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ESPECIAL 25 ANOS
ECONOMIA
na difícil fase atual, precisávamos aprender muito mais com o que
está ocorrendo lá fora”, diz.
O mercado tem demonstrado
otimismo pela retomada gradual,
mas lenta, a níveis anteriores
de atividade produtiva. É a tal
afirmação que ‘o pior já passou’,
embora sem os devidos fatores e
fundamentos macroeconômicos
plenamente concretizados
através dos indicadores de
atividade econômica”
VLADIMIR DA COSTA ALVES
políticas de confinamento, em face do
desempenho econômico bastante complicado
e da falta de eficácia de muitas
políticas adotadas. Em matéria de gestão
macroeconômica de curto prazo, o
mundo desenvolvido mudou muito nos
últimos anos, mas por aqui analistas e
autoridades não parecem ter percebido
a natureza e intensidade dessas mudanças.
Em vez de seguir políticas macroeconômicas
excessivamente ortodoxas
SEGUROS E UMA ESPINHOSA MISSÃO
Se há um setor que estará, digamos, e com o devido chavão
enunciado, no olho do furacão, este setor é o de seguros. Com a devastação
socioeconômica desencadeada pela covid-19, o mercado
securitário coloca-se diante de uma série de desafios que, certamente,
desacelerará seu crescimento em prêmios, mas sem perder
sua característica pontual: a resiliência, historicamente presente em
momentos de crises econômicas e sociais. Mas como o setor de seguros
pode ser útil para ajudar a blindar a economia e, sobretudo,
a população?
O economista Vladimir da Costa Alves, especialista no mercado,
destaca que, apesar das incertezas do rumo da economia no
Brasil, o ramo segurador continua tendo participação expressiva na
composição do PIB brasileiro. “No mês de maio, última publicação
até aqui, a arrecadação alcançou o montante de R$ 17,5 bilhões
(exceto Saúde e DPVAT), segundo dados da CNSeg (Confederação
Nacional das Seguradoras)”, menciona Alves.
Ele pondera, contudo, que na comparação mensal dos segmentos
do mercado de seguros, a queda está próxima de 25% no
mesmo período. Dado bastante preocupante para o setor — afirma
Alves —, que representa em torno de 6,5% do PIB e 6,7% de penetração
em arrecadação nominal, e estava em franca ascensão.
O mercado tem demonstrado otimismo pela retomada gradual,
mas lenta, a níveis anteriores de atividade produtiva. “É a tal
afirmação que ‘o pior já passou’, embora sem os devidos fatores e
fundamentos macroeconômicos plenamente concretizados através
dos indicadores de atividade econômica”, conclui Alves.
Em período quando o cálculo de probabilidade quanto a
possíveis sinistros se tornou tão difícil, seja seguro de vida (e saúde),
seja seguro contra calamidades naturais, tudo se tornou um imenso
desafio para o setor de seguros. É como avalia Nogueira da Costa,
para quem a população terá de retomar a confiança no seguro perante
calamidades públicas ou “acidentes naturais”.
Para Castelar, o setor tem sido um dos mais afetados mundialmente
pelo coronavírus e deverá mudar no pós-pandemia,
conforme são alteradas as relações de produção e de consumo e
novos riscos ganham proeminência. “Serão tempos difíceis, mas
intelectualmente estimulantes. Não vai ser diferente para o setor
de seguros”, prevê.
Com a experiência de quem teve de lidar diretamente com
a implantação de políticas econômicas em momentos delicados do
país, Raul Velloso não titubeia: “Imagino que a atuação do setor de
seguros é fundamental em qualquer momento que se viva, especialmente
no contexto de crises tão graves como a atual.”
O que acontece no país e no mundo é imensurável. Difícil
desenhar os contornos do futuro da sociedade e da economia
quando tudo de muito ruim e trágico, enfim, passar, e isso, para o
setor de seguros, que sempre serviu de termômetro para o dia a
dia da economia, é o maior desafio de sua mais que secular história,
ou seja, o de antever o que virá por aí.
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