Bauru de todos nós
Livro da Academia Bauruense de Letras em homenagem a Bauru no seu 124º aniversário
Livro da Academia Bauruense de Letras em homenagem a Bauru no seu 124º aniversário
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pois havia uma chácara próxima, e os trabalhadores do local
levavam os bois e as vacas para pastarem em nossa rua.
De frente para as nossas casas, então, havia o córrego,
a margem (com muita grama, esterco, árvores) e a
linha do trem. No final da rua, um grande bueiro que escorria
as águas da chuva, já que frequentemente havia alagamentos
naquela área por conta das chuvas de verão. E tudo, tudo
era motivo de brincadeira: os canais do bueiro, as pipas, os
sapos coaxando, os carrinhos de rolimã, os vaga-lumes, os
vira latas, os andarilhos, os bambus que os meninos mais
velhos roubavam da "chacrinha" para que fizéssemos traves
de futebol.
Aos poucos os amigos de infância se mudaram, cresceram,
partiram; eu me mudei também, inclusive. Às vezes
ainda passo por lá para dar uma olhada em tudo: as crianças
não estão mais na rua como duas décadas atrás, os muros
das casas aumentaram bons metros, não há mais alagamentos
e nem bois pastando.
Contudo, minhas memórias continuam direcionadas
àquele lugar, àquela quadra.
Essa é a Bauru mais vibrante na minha memória.
Bruno Sanches