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Bauru de todos nós

Livro da Academia Bauruense de Letras em homenagem a Bauru no seu 124º aniversário

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que o bichinho construía seus ninhos enrolado no meio das

folhas e, quando algum deles caía nos olhos, ardia muito e

era preciso lavar abundantemente o local com água limpa.

Isso acabou determinando primeiro uma poda geral, e depois

o corte total das árvores, mutilando a avenida, deixando-a

com aquele seu jeito desprovido que permanece até

hoje. O avançar do tempo e a evolução dinâmica da cidade

se encarregou de sepultar de vez os canteiros centrais, deixando

apenas o negro do asfalto por onde passam hoje milhares

de veículos diariamente. Acho que não tinha jeito

mesmo. Ainda me lembro dos ônibus do “Quaggio” a percorrer

a Rodrigues, dobrando a esquerda na Pedro de Toledo,

então uma rua calçada com paralelepípedos. Cheguei a andar

nos antigos fordinhos narigudinhos, e também nos “imponentes”

GMC americanos, que logo dariam lugar aos Mercedes

Benz nacionais e mais modernos (será?). Naqueles

áureos tempos, início dos anos 60, um dos grandes “programas”

era ir jogar bola no “estradão”, que ligava a principal

área urbana da cidade ao “campo de aviação” Na verdade

eu não jogava, era muito pequeno, mas fazia questão de

acompanhar meus primos e a turma. Ali, naquele areião, foram

disputadas renhidas peladas com “bola de capotão”, geralmente

da marca “campeão” (a mais barata) ou, em dias

especiais, uma “drible” (a melhor e mais cara), isso até que

apontasse o jipinho do “Ponciano”, então o juiz de menores,

botando todo mundo a correr, cada um para um lado, por

dentro do matagal. Não havia ainda a televisão na dimensão

que ela tem hoje, muito menos computador, internet, celular,

smartphone ou videogame, e achávamos o máximo ir ao

cinema, fosse no cine São Paulo ou no cine Bauru (o maior

e mais barato). Poucos anos depois seriam inauguradas outras

casas, o cine Capri, Vila Rica, além do São Rafael, que

ficava na Vila Falcão, todos hoje fechados. Nos anos 60, ir à

matinê do cine São Paulo era mesmo a melhor opção para a

moçada. As meninas mais bonitas de Bauru iam “em peso”

(algumas literalmente), de modo que não havia outro lugar

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