10.08.2020 Views

Bauru de todos nós

Livro da Academia Bauruense de Letras em homenagem a Bauru no seu 124º aniversário

Livro da Academia Bauruense de Letras em homenagem a Bauru no seu 124º aniversário

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

“Chá ou café, tanto faz” ou

“um jabuti para chamar de

meu”

Quando criança, ou seja, desde que me entendo por

gente, só tomava chá mate, e foi assim até me mudar para

São Paulo e passar a tomar café junto com os outros estagiários.

Trabalhando em um museu, tínhamos direito todo dia

a um café expresso, oferecido pelo restaurante, que ficava

ao lado da livraria.

Era um momento ímpar: parávamos o que estávamos

fazendo, descíamos as escadas, passando pela exposição

que estava aberta ao público – era o caminho mais longo;

mas o mais bonito também, sempre repleto de obras de arte,

fotografias ou objetos – e nos dirigíamos àquele lugar que

era para os endinheirados e descolados da cena cultural paulistana.

Sorvíamos lentamente o líquido preto, jogando conversa

fora durante os nossos quinze minutos diários de

pausa da tarde de trabalho. O dia ainda iria longe, pois havia

transferido as aulas para o turno da noite, o que significava

terminar tudo invariavelmente lá pela meia-noite.

Uma aula era maravilhosa, a do Nicolau Sevcenko, de

História Moderna. Com ele descobri que São Paulo foi não só

o maior produtor de café, mas também o seu maior consumidor.

E entendi porque é que Bauru tinha tantos cafés. Melhor

ainda, nos finais de semana que voltava a Bauru e passava

na casa dos meus pais, comecei a ir depois da baladinha,

eu e minhas amigas, à rodoviária para tomar a última

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!