Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
sua comercialização. É um primeiro e importante passo para democratizar
o acesso à saúde complementar. São, inegavelmente, alternativas
viáveis, porém bastante embrionárias e que ainda esbarram
em excesso regulatório por parte da própria ANS, como apontam
alguns representantes do mercado ouvidos por Apólice. Paralelamente
a essa preocupação com regras em larga escala, há um temor
reinante no setor em relação ao avanço de companhias no mercado
da saúde que estão à margem das determinações da ANS, receio
revelado no 23º Congresso Internacional Unidas pelo presidente da
FenaSaúde, João Alceu Amoroso Lima, durante o painel Perspectivas
para a Saúde Suplementar no Brasil: “Não oferecem internações
nem os tratamentos cobertos pelo rol de procedimentos da ANS e
impostos às operadoras. São iniciativas bem-vindas, mas queremos
regras iguais para os players.”
Qual, afinal, o impacto da entrada de novos tipos de planos
de saúde no setor e de produtos, como, por exemplo, os cartões
de desconto e os modelos de coparticipação? Quem é quem nesse
novo contexto de mercado desenhado
a partir da pandemia? Sócio-fundador
da Clude e fundador da Barela, uma das
maiores distribuidoras de planos e de seguros
de saúde no Brasil, Marcio Mantovani
acredita que o impacto dos cartões
de desconto é positivo e ajudará todo o
sistema de saúde, porém — frisa ele —
é preciso diferenciar alguns aspectos
nesse novo contexto de mercado. “Não
são planos de saúde, na verdade, são alternativas
para quem não pode ter um
plano de saúde. Os cartões de desconto
vêm para preencher uma lacuna que
está entre as pessoas que podem ter um
plano de saúde ou que têm um plano de
saúde pelas suas empresas e as pessoas
que estão dependentes do SUS”, diz o
executivo, com 25 anos de experiência
na área da saúde.
Na mesma linha opinativa está o
sócio e Chief Business Officer (CBO) da
Avus, Francisco Dias Duarte, para quem,
além de mais opções para o consumidor
e aumento de concorrência, ampliou-se
a qualidade do serviço. “Os cartões de
desconto e as plataformas digitais oferecem
preços mais competitivos que os
planos de saúde, então acabam atingindo,
como no caso da Avus, uma camada
que não consegue arcar com os custos
de um plano de saúde e também não
quer ficar esperando na fila do SUS para
fazer uma simples consulta ou até mesmo
um exame de baixa complexidade”,
pondera Duarte, completando: “Não somos
uma operadora, um plano de saúde.
Nós não somos regulados pela ANS.
Estamos num outro enquadramento. A
Avus, por exemplo, não possui internação,
então nós não somos um plano de
saúde. Deixamos isso bem claro. Mas,
da mesma forma, somos uma opção
muito interessante para quem não tem
condições de arcar com um plano de
saúde, mas está atrás de benefícios, está
buscando acesso a consultas e exames
de baixa complexidade, além de outros
benefícios, como descontos muito
agressivos em farmácias, procedimentos
odontológicos e também em medicina
de apoio, como psicologia e fisioterapia.
As plataformas de benefícios agregam
31