10.08.2020 Views

Bauru de todos nós

Livro da Academia Bauruense de Letras em homenagem a Bauru no seu 124º aniversário

Livro da Academia Bauruense de Letras em homenagem a Bauru no seu 124º aniversário

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Apre(e)ndendo Bauru

Para saber de uma cidade, é preciso primeiro amar

alguns recantos. Alguma paisagem. Algumas pessoas. Um

pôr do sol.

Fotografar nem que apenas na lembrança alguns ipês

floridos. Muitos ipês floridos. Andar de ônibus para poder

pelo menos um trecho caminhar a pé. Atravessar o Vitória

Régia. Sentar num banco da praça Rui Barbosa e contemplar

o coreto. Olhar a pequena mata preservada na UNESP.

Os macaquinhos comendo na mão nos galhos baixos

do cerrado. O cheiro de folhas molhadas e pisadas no chão.

A aspereza dos troncos.

Ter sentido a ventania de uma tarde súbita. Ter vivido

o medo do apagar das luzes. Ter fotografado a enchente devorando

a Nações.

Experimentar o bauru legítimo. Gostar do bauru legítimo.

Aprender que o resto é misto quente ou churrasquinho.

Conhecer o bosque. Caminhar pelo bosque. Ler o jornal

de domingo sentada num banco do bosque.

Frequentar o SESC: shows maiores e menores, cursos,

piscina, sanduíche natural.

Curtir a sensação de não conhecer ninguém, de ser

um entre milhares e de levar um susto quando alguém grita

o seu nome.

Pertencer a uma turma. Enturmar-se. Conhecer seus

iguais em crenças e ideais. Seus irmãos em poesia. E prosa.

Ver a lua cheia no final da rua. Enorme e leve como

um balão de nuvem.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!