SCMedia News | Revista | Julho & Agosto 2020
A revista dos profissionais de logística e supply chain.
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42 julho & <strong>Agosto</strong> <strong>2020</strong><br />
SCM Supply Chain Magazine 43<br />
Essa enriquecedora<br />
experiência foi a base<br />
para a minha paixão por<br />
procurement<br />
Do seu percurso destaca um momento que<br />
a marcou, quando recebeu uma proposta de<br />
promoção pouco tempo após a conclusão<br />
do executive MBA na Antwerp Management<br />
School. “Conciliar um trabalho a tempo inteiro,<br />
que me obrigava a viajar cerca de 30% do<br />
meu tempo, com um programa de estudos<br />
bastante exigente, também ele com viagens,<br />
foi provavelmente um dos maiores desafios<br />
profissionais que enfrentei até hoje”, explica<br />
Diana Monteiro, acrescentando ainda que<br />
“foi com muito orgulho que vi a empresa<br />
reconhecer que, durante esse tempo, o meu<br />
desempenho superou as expectativas”.<br />
O aroma a procurement no ar<br />
A responsável da Colgate-Palmolive considera<br />
que a componente mais sedutora da profissão é<br />
“a forma como o procurement faz a interligação<br />
entre os diferentes stakeholders”, utilizando<br />
terceiros como forma de poder contribuir para<br />
implementação da estratégia definida pela<br />
empresa. “O facto de esta função estar exposta<br />
ao contacto com diversos departamentos,<br />
diferentes metodologias de trabalho e diversas<br />
dinâmicas de mercado, torna-a tão estimulante<br />
como desafiante”, comenta ainda Diana<br />
Monteiro.<br />
Considera que a experiência tem sido muito<br />
gratificante e que aprendeu imenso com<br />
este sector, tendo sido o seu maior desafio<br />
a integração num ambiente multicultural de<br />
uma multinacional. Explica que apesar de se<br />
encontrar nos Países Baixos contacta com<br />
diversas culturas, e que elas têm formas de<br />
comunicação totalmente distintas daquelas a<br />
que estava habituada. “Adaptar o meu estilo<br />
de comunicação a cada uma dessas culturas<br />
foi essencial para ser bem sucedida na minha<br />
função”, revela.<br />
Do meu ponto de vista, a valorização do procurement está<br />
maioritariamente associada à maturidade da empresa e às capacidades<br />
estratégicas da sua equipa de gestão de topo<br />
Maturidade do procurement<br />
Questionada quanto às diferenças sentidas<br />
entre Portugal e os Países Baixos, Diana<br />
Monteiro não considera justo comparar<br />
directamente as maturidades entre o nível de<br />
procurement de ambos os países baseando-se<br />
na sua experiência, e defende que a maturidade<br />
não advém do país, e sim da empresa. “Do meu<br />
ponto de vista, a valorização do procurement<br />
está maioritariamente associada à maturidade<br />
da empresa e às capacidades estratégicas<br />
da sua equipa de gestão de topo”, defende a<br />
responsável.<br />
Explica que em muitas empresas o<br />
procurement ainda é visto como uma função<br />
de suporte, e não de gestão, sendo que a<br />
função é “frequentemente ‘isolada’ e excluída<br />
da estratégia da empresa”, e que por isso<br />
mesmo “muitos profissionais de procurement<br />
encontram-se sobrecarregados com tarefas<br />
operacionais, não tendo tempo para se<br />
dedicar à componente estratégica da função<br />
(gestão de risco, inovação, etc.)”, comenta a<br />
european procurement Officer, e realça que a<br />
nível formativo “conheço poucos profissionais<br />
com formação académica especializada em<br />
procurement”.<br />
Por outro lado, considera que nas empresas<br />
mais estruturadas, “o procurement atinge uma<br />
dimensão muito mais interessante, sendo<br />
uma das partes activas das estratégias dessas<br />
empresas e trazendo mais valor para a função<br />
desempenhada”.<br />
Conheço poucos profissionais<br />
com formação académica<br />
especializada em procurement<br />
Ventos de mudança<br />
Com a chegada da pandemia, o sector também<br />
foi afectado. Considera que vai haver um pré e<br />
um pós-COVID-19, e que mais do que nunca foi<br />
essencial criar soluções alternativas e encontrar<br />
back-ups. “Durante a pandemia as únicas<br />
empresas que cresceram foram aquelas que<br />
demonstraram ter uma supply chain resiliente e<br />
com capacidade de adaptação”, comenta Diana<br />
Monteiro, afirmando que as mais afectadas<br />
foram as empresas que dependiam totalmente<br />
da China.<br />
“Acredito que esta crise revelou<br />
oportunidades e falhas no procurement<br />
de todas as empresas, e essas devem ser<br />
corrigidas o mais rapidamente possível, mas<br />
principalmente, a pandemia salientou a<br />
importância de ter uma sólida estratégia de<br />
procurement”, defende ainda a responsável,