
SINDICALISMO
LINHA DE
EMERGÊNCIA
PÁGINA 12
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Katholische Mission der Portugiesischsprechenden
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Horário de atendimento:
- segunda a sexta-feira das 8h às 13h00 e das 13h30 às 17h
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Maio 2020 | Lusitano de Zurique | WWW.CLDZ.EU
EDITORIAL
3
Normalidade ou não?
SANDRA FERREIRA
Directora - jornalista CC12 A
O Mundo está a querer voltar à normalidade. Mas o que será esta normalidade? Podemos falar
em normalidade se continuamos a ter de manter distância dos que mais amamos, dos contactos
sociais, de mantermos a distância de segurança e de continuar a sair de casa apenas para o essencial?
Podemos chamar de normal ter de andar de máscara e luvas pelas ruas e de termos de
cancelar as férias este ano?
A Suíça como vários países europeus decretaram, no fecho desta edição, medidas de saída lenta
do estado de emergência nacional e para que a economia volte a funcionar em alguns sectores. A
27 de Abril tiveram lugar as primeiras “aberturas“ na Suíça; os cabeleireiros, esteticistas e lojas
de construção e jardinagem. E posso dizer que foi assistir a uma inconsciência geral, com filas
em frente às lojas. No interior as pessoas eram em demasiado número sendo que era impossível
manter a distância de segurança, contudo havia um razoável número de seguranças, só para dar
aquele ar de “lei cumprida“. Isto não é normalidade, isto é consumismo. É aquele “vírus“ que já
habita no ser humano há vários anos e que serve de desculpa para tudo. Consumir o essencial,
mas também o que não é. E se chegamos alguma vez a pensar que este isolamento seria bom
para o ser humano pensar na sua vida, nas suas prioridades, nos seus hábitos e perceber o que
realmente é importante na vida, a maior parte deles não perdeu tempo em por esses pensamentos
para trás das costas e voltar à vida “normal“ que tinha.
Em Maio teremos mais “aberturas“ e, provavelmente, a partir de Junho estará tudo “normal“.
Se assim o vai ser não sabemos, apenas que continuamos a ter de cuidar de nós e dos nossos; que
o Coronavírus ainda anda aí e que a vacina ainda vai demorar.
Por isso tenhamos cuidado com a “normalidade“ e vivamos como até agora, para que o que é
realmente “normal“ - abraçar a família e os amigos - chegue depressa.
EQUIPA REDACTORIAL
EMAIL: LUSITANOZURIQUE@GMAIL.COM
Sandra Ferreira
Armindo Alves
DIRECTOR A CC12 A
SUB-DIRECTOR CC15 A
Natascha D´Amore
Maria dos Santos
Lúcia Sousa
Zuila Messmer
Joana Araújo
CC11 A
Cristina F. Alves
CC 16 A
Jorge Macieira
CC28 A
Pedro Nogueira
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Carmindo de Carvalho
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Esta publicação não
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o inútil
(des)Acordo Ortográfico
Apoios:
Daniel Bohren
Jurista
Pedro Nabais
CC14 A
Aragonez
Marquez
Ivo Margarido
Jeremy da Costa
NOTA: Os artigos assinados reflectem tão-somente a opinião dos seus
autores e não vinculam necessariamente a direcção desta revista
Maio 2020 | Lusitano de Zurique | WWW.CLDZ.EU
4
COMUNIDADE
Maio 2020 | Lusitano de Zurique | WWW.CLDZ.EU
5
Bacalhau e Bratwurst
Comunicado de imprensa
A partir de Julho, a associação portuguesa "Centro Lusitano de Zurique" administrará
o restaurante "Zum Hüsli" em Leimbach. Na ementa estarão presentes
pratos típicos suíços assim como pratos tipicos portugueses.
O restaurante "Zum Hüsli", é um edifício que foi construído em 1612 na Risweg 1 em
Leimbach, cumpre a importante função como ponto de encontro de bairros; pertence à
cidade de Zurique desde 1968. Em Novembro de 2019, a Liegenschaften Stadt Zürich
licitou o "Hüsli" para novas locações. O novo inquilino deverá assumir o restaurante
em Julho de 2020. Trata-se da associação portuguesa «Centro Lusitano de Zurique».
O objectivo e a finalidade da associação, que existe há 36 anos, é cultivar a cultura
portuguesa e apoiar os portugueses facilitando na integração - por exemplo, oferecendo
cursos de alemão. Um restaurante que já fez parte do Centro Lusitano, na
Birmensdorferstrasse, onde está localizada a sede da associação. O qual era bem
frequentado principalmente por compatriotas, o "Hüsli" em Leimbach deve ser um
ponto de encontro para os residentes do bairro, comunidade e associados deste
clube. Também isto se reflecte na oferta, que consiste em pratos suíços e clássicos
portugueses como Bacalhau e é complementada com dois ou três menus ao almoço.
O restaurante será gerido por Rosa Pereira, a actual responsável pelo restaurante na
Birmensdorferstrasse já há 12 anos.
O restaurante “zum Hüsli” estará aberto de quarta a sexta-feira ao meio-dia e à
noite, aos sábados e domingos estará aberto durante todo o dia.
Finanzdepartement
Departementssekretariat
Werdstrasse 75
Verwaltungszentrum Werd
8004 Zürich
Telefon +41 44 412 11 11
Maio 2020 | Lusitano de Zurique | WWW.CLDZ.EU
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COVID-19
Küsnachter ajudam
necessitados
Tradução: ARMINDO ALVES
A cozinhar desde meados
de Março, de dois em dois
dias para os necessitados
(da esquerda): Sarah Albi-
no, Restarateur"Falken"
Toni Albino e o chefe de co-
zinha Lars Schwalenberg.
A comida para os é distri-
buída gratuitamente na
Langstrasse. Fotos: Pascal
Wiederkehr
Devido à pandemia, o proprietá-
rio Toni Albino teve que fechar
temporariamente o seu restaurante
em Küsnacht. Para apro-
veitar o stock, ele ofereceu-se
para cozinhar e pediu a opinião
ao padre local para onde levar
a comida aos necessitados. Me-
tade da vila está agora a apoiar
esta campanha.
"Quando vi a quantidade de pessoas
que precisam de apoio, de-
pois quase não consegui dormir
", diz Toni Albino. Ele gere o res-
taurante Falken em Küsnacht.
Devido à crise de Corona, o res-
taurante encontra-se encerrado.
Ele de momento não cozinha
para os seus clientes habituais,
mas sim para as pessoas à mar-
gem da sociedade. "Eu tinha
tantos suprimentos que não os
queria deitar ao lixo", diz Albi-
no. "Mesmo que a crise afecte o
meu restaurante, estamos con-
fiantes", disse o restaurador. Ele
teve que anunciar os seus seis
funcionários às autoridades ao
trabalho reduzido (Kurzarbeit)
Com seu chefe Lars
Schwalenberg e seus dois filhos,
Rony (16) e Sarah (20), Albino
prepara sopas dia sim, dia não,
desde meados de Março. Ele
transporta-as em recipientes
descartáveis descartáveis bio-
degradáveis para Zurique, onde
são distribuídos gratuitamente
na Langstrasse. A associação
cristã Incontro, em torno da
irmã Ariane Stöcklin e os ami-
gos da comunidade Sant'Egidio
estão na estrada todas as noites
com o carrinho de comida.
Toni Albino é filho de um emi-
grante português, ele cresceu na
Alemanha. Ele conta que che-
gou à Suíça como “lava pratos”
e hoje está bem na vida, graças
a ajudas e oportunidades que
teve, por isso agora é a vez dele
retribuir.
O Restaurant Falken é um res-
taurante que já conta 14 pontos
Gault Millau.
https://www.telezueri.ch/zue-
rinews/beizer-kocht-waehren-
d-corona-krise-suppe-fuer-be-
duerftige-137654773
http://www.lokalinfo.ch/news/
datum/2020/04/09/kuesnach-
ter-helfen-beduerftigen/
https://www.falken-kuesnacht.
ch/
Maio 2020 | Lusitano de Zurique | WWW.CLDZ.EU
Fotos: Pascal Wiederkehr
COMUNIDADE
7
CLZ entrega donativos das
“Janeiras 2020”
SANDRA FERREIRA
Antes de fecharem as fronteiras,
o CLZ ainda teve a oportunidade
de entregar o valor arrecadado
nas Janeiras 2020 a três
instituições em Portugal, para
as quais tinha sido feito o peditório.
Apenas uma ficou ainda
em aberto devido à situação de
confinamento em que nos encontramos.
A associação PAJE foi uma das primeiras
a receber o valor de 4.250
francos suíços entregue em mãos pelo
membro da direcção do CLZ, Domingos
Pereira. A direcção da Associação,
representado pela Dra Fernanda
Gaspar, recebeu este valor com toda a
alegria, agradecendo a todos aqueles
que contribuíram para este valor, mas
em especial ao CLZ pela iniciativa.
O mesmo valor foi entregue também
ao Lar de Nossa Senhora da Graça
de Padrões, em Almodôvar. Este foi
entregue à direcção do Lar pelos
compatriotas Rui e Cristina Venâncio,
que de visita à sua terra tiveram
a amabilidade de levar esta doação do
CLZ. De volta trouxeram os muitos
agradecimentos deste Lar a todos os
que contribuíram para esta boa causa.
O terceiro valor a ser entregue foi à
Corporação Fabriqueira da Paroquia
de São Paio de Brunhais, que também
fez questão de enviar uma nota de
agradecimento a todos os membros
do Centro Lusitano de Zurique.
Por entregar ficou apenas o mesmo
valor que foi entregue a todos, de
4250 francos suíços, a uma criança
em Guimarães, o Tomás de Oliveira,
que tem uma doença degenerativa e
que precisa muito de ajuda. o valor
será entregue logo que seja possível
uma deslocação a Portugal.
O CLZ fica contente poder, todos os
anos, ajudar várias instituições em
Portugal e agradece a todos aqueles
que nos recebem em Janeiro e Fevereiro
e que contribuem para esta causa.
Caro(a)s Amigo(a)s
São Tomás de Aquino, no seu Tratado de Gratidão, ensinou-nos que a gratidão consiste uma
realidade humana complexa, composta por três níveis:
O primeiro nível é o do reconhecimento do benefício recebido. O segundo é o nível do
agradecimento, que consiste em louvar e dar graças. O terceiro é o nível mais profundo, da
retribuição, do vínculo, neste nível, sentimo-nos vinculados e comprometidos a retribuir ao outro.
Cada país, fazendo uso de sua língua, agradece num dos três níveis. No inglês e no alemão
agradece-se no nível mais superficial. “Thank you” ou “zu danken” expressa o reconhecimento
pelo favor que recebemos. Este nível está diretamente ligado ao nosso intelectual, pois
precisamos pensar e ponderar para então reconhecer determinado feito.
Na maior parte das outras línguas agradece-se no nível intermédio. “Merci” em francês, “gracias”
em espanhol ou “grazie” em italiano, indica dar graças por aquilo que recebemos e, neste
sentido, estamos sendo gratos.
Já a formulação portuguesa “obrigado” é a única que expressa o nível mais profundo de gratidão.
Quando agradecemos, queremos dizer “fico obrigado perante vós”, ficamos então vinculados,
comprometidos a retribuir. Esta é a singularidade e a beleza do agradecimento da nossa língua.
Uma palavra especial que muitas vezes usamos no dia a dia sem valorizarmos seu o significado e
o compromisso que ela carrega. Possamos, a partir de hoje, usar mais conscientemente o nosso
“muito obrigado”.
Mas a PAJE, consciente do gesto que o Centro Lusitano de Zurique teve, do seu empenho e
dedicação, vem por este meio expressar gratidão no nível mais profundo, pois ficamos
“obrigados” perante vós a retribuirmos com o nosso trabalho diário, no sentido de conferirmos
mais justiça aos que desde crianças se viram privados de uma Família cuidadora.
Gostaria muito que tomassem perfeita consciência que o donativo que nos enviaram, resultante
do Vosso esforço, permite que continuemos a dar resposta a cada vez mais pedidos de ajuda de
jovens, que por terem crescido em Instituições de Acolhimento e não terem redes sociais de
suporte, têm dificuldades acrescidas.
A PAJE não tem (ainda) apoio financeiro do Estado, pelo que vive da criatividade (caminhadas,
concertos solidários, etc.) e das ajudas que a sociedade civil, através de iniciativas como a Vossa,
nos fazem chegar. Sintam que a verba que nos remeteram, será decisiva, mesmo!!!
Um abraço fraterno e espero em Setembro poder agradecer-vos pessoalmente!
Coimbra, 01 de Março de 2020
P´la Direção (Presidente)
João Pedro Gaspar, PhD
Alameda da Feira, S/N – 3045-382 S. Martinho do Bispo
www.paje.pt ∙ Tel. 913142204 ∙ geral@paje.pt ∙ NIF: 513967419 ∙ facebook.com/PlataformadeApoioJovensExacolhidos
Maio 2020 | Lusitano de Zurique | WWW.CLDZ.EU
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SAÚDE
Coronavirus, Organização Mundial de Saúde - OMS
Informações e definições
ZUILA MESSMER
O diretor geral da Organização
Mundial da Saúde – OMS declarou
dia 11/03 estar em curso uma
pandemia do novo coronavírus.
Pandemia: O termo é usado para
definir uma situação em que, há casos
confirmados de uma doença infecciosa
que ameaça e ou ataca milhares
de pessoas mais ou menos ao mesmo
tempo, em diversos Países do mundo.
Significa que os esforços para conter
a expansão mundial de um vírus
falharam, que a epidemia está fora
de controle. Que é necessário adotar
medidas drásticas para evitar novos
casos, tratar os pacientes e evitar
mortes.
A humanidade enfrenta pandemias
desde os primódios da sua história.
Em torno de 1580 surgiu um vírus na
Ásia, tipo influenza, que causou gripe
e se espalhou pela África, Europa e
América do Norte. Uma das mais graves
foi a gripe Espanhola entre 1918 e
1920, após a primeira guerra mundial,
que levou à morte cerca de 50 milhões
de pessoas. Como exemplo recente
temos o virus H1N1, que ocasionou a
gripe suína em 2009, e agora o CO-
VID 19.
Epidemia: é um surto periódico de
uma doença infecciosa em uma dada
população e ou região, chegando a
um ponto máximo de casos seguidos,
e depois uma diminuição. Muito
comum são as epidemias de gripe
que acontece a cada a ano. Epidemia
pode se transformar em uma pandemia.
Endemia: Refere-se à frequência em
que uma infecção surge em determinada
região. Possui carácter específico,
típico, permanente e restrito a
uma área geográfica. Por exemplo, a
febre amarela na América (Amazõnia)
e África (Zimbabwe, Luanda), onde
surgem constantemente novos casos,
consideradas portanto, áreas endêmicas
da infecção.
Uma endemia pode evoluir para uma
epidemia. Ao viajar para áreas endêmica
se aconselhar à vacinar-se para
não contrair a doença nem contaminar
as pessoas.
Os virus: Em torno do ano de 1883
os cientístas Adolf Mayer e Beijerinck
identificaram os vírus em uma experiência
que realizavam. Constataram
ser um micro-organismos, visível através
de microscópio eletrônico especial,
de classificação e tipos variáveis, compostos
por duas estruturas – a interna
pelo RNA ou DNA e uma externa
sobreposta em forma de cápsula que
o proteje.
Sem células e metabolismo próprio
(sem vida própria), os vírus necessitam
de um agente hospedeiro (homen
ou animais) para se desenvolverem.
Penetram no organismo por endocitose*.
Nas células do hospedeiro a
cápsula protetora do vírus se rompe,
liberando o genoma RNA, que é a carga
genética (a semente), daí se replicam
e podem desencadear a doença
chamada virose.
De acordo com o tipo do vírus, a doença
pode apresentar ou não sintomas,
de características simples ou complexas,
e até incurável, como é o caso da
AIDS.
Outras doenças viróticas: hepatite,
dengue, raiva, varicela, catapora,
caxumba, febre amarela, febre aftosa,
poliomielite, raiva, sarampo, varíola,
rubéola, ébola, herpes, gripes e resfriados.
Endocitose é um processo fisiológico
em que as membranas absorvem
substâncias do meio extra para o intracelular.
O Coronavirus pertence a família de
vírus que se divide em duas espécies, o
Alpha coronavirus e o Beta Coronavirus.
Cada um deles com subdivisões. O
Alpha é o tipos mais comun, que infectam
a maioria das pessoas no decorrer
da vida. No grupo dos Betacoronavirus
está o COVID 19.
Estudos afirmam, que o ponto forte
desse virus é seu alto poder de transmissão
e contágio. A doença que causa,
para surpresa de muitos, possui baixo
índice de mortalidade quando comparado
com um dos piores do mundo,
cuja mortalidade alcançam – da raiva
99,5 % e do Ébola 66,5 %.
O coronavirus tem taxa de mortalidade
em torno de 20% em idosos com
doenças pré existentes, como diabete,
hipertensão, cardíacos, asma,
AIDS, cancro e em especial, as pessoas
com deficiência no sistema imune e
transplantados. Em adultos a taxa
de mortalidade é de 2%, (principalmente
os fumantes). Em crianças é
praticamente zero, com raríssimas
exceções.
O COVID 19 é transmitidos através
das gotículas de salivas expelidas
durante a tosse, espirro,
fala e respiração (quando
o doente infectado libera o ar
proveniente dos pulmões para o
meio externo). Daí se propagam,
contaminam os objetos, locais e
os outros através da boca, nariz
e olhos, sendo as mãos um forte
aliado nesse processo.
Pesquisadores afirmam que o COVID
19 se mantém vivo por horas fora do
corpo do doente. Esse tempo depende
de onde se aloja. Na presença da luz
solar direta, morre em minutos, pois
é sensível aos raios ultravioleta. Em
madeiras, papéis, roupas, cabelos,
sobrevivem por 6 horas. Em superfícies
lisas (metais, vidros, mármores,
azulejos) 12 horas. Após esse tempo,
secam e morrem.
Medidas de controle e combate:
A mídia divulga continuamente
os meios de proteção contra a doença,
por isso vamos nos reter aos detalhes
Maio 2020 | Lusitano de Zurique | WWW.CLDZ.EU
SAÚDE
9
importantes.
Durante uma epidemia, é certo que
nos locais públicos (transportes, estações,
aeroportos, shoppings, estádios
de futebol, escolas,…), onde há
grandes aglomeração e circulação
de pessoas, aparentemente sadias,
mas algumas contaminadas, estão
transmitindo o vírus para os outros,
e lançando nos mais diversos
locais e objetos (corrimões de escadas,
botões de elevadores, máquinas
eletrônicas, torneiras, manivelas de
portas…), caso não sigam medidas
de prevenção da doença.
- Saiba que, se apenas um vírus
atingir a mucosa dos olhos, boca e
nariz, será o suficiente para infectar,
portanto não passar as mãos nessas
estruturas antes de lavá-las ou desinfeccioná-las.
- Ao chegar em casa, não tocar em
nada e em ninguém. Primeiro lave
as mãos ou tome banho. Lave os
cabelos. Não durma com eles infectados
- Retire a roupa que usou, pendure
em local isolado ou de pouco movimento
por no mínimo 8 horas, depois
poderá usá-las novamente. De
preferência lave.
- Mantenha-se restrito à familia. Evite
visitas, não adianta tomar cuidados
se outros não têm.
O vírus é altamente vulnerável aos
desinfetante, principalmente ao hipoclorito,
a água sanitária (Javel) e
ao álcool. Recomenda-se a limpeza
do chão, móveis e objetos – passar
pano molhado da solução de 50 ml
de água sanitária em1 litro d‘água.
O uso do álcool gel (proporção 70%
e 30% de água). Quanto menos for
diluído o álcool, mais eficaz, porém
são perigosos, explosivos e causam
acidentes graves! USE APENAS os
recomendados!
Milhares de pessoas ainda serão
contaminados pelo COVID 19, mas
a maioria desenvolverá anticorpos
e ficarão imunes sem perceber. Reduzir
a velocidade de transmissão
é fundamental devido a incapacidade
do sistema de saúde em atender
grandes números de doentes ao
mesmo tempo. Pela léi da natureza
os mais fortes, sadios e jovens se recuperarão;
os frágeis, com doenças
prévias e idosos, lamentavelmente
muitos morrerão.
Caso teve ou tenha contato com alguém
com diagnóstico confirmado
da doença, as medidas de controle
são mais rigorosas. Procure o médico!
Fique em quarentena, afastado
das pessoas.
Mesmo após a flexibilidade
da quarentena que em breve
entrará em vigor, recomendo
que encare todas as pessoas
como possíveis transmissores
da doença, portanto PROTE-
JAM-SE!Sigam rigorosamente
as medidas de prevenção recomendadas
para estar mais
protegido.
PORTUGUESES
RESIDENTES NO ESTRANGEIRO
NÃO IMPORTA
ONDE ESTÁ.
COM A CAIXA
FICA MAIS PERTO.
Escritório de Representação da CGD - Suíça
Rue de Lausanne 67/69, 1202 Genève
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Maio 2020 | Lusitano de Zurique | WWW.CLDZ.EU
10
CIDADANIA
“Hoje os jovens necessitam
de outra educação, de outra
preparação para viver
na sociedade”
No passado mês de Fevereiro
visitamos a Associação
PAJE -Plataforma de Apoio
a Jovens Ex-acolhidos - com
sede em S. Martinho do Bispo,
em Coimbra. Este é um
projecto inovador, único na
Península Ibérica, que apoia
jovens em situações burocráticas
e outras questões
do quotidianas, através de
aconselhamento jurídico.
Promovem a inclusão social
e laboral, com base no conhecimento
e experiência de
profissionais voluntários.
Falamos com a secretária
da direçcão, Dra. Fernanda
Gaspar, ela própria também
voluntária neste projecto.
Maio 2020 | Lusitano de Zurique | WWW.CLDZ.EU
DOMINGOS PEREIRA
Lusitano Zurique - Dra. Fernanda,
como e quando nasceu a PAJE?
Fernanda Gaspar - A PAJE nasceu (no
formato actual) há 4 anos. Nasceu porque
sentimos que existia a carência deste serviço
sendo que, alguns membros já estávamos
ligados profissionalmente aos jovens
seja no ensino, na psicologia, como é meu
caso, e resolvemos criar uma plataforma
que apoia-se os jovens depois de terem terminado
o acolhimento.
L.Z.- Quantos membros tem a vossa
associação? Quem são e de que áreas
profissionais?
F.G. - Somos poucos. Somo um núcleo fixo
de 5 pessoas: 2 professores, eu como psicóloga,
um enfermeiro e uma jovem ex-acolhida
que ainda esta a estudar, mas que
para nós é uma mais valia porque passou
todos as etapas do acolhimento e, com a
nossa ajuda, conseguiu entrar no ensino
superior e ao mesmo tempo trabalha. Depois
temos cerca de 30 pessoas nas mais
diversas áreas desde médicos, canalizadores,
advogados, pintores, pedreiros que
nos ajudam nas mais diversas situações
pontuais e todos de forma graciosa e multifacetada,
pois temos que ser psicólogos,
mães, pais, avós, temos de ser tudo a toda a
hora, porque tanto nós como os problemas
não têm horário.
L.Z. - Neste momento quantos são os
jovens que obtêm apoio da PAJE?
F.G. - Neste momento estamos a dar apoio
a 178 jovens. Apoios nos mais diversos
aspectos. Em alguns deles só apoio psicológico,
o que envolve só voluntariado do
psicólogo. Há outros que não é assim. Necessitam
de medicação e não tem dinheiro,
embora trabalhem, mas os trabalhos são
maioritariamente precários, e em muitos
casos o trabalho é por turnos (que nada
ajuda quem toma medicamentos psicológicos).
Nestes casos há a necessidade de
lhes comprar medicação (e esta é cara).
Outros necessitam de ajuda para a alimentação,
por conseguinte também realizamos
distribuição de alimentos. Temos alguns
que acabam por cai em sem-abrigo, e claro
que quando temos conhecimento dessa
situação, de imediato os tiramos de lá,
mesmo que muitas vezes para situações
provisorias, como uma pensão mais barata,
é necessário dinheiro. Quando criamos
a associação não tínhamos a noção de que
eramos tão precisos, daí pensamos que
isto seria só aqui em Coimbra e desta forma
conseguiríamos controlar a situação.
Depois de repente surgiram casos de todo
lado - veja que até já de Cabo Verde trouxemos
um jovem.
De momento temos um caso de um jovem
que está internado em Faro, não tem família,
os pais faleceram de overdose. Entretanto
foi vítima de meningite, ficou com a
fala e corpo do lado direito apanhado. Agora
o hospital onde está internado querem
dar-lhe alta, “pô-lo na rua” porque não o
podem ter mais tempo. Agora somos nós
que lhe temos que encontrar um abrigo?
Nós estamos em Coimbra e ele esta em
Faro. Estamos á procura de uma instituição
privada até que uma instituição pública
tenha um lugar para o acolher. Esta é mais
uma de muitas situações que temos entre
mãos.
Depois temos os casos de jovens que “consomem”
e por vezes, quando não conseguimos
por outras vias, temos que os colocar
nas comunidades terapêuticas e, estas têm
de ser pagas, embora devo dizer que temos
parcerias com algumas delas e que nos oferecem
preços simpáticos, mas têm de ser
pagos. Tudo isto envolve muito dinheiro…
Depois existe a Segurança Social em vez de
nos ajudar encaminha-nos imensos casos,
é uma situação caricata. Por exemplo, as
equipas EMAT - Equipas Multidisciplinares
de Apoio ao Tribunal- encaminha-nos
casos, mas depois não nos dão um cêntimo.
A CPCJ -Comissão de Proteção de Crianças
e Jovens- encaminha-nos casos porque
já não os conseguem resolver. Portanto
nós somos necessários para a estrutura do
estado, somos os únicos a nível nacional
e na Península Ibérica, somos felicitados
por entidades como Secretários de Estado
e políticos, mas não recebemos apoios do
estado.
L.Z.- Não sendo a PAJE uma IPSS
(Instituição Particular de Solidariedade
Social), como e onde obtêm
meios financeiros para realizar este
vasto leque de apoios?
F.G. - Com muita criatividade. Com a organização
de concertos, caminhadas, estando
presente em feiras, vendendo certos artigos
que nós próprios elaboramos como, por
exemplo, compotas. E claro com a solidariedade
de muitos como o Centro Lusitano
de Zurique. Não temos outra forma, porque
nós não somos IPSS, não temos qualquer
outro apoio a não ser da Junta de Freguesia
que nos cedeu este terreno do parque de estacionamento,
paga a àgua e a eletricidade.
A Câmara cedeu-nos estes contentores que
hoje servem de escritório e amanhã transforma-se
em consultório, cozinha, sala de
formação, etc.
Temos também recorrido a empresas, mas
infelizmente em Portugal as empresas continuam
muito a ir para quem já tem nome
e assim os rios estão a correr pro mar. Nós
os mais pequenos continuamos sempre na
mesma, a estender a mão…
Por vezes quando temos reunião de direcção,
por regra temos uma mensal, dependendo
dos casos pode ser semanal, porque
estes casos não têm dia nem hora e, de repente
deitamos a mãos a cabeça e perguntamo-nos
e agora que vamos fazer? Nestes
casos resolvemos a situação metendo dinheiro
nosso na associação porque senão
não temos outra forma de ajudar os jovens.
L.Z. - Disse que a Segurança Social
e outras instituições do estado encaminham-lhes
muitos casos. Então
quer isso dizer que existe uma parceria?
F.G.- Não, não temos nenhuma parceria
CIDADANIA
11
seja ela financeira ou de apoio profissional.
Como disse anteriormente isto é muito bizarro.
Isto acontece porque as estruturas
do Estado não tem capacidade de resposta.
Depois os funcionários das instituições do
Estado, conscientes das necessidades dos
jovens, sabem que existimos e reencaminham-nos
os casos…
L.Z. - E com casas de acolhimento
têm parcerias? Concretamente em
que consiste essas parcerias?
F.G. - Sim temos, mas apenas em casos
pontuais, como por exemplo na área de
formação. Esta é uma outra vertente que
temos: Formação para Inclusão na Sociedade,
para que os jovens obtenham competências
e ferramentas para que sejam
capazes por exemplo de gerir o seu dinheiro,
cumprir horários, cumprir e gerir
os seus deveres sociais e profissionais, as
competências parentais e sociais. Porque
os jovens nas instituições tinham e têm
alguém que fazem as coisas por eles. Esta
formação já acontecia e acontece nas nossas
instalações para os jovens ex-acolhidos.
Agora temos a vertente que é ir junto das
casas e realizar lá esta formação com o objectivo
que os jovens saiam da instituição
com outro perfil, preparados, porque assim
serão maiores as probabilidades de existir
sucesso.
Estamos também a realizar encontros
com as equipas técnicas e directores das
casas de acolhimento onde muitas vezes
são jovens ex-acolhidos os oradores, que
ao relatarem a suas experiências pessoais
prestam um serviço muito importante de
prevenção. Infelizmente até a data não tem
acontecido com a frequência que desejamos
porque as casas têm falta de maios
financeiros.
Esta vertente de formação é muito importante
que continue existir porque como se
sabe o sistema de educação nas casas de
acolhimento é muito fechado. O objectivo
aqui era e é que as crianças tenham comer
e roupa lavada. Sabemos que hoje os jovens
necessitam de outra educação, de outra
preparação para viver na sociedade e mentalidade
dos cuidadores das casas de acolhimentos
não souberam acompanhar esta
realidade.
Este processo de formação nas casas de
acolhimento é uma das nossas prioridades
pois estamos convictos que só assim se
conseguirá prevenir e se antecipará muitos
dos problemas que venham a surgir.
L.Z. - Quando recebem um jovem é
possível avaliar o período que esse
jovem necessitará do vosso apoio?
F.G.- Não, não temos nenhuma forma de
rastreio, porque é difícil senão mesmo
impossível de avaliar. Porque depende da
pessoa, do percurso da sua vida, das ferramentas
que lhe foram dadas no passado e
daquelas que possamos fornecer-lhe e das
capacidades físicas e psicológicas dessa
pessoa. Nós temos jovens (ainda adolescentes)
assim como temos uma jovem (que
tem 36 anos), porque continua a ser uma
pessoa frágil devido ao seu passado. Mui-
Maio 2020 | Lusitano de Zurique | WWW.CLDZ.EU
12
COMUNIDADE
tos deles não conseguem livrarem-se das
sequelas de serem retirados das famílias,
de terem vivido em casas de acolhimento.
Muitos quando saem, dizem que têm medo
do silêncio, porque? Porque sempre viveram
numa casa com dezenas de crianças,
jovens. Ai o silencio não existe. Os traumas
persegue-os e, eles não procuram ajuda à
casa onde foram criados (pelas razões que
imaginamos). Os ex-acolhidos relatam-nos
que conseguem ainda hoje lembrarem-se da
pessoa, do que esta tinha vestido quando
ela(e) foi institua-lizado, não conseguem esquecer
do cheiro que a casa tinha. Por estas
e outras razões é que nos é impossível definir
um prazo.
L.Z. - Disse, que os rapazes são aqueles
mais facilmente seguem o caminho
da mà-vida, mais difíceis de encarreirar,
é verdade?
F.G.- Não, não é de todo assim. As raparigas
têm um perfil muito comum muito lineares.
Os rapazes não são assim. Digo isto
porquê: porque as raparigas (em grande número),
quando saem engravidam. Depois de
conhecer o seu primeiro namorado, começam
a ter as suas primeiras relações com a
típica falta de cuidado, outras por um grande
desejo de constituir família, mas sem ter
a consciência do que isso é. É tudo muito
prematuro, não tem noção do trabalho
acrescido, das despesas que isso acarreta,
os cuidados a ter, por exemplo, a alimentação,
a higiene da criança etc. Existe ainda
outras que engravidam de homens muito
mais velhos que vem nelas jovens atraentes
inexperientes, uma presa fácil que as aliciam
e depois não querem saber dos filhos.
Infelizmente voltam a ser vítimas das circunstâncias,
da falta de competências que
não lhe foram fornecidas.
Nos rapazes já não é assim, quando saem
encontram facilmente o primeiro emprego.
Depois vem a tropa e daí já trazem uma
outra bagagem que os ajuda a encontrar o
seu caminho. Mas claro existem casos que
perdem a casa, passam viver na rua, drogas,
álcool etc. O tornarem-se sem-abrigo é típico
nos homens, nas raparigas é muito raro
que aconteça.
São as raparigas que nos preocupam mais,
porque estas não quebram os ciclos. Ao engravidarem
abrem um novo ciclo: filhos que
não querem, mães solteiras que necessitaram
de ajuda em todas as vertentes e que
muitas vezes não querem os filhos e estes
vão ser institucionalizados.
Ao contrário do que se pensa, nós conseguimos
aproximar-nos mais facilmente
aos rapazes do que às raparigas. Sendo elas
mulheres e muitas vezes mães e social e geneticamente
mais veneráveis, mesmo assim
isso não acontece. Os rapazes são mais humildes,
conversam, refletem connosco.
L.Z. - Não existe uma sensibilidade
das instituições para formar sensibilizar
as raparigas para a vida sexual?
F.G.- É assim, existe o método tradicional e
rude da distribuição de contracetivos. Isso
dá-lhe (aos jovens e cuidadores) uma segurança
de que estão a fazer as coisas certas.
Mas sabemos que a educação sexual é muito
mais do isto, é sensibilizar, conversar, informar
sobre os seu direito quanto mulheres,
como se comportar na sociedade, a higiene
intima, as doenças transmissíveis, como se
deve colocar um preservativo, etc. Nestes
casos e, perante a lei, nenhuma casa de acolhimento
está a realizar um mau trabalho,
porque a lei tem aqui uma grande lacuna,
esta não especifica os métodos nem um programa
de inclusão social no total das suas
vertentes. As casas de acolhimento sejam
eles metodicamente ligadas á Igreja ou ao
Estado, não são obrigadas a fazer esta formação,
isto só depende do bom senso dos
cuidadores.
L.Z. - As instituições de acolhimento
existentes são na sua maioria ligadas
há Igreja ou a segurança social?
F.G.- Hoje em dia todas estão ligadas á segurança
social, porque senão não podem
receber financiamento. Claro que internamente
o funcionamento se mantem fiel ás
suas raízes, cada um tem os seus regulamentos
internos e aqui é que existe as grandes
lacunas na legislação. E aqui é que se
notam as grandes diferenças.
L.Z. - Aos jovens que seguem caminhos
menos felizes, também continuam
a dar-lhes apoio?
F.G.- Sim claro, mesmo aos que estão presos.
Ultimamente temos um jovem na prisão
de Linhó, outro em Paços de Ferreira,
um outro que estava numa prisão de alta
segurança no Brasil (uma das mais perigosa
do mundo) e conseguimos que esteja a cumprir
pena fora numa instituição católica.
Este jovem estava a ser acompanhado por
nós e perdemos o contacto com ele. Umas
semanas mais tarde fomos contactados pelo
cônsul para nos dizer que ele estava preso
no Brasil por tráfego de droga (correio), e
não pode sair de la. Esse infelizmente não
podemos ir visita-lo, mas os outros sim,
fazemo-lo regularmente porque consideramos
a visita dos presos uma das maiores
acções humanitárias que se pode realizar.
L.Z. - Para terminamos esta amável
conversa gostava que me falace dos casos
de sucesso, existem casos de sucesso
não é verdade?
F.G.- Sim temos, felizmente temos muitos
casos de sucesso. Ainda no passado sábado
encontramos por casualidade em Lisboa
dois destes casos. Duas jovens que tinham
sido ex-acolhidas e que tinham sido ajudadas
por nós. Foi uma enorme alegria ao vê-
-las com os filhos, uma já tinha terminado
o mestrado, outra tinha regressado de fazer
voluntariado na Guiné. Temos chefes de cozinha,
jornalista, designer e muitas outras
formados nas áreas de serviços. Consideramos
um caso de sucesso todos aqueles que
quebrem o círculo, isto é, por exemplo, que
seguiram um percurso de vida diferente dos
seus pais.
L.Z. - Que projectos tem a PAJE para
o futuro?
F.G.- Mais do que um projecto é uma necessidade
de sermos reconhecidos como
IPSS (Instituição Particular de Solidariedade
Social). Paralelamente estamos a lançar
outro projecto que se chama Out Together
que se trata de um conjunto de propostas e
sugestões que, a nosso ver, devem ser legisladas
para que sejam eliminadas as lacunas
existentes na lei que rege as casas de acolhimento.
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NEUROCIÊNCIA
13
Ser sénior
Tempo de maturidade e sabedoria!
NELSON S. LIMA
Depois dos 60/65 anos de idade começámos a
ser vistos como idosos e, numa etapa seguinte,
“velhos”. É uma classificação social um tanto
perturbadora sobretudo se ainda nos sentimos
saudáveis e perfeitamente activos e úteis. Chega
a ser aborrecido olharem para nós como pessoas
descartáveis, matéria em que os latinos das idades
mais novas são muito pródigos (coisa bem diferente
da Inglaterra e dos países nórdicos, como iremos
um dia destes observar).
Voltando atrás. É saudáveis e activos que devemos continuar a ser
aos 65, aos 70 aos 80 ou até bem mais tarde. Há muitas pessoas que
entram em depressão depois do último dia de trabalho e passam a
ser olhados como aposentados ou reformados (inactivos).
Nos últimos anos de trabalho devemos começar a pensar nessa
passagem da etapa que acabará por chegar e elaborar algumas ideias
que nos ajudem a transitar sem grande esforço nem sofrimento,
sobretudo psicológico.
Depois dos 65/70 podemos ainda viver mais 20 ou até 30 anos. O
que não é coisa pouca. O que iremos fazer com o tempo que nos
sobra sem que caiamos numa rotina deprimente, sem objectivos
nem um programa de vida que se resuma a criar os netos ou a passar
a maior parte do tempo em casa?
O que fizermos após retirados do nosso último emprego vai ter
um grande impacto na saúde e na longevidade (segundo alguns
estudos a entrada na “reforma” encurta a esperança de vida até 5
ou mais anos).
Aliás, o período de vida em que nos tornarmos seniores, poderá
ser muito gratificante.
Aqui estarei com dicas diversas que se podem aplicar facilmente
afastando-nos o mais tempo possível dos “lares de idosos” onde
ficaremos dependentes de outros e, por vezes, sujeitos a autêntica
violência psicológica e a maus tratos (isto está comprovado por estudos
da União Europeia e demonstrado por casos verdadeiramente
criminosos que se tornam notícia).
Continuarei a dedicar a minha atenção a esta etapa da vida até
porque já faço parte dessa imensa população (mais de 2 milhões
em Portugal e acima de 21 milhões no Brasil).
Se é sénior, siga esta página. Mas se é mais jovem também encontra
muitas razões para me acompanhar. www.facebook.com/
nelson.s.lima
Abraço
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14
COVID-19
Escolas e Assistência
O Conselho Federal anunciou que a escola primária obrigatória provavelmente será
reaberta em 11 de Maio. Até lá, o ensino à distância continuará inalterado.
Quando as escolas reabrirem, a saúde dos alunos, dos funcionários da escola e dos pais é a maior prioridade. O governo federal e a conselho
dos directores da educação estão actualmente desenvolvendo medidas para isto. O cantão e a cidade de Zurique estão em processo
de desenvolvimento de cenários sobre os cuidados necessários e como as crianças poderão regressar à escola a partir de 11 de Maio. Mas
ainda não devemos esperar um retorno com funcionamento integral da escola.
O Conselho Federal tomará a decisão final sobre a voltas às aulas em 29 de Abril.
Creches
Para retardar a disseminação do coronavírus, o número de crianças em creches deve ser reduzido o máximo possível. Os pais que não
precisam necessariamente de creche para seus filhos, devem mantê-los em casa. A cidade de Zurique cobrirá os custos das creches não
utilizadas até pelo menos o final de Abril. As creches organizarão o reembolso para os que tiverem direito. As creches continuam cuidando
das crianças cujos pais dependem de creches.
Para mais informações consulte o site da cidade de Zurique: http://twixar.me/8WkT
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COVID-19
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COMUNIDADE
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Empregadas de limpeza
portuguesas na Suíça
sem trabalho nem apoios
Com as medidas excepcionais de combate à pandemia
e com empregos precários, por vezes sem
contrato de trabalho, muito trabalhadores portugueses
na Suíça estão a passar por dificuldades e
sem conseguir aceder a apoios.
LUSA
As restrições impostas pela covid-19 na Suíça deixaram sem rendimento
centenas de empregadas de limpeza portuguesas que,
sem vínculo nem horários certos, ficaram sem trabalhar e não
têm apoios sociais, o que levou um sindicato a pedir ajuda estatal.
Na Suíça desde 1998 e secretário sindical responsável da área da
construção civil no maior sindicato da Suíça - Unia, José Inácio
Sebastião, disse à agência Lusa que os efeitos das restrições no
mundo laboral, para conter a pandemia covid-19, já se sentem na
comunidade portuguesa na Suíça.
“A nossa comunidade trabalha sobretudo em empregos manuais
— limpeza, construção civil, hotelaria, nos quais os trabalhadores
estão mais expostos e que, por isso, o Estado encerrou uma
parte”, disse.
Na hotelaria está tudo parado e a construção civil tem avançado
devagar, o que tem levado muitos trabalhadores portugueses a
pedir apoios sociais.
Ajudas com que não contam centenas de portuguesas que trabalham
na área da economia doméstica (mulheres-a-dias), muitas vezes
pagas à hora ou por tarefa, e sem direito a subsídio de desemprego.
José Inácio Sebastião afirma que muitas destas trabalhadoras já
estão há mais de um mês sem receber e que “vão sofrer bastante,
porque muitas delas não estão declaradas. Trabalham à hora”.
Luísa (nome fictício), a viver em Zurique há seis anos, é uma dessas
portuguesas que tem a folha “a negro”, ou seja, não faz descontos
e por isso não está a receber subsídio de desemprego.
Em declarações à Lusa, disse que a situação está “a apertar”, principalmente
porque o marido que trabalhava numa pastelaria também
está sem emprego.
“Temos um filho com oito anos, que está em casa porque as escolas
estão fechadas. Não posso ir trabalhar, mas também não tinha
onde limpar”, lamentou.
A esta família tem valido umas horas que o marido tem feito numa
obra, onde o cunhado trabalha, mas todas as suas esperanças vão
para o dia em que os trabalhos reabrirem, pois há algumas semanas
que o rendimento escasseia.
“Não temos possibilidade de aguentar muito mais e a burocracia
para pedir ajuda é muita e seguramente que pelo menos eu não
tenho direito a receber nada”, adiantou.
Situações como estas são tão frequentes na Suíça que o sindicato
Unia solicitou ao Estado a criação de um fundo para ajudar estas
mulheres que trabalham na economia doméstica, estipulado numa
média do que eles recebem ao longo de um ano, disse José Inácio
Sebastião.
Maria tem mais sorte. A trabalhar apenas ao sábado — porque
durante a semana tem de ficar em casa para tomar conta dos dois
filhos — continua a receber o vencimento dos patrões para quem
trabalhava durante a semana até à pandemia.
“Como desconto, podia pedir ajuda ao Estado, mas a burocracia
é muita. Além disso, os meus patrões continuam a pagar-me,
simplesmente porque querem”, disse.
Maria, há dez anos a viver na Suíça, não tem dúvida de que este
é um reconhecimento pelo seu trabalho, uma vez que serve estas
famílias há oito anos. “Sinto-me como se fosse da família”, disse.
O sindicato Unia — no qual estão inscritos 30 mil portugueses —
está igualmente preocupado com os trabalhadores temporários
que não têm, ou já usaram, o direito ao subsídio de desemprego.
Segundo José Inácio Sebastião, o sindicato quer que o Estado
aceite todos os trabalhadores temporários como beneficiários do
subsídio de desemprego.
Para o Conselheiro da Comunidade Portuguesa na Suíça, Domingos
Pereira, a adesão ao confinamento voluntário, decretado na Suíça
a 17 de Março e prolongado a 27 do mesmo mês, está a ser boa.
Na Suíça há 29 anos, este motorista de pesados anseia pela segunda-feira,
quando começar a abrir gradualmente algum comércio,
como “cabeleireiros, pequenos negócios e consultórios médicos,
mas sempre dentro das medidas de higiene e segurança”.
Uma nova abertura, nomeadamente das escolas, irá acontecer a
11 de Maio neste país onde vivem mais de 217.000 portugueses
(2,6% da população).
Segundo Domingos Pereira, a redução ou suspensão das actividades
em que a comunidade portuguesa é mais activa — limpezas,
construção civil, oficinas de automóveis — levou a uma redução
do vencimento e há mesmo quem não tenha qualquer ordenado.
“Há muitos portugueses nesta situação, principalmente na área
da construção civil e também na parte da jardinagem. Mas nada
de alarmante”, afirmou.
Mais preocupante para este conselheiro é a situação das portuguesas
que trabalham na economia doméstica, que recebem à
hora e que agora não podem trabalhar nem têm apoios sociais.
Domingos Pereira prevê mesmo “um problema sócio-económico
a breve prazo” nesta área.
A Suíça registou perto de 30 mil infectados e 1.600 mortos desde
o início da pandemia de covid-19. A nível global, segundo um
balanço da AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 200
mil mortos e infectou mais de três milhões de pessoas em 193
países e territórios.
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18 Do nosso cantinho para o vosso cantão
CRÓNICA
As Ferras
ARAGONEZ MARQUES
Teria eu catorze, quinze, dezasseis anos?
Foi por essa altura que decorriam “as ferras”
de que vos falo.
Avisou-me a revista Lusitano de Zurique
que estava na hora da crónica mensal.
Touros, o tema que escolhi, cansado de
tanto Covid-19, ou toiros, talvez não saibam
que se pode dizer de ambas as maneiras.
Touros, mais campestre, mais rural, mais
Alentejo, mais sol de praça. Toiros, mais
cidade, mais finura, mais português de
academia, se academia houvesse, mais lugares
à sombra.
Lembro-me, de cima deste meio século
que tenho, de um barracão, onde se guardavam
as alfaias agrícolas, que nesse dia,
o dia da “ferra”, se transformava em grande
salão de comidas e bebidas.
Uma grande mesa ao meio, muitos cavaletes
a sustê-la. Toalhas grandes, de pano,
algumas bordadas, sobrepostas nas pontas,
esticadas, muitas, cobriam o tampo
da enorme mesa e as patas dos cavaletes.
Sobre elas, uma imensidade de pratos e
iguarias. Nada de garfo e faca nesse dia, à
mão, navalhas abertas e cortantes.
Um exagero de comida que definia, às vezes
por presunção, o lavrador que não lavrava,
o dono da terra, do barracão, das
alfaias, dos cavaletes, das toalhas, dos
pratos, das iguarias e dos toiros.
Toiros.
Que quem os cuidava chamava-lhes touros.
Eram gentes de sol.
Por essa altura, teria o meu pai, que nos
deixou há pouco tempo para sempre e cujo
luto ainda não tive tempo de fazer, pouco
menos do que a idade que tenho hoje, e era
pela sua mão, pois trabalhava nas veterinárias,
que eu tinha contacto com esse dia,
o dia da “ferra”.
Logo cedo, as vacas e os aprendizes de
touro, eram metidas num redondel e contratavam-se
“os forcados”, um grupo dos
próximos, o de Portalegre, o de Sousel...
que os de Alcochete, Vila Franca de Xira,
Coruche ou Santarém, estavam destinados
às “ferras” Ribatejanas, para agarrarem o
gado, um a um, que depois de bem sustido
e caído no chão, era alvo dos ferros em
brasa que dormitavam com as pontas alaranjadas
de calor, no escaldante braseiro
ateado pela manhã e que durava enquanto
houvesse vaca ou cria que não fosse ferrado.
Aproveitavam os donos essa imobilidade
do bicho, e se agarrados uma vez, tudo
se faria aproveitando o momento, não só
a “ferra”, como a vacinação e a recolha de
amostras de sangue para análise da brucelose,
que nessa altura, amedrontava os
bolsos dos ganadeiros, e era aqui, que aparecia
o meu pai e entrava eu, catorze, quinze,
dezasseis anos?
Não sei bem, mas que importa o tempo se
tudo continua igual, ou parecido, só que
eu, deixei de ser convidado, e agora, com
o meu pai em viagem infinita e sem retorno,
darei por encerradas presenças fisicas,
e manterei apenas as memórias que partilharei
com filhos, netos, amigos e com
você.
Depois da “ferra” (a vacinação e a prevenção
de doenças não é mencionada na
especialidade deste dia) apenas o ferro, a
posse, o cheiro a carne queimada, o mugir
agudo das reses... vinha a festa.
Mas não é crítica esta partilha consigo
desta vivência juvenil, e não o é, porque
gostava, direi mais, adorava, e sabendo
que ia acompanhar o meu pai, bem antes
dele acordar, já eu estava desperto, excitação
no corpo, e a enorme expectativa do
dia diferente que iria nascer para mim.
Levávamos o velho Land Rover dos Serviços
Pecuários de Portalegre, a velha Intendência
Pecuária de que o meu pai era
funcionário, e o cheiro do campo misturado
com o “pecuzanol” e o “tibenzol” dentro
do jipe, os saltos do carro pela estrada de
terra, os fato-macacos brancos e aqueles
amanheceres, ainda ocupam um espaço
privilegiado nos meus sentidos.
Depois do trabalho, seguia-se o almoço,
manchando as toalhas com nódoas de
azeitona, molhos de cabrito, sopa de cachola,
pimenta que apaladava os queijos
frescos (comidos antes das análises), e um
sem fim de sobremesas, desde o arroz doce
até às “mousses” de todas as qualidades,
cores e paladares.
Comia-se de pé.
Todos sabíamos porquê, ou quase todos,
pois os noviços de nada se precaviam.
O meu pai, enquanto metia um panado na
boca, segurando com a outra mão o prato,
dizia-me sempre “não tires os olhos dos
portões”.
Eram portões grandes, capazes de engolir
as ceifeiras debulhadoras, um em
cada ponta do barracão, e então, quando
menos se esperava, entrava por um deles
uma vaca brava, tão assustada como nós,
correndo a caminho do outro portão, por
onde entrava a luz e sabia que estava a liberdade.
Maio 2020 | Lusitano de Zurique | WWW.CLDZ.EU
CRÓNICA
19
Quanto aos comensais, largavam pratos
e copos, saltavam por cima das toalhas
bordadas, entornavam jarros de pura
cêpa, e as senhoras também, e as crianças,
que os pais arrebatavam num impulso
salvador.
Depois, quando a vaca saía, eram os risos,
os comentários, o sangue que se
aquecia com os copos que se enchiam, a
festa da “ferra”.
Descansava-se depois por ali, debaixo
dos sobreiros, as crianças andando de
burro, as mães vigiando, os pais curtindo
a pançada ressonando pelas sombras, debaixo
das azinheiras ou protegidos pelas
paredes exteriores do sítio da festa.
E às cinco horas, sempre às cinco, havia
um encontro marcado no redondel.
Era o culminar.
As senhoras e as crianças recolhidas sobre
as zorras dos tractores, ou das carroças
de madeira fechadas em círculo.
Os homens, os rapazes, como um ritual,
adrenalina à tona, esperando a saída do
novilho, as correrias à sua frente, os volteios,
as fintas, os medos, os risos da assistência.
Começava então a aparecer no público,
canas ao alto, rachadas nas pontas, com
notas de escudo entaladas.
Os moços, do grupo convidado, que utilizavam
“as ferras” para treinos das corridas
de verdade, com touros de verdade,
sem nada mais receberem em troca do
que o enaltecer da sua vaidade, faziam-se
caros.
Deixavam que mais canas com notas subissem
ao alto, e quando contavam uma
maquia interessante, saltavam para o redondel
demonstrando bravura.
Alinhavam-se em fila indiana, o primeiro
chamava o novilho, pé ante pé, pavoneava-se
frente a frente com o animal.
Batia-lhe as palmas, mais um passo curto,
um salto chamativo, mãos nas ancas,
“ei, touro lindo”, “ei, touro, touro, touro
lindo”, e o novilho arrancava, nobre,
olhos fechados, como fechados ficavam
os braços do forcado galopando na sua
cabeça.
Depois saltavam-lhe em cima os restantes
moços, desmanchando a fila, e um, o
último a largar o touro, o rabojador, agarrado
à cauda do touro e flectindo um joelho,
contrário à perna esticada, riscava
um círculo no chão, como um compasso
marcando a terra.
Recolhiam depois as notas das canas que
se lhes apontavam, era a paga do seu esforço.
A sua bravura, a coragem que aparentavam,
estava arroupada pela técnica, por
muitas “pegas” repetidas, por muitas
instruções passadas pelos mais velhos e
concentradas no “cabo” do grupo.
Podem na praça, reencontrar-se com o
animal da “ferra”, quatro, cinco anos depois,
e aí sim, todo o trabalho aparece na
montra da praça.
Também esses dias fazem parte da minha
memória.
Tinha a sorte da corrida das festas da minha
terra, durar para mim todo o dia.
Enquanto começava para a maior parte
do público às seis da tarde, todos os anos,
religiosamente no dia 23 de Maio, Dia da
Cidade de Portalegre, comemorando o foral
que lhe foi outorgado pelo rei D. João
III, para mim, começava às oito horas da
manhã, visitando os curros com o meu
pai, verificando se os touros estavam em
condições, assistindo ao sorteio dos animais
pelos representantes dos cavaleiros,
à embolação dos touros, vendo as apostas
feitas neste ou naquele animal.
Toda a manhã se falava da corrida da
tarde e, curiosamente, esse não era para
mim o melhor momento.
Começava o crepúsculo da festa e, por
cada hora que passava, o final aproximava-se
doentio.
Depois da corrida, onde por decisão da
lei portuguesa não se matam os touros na
praça, assistia com mágoa ao desenrolar
dos bastidores.
Já não ia ao jantar dos toureiros, onde se
cantava o fado.
O meu pai levava-me para casa, mas um
dia vi.
Vi como sofriam os touros depois da corrida
portuguesa.
São colocados dois barrotes atravessados
num curto corredor, um por cima e
o outro por baixo do pescoço do touro,
tornando-o num animal sem qualquer
defesa.
São-lhe depois arrancadas as farpas, com
uma navalha que lhes retalha a carne e
deixa a nú buracos disformes de carne
viva.
Depois, para que não infecte, disseram-
-me, regam-se os buracos com creolina
enquanto o touro berra e movimenta
as partes traseiras sem sucesso de liberdade.
Várias horas depois, o animal tem febres
altas e, ou morre no matadouro doente
e febril ou, dizem, FOTO:
são levados de novo ALFREDO CUNHA
para os prados onde
se curarão ou não.
Não sei.
Fui testemunha do matadouro, nunca
acompanhei a devolução do animal aos
campos.
Dizem que sim, que se curam, dizem até
que são novamente vendidos para serem
corridos em praças pequenas em negócios
fraudulentos e perigosos para os toureiros.
Talvez por isso, recorde “as ferras”, a
alegria que sentia tão cerca do touro, ou
toiro.
Sol ou Sombra.
Maio 2020 | Lusitano de Zurique | WWW.CLDZ.EU
20
COVID-19
Suíça anuncia plano para
saída de confinamento
de mais de cinco pessoas continua em vigor,
assim como as recomendações de higiene,
disse Berset.
Estão em andamento os preparativos para que
as empresas de transporte público retomem
os serviços regulares. O governo também está
considerando opções para os organizadores
de eventos de massa, especialmente festivais
de música, competições esportivas, assim
como comícios políticos.
Espera-se que os detalhes sejam anunciados
no final do mês.
Restrições
Grande parte da vida normal ficou parada na Suíça durante semanas(Keystone / Gian Ehrenzeller)
Um primeiro conjunto de restrições foi imposto
pelo governo no final de fevereiro e
as medidas foram sendo gradativamente
reforçadas.
MATTHEW ALLEN E URS GEISER
A Suíça vai começar a flexibilizar o
isolamento social imposto contra a
Covid-19 a partir de 27 de abril, permitindo
que os autônomos reabram
suas portas. As crianças deverão
poder regressar à escolaridade
obrigatória a partir de 11 de maio.
A partir de 8 de junho, os estabelecimentos
de ensino médio e superior, museus, jardins
zoológicos e bibliotecas estarão novamente
abertos, desde que não se verifique um ressurgimento
da pandemia do coronavírus no país.
O governo anunciou o seu plano trifásico para
restabelecer a normalidade na Suíça durante
uma crise que já custou mais de 1200 vidas.
“Isto nos dará a todos uma perspectiva para o
futuro próximo e as empresas têm tempo para
se prepararem para uma reabertura de lojas
sob as regras do distanciamento social e das
precauções de higiene”, disse na quinta-feira
(16) a presidente suíça Simonetta Sommaruga
em uma conferência de imprensa.
Os hospitais também poderão realizar procedimentos
não urgentes a partir de 27 de abril
e os consultórios médicos e odontológicos
poderão reabrir. Negócios como cabeleireiros,
clínicas de massagem, estúdios de tatuagem e
beleza, floristas, lojas de bricolagem e centros
de jardinagem também poderão ser reabertos
na primeira etapa do plano de normalização.
“As restrições serão levantadas para os produtos
que podem ser vendidos no varejo. Os
mercados que vendem outros itens que não
são essenciais para o dia-a-dia poderão então
retomar a venda também”, afirmou o governo.
As medidas que atualmente restringem os serviços
funerários à família imediata também
serão levantadas durante esta fase.
Abordagem cautelosa
O ministro do Interior Alain Berset disse que
o governo escolheu uma estratégia cautelosa
de saída da Covid-19.
“Queremos sair o mais rápido possível e o
mais lento necessário”, disse. “Temos que
evitar uma política de stop-and-go”.
No dia 29 de abril, o governo tomará uma decisão
sobre se deve prosseguir com a segunda
etapa das medidas. Isso envolve a reabertura
das escolas do ensino fundamental em 11
de maio, seguida das instituições de ensino
médio e superior e outros serviços públicos
em 8 de junho.
“A passagem de uma fase para outra depende
de não haver aumento significativo dos casos
de Covid-19. É necessário tempo suficiente
entre cada fase para que os efeitos possam
ser observados”. Os critérios são o número
de novas infecções, admissões hospitalares
e mortes, e as taxas de ocupação hospitalar”,
afirmou o governo.
Distanciamento social
A proibição de reuniões públicas e privadas
Escolas e empresas não essenciais foram
obrigadas a fechar suas portas desde 23 de
março, uma medida que foi posteriormente
prorrogada até 26 de abril.
O governo disse que as pessoas de alto risco
não seriam obrigadas a voltar ao trabalho
imediatamente. As empresas têm o dever de
proteger esses trabalhadores.
Os cantões continuarão monitorando e isolando
as pessoas infectadas para evitar novas
transmissões.
“Para isso, será desenvolvida uma estratégia
de testes ampliada, um conceito de rastreamento
de contatos e um aplicativo que forneça
informações sobre contatos com pessoas
infectadas”.
Fundos
Enquanto isso, o governo decidiu conceder
benefícios financeiros para os autônomos
como parte de um grande pacote de auxílio
para evitar o desemprego.
A medida veio após as pressões políticas das
últimas semanas. A expectativa é que custe
CHF1,3 bilhão (US$ 1,4 bilhão).
Um adicional de CHF20 milhões foi destinado
a um projeto especial de pesquisa Covid-19,
disse o ministro da Economia, Guy Parmelin.
O governo já prometeu CHF42 bilhões em
ajuda financeira, incluindo empréstimos e
um subsídio de desemprego de curto prazo.
Adaptação: Fernando Hirschy, swissinfo.ch
Autor escreve em português do Brasil
Maio 2020 | Lusitano de Zurique | WWW.CLDZ.EU
COVID-19
21
Compensações para
assinantes anuais e
mensais do ZVV
SANDRA FERREIRA
(*)
Devido à situação excepcional, muitos assinantes
de transporte público, em Zurique, não podem usar
sua assinatura normalmente. O setor de transporte
público concordou com uma solução nacionalmente
uniforme e compensa os proprietários de
assinaturas anuais e mensais com um total de 100
milhões de francos.
Em nome do governo federal, as empresas de transporte
da ZVV ( Zurique Verkersverbund) fornecem
grande parte do serviço regular todos os dias, mesmo
durante a crise do corona. A oferta no ZVV não
cobre custos, mesmo em condições normais, e deve
ser subsidiada com dinheiro dos impostos. Devido ao
grande declínio de passageiros, o ZVV perde agora
receita adicional de bilhetes praticamente pelo mesmo
custo. Apesar dessa situação difícil, os titulares
de uma assinatura anual da ZVV recebem 15 dias
adicionais únicos em sua assinatura. Os assinantes
mensais também recebem um crédito equivalente a
15% de sua assinatura pela compra da próxima assinatura.
Assinaturas anuais
Quem se beneficia da compensação?
Todos os titulares de assinatura que tenham uma assinatura
anual válida no último dia da situação excepcional.
A data exata dessa data limite será anunciada
oportunamente.
Como titular de uma assinatura anual da ZVV, o
que devo fazer para me beneficiar da extensão?
O período de validade da assinatura anual da ZVV
é automaticamente prorrogado por 15 dias. Não há
necessidade de ir ao balcão. Os assinantes serão informados
oportunamente.
A implementação técnica concreta está sendo elaborada.
Informações mais detalhadas serão fornecidas
posteriormente.
Assinaturas mensais
Quem se beneficia da compensação?
Qualquer pessoa com uma assinatura mensal válida
até 17 de Março de 2020.
Como titular de uma assinatura mensal da ZVV, o
que devo fazer para receber o crédito?
Os titulares de assinaturas mensais pessoais receberão
um comprovante da ZVV, que poderá resgatar
on-line ou no ZVV-Contact. Pedimos sua paciência,
pois os processos e sistemas precisam ser configurados
especificamente para o caso atual.
(*) Fonte: www.zvv.ch
Maio 2020 | Lusitano de Zurique | WWW.CLDZ.EU
22 AGENDA
Sexta-feira - 1.5.
NOTAS IMPORTANTES DO CONSE-
LHO FEDERAL
Mantenha pelo menos 2 metros de distância
de pessoas fora de sua casa e lave as mãos
regularmente. Grupos de mais de 5 pessoas
continuarão sendo multados. O Conselho
Federal decidiu relaxar as medidas de proteção
contra o novo vírus corona em três
etapas. A partir de 27 de Abril cabeleireiros,
estúdios de massagem e cosméticos podem
começar a operar novamente. Lojas de ferragens,
centros de jardinagem, floriculturas e
centros de jardinagem também podem abrir
novamente. Se a situação permitir, a partir
do 11 de Maio reabrir as escolas obrigatórias
e todas as lojas. Se não houver mais aumento
de infecções, a partir do 8 de Junho reabrir
escolas de ensino médio, escolas e universidades,
cursos de alemão e integração, além
de museus, zoológicos e bibliotecas.
http://www.bag.admin.ch/bag/de/home/das-
-bag/aktuell/medienmitteilungen.msg-id-78818.
html
Sábado- 2.5.
ARTE APESAR DO CORONA
“Haus Konstruktiv” oferece um programa
alternativo a cada semana. Obtenha informações
sobre exposições e eventos passados,
além de informações básicas sobre a coleção
e idéias de artesanato para crianças, famílias
e professores. Grátis.
http://www.hauskonstruktiv.ch/deCH/vermittlung/museum-at-home-wt1746.htm
DOMINGO- 3.5.
CAFÉ DA LÍNGUA ONLINE
Pratique falar alemão. O “Maxim Theatre”
oferece um café com idiomas on-line. Fale em
um ambiente aconchegante em alemão sobre
uma ampla variedade de tópicos e conheça
novas pessoas. Informações em: www.maximtheater.ch.
Qua / Qui 17: 00-18: 30. Grátis.
http://www.maximtheater.ch
SEGUNDA-FEIRA - 4.5.
LIÇÕES PARA CRIANÇAS ESCOLA-
RES
As escolas estão até 11 de Maio fechadas.
Por esse motivo, o site “Schlaumeier” oferece
aulas interativas diárias, contribuições
e um programa de exercícios para crianças
em idade escolar. Seg-Sex 9:00 Aprox. 30
min. Grátis.
http://www.schlaumeier.online
TERçA-FEIRA - 5.5.
ACONCELHAMENTO DE VIDEO E
TELEFONE PARA ADOLESCENTES
Você quer nos contar uma coisa? Você está
entediado? O que te preocupa? Como está
indo a escola? O que está acontecendo em
casa? Os trabalhadores ouvem-te e ajudam
ainda mais. Uma oferta do “GZ-Höngg”. Seg
079 771 68 04. Ter 079 172 13 35. Qua 079
792 51 19. Qui 077 991 74 38. 19: 00-21: 00.
Grátis.
http://www.gz-zh.ch/gz-hoengg/programm/
QUARTA-FEIRA - 6.5.
LINHA DE INFORMAÇÃO AOZ PARA
REFUGIADOS
A crise da corona afeta todos nós. Você tem
alguma pergunta? O que vem a seguir? Aqui
você encontrará todas as informações importantes
sobre a situação actual da corona.
Ligue ou escreva-nos via SMS ou WhatsApp.
Você pode obter informações em: árabe, Badini,
dari, inglês, persa, francês, Kurmanci,
somali, tâmil, tigrínia, turco, urdu. Grátis.
Informações em:
http://www.stadt-zuerich.ch/aoz/de/index/
integration/erstinformation/hotline.html
QUINTA -FEIRA - 7.5.
APRENDA ALEMÃO EM CASA
No grupo do Facebook “Aprenda alemão em
casa”, você encontrará informações para seu
auto-estudo. Por exemplo, descubra quais
aplicativos gratuitos você pode usar. Você
precisa de ajuda ou conselho para cursos de
alemão? Ligue para nós. Residente na cidade
de Zurique: qua / qui 09: 30-11: 30; 077 814
09 21 (alemão, inglês, francês, espanhol).
Residente no cantão de Zurique: seg / qua
14: 00-16: 30; 079 762 81 12 (alemão, inglês,
francês, espanhol, turco) e 077 814 09 21
(alemão, inglês, francês, espanhol) ou escreva
um e-mail para: deutschmobil@aoz.ch. Grátis.
http://www.facebook.com/deutschlernenzuhause/
SABADO - 9.5.
EXPERIÊNCIAS PARA CRIANÇAS
Faça experiências simples, mas impressionantes,
com seus filhos. Os materiais que
você tem em casa, como papel, caneta, água,
sabão etc. são gratuitamente.
http://www.youtube.com/watch?v=27xj-
QxazkZI
SEGUNDA-FEIRA - 11.5.
CONHEÇA AMIGOS E FAMÍLIA VIR-
TUALMENTE
Com o aplicativo “Zoom”, você pode conversar
com seus amigos, conhecidos e parentes
em um telefone com vídeo. Um grupo pode
conter no máximo 100 pessoas. Apenas uma
pessoa no grupo precisa do aplicativo. Mais
informações:
http://www.zoom.us
TERçA-FEIRA - 12.5.
CONSELHOS SOBRE DINHEIRO E
DÍVIDA
O “Caritas Zurich” oferece pequenos conselhos
para famílias e pessoas necessitadas.
Você receberá informações sobre reclamações
e indenizações devido a horas reduzidas
de trabalho, perda de ganhos, trabalho
de curta duração ou assistência a crianças.
Ligue: seg / ter / qui, das 13h30 às 17h e das
sextas das 8h30 às 12h; 044 366 68 28 ou
escreva um e-mail: beratung@caritas-zuerich.ch.
http://www.caritas-zuerich.ch/kurzberatung
QUARTA-FEIRA - 13.5.
LEITURA DE LITERATURA NA SALA
DE ESTAR
A plataforma “Voicerepublic” oferece uma
grande variedade de “podcasts”. Ouça entrevistas,
leituras e conversas emocionantes
com os autores. Como a conversa com o autor
“Hans Pleschinski” sobre o assunto da Europa
Oriental. Grátis.
http://www.voicerepublic.com/users/literaturhaus-zuerich
QUINTA-FEIRA - 14.5.
CINEMA EM CASA
Todos os cinemas estão fechados. Por esse
motivo, os cinemas suíços oferecem filmes
do programa actual para download em casa.
O filme é seu por 48 horas e você pode assis-
Maio 2020 | Lusitano de Zurique | WWW.CLDZ.EU
O Musée Visionnaire oferece um novo
workshop on-line toda semana. Deixe-se
inspirar e crie sua própria arte. Para jovens
e idosos. Grátis.
http://www.museevisionnaire.ch/museehome/
AGENDA
TERÇA-FEIRA - 26.5
23
ti-lo quantas vezes quiser. Desde CHF 7,50.
http://www.myfilm.ch
SEXTA-FEIRA - 15.5.
CONCERTOS DE ROCK NA SALA DE
ESTAR
O canal Royal Republic do YouTube traz concertos
de rock diretamente para sua casa.
Escolha entre uma ampla variedade de programas
ao vivo e gravações de concertos anteriores.
Grátis.
http://www.youtube.com/channel/UCi6xHR-
2FPSGnl0HKMo70onw
SABADO - 16.5.
CAMINHAR NA FLORESTA
Observe as informações fornecidas pelo governo
federal. Mantenha pelo menos 2 metros de
distância de pessoas que não moram em sua
casa. Aproveite o sábado em uma caminhada
em uma das florestas da cidade de Zurique.
Tem várias maneiras marcadas.
http://www.stadt-zuerich.ch/ted/de/index/
gsz/natur-erleben/stadtwald
DOMINGO - 17.5.
FORMAÇÃO EM CASA
Você gostaria de praticar desporto em casa?
“Ajustar em casa” mostra planos de treinamento
e exercícios que você pode imitar facilmente
na sua sala de estar. Você não precisa
de nenhum equipamento. Grátis.
http://www.youtube.com/watch?v=RmmM-
11fzlKk
SEGUNDA-FEIRA - 18.5.
OFICINA DE ARTE
TERçA -FEIRA - 19.5.
LEIA E OUÇA
As bibliotecas estão fechadas até pelo menos
8 de junho. Aqui você encontrará uma lista
de mídias para crianças e jovens. Seja aluguel
on-line, plataformas de “streaming”, recessões
de livros ou entrevistas. Você definitivamente
encontrará aqui. Grátis.
http://www.sikjm.ch/literale-foerderung/
anregungen-zum-lesen/
QUARTA-FEIRA- 20.5.
IDEIAS DE JOGO PARA CRIANÇAS
Neste site, você encontrará cerca de 50 idéias
de jogos em ambientes fechados. Para crianças
de 3 a 14 anos. Transforme o quarto das
crianças em uma pista de obstáculos ou faça
uma caça ao tesouro juntos. Grátis.
http://www.familie.de/kleinkind/kinderspiele/indoorspiele/
QUINTA-FEIRA - 21.5.
DESPORTO NA NATUREZA
Observe as informações fornecidas pelo governo
federal. Mantenha pelo menos 2 metros
de distância de pessoas que não moram em
sua casa. Vitaparcours são sinalizados rotas
de corrida na floresta. Eles estão disponíveis
ao público e oferecem aos entusiastas do desporto
uma grande oportunidade de exercitar
resistência, força, flexibilidade e coordenação
ao ar livre. Sinais indicam vários exercícios
desportivos. Visão geral das rotas:
http://www.zurichvitaparcours.ch
SEXTA-FEIRA - 22.5.
VIAGEM VIRTUAL
Descubra novos países, culturas e paisagens
de tirar o fôlego. Você encontrará uma
variedade de documentação no site “Arte”.
Por exemplo, vá no “Adventure Equator” e
descubra os trópicos. Em alemão, francês e
inglês. Grátis.
http://www.arte.tv/de/videos/entdeckung-
-der-welt/reisen/?page=3
SABADO - 23.5.
PLANTA AS SUAS PRÓPRIAS VE-
GETAIS
Você pode cultivar vegetais facilmente com
muitos resíduos de cozinha. Por exemplo,
plante cebolas, erva-doce e gengibre. Você
pode encontrar as instruções em:
http://www.smarticular.net/tricks-um-pflanzliche-kuechenabfaelle-in-neue-gesunde-pflanzen-zu-verwandeln
MUSEU DIGITAL
O “Museu do Design” oferece várias ofertas
online. Faça um tour virtual, explore a coleção
de forma independente ou assista a entrevistas
com artistas e designers. Grátis.
http://www.museum-gestaltung.ch/de
QUARTA-FEIRA - 27.5.
CLUBE VIRTUAL
Você gosta de música eletrônica? Durante a
crise de Corona, há uma transmissão diária
dos famosos clubes de Berlim. Desfrute de
música de clube ao vivo na sua sala de estar.
19:00. Grátis.
http://www.arte.tv/de/videos/RC-019297/
united-we-stream/
QUINTA-FEIRA - 28.5.
JOGOS AUDITIVOS PARA JOVENS
E IDOSOS
O rádio suíço oferece mais de 250 peças de
rádio. Vários oradores e músicos dão vida
a histórias. Ouça um thriller emocionante,
experimente o mundo colorido dos contos
de fadas com seus filhos ou descubra novos
tópicos interessantes nos “Podcasts”. Grátis.
http://www.srf.ch/audio/hoerspiele-geschichten
SEXTA-FEIRA - 29.5.
DOCUMENTAÇÕES ANIMAIS E DA
NATUREZA
A estação de televisão britânica “BBC” mostra
em seu canal “YouTube” uma grande variedade
de imagens espetaculares da flora e fauna.
Obtenha informações interessantes sobre o
mar profundo ou a selva para você e sua família.
Apenas em inglês. Grátis.
http://www.youtube.com/BBCEarth
DOMINGO - 31.5.
APTIDÃO GRÁTIS
Observe as informações fornecidas pelo governo
federal. Mantenha pelo menos 2 metros
de distância de pessoas que não moram em
sua casa. Pergunte se a instalação está aberta.
Treine sua força e resistência nas instalações
desportivas “Zürifit Brunau” ao lado do
“Freestyle Park Allmend”. Você usa bancos,
degraus e seu próprio peso corporal para os
exercícios. Os exercícios são explicados em
um quadro negro com fotos. Grátis.
Zürifit Brunau. Moosgutstr.
Tram 5/13/17 oder Bus 89 bis „Saalsporthalle”.
http://www.sportamt.ch/zuerifit
Maio 2020 | Lusitano de Zurique | WWW.CLDZ.EU
24
ECONOMIA
Maio 2020 | Lusitano de Zurique | WWW.CLDZ.EU
ECONOMIA
25
Imagine receber um Rendimento
Básico Incondicional (RBI),
só porque existe
IVO MARGARIDO (*)
Hoje enfrentamos duas ameaças − a do vírus e a
económica. A ameaça de insegurança económica é
no mínimo tão preocupante como a primeira. Este
cenário pandémico veio revelar a fragilidade da nossa
sociedade a vários níveis e para além da pressão
que exerce sobre o Sistema Nacional de Saúde, tem
ainda o efeito colateral de exacerbar as desigualdades
existentes. Porém, não é o único flagelo que a
civilização moderna terá de enfrentar nos próximos
tempos. De facto, a automação também vai mudar o
futuro muito próximo do trabalho, sendo que o desemprego
tecnológico afectará profundamente as
nossas vidas. Segundo um relatório realizado pela
consultora McKinsey Global Institute, a robótica eliminará
800 milhões de empregos, em todo o mundo,
até 2030. As pessoas ver-se-ão então forçadas a encontrar
uma nova ocupação e muitas não voltarão
a encontrar um emprego. A agravar esta realidade
surge a insustentabilidade do atual modelo do sistema
monetário, cujo colapso iminentemente inevitável
é matematicamente demonstrável.
Num cenário em que a população mundial continua
a crescer, a necessidade de evoluir para um novo
paradigma social torna-se assim urgente, se quisermos
evitar uma catástrofe humanitária, à escala
global, sem precedentes. Uma das soluções lógicas
seria a introdução do RBI – Rendimento Básico Incondicional.
continua...
Maio 2020 | Lusitano de Zurique | WWW.CLDZ.EU
26
ECONOMIA
A recente pandemia provou-nos, enquanto sociedade
supostamente organizada, que não estamos
preparados para enfrentar cenários desta natureza.
Deste acontecimento, podemos destacar o impacto
dramático nas áreas da saúde e da sustentabilidade
económica de cada indivíduo. As taxas de desemprego
estão a aumentar em todo o mundo. As medidas
restritivas relacionadas com o coronavírus continuam
e as economias ressentem-se. As empresas
estão em dificuldade e algumas são obrigadas a
demitir funcionários. Ainda vivemos em pleno este
cenário dantesco que já outras ameaças espreitam;
o desemprego tecnológico, que deriva da substituição
da acção humana por robots nas várias dimensões
do mundo do trabalho e nos mais diversos
processos de produção, afectando não só a indústria,
mas também a área de prestação de serviços,
é outro cenário aterrador a considerar. A OCDE faz
previsão sombria para o futuro da empregabilidade.
O avanço tecnológico poderá ser no futuro o maior
causador de desemprego, seja pela necessidade de
maior especialização por parte dos trabalhadores
para manuseamento de novas máquinas e tecnologias
ou pela dispensa total da mão de obra humana.
A modernização trouxe a redução de custos na produção
em grande escala e preços de mercado mais
baixos. Mas também trouxe a redução do número
de trabalhadores necessários para a realização de
determinadas tarefas, ou seja, trouxe também o
aumento da taxa de desemprego.
Como podemos competir com algo que não tem férias,
não descansa, não tem tempo reservado para
a família e não recebe ordenado?
Somemos a este cenário a deficiência e a inevitabilidade
de colapso do sistema financeiro, que tem
funcionado como um gigantesco esquema “ponzi”,
onde os novos devedores permitiam, até então,
manter a velocidade do crédito. Para melhor entendimento
do mecanismo de criação do dinheiro, convido
à leitura do dossier informativo “A FRAUDE DO
SISTEMA MONETÁRIO” que disponibilizo através do
seguinte link: https://cutt.ly/UyanTzy
Porém, no actual cenário de pandemia mundial, a
economia abrandou drasticamente em resultado da
imposição de medidas restritivas relacionadas com
o coronavírus. Se a Família B conseguir pagar a totalidade
da dívida mais os juros, então a sua conta
volta a ficar a “zeros”, ou seja, no ponto em que se
encontrava antes de pedir o crédito. Mas é uma ilusão
supor que todas as famílias obtenham este êxito,
porque é matematicamente impossível todos conseguirem
pagar a totalidade dos empréstimos mais os respectivos
juros. Resumindo, todo o dinheiro em dívida
somado aos respectivos juros ultrapassa a totalidade
existente em circulação. Assim, a dívida cresce a um
Ao verificar-se o incumprimento dos novos devedores,
o sistema fica sem a opção de conceder mais
crédito e, à medida que esta opção se cristaliza
com o tempo, o sistema inteiro entra em colapso
e requer injecções de liquidez na esperança de que
os fluxos voltem à normalidade. A habituação do
ADN colectivo à dependência do crédito produziu
este retorno à normalidade durante várias décadas.
Mas até o ADN acusa fadiga e esta co-dependência
ao crédito recorda os sintomas da escravatura: é
a escravatura da dívida. Assim, enquanto todas
aquelas famílias a quem lhes foi emprestado o dinheiro
vão produzindo e trocando bens por algarismos
informáticos, o dinheiro circula pela economia.
Maio 2020 | Lusitano de Zurique | WWW.CLDZ.EU
ECONOMIA
27
efeitos estrondosamente devastadores tanto para a
natureza como para o ser humano, que há muito se
desligou da sua essência. Este, foi o cenário que nos
conduziu ao caos. Adquiramos a consciência colectiva
de que não vivemos apenas para sermos meros
escravos e consumidores. Urge por isso abandonar
o actual sistema que assenta na competição desenfreada,
que tantos malefícios provoca no mundo.
Surge naturalmente a necessidade de evoluir para
um novo paradigma social baseado na cooperação e
respeito pelo todo. Nesta perspectiva, o RBI (Rendimento
Básico Incondicional) surge como uma
solução lógica. Vejamos o que refere o Artigo 67.º
da Constituição da República Portuguesa (Família):
1. A família, como elemento fundamental da sociedade,
tem direito à protecção da sociedade
e do Estado e à efectivação de todas as condições
que permitam a realização pessoal dos
seus membros.
2. Incumbe, designadamente, ao Estado para
protecção da família:
a) Promover a independência social e económica
dos agregados familiares;
ritmo exponencial que requer crescimento perpétuo
para não entrar em colapso. Isto conduz à inevitabilidade
matemática de incumprimentos e falências pois
não há simplesmente dinheiro suficiente na economia
para pagar todas as dívidas aos Bancos. A título de
indicador, em 2016, a dívida mundial era quase 3 vezes
o PIB mundial (270%). A incapacidade de pagar
a dívida e consequentemente entrar em falência
não é uma fraqueza de um agente económico; é
uma imposição do Sistema Bancário à sociedade
como um todo.
A imposição de crescimento perpétuo para “alimentar”
o actual modelo do sistema financeiro produz
Ao invés do estipulado nas alíneas 1 e 2 a), o mecanismo
de reservas fraccionarias demonstra-nos que
o actual sistema monetário não protege as famílias
nem promove a independência social e económica
dos agregados familiares; fica patente que fomenta
a sua destruição. Também a alínea a) do Artigo 81.º
da CRP (Incumbências prioritárias do Estado) menciona
que “incumbe prioritariamente ao Estado no
âmbito económico e social, promover o aumento do
bem-estar social e económico e da qualidade de vida
das pessoas, em especial das mais desfavorecidas,
no quadro de uma estratégia de desenvolvimento
sustentável”. Mas, serão estes os resultados que todos
nós observamos? Muito haveria a escrever acerca
destes mecanismos e da própria responsabilidade
dos decisores políticos, nesta matéria.
Estamos agora todos confrontados com este cenário
de caos que exige de nós uma mudança drástica de
hábitos e de paradigma social. Em Espanha, o governo
prepara-se para avançar, já em Maio de 2020,
com um projecto piloto que tem como objectivo último
a implementação do RBI (Rendimento Básico
Incondicional), e não apenas com carácter temporário.
Não é caso único. Os EUA já anunciaram que vão
dar a cada cidadão 1200 dólares (cerca de 1100 euros),
quantia que é reduzida para quem ganhe mais
de 75 000 dólares anuais. Quem ganhe mais de
90 mil fica de fora.
O RBI ainda está a dar os primeiros passos, sendo necessário
padronizar e harmonizar o modelo a aplicar
continua...
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ECONOMIA
globalmente. A complexidade destrutiva do actual
sistema financeiro exige uma mudança progressiva
para que a sociedade no seu todo possa reorganizar-se
e adaptar-se em tempo útil a esta mudança
de paradigma. Todavia, é imperativo abandonar a
actual indexação da criação do dinheiro a dívidas, já
que para injectar capital no stock de moeda é imperativo
produzir perpetuamente dívidas, que se tornam
impagáveis. O recente parecer da EAPN - Rede
Europeia Anti Pobreza em Portugal relembra que,
“o número de trabalhadores com salário mínimo
passou de 9,4% em Abril de 2010 para 25,6% em
Abril de 2018. Nesse mesmo ano, num contexto de
crescimento do emprego, aumentou a proporção de
trabalhadores pobres, passando de 9,7%, em 2017,
para 10,8%”. Mais ainda, mesmo sem qualquer
choque na economia, como o que poderemos viver
com a crise de saúde pública actual, em 2019 “33%
da população portuguesa não conseguia assegurar
o pagamento imediato de uma despesa sem recorrer
a empréstimo”, de acordo com a mesma fonte.
Dinheiro no bolso das pessoas é dinheiro na economia.
Mas o que é o RBI? É uma prestação do Estado
em dinheiro que seria atribuída a cada cidadão independentemente
da situação financeira e profissional
de cada pessoa e num montante suficiente
que permita a cada um assegurar as necessidades
básicas para uma vida digna. E sem limites temporais:
idealmente, tratar-se-ia de uma prestação
universal (para todos), incondicional (livre de obrigações)
e para a vida. Este modelo transforma o
trabalho numa opção voluntária e adicionalmente
remunerada, podendo até criar um mercado de
trabalho mais eficiente, na medida em que ter um
rendimento assegurado permitiria às pessoas fazer
uma reconversão profissional que noutras circunstâncias
não seria possível.
Benefícios do Rendimento Básico Incondicional.
O rendimento básico incondicional, não é para os
“mandriões que praticam o surf!”. A instauração
de um rendimento básico incondicional responde
a uma necessidade cada vez mais partilhada nos
países desenvolvidos. Quem quer que seja que se
debruce seriamente sobre esta matéria perceberá a
oportunidade evolutiva que tal modelo representa
para a sociedade humana no seu todo. O RBI permite
eliminar a pobreza e a insegurança económica,
quaisquer que sejam as suas causas e formas,
tratando todas as pessoas por igual. Permite lutar
contra a degradação da qualidade de vida e a violência
social causada pelo desemprego e a precariedade.
Dissolvem-se os monopólios, extinguem-
-se os sistemas escravizantes, cessam as guerras;
estes fenómenos serão tendencialmente memórias
do passado.
A tecnologia e os robots passam a estar ao serviço
da humanidade, substituindo as pessoas nas
tarefas / trabalho e devolvendo-lhes o bem mais
precioso de que dispõem; TEMPO PARA VIVER!
Pergunte a si mesmo(a) o que faria se auferisse o
RBI. Estou certo de que as pessoas seriam muito
mais felizes, podendo alocar tempo ao desenvolvimento
dos seus dons e talentos, fazendo o que
realmente gostam. Beneficiariam de tempo para a
família, para os amigos, para ajudar o próximo num
modelo de cooperação. O trabalho passa a ser opcional;
a ideia do RBI resulta de o desemprego, a
desigualdade, a insegurança e a pobreza serem problemas
persistentes e sem solução à vista, mesmo
nas sociedades mais desenvolvidas. O RBI deixa de
ser um instrumento ao serviço do mercado, passando
a ser uma solução para as suas disfunções.
Possíveis efeitos positivos no trabalho: escolher e
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ECONOMIA
29
conciliar trabalho remunerado, voluntário e doméstico,
facilitar o auto-emprego e o acesso ao crédito,
permitir o trabalho a tempo parcial, e proporcionar
maior liberdade de escolha de emprego.
Com tal enquadramento é também a própria saúde
da sociedade que melhora substancialmente porque
estará menos exposta ao stress e pressões do actual
sistema, desde logo pela ansiedade gerada com
a preocupação de pagar as contas mensais em situações
cada vez mais numerosas em que o orçamento
familiar já não o permite. Esta nova realidade fomenta
uma redução substancial de custos para o Sistema
Nacional de Saúde. Por fim, protege-se o planeta pois
com o abandono do actual modelo económico cessa
a necessidade de crescimento perpetuo e respectivo
consumo desmedido imposto pela sua génese.
Preservam-se assim recursos naturais muitas vezes
estrategicamente desperdiçados pela obsolescência
programada dos bens comercializados. Obviamente,
esta é uma exposição genérica e superficial deste
novo paradigma social, que carece de planeamento
pormenorizado e de uma apresentação detalhada.
Como pode ser financiado?
Poderá ser tão simples quanto isto; basta imprimir
moeda (quantia genérica igual para cada cidadão com
escalões de diferenciação de idade) e a curto prazo
evoluir para plataformas digitais Blockchain (moeda
digital), cujo modelo contribui para a preservação
ambiental.
A União Europeia deve avançar para esta solução -
pôr dinheiro directamente no bolso de todos os cidadãos
europeus. Este mecanismo tem uma função
social, de combate à carência no imediato, injectando
dinheiro na economia - em vez de o fazer por cima,
pelos bancos, como aconteceu na crise de 2011, seria
feito através das pessoas, colocando-lhes o dinheiro
directamente na conta. Se dermos a cada cidadão
europeu 1000 euros, a cada cidadão menor de
idade 500 euros, essas pessoas não vão pôr o
dinheiro nas ilhas Caimão, num paraíso fiscal. Vão
comprar coisas, eventualmente aforrar, vão pagar algumas
dívidas, a renda de casa, o arranjo do carro ...
metem o dinheiro na economia real. Com isso, conseguimos
as duas valências que estamos à procura:
prevenir situações de carência e fazer o
dinheiro circular na economia real.
Com este modelo, não haverá necessidade de uma
parte da sociedade trabalhar por forma a contribuir
para “alimentar” o sistema, para que outros usufruam
do Rendimento Básico Incondicional. Garantir a sua
universalidade é uma forma de promover a solidariedade
e impedir a estigmatização.
O RBI é a tradução prática de direitos consagrados
na Constituição e na Carta dos Direitos Humanos. Todos
os cidadãos têm direito a condições de existência
dignas. Porém, não é necessário ser-se cientista para
constatar que esse direito não é respeitado ou sequer
considerado, decorrendo da opção de determinadas
Elites que implementaram sistemas escravizadores
que potenciam o contr olo de massas. Teremos de
enfrentar os “donos do mundo” que naturalmente
tudo farão para preservar os seus privilégios e domínio
sobre as classes submissas, que regulam e sobre
as quais constroem as suas regalias. Porém, a prazo,
será um esforço vão uma vez que o sistema de reservas
fraccionarias, introduzido no actual modelo económico
por outro grupo de Elite, que considero libertária,
está a provocar o colapso do sistema financeiro,
que sustenta os seus “impérios” criados com o suor
das classes submissas, libertando assim a Humanidade
da sua escravidão.
Sejamos pacientes, aproxima-se uma nova era…
(*) Vive em Lausana - Division Director da Buildings in Motion -
Switzerland - General Manager / Music Producer na Starzone
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COMUNICADO
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NOTA À COMUNICAÇÃO SOCIAL
Apoio social às Comunidades Portuguesas no estrangeiro
O apoio aos cidadãos nacionais no estrangeiro tem sido uma área importante no
quadro das medidas que o Governo tem vindo a adotar para reduzir o impacto
da pandemia Covid-19.
Num primeiro momento, a ação neste domínio foi orientada para apoiar os
milhares de portugueses inesperadamente impedidos de regressar ao nosso país
pelo rápido alastramento da pandemia.
O Governo, através do Ministério dos Negócios Estrangeiros, conseguiu já
resolver mais de 80% das situações de portugueses que pediram apoio para
regressar e ao mesmo tempo tem estado, através dos consulados e embaixadas,
a dar apoio social aos nacionais que o solicitam, seja através da linha Covid-19,
que continua a funcionar, seja da linha de emergência consular, seja das linhas
telefónicas e endereços eletrónicos disponibilizados pelos consulados e
embaixadas localmente.
As linhas Covid-19 e do Gabinete de Emergência Consular receberam 17.600
chamadas telefónicas e 12.800 mensagens eletrónicas desde o início da
pandemia, continuando esse trabalho em estreita articulação com os
consulados e as embaixadas.
Neste quadro, as embaixadas e os consulados foram instruídos pela Secretária
de Estado das Comunidades Portuguesas, através da Direção-Geral dos Assuntos
Consulares e das Comunidades Portuguesas, para avaliar o impacto social da
pandemia nas comunidades portuguesas, tanto em matéria de
emprego/desemprego, como no acesso dos portugueses a políticas locais
extraordinárias que foram implementadas nos diferentes países para acorrer a
situações mais gravosas, incluindo de cidadãos indocumentados e detidos.
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ÓBITO
Morreu autor do ‘slogan’
“Soares é fixe”, Adelino Vaz
Fotos: Direitos Reservados
LUSA
O autor do ‘slogan’ "Soares é fixe", nas presidenciais
de 1986, Adelino Vaz, ex-dirigente da JC, morreu e foi
sepultado na quinta-feira dia 30 em Lisboa.
Apoiante de Mário Soares (1924-2017) ao longo dos anos, Vítor Ramalho
recordou, em declarações à Lusa, que o ‘slogan’ que “se colou à pele” do
fundador do PS e antigo Presidente da República surgiu numa discussão
entre dois jovens, na altura, António Ribeiro e Adelino Vaz, que
era do CDS e antigo dirigente da Juventude Centrista.
Aconteceu, descreveu, numa reunião, ainda em 1985, do MASP (Movimento
de Apoio Soares a Presidente), “numa altura em que as sondagens
davam 8%” ao fundador do PS e que, nas urnas, derrotou Freitas do
Amaral e esteve no Palácio de Belém até 1996.
Adelino Vaz morreu no início do mês em Faro, mas o seu funeral só se
realizou no dia 30, no cemitério do Lumiar, em Lisboa, em resultado
de uma ação solidária de militantes do PS que o conheceram.
“Fiz parte desta história”
“Esta foi uma campanha à maneira antiga”
MANUEL ARAÚJO
Em reacção à notícia da morte de Adelino Vaz,
António Manuel Ribeiro esclareceu na sua
página do Facebook (https://bit.ly/35jD-
Joa) que, “O António Ribeiro da notícia sou
eu, o slogan ficou decidido em Coimbra, onde
arrancou num comício festa a primeira volta
das presidenciais. Tempo de voluntarismo
que juntou socialistas, independentes (como
eu), gente do PSD (como Nuno DeleRue) e do
CDS (como Adelino), e na segunda volta o PC.
Nunca mais vi o Adelino - a notícia é triste
como o breu da noite.”
No meu mural, também do Facebook, (http://
www.shorturl.at/kwGJ8) complementa
e diz que - “Esta foi uma campanha à maneira
antiga. O Dr. Soares, quando entrou
na corrida, nem 8% das intenções de voto
tinha, como diz a notícia. Seriam 7, 3 ou 7,6.
valeu, foi uma grande lição de vida. Fiz parte
desta história.
No fim de tarde em que tirei a foto estava com
febre, mas o Luís Vasconcelos (fotógrafo) e
a mulher lá me puseram a sorrir”.
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CRÓNICA
33
A vida fugia…
ANTONIO MANUEL RIBEIRO (*)
A história de hoje é, por ventura triste, ou será antes uma história de arrepiar
caminho e fazer o trabalho didáctico: os mais velhos que me lêem, para os mais
novos que nem o mundo vêem, cheiram ou desfrutam – é só visor, tropeção e
cara de enfado.
Há um ano tive a honra de ser convidado para participar na Gala do 25/04, que
se realizou no Coliseu dos Recreios, organizado pelo Associação 25 de Abril e
pela RTP. O Carlos Alberto Moniz dirigia a orquestra e eu fui cantar “Vejam
Bem”, do José Afonso, à minha maneira. Curiosidade além da música: o Zeca,
o Carlos e eu nascemos os três no dia 2 de Agosto.
Vi gente que envelheceu, naturalmente, com a soma dos dias, não vou citar nomes,
mas vi gente sentada nos bastidores por já lhe ser difícil aguentar as horas que
levou o programa a gravar. O Patxi Andion e o Pedro Barroso (muito debilitado)
já cá não estão; o Zé Mário Branco, que não integrava o elenco, também já partiu.
Pensei com o zip do meu blusão de cabedal: comecei com eles, já fui o puto,
estou aqui com honra e orgulho, mas não sei se haverá celebrações do 25 de
Abril dentro de dez anos.
Em muito momentos das últimas quatro décadas e meia da vida colectiva nacional,
opus-me a teorias rapaces de tornar Portugal a Albânia do Atlântico,
procurei o equilíbrio, a herança cultural europeia, uma sociedade nossa, mais
justa e solidária – custa-me os contínuos relatórios sobre a pobreza como se
fosse um dado inevitável e endémico. Não é.
Olho para os países do norte da Europa e pergunto-me por que não fazemos
bem para todos, sem excluídos, cultos, capazes, determinados. Pergunto-me.
Li os argumentos para anular a celebração do 46.º aniversário do 25 de Abril de
1974 na AR com estupefacção, incluindo amigos meus que, sem argumentário
se agarraram à bóia do preconceito, que se define como um conceito prévia sem
a devida fundamentação. Até me ri, quando o deputado do CDS João Almeida
alegou que a Páscoa também não foi celebrada. Foi, senhor deputado, no recato
dos lares e dos corações, e Deus, o seu Deus, não se importou, como se sabe
pelas notícias. De resto, na AR nunca de celebram festas religiosas, porque há
várias religiões em Portugal, um país laico. Triste e débil.
A cerimónia que se irá desenrolar na AR (que continua em actividade, seguindo
um plano de contingência) no dia 25 não é uma festa, essas, de ajuntamento
popular, estão interditas. A homenagem que ali irá decorrer é feita contra o
esquecimento e as tentativas de relativizar a data fundadora do regime democrático
que vivemos por acção do golpe de Estado de 1974. Cuidado, é nestes
momentos que os bandos populistas, os desordeiros da razão da vida erguem
a voz, e amanhã as armas. Lembro-me da ditadura e por isso NÃO, obrigado!
Na data do 25 de Abril celebra-se também a a memória de todos os jovens da
minha geração, e das anteriores, que deixaram o seu sangue em África, que
serviram de carne para canhão numa guerra sem sentido.
Alegrem-se, o Sol nasce todos os dias. Esta canção (versão acústica) era inevitável.
Nova versão, novo vídeo – ‘BORA LÁ PORTUGAL! Esta versão acústica estava
pronta para sair mais à frente, mas o momento que vivemos exige o contributo
de todo...
UHF - Hey! Hey! Bora Lá - Acústico
http://twixar.me/dsHT
(*) fundador e vocalista do grupo de Rock mais antigo de Portugal - o UHF
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ACTUALIDADE
Holandeses, sul coreanos e
suíços compram a Brisa
LUSA
- O grupo José de Mello e o fundo Arcus acordaram com investidores
internacionais a venda de 81,1% da Brisa, segundo a
informação hoje divulgada.
"O Grupo José de Mello e o Arcus European Infrastructure Fund
1 LP, gerido por Arcus European Investment Manager LLP (Arcus),
chegaram hoje a acordo com um consórcio de investidores
internacionais para a venda conjunta de dois blocos accionistas
representativos, no total, de 81,1% dos direitos de voto da Brisa, o
que valoriza a empresa em mais de 3 mil milhões de euros", lê-se
no comunicado divulgado pelo grupo José de Mello.
O consórcio comprador da concessionária de autoestradas é
constituído por três investidores institucionais, segundo o comunicado,
sendo esses a gestora de activos holandesa APG (gestora
de activos do fundo de pensões dos funcionários públicos e do
sector da educação da Holanda), o serviço de pensões da Coreia
do Sul NPS e a gestora de activos SLAM (pertencente à seguradora
Swiss Life).
Ainda segundo a informação, o grupo José de Mello vai continuar
accionista de referência, com 17% dos direitos de voto e com
participação activa na gestão, continuando Vasco de Mello como
presidente do Conselho de Administração.
O grupo José de Mello considera ainda que este negócio é "um
sinal de confiança de investidores internacionais na economia
portuguesa", sobretudo ao ser formalizado num momento economicamente
difícil, e "representa uma oportunidade única para a Brisa
reforçar e acelerar o seu posicionamento na área da mobilidade”.
O negócio precisa da autorização das autoridades competentes
para a sua concretização, o que o grupo José de Mello antevê que
aconteça no terceiro trimestre deste ano.
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ACTUALIDADE
35
Vacina rápida para a Covid-19
está próxima.
Dizem cientistas suíços
PAULA DUPRAZ-DOBIAS (*)
Uma equipe de pesquisadores da Universidade
de Berna espera ser a primeira a
produzir uma vacina contra a Covid-19
e a inocular toda a população suíça em
outubro.
“Temos uma chance realista de sucesso”, disse
Martin Bachmann, diretor do departamento de
imunologia da universidade suíça, através de
uma conferência na internet com a ACANU, a
associação de imprensa das Nações Unidas. “A
Suíça tem uma história de pragmatismo e está
mais interessada em encontrar um compromisso
para obter a vacina mais rapidamente”.
Desde o início do surto do coronavírus e sua designação
pela Organização Mundial de Saúde
como Emergência de Saúde Pública de Preocupação
Internacional (PHEIC) no final de janeiro,
a maioria dos especialistas e autoridades de
saúde internacionais alertam que uma vacina
dificilmente estará disponível em menos de um
ano ou 18 meses - no mínimo.
Abordagem original
Bachmann, que também é professor de vacinologia
no Instituto Jenner da Universidade de
Oxford, disse que essa sua projeção adiantada
pode ser em parte justificada pela potencial
facilidade de produção, onde o equivalente a 200
litros de bio fermento bacteriano, que é necessário
para as injeções, poderia produzir de 10 a 20
milhões de doses.
“A vacina é única por causa da enorme escalabilidade.
Ela tem a capacidade de produzir bilhões
de doses em um curto espaço de tempo”, disse
Bachmann.
A vacina em desenvolvimento pela equipe suíça
tem uma abordagem diferente dos outros laboratórios,
utilizando as chamadas partículas semelhantes
ao vírus, que não são infecciosas - ao
contrário de quando se utiliza o próprio vírus - e
que proporcionam uma boa resposta imunológica.
Um protótipo foi desenvolvido em fevereiro,
apenas semanas após a identificação do novo
coronavírus na China, e teve sucesso nos testes
em ratos de laboratório, quando o soro neutralizou
o vírus.
Gary Jennings, CEO da empresa Saiba Biotech,
que está trabalhando com a Universidade de Berna,
disse que as autoridades suíças estão cientes
da importância de aprovar o desenvolvimento da
vacina. “Nós podemos fazer isso se o governo suíço
e os reguladores também estiverem dispostos. Se
eles quiserem ver essa vacina disponível ao público
nesse período de tempo, então ela será feita”.
Para obter aprovação
A Swissmedic, autoridade nacional responsável
pela aprovação e supervisão terapêutica, confirmou
que já vem oferecendo assessoria científica
ao projeto e está ciente de como a pesquisa está
progredindo.
O porta-voz Lukas Jaggi disse à swissinfo.ch que
“nesta situação excepcional, temos que contar realisticamente
com oito a 14 meses até termos uma
vacina contra o novo coronavírus SARS-CoV-2”.
Em uma declaração por e-mail, o assessor de
comunicação escreveu que “a Swissmedic dá
alta prioridade ao tempo. Mas a segurança e a
tolerância da vacina vêm em primeiro lugar. Por
isso, é importante que as empresas e grupos de
pesquisa entrem em contato com a Swissmedic
em um estágio inicial, para que possamos acompanhá-los
e apoiá-los no seu desenvolvimento
antes de submeterem um pedido de autorização”.
O desenvolvimento da vacina até o ponto em que
ela possa ser produzida em grande escala exigirá
o investimento de CHF 100 milhões (US$ 103
milhões), segundo a Saiba Biotech, que Bachmann
co-fundou. Enquanto a Fundação USZ, organização
beneficente do hospital universitário de Zurique,
manifestou interesse em apoiar a pesquisa,
Jennings disse que a Saiba já esteve em conversas
com as gigantes farmacêuticas Novartis e Lonza.
Nota da Redação: Uma versão anterior desta
matéria dizia que a Fundação USZ pertence à
Universidade de Berna; ela pertence na verdade
à Universidade de Zurique. Lamentamos o erro.
(*) Swissinfo - Escrve em português do Brasil
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COVID-19
Voos cancelados estão a
ser reembolsados
SANDRA FERREIRA
(*)
Quer a companhia TAP como a Swiss estão a reembolsar
todos os seus passageiros com voos cancelados
com vouchers no mesmo valor, que podem
ser novamente utilizados dentro do prazo de 1 ano.
Operação TAP
Segundo o site da companhia, a TAP deu a 23 de março
inicio a um novo plano de operação que deverá vigorar
ate dia 11 de Maio, e ser ajustado conforme as necessidades
actuais. Assim sendo, continuaram em operação
os voos entre Lisboa e Londres ( 2 voos por semana),
Lisboa e Paris (2 voos por semana), Lisboa e Funchal
(2 voos por semana), Lisboa e Funchal (2 voos por semana),
Lisboa e Ponta Delgada (3 voos por semana) e
Lisboa e Terceira (1 voo por semana).
A todos os passageiros que viram as suas viagens
canceladas, estes devem contactar a companhia por
telefone ou através do seu site onde poderão pedir o
seu reembolso.
Na SWISS ( Lufthansa Group)
A SWISS também optou por politicas mais flexíveis
para remarcado e cancelamento de viagens. Para isso
a companhia está a fazer uma grande alteração nas
suas regras tarifarias. Assim sendo, todos os bilhetes da
Swiss podem ser remarcados em todas as classes de
reserva. As novas regras aplicam-se a todas as novas
reservas em todos os serviços e sistemas. Com esta medida
a SWISS procura oferecer uma maior flexibilidade
aos seus clientes, nos seus planos de viagem futura.
Independentemente destas novas regras tarifarias, os
clientes que tiverem o voo da SWISS cancelado ou
que não puderem realiza-lo poderão manter a sua reserva
original, desde que feita antes de 19 de Abril de
2020. Nestes casos, o passageiro ainda não se precisa
comprometer com uma nova data de viagem: o bilhete
permanecer totalmente valido e poder ser usado
posteriormente para reservar um novo voo com data
de partida ate 30 de Abril de 2021 inclusive. Também
poder recebe um desconto de 50 francos numa remarcado
única, se a sua reserva atender aos requisitos de
desconto. Para aceder a estes benefícios basta aceder
ao site da companhia e pedi-lo de forma online.
Maio 2020 | Lusitano de Zurique | WWW.CLDZ.EU
CRÓNICA
37
O Cardeal
MANUEL ARAÚJO (*)
Ainda sobre religiões e padres, no início da Pandemia
COVID-19, li num jornal uma citação do Cardeal António
Marto, referir-se aos líderes católicos e aos seus seguidores,
que consideram a pandemia Covid-19 um “castigo
de Deus”, onde os acusou de “não cristãos, ignorantes,
fanáticos, ou loucos”. Fiquei realmente incrédulo pela
coragem da afirmação e sorri.
Sorri, tal como em 2003 ou 2004, quando eu estava a almoçar no restaurante
“O Afonso” do meu amigo Manuel Henriques, em Caldelas.
Durante alguns anos almocei lá quase diariamente, pois a redacção
do jornal, era no andar de cima.
Naquele dia havia festa na igreja, não sei se comunhão, crisma, ou
outro espectáculo qualquer. Ouvia-se os sinos, que sempre considerei
irritantes a badalar acompanhados pela não menos incomodativa
música, que saia dos altifalantes colocados na torre da igreja.
Através da janela envidraçada via-se crianças a passar, todas bem
vestidas e aperaltadas, com lacinhos e velinhas da mão, acompanhadas
pelas respectivas mães, também elas bem ataviadas, vestindo
talvez as suas melhores roupinhas.
No restaurante, para além da minha mesa onde eu estava sentado,
havia só uma outra, que estava ocupada com duas pessoas ainda
jovens. Sentado ao balcão, estava apenas um homem solitário a ler
o jornal.
Eu tinha o hábito de quando acabava de almoçar, ia tomar sempre o
café ao balcão, por isso quando acabei de comer, sentei-me ao lado
desse senhor que ficou do meu lado direito. Estava vestido de fato
escuro completo. Ao sentar-me trocamos olhares e cumprimentamo-
-nos educadamente com um olhar, e um ligeiro gesto com a cabeça.
Quando me sentava ao balcão para pagar e tomar o café, havia quase
sempre um tema de conversa com o Manuel Henrique; ou era sobre
a política e sobre os “jagunços” locais, sobre os caminhos, os cães
vadios, o Auditório/tasca, ou sobre o Benfica que ele idolatrava, ou
então sobre a irritação quase constante que ele tinha com o Ernesto
do Supermercado, que era portista e também ele fanático. Rivalidades
à parte, eles eram amigos, mas o Ernesto gostava de “picar”
o Manuel Henrique, por isso, teimava ir sempre ao restaurante, só
para o provocar.
Nesse dia, o tema foi a confusão que havia na igreja. Soube depois
que era uma comunhão qualquer e que até tinham vindo “de fora”
uns padres para ajudar à festa.
O Manuel e algumas pessoas que me conhecem sabem que deixei de
ser “militante” religioso e quando surge uma oportunidade, não me
inibo e digo o que penso sobre a igreja e sobre sobre as religiões, as
quais eu considero a base de muita “coisa má”, inclusive, considero-
-as o fermento de guerras que ocorrem pelo Mundo desde sempre.
Como não podia deixar de ser, falei também dos “malandros de
saias” dos padres.
Comecei por criticar os pais por doutrinarem crianças inocentes,
as quais, naquela idade acreditam em tudo aquilo que qualquer
chico-esperto doutrinado entende como sendo o melhor para elas.
Disse que deviam era estudar mais e que os pais deviam preocupar-se
mas era com o futuro deles aqui na Terra. Não deviam permitir que
os padres aterrorizassem as crianças com as patranhas de “salvar a
alma”, do “inferno”, do “céu”ou de reservar e garantir agora e aqui,
lugares cativos “no outro mundo”, o qual ninguém sabe se existe…
Deviam educá-las com respeito e deixá-las ser livres. Quando fossem
adultos, eles próprios é que deviam escolher o credo ou a religião,
mas livremente, sem serem violentamente arrebanhados.
Sobre os padres, também fui um pouco cáustico. Disse ao Manuel
que esses gajos de saias, deviam produzir e fazer algo pelos pobres
e ajudar a população nos trabalhos do campo. Perguntei-lhe se ele
já tinha visto algum padre a ajudar a abrir e limpar caminhos, ou
nos trabalhos do campo, a vindimar ou a podar. Não, ele não viu,
nem viu ninguém, porque os “papa-hóstias” de saias são quase todos
uns parasitas, porque trabalhar faz calo.
Enquanto falámos, o cavalheiro que estava sentado junto a mim,
levantava os olhos do jornal que continuava aparentemente a ler
e olhava-nos de lado, sempre com um leve sorriso, acenando por
vezes com a cabeça como se estivesse a concordar com as críticas
que eu fazia aos padres.
Estava na hora de voltar ao trabalho, pedi a conta ao Manuel e sai
logo a seguir ao senhor que esteve sentado ao meu lado, o qual, antes,
havia-se despedido amigavelmente com um “tenham uma boa tarde”.
Quando saí, ele estava ainda à porta, junto ao Bazar que é na porta
ao lado. Olhou-me, deu uns passos até junto da entrada do Centro
Comercial para onde eu já me dirigia. Sempre com um sorriso disse-me:
“vi, que parece que precisam aqui de gente para trabalhar…
tenho pena, pois eu não sei podar, mas olhe que vindimar, ainda lhe
dou um jeito. E fique a saber, que nós os padres, também vindimamos.
Eu sou padre”. (**)
Fiquei um pouco surpreendido e confuso. Ri-me, pois nunca esperei
ver um bispo no café sentado ao meu lado. Pedi-lhe desculpa se, se
sentiu ofendido com as minhas críticas. Riu-se enquanto colocava
a sua mão no meu ombro e disse - “deixe lá isso, há muita gente que
pensa assim, mas olhe que nós também trabalhamos”.
Sempre a sorrir, despediu-se mais uma vez acenando com a mão e
dirigiu-se em direcção à igreja.
Soube ao fim do dia, que ele era o Bispo auxiliar de Braga e veio
“abrilhantar” a festa.
(**) António Marto é Cardeal e actual Bispo de Leiria-Fátima.
Foi nomeado Bispo auxiliar de Braga pelo Papa João Paulo II, em 2000.
Em 2004 foi nomeado bispo de Viseu pelo Papa João Paulo II.
D. António Marto e o Papa Francisco, no Vaticano, em 2015
Em 2006 foi nomeado bispo de Leiria-Fátima
Em 2018, foi feito Cardeal pelo Papa Francisco.
(*) Excerto de “A Mala - de Caldelas a Braga, via Olossato e Zurique”, a
editar brevemente.
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CRÓNICA
Imagem que figura na capa da última edição do livro Nó Cego, de Carlos Vale Ferraz.
O 25 de Abril e os
revivalistas militares
Dos que mordem a mão de quem lhes abriu a porta
CARLOS MATOS GOMES (*)
Muito raramente escrevo sobre assuntos militares.
Evito fazê-lo porque estou há anos fora do serviço
ativo e desconheço os elementos essenciais que fundamentam
as decisões.
Escrevo desta vez porque me choca a violação do princípio do respeito
pelo passado entre gerações de militares, e mistificação da História
que mais uma vez e a propósito das comemorações do 25 de Abril
li nas redes sociais, em textos da autoria de militares retirados do
serviço, mas de uma geração que cumpriu a sua carreira já depois
do fim da guerra colonial e do 25 de Abril.
A questão não é, nem era a manifestação de opinião, se em estado
de emergência o Estado devia organizar uma cerimónia, nem em
que moldes, direito legítimo, nem sequer a análise mais ou menos
crítica do que a sociedade portuguesa e o Estado conseguiram nestes
quarenta e seis anos, outro direito essencial, o que me chocou e
choca foi, é, e tem sido (porque a atitude é recorrente e agrava-se,
como os ataques de asma na Primavera) que o direito de critica e
análise seja ardilosamente utilizado para minar os fundamentos
do Estado democrático de direito e das instituições resultantes do
25 de Abril de 74, para ofender a honra de camaradas, tanto os que
estiveram envolvidos no golpe de estado, como no processo político
e até para com os que, ao longo dos anos, têm assumido funções de
responsabilidade na política e nas chefias militares e a adulteração
da História, que não tendo uma verdade assenta em factos.
Por esta ocasião da Primavera repetem-se e intensificam-se os argumentos
clássicos desses militares, reunidos num grupo ainda
de aparência inorgânica que, na essência, remetem para a velha
questão do tempo de oiro perdido, os bons velhos tempos (que eles
não conheceram e, pelo que se lê, não estudaram, apenas vendem à
comissão): antigamente havia ordem e respeito, as forças armadas
e de segurança eram um motivo de orgulho e hoje não há ordem e
as forças armadas e de segurança são ofendidas e desrespeitadas;
antigamente os chefes, políticos e militares, eram pessoas de respeito,
respeitáveis, patriotas, competentes, e hoje os militares são
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uns vendidos políticos e os políticos uns corruptos que arrastam
Portugal pelas ruas da amargura. Por fim e como pedra de fecho,
Portugal era grande e grandioso (Portugal não é um país pequeno!
— com mapa de Henrique Galvão), uma Pátria que merecia o respeito
do Mundo e as Forças Armadas portuguesas um corpo militar
admirado pelos seus pares. Enfim, a glorificação da política colonial
e de guerra do regime chefiado, primeiro por Salazar, e depois por
Marcelo Caetano. Em resumo, o 25 de Abril, o ato e o regime que
dele resultou, destruíram três realidades: Ordem, Glória e Colónias!
Não sendo possível reconstituir o domínio colonial, a luta destes
novos patriotas militares parece ser pela imposição de um Estado
de Ordem, Securitário e chorar pela Glória perdida. Uma estratégia
de manipulação de opinião com claros objetivos políticos . Não há
nenhuma inocência nestas “opiniões”.
Sendo um solitário, mais próximo dos lobos que das ovelhas, reconheço
a lógica dos pastores dos rebanhos.
Este discurso da antiga grandeza imperial perdida é um argumento
recorrente nos restauracionistas, eles surgem no presente com solução
para tudo o que os seus antecessores não conseguiram. Estivessem
eles nas Forças Armadas nas décadas de 60 e 70 e outro galo teria
cantado! É um recorrente azar histórico: nunca são os donos da
verdade a posteriori que estão nos lugares e nos tempos certos do
presente da História!
Este discurso demagógico remete para um Portugal que nunca existiu.
Alguns exemplos, o Ultimato Inglês foi uma demonstração de
dissonância entre a política e os meios. As chamadas “campanhas
de pacificação” após a Conferência de Berlim foram mais uma revelação
de fraqueza. A campanha em Moçambique é desastrosa. As
campanhas no Sul de Angola no final do século XIX, início do século
XX, são reveladoras da mais chocante incapacidade. A participação
de Portugal na Grande Guerra, numa apreciação que inclui políticos
e militares nas três frentes, Angola, Moçambique e Flandres não é
motivo para orgulho de ninguém.
A abordagem pelo Estado Novo, o que inclui Salazar e o alto comando
das Forças Armadas, da questão colonial do pós-Segunda Guerra e
do Movimento Descolonizador é um conjunto de tropeções de um
bando de perdidos num mundo que não entendem, de um passado de
que não sabem tirar lições e, fundamentalmente, de incompetência
sobre um assunto elementar em política e na estratégia: avaliar uma
situação conjugando o “ambiente operacional” (no caso a situação
internacional) os meios de que dispõe e os objetivos que pretende
atingir. Só o sacrifício da geração que esteve no 25 de Abril permitiu
prolongar a guerra e iludir o facto de os políticos da época não saberem
o que fazer dela nem com ela, continuar, aliarem-se aos sul-africanos,
ou negociarem com os independentistas.
Essa geração, que é a minha, cumpriu e bateu-se como poucas ao
longo da nossa História até para além dos limites razoáveis, por
vezes em situações de vexame, como na Índia, ou de desprezo por
parte de aliados, os EUA e a Inglaterra, que até impediram a utilização
dos meios da NATO em África, aviões F 86, navios, viaturas
(GMC) rádios, p.ex. A guerra irá terminar com os limitados (mas
foi o que se conseguiu) caças bombardeiros portugueses Fiat G91 a
serem abatidos por mísseis Strela das guerrilhas, porque os “aliados”
colocavam sérias dificuldades em venderem outros mais modernos,
com as forças portuguesas acusados internacionalmente de crimes
de guerra e de genocídios, como os de Wiriamu! Com a população
metropolitana ativa a fugir da guerra e da política do Estado Novo,
centenas de milhares de emigrantes legais e clandestinos, uma parcela
brutal do orçamento atribuído a despesas de guerra, 250 mil homens
na idade produtiva nas Forças Armadas, proibição de os portugueses
decidirem o seu futuro e, sequer, de o discutir!
Em 1974 as forças armadas portuguesas apenas participavam em
exercícios na NATO através da Armada (onde sofriam vexames da
parte dos seus aliados, nomeadamente nórdicos — noruegueses e
holandeses), viviam num limbo internacional de que as participações
mais ou menos encobertas de apoio aos mercenários do Congo e do
Biafra não acrescentavam prestígio. Forças tão desprestigiadas e tão
mal equipadas que em 1961 não conseguiram recuperar um navio
mercante português, o «Santa Maria», em águas internacionais!
Que em 1972/73 os seus aliados mais próximos por razões de sobrevivência,
a África do Sul do apartheid e a Rodésia da independência
unilateral, faziam relatórios arrasadores sobre o espírito combativo,
CRÓNICA
39
sobre a estrutura de comando das forças portuguesas em Moçambique
e Angola. Entretanto a Marinha Inglesa realizava um bloqueio ao
porto da Beira! (Beira Patrol) — e Portugal era formalmente aliado
de Inglaterra!
Foi a este “Estado a que isto chegou”, nas palavras de Salgueiro Maia,
que uma parte dos militares, a dos melhores, desde logo pela razão
elementar de terem ganho consciência da irracionalidade criminosa
de uma política de guerra sem objetivo, nem fim, nem meios, uma
guerra de queimar portugueses sem sentido, deu o devido e patriótico
fim a 25 de Abril de 1974. O qual não devia, segundo esta franja de
militares, ser comemorado! Li que a presença dos chefes de estado-
-maior não “dignificava as Forças Armadas”, que as envergonhava!
Foi o 25 de Abril que retirou Portugal do grupo dos estados-pária onde
se encontrava. Que permitiu restabelecer ligações sem “vergonha” com
aliados europeus e americanos, mas também com países do Terceiro
Mundo, com o mundo árabe (o Egito, em particular), a África (OUA),
a Ásia (China e Índia, em particular), a URSS e os seus aliados. Que
abriu a porta a alguns desses militares hoje tão críticos do regime
democrático e tão empenhados no ataque aos seus fundamentos para
terem a oportunidade de participar em missões internacionais que,
sem valorização de mérito político, os levaram à antiga Jugoslávia e
ao Líbano, a Timor, a Angola, Moçambique, Guiné, Marrocos (Sara),
na República Centro Africana, Bolívia, Afeganistão, entre os outros
espaços de conflito internacional, em missões para as quais, durante a
ditadura e a guerra colonial, os militares portugueses jamais haviam
merecido serem considerados elegíveis para participarem!
Não há para estes “neo epopeicos” frustrados um ministro do regime
do Estado de Direito que não seja ou tenha sido um biltre, a maioria
dos generais são uns vendido. Os militar com responsabilidades
no 25 de Abril são cobardes, ou traidores! Para eles, os virtuosos,
a virtude do Estado e das Forças Armadas morreu a 25 de Abril de
1974! Entretanto veneram alguns “heróis do absurdo”, incapazes de
perceber a razão dos seus atos. É este o discurso sublimar deste grupo
de revivalistas, manipuladores da opinião.
Na realidade e é histórico, foi o 25 de Abril que dignificou a condição
dos militares portugueses. O 25 de Abril foi obra de soldados, recorrendo
a Mouzinho de Albuquerque. E foi o 25 de Abril, com os seus
militares e políticos, com os seus defeitos e qualidades que colocou
Portugal no concerto das nações respeitáveis.
O discurso primariamente patrioteiro — primário porque rejeita
o conhecimento resultante do estudo, da investigação, da análise
e patrioteiro, um termo de Eça de Queiroz, porque se refere a um
conceito adulterado de pátria, tenta confundir eventuais erros de
conduta, de avaliação, cometidos durante o período pós-25 de Abril
de 74 e até hoje, ou de confronto de modelos de sociedade, com o erro
fundamental assente na incapacidade de um regime ditatorial não
só de ler a realidade, mas de ir contra ela e contra direitos fundamentais.
É um discurso que pretende confundir erro, escolha, com
a essência do Mal!
São estes militares que surgem associados de forma mais ou menos
insidiosa aos que proclamam que o 25 de Abril não devia ser comemorado,
porque o 25 de Abril não devia ter ocorrido, que o Estado
Português, através dos seus órgãos de soberania, incluindo os chefes
militares, não devia estar na Assembleia da República a 25 de Abril
porque há uma epidemia! Que, por redução ao absurdo, defendem a
única alternativa ao 25 de Abril que seria a continuação da política
colonial e de uma ditadura — não há alternativa, não era possível
um Portugal colonial integrado em qualquer espaço da comunidade
internacional -, que Portugal devia continuar a sofrer mortos e a
espalhá-los espalhados por África, desde que fosse na guerra, a ter
mortos espalhados pelos países de emigração, sem despedidas possíveis,
que Portugal devia continuar a ter milhares de portugueses
confinados pelo mundo, por serem emigrantes ilegais, ou desertores
e não poderem regressar para verem pais ou filhos.
(*) Carlos de Matos Gomes nasceu a 24 de Julho de 1946,
em Vila Nova da Barquinha. Foi oficial do Exército, tendo
cumprido comissões em Angola, Moçambique e Guiné, e é
investigador de História Contemporânea de Portugal. Utiliza
o pseudónimo literário de Carlos Vale Ferraz
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ACTUALIDADE
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Bill Gates e a “filantrópica”
obsessão das vacinas
Por ROBERT F. KENNEDY JR.(*)
As vacinas, para Bill Gates, são
uma filantropia estratégica que alimenta
os seus muitos negócios na
área (incluindo a ambição da Microsoft
de controlar uma campanha
global associando vacinação
e identificação) e dá-lhe controlo
ditatorial sobre a política global
de saúde.
A obsessão de Gates por vacinas
parece alimentada por uma convicção
de que pode salvar o
mundo através da tecnologia.
Prometendo uma parcela de 450 milhões
de dólares do programa de 1200
milhões de dólares para erradicar a
poliomielite, Gates assumiu o controlo
do Conselho Técnico Nacional de
Imunização da Índia (NTAGI), que
exigiu até 50 doses de vacina contra
a poliomielite através dos programas
de imunização para todas as crianças
até aos cinco anos de idade. Os
médicos indianos culpam a campanha
de Gates por uma devastadora
epidemia de paralisia flácida aguda
não-poliomielite que paralisou 496
mil crianças entre 2000 e 2017. Em
2017, o governo indiano cancelou o
regime de vacinas de Gates e afastou-o do
NTAGI. As taxas de paralisia flácida aguda
caíram vertiginosamente.
Em 2017, a Organização Mundial da Saúde
(OMS) admitiu, com relutância, que a
explosão global da poliomielite é predominantemente
de origem vacinal. As epidemias
mais assustadoras do Congo, Afeganistão e
Filipinas estão todas associadas a vacinas.
Na realidade, em 2018, três quartos dos casos
globais de poliomielite tiveram origem
em vacinas.
-“Cruéis e imorais”
Em 2014 a Fundação Gates financiou testes
de vacinas experimentais contra o HPV
(vírus do papiloma humano), desenvolvidas
pela GSK (GlaxoSmithKline) e Merck, em 23
mil meninas de províncias remotas da Índia.
Aproximadamente 1200 sofreram efeitos
colaterais graves, incluindo distúrbios autoimunes
e de infertilidade. Sete morreram.
Investigações do governo indiano acusaram
Gates de financiar investigadores que cometeram
violações éticas generalizadas: pressionando
meninas vulneráveis das aldeias a
participar nos testes, intimidando os pais,
forjando formulários de consentimento e
recusando atendimento médico às crianças
doentes. O caso está agora no Supremo
Tribunal do país.
Em 2010 a Fundação Gates financiou um
teste da vacina experimental contra a malária,
da GSK, matando 151 bebés africanos e
causando sérios efeitos colaterais, incluindo
paralisia, ataques epilépticos e convulsões
febris em 1048 das 5049 crianças envolvidas.
Durante a Campanha de 2002 MenAfriVac,
patrocinada por Gates na África Subsaariana,
os seus operacionais vacinaram à força
milhares de crianças africanas contra a
meningite. Aproximadamente 50 das 500
crianças vacinadas desenvolveram paralisia.
Jornais sul-africanos alertaram: “Somos
cobaias para fabricantes de drogas”. O economista
sénior de Nelson Mandela, professor
Patrick Bond, descreveu as práticas filantrópicas
de Gates como “cruéis e imorais”.
-“Reduzir a população”
Em 2010 Gates patrocinou a OMS com 10
mil milhões de dólares afirmando: “vamos
fazer desta a década das vacinas”. Um mês
depois, Gates disse ao Ted Talk que novas
vacinas “poderiam reduzir a população”.
Em 2014, a Associação de Médicos Católicos
do Quénia acusou a OMS de esterilizar
quimicamente milhões de mulheres quenianas
relutantes através de uma campanha
de vacina contra o “tétano”. Laboratórios
independentes encontraram uma fórmula
da esterilização em todas as vacinas testadas.
Depois de negar as acusações, a OMS
finalmente admitiu que estava a desenvolver
vacinas de esterilização havia mais de uma
década. Acusações semelhantes surgiram
da Tanzânia, Nicarágua, México e Filipinas.
Um estudo de 2017 (Morgensen et al. 2017)
revelou que a popular vacina tríplice bacteriana
(DTP) da OMS está a matar mais crianças
africanas do que a doença que é suposto
combater. As meninas vacinadas sofreram
uma taxa de mortalidade dez vezes superior
à das crianças não vacinadas. Gates e a OMS
recusaram-se a recolher a vacina
letal que a OMS impõe anualmente
a milhões de crianças africanas.
Defensores da saúde pública global
através do mundo acusam Gates
de sequestrar a agenda da OMS,
afastando-a dos projetos que comprovadamente
reduzem as doenças
infecciosas: água potável, higiene,
nutrição e desenvolvimento económico.
A Fundação Gates investe
nestas áreas apenas 650 milhões
dos cinco mil milhões de dólares do
seu orçamento. Dizem os defensores
de saúde pública que Gates desvia
os recursos da OMS para servir
a sua narrativa pessoal, segundo a
qual boa saúde só vem dentro de
uma seringa.
Além de usar a filantropia para controlar a
OMS, a UNICEF, GAVI (Aliança das Vacinas)
e PATH (uma organização internacional de
saúde global), Gates financia uma empresa
farmacêutica privada que fabrica vacinas; e
adicionalmente doou 50 milhões de dólares a
12 empresas farmacêuticas para acelerarem
o desenvolvimento de uma vacina para o
novo coronavírus.
Nas suas mais recentes presenças nos media
Gates surge confiante em que a crise
do COVID-19 lhe dará a oportunidade para
forçar o seu ditatorial programa de vacinas
nas crianças americanas.
(*) Robert F. Kennedy Jr. é advogado e Presidente
da Children’s Health Defense. Em 2018 ele e sua
equipa venceram o caso contra a empresa Monsanto
pelo uso do herbicida RoundUp
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CRÓNICA
43
Ajudou algum comunista a
passar a fronteira?
LUÍS OSÓRIO
- Não sei se ajudei a passar comunistas, mas
certamente ajudei a passar muitos emigrantes.
O meu tio vivia na fronteira e conseguimos
passaportes para muitos emigrantes irem
para a França e para a Bélgica, fi-lo e fiquei
de consciência tranquila. Os homens, no fundo,
só queriam ir à procura de melhores dias.
Juram-me que nunca despediu ninguém. É
um mito?
- Tenho essa fama, mas terei despedido alguém.
Um ou outro de que gostava menos,
muito pouco, quase nada. É difícil comigo.
Sou um conciliador, gosto de juntar pessoas
e de as tornar amigas. Quem nasce numa terra
com tantas carências se tiver bom senso
consegue fazer muita coisa, consegue servir
bem as pessoas. Com certeza que, ao longo
da vida, despedi pessoas, mas houve sempre
uma razão muito forte e dei sempre exemplos
para que não acontecesse outra vez.
Rui Nabeiro
Mas nunca despediu ninguém para faturar mais.
- Isso não, isso de maneira nenhuma! Quando eles não faturam,
faturo eu. Se as vendas caem, quando acontece, sou eu que visito os
clientes. O que faço sempre que posso.
O senhor comendador é o dono da bola, mas depois deixa todos jogarem.
Mas quando tem de ir buscar outra vez a bola não hesita.- É a
história da minha vida. Na minha casa só sabemos sorrir. Eu sorrio
para a minha mulher e ela sorri-me. Agora já estamos os dois sozinhos,
sempre são 65 anos de casados. Tenho uma camarada muito capaz.
Muita paz e deixe-me acrescentar, muito fogo.
- Fogo haverá, um homem que não sente fogo está acabado.
O segundo mito, que me juram ser verdade, é uma história de poupança.
No princípio da semana põe no bolso direito uma soma de
dinheiro e não gasta durante a semana mais do que aquilo que tem
no bolso. Hoje é terça-feira, posso perguntar quanto dinheiro tem no
bolso?- Tenho uns 300 euros, mas apenas porque estou e vou ficar
em Lisboa. Hoje o almoço estava pago, ontem o jantar estava pago.
Não o gastarei de certeza. Tenho as notas no bolso, mas tudo o que
é moeda guardo numa latinha e, ao fim de uns três meses, abro-a e
levo o dinheiro para o «Tempo para Dar», uma associação que temos
ligada ao «Coração Delta». Eu não gasto dinheiro, a mulher dá-me de
comer, depois chega qualquer amigo e quer logo pagar tudo, tenho
essa vantagem.
Isto é o problema de ser rico, acabam por lhe pagar as coisas todas,
a mim ninguém me paga nada.
- Fico sempre ofendido com a palavra rico. Tenho é muito valor, tenho
muitos sacos de café, tenho muitos clientes, temos muitas casas e
armazéns espalhados por aí, temos quase 3400 trabalhadores, essa é
a minha maior riqueza, eles a trabalhar para mim e eu trabalhar para
eles, é extraordinário. Eu realmente tenho uma vidinha boa, mas o
dinheirinho é da empresa, as nossas casinhas e os nossos armazéns
não são do António, do Manuel nem do Joaquim, são da empresa.
• Excerto da conversa de Luís Osório com Rui Nabeiro que poderá ler na
íntegra no livro “30 Portugueses, 1 País”, nas livrarias de todo o país no
dia 1 outubro de 2019
Neste livro, o oitavo de
Luís Osório, com fotografias
de Gonçalo Rosa da
Silva poderá ler conversas
únicas e irrepetíveis com
Por ordem alfabética:
Ana Moura
António Barreto
António Costa
António Vieira Monteiro
Assunção Cristas
Bruno Nogueira
Carlos Moedas
Catarina Albuquerque
Catarina Martins
Dionísio Pestana
Fernando Medina
Fernando Santos
Guta Moura Guedes
Jerónimo de Sousa
Joana Marques Vidal
Joana Vasconcelos
José Avillez
José Miguel Júdice
Luís Marques Mendes
Mafalda Ribeiro
Maria Filomena Mónica
Mário Centeno
Miguel Sousa Tavares
Mónica Bettencourt Dias
Paula Amorim
Rita Blanco
Rui Nabeiro
Simone de Oliveira
Teodora Cardoso
Tiago Rodrigues
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CRÓNICA
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25 de Abril, num romance a
publicar
"Já pertencem à história fixada nos cânones os gestos de Otelo
Saraiva de Carvalho, o comandante das operações do 25 de
Abril de 1974, após a recolha das tropas vitoriosas a quartéis,
depois de embarcados os próceres do regime deposto para a
ilha da Madeira. Ele próprio os descreveu com singeleza anti
epopeica, arrumou a mesa na sala do quartel da Pontinha a
partir da qual conduzira os movimentos das unidades que
ocuparam os objetivos, fechou a luz e a porta do anexo de onde
haviam sido emanadas as ordens e recebidas as mensagens
dos comandantes sublevados, meteu-se no carro utilitário e
foi para casa dormir.
O meu tio Dionísio pensou repetir esses passos de Óscar, o
nome de código do estratega da operação «Viragem Histórica»,
que lhe pareciam sensatos e correspondiam ao que pretendia
quando se envolveu na preparação do golpe de estado. Desinfestar
o castelo dos fantasmas, abrir-lhe as portas e janelas e
regressar a casa, mergulhar num longo banho de imersão, sem
pensamentos, tomar uma bebida forte, dormir sem limites.
Assim resumira os primeiros atos no início de uma nova era.
- Assisti à declaração da Junta de Salvação Nacional, na televisão,
de robe bordeaux de seda, sentado num sofá, de chinelos,
a beber um Porto vintage, a fumar um charuto cubano Montecristo,
que trouxera de um free shop e a ouvir piano tocado por
Sergei Rachmaninoff, de quem os críticos diziam ter as mãos
deformadas pelo síndrome de Marfan para explicarem as raras
sonoridades que extraía do instrumento. A mesma doença do
agitador De Roux…
O som do piano de Rachmaninoff, o fumo do Montecristo, o
sabor do Porto serviram de fundo à imagem lúgubre de uns tipos
com mau aspeto, mal fardados, mal barbeados, assustados, que
o ecrã exibiu na noite do 25 de Abril a preto e branco, confessou
o meu tio. Além dos generais Costa Gomes e Spínola conhecia
vagamente os dois oficiais da Marinha.
CARLOS MATOS GOMES (*)
O protagonista, um oficial da Marinha, conservador e
snob, chegou ao 25 de Abril depois de uma dolorosa
convivência com um dos grandes crimes do Estado Novo.
Por decência. É também uma homenagem ao Otelo, que
eu conheci como na foto. Ou mais novo.
As últimas palavras de Spínola soaram-lhe como a frase de
despedida do padre Manuel, quando ia com os pais à igreja,
aos domingos: Ite missa est. Ide à vossa vida, a missa acabou. A
missa de Dionísio findara. Não iria incorporar-se em qualquer
procissão que seguisse atrás daqueles oficiantes. Recusara desde
pequeno ajudar aos rituais e participar com opa vermelha
de menino de coro nas romarias com banda marcial, santo
padroeiro, pálio, foguetes, autoridades da freguesia e mesários
da Santa Casa da Misericórdia, aflitos e apertados nos fatos de
domingo. Sofria desde pequeno de fobia a penitentes voluntários.
Apresentou-me como uma das razões para ter preferido a
Marinha ao Exército o facto de não se reunirem multidões no
mar, nem na época andar malta aos magotes sobre as ondas
em cima de tábuas de engomar, e de já nem os capelães navais
proferirem sermões aos peixes, se é que alguma vez o fizeram,
a não ser depois de cozinhados! "
(*) Carlos Vale Ferraz
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NEUROCIÊNCIA
COVID-19 AFECTA O CÉREBRO
Inflamação, confusões mentais e Acidentes Vasculares Cerebrais
NELSON S. LIMA
Pesquisas clínicas e relatos de casos fornecem evidências
crescentes de impactos sérios do Covid-19
no cérebro.
Um artigo do New England Journal of Medicine desta semana relata
que uma averiguação junto de 58 pacientes em Estrasburgo, na França,
descobriu que mais de metade dos hospitalizados mostrava-se
"confusa ou agitada, com imagens do cérebro sugerindo inflamação".
Não é de surpreender que haja médicos a alertar para outros sintomas:
"se você sentir confusão mental e se tiver problemas para pensar de
forma normal essas são razões para procurar atendimento médico"
para saber o que se passa.
Com efeito, sintomas como febre, tosse e falta de ar são os mais
falados mas há casos em que as pessoas contaminadas mostram-se
profundamente desorientadas a ponto de não saberem onde estão
ou em que ano, mês ou dia da semana estão.
Às vezes, isso é devido às dificuldades respiratórias, com baixos níveis
de oxigénio no sangue, mas em alguns pacientes a confusão parece
desproporcional à forma como os pulmões estão a funcionar, o que
leva a pensar que o sistema nervoso é afectado pelo vírus.
Outros cientistas afirmam taxativamente que o COVID-19 afecta
o Sistema Nervoso Central, que resulta em ataques e convulsões e
outros desequilíbrios neurológicos, que podem perdurar no tempo
mesmo quando os pacientes são dados como recuperados.
Outros hospitais, nomeadamente de Nova Iorque, relatam AVCs
(acidentes vasculares cerebrais) significativamente maiores e mais
agudos em jovens adultos infectados com COVID-19, com consequências
graves.
Os seguintes links oferecem mais informação científica:
https://gulfnews.com/…/coronavirus-how-does-covid-19-affect…
https://www.wired.com/…/what-does-covid-19-do-to-your-brain/
Continuarei a acompanhar esta matéria consultando várias fontes
médicas e científicas credenciadas.
Foto: GORODENKOFF/GETTY IMAGES, ISTOCKPHOTO
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CRÓNICA
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O meu Brasil não é este
inferno (ainda) sem chamas
LUÍS OSÓRIO
1. - Não, não é.
O meu Brasil não é o de Bolsonaro.
Não é o do povo que nele votou.
Não é, ainda menos, nos que continuam a apoiá-lo no país, nas
cidades, nas ruas ou redes sociais.
O meu Brasil não é o da democracia brasileira, quero lá saber da
democracia se ela se transforma num instrumento para me atacar
a dignidade e roubar a liberdade.
Vejo o fascista na televisão e não é aquele o meu Brasil. Chameilhe
fascista, mas não o é, fui apressado na escolha das palavras, o
homem que vejo na televisão está profundamente doente, parece
demente mais os que o rodeiam, a começar no tipo que faz a
linguagem gestual e a acabar nos filhos ou no povo que aplaude
os seus “tomates”, os grandes “tomates” de alguém que manda as
pessoas manifestarem-se em cada lugar onde exista vontade de
cumprir as suas palavras. Afinal, o que é um cabrão de um vírus
em comparação com ele?
Não, não é este o meu Brasil.
O Brasil de um homem que diz não ser coveiro quando um
jornalista lhe pede para comentar o número crescente de mortos.
2. - O Brasil de João Gilberto, Jobim, Chico e Caetano não é este.
Como poderia?
Se o Brasil que odeio pudesse ouvir “Chega de Saudade”,
“Insensatez”, “Valsinha” ou “Menino do Rio” jamais dançaria com
o diabo ou aplaudiria o apocalipse.
Não, eles não sabem. Não escutaram as palavras dos mestres, não
as puderam ouvir de maneira a fazê-las viajar por dentro de si, se
o tivessem feito ser-lhe-ia impossível não entender que existe algo
errado quando se olham ao espelho.
Guardo o Brasil que amo no coração.
Guardemo-lo para que nos seja impossível esquecer que o Brasil é
um país maravilhoso, um país de mar e poesia, um país de gente
que acredita na liberdade, que acredita na solidariedade, que
acredita na justiça, um país de pessoas que imaginam e cumprem
impossíveis, um país de gente misturada que é a prova do respeito
pela pele e pela alma do outro.
3. - No Brasil que eu amo…
O de Elis, Calcanhoto, Bethânia ou Gal Costa.
O de Jorge Amado, Lispector, Drummond de Andrade, Vinícius ou
Manuel Bandeira.
O de Fernando Meirelles, Sónia Braga, Niemeyer, Sebastião
Salgado, Fernanda Montenegro.
Nesse lugar que venero não há lugar para dúvidas, incredulidade
ou acerto de contas.
Tenho-o dentro do que sou. E mantém-se forte dentro de cada
um dos brasileiros para quem a liberdade seja a medida justa de
todas as coisas. E nós sabemos, bem no fundo sabemos que, dure
o tempo que durar, a vitória será nossa e de toda a música que
carregamos, um samba de uma nota só, a nota maior a que uma
pessoa pode ambicionar, a liberdade de sermos gente inteira.
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HUMOR
“Quem não sabe rir, não sabe viver”
Palavras e Presumíveis
Significados
ABAFADO - Fado cantado por um grupo
muito em voga nos anos 70
ABAIXADOR -Aquilo que sentimos quando
somos atingidos nas ‘partes baixas’
ABANANAR -Adormecer ao som da música
dos ABBA
ABARBATAR -Fazer transas com a barba
ABASTECER -Tecer as abas
ABDICATIVO - ‘Abdi’ que está preso (seja
lá o que for um ABDI)
ABDOMINAL -Muito feio (Ex.:”Abdominal
homem das neves”)
ABELOIRA -Nome que se dá nas beiras a
um pássaro de coloração amarela
ABISMADO _ pessoa que caiu no abismo
ABLEGADO -Agradecimento feito por um
japonês recém chegado a Portugal
ABREVIADO - Bisturi destinado exclusivamente
à operação de Gay’s.
ABSORVEDOR -Remédio milagroso que
tira todo o tipo de dores
ABSTERGENTE - Ignorar pessoas , ou
pô-las de parte
ABUNDAR -Tornar algo parecido com a
‘bunda’
ACABADOR -O mesmo que ABSORVE-
DOR
ACABRAMAR -Estar apaixonado por uma
cabra
ACAPACHAR -Acto de achar a capa
ACHUMBAR -Bar para pessoas constipadas
ADMIRADOR -Masoquista
ADORADOR -Ver ADMIRADOR
AGUACHADO -Outro nome pelo qual era
conhecido MOISÉS
AMACIAR - Adora fazer ‘truca-truca’
AMADOR - Ver ADORADOR. O mesmo
que masoquista.
AMARELENTO - Adora levantar-se cedo ,
ou passar as noites na rua ao relento
AMARGADO -O mesmo que
ACABRAMAR , só que este é mais abrangente
AMAZONAS -apreciador das zonas de baixo
meretrício.
AMBICIOSO - Pessoa que cia para os dois
lados (BISSEXUAL)
ANABÓLICO -Relativo a Ana Bola
ANALCIMA -Hmmmmmmmmm ... Também
há analbaixo?
ANALECTOR -Pessoa que lê o futuro (ou o
passado) pela forma do ânus
ANALFABÉTICO -Pessoa que consegue
escrever com o ânus
ANALOGIA - Ciência que estuda o ânus
ANÃO -Ano bissexto (por ser descomunalmente
grande)
ANAPLÁSTICO -Nome de uma boneca
(forte concorrente da ‘BARBIE’)
ANATÓMICO Nome da filha mais velha de
Albert Einstein
ANDAPÉ -Pessoa que não possui meio de
transporte
ANDIROBA - Pessoa com licença de ladrão
ambulante
ANIÃO -’ANÃO’ em espanhol
ANTIEVANGÉLICO -Pessoa que não gosta
da música do Vangelis
ANTIGÉNIO -Pessoa muito estúpida
ANTIPAPA -Pessoa que está em greve de
fome
ANTI-RÁBICO -Pessoa que é contra os
homossexuais
AORTA -Local de cultivo ; Quintal
APARTADO -Coisa ou local muito pequeno
APAVORAR -Oração feita pelos suecos ao
seu Deus ‘APAV’
APICIADURA -Sem comentários (seus
badalhocos...)
ARCUENSE -Ar que vem do ânus (Pop.
peido ou bufa)
ARGENTÃO - Pessoa aparentemente muito
grande
ARMADURA -Pénis em estado de erecção
ARMARINHO -vento proveniente do mar.
ARMÁRIO -Vento proveniente do litoral
ARMENTAL -Camada de ar no interior da
cabeça
ARRETADURA - Grito de espanto ao
aperceber-se da rigidez da coisa
ARRIMAR - Poema (Os versos acabam
sempre ARRIMAR)
ARTESÃO -Pessoa aparentemente excitada
ASSAFIADO -Assador que não recebe
dinheiro
ATAFERA -Domador
ATAMARADO -Colete de forças
ATAVIADOR - Cinto de segurança utilizado
pelo piloto e co-piloto de um avião
ATESTADOR -Enxaqueca ; Dor de cabeça
AVOCATURA -Avô muito chato ou teimoso
AZARCÃO - Diz-se de uma pessoa com
muita falta de sorte
DATAS COMEMORATIVAS - Maio 2020
01 SEX Dia do Trabalhador
03 DOM Dia da Mãe
03 DOM Dia da Invenção da Santa Cruz
04 SEG Dia Internacional do Bombeiro
05 TER Dia Mundial da Asma
05 TER Dia Mundial da Higiene das Mãos
05 TER Dia Internacional da Parteira
06 QUA Dia Internacional Sem Dieta
08 SEX Dia Mundial da Segurança Social
09 SÁB Dia da Europa
10 DOM Dia de São Damião de Molokai
10 DOM Dia Mundial do Lúpus
11 SEG Dia Europeu do Melanoma
12 TER Dia Internacional do Enfermeiro
16 SÁB Dia Mundial do Whisky
16 SÁB Dia Mundial da Migração dos Peixes
17 DOM Dia Mundial da Internet
17 DOM Dia Mundial da Hipertensão
17 DOM Dia Mundial das Telecomunicações
17 DOM Dia Mundial da Pastelaria
18 SEG Dia Internacional dos Museus
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18 SEG Dia de Santa Rafaela
18 SEG Dia Mundial da Vacina Contra a SIDA
18 SEG Dia Internacional do Fascínio das Plantas
19 TER Dia Mundial do Médico de Família
20 QUA Dia da Marinha
20 QUA Dia de São Bernardino
20 QUA Dia Mundial da Metrologia
20 QUA Dia Europeu do Mar
20 QUA Dia Mundial das Abelhas
22 SEX Dia Internacional da Biodiversidade
22 SEX Dia do Autor Português
23 SÁB Dia Mundial da Tartaruga
24 DOM Dia Europeu dos Parques Naturais
25 SEG Dia da África
27 QUA Dia Mundial da Esclerose Múltipla
28 QUI Dia Internacional da Saúde Feminina
28 QUI Dia Internacional do Brincar
29 SEX Dia Nacional da Energia
31 DOM Dia Mundial Sem Tabaco
31 DOM Dia dos Irmãos
31 DOM Dia Mundial de Combate ao Fumo
49
PERDER A MEMÓRIA
NELSON S LIMA
A importância da memória - em toda a sua dimensão genética,
corporal, psicológica, emocional, existencial, cultural e social
- é extraordinária. Quando ela sofre danos, o mundo torna-se
confuso para as suas vítimas.
E quando a memória se esvai, roída pela doença, ficamos num
vazio existencial completo, sem tão pouco sabermos o que está
a acontecer pois nem mesmo sabemos quem somos.
Saiba mais em:
www.facebook.com/o.cerebro.senior e
www.facebook.com/mental.training.europa
Baptista Soares
(Endireita)
MASSAGISTA TERAPEUTA DE RELAXAMENTO
MUSCULAR DESPORTIVO
MASSEUR UND KÖRPERTHERAPEUT
KLASSISCHE SPORT UND RELAX MASSAGEN
Zürichstrasse 112, 8123 Ebmatingen
Natel 078 754 18 31
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CRÓNICA
Queres mesmo namorar
com um agricultor?
E ver o Big Brother?!
LUÍS OSÓRIO
1.No passado domingo estrearam “Quem Quer
Namorar com o Agricultor?” (SIC) e “Big Brother”
(TVI). Os dois programas foram vistos por quase três
milhões de portugueses, um número astronómico
que foi festejado na SIC e deu que pensar à TVI pois
Big Brother ficou longe do seu concorrente – o que
para este “Postal” é irrelevante.
2.A televisão hoje, em comparação com qualquer outro período
da história mediática, é produzida com melhores condições técnicas,
a começar pela qualidade da imagem.
Mas depois…
Depois o que acontece é simples de explicar.
As televisões oferecem às pessoas aquilo que supostamente elas
querem ver. E, mais importante do que isso, refletem o gosto comum,
a lógica da sociedade e o conjunto de sentimentos e preconceitos
de cada tempo.
É nesse sentido que devem ser analisadas as estreias destes formatos,
dois enormes investimentos das duas principais estações privadas.
3.Este é um tempo amoral. Um tempo em que, cada vez mais,
os juízos de valor que são feitos não refletem um princípio moral
(nem sequer imoral). Um tempo que não reflete sobre o que vê pois
tudo é virtual e destituído de valor físico.
Uma importante fatia da população olha para a realidade como
uma ficção e para a ficção com realidade. Uma importante fatia da
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CRÓNICA
51
população mistura informação fidedigna com falsidades.
É para essa maioria que os programadores dos canais abertos trabalham.
Não lhes interessam os intelectuais, os letrados, as pessoas
que problematizam ou que podem escolher o que querem ver. Essas
todas somadas, nas suas contas, não oferecem garantias de audiência
massificada.
4.É um tempo amoral… e virtual.
Não temos dinheiro, temos a informação que o temos.
Nas guerras mata-se como num jogo de computador, quase tudo é
indolor e sem culpa.
Quando vemos o sofrimento ele é-nos apresentado com a mesma
lógica de uma série de ficção. Sofremos, mas como em qualquer série
a vida continua depois do episódio acabar.
Vivemos muito em função das redes sociais em que interagimos como
se estas interações fossem físicas e não virtuais.
É um tempo em que os discursos políticos se reduziram ao essencial,
discursos adaptados às televisões que exigem mensagens curtas que
caibam em slots de 20 ou 30 segundos. Já não os conseguimos ouvir
mais do que isso e “eles” sabem que o seu discurso deve ser simples
e publicitário. “Nós” criticamos isso, mas é-nos insuportável se for
de outra maneira, mudaríamos simplesmente de canal.
Este é um tempo que parece aplaudir as mudanças sociais como os
casamentos de pessoas do mesmo sexo ou os direitos dos homossexuais.
Mas depois, ao observarmos os canais mais vistos ou as
plataformas de gosto massificado, percebemos que existe um irritante
conservadorismo mascarado de progresso. Os homossexuais
assumidos que se tornaram estrelas ou são “efeminados” ou são
“espalhafatosos”. Têm todo o direito de serem o que quiserem, mas
estimulam inadvertidamente o preconceito. Porque aparentemente
para o senso comum, para a audiência média, um homossexual é
uma pessoa diferente da maioria, um maluco ou maluca de quem se
gosta, mas que não é como eles. É-lhes distante. Não os ameaça, só
os faz rir, só os entretém.
5.Voltarei a estes temas brevemente.
Regresso aos programas.
O que choca em “Quem quer namorar com o Agricultor” não é salvo
pela qualidade das filmagens ou pelo profissionalismo com que é
feito para ter um efeito na audiência. O que choca é ser um programa
miserável que trata as mulheres, no limite, como prostitutas. A maneira
como foram apresentadas aos agricultores, a forma como eles
as escolheram, são decalcadas da forma como os homens escolhem
as mulheres nos bordéis.
Choca-me muito ver a SIC, com uma informação que tem elevado o
jornalismo português e assumido as suas responsabilidades perante o
momento em que atravessamos, fazer depois, estimular depois, uma
programação feita de mediocridade, de estigmas sociais e de apelo
ao mais básico dos sentimentos.
E o que choca no Big Brother é terem-se passado vinte anos e não
existir o mínimo de criatividade para inventar novos formatos, arriscar
ir mais longe ou tentar surpreender. Gosto da atual direção de
programas da TVI (Nuno Santos e Hugo Andrade são pessoas que
prezo pessoal e profissionalmente), mas apostar no Big Brother é
desistir à partida da ideia de que a televisão não está necessariamente
condenada à rasquice e ao voyeurismo. Ainda por cima um voyeurismo
que nos desafia a espiar vidas vazias de homens e mulheres que, na
sua aparente diferença, são profundamente parecidos uns com os
outros, um templo de vacuidade.
6.A televisão hoje é muito mais do que os canais abertos.
As elites e uma parte substancial da classe média urbana (seja isso o
que for) vê o que quer e tem ofertas suficientes para não ter de ligar
a televisão nos canais habituais.
E não a irá ligar. Porque à semelhança de outros palcos as pessoas
mais exigentes foram expulsas das televisões, não têm lugar no
prime-time. É uma espécie de ditadura do proletariado capitalista,
a revolta da maioria.
Será muito difícil de inverter. E quem deseja e aceita o desafio de
dirigir estes projetos tem de jogar as regras do jogo. Tão simples
quanto isso.
7.Uma última nota para dizer que, ao contrário do que se pensa, não
foi nenhum daqueles programas que ganhou o domingo. Ricardo
Araújo Pereira pulverizou os números, o seu “Isto é Gozar com quem
Trabalha” foi visto por dois milhões de pessoas. Sou insuspeito, ainda
há poucos dias, afirmei aqui que este Araújo Pereira já não é sequer o
melhor humorista da sua geração, mas fiquei feliz por saber. Porque
os números são a prova de que não temos de estar condenados a
ter formatos que nos puxem para baixo, com apresentadores muito
abaixo do exigível (como o do Big Brother). Existe esperança que o
público, sempre soberano, comece a distinguir o trigo do joio ou o
género humano do Manuel Germano.
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CRÓNICA
Sérgio Moro
– o candidato a PR
CARLOS ESPERANÇA
Assistir ao branqueamento do ex-juiz e ministro de Bolsonaro nos
média portugueses, como se fosse um cidadão virtuoso e democrata,
é algo que arrepia.
Esqueceram que Temer, corrupto com fartas provas, deixou de
ser perseguido após ter aderido ao golpe contra Dilma Rousseff,
em proveito próprio e do gangue que assaltaria a presidência da
República com Bolsonaro como líder.
Basta substituir um corrupto abrutalhado por um corrupto sofisticado
para que tudo se mantenha igual num país onde as oligarquias
não deixam perdurar a democracia se não estiver sob o seu domínio.
Parece esquecida a participação de Sérgio Moro, indivíduo sem
escrúpulos nem pudor, na criação do ambiente que levou à destituição
de Dilma; as escutas ilegais à PR feitas e divulgadas por ele
para tornar aceitável na opinião pública o golpe da destituição sob
o estranho pretexto das “pedaladas fiscais”; a sua recomendação de
nomes de testemunhas aos procuradores para garantir condenações
e promover-se a justiceiro do Lava-Jato.*
Surpreende que não tenha procurado averiguar de onde partiu o
plano para assassinar a vereadora Marielle Franco e é muito comprometedora
a troca de mensagens divulgadas pelo Intercept em
julho passado, mostrando que o coordenador da Operação Lava
Jato, Deltan Dallagnol temia que o ministro da Justiça Sérgio Moro,
protegesse Flávio Bolsonaro para não desagradar ao PR e pôr em
risco a sua indicação para o Supremo Tribunal Federal (STF), como
tinha antecipado Jair Bolsonaro em maio de 2021.*
A demissão de Moro deve-se à incapacidade do PR para compreender
que o cerco ao filho Flávio deixara de depender dele quando a
ordem de investigação partiu do STF.
Demitiu-se depois de ver gorada a indigitação para o STF, quando
não pôde impedir a investigação contra Flávio, e vingou-se com as
acusações que levaram o Tribunal que mandou investigar o filho a
mandar investigar agora o PR, por ingerência na Polícia Federal,
abrindo espaço para a sua candidatura à sucessão.
Sérgio Moro é outro Temer, mas faltou-lhe ser vice-presidente para
ser o PR na queda próxima de Bolsonaro. Resta-lhe agora conspirar
com o treino da Operação Lava Jato e esperar que não haja
melhor candidato para os que, com a sua cumplicidade, levaram
Bolsonaro a PR.
Convém lembrar que, quando era juiz do Lava Jato, em conferência
no Estoril, chamou bandido a um arguido português, ex-PM, ainda
sem acusação. A linguagem, digna de almocreve, é uma boçalidade,
adequada a um jagunço do gangue Bolsonaro, e uma ofensa à
Justiça portuguesa onde não há um único juiz capaz de apelidar
dessa forma um cidadão brasileiro, mesmo depois de a condenação
transitar em julgado.
Quem mente, conspira e corrompe, à semelhança de Temer, não
pode ser branqueado.
* https://bit.ly/35g2MbG
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OPINIÃO
53
Porcaria a
que chamam
informação
CARMINDO CARVALHO
Notícia não é o esforço heróico das margens que
sustem a força da água.Notícia é a fúria da água
que transbordou, alagou, arrastou, destruiu e num
ápice muito levou.
Notícia não é a arte da natureza que criou, bordou
e coloriu um jardim.Notícia é a tempestade que
destruiu esse mesmo jardim.
Notícia não é a fartura, é a fome.Notícia não é a
paz, é a guerra.
Notícia não é doar uma tonelada de feijão .Notícia
é roubar um quilo de pão.
Notícia não é amar, é odiar.Notícia não é ser benfeitor,
é ser malfeitor.
Notícia não é fazer e praticar o bem e ser louvado.Notícia
é fazer e praticar o mal , ser aplaudido
e não ser condenado.
Notícia não é o dar nem pouco nem muito sangue.Notícia
é o fazer muito, muito sangue.
Notícia não é, com a arte e bondade criar. É o
destruir com maldade e ruindade.
Notícia não é evitar a desgraça, é com ela fazer
negócio e lucrar.
Carta aberta ao sr.
Primeiro Ministro de
Portugal
Sr. Primeiro Ministro. Bom dia.
Não acha que deveria ter chamado à
atenção a sua Ministra que ali ao seu
lado ( à mão de semear), levou o tempo
todo em que decorreu a cerimónia de
comemoração do 25 de Abril de 1974
, a usar o Telemóvel , ou outro aparelho
similar, num terruca-terruca,
numa mostra escandalosa de desconsideração
pelo momento , pelos seus
colegas que usaram da palavra, pela
Assembleia da República - A Casa da
Democracia, pelos Portugueses que
assistiam pela Tv.?
Mas será que aquela cabecinha oca
CARMINDO PINTO DE CARVALHO
de libelinha, naquele caixote que tem
colocado nos ombros, tem serradura
no lugar de neurónios?
Já há uns dias num momento televisivo,
também na presença do P.M.
gastou o tempo olhando a sua farpela,
ajeitando e ajustando hipotéticos
vincos ou impurezas, completamente
alheada da importância do momento?
Não tem vergonha daquelas profundas
mostras de ausência de responsabilidade
do cargo que exerce?
Tenha vergonha!
Haja alguém, o sr. P.M. (ou mesmo o
papá dela que também é Ministro), lhe
puxem as orelhas e a chamem à razão.
Notícia não é aquele que segurou um que escorregou,
é aquele que caiu e se espatifou.
Notícia não é Teatro, Cinema, Dança, é casas dos
segredos e outras charopadas, próprias para entreter
mentes atrofiadas, cérebros mentecaptos
e castrados.
Que estas minhas palavras que relatam e gritam
esta minha raiva incontida não sejam Poesia nem
notícia, pois bem aceito de boa vontade, melhor
assim.
Notícia não seria se eu partisse a antena da Tv,
rodasse o botão e desligasse a telefonia.
Notícia seria se eu me passasse dos carretos e com
todas as letras mandasse toda esta porcaria a que
chamam informação para um sítio que eu bem sei.
Vivas ao vinte e cinco de Abril
Mais um aniversário daquela
Maravilhosa
E inolvidável madrugada
Se aproxima.
Aos homens que nela se envolveram
Pelo trabalho que por certo tiveram
De uma forma
Ou de outra
Muito fizeram
Para que o sonho
Se tornasse realidade em jeito de
agradecimento
E homenagem lhes canto
Agora e sempre lhes cantarei.
Todos os cânticos
Que for capaz de lhes cantar.
Por todos os caminhos
A palmilhar
A todos lugares irei
E cantarei.
Pela reviravolta benéfica que gerou
Na caduca sociedade portuguesa
De então. Pelo que aos olhos e corações
do povo representou
Agradecido cantarei.
Eu, tu, todos nós que não pactuámos
com tal sistema
Que não comemos da mesma manjedoura
ou gamela
Com tal famelga
O nosso obrigado
Mil vezes amplificado
Para que bem longe se ouça
Aos ventos seja lançado.
Juntos e unidos cantemos: Viva o
vinte e cinco de Abril!!! SEMPRE !!!
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54
LITERATURA
VCARMINDO
DE CARVALHO
Ghttps://www.fa-
cebook.com/carmindo.
carvalho
Terra minha
Oh! Terra minha, minha terra!
De diplomáticos apedeutas
Psico – terapeutas
De terapêuticas
De inculta inércia sobrecarregadas.
Agora entendo porque estás tão mal tratada!
Desgovernada e estrumada à farta!
Quase destroçada.
Sinto lástima de ti
Oh! Terra minha
Minha terra!
Que vai ser de ti
Quando o Sol e a chuva se zangarem
E por aqui não mais passarem?
Vais ficar como água ebuliente?
Alaranjada como metal em brasa?
Ou seca, gelada e rachada?
E as aves? E os animais?
Ah! Quão profundos irão ser os estertores
E estridentes
Os teus ais!
Oh! Terra minha, minha terra!
Se o culto tem de ser cómodo e mudo...
Faço minhas as tuas palavras
Oh! Meu ídolo e Mestre
Ary dos Santos :
__ “ Serei tudo o que quiseres
Poeta castrado não ! “
* “ Que têm eles feito da terra ?
Que fizeram eles da nossa irmã gentil?
Têm-na devastado, saqueado, esventrado,
despedaçado, apunhalaram-na nos flancos da aurora,
cercaram-na e levaram-na de rastos.
Estou a ouvir um rumor suavíssimo ...
Com o teu ouvido colado ao chão ... “
* Jim Morrison , líder e vocalista dos __ The Doors
Foto e palavras de : Carmindo de Carvalho
E a festa continua!
Nesta quarentena
Forçada é em casa mas imagino que é na rua!
Na mão uma imperial loirinha
Acompanha a minha voz e a tua
A nuvem que vai a passar
Abriu um pouco e vai deixar
O sol respirar! ...
E as sombras vão fazer-nos companhia!
( Led Zeppelin IV Vinil 1971 )
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LITERATURA
55
VEUCLIDES
CAVACO
Ghttps://www.face-
book.com/euclides.cavaco
O LIVRO
EUCLIDES
CAVACO.
Um LIVRO é como um tesouro
Muitas vezes escondido
Mas que vale mais que o ouro
Ou fortuna quando é lido.
Qualquer LIVRO é para nós
Um amigo e confidente
Porque mesmo sem ter voz
Diz-nos tudo abertamente.
Um bom LIVRO é mais valia
Na cultura é soberano
Por dar a sabedoria
Que enriquece o ser humano.
Quem lê um LIVRO usufrui
Conhecimento e saber
Dá-nos o bem que possui
Sem dele se desfazer.
HERÓIS DE ABRIL
EUCLIDES CAVACO
Deixem-me cantar Abril
E evocar tal heroísmo
Militar junto ao civil
Que derrubou o fascismo.
Prestar aos bravos meu preito
Dizer-lhes Valeu a pena
Os cravos e o tema eleito
Grandola Vila Morena !...
Deixem-me clamar victória
Às nossas Forças Armadas
Pelo seu triunfo e glória
Com o povo de mãos dadas.
Que a hístória jamais olvide
Os militares de excelência
Que incutiram fim à pide
E à maldita prepotência...
Deixem-me exaltar os bravos
Do nosso Portugal novo
Da Revolução dos Cravos
Que trouxe justiça ao povo.
Dando a Abril o sentido
Com coragem e vontade
De abrir com o povo unido
As portas da liberdade !...
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56
HORÓSCOPO
RV - JOANA ARAÚJO
(*)
Carneiro
Este mês pede foco na interiorização,
na reflexão e na observação
das consequências de
seus actos ao longo dos últimos
meses. É um período em que
o importante é buscar o autoconhecimento,
o desenvolvimento
espiritual e ouvir mais
a sua intuição. A saúde física e
psíquica é também muito importante
ao longo deste mês. É
um mês idealista e sonhador,
em que você deve evitar sentimentos
de culpa e uma atitude
de mártir ou de vítima.
Touro
Amizade, amor, desenvolvimento
espiritual e conexão com
certos grupos e ideais são os
factores mais importantes deste
mês para o signo Touro. É um
momento em que você se questiona
quem são os seus companheiros
de jornada, como está
estabelecendo laços emocionais
com as pessoas, qual é o seu papel
no planeta. É também um
mês muito importante para
você cuidar de assuntos emocionais
e financeiros pendentes.
Gémeos
Este mês é um mês importante
para o signo Gémeo reflectirem
se estão conseguindo uma harmonização
entre as demandas
profissionais e os interesses
mais íntimos ligados à família
e às emoções. É um mês muito
significativo para você se envolver
mais emocional e espiritualmente
com o que faz e para
perceber onde esteve idealizando
as situações em demasia,
podendo haver ilusões ou confusões.
É o momento de seguir
o chamado da sua alma, caso o
contrário, você tende a se sentir
muito insatisfeito.
Caranguejo
Espiritualidade, viagens com o
intuito de autoconhecimento,
idealismo, sonhos, participação
em cursos e workshops são
maneiras interessantes de você
canalizar sua energia ao longo
deste mês. É um momento muito
importante para você perceber
se está seguindo os seus
sonhos e os seus ideais, e onde
talvez esteja idealizando em demasia,
correndo o risco de ficar
confuso e desorientado. Siga
mais a sua intuição.
Na vida amorosa, é necessário
que haja uma profunda sintonia
espiritual com quem você
ama, que respeite as diferenças
ideológicas, mas que também
busque um entendimento mais
profundo, baseado no ensinamento
do afecto incondicional.
Leão
Este mês é para o signo Leão
um dos meses mais transformadores
de 2016, pois teremos
uma Lua Nova que será também
um eclipse no sector de
transformações emocionais. É
o momento de você perceber
aquelas atitudes e padrões que
não podem mais se repetir. É
uma fase de intenso renascimento
interno, e o foco está no
reconhecimento de como você
está vivendo a intimidade, a sexualidade
e também na resolução
de pendências financeiras.
Virgem
Relacionamento é o principal
tema deste mês ao signo
Virgem, pois teremos uma
Lua Nova, que é também um
eclipse, no sector de relações,
parcerias e associações. É um
momento de você questionar
as suas atitudes em todo tipo
de relacionamento e interacção
que você estabelece com as
pessoas. Deve ter cuidado com
atitudes manipuladoras ou com
a idealização excessiva, buscando
uma relação perfeita. Há
um importante aprendizado de
uma maior compaixão e sensibilidade
em suas relações.
Balança
Está na hora de você cuidar
mais da saúde e do bem-estar,
percebendo as situações que
são nocivas ao seu desenvolvimento.
Este é um mês que
haverá um eclipse no sector de
saúde e de trabalho, pedindo
para você cuidar desses assuntos
e realizar as transformações
e curas necessárias em relação
a eles. É um momento em que
pode haver o início de um processo
de profundas mudanças
na natureza do seu trabalho e
no que representa para você ter
uma vida saudável.
Escorpião
Fortes desafios emocionais caracterizam
neste mês para o
signo Escorpião. Você tende a
estar mais sonhador e idealista,
e isso pode ser importante
para se sintonizar com as suas
verdades mais essenciais. Entretanto,
pode haver a tendência
à ilusão por um excesso de
expectativas. É um momento
muito importante para projectos
criativos e para uma expressão
mais autêntica de seus
talentos e potenciais. A amizade
é também um factor muito
importante do mês para o signo
Escorpião.
Sagitário
Um novo balanço entre a vida
pessoal e profissional se faz
necessário ao signo Sagitário
ao longo deste mês. Teremos
um eclipse no seu sector familiar,
indicando a importância
de você resolver pendências
de longa data com a família. É
hora de um acerto de contas
com o seu passado em que você
deve perdoar antigos erros e
buscar uma sintonia emocional
e espiritual mais profunda com
as pessoas próximas. Isso não
significa “tapar o sol com a peneira”
ou fugir de conflitos, mas
é necessário você resolver aquilo
que está lhe incomodando.
Capricórnio
É hora de você prestar mais
atenção na sua voz interior, na
sua intuição, expressando o que
verdadeiramente pensa e sente.
Mas deve haver cuidado com a
tendência aos mal entendidos
na comunicação e na interacção
com pessoas, porque talvez
você não seja compreendido em
relação ao que de facto quer expressar,
tome cuidado com isso.
É um mês em que pode se sentir
chamado a desenvolver certos
conhecimentos e interesses,
que agregarão uma dimensão
mais espiritual ao seu quotidiano.
Aquário
O que você realmente valoriza?
Este é o grande questionamento
deste mês ao signo Aquário.
Um mês em que o foco está no
desenvolvimento de suas habilidades,
na percepção do que
lhe é prioritário em questões
financeiras e nas resoluções
de antigas pendências. É o
momento de perceber se você
está agindo de acordo com seus
ideais mais importantes.
Peixes
Este mês tende a ser o mês mais
importante de 2016 para o signo
Peixes, pois teremos a Lua
Nova, que será também um
eclipse no seu signo, sinalizando
um novo momento de vida,
com importantes reflexos nos
seus relacionamentos e parcerias.
É o momento de se conectar
mais com o que lhe é sagrado
e de atender ao seu chamado
interno, que se tornará imenso
ao longo do mês.
Afectivamente, teremos o ingresso
do planeta do amor em
seu signo ao longo deste mês, o
que potencializa novas atitudes
e afinidades. É um momento
em que você tende a estar mais
sintonizado com a sua verdadeira
natureza emocional.
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