EUROTRANSPORTE 116
Revista Eurotransporte n.º 116 - tudo sobre o transporte profissional, logística, aftermarket e mobilidade
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cidades em transformação<br />
Sempre que vejo referências a programas de<br />
cidades inteligentes ou que pareçam ser estruturalmente<br />
desafiadores penso que tal realidade<br />
será sempre a longo termo. Afinal não se mudam<br />
edifícios e cidades inteiras de um dia para o<br />
outro. Mas as transformações necessárias para<br />
acolher os que não têm condições em casa para<br />
trabalhar remotamente podem ser bastante<br />
mais céleres.<br />
Alguns empreendimentos já estão a ser planeados<br />
e construídos para albergar o conceito de<br />
casa e de trabalho no mesmo espaço. Por exemplo,<br />
na zona de Caxias está em curso um projecto<br />
residencial para edifícios de habitação mas<br />
também de escritórios de co-work. Ou seja, ao<br />
comprar um apartamento no empreendimento<br />
(que é composto por vários edifícios), tem direito<br />
a um escritório de cerca de 10m2 num outro<br />
edifício. Aliás, todo o empreendimento está projectado<br />
para que a envolvência residencial tenha<br />
a parte comercial no seu centro, de forma a<br />
que qualquer pessoa possa chegar ao seu escritório<br />
a partir de casa em menos de 3 minutos a<br />
pé. O mesmo racional pode ser aplicado a zonas<br />
já existentes com a conversão de edifícios residenciais<br />
em edifícios de escritórios para acomodar<br />
os residentes da zona em teletrabalho.<br />
Desta forma os “trabalhadores remotos forçados”<br />
deste confinamento conseguem o espaço<br />
que necessitam para ultrapassar as principais<br />
dificuldades sentidas com estar em casa sem<br />
ter condições. O custo de alugar um espaço perto<br />
de casa pode ser compensado pela poupança<br />
com despesas de deslocação, alimentação, ou<br />
mesmo com o tempo ganho. Portanto, cami-<br />
A redução de viagens<br />
gcasa-trabalho-casa<br />
reduz<br />
fluxos de tráfego e abre<br />
espaço para algumas<br />
alterações de rota<br />
nhamos para uma realidade de trabalho remoto<br />
estando reunidos os desejos quer da parte das<br />
empresas quer da parte das pessoas, bem como<br />
da viabilidade operacional do trabalho para algumas<br />
indústrias.<br />
o transporte de pessoas<br />
e mercadorias pode mudar<br />
para sempre<br />
Quando pensamos em mais trabalho remoto<br />
ocorrem-nos logo as implicações mais imediatas:<br />
redução dos picos de trânsito e dos engarrafamentos.<br />
Isso é verdade e tem impacto na<br />
mobilidade, mas é apenas uma perspectiva. Na<br />
perspectiva do transporte profissional de mercadorias<br />
podemos observar que:<br />
• a redução de viagens casa-trabalho-casa reduz<br />
fluxos de tráfego e abre espaço para algumas<br />
alterações de rotas. De repente, algumas<br />
sequências de entrega que seriam desejáveis<br />
mas pouco realistas por causa do trânsito podem<br />
passar a ser viáveis;<br />
euro<br />
Transporte<br />
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