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Revista Apólice #257

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ESPECIAL 25 ANOS

ECONOMIA

na difícil fase atual, precisávamos aprender muito mais com o que

está ocorrendo lá fora”, diz.

O mercado tem demonstrado

otimismo pela retomada gradual,

mas lenta, a níveis anteriores

de atividade produtiva. É a tal

afirmação que ‘o pior já passou’,

embora sem os devidos fatores e

fundamentos macroeconômicos

plenamente concretizados

através dos indicadores de

atividade econômica”

VLADIMIR DA COSTA ALVES

políticas de confinamento, em face do

desempenho econômico bastante complicado

e da falta de eficácia de muitas

políticas adotadas. Em matéria de gestão

macroeconômica de curto prazo, o

mundo desenvolvido mudou muito nos

últimos anos, mas por aqui analistas e

autoridades não parecem ter percebido

a natureza e intensidade dessas mudanças.

Em vez de seguir políticas macroeconômicas

excessivamente ortodoxas

SEGUROS E UMA ESPINHOSA MISSÃO

Se há um setor que estará, digamos, e com o devido chavão

enunciado, no olho do furacão, este setor é o de seguros. Com a devastação

socioeconômica desencadeada pela covid-19, o mercado

securitário coloca-se diante de uma série de desafios que, certamente,

desacelerará seu crescimento em prêmios, mas sem perder

sua característica pontual: a resiliência, historicamente presente em

momentos de crises econômicas e sociais. Mas como o setor de seguros

pode ser útil para ajudar a blindar a economia e, sobretudo,

a população?

O economista Vladimir da Costa Alves, especialista no mercado,

destaca que, apesar das incertezas do rumo da economia no

Brasil, o ramo segurador continua tendo participação expressiva na

composição do PIB brasileiro. “No mês de maio, última publicação

até aqui, a arrecadação alcançou o montante de R$ 17,5 bilhões

(exceto Saúde e DPVAT), segundo dados da CNSeg (Confederação

Nacional das Seguradoras)”, menciona Alves.

Ele pondera, contudo, que na comparação mensal dos segmentos

do mercado de seguros, a queda está próxima de 25% no

mesmo período. Dado bastante preocupante para o setor — afirma

Alves —, que representa em torno de 6,5% do PIB e 6,7% de penetração

em arrecadação nominal, e estava em franca ascensão.

O mercado tem demonstrado otimismo pela retomada gradual,

mas lenta, a níveis anteriores de atividade produtiva. “É a tal

afirmação que ‘o pior já passou’, embora sem os devidos fatores e

fundamentos macroeconômicos plenamente concretizados através

dos indicadores de atividade econômica”, conclui Alves.

Em período quando o cálculo de probabilidade quanto a

possíveis sinistros se tornou tão difícil, seja seguro de vida (e saúde),

seja seguro contra calamidades naturais, tudo se tornou um imenso

desafio para o setor de seguros. É como avalia Nogueira da Costa,

para quem a população terá de retomar a confiança no seguro perante

calamidades públicas ou “acidentes naturais”.

Para Castelar, o setor tem sido um dos mais afetados mundialmente

pelo coronavírus e deverá mudar no pós-pandemia,

conforme são alteradas as relações de produção e de consumo e

novos riscos ganham proeminência. “Serão tempos difíceis, mas

intelectualmente estimulantes. Não vai ser diferente para o setor

de seguros”, prevê.

Com a experiência de quem teve de lidar diretamente com

a implantação de políticas econômicas em momentos delicados do

país, Raul Velloso não titubeia: “Imagino que a atuação do setor de

seguros é fundamental em qualquer momento que se viva, especialmente

no contexto de crises tão graves como a atual.”

O que acontece no país e no mundo é imensurável. Difícil

desenhar os contornos do futuro da sociedade e da economia

quando tudo de muito ruim e trágico, enfim, passar, e isso, para o

setor de seguros, que sempre serviu de termômetro para o dia a

dia da economia, é o maior desafio de sua mais que secular história,

ou seja, o de antever o que virá por aí.

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