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ESPECIAL 25 ANOS
ECONOMIA
Futuro sem
bola de cristal
APÓLICE REUNIU RESPEITÁVEIS
ECONOMISTAS PARA DEBATEREM
A POLÍTICA ADOTADA PELO
GOVERNO NO COMBATE A ATUAL
CRISE, RESULTADO TRÁGICO DA
PANDEMIA DO CORONAVÍRUS.
OS ESPECIALISTAS TAMBÉM
ABORDARAM O PAPEL DO MERCADO
DE SEGUROS NESSE CENÁRIO
SOCIOECONÔMICO CAÓTICO
INSTAURADO NOS ÚLTIMOS MESES
E SEM DATA PARA ACABAR
André Felipe de Lima
O
que um governo precisa fazer
diante de uma devastadora
pandemia como a que assola
o planeta nos últimos meses? Deve
salvar vidas ou blindar a economia?
Qual seria, afinal, a prioridade? O arcabouço
ético e moral que constrói
sociedades e culturas esbarra na incerteza
do que reserva o futuro para
indivíduos e economia mundo afora.
Países da Europa parecem atentos a
esses questionamentos e controlam
paulatinamente a covid-19 ao eleger
logo no começo da crise sanitária uma
política rigorosa de isolamento social
e em escalas devidamente cumpridas
por governantes e cidadãos.
Em meio a danos irreparáveis,
muitas economias começaram a ser
reabertas no Velho Continente. Está
dando certo. Alemães e italianos são a prova cabal de que a vida
vem em primeiro lugar. Na mão inversa dos europeus, os Estados
Unidos, com seu presidente regurgitando um preocupante discurso
negacionista, viram-se isolados internacionalmente. Donald Trump
mudou o tom da fala, mas não impediu o desastroso resultado de
sua política inicial diante do coronavírus. A mais poderosa economia
global lidera o triste ranking mundial de mortos e infectados.
Na América do Sul, o Brasil seguiu à risca a linha americana ao abrir a
economia em meio ao pico de contaminação, que não para de crescer
pelo interior do país. O Brasil tem, atualmente, uma média superior
a mil mortos por dia. Está logo atrás dos americanos na trágica
lista da covid-19. De norte a sul, em todas as cidades, em todos os
estados, o vírus alastrou-se.
Ex-secretário de Assuntos Econômicos do Ministério do Planejamento
entre 1985 e 1989 e PhD em economia pela Universidade
de Yale, nos Estados Unidos, Raul Velloso alerta que agora, “mais
que nunca”, estados e municípios dependem de recursos da União.
Mas será que o dinheiro que anseiam está chegando à ponta como
deveria? “Os órgãos governamentais tendem a ser lentos, especialmente
quando se trata de gastar dinheiro”, argumenta Velloso, para
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