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Revista Apólice #261

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sua comercialização. É um primeiro e importante passo para democratizar

o acesso à saúde complementar. São, inegavelmente, alternativas

viáveis, porém bastante embrionárias e que ainda esbarram

em excesso regulatório por parte da própria ANS, como apontam

alguns representantes do mercado ouvidos por Apólice. Paralelamente

a essa preocupação com regras em larga escala, há um temor

reinante no setor em relação ao avanço de companhias no mercado

da saúde que estão à margem das determinações da ANS, receio

revelado no 23º Congresso Internacional Unidas pelo presidente da

FenaSaúde, João Alceu Amoroso Lima, durante o painel Perspectivas

para a Saúde Suplementar no Brasil: “Não oferecem internações

nem os tratamentos cobertos pelo rol de procedimentos da ANS e

impostos às operadoras. São iniciativas bem-vindas, mas queremos

regras iguais para os players.”

Qual, afinal, o impacto da entrada de novos tipos de planos

de saúde no setor e de produtos, como, por exemplo, os cartões

de desconto e os modelos de coparticipação? Quem é quem nesse

novo contexto de mercado desenhado

a partir da pandemia? Sócio-fundador

da Clude e fundador da Barela, uma das

maiores distribuidoras de planos e de seguros

de saúde no Brasil, Marcio Mantovani

acredita que o impacto dos cartões

de desconto é positivo e ajudará todo o

sistema de saúde, porém — frisa ele —

é preciso diferenciar alguns aspectos

nesse novo contexto de mercado. “Não

são planos de saúde, na verdade, são alternativas

para quem não pode ter um

plano de saúde. Os cartões de desconto

vêm para preencher uma lacuna que

está entre as pessoas que podem ter um

plano de saúde ou que têm um plano de

saúde pelas suas empresas e as pessoas

que estão dependentes do SUS”, diz o

executivo, com 25 anos de experiência

na área da saúde.

Na mesma linha opinativa está o

sócio e Chief Business Officer (CBO) da

Avus, Francisco Dias Duarte, para quem,

além de mais opções para o consumidor

e aumento de concorrência, ampliou-se

a qualidade do serviço. “Os cartões de

desconto e as plataformas digitais oferecem

preços mais competitivos que os

planos de saúde, então acabam atingindo,

como no caso da Avus, uma camada

que não consegue arcar com os custos

de um plano de saúde e também não

quer ficar esperando na fila do SUS para

fazer uma simples consulta ou até mesmo

um exame de baixa complexidade”,

pondera Duarte, completando: “Não somos

uma operadora, um plano de saúde.

Nós não somos regulados pela ANS.

Estamos num outro enquadramento. A

Avus, por exemplo, não possui internação,

então nós não somos um plano de

saúde. Deixamos isso bem claro. Mas,

da mesma forma, somos uma opção

muito interessante para quem não tem

condições de arcar com um plano de

saúde, mas está atrás de benefícios, está

buscando acesso a consultas e exames

de baixa complexidade, além de outros

benefícios, como descontos muito

agressivos em farmácias, procedimentos

odontológicos e também em medicina

de apoio, como psicologia e fisioterapia.

As plataformas de benefícios agregam

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