Revista Newslab Edição 164
Revista Newslab Edição 164 - Março 2021
Revista Newslab Edição 164 - Março 2021
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R$ 25,00
evista<br />
Editorial<br />
Estimado leitor,<br />
Nesta edição, publicada no mês das<br />
mulheres, gostaríamos de homenagear<br />
e parabenizar todas as clientes, leitoras,<br />
anunciantes, autoras e colaboradoras que<br />
fazem parte da nossa história e reconhecer<br />
todas as grandes mulheres que fizeram e<br />
fazem parte de tudo que somos hoje no<br />
universo da medicina diagnóstica.<br />
Temos grandes nomes como Gertrude<br />
Elion, a bioquímica americana que<br />
ganhou um Prêmio Nobel de Medicina<br />
em 1988 por desenvolver medicamentos<br />
cruciais para o tratamento da leucemia. No<br />
decorrer do seu trabalho, Elion descobriu<br />
importantes princípios da quimioterapia.<br />
Saudações também a Françoise<br />
Barré-Sinoussi, a virologista francesa<br />
que descobriu a existência do HIV.<br />
Em 1983, ela publicou na revista<br />
Science a descrição completa do<br />
vírus da imunodeficiência adquirida<br />
quando, até então, a doença ainda<br />
não havia se tornado uma epidemia. O<br />
reconhecimento chegou em 2008 com o<br />
Prêmio Nobel de Medicina.<br />
Nossos cumprimentos a todas as<br />
mulheres, que com suas lutas marcam<br />
posição na criação de novos caminhos<br />
para a sociedade.<br />
A edição <strong>164</strong> traz um artigo<br />
fantástico escrito pela Dra. Rachel<br />
Siqueira de Queiroz Simões onde<br />
ela discorre sobre a emergência de<br />
viroses zoonóticas através da interface<br />
homem e as distintas espécies, sobre<br />
a potencial transmissibilidade, taxa de<br />
recombinação genômica e adaptação<br />
em novo hospedeiro. Relata também, as<br />
semelhanças das pandemias do passado<br />
com o nosso presente.<br />
Infelizmente ainda não temos<br />
grandiosas notícias de melhora com<br />
relação a pandemia no mundo, pior, há<br />
um cenário de agravamento!<br />
Pensei que evoluiríamos devagar<br />
devido a morosidade da vacinação, mas<br />
retroceder, jamais!<br />
Continuo desejando fortemente que suas<br />
esperanças não se esgotem, que possamos<br />
Ano 28 - <strong>Edição</strong> <strong>164</strong> - Março 2021<br />
seguir em frente nos protegendo e<br />
protegendo todos ao nosso redor com<br />
atos responsáveis, sempre firmes em<br />
busca de dias melhores.<br />
A vida não pode parar!<br />
Continuem conectados a nossa<br />
multiplataforma de comunicação para<br />
ter acesso ao que há de melhor sobre o<br />
diagnóstico laboratorial.<br />
Luciene Almeida<br />
Editora Chefe<br />
Para novidades na área de diagnóstico e pesquisa,<br />
acessem nossas redes sociais:<br />
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Ano 28 - <strong>Edição</strong> <strong>164</strong> - Março 2021<br />
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0 2
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em produção<br />
e vendas.
evista<br />
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A <strong>Revista</strong> <strong>Newslab</strong>, em busca constante de novidades em divulgação científica, disponibiliza abaixo as normas para<br />
publicação de artigos, aos autores interessados. Caso precise de informações adicionais, entre em contato com a redação.<br />
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clínicas, a patologia clínica e a hematologia.<br />
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Experimental, Resultados e Discussão, Conclusão) agradecimentos,<br />
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do devido autor, seguido pelo ano da publicação,<br />
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autor em primeiro lugar seguido pela sigla do prenome.<br />
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artigo. Título do livro/periódico, volume, fascículo, página<br />
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0 4
Índice remissivo de anunciantes<br />
ordem alfabética<br />
revista<br />
Ano 28 - <strong>Edição</strong> <strong>164</strong> - Março 2021<br />
ANUNCIANTE PÁG. ANUNCIANTE PÁG.<br />
BECKMAN COULTER - DIV. LIFE SCIENCE 07<br />
BIOCON 51<br />
BIOTÉCNO 21<br />
BUNZL SAÚDE 05<br />
CELER 124-125<br />
CELLAVISION 79<br />
CEPHEID CAPA | 59<br />
DB DIAGNÓSTICOS 4ª CAPA | 93<br />
DIAGNO 122-123<br />
DIAGNÓSTICA CREMER 31<br />
EBRAM 107<br />
EQUIP 73 | 83<br />
EQUIPNET 121<br />
ERBA 91<br />
EUROIMMUN 135<br />
FIRSTLAB 37<br />
GREINER 71 | 137<br />
GRIFOLS 11<br />
GT GROUP 49<br />
HERMES PARDINI 62-63<br />
HORIBA 2ª CAPA | 139<br />
J. R. EHLKE&CIA 08-09 | 40-44<br />
KOLPLAST 47 | 95<br />
LABORLINE 13<br />
LABTEST 155<br />
LUMIRADX 99<br />
MEDLEVENSOHN 143<br />
MGI AMERICA 147<br />
MOBIUS LIFE SCIENCE 103<br />
NEWPROV 117<br />
NIHON KOHDEN 113<br />
NIHON KOHDEN DISTRIBUIDORES 34-35<br />
PMH PRODUTOS 87<br />
PNCQ 161<br />
PRIME CARGO<br />
3ª CAPA<br />
QIAGEN 141<br />
RENYLAB 105<br />
SARSTEDT 151<br />
SIEMENS 109<br />
SNIBE 27<br />
TBS -BINDINGSITE 67<br />
TG ENERGIA 89<br />
VEOLIA 157<br />
VIDA BIOTECNOLOGIA 03<br />
VYTRA DIAGNÓSTICOS 16-17<br />
WAMA 69<br />
Conselho Editorial<br />
Prof. Humberto Façanha da Costa filho - Engenheiro, Mestre em Administração e Especialista em Análise de Sistemas | Dr. Dan Waitzberg - Associado do Departamento de Gastroenterologia da Fmusp. Diretor Ganep Nutrição<br />
humana | Prof. Angela Waitzberg - Professora doutora livre docente do departamento de patologia da UNIFESP | Prof. José de Souza Andrade Filho - Patologista no hospital Felício Rocho BH, membro da academia Mineira<br />
de Medicina e Professor de Patologia da Faculdade de Ciências Médicas do Minas Gerais | Fábia Regina Severiano Bezerra - Biomédica. Especialista em Gestão de Contratos pela Universidade Corporativa da Universidade de São<br />
Paulo. Auditora em Sistemas de Gestão da Qualidade: ISO 9001:15 e NBR ISO 14001:15, Organização Nacional de Acreditação (ONA). Auditora Interna da Divisão de Laboratórios do Hospital das Clínicas da Faculdade Medicina da<br />
Universidade de São Paulo | Luiz Euribel Prestes Carneiro – Farmacêutico-Bioquímico, Depto. de Imunologia e de Pós-Graduação da Universidade do Oeste Paulista, Mestre e Doutor em Imunologia pela USP/SP | Dr. Amadeo<br />
Saéz-Alquézar - Farmacêutico-Bioquímico | Prof. Dr. Antenor Henrique Pedrazzi – Prof. Titular e Vice-Diretor da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto - USP | Prof. Dr. José Carlos Barbério – Professor Emérito da<br />
USP | Dr. Silvano Wendel – Banco de Sangue do Hospital Sírio-Libanês | Dr. Paulo C. Cardoso De Almeida – Doutor em Patologia pela Faculdade de Medicina Da USP | Dr. Zan Mustacchi – Prof. Adjunto de Genética da Faculdade<br />
Objetivo/UNIP | Dr. José Pascoal Simonetti – Biomédico, Pesquisador Titular do Depto de Virologia do Instituto Oswaldo Cruz - Fiocruz - RJ | Dr. Sérgio Cimerman – Médico-Assistente do Instituto de Infectologia Emílio Ribas e<br />
Responsável Técnico pelo Laboratório Cimerman de Análises Clínicas.<br />
Colaboraram nesta <strong>Edição</strong>:<br />
Humberto Façanha, Fábia Bezerra, Suzimara Tertuliano, José de Souza Andrade Filho, Lisiane Cervieri Mezzomo, Jorge Luiz Silva Araújo Filho, Gleiciere Maia Silva, Regina Paula Soares Diego,<br />
Alexandre Freire Rocha Gomes, Laila de Menezes Cardoso Vieira, Maria Soares, Caio Santos de Souza, Giovana Santos Caleiro, Camila Malta Romano, Diego Lasier Mendes, Eloir Dutra Lourenco,<br />
Brunno Câmara e Luciana Chavasco.<br />
0 6
ÍNDICE<br />
revista<br />
Ano 28 - <strong>Edição</strong> <strong>164</strong> - Março 2021<br />
MATÉRIA DE CAPA<br />
54<br />
Sistema GeneXpert®<br />
Simples, Rápidos e precisos.<br />
A melhor escolha em diagnósticos<br />
moleculares.<br />
12<br />
ARTIGO CIENTÍFICO I<br />
PANDEMIAS E AS PLATAFORMAS<br />
TECNOLÓGICAS VACINAIS<br />
24<br />
ARTIGO CIENTÍFICO II<br />
ATENDIMENTO PEDIÁTRICO EM LABORATÓRIO<br />
Autores: Mauren Isfer Anghebem; Geraldo Picheth;<br />
Fabiane Gomes de Moraes Rego.<br />
Autoras: Andreia Paula Lopes de Almeida; Janilce<br />
Carvalho Negreiros; Kelen Cristina da Silva.<br />
02<br />
60<br />
75<br />
86<br />
94<br />
96<br />
102<br />
112<br />
114<br />
116<br />
118<br />
120<br />
163<br />
- Editorial<br />
- Automação em Análises Clínicas<br />
- Bancos de Sangue<br />
- Medicina Genômica<br />
- Logística Laboratorial<br />
- Marketing em Saúde<br />
- Lady News<br />
- Hematologia<br />
- Análises Clínicas<br />
- Citologia<br />
- Biossegurança<br />
- Informe de Mercado<br />
- Pathocordel<br />
32<br />
ARTIGO CIENTÍFICO III<br />
PERFIL DA POPULAÇÃO SUBMETIDA A<br />
ANÁLISE SERIADA DE ENZIMAS CARDÍACAS<br />
COMO BIOMARCADORES DO INFARTO AGUDO<br />
DO MIOCÁRDIO<br />
45<br />
GESTÃO LABORATORIAL<br />
REFLEXÕES SOBRE OS IMPACTOS DA PANDEMIA<br />
NOS LABORATÓRIOS CLÍNICOS<br />
68<br />
MINUTO LABORATÓRIO<br />
VALIDAÇÃO DE ENSAIOS<br />
EM ANÁLISES CLÍNICAS<br />
Autores: Bruno de Souza Mayer, Carolina<br />
Mallmann Wallauer de Mattos.<br />
Autor: Humberto Façanha.<br />
Autoras: Fábia Bezerra;<br />
Mariana M. Zanotto de Araújo.
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ARTIGO CIENTÍFICO I<br />
PANDEMIAS E AS PLATAFORMAS<br />
TECNOLÓGICAS VACINAIS<br />
PANDEMICS AND VACCINES TECHNOLOGICAL PLATFORMS<br />
* Imagem ilustrativa<br />
Autora:<br />
Dra. Rachel Siqueira de Queiroz Simões 1<br />
1 Fundação Oswaldo Cruz - Rio de Janeiro.<br />
Resumo<br />
Diversos estágios evolutivos para a emergência de<br />
viroses zoonóticas e reemergência dessas enfermidades<br />
são um ponto crucial na interface do homem com<br />
distintas espécies. A introdução de um novo patógeno<br />
de uma espécie para outra sinaliza o grande potencial<br />
de transmissibilidade com elevada taxa de recombinação<br />
genômica e uma resposta rápida de adaptação no<br />
novo hospedeiro. Associado a esse contexto de transição<br />
entre a história das pandemias e as plataformas tecnológicas<br />
dos possíveis candidatos vacinais, em conjunto<br />
com inúmeras biofarmacêuticas na pesquisa mundial,<br />
descortinam antigas questões no âmbito da saúde pública.<br />
O cenário das pandemias perpassando pela praga<br />
de Justiniano, a peste negra do século XIV, a descoberta<br />
da variolização, a gripe russa, espanhola e a gripe suína<br />
são pandemias que deixaram legados históricos e<br />
apresentam semelhanças ao coronavírus, SARS, MERS e<br />
SARS-CoV-2.<br />
Palavras-Chave: Coronavírus, Pandemias, Plataformas<br />
Tecnológicas, SARS-CoV-2, Vacinas.<br />
Abstract<br />
Several evolutionary stages for the emergence of<br />
zoonotic viruses and reemergence of these diseases<br />
are a crucial point in the interface between man and<br />
different species. The introduction of a new pathogen<br />
from one species to another signals the great potential<br />
for transmissibility with a high rate of genomic<br />
recombination and a rapid adaptation response in the<br />
new host. Associated with this context of transition<br />
between the history of pandemics and the technological<br />
platforms of possible vaccine candidates, together<br />
with numerous biopharmaceuticals in world research,<br />
they reveal old issues in the field of public health. The<br />
scenario of pandemics passing through the plague of<br />
Justinian, the black plague of the 14th century, the<br />
discovery of variolization, the Russian Flu, Spanish Flu<br />
and Swine Flu are pandemics that left historical legacies<br />
and show similarities to coronavirus, SARS, MERS<br />
and SARS-CoV-2.<br />
Keywords: Coronavirus, Pandemics, Technological Platforms,<br />
SARS-CoV-2, Vaccines..<br />
0 12<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab | Março 2021
ARTIGO CIENTÍFICO I<br />
Introdução<br />
O termo imunidade de rebanho, do inglês<br />
herd immmunity e a preocupação<br />
rio da pandemia do novo coronavírus<br />
com estratégias de autoconfinamento<br />
voluntário motivado pelas condições<br />
XIX, a Peste reapareceu e dizimou<br />
entre 75 a 200 milhões de pessoas<br />
(Rodrigues, 2020).<br />
de disponibilidade de vacinas que da-<br />
preventivas (Sanar, 2020).<br />
tam do século XVIII transitam historica-<br />
O impacto nas melhorias de hi-<br />
mente sobre a saúde pública até os dias<br />
Peste Bubônica (séc XIV)<br />
giene e saneamento das cidades foi<br />
atuais. O desenvolvimento tradicional<br />
A Peste Bubônica, conhecida po-<br />
diretamente proporcional a diminui-<br />
e acelerado das plataformas clássicas<br />
pularmente como Peste Negra, foi a<br />
ção populacional de ratos urbanos. E<br />
e de nova geração de vacinas contra o<br />
primeira grande pandemia de que se<br />
desse modo, acredita-se que a Peste<br />
SARS-CoV-2 passando pelo escalona-<br />
tem conhecimento. Não há consenso<br />
Bubônica atingiu a curva descenden-<br />
mento de doses, segurança e eficácia<br />
quanto ao número de mortos, mas<br />
te. A cidade de Veneza, na Itália foi<br />
são tópicos que serão abordados no<br />
estima-se que aproximadamente um<br />
considerada o Epicentro Europeu da<br />
decorrer do artigo. O objetivo central é<br />
terço da população europeia foi dizi-<br />
Peste Bubônica. E a origem do termo<br />
revisitar o passado das pandemias para<br />
mada pela peste em meados do sécu-<br />
“quarentena” parece ter sido herda-<br />
uma analogia com a pandemia presen-<br />
lo XIV. Entre os anos de 1343 a 1353 na<br />
do por inspiração bíblica pelo tempo<br />
te no que tange às novas variantes e as<br />
Idade Média, mais de 50 milhões de<br />
de isolamento de 40 dias que Jesus<br />
vacinas em desenvolvimento.<br />
pessoas foram acometidas na Europa,<br />
Cristo passou na sua travessia pelo<br />
Ásia e Norte da África. Naquela época<br />
deserto. Além de ter sido documen-<br />
A praga de Justiniano<br />
era comum os médicos utilizarem um<br />
tado no Velho Testamento da Bíblia<br />
Em 541-544 d.c surgiu no Egito uma<br />
tipo de máscara similar ao bico de tu-<br />
como tempo de isolamento para<br />
enfermidade que um ano após o rei-<br />
cano para se protegerem da transmis-<br />
surtos de hanseníase na antiguida-<br />
nado do bizantino Justiniano chegou<br />
são e eram comumente chamados de<br />
de. Outras linhas, acreditam que o<br />
à capital do Império, Bizâncio (atual<br />
médicos da peste. Os sintomas eram<br />
termo quarentena foi originário da<br />
Istambul), o qual deu-se o nome de<br />
similares de uma gripe forte, com<br />
prática de restringir a circulação livre<br />
Praga de Justiniano. Responsável por<br />
febre, calafrios e dores musculares,<br />
de pessoas, não apenas por isolar os<br />
assolar cerca de 5.000 a 10.000 víti-<br />
também apresentavam inchaço dos<br />
doentes daqueles sãos como tam-<br />
mas por dia, o imperador Justiniano<br />
gânglios linfáticos, e manchas pretas<br />
bém impedir o desembarque de na-<br />
superou a doença e continuou gover-<br />
ao redor da pele. A epidemia medie-<br />
vios ao porto (Sanar, 2020).<br />
nando por mais uma década. É sur-<br />
val foi causada por uma bactéria, a<br />
preendente que cenas de uma pan-<br />
Yersinia pestis, transmitida por meio<br />
Gripe Espanhola (séc XX)<br />
demia de 1.500 anos atrás se repetem<br />
de pulgas que infestavam os ratos e<br />
Com estimativa entre 17 e 100 mi-<br />
até os dias de hoje remetendo o cená-<br />
outros roedores. No início do século<br />
lhões de mortos ao redor de todo o<br />
0 14<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab | Março 2021
Autor: Dra. Rachel Siqueira de Queiroz Simões.<br />
mundo, a Gripe Espanhola infectou<br />
27% da população mundial e milhares<br />
de pessoas no Brasil. O vírus<br />
tinha procedência da Europa, e<br />
chegara no Brasil a bordo do navio<br />
Demerara, um transatlântico que<br />
desembarcou em setembro de 1918<br />
passageiros infectados no Recife,<br />
Salvador e Rio de Janeiro (Rodrigues,<br />
2020; Sanar, 2020).<br />
Funcionários inspecionam limpadores de rua durante a gripe espanhola em Chicago em 1918.<br />
Arquivo Bettmann / Bettmann<br />
ARTIGO CIENTÍFICO I<br />
No Brasil, mais de 35 mil pessoas<br />
infectadas vieram a óbito inclusive o<br />
próprio presidente da época Rodrigues<br />
Alves se infectou e faleceu em<br />
1919, antes de assumir a presidência<br />
pela segunda vez. Sua notoriedade<br />
de figura histórica deve-se ao fato<br />
que Rodrigues Alves foi o governante<br />
que mais combateu as epidemias<br />
no Brasil. Esteve liderando o governo<br />
de São Paulo, enfrentou a varíola e a<br />
peste bubônica. Além disso fundou o<br />
Instituto Butantan, pioneiro do país<br />
em soros e vacinas com o médico Vital<br />
Brazil na linha de frente. O líder<br />
que esteve na Presidência da República<br />
entre os anos de 1902 a 1906,<br />
saneou o Rio de Janeiro, acabou com<br />
a Febre Amarela e instituiu a obrigatoriedade<br />
da vacina contra a varíola,<br />
o que deu origem à Revolta da Vacina<br />
em 1904 com cientista Oswaldo Cruz<br />
no comando do Instituto Soroterápico<br />
Federal, atual Fundação Oswaldo<br />
Cruz (Rodrigues, 2020; Sanar, 2020).<br />
Com a falta de medicamentos para<br />
controlar a pandemia, anúncios de<br />
remédios milagrosos começaram<br />
a surgir desde a oferta a água tônica<br />
de quinino a balas à base de<br />
ervas, de purgantes a fórmulas com<br />
canela. A procura era tão grande<br />
que as farmácias se aproveitaram<br />
da situação e levaram os preços às<br />
alturas. A prefeitura da cidade do<br />
Rio de Janeiro reagiu tabelando o<br />
preço dos remédios. Em São Paulo,<br />
a população recorreu a um remédio<br />
caseiro de cachaça com limão e<br />
mel. E segundo o Instituto Brasileiro<br />
da Cachaça acredita-se que esse<br />
episódio se deve ao surgimento da<br />
caipirinha. Em 1918, ainda em São<br />
Paulo, uma das peças de maior sucesso<br />
no teatro paulista chamou-se<br />
A Caipirinha (Rodrigues, 2020; Sanar,<br />
2020).<br />
Das marchinhas aos carros alegóricos,<br />
o tema da festa: o “chá da<br />
meia-noite” - que não bota medo<br />
em mais ninguém, foi tema do<br />
Carnaval de 1919 quando os cariocas<br />
caíram na folia em blocos de<br />
rua e bailes comemorando o fim<br />
da gripe espanhola. Curiosamente,<br />
houve a lenda do “chá da meia-<br />
-noite” onde uma multidão morria<br />
todos os dias, e começava a correr<br />
a história de que a Santa Casa<br />
de Misericórdia do Rio de Janeiro,<br />
para abrir novos leitos, acelerava<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab | Março 2021<br />
0 15
Autor: Dra. Rachel Siqueira de Queiroz Simões.<br />
ARTIGO 01<br />
a morte dos doentes em estado<br />
terminal. Isso se daria por meio de<br />
um chá envenenado administrado<br />
primeira a ser documentada com<br />
proliferação inicial de duas semanas<br />
sobre o Império Russo, e chegando<br />
reduzir as chances de o indivíduo<br />
adquirir a forma grave e letal da varíola.<br />
Em 1774, o fazendeiro inglês<br />
aos pacientes na calada da noite.<br />
até a cidade do Rio de Janeiro aon-<br />
Benjamin Jesty inoculou a esposa<br />
Os jornais apelidaram o hospital<br />
de aproximadamente um milhão de<br />
e filhas na tentativa de protegê-<br />
de “Casa do Diabo” (Rodrigues,<br />
pessoas morreram por conta de um<br />
-las. Entretanto, em 14 de maio<br />
2020; Sanar, 2020).<br />
subtipo de Influenza A (Sanar, 2020).<br />
de 1796 o fluido da ordenhadora<br />
Sarah Nelmes foi inoculado por<br />
Um dos marcos históricos depois da<br />
Gripe Suína (séc XXI)<br />
Edward Jenner no braço do menino<br />
Primeira Guerra Mundial foi a criação<br />
Foi denominada a primeira pande-<br />
de 8 anos de idade chamado James<br />
da Liga das Nações, com suas res-<br />
mia do século 21. O vírus Influen-<br />
Phipps. Dois anos mais tarde, em<br />
pectivas áreas sanitárias. Em 1902,<br />
za - uma variação do vírus H1N1,<br />
1798, a descoberta foi publicada e<br />
houve o surgimento da Organização<br />
documentado em 2009 no México<br />
houve resistência da comunidade<br />
Pan-Americana da Saúde (OPAS),<br />
foi identificado em suínos, e se es-<br />
médica alegando que a população<br />
que foi um passo importante para<br />
palhou rapidamente pelo mundo,<br />
se tornaria híbrido homem e parte<br />
fundar a Organização Mundial de<br />
matando mais de 18 mil pessoas. No<br />
bovino. Assim, Louis Pasteur propôs<br />
Saúde (OMS) em 1948.<br />
Brasil, o primeiro caso foi confirmado<br />
o termo “vacina” oriundo da palavra<br />
em maio do mesmo ano e, no fim de<br />
vacca e por esse feito, no século<br />
Assim a gripe espanhola deixou um<br />
junho de 2009, cerca de 627 pessoas<br />
XVIII o médico inglês Edward Jen-<br />
legado histórico com o nascimento<br />
já estavam infectadas. A gripe suína<br />
ner ficou conhecido como o Pai da<br />
do Ministério da Saúde em 1930, an-<br />
era transmitida a partir de gotículas<br />
Vacinologia.<br />
tigo Ministério dos Negócios da Saú-<br />
respiratórias no ar e em superfícies<br />
de e da Educação Pública, e o surgi-<br />
contaminadas e apresentava sinto-<br />
A varíola é uma das doenças mais<br />
mento do Sistema Único de Saúde<br />
mas equivalentes de gripe como fe-<br />
antigas descrita por mais de 3 mil<br />
(SUS), previsto na Constituição de<br />
bre, tosse, dor de garganta, calafrio e<br />
anos atrás. Relatos descrevem que<br />
1988 (Rodrigues, 2020).<br />
dor no corpo (Rodrigues, 2020).<br />
o faraó egípcio Ramsés II morreu<br />
vítima do vírus juntamente com<br />
Gripe Russa (séc XVI)<br />
Varíola<br />
cerca de 300 milhões de pessoas<br />
Em 1580 houve relatos da primeira<br />
O termo variolização é designado<br />
acometidas desde 1796 até 1980<br />
pandemia de gripe, que se espalhou<br />
aos fluidos provenientes de lesões<br />
com a campanha de vacinação em<br />
pela Ásia, Europa, África e Améri-<br />
de pessoas doentes que eram ino-<br />
massa para erradicação da doença<br />
ca. Já em 1889, a Gripe Russa foi a<br />
culados em pessoas sadias para<br />
(Rodrigues, 2020).<br />
0 18<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab | Março 2021
Coronavírus: SARS-CoV e MERS-CoV<br />
Epidemias recentes datam de<br />
2002/2003 quando foram identifica-<br />
Nidovirales, subordem Cornidovirineae<br />
com duas subfamílias, Letovirinae<br />
e Orthocoronavirinae pertencentes à<br />
demonstra que o primeiro registro<br />
do novo coronavírus teve origem em<br />
Wuhan, província da China especifica-<br />
ARTIGO 01<br />
dos os primeiros casos de infecção da<br />
família Coronaviridae, presentes em<br />
mente no mercado de peixes e maris-<br />
Síndrome Respiratória Aguda Grave<br />
quatro gêneros e 24 subgêneros que<br />
cos, local do foco da epidemia (Sironi<br />
(SARS-CoV) na China acometendo 650<br />
acometem diversas espécies.<br />
et al., 2020).<br />
indivíduos levando ao óbito. O SAR-<br />
S-CoV é um vírus recombinante que<br />
Os membros da subfamília Orhtho-<br />
Existem diversos estágios evolutivos<br />
circulou em civetas (Paguna larvata) e<br />
coronavirinae infectam mamíferos,<br />
para a emergência das viroses zoonó-<br />
adaptou-se em humanos. Em 2003, o<br />
aves e peixes pertencentes a quatro<br />
ticas e propagação entre a interface<br />
SARS-CoV surgiu a partir de recombi-<br />
gêneros: Alphacoronavirus (feline<br />
do homem com espécies diferentes. O<br />
nações entre o coronavírus de morce-<br />
infectious peritonitis virus - FIPV,<br />
grande potencial de transmissibilidade,<br />
gos do gênero Phinolopus sendo o hos-<br />
Rhinolophus bat coronavirus - HKU2)<br />
a rápida adaptação em novos hospe-<br />
pedeiro natural da transmissão viral.<br />
e Betacoronavirus (SARS-CoV cepas<br />
deiros, a alta taxa de mutação gênica,<br />
GD02 da fase inicial da infecção em<br />
a elevada taxa de recombinação e o<br />
Em 2012 foi identificada pela primei-<br />
humanos e SZ3 originário de civetas,<br />
tamanho do genoma são alguns dos<br />
ra vez na Arábia Saudita a Síndrome<br />
SARS-CoV cepa hTor02 de humanos<br />
fatores que caracterizam o fenômeno<br />
Respiratória do Oriente Médio, do in-<br />
durante as fases moderada e tardia da<br />
conhecido como spillover do SARS-<br />
glês Middle East Respiratory Syndrome<br />
infecção viral, morcego SARS-asso-<br />
-CoV-2, traduzido como “derrama-<br />
Coronavirus - MERS-CoV. A partir de<br />
ciado coronavírus (SARSr-CoV) cepa<br />
mento” ou “salto” com a introdução de<br />
morcegos, o vírus se adaptou a dro-<br />
WIV1, MERS-CoV e vírus da hepatite<br />
um novo vírus de uma espécie para se<br />
medários e passou a infectar humanos<br />
de camundongo (MHV) que aco-<br />
adaptar em outra espécie hospedeira<br />
ocasionando mais de 800 mortes no<br />
metem os mamíferos, e os gêneros<br />
(Rodriguez-Morales et al., 2020; Nunez<br />
Oriente Médio (Barth & Simões, 2019).<br />
Gammacoronavirus (vírus da bronqui-<br />
et al., 2020).<br />
te infecciosa (IBV) e Deltacoronavirus<br />
Novo coronavírus: SARS-CoV-2<br />
(bulbul coronavirus HKU11) que aco-<br />
Biossíntese viral<br />
metem as aves (Simões, 2020;, 2020).<br />
Os coronavírus são partículas esféricas<br />
Taxonomia e Filogenia<br />
de 100 a 160 nm de diâmetro. O ge-<br />
De acordo com Coronaviridae stu-<br />
Os primeiros isolados de sequências<br />
noma é um RNA de fita simples polari-<br />
dy group do comitê internacional de<br />
virais da árvore filogenética de máxi-<br />
dade positiva (ssRNA +) com envelope<br />
taxionomia viral, o coronavírus está<br />
ma verossimilhança analisadas pelo<br />
viral aonde 2/3 do seu genoma estão<br />
classificado no reino Riboviria, ordem<br />
Nextstrain (https://nextstrain.org/ncov)<br />
situados na primeira região aberta de
ARTIGO 01<br />
leitura, do inglês open reading frame<br />
ORF1a/b, responsável por codificar 16<br />
proteínas não estruturais (NSPs) e 1/3<br />
permite que a spike interaja com outra<br />
enzima, a TMPRSS2 e ocorra a fusão da<br />
célula infectada com outra célula sadia<br />
K), variantes com mutações em ambas<br />
UK/AZ além de mutações de variantes<br />
de humano para animais (Garry et al.,<br />
do RNA viral é responsável por codi-<br />
justificando sua alta transmissibilidade<br />
2021). Um dos genes altamente vari-<br />
ficar quatro proteínas (S, E, M, N). A<br />
e virulência (Pohlmann, 2020).<br />
áveis nos coronavírus é a região ORF 8<br />
entrada do vírus ocorre principalmente<br />
e acredita-se que esse gene evolui por<br />
mediante a glicoproteína S (Spike) que<br />
A estrutura tridimensional da prote-<br />
meio de recombinação modular. Sabe-<br />
se liga aos receptores da célula hospe-<br />
ína spike no genoma de SARS-CoV-2<br />
-se que a recombinação gênica ocorre<br />
deira através da enzima conversora de<br />
tem sido detectada por modelagem<br />
no início e no final da ORF 8, onde as<br />
angiotensina- 2 (ACE-2).<br />
computacional usando técnicas de<br />
sequências de ácido nucleico são idên-<br />
microscopia crioeletrônica. Em simu-<br />
ticas entre as sequencias analisadas<br />
O SARS-CoV utiliza duas enzimas pre-<br />
lações de dinâmica molecular, docking<br />
(SARS-CoV e o grupo B batCoVs) (Li et<br />
sentes em algumas de nossas células,<br />
por computador do SARS-CoV-2 tem<br />
al., 2020).<br />
a serina-protease transmembranar 2<br />
sido utilizado para a descoberta de no-<br />
(TMPRSS2), do inglês Transmembrane<br />
vos fármacos baseado na estrutura viral<br />
Plataformas tecnológicas e<br />
Serine Protease 2, e catepsinas. Já o<br />
(Yan et al., 2020; Simões et al., 2020).<br />
vacinas<br />
vírus SARS-CoV-2 utiliza além dessas<br />
Diversas plataformas tecnológi-<br />
enzimas, mais uma outra enzima cha-<br />
Mutação e recombinação genética<br />
cas estão sendo utilizadas para o<br />
mada furina, presente em grande quan-<br />
Novas mutações na proteína spike do<br />
desenvolvimento de possíveis can-<br />
tidade em células humanas. O conjunto<br />
vírus tem alarmado as entidades e pre-<br />
didatos vacinais. Dentre elas des-<br />
dessas três enzimas age como tesouras<br />
ocupado as biofarmacêuticas quanto<br />
tacam-se as vacinas de primeira<br />
genéticas que cortam a proteína da<br />
a eficácia das vacinas aprovadas para<br />
geração (inativadas e atenuadas),<br />
espícula para sua ativação e início do<br />
uso emergencial, a seguir: variante do<br />
as vacinas de segunda geração<br />
ataque viral com a fusão da membrana<br />
Amazonas (BR): (P1) B.1.1.28 (K417N/<br />
caracterizadas pelos vetores virais<br />
viral com a membrana celular (Simões,<br />
E484K/N501Y), variante do Reino Uni-<br />
replicantes e não replicantes, as<br />
2020) e cerca de 12 nucleotídeos extras<br />
do (UK): B.1.1.7 (N501Y – o aminoá-<br />
vacinas de sub-unidades proteicas<br />
do genoma viral geram uma nova re-<br />
cido asparagina N foi substituído por<br />
e as vacinas semelhantes a vírus,<br />
gião de corte para a furina. Assim essa<br />
tirosina Y na posição 501 da proteína<br />
do inglês virus-like particles - VLP,<br />
enzima faz um primeiro corte na região<br />
S do vírus), variante da África do Sul<br />
e as vacinas de terceira geração<br />
spike dos novos vírus que saem das cé-<br />
(ZA): B.1.351 (501Y.V2) e E484K (no<br />
desenvolvidas em plataformas de<br />
lulas humanas pré-ativadas facilitando<br />
4840 aminoácido da proteína S houve<br />
ácidos nucleicos, DNA e RNA (Van<br />
nova invasão viral. Esse primeiro corte<br />
a substituição do glutamato E por lisina<br />
Riel & Wit, 2020).<br />
0 20<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab | Março 2021
As vacinas de primeira geração<br />
incluem diversas vacinas inativadas<br />
que estão sendo desenvolvidas por<br />
Institute of Biotechnology. A segurança,<br />
taxa de tolerância e imunogenicidade<br />
da vacina recombinante<br />
University of Oxford em parceria com<br />
a farmacêutica AstraZeneca (Folegatti<br />
et al., 2020). A empresa Jansen<br />
ARTIGO 01<br />
distintas empresas farmacêuticas<br />
quanto ao escalonamento de doses,<br />
Pharmaceutical Companies of John-<br />
como Beijing Institute of Biological<br />
rótulo aberto, estudo não-randomi-<br />
son & Johnson também desenvol-<br />
Products em parceria com Wuhan<br />
zado e triagem clínica em humanos<br />
veu a vacina JNJ-78436735 que se<br />
Institute of Biological Products, Si-<br />
têm sido continuamente investiga-<br />
encontra na fase III do ensaio clínico.<br />
novac, Sinopharm e Bharat Biotech<br />
das (Zhu et al, 2020).<br />
Ensaios clínicos com a platafor-<br />
(Gao et al., 2020).<br />
ma tecnológica de adenovírus de<br />
Estudos preliminares dos ensaios<br />
chimpanzé (ChAd) utilizando veto-<br />
As vacinas de segunda geração in-<br />
clínicos randomizados foram rea-<br />
res contra o vírus do HIV, influen-<br />
cluem a plataforma tecnológica de<br />
lizados em outra vacina AZD1222<br />
za, hepatite C e Ebola foram bem<br />
adenovírus humano tipo 5 como um<br />
utilizando adenovírus de chimpanzé<br />
toleradas em humanos e apresen-<br />
vetor viral não replicante desenvolvi-<br />
(ChAdOx1 nCoV-19), um vetor viral<br />
taram boa imunogenicidade (Van<br />
do pela CanSino Biological e Beijing<br />
não replicante, desenvolvido pela<br />
Doremalen et al., 2021). Os ensaios
ARTIGO CIENTÍFICO I<br />
experimentais em animais de laboratório<br />
da vacina testada para MERS<br />
(ChAdOx1 MERS) gerou imunidade<br />
tion Immunology em parceria com<br />
GSK. Além do Instituto Alemão<br />
Max-Planck-Gesellschaft e Serum<br />
neutralizantes após a segunda dose.<br />
Os efeitos colaterais locais e sistêmicos<br />
foram maiores após a segunda<br />
protetora em macacos rhesus (Van<br />
Institute of India.<br />
dose, porém, aceitáveis nas doses<br />
Doremalen et al., 2021), anticor-<br />
mais baixas utilizadas (Jackson et<br />
pos neutralizantes e reposta imune<br />
Um outro exemplo de vacina da se-<br />
al., 2020). Outras biofarmacêuticas<br />
celular em camundongos (Alharbi<br />
gunda geração é a vacina russa Spu-<br />
como a Genexine, Glaxo Smith Kline<br />
et al., 2017), além de induzir res-<br />
tinik V desenvolvida pelo Instituto da<br />
(GSK) e Curevac também estão se<br />
postas de células T e anticorpos em<br />
Gamaleya National Center of Epide-<br />
unindo para o desenvolvimento de<br />
humanos (Folegatti et al., 2020).<br />
miology and Microbiology que utiliza<br />
novas vacinas de ácido nucleico.<br />
A eficácia e segurança da vacina<br />
uma estratégia de adenovírus huma-<br />
AZD1222 foi analisada por quatro<br />
no capaz de contornar o problema<br />
Na plataforma de nova geração en-<br />
ensaios clínicos randomizados no<br />
na segunda dose, ao usar diferentes<br />
contram-se as vacinas de células apre-<br />
Brasil, África do Sul e Reino Unido<br />
vetores virais, pois a composição an-<br />
sentadoras de antígenos em fase de<br />
(Voysey et al., 2021).<br />
tigênica do adenovírus 26 é distinta<br />
ensaios clínicos 1 e 2 como por exem-<br />
daquela do adenovírus 5.<br />
plo LV-SMENP - DC e COVID-19/aAPC<br />
O primeiro ensaio clínico com<br />
(do inglês, artificial antigen-presenting<br />
vacina de nanopartícula recom-<br />
As vacinas de terceira geração in-<br />
cell) modifificadas com vetor lentivi-<br />
binante da proteína spike foi de-<br />
cluem a plataforma tecnológica de<br />
ral expressando minigenes sintéticos,<br />
senvolvida pela Novavax demons-<br />
DNA e RNA. A vacina de plasmídeo<br />
ambas ainda não estão licenciadas<br />
trando segurança e poucos efeitos<br />
de DNA com eletroporação foi desen-<br />
para uso em humanos (Thanh Le et al.,<br />
adversos, quando administrada em<br />
volvida pela biofarmacêutica Inovio<br />
2020). Essas células dendríticas e ma-<br />
duas doses com um intervalo de<br />
Pharmaceuticals enquanto o candi-<br />
crófagos são capazes de disparar uma<br />
14 dias. Seus resultados com anti-<br />
dato vacinal mRNA (BNT162b1) foi<br />
cascata de sinalização que culmina na<br />
corpos neutralizantes foram muito<br />
desenvolvido pela BioNTech e tes-<br />
expressão de genes pró-inflamatórios<br />
encorajadores com títulos mais al-<br />
tada sua eficácia em adultos com<br />
e estimulam os linfócitos T CD4+, lin-<br />
tos mesmo com a dose mais baixa<br />
18 a 55 anos de idade (Mulligan et<br />
fócitos T CD8+ e células Natural Killer<br />
produzida pelo fabricante (Keech<br />
al., 2020). Além da candidata va-<br />
(NK) que reconhecem o vírus através<br />
et al., 2020). Outras biofarmacêu-<br />
cinal mRNA da Empresa Moderna,<br />
de receptores do reconhecimento pa-<br />
ticas com vacinas de proteínas de<br />
que demonstrou a capacidade de<br />
drão (PRR), do inglês Pattern Recogni-<br />
subunidade envolvem Clover Bio-<br />
indução de anticorpos anti-spike<br />
tion Receptor. Um dos principais tipos<br />
pharmaceuticals, Dinavax Innova-<br />
e níveis detectáveis de anticorpos<br />
de PRR são os receptores TLRs, Toll like<br />
0 22<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab | Março 2021
eceptors, que reconhecem diferentes<br />
padrões moleculares associados à vírus<br />
chamados de PAMPs, do inglês Pathogen<br />
Associated Molecular Pathern<br />
(Vabret et al., 2020).<br />
Um ponto chave que merece ser<br />
destacado é o desenvolvimento de<br />
vacinas contra o SARS-CoV-2 em<br />
instituições nacionais utilizando plataformas<br />
tecnológicas de nova geração<br />
como o RNA replicante, vacina<br />
proteica recombinante e vacina sintética<br />
em ensaios de fase pré-clínica.<br />
Considerações Finais<br />
Desde a antiguidade, o desenvolvimento<br />
das vacinas de forma empírica<br />
e atualmente com comprovação<br />
científica remetem ao uso dos<br />
animais de laboratório nas pesquisas<br />
em seus ensaios pré-clínicos e<br />
suas sucessivas etapas com grupos<br />
controles e experimentais. A corrida<br />
biotecnológica para o avanço de<br />
novas técnicas possui um objetivo<br />
único – de prevenir e controlar a<br />
atual pandemia que assola a humanidade<br />
e reporta cronologicamente<br />
as condições sanitárias de épocas<br />
históricas. O conhecimento adquirido<br />
e aplicado evidencia a fusão<br />
de ideias na tentativa de alcançar<br />
a equidade vacinal no bem comum<br />
da saúde coletiva.<br />
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South Africa, and the UK. Lancet 2021; 397: 99–111<br />
https://doi.org/10.1016/ S0140-6736(20)32661-1.<br />
Yan, R., Zhang, Y., Li, Y., Xia, L., Guo, Y., Zhou, Q. Structural<br />
basis for the recognition of the SARS-CoV-2 by full<br />
lengh human ACE-2. Science, 2020.<br />
Zhu et al. Safety, tolerability, and immunogenicity of<br />
a recombinant adenovirus type-5 vectored COVID-19<br />
vaccine: a dose-escalation, open-label, non-randomised,<br />
first-in-human trial. Lancet 2020; 395: 1845–54.<br />
https://doi.org/10.1016/ S0140-6736(20)31208-3.<br />
ARTIGO CIENTÍFICO I<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab | Março 2021<br />
0 23
ARTIGO CIENTÍFICO II<br />
ATENDIMENTO PEDIÁTRICO<br />
EM LABORATÓRIO<br />
Autoras:<br />
Luísa Juppa, Nágila Da Cruz, Analú Lauffer.<br />
Resumo<br />
Estudo qualitativo com o objetivo de discutir a humanização do atendimento à criança<br />
na visão de mães à luz da Política Nacional de Humanização. Os dados foram coletados<br />
por meio de formulário aplicado à 10 mães acompanhantes; o profissional de qualidade<br />
foi apontado como principal no atendimento a criança. A falta de paciência, o ambiente<br />
inadequado para crianças e responsáveis são fatores que não contribuem para a<br />
humanização do atendimento. Para as participantes alguns problemas identificados no<br />
laboratório são de fácil resolução tendo por intuito humanizar o atendimento.<br />
Palavras-Chave: Atendimento Pediátrico; Atendimento Laboratorial; Crianças.<br />
0 24<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab | Março 2021
Introdução<br />
Segundo alguns autores, existem<br />
diversos modelos que medem a satisfação<br />
do paciente nos serviços de<br />
saúde, e enfatizam que todos têm<br />
como pressupostos as percepções do<br />
paciente em relação às suas expectativas,<br />
valores e desejos (Linder-Pelz,<br />
1982; Williams, 1994; De Silva,<br />
1999).<br />
Para tanto (Linder-Pelz, 1982) diz<br />
que a satisfação do paciente pode<br />
ser determinada como "avaliações<br />
positivas individuais de distintas dimensões<br />
do cuidado à saúde". Estas<br />
avaliações expressariam uma ação,<br />
ou seja, uma resposta real baseada<br />
na crença de que o cuidado possui<br />
certos atributos que podem ser avaliados<br />
pelo próprio paciente (Sitzia &<br />
Wood, 1997).<br />
A descrição profissional “saúde e<br />
paciente” é o foco principal para contribuir<br />
na qualidade dos serviços de<br />
saúde e divide-se em vários focos,<br />
como a individualização da assistência,<br />
a humanização do atendimento,<br />
a comunicação entre os envolvidos,<br />
o sofrimento do paciente e o direito<br />
à informação.<br />
A qualidade é vista, com frequência,<br />
como aspecto central a ser considerado<br />
para a avaliação em saúde.<br />
E esta é constituída pela efetividade,<br />
eficiência, adequação e qualidade<br />
técnico-científica. Os benefícios dessa<br />
qualificação incluem a capacidade<br />
de transmitir maior confiança ao<br />
paciente, maior segurança pessoal,<br />
além da aquisição de conteúdos teórico-práticos<br />
que melhorem a sua<br />
atuação profissional diariamente<br />
(Zanchetta MS, Leite LC, Perreault M,<br />
Lefevre M, 2004).<br />
Um atendimento humanizado é<br />
aquele que está ligado ao cuidado,<br />
a união entre a qualidade do tratamento<br />
técnico e a qualidade do<br />
relacionamento que se desenvolve<br />
entre paciente, familiares e equipe.<br />
No processo de atendimento<br />
no laboratório, muitos são os desafios<br />
que se enfrentam quando se<br />
está em defesa da vida e direito à<br />
saúde, principalmente o padrão de<br />
acolhimento a criança, a postura<br />
e a prática nas ações de atenção e<br />
gestão nas organizações facilitam a<br />
construção de uma relação de confiança<br />
entre profissional e paciente<br />
e mães responsáveis. Pesquisas indicam<br />
que a prática do acolhimento<br />
está ligada à atenção primária, e<br />
que as modernidades e facilidades<br />
da atualidade criam uma barreira<br />
no relacionamento personificado.<br />
(NewsLab, 2019)<br />
Objetivos<br />
Objetivo Geral<br />
Analisar a visão das mães ou responsáveis<br />
de crianças até 12 anos,<br />
em relação ao atendimento pediátrico<br />
para realização de exames<br />
laboratoriais.<br />
Objetivos Específicos<br />
• Identificar quais as expectativas de<br />
uma mãe/responsável em um atendimento<br />
em laboratório<br />
• Evidenciar o que a mãe/responsável<br />
valoriza em um profissional de<br />
atendimento pediátrico<br />
• Identificar pontos de distração para<br />
as crianças neste momento;<br />
• Conhecer as técnicas utilizadas pelas<br />
mães /responsável no preparo da<br />
criança para uma coleta de exames.<br />
• Saber como uma mãe/responsável<br />
entende e comunica a criança caso<br />
seja necessária uma segunda punção.<br />
• Identificar os pontos críticos na melhoria<br />
do processo do o atendimento<br />
pediátrico em laboratório<br />
Métodos<br />
Aspectos Éticos da Investigação<br />
O preenchimento do questionário é<br />
feito de forma anônima, em que antes<br />
do preenchimento do questionário, o<br />
participante terá acesso as observações,<br />
onde será deixado claro que nomes,<br />
dados e informações serão apresentados<br />
apenas em forma de estatística.<br />
Tipo de Delineamento<br />
A pesquisa deste trabalho, de acordo<br />
com os objetivos do mesmo e a abordagem,<br />
será classificada como descritiva<br />
e qualitativa, de forma objetiva para<br />
identificar as expectativas da mãe ou<br />
responsável no atendimento da criança,<br />
de acordo com as boas práticas no atendimento<br />
pediátrico ao laboratório, identificando<br />
os pontos a serem melhorados.<br />
ARTIGO CIENTÍFICO II<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab | Março 2021<br />
0 25
Autoras: Luísa Juppa, Nágila Da Cruz, Analú Lauffer.<br />
ARTIGO CIENTÍFICO II<br />
Participantes<br />
Os participantes da pesquisa serão<br />
os que tiverem contato com o link do<br />
formulário online, via Whatsapp ou<br />
por email. A amostra total (n) foi de 10<br />
mães/responsáveis participantes.<br />
Por critérios de exclusão, mães ou<br />
responsáveis de maiores de 12 anos<br />
ou pessoas que não possuem filhos,<br />
não participarão do preenchimento<br />
do formulário.<br />
O perfil das pessoas participantes<br />
correspondem a: uma mãe/responsável<br />
de criança de 2 anos (10%),<br />
uma mãe/responsável de criança de<br />
4 anos (10%), uma mãe/responsável<br />
de criança de 6 anos (10%), duas<br />
mães/responsáveis de crianças de 7<br />
anos (20%), duas mães/responsáveis<br />
de crianças de 10 anos (20%), duas<br />
mães/responsáveis de 11 anos (20%)<br />
e uma mãe/responsável de criança de<br />
12 anos (10%).<br />
Coleta de Dados<br />
A coleta de dados será realizada por<br />
meio de um formulário eletrônico tabulado<br />
no Google Forms e o acesso será<br />
disponibilizado via email ou via link.<br />
Os entrevistados terão sua identidade<br />
preservada, uma vez que, a pesquisa é<br />
de forma anônima. O formulário solicitará<br />
a faixa etária da criança e outras cinco<br />
questões de preenchimento obrigatório.<br />
As questões aplicadas foram:<br />
• O que você espera do atendimento<br />
em laboratório?<br />
• No atendimento pediátrico, o que<br />
você valoriza num profissional?<br />
• O que a mãe/responsável espera<br />
que o laboratório oferte para distrair<br />
a criança?<br />
• Como a mãe/responsável prepara/<br />
motiva a criança para a coleta em<br />
laboratório?<br />
• Caso seja necessária uma segunda coleta,<br />
como a mãe/responsável entende<br />
a repunção e como comunica a criança?<br />
Resultados<br />
As respostas, de forma específica para<br />
cada pergunta, foram:<br />
O que você espera do atendimento<br />
em laboratório?<br />
• Eficiência e rapidez;<br />
• Confiança, agilidade, simpatia e atenção<br />
à criança;<br />
• Acolhedor e humanizado;<br />
• Em se tratando de criança que já compreende<br />
o processo, empatia, segurança,<br />
explicação bem breve do procedimento<br />
de coleta para a criança e acompanhante<br />
para a colaboração, ética e em comentários<br />
desnecessários. Quanto ao procedimento<br />
em si, o uso dos EPIs, cuidados<br />
com higienização, identificação das<br />
amostras, boas práticas;<br />
• Rapidez no atendimento e higiene;<br />
• Rápido e seguro;<br />
• Agilidade, carinho com a criança<br />
e limpeza;<br />
• Tenha informações necessárias e que<br />
passe segurança no atendimento;<br />
• Que seja rápido;<br />
• Resultados confiáveis e profissionais<br />
competentes e empáticos.<br />
No atendimento pediátrico, o que<br />
você valoriza em um profissional?<br />
• Que além do tratamento da doença esteja<br />
preocupado também com as causas,<br />
para evitar que continue ocorrendo;<br />
• A empatia com a criança e o conhecimento;<br />
• Paciência e profissionalismo;<br />
• Postura, conhecimento, descrição e<br />
empatia em relação ao menor e aos pais;<br />
• Atenção e paciência com a criança. Quando<br />
tenta conquistar a confiança, sem pressa;<br />
• Atenção e os cuidados que o profissional<br />
passa a criança;<br />
• Que receba a criança com atenção e que<br />
converse sobre as preocupações da mãe;<br />
• A delicadeza, atenção e o conhecimento<br />
necessário para realizar todos os<br />
procedimentos necessários;<br />
• Paciência;<br />
• Competência, empatia, ética e humanização.<br />
0 26<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab | Março 2021
Autoras: Luísa Juppa, Nágila Da Cruz, Analú Lauffer.<br />
ARTIGO CIENTÍFICO II<br />
O que a mãe/responsável espera<br />
que o laboratório oferte para distrair<br />
a criança?<br />
• Sejam calmos e tenham profissionais<br />
que saibam lidar com a criança, tendo paciência<br />
e diminuindo o máximo possível o<br />
stress. Na coleta de sangue, por exemplo,<br />
ter pessoas que tenham facilidade para<br />
achar a veia sem causar muita dor;<br />
• Jogos e livros;<br />
• Jogos interativos;<br />
• Nada que possa ser colocado na boca,<br />
no caso dos menores, pode ser local<br />
com cores ou adesivos de parede, e no<br />
pós coleta um pequeno brinde como<br />
lápis, adesivos divertidos;<br />
• Brinquedos ou TV como programa<br />
infantil;<br />
• Brinquedos educativos;<br />
• Atenção da equipe, qualquer objeto<br />
lúdico ajuda neste momento;<br />
• Um profissional bem atencioso é o<br />
suficiente;<br />
• Vídeos, brinquedos e jogos;<br />
• Considerando a faixa etária, jogos educativos<br />
e tecnológicos para distraí- los.<br />
Como a mãe/responsável prepara/motiva<br />
a criança para a coleta<br />
em laboratório?<br />
• Procuro falar o que realmente vai<br />
acontecer, deixando claro que é necessário<br />
e normal, que muitas crianças<br />
fazem isso;<br />
• Com uma boa conversa;<br />
• Falando sobre a importância da realização<br />
de exames, explicando o real<br />
objetivo;<br />
• Deixar ciente que o profissional é qualificado<br />
e fará o procedimento da forma<br />
mais tranquila;<br />
• Explicando o que irá acontecer e que a<br />
mãe estará junto;<br />
• Procurar uma distração e explicar o<br />
que irá acontecer. Falar que é só “uma<br />
picadinha”;<br />
• Conversa sobre a prevenção da doença;<br />
• Oriento sobre a coleta, informando<br />
que é necessário para melhorar o estado<br />
de saúde. Que será rápido;<br />
• Tento explicar como vai acontecer a<br />
coleta, para não se assustar tanto;<br />
• Explicando a importância do procedimento<br />
e mostrando o quanto ele<br />
é corajoso.<br />
Caso seja necessário de uma<br />
segunda coleta, como a mãe/responsável<br />
entende esta repunção<br />
e como comunica a criança?<br />
• Já passei por isso. Comuniquei que era<br />
normal e necessário. Mas não fiquei nem<br />
um pouco satisfeita com o laboratório;<br />
• Seja lá qual for o motivo, em caso de<br />
repunção, o exame deve ser realizado,<br />
comunico minha filha a explicando o<br />
motivo. Isto já aconteceu com ela;<br />
• Sempre falando a verdade, mas ficaria<br />
com dúvidas sobre a recoleta;<br />
• Neste caso, que será necessária coleta<br />
de nova amostra para se ter certeza do<br />
resultado, ajudando o médico e os pais<br />
a garantirem sua saúde;<br />
• Da mesma forma como foi feito da<br />
primeira vez, mas sem muita explicação<br />
para não parecer algo mais grave<br />
do que é;<br />
• Normal, o importante é realizar o exame;<br />
• Eu fico péssima, mas para a criança<br />
digo que temos que fazer novamente,<br />
pois da primeira vez não deu certo, mas<br />
que agora dará;<br />
• Questiono sobre a real necessidade.<br />
Mas entendo que se há necessidade,<br />
precisa ser feito;<br />
0 28<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab | Março 2021
• Se for necessária uma segunda coleta,<br />
• Que seja rápido;<br />
Discussão<br />
ARTIGO CIENTÍFICO II<br />
não vejo problema nenhum. Tento expli-<br />
• Resultados confiáveis e profissionais<br />
Na visão das mães, a humanização<br />
car com calma e paciência o que será feito;<br />
competentes e empáticos.<br />
no atendimento à criança envolve a<br />
• Como uma necessidade e inclusive<br />
formação de vínculo entre profissio-<br />
deve ser bem assertiva, pois não terá<br />
No atendimento pediátrico,<br />
nais e usuários, o estímulo à participa-<br />
uma terceira coleta. Em relação a co-<br />
o que você valoriza em um<br />
ção dos pais/cuidadores na saúde da<br />
municação, deverá ser bem criativa e<br />
profissional?<br />
criança, o acolhimento e a disposição<br />
empática, relaxando a criança que será<br />
• Que além do tratamento da doen-<br />
de espaços com condições físicas e de<br />
submetida a dupla dor.<br />
ça esteja preocupado também com<br />
pessoal adequadas ao atendimento da<br />
as causas, para evitar que continue<br />
criança. Contudo, para algumas, o en-<br />
O que você espera do atendi-<br />
ocorrendo;<br />
tendimento sobre humanização ainda<br />
mento em laboratório?<br />
• A empatia com a criança e o conhe-<br />
se encontra restrito ao ato de receber<br />
• Eficiência e rapidez;<br />
cimento;<br />
atendimento no serviço de saúde.<br />
• Confiança, agilidade, simpatia e aten-<br />
• Paciência e profissionalismo;<br />
ção à criança;<br />
• Postura, conhecimento, descrição e<br />
Vale a pena ressaltar que as respos-<br />
• Acolhedor e humanizado;<br />
empatia em relação ao menor e aos pais;<br />
tas das mães em grande maioria foi<br />
• Em se tratando de criança que já com-<br />
• Atenção e paciência com a criança.<br />
possível verificar o quanto em geral a<br />
preende o processo, empatia, segurança,<br />
Quando tenta conquistar a confiança,<br />
humanização do atendimento emite a<br />
explicação bem breve do procedimento<br />
sem pressa;<br />
idéia de dignidade e respeito a criança<br />
de coleta para a criança e acompanhante<br />
• Atenção e os cuidados que o profissio-<br />
atendida no laboratório e, além disso<br />
para a colaboração, ética e em comen-<br />
nal passa a criança;<br />
enfatizaram em suas respostas, a im-<br />
tários desnecessários. Quanto ao proce-<br />
• Que receba a criança com atenção e<br />
portância e a dimensão ética na relação<br />
dimento em si, o uso dos EPIs, cuidados<br />
que converse sobre as preocupações<br />
entre pacientes e profissionais.<br />
com higienização, identificação das<br />
da mãe;<br />
amostras, boas práticas;<br />
• A delicadeza, atenção e o conheci-<br />
Foi possível identificar, segundo estas<br />
• Rapidez no atendimento e higiene;<br />
mento necessário para realizar todos os<br />
usuárias, uma diferença de atitude entre os<br />
• Rápido e seguro;<br />
procedimentos necessários;<br />
profissionais no atendimento ao laboratório<br />
• Agilidade, carinho com a criança e limpeza;<br />
• Paciência;<br />
em relação a comunicação, pelo fato de<br />
• Tenha informações necessárias e que<br />
• Competência, empatia, ética e<br />
nem todos acolherem e explicarem o aten-<br />
passe segurança no atendimento;<br />
humanização.<br />
dimento de forma clara aos usuários.<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab | Março 2021<br />
0 29
ARTIGO CIENTÍFICO II<br />
Foi possível observar que a maioria<br />
das mães/responsáveis valorizam um<br />
atendimento humanizado, onde o pro-<br />
a preocupação de seu responsável. Por<br />
isso, atitudes são tomadas para que a<br />
experiência se torne algo mais leve e<br />
É notável que para existir um bom<br />
trabalho e para que o objetivo seja concluído<br />
com êxito e sem gerar traumas<br />
fissional tem empatia e paciência com<br />
confortável.<br />
à criança, o preparo começa em casa,<br />
a criança, e que ainda sim, realize o tra-<br />
com a conscientização da criança e<br />
balho com rapidez.<br />
Para que essas atitudes possam ter<br />
acaba apenas na saída do laboratório,<br />
tomadas, é necessário o entendimento<br />
com o exame concluído e ambas as<br />
Em relação ao local da coleta, as<br />
das preocupações da mãe/responsá-<br />
partes satisfeitas.<br />
mães/responsáveis se preocupam e<br />
valorizam com as distrações oferecidas<br />
pelo laboratório, como brinquedos e jogos.<br />
Ainda se mostrou uma preocupação<br />
com objetos pequenos que possam<br />
ser colocados na boca das crianças.<br />
De casa, as mães/responsáveis geralmente<br />
fazem sua parte conversando<br />
com a criança sobre a importância da<br />
realização do exame e o quanto é comum<br />
crianças de tal idade realizarem.<br />
No caso da necessidade de uma segunda<br />
coleta, ficou claro a preocupação de<br />
algumas mães e a uma dúvida sobre a<br />
real necessidade de uma repunção, mas<br />
orientam seus filhos de forma tranquila,<br />
para não passar uma impressão de<br />
algo mais “grave” do que é.<br />
Conclusão<br />
O atendimento pediátrico em laboratório<br />
é um assunto delicado por envolver<br />
duas partes, a dor da criança e<br />
vel e empatia, para entender como a<br />
criança se sentiria mais segura em uma<br />
situação em que é necessária ir até um<br />
laboratório.<br />
Na literatura já existente é possível<br />
observar os diversos estudos feitos em<br />
cima deste assunto e a importância de<br />
existir um atendimento humanizado.<br />
As necessidades encontradas são baseadas<br />
em experiências positivas, com<br />
atitudes que gostariam que se repetissem,<br />
e negativas, com atitudes que<br />
devem mudar, que mães ou responsáveis<br />
já passaram ao levar a criança para<br />
realizar alguma coleta em laboratório.<br />
Dentre as necessidades mais encontradas<br />
pela pesquisa, está a agilidade e<br />
o conhecimento transparecido do profissional<br />
que realizará a coleta, além do<br />
bom preparo do laboratório para atender<br />
a área pediátrica, com espaços diferenciados<br />
e instrumentos para distração.<br />
Referências<br />
Caroline de Cássia Ramos de Souza & Silvana Nezir<br />
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84-88. <strong>Edição</strong> 156. Out/Nov 2019. <strong>Revista</strong> <strong>Newslab</strong><br />
Ministério da Saúde (BR). Secretaria-Executiva.<br />
Núcleo Técnico da Política Nacional de Humanização.<br />
HumanizaSUS. Brasília; 2004.<br />
Linder-Pelz S 1982. Toward a Theory of Patient<br />
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582.<br />
Sitzia J & Wood N 1997. Patient satisfaction: A<br />
review of issues and concepts. Social Science and<br />
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Braz J Nurs. 2004. Acesso em 08 junho,2020. Disponível<br />
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MACEDO GABARRA, Leticia; CREPALDI, Maria<br />
Aparecida. A comunicação médico - paciente<br />
pediátrico - família na perspectiva da criança. Psicologia<br />
Argumento, [S.l.], v. 29, n. 65, nov. 2017.<br />
ISSN 1980-5942. Acesso em: 03 jun. 2020.<br />
CARVALHO, Alysson Massote; BEGNIS, Juliana<br />
Giosa. Brincar em unidades de atendimento pediátrico:<br />
aplicações e perspectivas. Psicol. estud.,<br />
Maringá, v. 11, n. 1, p. 109-117, Apr. 2006 . Access<br />
on 03 June 2020.<br />
FAQUINELLO, Paula; HIGARASHI, Ieda Harumi;<br />
MARCON, Sonia Silva. O atendimento humanizado<br />
em unidade pediátrica: percepção do acompanhante<br />
da criança hospitalizada. Texto contexto<br />
- enferm., Florianópolis , v. 16, n. 4, p. 609-616,<br />
Dec. 2007 . Access on 03 June 2020.<br />
0 30<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab | Março 2021
ARTIGO CIENTÍFICO III<br />
PERFIL DA POPULAÇÃO SUBMETIDA<br />
A ANÁLISE SERIADA DE ENZIMAS CARDÍACAS COMO<br />
BIOMARCADORES DO INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO<br />
Autora: Bruna Ferreira Pfeiffer.<br />
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do<br />
Sul (PUCRS)<br />
Resumo<br />
O infarto agudo do miocárdio é a cardiopatia mais acometida<br />
pela população mundial, com alto índice de letalidade.<br />
O eletrocardiograma é o principal exame de triagem,<br />
entretanto, 50% dos pacientes não apresentam alterações<br />
indicativas. Os exames como creatinofosfoquinase total,<br />
creatinofosfoquinase MB e troponina I auxiliam a elucidar<br />
o diagnóstico, com mais de 95% de sensibilidade e especificidade,<br />
quando seriados. Estas enzimas demoram para<br />
se demonstrarem alteradas, por isso a recomendação em<br />
seriar as análises. Deste modo, os objetivos da pesquisa<br />
foram avaliar o perfil da população submetida a análise<br />
seriada das enzimas cardíacas e verificar a prevalência de<br />
resultados alterados. Trata-se de uma pesquisa retrospectiva<br />
e transversal, de outubro de 2018 a outubro de 2020,<br />
em um laboratório de análises clínicas em Viamão, RS. Foram<br />
avaliados 507 laudos de 219 pacientes. Dos 219 pacientes,<br />
14,6% eram do perfil feminino entre 60-69 anos.<br />
9,1% apresentaram resultados alterados ao decorrer das<br />
análises, sendo prevalente o perfil masculino entre 50-59<br />
anos, em 35,0%. A população masculina adulta e idosa<br />
é prevalente nos casos de infarto agudo do miocárdio, o<br />
que condiz com dados nacionais e internacionais, porém<br />
há uma mudança neste perfil.<br />
Palavras-Chave: Infarto Agudo do Miocárdio; Creatina<br />
Quinase; Creatina Quinase Forma MB; Troponina I; Testes<br />
Clínicos de Laboratório.<br />
Abstract<br />
Acute myocardial infarction is the heart disease most<br />
affected by the world population, with a high mortality<br />
rate. The electrocardiogram is the main screening test,<br />
however, 50% of patients have no indicative changes.<br />
Tests such as total creatinophosphokinase, creatinophosphokinase<br />
MB and troponin I help to elucidate<br />
the diagnosis, with more than 95% sensitivity and<br />
specificity, when serialized. These enzymes take time<br />
to show that they are altered, so the recommendation<br />
to serialize the analyzes. Thus, the objectives of the<br />
research were to evaluate the profile of the population<br />
submitted to serial analysis of cardiac enzymes and to<br />
verify the prevalence of altered results. This is a retrospective<br />
and transversal research, from October 2018 to<br />
October 2020, in a clinical analysis laboratory in Viamão,<br />
RS. 507 reports from 219 patients were evaluated.<br />
Of the 219 patients, 14,6% were female between<br />
60-69 years old. 9,1% showed altered results during<br />
the analysis, with a male profile between 50-59 years<br />
old, in 35,0%. The adult and elderly male population is<br />
prevalent in cases of acute myocardial infarction, which<br />
is consistent with national and international data, but<br />
there is a change in this profile.<br />
Keywords: Myocardial Infarct; Creatine Kinase;<br />
MB Creatine Kinase; Troponin I; Clinical Laboratory<br />
Testings.<br />
0 32<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab | Março 2021
Autora: Bruna Ferreira Pfeiffer.<br />
Introdução<br />
As cardiopatias são responsáveis<br />
por altas taxas de óbitos no mundo,<br />
sendo consideradas umas das principais<br />
doenças não transmissíveis<br />
do século (1) . Em 2015, mais de 17,7<br />
milhões de pessoas foram a óbito<br />
em decorrência das complicações<br />
cardiovasculares (2) . Já no Brasil, mais<br />
de 1100 mortes são registradas por<br />
dia e, até a primeira quinzena de<br />
dezembro de 2020, mais de 380 mil<br />
pessoas foram a óbito (3) .<br />
Fatores hereditários, conhecidos<br />
como fatores não modificáveis, contribuem<br />
para o desenvolvimento destas<br />
patologias, entretanto, 90% dos fatores<br />
são ocasionados pelo tabagismo,<br />
elitismo, dislipidemia, hipertensão<br />
arterial, obesidade, sedentarismo e<br />
diabetes mellitus, conhecidos como<br />
fatores modificáveis (1,2) . Distúrbios<br />
secundários, como apneia obstrutiva<br />
do sono, podem aumentar em mais<br />
de 3% as chances (2) . Tais fatores modificáveis<br />
podem ser reduzidos e, até<br />
mesmo eliminados, através de hábito<br />
alimentar saudável, prática de atividades<br />
físicas, vida pessoal e profissional<br />
livres de estresse, abandono do<br />
hábito de fumar e de ingerir bebidas<br />
alcoólicas e acompanhamento médico<br />
regular (1-3) .<br />
O infarto agudo do miocárdio (IAM)<br />
é a cardiopatia mais acometida entre<br />
a população mundial e se caracteriza<br />
pelo processo de necrose de<br />
parte do tecido cardíaco ocasionado<br />
pela falta de oxigenação deste tecido.<br />
Na maioria dos casos, a falta de<br />
oxigenação é gerada pela presença<br />
de placas de aterosclerose em veias<br />
e artérias (1,2) . Na década de 50, foi<br />
responsável por 30% dos óbitos hospitalares.<br />
Ao decorrer das décadas<br />
e dos avanços medicinais, os óbitos<br />
reduziram em mais da metade, mas<br />
ainda representa um sério problema<br />
de saúde pública mundial (4) .<br />
O IAM é classificado de acordo com<br />
o resultado do eletrocardiograma em<br />
com supradesnível de ST ou sem supradesnível<br />
de ST. Apenas 50% dos<br />
pacientes apresentam supradesnível<br />
de ST e/ou o desenvolvimento de<br />
onda Q, já os demais não apresentam<br />
tais alterações, o que pode confundir<br />
o diagnóstico com angina instável,<br />
por isso, a necessidade de seriar o<br />
eletrocardiograma (4,5) . Para elucidar<br />
o IAM, são realizados exames laboratoriais<br />
como creatinofosfoquinase<br />
total (CK total), creatinofosfoquinase<br />
fração MB (CK-MB), mioglobina e<br />
troponinas C, I e T, enzimas liberadas<br />
na corrente sanguínea em maior<br />
quantidade na presença de lesão do<br />
miocárdio (6) . Em rotinas laboratoriais,<br />
é usual a análise de CK total,<br />
CK-MB e troponina I por apresentarem<br />
melhores resultados de sensibilidade<br />
e especificidade, ambos<br />
acima de 95%, quando seriados (6,7) .<br />
Deste modo, os objetivos desta<br />
pesquisa foram avaliar o perfil da<br />
população submetida a análise seriada<br />
de CK total, CK-MB e troponina<br />
I e verificar a prevalência de resultados<br />
alterados ao decorrer das análises<br />
seriadas.<br />
Material e Métodos<br />
Pesquisa de caráter retrospectiva<br />
e transversal. Foram avaliados 507<br />
laudos de CK total, CK-MB e troponina<br />
I de 219 pacientes submetidos<br />
as análises seriadas, no período<br />
de outubro de 2018 a outubro de<br />
2020, em um laboratório de análises<br />
clínicas localizado na cidade de<br />
Viamão, Rio Grande do Sul. Entende-se<br />
por análise seriada as repetições<br />
em 2, 3 ou 4 vezes do mesmo<br />
paciente em intervalos de 2 a 3<br />
horas entre cada análise, e entende-se<br />
por resultados alterados a<br />
tríade CK total acima de 155 U/L,<br />
CK-MB acima de 10% do valor da<br />
CK total e troponina I reagente (7) . A<br />
CK total e CK-MB foram analisadas<br />
de modo automatizado, pela metodologia<br />
teste UV, já a troponina<br />
I foi analisada pela metodologia<br />
imunocromatografia sensível.<br />
Após avaliação dos laudos, as informações<br />
foram compiladas em<br />
planilha no software Microsoft Excel<br />
versão 2019, a fim de obter os dados<br />
pertinentes aos objetivos e resultados<br />
desta pesquisa.<br />
ARTIGO CIENTÍFICO III<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab | Março 2021<br />
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Autora: Bruna Ferreira Pfeiffer.<br />
ARTIGO CIENTÍFICO III<br />
Resultados<br />
A fim de traçar o perfil da população<br />
submetida as análises seriadas<br />
de CK total CK-MB e troponina I, foram<br />
correlacionadas as informações<br />
de intervalo de idade e sexo, como<br />
mostra a Tabela 1.<br />
Tabela 1. Caracterização da população submetida as análises seriadas de CK-total, CK-MB e<br />
troponina I, no período de outubro de 2018 a outubro de 2020 em Viamão, Rio Grande do Sul<br />
De acordo com os dados analisados<br />
na Tabela 1, percebeu-se o<br />
predomínio do perfil feminino de<br />
60-69 anos, em 14,6% (n= 32) dos<br />
casos. Em relação ao sexo, 54,3%<br />
(n= 119) eram do sexo masculino<br />
e 45,7% (n= 100) eram do sexo feminino.<br />
Já em relação ao intervalo<br />
de idade, houve o predomínio do<br />
grupo de 60-69 anos, em 27,4%<br />
(n= 60).<br />
Dos 219 pacientes submetidos as<br />
análises seriadas, 9,1% (n= 20)<br />
apresentaram resultados das enzimas<br />
cardíacas alteradas. Percebeu-<br />
-se a prevalência do perfil masculino<br />
de 50-59 anos, em 35,0% (n=<br />
7) dos casos. Em relação ao sexo,<br />
65,0% (n= 13) eram do sexo masculino<br />
e 35,0% (n= 7) eram do sexo<br />
feminino. Já em relação ao intervalo<br />
de idade, houve a prevalência do<br />
grupo 50-59 anos, em 45,0% (n=<br />
9), como exemplifica a Tabela 2.<br />
Tabela 2. Caracterização da população com os resultados de CK total, CK-MB e troponina I<br />
alterados, no período de outubro de 2018 a outubro de 2020 em Viamão, Rio Grande do Sul<br />
0 36<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab | Março 2021
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ARTIGO CIENTÍFICO III<br />
Em relação a quantidade de análise<br />
seriada por paciente até as<br />
alterações se tornarem evidentes,<br />
60,0% (n= 12) foram evidentes<br />
na segunda análise, 35,0% (n= 7)<br />
foram evidentes na terceira análise<br />
e 5,0% (n= 1) foi evidente na<br />
quarta análise.<br />
Observou-se também que 3,2%<br />
(n= 7) pacientes apresentaram<br />
alterações das enzimas cardíacas<br />
na primeira análise e 3,7% (n= 8)<br />
apresentaram resultados alterados<br />
de CK total e CK-MB e troponina I<br />
indeterminada.<br />
Discussão<br />
Apesar dos avanços medicinais e<br />
vasto conhecimento sobre as cardiopatias,<br />
a população mundial<br />
ainda é acometida por tais doenças<br />
pertencentes a este grupo.<br />
De 2004 a 2014, as cardiopatias<br />
estiveram em quarto lugar como<br />
causa de óbito na população brasileira,<br />
muito acima quando comparado<br />
com demais países como<br />
França, Espanha, Argentina, Japão<br />
e Estados Unidos (8) . Com pandemia<br />
da Covid-19, em março de<br />
2020 houve um aumento de 31%<br />
dos registros de mortes por doenças<br />
cardiovasculares, quando<br />
comparado com o mesmo período<br />
em 2019, por conta das faltas nas<br />
consultas médicas de acompanhamento.<br />
Ressalta-se a importância<br />
de procurar atendimento médico<br />
na presença de sinais e sintomas,<br />
principalmente indivíduos com<br />
comorbidades e doenças pré existentes<br />
associados, além de manter<br />
os cuidados preventivos, como<br />
comparecimento em consultas<br />
médicas de rotina (9) .<br />
As enzimas cardíacas CK total,<br />
CK-MB e troponina I são ótimos<br />
biomarcadores para elucidar o<br />
diagnóstico de IAM, quando analisados<br />
de forma seriada e em<br />
conjunto. A CK total analisada isoladamente<br />
não é indicada por ser<br />
um biomarcador sensível, ou seja,<br />
apresenta-se alterada por outras<br />
razões além do IAM, como uso<br />
de medicamentos, uso de drogas<br />
ilícitas, constante prática de atividades<br />
físicas e outras patologias. A<br />
CK-MB e a troponina I são biomarcadores<br />
mais específicos. Por conta<br />
da lenta liberação no organismo,<br />
que pode começar a aumentar<br />
entre 4 e 6 horas, estas enzimas<br />
precisam ser analisadas de forma<br />
seriada, com intervalo de 3 horas<br />
entre cada análise (10-12) .<br />
No presente estudo, foi observado<br />
que 9,1% dos pacientes apresentaram<br />
alterações das enzimas<br />
cardíacas somente a partir da<br />
primeira análise seriada, por isso<br />
existem diretrizes e referencias que<br />
enfatizam a importância de seriar<br />
tais enzimas, assim como o eletrocardiograma.<br />
Devido a ausência<br />
de pesquisas sobre análise seriada<br />
de CK total, CK-MB e troponina I<br />
para o diagnóstico de IAM, não foi<br />
possível traçar uma estimativa em<br />
relação a população estudada (4,5,7) .<br />
Estudos sobre o perfil de indivíduos<br />
acometidos pelo IAM no Brasil<br />
demonstraram que houve o predomínio<br />
de casos do sexo masculino<br />
entre 60 a 80 anos, o que corrobora<br />
com esta pesquisa, entretanto,<br />
pesquisas relataram que idosas do<br />
sexo feminino sofreram com maiores<br />
taxas de IAM com letalidade.<br />
Em comparação com esta pesquisa,<br />
percebeu-se que as mulheres<br />
do grupo de 60-69 anos procuram<br />
atendimento médico na presença<br />
de sintomas sugestivos, mas o perfil<br />
masculino de 50-59 anos é o que<br />
apresenta alterações laboratoriais<br />
e confirma o IAM (13-15) . Outro estudo<br />
realizado por regiões brasileiras<br />
demonstrou que a região sudeste<br />
0 38<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab | Março 2021
Autora: Bruna Ferreira Pfeiffer.<br />
liderou com o percentual de óbitos,<br />
em 47,9%, posteriormente a região<br />
nordeste com 20,2%, a região sul<br />
com 14,8%, a região centro-oeste<br />
com 9,1% e a região norte com<br />
8%. Os percentuais de cada região<br />
estão intimamente relacionados a<br />
fatores socioeconômicos e ambientais,<br />
fatores que desencadeiam uma<br />
má qualidade de vida causado pelo<br />
sedentarismo, estresse, sobrepeso,<br />
consumo de alimentos industrializados<br />
e hábitos de fumo e ingesta<br />
de bebidas alcóolicas (16) .<br />
No mundo, 8,5 milhões de mulheres<br />
morrem em decorrência das doenças<br />
cardiovasculares e o risco de<br />
óbito por IAM nas mulheres é 50%<br />
maior quando comparado com os<br />
homens. Fatores fisiológicos como<br />
menopausa e fatores externos como<br />
jornada de trabalho e cuidado com<br />
os filhos e tarefas domésticas contribuem<br />
para estas taxas (17) .<br />
Em contrapartida, populações que<br />
adotaram um estilo de vida saudável<br />
e livre de vícios nocivos reduziram<br />
a taxa de mortalidade na população<br />
masculina de 30 a 64 anos,<br />
como na Finlândia, com queda de<br />
65%, e na Carélia do Norte, com<br />
queda de 73% (18) .<br />
Em relação aos casos com alteração<br />
da CK total e da CK-MB e<br />
troponina I indeterminada, seria<br />
necessário maiores investigações<br />
laboratoriais, como uma outra<br />
análise seriada. A falta de outra<br />
análise seriada pode ser justificada<br />
pela presença de alteração do<br />
eletrocardiograma seriado.<br />
Conclusão<br />
A população adulta e idosa feminina<br />
procura atendimento médico na presença<br />
de sinais e sintomas, o que se<br />
explica pela quantidade de atendimentos<br />
deste público, entretanto, o público<br />
adulto e idoso masculino é acometido<br />
pelas alterações laboratoriais indicativas<br />
de IAM. Embora exista a prevalência<br />
masculina correlacionada a esta<br />
patologia, pesquisas apontam que há<br />
uma mudança neste perfil. É necessário<br />
que a população adquira hábitos<br />
de vida mais ativa e saudável a fim de<br />
evitar ou minimizar as cardiopatias e<br />
patologias associadas.<br />
Observou-se que 9,1% da população<br />
analisada nesta pesquisa foi<br />
acometida pelas alterações cardíacas<br />
com o tempo, o que corrobora com<br />
indicações de diretrizes e referenciais.<br />
Entretanto, a ausência de pesquisas<br />
nacionais e internacionais em<br />
relação a análise seriada das enzimas<br />
cardíacas não possibilitam traçar<br />
uma estimativa de aumento ou diminuição<br />
de casos quando comparados<br />
com a presente pesquisa.<br />
Conflitos de interesse: não há.<br />
Financiamento por instituição financeira: não.<br />
Referências<br />
1. Consolim-Colombo FM, Saraiva JFK, Izar MCDO. Tratado de cardiologia<br />
SOCESP. 4. ed. Barueri: Manole; 2019: 2-4.<br />
2. Agência Brasil EBC. Mais de 289 mil pessoas morreram de doenças<br />
cardiovasculares em 2019. [Internet]. 2019. [Acesso em: 17<br />
out. 2020]. Disponível em: https://agenciabrasil.ebc.com.br/saude/<br />
noticia/2019-09/mais-de-289-mil-pessoas-morreram-de-doencas-cardiovasculares-em-2019<br />
3. Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC). Cardiômetro. [Internet]. 2020.<br />
[Acesso em: 15 dez. 2020]. Disponível em: http://www.cardiometro.com.br/<br />
4. Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC). III diretriz sobre tratamento<br />
do infarto agudo do miocárdio. 3. ed. São Paulo: SBC; 2004: 8-13.<br />
5. Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC). IV diretriz da Sociedade Brasileira<br />
de Cardiologia sobre tratamento do infarto agudo do miocárdio com<br />
supradesnível do segmento ST. 4. ed. São Paulo: SBC; 2009: e179-e186.<br />
6. Motta VT. Bioquímica clínica para o Laboratório - princípios e interpretações.<br />
5. ed. Rio de Janeiro: MedBook; 2009: 111–113.<br />
7. Xavier RM, Dora JM, Barros E. Laboratório na prática clínica - consulta<br />
rápida. 3. ed. Porto Alegre: Artmed; 2016: 132-1040.<br />
8. Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC). Cardiômetro. [Internet].<br />
2020. [Acesso em: 15 dez. 2020]. Disponível em: http://www.cardiometro.com.br/anteriores.asp<br />
9. Pinheiro RHO, Lenhani BE, Martins EV. Prevalência de fatores de risco<br />
relacionados ao infarto agudo do miocárdio em pacientes idosos: uma<br />
revisão integrativa. Uningá Review: 2017 abr.-jun. 3(30): 83-88.<br />
10. Viana RR, Souza MRSMD. Marcadores bioquímicos no infarto<br />
agudo do miocárdio. <strong>Revista</strong> Eletrônica Biociências, Biotecnologia e<br />
Saúde. Curitiba: 2017 Mai./Ago.; 18: 27-34.<br />
11. Formiga TMF. Marcadores laboratoriais para o diagnóstico do infarto<br />
agudo do miocárdio: revisão literária. [dissertação]. Cuité (PB):<br />
Universidade Federal de Campina Grande; 2016: 19-31.<br />
12. Pestana JF. Principais marcadores bioquímicos no diagnóstico de<br />
infarto agudo do miocárdio. [dissertação]. Londrina (PR): Universidade<br />
Norte do Paraná; 2018: 17-20.<br />
13. Troncoso LT, Oliveira NCC, Laranjeira NRF, Leporaes RCA, Eira TL,<br />
Pinheiro VP. Estudo epidemiológico da incidência do infarto agudo<br />
do miocárdio na população brasileira. <strong>Revista</strong> Caderno de Medicina:<br />
2018; n 1, vol 1: 91-99.<br />
14. Lima AEF, Lima LD, Sandes TKS, Neto JFO, Silva KMMD, Pereira RB. Perfil<br />
na mortalidade do infarto agudo do miocárdio por idade e sexo no município<br />
de Paulo Afonso no estado da Bahia. <strong>Revista</strong> Rios Saúde. 2018; 1-3.<br />
15. Alves L, Polanczyk CA. Hospitalização por infarto agudo do miocárdio: um<br />
registro de base populacional. Arq Bras Cardiol. 2020; [online]: 2-8.<br />
16. Medeiros TLFD, Andrade PCNSD, Davim RMB, Santos NMGD. Mortality<br />
by an acute myocardial infarction. Journal of Nursing UFPE on<br />
line. Recife. 2018 Fev.; 12(2): 565-570.<br />
17. Associação Beneficente Síria (HCor). Mulheres têm 50% de<br />
probabilidade de infarto maior quando comparada aos homens.<br />
[internet]. 2017. [Acesso em: 20 dez. 2020]. Disponível em: https://<br />
www.hcor.com.br/imprensa/noticias/mulheres-tem-50-de-probabilidade-de-infarto-maior-quando-comparada-aos-homens-2/<br />
18. BBC News Brasil. Como a Finlândia deixou de ser o país do mundo<br />
onde as pessoas mais morriam do coração. [internet]. 2016. [Acesso<br />
em: 20 dez. 2020]. Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/geral-36699060<br />
ARTIGO CIENTÍFICO III<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab | Março 2021<br />
0 39
REFLEXÕES SOBRE OS IMPACTOS<br />
DA PANDEMIA NOS LABORATÓRIOS CLÍNICOS<br />
GESTÃO LABORATORIAL<br />
Continuo tratando do tema que envolve<br />
a sobrevivências dos laboratórios<br />
clínicos. A pandemia da COVID –<br />
19 trouxe ameaças e oportunidades.<br />
Em síntese, desde março de 2019<br />
vimos por força da lei, laboratórios<br />
sendo fechados, outros mantendo<br />
portas abertas, contudo, sem clientes<br />
e, praticamente todos, sofrendo<br />
um colossal impacto no faturamento<br />
nos primeiros meses da pandemia.<br />
Foram tempos difíceis, angustiantes,<br />
pois, apesar dos custos variáveis<br />
terem despencados na proporção<br />
da ausência de clientes, os CUSTOS<br />
FIXOS permaneceram, gerando uma<br />
inequação. Adicionalmente, muitos<br />
custos fixos para reduzir, exigem<br />
no início, um dispêndio maior, tal é<br />
o caso da folha de pagamento, um<br />
dos principais centro de custo. E,<br />
de uma forma geral, o resultado de<br />
qualquer ação para controlar custos<br />
demanda tempo para as negociações<br />
e o impacto nos resultados tarda<br />
para aparecer no fluxo de caixa.<br />
Entrementes, a produção de exames<br />
caiu, reduzindo a receita consideravelmente,<br />
piorando mais ainda,<br />
o fluxo de caixa. Para laboratórios<br />
com pequeno ou nenhum capital<br />
de giro, a sinergia destes dois fatos<br />
concorrentes, pode levar à necessidade<br />
de captação de recursos<br />
externos, por exemplo, em bancos.<br />
Normalmente nestes, as taxas de<br />
juros são leoninas, quiçá maiores<br />
que a própria margem de lucro dos<br />
laboratórios, podendo conduzir o<br />
laboratório a uma espiral descendente<br />
dos resultados operacionais.<br />
Nestes tempos difíceis, muita atenção<br />
é necessária para evitar a queda<br />
na competitividade e o incremento<br />
do risco de insolvência da organização.<br />
Por outro lado, analisando<br />
sob ao ângulo das oportunidades, é<br />
inquestionável o aumento do menu<br />
dos exames, com a chegada dos testes<br />
relativos ao coronavírus. Estes<br />
exames apresentam boas margens<br />
de contribuição, ajudando de forma<br />
notável para o reequilíbrio econômico<br />
e financeiro dos laboratórios,<br />
inclusive, em muitas situações gerando<br />
rentabilidades superiores às<br />
incorridas no período pré-pandemia.<br />
Todavia, na contramão, temos<br />
a inflação dos custos fixos controlados<br />
ou não pelo governo (energia<br />
elétrica, água etc.), bem como dos<br />
custos variáveis, havendo casos excepcionais,<br />
por exemplo, das luvas<br />
descartáveis que atingiram algo em<br />
torno de 700% de aumento. O Brasil<br />
é um país de dimensão continental,<br />
portanto, apresenta inúmeras realidades<br />
de mercado, seja ele dos<br />
fornecedores, dos produtores e dos<br />
consumidores. O ticket médio dos<br />
exames pode chegar fantásticos<br />
600% entre extremos, então, disto<br />
decorre uma miríade de situações<br />
de rentabilidade e equilíbrio econômico.<br />
Mas, de uma forma geral,<br />
nossa experiência em consultoria<br />
denota que o mercado das análises<br />
clínicas não é mais propício para<br />
gestão amadora das organizações<br />
que militam na área, não obstante,<br />
a existência de nichos privilegiados,<br />
onde o alto ticket médio gera<br />
lucros apreciáveis. A concorrência é<br />
predatória, havendo uma abertura<br />
de novos laboratórios sem o devido<br />
estudo da necessária e suficiente<br />
demanda para assegurar a prosperidade,<br />
a precificação dos exames é<br />
quase estática (vide tabela do SUS,<br />
das Unimed’s e convênios em geral).<br />
Esses fatores aliados socialização da<br />
medicina e a produção industrial<br />
proporcionada pelos equipamentos<br />
automatizados de última geração,<br />
causa uma verdadeira “carnificina”<br />
por ocasião das negociações das tabelas<br />
de preços dos exames. Existe<br />
de tudo na luta pela sobrevivência,<br />
desde a quebra ética pela redução<br />
da qualidade intrínseca até as fusões<br />
e aquisições, passando pela<br />
prática de dumping. A vitória nesta<br />
luta depende do ganho de escala e<br />
ou algum diferencial competitivo na<br />
prestação dos serviços. Entretanto,<br />
vejo normalmente a carência de<br />
gestão profissional nos laboratórios<br />
clínicos como a causa que, se elimi-<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab | Março 2021<br />
0 45
GESTÃO LABORATORIAL<br />
nada, poderia mudar radicalmente<br />
o futuro dessas organizações. Neste<br />
caos em que está o mercado, os gestores<br />
buscam culpados de todos os<br />
jeitos, senão vejamos os resultados<br />
que obtive em pesquisa informal<br />
em várias regiões do Brasil, quando<br />
ministrava cursos e conferências. Já<br />
publiquei este texto em outra coluna<br />
no passado, mas pela importância,<br />
pertinência e validade atual, repito<br />
a publicação. As manifestações<br />
normalmente convergem e, sobretudo,<br />
se repetem, exaustivamente<br />
para os seguintes tópicos:<br />
1. - Situação econômica e financeira<br />
ruim, fato que aumenta o risco de<br />
insolvência destas organizações. Isto<br />
atualmente delimita o problema<br />
comum dos gestores laboratoriais.<br />
2. - Culpados que invariavelmente são<br />
citados como responsáveis:<br />
2.1 - Compradores dos produtos<br />
(Convênios etc.).<br />
2.2 - Médicos assistentes que<br />
demandam os produtos (Serviços e<br />
exames laboratoriais).<br />
2.3 - Laboratórios de apoio.<br />
2.4 - Governos (Federal, estadual e<br />
municipal).<br />
2.5 - Fornecedores de insumos.<br />
2.6 - Colegas de profissão<br />
(Empresários na área das análises<br />
clínicas).<br />
2.7 - Capital externo (Investidores<br />
estrangeiros).<br />
O que posso dizer sobre estes<br />
tópicos? Quanto ao número 1,<br />
temos uma constatação real,<br />
tangível e inquestionável, com<br />
raras exceções, seria negar uma<br />
evidência. Este tópico define o<br />
problema. Entretanto, com relação<br />
aos demais tópicos, se me<br />
permitem, vou externar minha<br />
opinião pessoal, por decorrência,<br />
sujeita às falhas inerentes ao ser<br />
humano e a minha própria ignorância,<br />
mas é o que penso. Todavia,<br />
com muita vontade de mudar<br />
perante a novas argumentações.<br />
Sabemos que a verdade pertence<br />
ao saber coletivo e muda de forma<br />
permanente com a realidade<br />
objetiva dos fatos e o saber da ciência.<br />
Dito isto, passo a comentar<br />
os tópicos citados.<br />
2.1 - Culpar os clientes (Convênios),<br />
ainda que atores intermediários<br />
com o usuário final,<br />
é culpar a “razão de existir” das<br />
organizações humanas e, dentre<br />
estas, os laboratórios clínicos,<br />
cuja missão é fornecer serviços<br />
e produzir informações (laudos/<br />
exames) para os clientes! Cliente,<br />
em qualquer negócio, é solução,<br />
não problema. Enquanto houver<br />
clientes, haverá esperança. Sem<br />
eles, não existirá o negócio.<br />
2.2- Os médicos que solicitam<br />
os exames estão praticamente<br />
no mesmo nível de importância<br />
dos pacientes. Pois, é através do<br />
médico que, tendo como uma das<br />
fontes de informação os exames,<br />
poderá elaborar o diagnóstico<br />
para a solução do problema do<br />
cliente. Sem o médico assistente,<br />
praticamente, não existiria o<br />
laboratório, portanto, este será<br />
parte importante da solução, não<br />
a causa de problemas! Se ocorrem<br />
direcionamentos ou falta<br />
disto, preferências e exigências<br />
feitas pelos médicos, estas serão<br />
oportunidades de melhorias para<br />
os competentes. Ou será que os<br />
médicos colocam condicionantes<br />
ilegais, antiéticas, desonestas ou<br />
desleais? E, somente para você?<br />
2.3- Atualmente, face a logística<br />
e principalmente a multiplicidade<br />
e complexidade da tecnologia<br />
que avança a taxas crescentes,<br />
não mais é possível existir um<br />
laboratório que não seja apoiado<br />
por outros, em qualquer parte do<br />
planeta. Então, torna-se inútil<br />
“declarar guerra” aos laboratórios<br />
de apoio, pois eles são uma<br />
exigência para o sistema global<br />
funcionar. O “cluster” das análises<br />
clínicas não pode operar<br />
0 46<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab | Março 2021
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GESTÃO LABORATORIAL<br />
com eficiência sem o conceito<br />
do “apoio”. São como os “impostos”,<br />
não há o que discutir sobre<br />
se devem ou não existir, contudo,<br />
pode e se deve debater suas<br />
formas de atuação. Finalmente,<br />
hoje vejo eles mais como solução<br />
do que como problema. Provavelmente,<br />
sem eles, a grande<br />
maioria dos pequenos e médios<br />
laboratórios já poderiam ter se<br />
encaminhado para a insolvência,<br />
ou pelo menos, buscado uma<br />
solução radical (?) para resolver<br />
como produzir os exames complexos<br />
exigidos pelo mercado<br />
cada vez mais tecnológico, e sem<br />
dispor de recursos financeiros<br />
para tal desafio. A solução óbvia<br />
para isto, é a união dos pequenos<br />
e médios laboratórios formando<br />
central única de produção,<br />
que pelo porte teria a vantagem<br />
competitiva das compras conjuntas<br />
de insumos, proporcionando<br />
ganho de escala para os participantes.<br />
O custo de produção<br />
(eficiência produtiva vinculada<br />
ao custo variável unitário dos<br />
exames) será baixo e o mesmo<br />
para todos, definindo idêntico e<br />
eficiente ponto de partida para<br />
os laboratórios do empreendimento.<br />
A concorrência continuará<br />
existindo, negar isto seria<br />
negar uma evidência, mas será<br />
definida pela qualidade em serviços,<br />
pela competência de cada<br />
um em criar diferenciais competitivos<br />
percebidos pelos clientes,<br />
que serão fidelizados. Existe um<br />
universo (de serviços) no qual as<br />
possibilidades são inúmeras e<br />
certamente classificarão os mais<br />
aptos em melhores posições no<br />
mercado. Então, por que esta<br />
solução racional, inquestionável,<br />
raramente (ou nunca) ocorre? A<br />
resposta é simples: EGOÍSMO! Os<br />
donos de laboratórios normalmente<br />
preferem falir sozinhos a<br />
prosperar juntos! O concorrente é<br />
visto como um inimigo que precisa<br />
ser destruído, nunca como<br />
um parceiro para a solução do<br />
problema. Vejo este obstáculo<br />
como quase que intransponível,<br />
pois remete para a “origem do<br />
mal” que aflige a humanidade,<br />
onde nos falta humildade, perdemos<br />
a capacidade de perceber<br />
a dependência universal entre<br />
todos os seres de todos os reinos,<br />
onde não sobrevivemos mais que<br />
cinco minutos na falta de um<br />
gás (oxigênio) e, para vivermos<br />
um único dia, dependemos dos<br />
produtos elaborados e serviços<br />
prestados por milhões de outros<br />
seres! Somos dependentes e frágeis,<br />
então por que da prepotência,<br />
da arrogância, da soberba,<br />
da crença na superioridade do<br />
indivíduo (EU/EGO)? Por que crer<br />
que eu devo ser o primeiro a me<br />
servir do buffet em um casamento?<br />
Atendido numa mesa de restaurante?<br />
No balcão do INSS? A<br />
ser o primeiro a entrar no avião,<br />
desde, é claro, que eu seja também<br />
o primeiro a desembarcar?<br />
Enquanto o egoísmo predominar<br />
em detrimento da caridade, NÃO<br />
HAVERÁ CENTRAIS DE PRODUÇÃO<br />
fruto da união entre os pequenos<br />
e médios laboratórios! É o que<br />
penso. Não nos cabe a missão de<br />
mudar o mundo, mudar os outros,<br />
cabe sim, fazer a nossa parte<br />
nesta cadeia de dependência,<br />
devemos mudar a nós mesmos,<br />
progredirmos espiritualmente,<br />
moralmente, usarmos nosso livre<br />
arbítrio na tomada de ações<br />
balizadas por elevados padrões<br />
de caráter, pela decência de procedimentos<br />
e, se agindo assim,<br />
servirmos para ajudar alguém, já<br />
estaremos deixando um legado.<br />
2.4- O Governo é o maior comprador<br />
de exames, portanto,<br />
seguramente um dos maiores<br />
clientes, e como já vimos, cliente<br />
é solução, não problema. Ainda, o<br />
Governo detém o poder de regular<br />
legalmente o funcionamento<br />
de todo o sistema. Finalmente,<br />
0 48<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab | Março 2021
GESTÃO LABORATORIAL<br />
estipula os impostos. Com um<br />
“stakeholder” desta magnitude,<br />
em alguns pontos devemos acatar<br />
(onde houver poder de polícia),<br />
em outros se unir (greves<br />
localizadas em comunidades com<br />
poucos prestadores, por exemplo),<br />
em outros influenciar via<br />
Sociedades Científicas (regulação<br />
técnica), bem como em outros<br />
sermos mais competitivos, fazendo<br />
mais com menos, mantendo<br />
a qualidade exigida legalmente.<br />
Finalmente, quando isto não<br />
for possível, deixar de atender!<br />
Ninguém, nenhum laboratório<br />
que se preza, pode se submeter<br />
a viver de um só cliente!<br />
2.5- Os fornecedores de insumos<br />
fazem parte do mesmo mercado<br />
competitivo que os laboratórios<br />
estão inseridos, portanto,<br />
faça com que eles sejam parte<br />
da solução e não do problema.<br />
Tenha competência gerencial,<br />
a gestão tem que ser profissional,<br />
não existe mais espaço para<br />
o amadorismo no universo das<br />
análises clínicas!<br />
2.6- Os colegas de profissão e<br />
empreendedores nada mais são<br />
do que um elemento indispensável<br />
no mercado, sem eles, não<br />
existiria o próprio mercado, lugar<br />
onde todos nós atuamos! Seria a<br />
utopia de ter um único fornecedor<br />
ou um grupo com dois tipos<br />
de fornecedores: os que reclamam<br />
dos colegas e os que são os<br />
“espertos”, egoístas, antiéticos e<br />
desleais, que aviltam os preços,<br />
complicam licitações, enfim, semeiam<br />
a discórdia e fomentam<br />
a desunião da classe, e por aí<br />
vai. Pois bem, se isto for verdade,<br />
porque não se unem, pelo<br />
menos, os do grupo que quer a<br />
união, que são éticos? Ou será<br />
que em todas as cidades só têm<br />
um destes, divididos de tal forma<br />
que não existe a possibilidade<br />
geográfica da união? Ou será que<br />
existe a predominância implacável<br />
dos “maus colegas”, por decorrência,<br />
marcando inevitavelmente<br />
a classe dos proprietários<br />
de laboratórios clínicos, como<br />
aética, com indivíduos carentes<br />
de uma boa moral?<br />
2.7- O capital externo veio para<br />
ficar. O mundo globalizado é caracterizado<br />
exatamente por isto:<br />
intercâmbio de riquezas de toda<br />
a espécie (commodities, investimentos<br />
financeiros, conhecimento,<br />
seres humanos, cultura...). Ele<br />
traz consigo a concorrência internacional<br />
à nossa porta, acompanhada<br />
de ameaças, mas também<br />
de oportunidades. Sejamos gestores<br />
profissionais, competentes,<br />
para aproveitá-las! A concorrência<br />
é competitiva, aguerrida e<br />
disputa com ferocidade toda e<br />
qualquer fatia do mercado. Não<br />
há espaço para “choro”, lamentação<br />
ou reclamação, só existe<br />
um objetivo: sobreviver e lucrar!<br />
Não adianta argumentar que isto<br />
não é justo, aliás, não existe para<br />
quem reclamar.<br />
Portanto, conclamo os colegas<br />
gestores de laboratórios clínicos:<br />
vamos mudar a percepção das<br />
causas do problema (que, sem<br />
dúvidas, existe) e das soluções!<br />
Basta de reclamações. Ao invés<br />
de buscar as causas somente<br />
no ambiente externo, colocar a<br />
culpa do problema nos outros,<br />
bem como esperar que terceiros<br />
apresentem soluções, vamos<br />
voltar nossa atenção para dentro<br />
dos nossos laboratórios, para as<br />
nossas atitudes gerenciais, o que<br />
de fato estamos fazendo além de<br />
protestar? Que ações gerenciais<br />
estamos adotando para aumentar<br />
a produtividade, reduzir riscos,<br />
incrementar competitividade<br />
e lucros? Você está avaliando<br />
a competitividade do seu laboratório?<br />
Quantificando os custos<br />
0 50<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab | Março 2021
GESTÃO LABORATORIAL<br />
de produção? Metrificando a<br />
rentabilidade de exames, clientes,<br />
equipamentos e setores da<br />
produção? Calculando o momento<br />
certo para a terceirização mais<br />
rentável? Você está se comparando<br />
(processo de benchmarking)<br />
com os seus concorrentes para<br />
saber onde está pior e deve melhorar?<br />
E como melhorar? E quanto<br />
esperar de retorno? As metas<br />
do planejamento estratégico são<br />
estabelecidas com base na concorrência?<br />
E ainda, o laboratório<br />
é um negócio viável considerando<br />
as características da região<br />
onde opera? Caso tenha uma<br />
única resposta negativa, poderá<br />
não estar controlando adequadamente<br />
os processos da sua organização,<br />
ainda que hoje esteja<br />
lucrando bem! A solução para todas<br />
estas questões, virá somente<br />
com gestão profissional.<br />
No meu trabalho já vi de tudo<br />
em gestão. Apreendi com os<br />
meus clientes muito! Mas quem<br />
sabe controlar os seus processos,<br />
quem faz gestão profissional,<br />
não está mal neste País.<br />
Nem sempre um ticket médio<br />
alto assegura sucesso e, muitas<br />
vezes um ticket médio mais baixo<br />
produz melhores resultados<br />
financeiros, mantendo a qualidade<br />
legal dos exames. Para<br />
isto acontecer, tem que ser gestor<br />
profissional, não tem mais<br />
espaço para amadorismo. A luta<br />
é por centavos. Os laboratórios<br />
clínicos são uma alternativa de<br />
investimento (além de uma paixão!),<br />
portanto, como todos os<br />
investimentos, têm que ser geridos<br />
com cuidado, por profissionais.<br />
Você faria uma cirurgia<br />
nos olhos com um carpinteiro?<br />
Um implante dentário com um<br />
ferreiro? É óbvio que não. Então,<br />
por que não tratar do seu investimento<br />
com profissionalismo?<br />
Não quer que ele prospere?<br />
Quem não sabe calcular a sua<br />
competitividade e avaliar o seu<br />
risco de insolvência, não sabe<br />
se localizar no "Mapa da concorrência<br />
mundial". E quem não<br />
sabe onde anda, está perdido!<br />
Simples assim, quem não resolve<br />
os problemas estruturais (internos),<br />
não pode simplesmente<br />
jogar a culpa nos agentes externos<br />
(conjunturais). Quem não<br />
mensura e compara os seus processos,<br />
não gerencia, portanto,<br />
fica ao sabor dos ventos (externos<br />
ao barco), não ajusta as suas<br />
velas, não comanda o leme. Qual<br />
a consequência? Vai para onde o<br />
vento levar. O capitão do navio<br />
passa a ser os agentes externos,<br />
o comandante não sabe aonde ir<br />
e o leme está quebrado. Quem<br />
quiser sobreviver vai ter que se<br />
capacitar ou reavaliar a ética.<br />
É o mercado impondo suas leis<br />
naturais ou "artificializadas",<br />
mas determinantes. Não é justo?<br />
Não. Tem para quem reclamar?<br />
Não. O cidadão mais honesto,<br />
decente, sábio, humilde e caridoso<br />
que existiu no mundo, foi<br />
vilipendiado, torturado e crucificado!!<br />
Foi isto justo? Não. Reclamou?<br />
Não. Então quem somos<br />
nós para reclamar de justiça?!<br />
Vamos arregaçar as mangas, nos<br />
capacitar, trabalhar, trabalhar,<br />
trabalhar..., pois sendo leão ou<br />
gazela, temos que correr para<br />
sobreviver! “A vida é luta renhida,<br />
que aos fracos abate, e aos<br />
fortes, só faz exaltar.” (Canção<br />
do Tamoio – Gonçalves Dias). Todos,<br />
simplesmente, todos temos<br />
que lutar, não há escolha para<br />
o sucesso honesto!”. Em síntese<br />
um fato é inquestionável: existe<br />
um excesso de laboratórios em<br />
relação à necessidade do mercado,<br />
sendo a oferta muito maior<br />
que a demanda, e, esta lei não<br />
perdoa, portanto, laboratórios<br />
fecharão suas portas queiramos<br />
0 52<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab | Março 2021
ou não, sobreviverão os mais aptos,<br />
os que tiverem sistemas de<br />
gestão profissional estarão mais<br />
capacitados, o resto são favas<br />
contadas, não adianta buscar<br />
culpados de forma disseminada,<br />
somente quando a oferta for<br />
equilibrada com a demanda, teremos<br />
relações civilizadas, contudo,<br />
o que vemos é a abertura<br />
contínua de novas unidades,<br />
logo, as falências persistirão.<br />
Estamos fazendo a nossa parte,<br />
buscando deixar um legado ao<br />
universo das análises clínicas do<br />
País, desenvolvendo produtos<br />
de tecnologia da informação,<br />
possibilitando o acesso de qualquer<br />
laboratório à sistemas profissionais<br />
de gestão econômica.<br />
Criamos o PROGELAB – Programa<br />
Nacional para Profissionalização<br />
da Gestão Laboratorial,<br />
que socializa a expertise do controle<br />
para aqueles que mais necessitam<br />
e que menos condições<br />
de adquirir têm: os pequenos<br />
e médios laboratórios do País,<br />
entretanto, para isto acontecer,<br />
tem que haver a iniciativa dos<br />
gestores e proprietários. Nós<br />
temos a solução do problema,<br />
basta os responsáveis pelos<br />
laboratórios decidirem o que<br />
querem: continuar as lamentações<br />
ou agir! Esperando termos<br />
contribuído para os negócios na<br />
área das análises clínicas, nos<br />
despedimos até a próxima edição<br />
da revista NewsLab.<br />
Boa sorte e sucesso!<br />
Humberto Façanha<br />
51-99841-5153<br />
humberto@unidosconsultoria.com.br<br />
www.unidosconsultoria.com.br<br />
*Humberto Façanha da Costa Filho<br />
Professor e engenheiro, atualmente é articulista e consultor financeiro<br />
da SBAC, professor do Centro de Ensino e Pesquisa em Análises Clínicas<br />
(CEPAC) da Sociedade Brasileira de Análises Clínicas (SBAC) e professor<br />
do Instituto Cenecista de Ensino Superior de Santo Ângelo (IESA),<br />
curso de Pós-Graduação em Análises Clínicas.<br />
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Desafios econômicos durante e pós pandemia?<br />
Humberto Façanha<br />
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<strong>Revista</strong> NewsLab | Março 2021<br />
0 53
MATÉRIA DE CAPA<br />
0 54<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab | Março 2021
Sistema GeneXpert® - Simples, Rápidos e precisos.<br />
A melhor escolha em diagnósticos moleculares.<br />
MATÉRIA DE CAPA<br />
Desde 2005, a Cepheid vem liderando o processo<br />
de inovação em diagnósticos moleculares, ao<br />
apresentar para o mercado uma nova forma de<br />
levar aos laboratórios o sistema GeneXpert® e<br />
seu exclusivo sistema de cartuchos.<br />
O sistema GeneXpert® é modular, permitindo<br />
que qualquer laboratório realize testes de<br />
diagnóstico molecular através da PCR em tempo<br />
real, independentemente do tamanho, estrutura<br />
e volume de amostras. Através de um sistema<br />
randômico e de acordo com a demanda, é possível<br />
realizar diferentes testes simultaneamente, sem<br />
a necessidade de agrupar amostras em placas,<br />
trazendo uma flexibilidade até então inviável à<br />
rotina laboratorial.<br />
A linha de testes GeneXpert® baseia-se em<br />
uma tecnologia de cartuchos em cujo interior<br />
ocorre toda a reação de PCR (da extração à<br />
detecção). O processo de preparo de amostras<br />
é simples, cerca de 1 minuto em média e o<br />
equipamento faz todo o restante de forma<br />
automatizada, com um tempo de resposta<br />
significativamente mais rápido comparado às<br />
tecnologias convencionais.<br />
O sistema GeneXpert® oferece um vasto portfólio de testes nas mais<br />
variadas áreas da medicina, como:<br />
• Infecções Associadas à Internação Hospitalar: Carba-R, C. Difficile, MRSA,<br />
Norovirus e outros.<br />
• Doenças Infecciosas Críticas: Covid-19, Tuberculose, Influenza A, B e RSV<br />
e Enterovirus<br />
• Saúde da Mulher: CT/NG, HPV, Streptococcus do Grupo B, e outros.<br />
• Virologia: Carga Viral HIV e HCV<br />
• Oncologia: BCR/ABL (Monitoramento LMC)<br />
• Genética: Fator II & V<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab | Março 2021 0 55
MATÉRIA DE CAPA<br />
O Mercado de Diagnósticos no Brasil<br />
O mercado diagnóstico no Brasil é extremamente dinâmico<br />
e assim continuará sendo por muitos anos.<br />
No Brasil, questões como desafios na economia e na<br />
política definem as estratégias de todos os mercados e não<br />
poderia ser diferente com o mercado de diagnósticos. Mas<br />
o crescimento populacional, os movimentos migratórios<br />
internos em um país de tamanho continental, diferenças<br />
culturais, educacionais, no acesso à informação e à saúde<br />
resultam em um grande desafio que a Cepheid está cada dia<br />
mais preparada para enfrentar.<br />
Outro ponto a se destacar é o fato de que a população<br />
em geral vem se preocupando cada vez mais em buscar<br />
qualidade de vida, praticar exercícios, alimentação mais<br />
equilibrada e, muitas vezes, mesmo com o orçamento<br />
apertado, não abre mão desses cuidados que, em algum<br />
momento, irá se refletir no mercado de diagnósticos, como<br />
na programação de um check-up anual, por exemplo.<br />
Com isso, o Mercado de Diagnóstico segue se consolidando,<br />
grandes redes avançando, redes regionais se expandindo<br />
e se especializando, fazendo com que o mercado siga em<br />
uma crescente evolução.<br />
como é o caso do Teste Xpert® BCR/ABL Ultra, para o<br />
monitoramento da Leucemia Mieloide Crônica. A tecnologia<br />
trouxe e continuará a trazer cada vez mais avanços na área<br />
de Controle de Infecção Hospitalar, reduzindo drasticamente<br />
o índice de infecções hospitalares desde que adotadas<br />
medidas de vigilância.<br />
Assim como o HIV, a incidência de câncer de colo de útero, com<br />
a infecção por HPV vem aumentando consideravelmente.<br />
Com a crescente ocupação humana em busca de novos<br />
espaços, doenças tropicais não param de evoluir e causar<br />
epidemias, patologias antigas voltaram, e esse desequilíbrio<br />
tende a estimular novas mutações virais, que demandam<br />
o desenvolvimento de novos testes e metodologias. Neste<br />
contexto, o Mercado de Diagnósticos precisa acompanhar<br />
os avanços da tecnologia e disponibilizar novos testes que<br />
atendam a estas demandas.<br />
Covid-19 - Um desafio gigante e inesperado<br />
A pandemia obrigou o mercado de diagnósticos a trabalhar<br />
no desenvolvimento de testes confiáveis para a detecção do<br />
vírus SARS-CoV-2 em tempo recorde. Os olhos do mundo<br />
estavam voltados para as empresas fabricantes de testes,<br />
aguardando uma rápida resposta.<br />
O Futuro do Mercado de Diagnósticos<br />
Em um mercado altamente tecnológico, as metodologias<br />
seguem a tendência mundial de cada vez entregar um<br />
diagnóstico mais rápido e mais eficaz, mas que consiga<br />
atender as demandas das novas patologias, dos profissionais<br />
de saúde e também das indústrias farmacêuticas, tanto do<br />
ponto de vista do tratamento, quanto no monitoramento,<br />
Já em março de 2020, a Cepheid apresentou os primeiros<br />
testes rápidos do mercado para detecção qualitativa de<br />
SARS-CoV-2 e obteve da Food & Drug Administration (FDA)<br />
nos EUA a autorização para a sua comercialização.<br />
Em junho de 2020, a Cepheid inovou ao apresentar ao<br />
mercado um teste de próxima geração para auxiliar os<br />
0 56<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab | Março 2021
O Sistema GeneXpert® e o futuro<br />
esforços globais na luta contra a disseminação do COVID-19<br />
durante a próxima temporada de vírus respiratórios. O teste<br />
Xpert® Xpress SARS-CoV-2 / Flu / RSV quatro-em-um deve<br />
fornecer detecção qualitativa de SARS-CoV-2, Flu A, Flu B e<br />
RSV de uma única amostra de paciente.<br />
Ainda há muito que se fazer na área de diagnósticos, seja<br />
nos testes em si, na rapidez da entrega de resultados, na<br />
confiabilidade, na simplicidade, processamento dos dados<br />
e entrega dos resultados.<br />
Tendo como meta central avançar no tratamento ao<br />
paciente, a Cepheid tem como visão entregar os melhores<br />
resultados nos menores prazos possíveis.<br />
Se falássemos há 6 ou 7 anos atrás que fosse possível<br />
utilizar esta tecnologia para a área de virologia por exemplo,<br />
ninguém acreditaria. Hoje, esta realidade já se estende<br />
a outros testes, inclusive na área de oncologia, em que<br />
foram desenvolvidos testes para câncer de mama, bexiga e<br />
pâncreas, ampliando significativamente o leque de opções.<br />
MATÉRIA DE CAPA<br />
A área de biologia molecular ou PCR já é uma realidade<br />
no contexto dos diagnósticos, oferecendo respostas mais<br />
sensíveis e mais rápidas. Com os avanços da medicina, novos<br />
procedimentos, novos medicamentos, a área de diagnósticos<br />
como referência, um balizador para o médico tomar uma<br />
ação, também teria de evoluir impreterivelmente.”<br />
A Cepheid conta com a vantagem de possuir um corpo<br />
de profissionais da área de saúde constantemente<br />
atualizado. Universidades de ponta, comunidade<br />
acadêmica bastante ativa e guiada por publicações<br />
científicas conhecem, utilizam e recomendam os testes<br />
Xpert®, o que facilita o reconhecimento dos benefícios<br />
Ampla linha de Sistemas Modulares projetada para atender pequenas ou grandes demandas.<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab | Março 2021 0 57
MATÉRIA DE CAPA<br />
GeneXpert® e a área de saúde no Brasil<br />
desta tecnologia. A percepção que<br />
estes profissionais tem é muito<br />
positiva, porém, ainda existe uma<br />
grande distância entre a percepção<br />
e a adoção e a Cepheid tem<br />
concentrado seus esforços para a<br />
redução desta distância, fazendo<br />
um trabalho bastante consistente<br />
junto aos convênios de saúde,<br />
buscando um olhar para o resultado<br />
como um todo, ou seja, mostrando<br />
que um investimento inicial maior<br />
pode significar um investimento<br />
significativamente menor na cadeia<br />
completa, com ganhos de eficiência,<br />
processo, prevenção e recuperação<br />
mais rápida do paciente. Muitos<br />
convênios trabalham hoje com<br />
foco na prevenção e o diagnóstico<br />
precoce é um instrumento essencial<br />
nessa nova visão.<br />
GeneXpert®- uma tecnologia<br />
que revolucionou o Mercado de<br />
Diagnósticos<br />
A tecnologia dos testes GeneXpert®<br />
representa indubitavelmente uma<br />
revolução no Mercado Mundial de<br />
Diagnósticos. O teste Xpert® MTB/RIF<br />
para tuberculose, foi endossado pela<br />
Organização Mundial de Saúde - OMS e<br />
revolucionou as políticas de diagnóstico<br />
e tratamento de tuberculose no<br />
mundo. Hoje, 13 anos depois desta<br />
experiência, a situação de tratamento<br />
de tuberculose no mundo todo mudou<br />
de maneira radical - de até 7 semanas<br />
para se obter um diagnóstico completo<br />
de tuberculose, este prazo foi reduzido<br />
para 1 hora e 50 minutos em média.<br />
O impacto disso na saúde global é<br />
imensurável.<br />
Outro grande exemplo de revolução<br />
são os testes para rastreio de agentes<br />
que causam infecção hospitalar,<br />
Xpert® MRSA e Xpert® C. Difficile, os<br />
maiores responsáveis por casos de<br />
infecção hospitalar e que, infelizmente,<br />
podem levar pacientes a óbito. Com a<br />
introdução destes testes, os médicos<br />
já podem ter a exata ideia sobre a<br />
necessidade ou não de administração<br />
de antibióticos, evitando a resistência<br />
da bactéria e economizando recursos<br />
financeiros vitais ao hospital e ao<br />
paciente.<br />
E mais recentemente, o desenvolvimento<br />
dos testes para Covid-19 em tempo<br />
recorde, mostram que há um espaço<br />
imenso para evoluir na tecnologia de<br />
testes diagnósticos, melhorando a<br />
qualidade e ampliando o acesso a saúde<br />
em todo o mundo.<br />
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0 58<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab | Março 2021
AUTOMAÇÃO EM<br />
ANÁLISES CLÍNICAS<br />
A CONTRIBUIÇÃO DA AUTOMAÇÃO<br />
NAS ANÁLISES CLÍNICAS E A DEFICIÊNCIA DO PROFISSIONAL<br />
THE CONTRIBUTION OF AUTOMATION IN CLINICAL ANALYZES AND THE PROFESSIONAL'S DISABILITY<br />
Por Francisco Eduardo Ferreira Alves 1 , Cícero Lasaro Gomes Moreira 2 .<br />
Resumo<br />
O cenário laboratorial dos últimos anos passou por mudanças<br />
significativas no que diz respeito não somente à gestão<br />
administrativa, mas também a diversos fatores que corroboram<br />
com o aumento da eficiência dos processos, diminuição<br />
de erros e, consequentemente, gestão de qualidade. A inclusão<br />
da automação laboratorial se destaca como uma dessas<br />
modificações, visando a otimização de cada um dos processos<br />
laboratoriais juntamente com a avaliação de falhas em<br />
cada uma das fases processuais dentro do laboratório, desde<br />
a pré-analítica até a pós. Este artigo tem como objetivo levantar<br />
uma observação sobre a importância deste processo,<br />
suas etapas e vantagens e a forma como o profissional lida<br />
atualmente com essa implementação e exigências.<br />
Palavras-chave: Automação. Laboratório. Otimização.<br />
Profissional.<br />
Abstract<br />
The laboratory scenario in recent years has undergone<br />
significant changes with regard not only to administrative<br />
management, but also to several factors that corroborate<br />
with the increase in the efficiency of processes, reduction<br />
of errors and, consequently, quality management. The<br />
inclusion of laboratory automation stands out as one of<br />
these modifications, aiming at the optimization of each<br />
of the laboratory processes together with the evaluation<br />
of failures in each of the procedural phases within the laboratory,<br />
from pre-analytical to post. This article aims to<br />
raise an observation about the importance of this process,<br />
its steps and advantages and the way the professional<br />
currently deals with this implementation.<br />
Keywords: Automation. Laboratory. Optimization.<br />
Professional.<br />
Introdução<br />
O laboratório clínico vem sofrendo<br />
bruscas modificações e evoluções<br />
nas últimas décadas. Com a<br />
tecnologia, os métodos de diagnósticos<br />
tornam-se cada dia mais<br />
sensíveis e eficazes, o que gera<br />
também um maior custo e uma<br />
política de mercado mais competitivo.<br />
Com isso, é necessário que os<br />
profissionais da clínica laboratorial<br />
também passem por um processo<br />
de renovação, aprendendo a lidar<br />
com todo a tecnologia na qual são<br />
inseridos.<br />
Automação vem do latim automatus,<br />
que significa mover-se por<br />
si. Em suma, pode-se definir a automação<br />
como a aplicabilidade de<br />
técnicas mecânicas – ou computadorizadas<br />
– que possuam como<br />
objetivo principal o resultado de<br />
um processo mais eficaz, por meio<br />
de um menor gasto de mão de obra,<br />
tempo, valor e, também, com a finalidade<br />
de obter maior segurança.<br />
0 60<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab | Março 2021
História da Automação em<br />
Análises Clínicas<br />
O setor laboratorial pode ser considerado<br />
pioneiro em relação à área<br />
médica, pois foram os primeiros a<br />
atuar na promoção do conceito de<br />
qualidade. Nos laboratórios clínicos,<br />
a automação teve seu ponto de evolução<br />
na década de 1940, nos Estados<br />
Unidos, quando em meio a uma<br />
crise sanitária, o número de exames<br />
solicitados cresceu exorbitantemente,<br />
e os profissionais disponíveis para<br />
o trabalho diminuíram bastante.<br />
Acompanhando esse processo, naturalmente<br />
os custos operacionais<br />
também aumentaram consideravelmente,<br />
o que trouxe a necessidade<br />
imediata de uma atitude para amenizar<br />
a situação atual. Inicialmente,<br />
utilizaram-se de pipetas semiautomáticas,<br />
calorímetros fotoelétricos e<br />
fotômetros, porém não foi suficiente<br />
para resolver o problema, apenas<br />
proporcionar um paliativo para amenizar<br />
a carga de trabalho dos profissionais<br />
envolvidos.<br />
Já na década de 1950, Leonard T.<br />
Skeggs Jr., bioquímico dos Estados<br />
Unidos, trouxe à tona a estimativa<br />
de que em 10 anos os atuais 35 mil<br />
exames realizados por mês no Hospital<br />
Veterans Administraation de<br />
Ohio chegariam a dobrar e que, assim,<br />
seria praticamente impossível<br />
conseguir manter a qualidade em<br />
suas realizações e diagnósticos com<br />
apenas quatro analistas, que era o<br />
número de profissionais trabalhando<br />
na época em seu laboratório. A partir<br />
dessa necessidade, Skeggs construiu<br />
um protótipo do equipamento que<br />
viria a revolucionar a rotina laboratorial,<br />
nomeado AutoAnalyzer. Por esta<br />
criação o bioquímico é conhecido<br />
como fundador das análises clínicas<br />
automatizadas.<br />
Já em 1990, houve a definição do<br />
controle de qualidade, garantia e<br />
gestão total da qualidade. Na década,<br />
a evolução tecnológica ainda auxiliou<br />
a implementação dos conceitos da<br />
qualidade, sempre em busca de uma<br />
melhoria mais eficaz e contínua, o<br />
que solicitou diretamente uma maior<br />
análise de cada um dos processos e<br />
fases da realização de exames laboratoriais,<br />
sejam aspectos técnicos,<br />
administrativos ou organizacionais.<br />
Modificações Laboratoriais<br />
No século passado, ao mesmo<br />
tempo em que a tecnologia surgia<br />
rompendo barreiras e tornando-se<br />
protagonista em todos os setores,<br />
a área laboratorial teve a percepção<br />
da sua importância para amenizar<br />
a questão da propagação de doenças<br />
infecciosas. A inserção da automação<br />
na medicina laboratorial,<br />
nas últimas décadas, foi reconhecida<br />
como essencial para a busca<br />
de eficiência das empresas do setor<br />
e gerou uma expansão a todos os<br />
setores e fases dos processos dos<br />
laboratórios clínicos. A evolução<br />
permitiu, ainda, que empresas de<br />
distintos portes pudessem implementar<br />
algum tipo de automação<br />
em seus processos.<br />
Os laboratórios trabalham divididos<br />
em departamentos, organizados<br />
por serviços como bioquímica,<br />
endocrinologia, hematologia. Esse<br />
modelo é considerado pouco eficiente,<br />
porém a integração entre<br />
as áreas gera redução de custos<br />
laboratoriais e, portanto, tende a<br />
aumentar com o uso da automação<br />
na fase pré-analítica. A automação<br />
laboratorial consiste em integrar<br />
hardware e software e evoluiu de<br />
uma operação baseada em aspectos<br />
mecânicos, em 1970, para um sistema<br />
orientado por informações mais<br />
complexas na década de 1990.<br />
AUTOMAÇÃO EM<br />
ANÁLISES CLÍNICAS<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab | Março 2021<br />
0 61
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AUTOMAÇÃO EM<br />
ANÁLISES CLÍNICAS<br />
Nas últimas duas décadas, os<br />
laboratórios sofreram transformações<br />
radicais, o que trouxe,<br />
também, novas responsabilidades.<br />
Essas transformações são consequências<br />
diretas do aumento populacional,<br />
assim como crescimento<br />
de profissionais e técnicos de<br />
laboratórios e uma grande demanda<br />
de serviços. A automação, vindo<br />
logo em seguida da mecanização,<br />
é uma realidade atual em diversos<br />
locais do mundo. Quando utilizado<br />
da forma correta, o sistema de<br />
automação pode trazer benefícios<br />
desde a exatidão do processo, até<br />
segurança e economia, conforme<br />
na tabela a seguir.<br />
Um sistema para a automação de<br />
equipamentos gera uma possibilidade<br />
de erros quase nula. Além disso,<br />
a produtividade é muito superior.<br />
Quanto mais bem estruturada<br />
a empresa, organizada e mantendo<br />
um bom relacionamento com o<br />
mercado e com seus pacientes, mais<br />
alto será seu grau de sucesso.<br />
O Papel da Automação nas<br />
Fases Operacionais<br />
A inserção de um sistema de<br />
automação laboratorial ocasiona<br />
Tabela 1: Benefícios da automação para a clínica laboratorial<br />
impactos positivos em todo o processo<br />
operacional. Ronan Pereira<br />
cita como exemplo que na fase<br />
pré-analítica a automação pode<br />
estar adotada em um cadastro do<br />
paciente ou no preparo das amostras<br />
até a distribuição das mesmas<br />
para áreas analíticas. Com a utilização<br />
de softwares é possível ainda<br />
obter um banco de dados que<br />
favoreça - e facilite - os processos<br />
que virão na fase a seguir.<br />
A fase analítica é o período onde a<br />
automação está mais ativa e, dessa<br />
forma, gera uma maior eficácia relacionada<br />
a produção laboratorial. O<br />
laboratório ganha não apenas tempo<br />
na execução das tarefas, mas também<br />
uma maior facilidade para os<br />
profissionais envolvidos nos processos,<br />
podendo depositar sua atenção<br />
na interpretação dos diagnósticos.<br />
Na fase pós-analítica, a automação<br />
busca gerar melhorias no momento<br />
da liberação de resultados<br />
diretamente para o paciente. Neste<br />
momento, há uma possível redução<br />
de erros de transcrição, como<br />
no momento de um resultado manual<br />
o profissional está sujeito ao<br />
equívoco; quando automatizado, o<br />
0 64<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab | Março 2021
processo ganha uma maior precisão.<br />
Outro ponto bastante positivo<br />
da automação nesta fase é o tempo<br />
que se economiza, aumentando<br />
também a produtividade do processo.<br />
Dessa forma, as vantagens<br />
não se resumem apenas à clínica,<br />
mas também ao paciente não somente<br />
pela redução do tempo de<br />
espera, mas também por receber<br />
resultados mais confiáveis.<br />
Diversos fatores foram os reais<br />
motivadores para a rápida expansão<br />
e evolução da automação no<br />
ramo da medicina laboratorial,<br />
como fatores de mercado, uma intenção<br />
de gerar melhor assistência<br />
à saúde pública ou privada, até fatores<br />
internos próprios do ambiente<br />
financeiro das instituições.<br />
Em relação à operação, os fatores<br />
internos motivadores que se pode<br />
citar são maior segurança e planejamento<br />
de capacidade de produção,<br />
produtividade do processo<br />
(throughput), possíveis com a eliminação<br />
de atividades consideradas<br />
como não necessárias, buscando a<br />
simplificação e a padronização dos<br />
processos, o que visa diretamente<br />
à redução na quantidade de documentação<br />
das atividades.<br />
A Automação e o Profissional<br />
Como cita Campana (2011), a medicina<br />
diagnóstica é participativa<br />
em 70% das decisões clínicas e o<br />
crescimento na utilização de exames<br />
laboratoriais é cada vez maior<br />
diante da sua importância na área<br />
da saúde. Essa atuação envolta em<br />
novas tecnologias demanda uma<br />
expectativa e pressiona o mercado<br />
a buscar novas estratégias de atuação<br />
dentro da área.<br />
Diante disso, a pressão por mudanças<br />
reais e práticas acontece em<br />
cada um dos pontos do setor. Desde<br />
o cliente, que cria uma expectativa<br />
e exigência muito maior em relação<br />
ao serviço oferecido; os fornecedores<br />
e fontes pagadoras do serviço<br />
em relação a custos e valores; a<br />
comunidade médica que, de qualquer<br />
forma, acaba, com o passar do<br />
tempo e as evoluções constantes,<br />
depositando cada vez mais confiança<br />
nos exames laboratoriais e seus<br />
respectivos diagnósticos; e, por fim,<br />
toda dinâmica de mercado, que gera<br />
uma tensão entre as empresas em<br />
relação a concorrentes e competições<br />
na busca de melhores soluções<br />
e retornos para os clientes.<br />
Em relação ao profissional da clínica<br />
laboratorial, é importante que uma<br />
maior atenção seja dedicada a todos,<br />
pois a automação é um sistema de<br />
implantação bastante cara e, se não<br />
alinhada a um treinamento e capacitação<br />
impecável para os operadores<br />
do sistema, trará muito mais ônus do<br />
que bônus à empresa. Plebani (2018),<br />
descreve o atual cenário da medicina<br />
laboratorial como promissor, onde os<br />
profissionais têm a oportunidade de<br />
dedicar seu tempo para a gestão de<br />
qualidade, criando uma ampla rede<br />
de dados de comunicação entre as<br />
demais instituições e trazendo ainda<br />
mais benefícios aos pacientes.<br />
As maiores desvantagens envolvendo<br />
o setor profissional da<br />
automação estão relacionadas<br />
ao treinamento adequado que é
AUTOMAÇÃO EM<br />
ANÁLISES CLÍNICAS<br />
necessário para o manejo de um<br />
sistema de automação e a manutenção<br />
que o equipamento necessita,<br />
normalmente planejado e<br />
cuidadoso - o que nem sempre é<br />
possível. Qualquer que seja o grau<br />
de automação de uma empresa, é<br />
sempre preciso também que seja<br />
mantido um laboratório que opere<br />
manualmente, nunca somente<br />
de forma equipada-automatizada,<br />
principalmente porque os métodos<br />
manuais são os com mais baixo<br />
custo e ágeis de realizar um pequeno<br />
número de distintos exames<br />
urgentes que possam surgir fora de<br />
horários comuns.<br />
Considerações Finais<br />
O processo de automação em<br />
análises clínicas promoveu um<br />
grande avanço no diagnóstico e<br />
na prevenção de doenças, gerando<br />
uma otimização na eficiência<br />
dos laboratórios e buscando gerar<br />
segurança para os pacientes. Com<br />
isso, houve a expansão da gestão<br />
de qualidade, pois diante de toda<br />
modernização se faz necessário<br />
profissional capacitado para transmissão<br />
desses avanços no setor da<br />
saúde - que vise não apenas vantagens<br />
para o mercado da empresa,<br />
mas também para atender às necessidades<br />
da sociedade.<br />
A efetivação da automação laboratorial<br />
é muito forte para os próximos<br />
anos, uma vez que visa atingir a diferentes<br />
tipos de empresas, com o emprego<br />
de novas ferramentas e modelos<br />
diversos onde for mais necessário.<br />
O sucesso de qualquer procedimento<br />
como esse está na busca em alinhar<br />
a estratégia da empresa ao bom funcionamento<br />
e à realidade profissional<br />
dos operadores e funcionários. Bem<br />
como atingir aos maiores benefícios<br />
do procedimento de automação, que<br />
são a qualidade e objetividade dos<br />
exames, atingindo totalmente às necessidades<br />
dos pacientes.<br />
Referências<br />
ANDRIOLO, A. Breve história da automação em laboratórios<br />
clínicos. Recomendação da Sociedade Brasileira<br />
de Patologia Clínica. Medicina Laboratorial SBPC/ML.<br />
Automação Laboratorial: histórico, seleção, implantação<br />
e gestão. São Paulo: Manole, 2018, P.1-30.<br />
ARMBRUSTER, D. et al. Clinical chemistry laboratory<br />
automation in the 21st Century – amat victoria curam<br />
(victory loves careful preparation). Clin Biochem Rev.<br />
2014;35(3):143-53. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.<br />
nih.gov/pmc/articles/PMC4204236/pdf/cbr-35-143.pdf<br />
BURKE, D. Laboratory medicine in the 21st century. Am<br />
J Clin Pathol, v. 114, n. 6, p. 841-6, 2000.<br />
CAMPANA, G.A, et al. Tendências em medicina laboratorial.<br />
Jornal Brasileiro de Patologia e Medicina Laboratorial.<br />
v.47, n.4, p.399-408. Ago, 2011. Disponível em: https://www.redalyc.org/articulo.oa?id=393541961003<br />
CARVALHO, J. P. P. Os laboratórios de saúde pública nos programas<br />
de saúde. Departamento de Prática de Saúde Pública<br />
da Faculdade de Saúde Pública da USP. São Paulo, 1976.<br />
FELDER, R. Automation: survival tools for the hospital<br />
laboratory. Second International Bayer Diagnostics.<br />
Laboratory Testing Symposium, 1998.<br />
LABEAU, K. M. et al. Clinical laboratory tests menu<br />
changes in the pacific northwest: 1994 to 1996. Clin<br />
Chem, v. 44, n. 4, p. 833-8, 1998.<br />
LIPPI, G. PLEBANI, M. The add value of laboratory<br />
diagnostics: the many reasons why decision-makers<br />
should actually care. J Lab Precis Med 2017;2(100):1-4.<br />
DOI: http://dx.doi.org/10.21037/jlpm.2017.12.07l<br />
PLEBANI, M. Clinical laboratory: bigger is not always<br />
better. Diagnosis. 2018;5(2):41-46.DOI: https://doi.<br />
org/10.1515/dx-2018-0019.<br />
SPEAR, S. J. Fixing healthcare from the inside, today.<br />
Harvard Business Review, 2005.<br />
STREITBERG, G. et al. Automation in clinical biochemistry:<br />
core, peripheral, STAT, and specialist laboratories<br />
in Australia. J Lab Autom. 2012;17(5): 387-94.<br />
YOUNG, D. Laboratory automation: smart strategies and<br />
practical applications. Clin Chem, v. 46, n. 5, p. 740-5, 2000.<br />
VIEIRA, K. et al. A utilidade dos indicadores da qualidade<br />
no gerenciamento de laboratórios clínicos. J Bras Patol<br />
Med Lab. 2011;47(3):201-10. Disponível em: https://<br />
www.redalyc.org/articulo.oa?id=393541960002<br />
VILCHES, A. M. et al. Los laboratórios de salud. In: SO-<br />
NIS, A. Medicina sanitaria y administración de salud.<br />
Buenos Aires: El Ateneo, 1971.<br />
Autores:<br />
Francisco Eduardo Ferreira Alves 1 , Cícero Lasaro Gomes Moreira 2 .<br />
¹Biomédico pela Faculdade Santa Maria; Mestre em Ciência e Tecnologia em Saúde pela UEPB;<br />
Especialista em Hematologia clínica pela UNILEÃO.<br />
²Biomédico pela Faculdade Santa Maria; Especialista em Hematologia Clínica pela UNILEÃO.<br />
0 66<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab | Março 2021
AUTOMAÇÃO EM<br />
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IgA, IgM, IgG, IgD e IgE, Suclasses de<br />
IgG e IgA, Sistema Complemento (CH50,<br />
C1 inativador, C1q, C2, C3c e C4)<br />
Sistema nervoso central<br />
Albumina, Freelite, Cistatina e<br />
Imunoglobulinas no líquor.<br />
Menu de testes<br />
Nefrologia<br />
Cistatina, Microalbumina<br />
Beta-2-Microglobulina, Transferrina<br />
Proteínas Específicas<br />
PCR, ASO, Fator Reumatóide, Ferritina,<br />
Transferrina, Pré-Albumina, Ceruloplasmina,<br />
Haptoglobina, Alfa-1-Antitripisina,<br />
Alfa-1-Glicoproteína Ácida, Lipoproteína(a),<br />
entre outras.<br />
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DIAMEDICA - Uma empresa do grupo<br />
The Binding Site<br />
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Jd: Ipanema<br />
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São Carlos - SP, Brasil<br />
Tel: +55 16 3415-2829<br />
info@bindingsite.com.br<br />
www.freelite.com.br<br />
0 67
MINUTO LABORATÓRIO<br />
VALIDAÇÃO DE ENSAIOS<br />
EM ANÁLISES CLÍNICAS<br />
Por Fábia Bezerra, Mariana M. Zanotto de Araújo.<br />
A validação analítica é um processo<br />
imprescindível para qualquer implantação<br />
de um novo equipamento<br />
analítico, teste e/ou metodologia a<br />
ser processada em um laboratório.<br />
Nos permite uma completa análise<br />
considerando diferentes amostras,<br />
equipamentos de medição, ensaio,<br />
métodos e quaisquer outras possíveis<br />
fontes de variação dos processos<br />
analíticos. Desta forma, asseguramos<br />
a confiança dos ensaios realizados<br />
quanto aos resultados obtidos.<br />
O objetivo de uma validação é demonstrar<br />
ensaios exatos, precisos,<br />
estáveis, reprodutíveis e flexíveis para<br />
uma faixa específica de uma substância<br />
que se espera identificar ou quantificar.<br />
Em suma, esta validação significa<br />
que iremos garantir que as análises<br />
reproduzam valores consistentes se<br />
comparadas a um valor de referência.<br />
Antes do início de uma validação, é<br />
preciso haver um bom planejamento, começando<br />
pela segregação das amostras:<br />
Selecione amostras biológicas<br />
íntegras: com volume suficiente,<br />
livre de hemólise, lipemia, fibrinas<br />
e, nossa sugestão é que não sejam<br />
de pacientes internados (pois sofrem<br />
muita interferência de medicamentos).<br />
Utilizem amostras<br />
conhecidas com resultados baixos,<br />
normais e altos do analito que deseja<br />
validar e se não for possível,<br />
faça um pool de amostras aleatórias<br />
e envie para comparabilidade<br />
em laboratório de Apoio. Se<br />
atentem sempre a estabilidade das<br />
mesmas frente ao exame que pretende<br />
validar.<br />
Para exames qualitativos, segregue<br />
Reagentes e não Reagentes,<br />
Positivos e Negativos. E no caso de<br />
Classificação sanguínea, segregue<br />
amostras aleatórias.<br />
Exames de Coagulação, Hemograma,<br />
Microbiologia e Urina, sugerimos utilizar<br />
amostras do dia.<br />
Executando a Validação:<br />
- Segundo o protocolo do Colégio<br />
Americano de Patologia Clínica<br />
(CAP), a indicação é que a validação<br />
de cada analito seja realizada<br />
em 60 ensaios (20 resultados baixos,<br />
20 normais e 20 altos).<br />
Etapas:<br />
De acordo com as referências pesquisadas,<br />
as etapas a seguir são:<br />
-Precisão Intraensaio (Repetibilidade):<br />
A repetibilidade de resultados<br />
corresponde à concordância entre<br />
resultados de sucessivas medidas<br />
do mesmo analito, obtidos sob<br />
as mesmas condições de medida.<br />
Serão analisadas 10 alíquotas, sequencialmente,<br />
de valores baixos,<br />
normal e elevado, em dois períodos<br />
distintos, manhã e tarde, de<br />
um único dia.<br />
0 68<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab | Março 2021
MINUTO LABORATÓRIO<br />
-Precisão Interensaio (Reprodutibilidade):<br />
A reprodutibilidade é a maior diferença,<br />
no nível de confiança de<br />
95%, que pode ocorrer em resul-<br />
Para o estabelecimento da sensibilidade<br />
analítica, serão realizadas<br />
4 diluições (1:2; 1:5; 1:10 e 1:20)<br />
de uma amostra de valor baixo.<br />
De cada uma das diluições, serão<br />
dade preconizada pelo fabricante.<br />
De cada uma das diluições, serão<br />
realizadas 10 determinações. A<br />
linearidade analítica será definida<br />
como sendo a menor diluição da<br />
tados obtidos em condições de re-<br />
realizadas 10 determinações. A<br />
amostra que apresente resultados<br />
produtibilidade, ou seja, analistas<br />
sensibilidade analítica será defi-<br />
reprodutivos, ou seja, que apre-<br />
diferentes, instrumentos diferentes<br />
nida como sendo o valor de maior<br />
sente o menor valor de CV entre<br />
ou até laboratórios diferentes.<br />
diluição da amostra que apresente<br />
os resultados e cujo valor de CV<br />
resultados reprodutivos, ou seja,<br />
seja inferior ao CV aceitável para<br />
Diferente da Repetibilidade a Re-<br />
que apresente o menor valor de<br />
o analito.<br />
produtibilidade é a precisão do en-<br />
CV entre os resultados e cujo valor<br />
saio em condições mais variadas e<br />
de CV seja inferior ao CV aceitável<br />
-Verificação da Linearidade e<br />
pode ser obtida através de um intra-<br />
para o analito.<br />
Acurácia:<br />
laboratorial, onde analistas diversos<br />
Para a verificação da linearidade<br />
farão os testes em dias diferentes.<br />
-Linearidade Analítica:<br />
e acurácia, serão selecionadas duas<br />
É a capacidade do método em<br />
amostras, uma de valor baixo, pró-<br />
A reprodutibilidade é a maior diferen-<br />
gerar resultados linearmente<br />
ximo à sensibilidade do método e<br />
ça, no nível de confiança de 95%, que<br />
proporcionais à concentração do<br />
outra de valor elevado, próximo<br />
pode ocorrer em resultados obtidos em<br />
analito, dentro de uma faixa ana-<br />
à linearidade do método. Serão<br />
condições de reprodutibilidade.<br />
lítica especificada. Para o estabe-<br />
feitas diluições sequenciais das<br />
lecimento da linearidade analítica,<br />
amostras, de acordo com a tabela<br />
- Sensibilidade Analítica:<br />
serão realizadas 4 diluições (1:2;<br />
abaixo(*Tabela 1), as quais serão<br />
É a capacidade do método de distinguir,<br />
1:5; 1:10 e 1:20) de uma amostra<br />
processadas em triplicata e das<br />
com confiança, concentrações mínimas.<br />
de valor elevado, acima da lineari-<br />
quais se obterá um valor médio.<br />
Tabela 1: Diluições Sequenciais das Amostras<br />
Amostra Diluição Valores Teóricos Esperados<br />
D1 Amostra baixa pura Concentração conhecida da amostra<br />
D2 4 partes da amostra baixa e 1 parte da amostra alta (4 x D1) + (1 x D6)/5<br />
D3 3 partes da amostra baixa e 2 partes da amostra alta (3 x D1) + (2 x D6)/5<br />
D4 2 partes da amostra baixa e 3 partes da amostra alta (2 x D1) + (3 x D6)/5<br />
D5 1 parte da amostra baixa e 4 partes da amostra alta ((1 x D1) + (4 x D6)/5<br />
D6 Amostra alta pura Concentração conhecida da amostra<br />
Onde: D 1- D6 correspondem às diferentes diluições.<br />
0 70<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab | Março 2021
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MINUTO LABORATÓRIO<br />
AMR/CRR:<br />
O Intervalo Analítico de Medidas<br />
(AMR) é definido como o intervalo de<br />
concentração no qual a quantificação<br />
da amostra é realizada sem qualquer<br />
modificação (diluição ou concentração).<br />
O Intervalo de Relato Clínico<br />
(CRR) estabelece quais as diluições<br />
máximas aplicáveis a cada analito.<br />
1- Três amostras baixas<br />
2- Duas amostras altas<br />
3- Uma amostra baixa<br />
4- Duas amostras altas<br />
5- Quatro amostras baixas<br />
6- Duas amostras altas<br />
7- Uma amostra baixa<br />
8- Duas amostras altas<br />
9- Uma amostra baixa<br />
10- Duas amostras altas<br />
Uma das etapas de Validação é a<br />
CORRELAÇÃO CLÍNICA (Valor Diagnóstico)<br />
– Análise aplicada para<br />
ensaios de comparabilidade quantitativa<br />
ou qualitativa.<br />
Estes resultados são analisados<br />
em comparação a Correlação clínica<br />
estabelecida entre os resultados<br />
dos Analitos em comparabilidade<br />
O estabelecimento do AMR e do<br />
CRR se dará através dos resultados<br />
obtidos nos estudos para o estabelecimento<br />
da sensibilidade e da<br />
linearidade.<br />
-Carryover:<br />
É o carreamento de resíduo de um<br />
ensaio inicial que pode ser levado<br />
a outra reação, contaminando o<br />
teste imediatamente seguinte, representando<br />
um possível erro analítico.<br />
Para compreender esta fonte<br />
de erro nos sistemas analíticos e<br />
garantir que eles estão dentro dos<br />
limites permitidos deve-se cumprir<br />
um protocolo de inspeções e verificações<br />
periódicas.<br />
No estudo do carryover serão utilizadas<br />
10 alíquotas de uma amostra<br />
com concentração de valor conhecido<br />
baixo(B) e 10 alíquotas de<br />
uma amostra com valor conhecido<br />
alto(A), estas amostras serão analisadas<br />
sequencialmente:<br />
Calculam-se as médias das concentrações<br />
de todas as amostras<br />
baixas analisadas após uma amostra<br />
baixa (B-B) e a média das concentrações<br />
baixas após amostra<br />
alta (A-B). É ainda calculado o DP<br />
das leituras B-B e o carreamento é<br />
obtido pela diferença entre as médias<br />
de B-B e A-B.<br />
Como critério de aceitação<br />
adota-se um carreamento de<br />
até três desvios padrões das<br />
leituras B-B.<br />
-Robustez:<br />
É a capacidade do método em<br />
resistir a pequenas e deliberadas<br />
variações nas condições analíticas<br />
como: condições ambientais,<br />
fator humano, variações entre<br />
lotes de reagentes ou materiais<br />
empregados. O estudo de robustez<br />
será realizado com a análise<br />
de 10 amostras em duplicata por<br />
três operadores diferentes.<br />
para validação de exames, métodos,<br />
kit, equipamentos e lotes,<br />
sendo que os resultados correlacionados<br />
precisam apresentar o<br />
mesmo Valor Diagnóstico e demonstrar<br />
conformidade acima do<br />
estabelecido para a liberação na<br />
produção.<br />
A sua validação inicial neste caso,<br />
deve demonstrar na tabela se os<br />
resultados constam dentro da normalidade<br />
ou se representam alterações<br />
clínicas.<br />
O cálculo é feito através da subtração<br />
do resultado do equipamento<br />
a ser validado com o resultado<br />
do equipamento vigente. A Correlação<br />
numérica entre resultados<br />
obtidos para ensaios de Comparabilidade<br />
Quantitativas, deve estar<br />
dentro das Normas preconizadas<br />
pela ANVISA e INMETRO:<br />
0 72<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab | Março 2021
Correlação Clínica (Valor Diagnóstico)<br />
- Análise aplicada para ensaios<br />
de comparabilidade Qualitativa:<br />
Os resultados correlacionados<br />
precisam apresentar o mesmo Valor<br />
Diagnóstico e demonstrar conformidade<br />
acima do estabelecido<br />
para a liberação na produção.<br />
Demonstrar na tabela se os resultados<br />
constam dentro da normalidade<br />
ou se representam alterações clínicas.<br />
Para as comparabilidades Qualitativas,<br />
utilizar o padrão de Conforme/<br />
Não conforme.<br />
Antes ou após a validação do<br />
analito, deve-se imediatamente<br />
cadastrar uma amostra Teste – e<br />
acompanhá-la até a liberação clínica<br />
do laudo. Conferir exames que<br />
precisam de cálculo, verificar valor<br />
de referência e unidades de medida.<br />
Imprimir e arquivar datado e assinado<br />
pela Garantia da Qualidade,<br />
Responsável Técnico e Tecnologia<br />
da Informação (TI). Assegurando<br />
assim que o exame será reproduzido<br />
e Inter faceado de ponta a ponta.<br />
Guardar os dados da validação<br />
por cinco anos de forma rastreável.<br />
E em caso de implantação, como<br />
proceder?<br />
- Verifique se há câmara fria e/ou<br />
geladeiras para guarda de amostras<br />
biológicas e outra para guarda<br />
de insumos.<br />
-Certifique-se que há fornecimento<br />
elétrico que suporte Ar condicionado,<br />
todos os equipamentos<br />
ligados e sistema de água com autonomias<br />
suficientes no local.<br />
- Faça um pedido de insumos<br />
que contemple o suficiente para<br />
a validação (multiplique o número<br />
de testes estimados que fará<br />
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pelo número de ensaios de cada<br />
kit), espelhamento de equipamentos<br />
(backup) e primeiro mês<br />
de rotina. Estes itens devem conter<br />
o quarteto indispensável para<br />
cada analito: Reagente, Calibrador,<br />
Controle e consumíveis.<br />
Segue exemplo da planilha de Validação inicial:<br />
Se certifique que os itens acima<br />
são compatíveis com a máquina que<br />
irá validar.<br />
- Todas as máquinas devem ter a capacidade<br />
de emitirem dados brutos -<br />
seja impresso, via sistema ou pen drive.<br />
Referências:<br />
.Brasil, Agência Nacional de Vigilância Sanitária; Resolução<br />
RE nº 899, de 29 de maio de 2003, Diário Oficial da<br />
União, 02/06/2003.<br />
Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade<br />
Industrial; DOQ-CGCRE-008, Orientações sobre<br />
Validação de Métodos de Ensaios Químicos, março, 2003.<br />
Swartz, M. E.; Krull, I. S.; Pharm. Technol. 1998, 2012.<br />
Green, J. M.; Anal. Chem. 1996, 68, 305A.<br />
.CLSI GP29-A Métodos alternativos de controle de Qualidade<br />
.RDC 302 - Regulamento Técnico para funcionamento de<br />
Laboratórios Clínicos<br />
.Westgard Variação Biológica e especificações de Qualidade<br />
Analítca<br />
.www.westgard.com/biodatabase1.htm<br />
.CLIA Proficiency testing criteria for acceptable analytical<br />
performance<br />
.www.westgard.com/clia.htm<br />
.https://www.cap.org/<br />
Autoras<br />
Mariana M. Zanotto de Araújo<br />
Biomédica, Supervisora da Qualidade do Grupo<br />
São Francisco/Hapvida Diagnósticos.<br />
Fábia Bezerra<br />
Biomédica, Gerente Nacional de Qualidade da<br />
Hapvida Diagnósticos.<br />
0 74<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab | Março 2021
IMPORTÂNCIA DA FENOTIPAGEM DE<br />
ANTÍGENOS ERITROCITÁRIOS DOS GRUPOS SANGUÍNEOS ABO,<br />
RH E KELL NOS BANCOS DE SANGUE: REVISÃO BIBLIOGRÁFICA<br />
BANCOS DE SANGUE<br />
IMPORTANCE OF PHENOTYPING OF ERYTHROCYTIC ANTIGENS OF ABO, RH AND KELL BLOOD<br />
GROUPS IN BLOOD BANKS: BIBLIOGRAPHIC REVIEW<br />
Vanessa dos Santos Feliciano 1 , Allyne Cristina Grando 1<br />
Resumo<br />
Na rotina dos bancos de sangue a determinação de antígenos<br />
eritrocitários por meio de testes imunohematológicos pré-<br />
-transfusionais como a fenotipagem eritrocitária garantem<br />
que o processo de infusão de hemocomponentes seja o mais<br />
seguro possível. Por meio desta técnica a equipe transfusional<br />
é capaz de destinar seguramente aos pacientes bolsas de<br />
sangue fenótipos compatíveis, evitando assim a formação de<br />
aloanticorpos bem como reações hemolíticas pós transfusionais.<br />
O mapeamento do perfil eritrocitário do doador e receptor<br />
é essencial para evitar rejeições por incompatibilidade<br />
dos sistemas ABO, Rh e Kell, uma vez que estão diretamente<br />
ligados a Doença Hemolítica do Recém Nascido, no caso de<br />
mulheres em idade fértil ou ainda gestantes. Das reações<br />
transfusionais conhecidas, as que possuem maior incidência<br />
são as de resposta imune aguda, tais como as Reações Febril<br />
não Hemolítica e as Reações Alérgicas, havendo ainda<br />
a Reação Hemolítica por Incompatibilidade ABO. Todas com<br />
início de seus sinais e sintomas em até 24 horas pós transfusão,<br />
sendo possível a reversão do quadro de rejeição das<br />
duas primeiras, já a última podendo ser fatal. Assim sendo,<br />
foi objetivo deste estudo ressaltar a importância da fenotipagem<br />
de antígenos eritrocitários dos grupos sanguíneos ABO,<br />
Rh e Kell nos bancos de sangue e descrever as reações pós<br />
transfusionais de sangues não compatíveis através de uma<br />
revisão bibliográfica.<br />
Palavras-chave: Fenotipagem, antígenos eritrocitários,<br />
ABO, Rh, Kell.<br />
Abstract<br />
In the routine of blood banks, the determination of erythrocyte<br />
antigens by means of pre-transfusion immunohematological<br />
tests such as erythrocyte phenotyping<br />
ensure that the blood component infusion process is as<br />
safe as possible. Through this technique, the transfusion<br />
team is able to safely allocate compatible phenotypes of<br />
blood bags to patients, thus preventing the formation of<br />
alloantibodies as well as post- transfusion hemolytic reactions.<br />
The mapping of the donor and receptor erythrocyte<br />
profile is essential to avoid rejections due to incompatibility<br />
of the ABO, Rh and Kell systems, since they are directly<br />
linked to Hemolytic Disease of the Newborn, in the case of<br />
women of childbearing age or pregnant women. From the<br />
known transfusion reactions, the ones that have the highest<br />
incidence are those of acute immune response, such<br />
as Febrile Non-Hemolytic Reactions and Allergic Reactions,<br />
and there is also the Hemolytic Reaction for ABO Incompatibility.<br />
All with onset of signs and symptoms within 24<br />
hours after transfusion, making it possible to reverse the<br />
rejection of the first two. The latter, on the other hand, can<br />
be fatal. Therefore, the aim of this study was to highlight<br />
the importance of phenotyping of erythrocyte antigens<br />
from blood groups ABO, Rh and Kell in blood banks and to<br />
describe the post-transfusion reactions of non-compatible<br />
blood through a literature review.<br />
Keywords: Phenotyping, erythrocyte antigens, ABO,<br />
Rh, Kell.<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab | Março 2021<br />
0 75
BANCOS DE SANGUE<br />
Introdução<br />
Na área transfusional, a presença<br />
de anticorpos no plasma do receptor<br />
são os causadores do efeito<br />
mais grave associado às transfusões<br />
sanguíneas, resultando em hemólise<br />
do sangue transfundido devido a<br />
uma resposta do sistema imune. A<br />
necessidade de identificação e pesquisa<br />
de anticorpos irregulares (PAI)<br />
em pacientes que já realizaram<br />
múltiplas transfusões sanguíneas<br />
(politransfundidos) motivou a realização<br />
de diversas pesquisas acerca<br />
da frequência da aloimunização em<br />
diversas populações (1-3) .<br />
A aloimunização caracteriza-se<br />
pela formação de anticorpos em decorrência<br />
da exposição do indivíduo<br />
a antígenos reconhecidos como não<br />
próprios, como ocorre, por exemplo,<br />
na infusão de sangue não-compatível,<br />
sendo uma das causas resultante<br />
as disparidades genéticas<br />
entre doador e receptor (4, 5). A<br />
aloimunização também ocorre em<br />
gestantes, uma vez que os antígenos<br />
essencialmente paternos se<br />
encontram presentes nos eritrócitos<br />
dos embriões, os quais podem chegar<br />
à circulação sanguínea da mãe<br />
durante o período gestacional ou<br />
então no momento do parto (6, 7) .<br />
Estudos comprovam que anticorpos<br />
irregulares ocorrem em aproximadamente<br />
0,3 a 2,0% da população<br />
em geral. Segundo Giblett<br />
(8), a probabilidade de um indivíduo<br />
saudável produzir um ou mais<br />
anticorpos antieritrocitários é de<br />
aproximadamente 1% por unidade<br />
de sangue transfundido, porém, a<br />
frequência da produção destes anticorpos<br />
em pacientes politransfundidos,<br />
portadores de hemoglobinopatias,<br />
tais como, anemia falciforme,<br />
β- talassemia ou doenças hematológicas<br />
malignas, varia de 9 a 30%.<br />
Os anticorpos com maior correlação<br />
à reação transfusional hemolítica<br />
tardia são os direcionados aos antígenos<br />
D, K, E, Fyª e<br />
(1, 8, 9, 10, 11, 12, 13)<br />
Jkª<br />
Atualmente, já foram detalhados<br />
mais de 350 antígenos eritrocitários,<br />
integrados em 38 sistemas sanguíneos,<br />
de acordo com a International<br />
Society for Blood Transfusion (ISBT)<br />
(14). Em virtude disso, testes de fenotipagem<br />
sanguínea, também conhecidos<br />
como testes pré-transfusionais,<br />
tornam-se fundamentais na<br />
rotina transfusional, pois por serem<br />
métodos profiláticos visam diminuir<br />
os possíveis efeitos indesejados das<br />
transfusões sanguíneas (1, 15) .<br />
Este trabalho teve como objetivo<br />
ressaltar a importância da fenotipagem<br />
de antígenos eritrocitários<br />
dos grupos sanguíneos ABO, Rh e<br />
Kell nos bancos de sangue e descrever<br />
as reações pós transfusionais<br />
de sangues não compatíveis.<br />
Para tal, foi realizada uma revisão<br />
bibliográfica através de pesquisas<br />
nas plataformas SciELO (Scientific<br />
Eletronic Library Online) e Pubmed<br />
(US National of Medicine National<br />
Institutes of Health) utilizando os<br />
seguintes descritores: sistema ABO,<br />
sistema Rh, sistema Kell, antígenos,<br />
anticorpos e doação de sangue, nos<br />
idiomas português, inglês, espanhol<br />
e francês.<br />
Compatibilidade sanguínea<br />
Antígenos eritrocitários são açúcares<br />
ou ainda proteínas capazes de<br />
desencadear uma resposta imunológica,<br />
induzindo o sistema imune<br />
a produzir anticorpos que por sua<br />
vez são herdados geneticamente<br />
de nossos pais biológicos. A frequência<br />
do aparecimento destes<br />
antígenos está diretamente relacionada<br />
à variabilidade racial de uma<br />
determinada população, implicando<br />
complexidade à área hemoterápica.<br />
Por isso, faz-se relevante conhecer<br />
quais fenótipos estão presentes no<br />
concentrado de hemácias (CH) a ser<br />
utilizado, uma vez que através disso<br />
é possível definir a real compatibilidade<br />
pré transfusional entre doador<br />
e receptor. O mapeamento destes<br />
fenótipos possibilita uma seleção<br />
adequada do hemocomponente<br />
a ser transfundido. Diante disso,<br />
é possível estimar a incidência de<br />
doadores compatíveis em casos de<br />
receptores aloimunizados, além de<br />
contribuir com dados fidedignos<br />
acerca da prevalência fenotípica da<br />
região (9, 15, 16) .<br />
0 76<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab | Março 2021
Desta forma, como medida de prevenção<br />
a possíveis reações transfusionais,<br />
são aplicados testes laboratoriais<br />
imunohematológicos tal<br />
como a fenotipagem eritrocitária.<br />
A técnica é baseada na presença ou<br />
ausência de hemaglutinação mediada<br />
pela reação antígeno-anticorpo.<br />
Para tanto, são usadas hemácias do<br />
paciente e/ou da bolsa de sangue,<br />
bem como antissoros comerciais específicos,<br />
este último contendo em<br />
sua formulação anticorpos (imunoglobulinas<br />
M e G), da qual por meio<br />
da reação de interação, torna-se<br />
possível verificar a presença de antígenos<br />
na superfície das hemácias.<br />
O processo pode ser feito por meio<br />
de tubos de vidro ou ainda por microplacas<br />
em gel. É considerando<br />
positivo os resultados dos quais seja<br />
possível a visualização de aglutinação<br />
ou ainda hemólise. A identificação<br />
dos antígenos eritrocitários<br />
é uma técnica valiosa na terapia<br />
transfusional, uma vez que oferece<br />
maior segurança às transfusões<br />
sanguíneas. Por meio dela, é possível<br />
obter a compatibilidade ideal e<br />
melhor classificar o sangue que será<br />
transfundido, visto que os antígenos<br />
sofrerão diferenciação preliminar, já<br />
os hemocomponentes por sua vez,<br />
serão identificados de acordo com<br />
o fenótipo eritrocitário (1, 9, 15, 17, 18, 19) .<br />
Reações transfusionais<br />
A transfusão de sangue é um procedimento<br />
potencialmente benéfico,<br />
fundamental principalmente<br />
para indivíduos portadores de patologias<br />
das quais torna- se necessário<br />
receber múltiplas transfusões.<br />
Ainda assim, é um processo que<br />
expõe os antígenos do doador aos<br />
anticorpos do receptor. Diante disso,<br />
torna-se imprescindível considerar<br />
a compatibilidade destas substâncias<br />
por meio da aplicação de<br />
testes pré transfusionais, para que<br />
assim seja possível evitar reações<br />
imunológicas de nosso organismo<br />
(20). A Figura 1 demonstra dados<br />
referentes a frequência de reações<br />
transfusionais ocorridas e notificadas<br />
entre os anos de 2002 e 2015. É<br />
válido observar que somente entre<br />
os anos de 2013 e 2015 houve um<br />
incremento médio no número de<br />
notificações de 14,0% (21) .<br />
Essas reações quando não evitadas,<br />
seja por indicação indiscriminada de<br />
transfusão sanguínea, ou ainda administração<br />
incorreta dos CHs, podem<br />
ocasionar incidentes transfusionais.<br />
Os incidentes transfusionais, ou ainda<br />
reações imunológicas pós transfusão<br />
sanguínea, são um conjunto de respostas<br />
imunológicas do organismo<br />
frente ao que este identifica como<br />
‘agente invasor’. Estas reações podem<br />
ser categorizadas como de grau leve,<br />
moderado à grave. Podem causar<br />
piora em quadros clínicos de pacientes<br />
com patologias sanguíneas como<br />
anemia falciforme, uma vez que 50%<br />
dos pacientes portadores da doença<br />
tendem a necessitar receber transfusões<br />
sanguíneas com o objetivo de<br />
anemizar um quadro grave isolado, e<br />
BANCOS DE SANGUE<br />
Figura 1: Frequência absoluta das notificações de reações transfusionais, segundo o ano da<br />
notificação e o ano da ocorrência. Brasil, 2002 a 2015.<br />
Fonte: Sineps (dados de 2002 a 2006, acrescidos das frequências no Notivisa) e Notivisa (dados de 2007 a 2015) (21).<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab | Março 2021<br />
0 77
BANCOS DE SANGUE<br />
5% a 10% destes necessita entrar em<br />
esquema de transfusão crônica. Desta<br />
totalidade, 5% a 25% dos pacientes<br />
desenvolvem aloimunização (22). As<br />
reações transfusionais podem ocorrer<br />
durante a transfusão ou em até 24 horas<br />
após o seu início, sendo denominadas<br />
reações imediatas. Já as reações<br />
das quais o início dos sintomas conhecidos<br />
como típicos de rejeição iniciam<br />
dentro de um período entre 24 horas,<br />
podendo durar até cerca de 3 semanas<br />
pós transfusão sanguínea, são denominadas<br />
reações tardias (23, 24).<br />
A Tabela 1 apresenta as principais<br />
reações transfusionais imediatas<br />
notificadas por ano de ocorrência<br />
de acordo com o tipo de reação. As<br />
reações febris não hemolíticas (RF-<br />
NHs), bem como as reações alérgicas<br />
(ALGs) demonstram ser as mais<br />
prevalentes no período citado, com<br />
taxas médias de 47,9% e 38,8%,<br />
respectivamente. Tais taxas não diferem<br />
do cenário internacional, que<br />
também apresenta RFNHs e as ALGs<br />
no topo dos índices, porém, é possível<br />
observar nestes uma tendência<br />
à queda gradual em âmbito internacional<br />
e no Brasil, por sua vez, uma<br />
situação de estabilidade. Dentre as<br />
reações transfusionais tardias, pode-se<br />
observar na Tabela 2 as principais,<br />
sendo as reações sorológicas<br />
tardias (aloimunização) e as reações<br />
hemolíticas tardias (RHT) as de grande<br />
prevalência neste cenário tardio,<br />
apesar da doença do enxerto contra<br />
o hospedeiro (DECH) apresentar uma<br />
taxa de mortalidade de 90% (21, 25) .<br />
Esses dados corroboram com os<br />
achados de Macedo et al. (24) , que realizaram<br />
um estudo avaliando 5.174<br />
transfusões realizadas, das quais<br />
1,39% desencadearam reação transfusional.<br />
Houve prevalência de reação<br />
alérgica leve (54,1%) e da RFNH<br />
(34,7%). Os autores averiguaram,<br />
ainda, que grande parte dos receptores<br />
que apresentaram reação transfusional<br />
era paciente politransfundido.<br />
Grandi et al. (26) verificaram que dentre<br />
1.548 casos de reações transfusionais,<br />
as RFNH representaram 56,6% dos<br />
casos analisados e as alérgicas 38,4%,<br />
totalizando 95,0%. Foi constado pelos<br />
autores, também que reações de grau<br />
leve são mais frequentes nas RFNH do<br />
que entre as reações alérgicas.<br />
Sistemas Sanguíneos<br />
A descoberta dos sistemas sanguíneos<br />
ocorreu no início do século<br />
XX, quando o médico e cientista<br />
austríaco Karl Landsteiner observou<br />
que as hemácias de alguns indivíduos<br />
formavam aglutinação quando<br />
combinadas ao soro de outros<br />
indivíduos. Karl então, registrou a<br />
presença de aglutinação conforme o<br />
grau de intensidade, formando assim<br />
uma escala, comprovando que o<br />
sangue poderia ser dividido em grupos.<br />
Isto possibilitou que mais tarde<br />
fosse esclarecido que as reações de<br />
aglutinação estavam relacionadas à<br />
presença de marcadores nas hemácias<br />
e de anticorpos no caso do soro<br />
(27, 28)<br />
. Os sistemas sanguíneos se<br />
determinam pela presença de antígenos<br />
na membrana eritrocitária.<br />
Estes antígenos possuem características<br />
polimórficas bem definidas,<br />
podendo estar presentes em diversos<br />
outros tecidos (29) .<br />
Embora as funções biológicas dos<br />
polimorfismos dos grupos sanguíneos<br />
não sejam plenamente compreendidas,<br />
sabe-se que muitos de seus<br />
antígenos atuam como moléculas<br />
importantes no reconhecimento do<br />
processo de diferenciação precoce do<br />
tecido embrionário, havendo também,<br />
evidências que relacionam os<br />
grupos sanguíneos à possível suscetibilidade<br />
ou resistência a várias doenças<br />
infecciosas e não infecciosas,<br />
talvez por estas moléculas apresentarem<br />
maior expressão dos carboidratos<br />
ABO em secreções e tecidos<br />
que tenham contato com o ambiente,<br />
como na pele e nas membranas<br />
mucosas dos tratos respiratório e<br />
gastrointestinal, fato que serve de<br />
reforço para esta premissa (30) .<br />
Através do aumento da expectativa<br />
de vida e das modernas aplicações<br />
de novos conhecimentos<br />
tecnológicos, é possível observar<br />
uma notável elevação no número<br />
de doenças crônico-degenerativas<br />
e cirurgias de maior complexidade.<br />
Em resposta a isso, há o crescimento<br />
do número de transfusões<br />
sanguíneas, resultando no aumento<br />
da frequência de aloanticorpos antieritrocitários<br />
não pertencentes ao<br />
sistema ABO. Como consequência,<br />
diminuem-se as chances de encontrar<br />
sangue compatível, podendo<br />
resultar em reações transfusionais<br />
hemolíticas imediata ou tardia (31) .<br />
0 78<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab | Março 2021
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BANCOS DE SANGUE<br />
Tabela 1: Definição, etiologia, incidência geral e frequências absoluta (f) e relativa (%) das reações transfusionais imediatas notificadas, de acordo<br />
com o tipo de reação e o ano da ocorrência. Brasil, 2011 a 2015.<br />
Tabela 2: Definição, etiologia, incidência geral e frequências absoluta (f) e relativa (%) das reações transfusionais tardias notificadas, de<br />
acordo com o tipo de reação e o ano da ocorrência. Brasil, 2011 a 2015.<br />
0 80<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab | Março 2021
Dessa forma, ainda que a compatibilidade<br />
para o sistema ABO e Rh (em<br />
especial o antígeno D) seja crucial na<br />
prevenção de tais reações hemolíticas,<br />
torna- se necessário que outros antígenos<br />
do sistema Rh sejam compatibilizados,<br />
especialmente C, c, E, assim como<br />
os principais antígenos dos sistemas<br />
Kell. Isso evidencia a necessidade de<br />
que ocorra um manejo adequado para<br />
a determinação correta do grupo sanguíneo<br />
na rotina da hemoterapia, não<br />
apenas para prevenir resultados mal<br />
sucedidos devido a transfusões incompatíveis,<br />
mas também para otimizar um<br />
melhor uso das unidades de hemocomponentes<br />
que portem fenótipos menos<br />
frequentes, uma vez que a frequência<br />
dos grupos sanguíneos varia conforme<br />
rea etnicidade da população (32, 33) .<br />
ABO<br />
Segundo Henry (34) , Landsteiner mostrou<br />
que o fenômeno de hemaglutinação<br />
ocorreu quando os antígenos<br />
presentes na superfície das hemácias<br />
foram ligados pelos anticorpos contidos<br />
no soro. Assim, denominou como antígenos<br />
A e B e enfatizou que, de acordo<br />
com o antígeno expresso na hemácia, o<br />
sangue pertencia ao grupo sanguíneo<br />
A ou ao grupo sanguíneo B. Já o grupo<br />
que não apresentasse reação de aglutinação,<br />
pertencia ao grupo sanguíneo<br />
O (palavra alemã “Ohne”, que significa<br />
“sem”). No ano de 1902, seus colaboradores<br />
von Decastello e Sturli descobriram<br />
e descreveram o grupo AB, que foi<br />
então adicionado ao sistema ABO. Por<br />
apresentar expressão tanto de antígenos<br />
do grupo A quanto do grupo B, este<br />
foi descrito como raro. (27, 35, 36) .<br />
O sistema de grupo sanguíneo<br />
ABO é resultante de um traço genético<br />
determinado por genes que<br />
ocupam o lócus ABO no cromossomo<br />
9. Os antígenos expressos nas<br />
hemácias desse sistema (denominados<br />
A, B e H) são moléculas<br />
complexas de carboidratos localizadas<br />
na superfície celular dos eritrócitos,<br />
sendo composto também,<br />
por dois anticorpos plasmáticos<br />
(anti-A e anti-B) que aparecem<br />
após o nascimento (30, 37) .<br />
Este grupo sanguíneo é atualmente<br />
considerado o mais<br />
importante sistema de grupos<br />
sanguíneos na medicina transfusional,<br />
pois em virtude da alta<br />
imunogenicidade de seus antígenos,<br />
a incompatibilidade com<br />
este sistema é a causa mais comum<br />
de morte pós transfusão.<br />
A reação imunológica transfusional<br />
ABO é inerente de anticorpos<br />
formados intrinsicamente<br />
pelo indivíduo contra seus<br />
grupos não compatíveis. Diferentemente<br />
do fator Rh, cuja<br />
formação dos mesmos depende<br />
de prévia sensibilização. (27, 28, 38) .<br />
Rh<br />
Segundo Levine e Stetson (39, 40) ,<br />
o primeiro registro de reação hemolítica<br />
transfusional ocorreu no<br />
ano de 1939, na cidade de Nova<br />
Iorque, quando uma gestante, ao<br />
dar entrada em um hospital local<br />
apresentando hipotensão arterial<br />
e traços de albuminúria, teve seu<br />
quadro agravado após algumas<br />
semanas, no qual resultou em<br />
forte hemorragia e um parto com<br />
óbito fetal. Ao analisar o feto, foi<br />
identificado que ele se encontrava<br />
com aspecto macerado, pesando<br />
apenas 595 g, o que não era compatível<br />
com o estado avançado da<br />
gestação, que naquele momento<br />
já havia completado 33 semanas<br />
(8 meses). Após a retirada da<br />
placenta e o sangramento devidamente<br />
controlado, a puérpera<br />
então, que era portadora do grupo<br />
O, necessitou receber sangue<br />
de seu marido, portador do mesmo<br />
grupo sanguíneo, vindo ainda<br />
assim, a apresentar uma reação<br />
transfusional descrita como grave,<br />
por haver comprometimento<br />
renal, sendo necessário a adoção<br />
de medidas terapêuticas como<br />
diatermia renal e repetidas transfusões<br />
de doadores profissionais<br />
compatíveis, selecionados através<br />
da Transfusion Betterment Association<br />
of New York. Ainda que se<br />
tenha realizado mais de 6 transfusões<br />
consecutivas, por se tratarem<br />
de doadores totalmente compatíveis<br />
ao seu tipo sanguíneo,<br />
a puérpera não apresentou mais<br />
nenhuma intercorrência, o que<br />
resultou em sua total recuperação<br />
após algumas semanas (34, 41, 42) .<br />
Em 1940, Landsteiner e Wiener (34)<br />
produziram, por imunização com hemácias<br />
de Macacus rhesus, um soro<br />
contendo anticorpos que aglutinavam<br />
com cerca de 85% das hemácias<br />
humanas testadas. O anticorpo identificado<br />
foi denominado de fator Rh<br />
BANCOS DE SANGUE<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab | Março 2021<br />
0 81
BANCOS DE SANGUE<br />
e conforme a presença de aglutinação,<br />
denominaram de Rh positivo e negativo<br />
(34, 43) . Posteriormente, este anticorpo<br />
foi relacionado ao relatado por Levine<br />
e Stetson (39, 40) , e seus estudos indicaram<br />
anticorpos similares nos soros de<br />
muitas puérperas e que apresentavam<br />
reações semelhantes ao soro de animal<br />
anti-Rhesus. Porém, em 1942, estudos<br />
de Fisk (44) mostraram uma diferença<br />
entre o anti-Rh humano e animal, concluindo<br />
que não se tratava do mesmo<br />
anticorpo, porém a nomenclatura Rh<br />
permaneceu (34, 39, 40, 44) .<br />
Representando um dos sistemas<br />
mais polimórficos do sangue humano,<br />
o sistema do grupo sanguíneo Rh<br />
é composto por mais de 50 antígenos.<br />
Entretanto, na prática clínica, apenas 5<br />
destes antígenos são particularmente<br />
importantes, tendo em vista uma escala<br />
de antigenicidade D> E> C> c> e.<br />
Portanto, faz-se de extrema necessidade<br />
de que o sistema antígeno-anticorpo<br />
Rh entre doador de sangue e receptor<br />
seja correspondente, caso contrário, a<br />
chance desta transfusão ser mal sucedida<br />
e apresentar reações transfusionais<br />
como a reação hemolítica, a doença<br />
hemolítica do recém-nascido (DHRN)<br />
em caso de gestantes, ou ainda anemia<br />
hemolítica auto-imune torna-se eminente<br />
(45) .<br />
De acordo com Baiochi et al. (6) , o<br />
antígeno D quando pesquisado entre<br />
etnias, pode ser encontrado em cerca<br />
de 85,0% da população caucasiana, em<br />
90,0% a 95,0% dos indivíduos da raça<br />
negra e praticamente em 100,0% dos<br />
amarelos e índios. Além disso, há evidências<br />
de que na população americana<br />
a presença deste antígeno atinge 9,2%<br />
das uniões com incompatibilidade Rh<br />
entre indivíduos brancos e 4,5% entre<br />
negros. Este antígeno encontra-se bem<br />
desenvolvido e expresso nas membranas<br />
dos eritrócitos a partir da sexta semana<br />
de gestação.<br />
Kell<br />
O grupo sanguíneo Kell foi identificado<br />
em 1945 e herdou esse nome em<br />
virtude de uma paciente na qual foram<br />
identificados anticorpos anti-Kell e que<br />
cujo bebê foi acometido pela doença<br />
hemolítica do recém-nascido (DHRN)<br />
ou a também chamada eritroblastose<br />
fetal. Este é um sistema sanguíneo<br />
complexo que atualmente contém 34<br />
antígenos considerados altamente imunogênicos.<br />
Tais antígenos dividem-se<br />
ainda em dois grupos distintos, dos<br />
quais k (celano), Kpa , Jsa , Ula , K17,<br />
Kpc , K23, K24, VLAN, VONG, KYO são<br />
classificados como antígenos de alta<br />
frequência, e os antígenos K, Kpb , Ku,<br />
Jsb , K11, K12, K13, K14, K16, K18, K19,<br />
Km, K22, TOU, RAZ, KALT, KTIM, KUCI,<br />
KANT, KASH, KELP, KETI, KHUL classificam-se<br />
como antígenos de baixa frequência.<br />
Alguns destes antígenos podem<br />
ser organizados em cinco conjuntos de<br />
alelos emparelhados e o restante deles<br />
apresenta alta incidência (mais de 99%<br />
da população), enquanto outros são<br />
expressos independentemente. Os antígenos<br />
Kell ocupam a terceira posição<br />
dentre os mais imunogênicos, depois<br />
dos antígenos dos grupos sanguíneos<br />
ABO e Rh, ou seja, ao desencadear uma<br />
reação imune a ligação antígeno-anticorpo<br />
pode causar reações transfusionais<br />
e DHRN (28, 34, 35, 46) .<br />
Segundo Osaro et al. (47) , a eritroblastose<br />
fetal causada pela imunização<br />
por antígenos Kell (especialmente o<br />
antígeno K1) é pouco frequente, entretanto<br />
tende a resultar em anemia fetal<br />
grave em neonatos, uma vez que as<br />
células precursoras de glóbulos vermelhos<br />
fetais são afetadas e sua produção<br />
suprimida. A mesma doença, quando<br />
causada pela incompatibilidade ABO<br />
(anti-ABO materno) ou Rh (anti-Rh<br />
materno) são mais comuns, tendendo<br />
a primeira ser mais branda e a segunda<br />
podendo ser totalmente evitada (28, 36, 47) .<br />
Fenotipagem<br />
A fenotipagem consiste no mapeamento<br />
dos fenótipos eritrocitários clinicamente<br />
significativos contidos nos<br />
grupos sanguíneos, determinados por<br />
meio de técnicas específicas aplicadas<br />
em bancos de sangue, possibilitando<br />
dados da frequência dos genes mais<br />
imunogênicos de cada grupo sanguíneo.<br />
Sua prática é importante pois<br />
visa diminuir o risco de aloimunização<br />
eritrocitária, uma vez que estima a disponibilidade<br />
de bolsas de sangue com a<br />
maior compatibilidade sanguínea possível<br />
(48, 49) .<br />
Atualmente na medicina transfusional,<br />
em virtude do alto risco associado<br />
às gestações futuras e transfusões<br />
sanguíneas crônicas, tem-se procurado<br />
minimizar as chances de um indivíduo<br />
formar aloanticorpos antieritrocitários<br />
por meio da identificação dos mesmos<br />
por fenotipagem, essa técnica tanto<br />
confirma aloanticorpos já existentes,<br />
0 82<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab | Março 2021
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quanto auxilia na identificação de anticorpos<br />
que poderão se formar no futuro.<br />
Uma vez identificada a presença de<br />
anticorpos clinicamente significativos<br />
em um paciente e, havendo a necessidade<br />
de transfusão, a seleção de um<br />
CH fenótipo-compatível, seja este fenótipo-estendido<br />
ou não, é de extrema<br />
importância (1, 9) .<br />
O CH com fenotipagem estendida<br />
consiste em um concentrado de hemácias<br />
previamente testadas para outros<br />
antígenos eritrocitários além dos já<br />
convencionais sistemas ABO e RhD. É<br />
indicado para pacientes que possuem<br />
resultado positivo para a Pesquisa de<br />
Anticorpo Irregular (PAI), necessitando<br />
assim, receber o sangue do qual há a<br />
certeza da ausência do antígeno eritrocitário<br />
específico para o anticorpo existente<br />
na amostra do receptor (50, 51, 52) .<br />
A realização da imunofenotipagem<br />
para os sistemas ABO, Rh (CDE) e Kell<br />
(K) deve ocorrer perante algumas patologias<br />
sanguíneas como a anemia<br />
aplástica grave (AAG) ou anemia de<br />
Fanconi; doença mieloproliferativa crônica<br />
(Leucemia Mielóide Crônica, Leucemia<br />
Mielomonocítica Crônica, Mielofibrose);<br />
aplasia pura de série vermelha,<br />
dentre outras; uma vez que estes pacientes<br />
são candidatos a adentrar, ou já<br />
fazem parte do esquema de transfusão<br />
sanguínea crônica, já tendo sido ou não<br />
expostos a uma aloimunização prévia<br />
(anticorpos imunes e clinicamente significativos).<br />
A mesma conduta é adotada<br />
ao se tratar de receptores do sexo<br />
feminino em idade fértil, com resultado<br />
de P.A.I. negativo, e do qual sugere-se<br />
caso necessário transfusão, a infusão de<br />
CH negativo para antígeno K (K1), visto<br />
sua alta imunogenicidade e relação direta<br />
com a DHRN. Porém, ao se tratar de<br />
um receptor com P.A.I. positivo, deve-se<br />
realizar a transfusão de concentrado de<br />
hemácias antígeno negativo para o anticorpo<br />
correspondente (50) .<br />
Ao se tratar de um paciente aloimunizado,<br />
ou seja, aquele que possuir um<br />
ou mais anticorpos contra antígenos<br />
eritrocitários, a bolsa selecionada para<br />
a infusão sanguínea deverá ser obrigatoriamente<br />
fenótipo negativo para o<br />
anticorpo identificado. Por outro lado,<br />
em transfusões de caráter profilático,<br />
como ocorre em casos de hemofilia<br />
grave por exemplo, torna-se ideal que<br />
a bolsa de CH selecionada seja com o<br />
maior grau de compatibilidade disponível,<br />
justamente para evitar a formação<br />
de aloanticorpos. Todavia não seja possível<br />
a compatibilidade ideal, seja por<br />
ausência ou insuficiência de estoque de<br />
bolsas sanguíneas, a transfusão é feita<br />
respeitando a ordem do grau de imunogenicidade<br />
antigênica > RhC > RhE<br />
> Rhce > K >, que deve prevalecer perante<br />
a quaisquer cenário dentro da rotina<br />
pré transfusional, além de requerer<br />
autorização do médico hemoterapeuta<br />
responsável (50, 51, 53, 54, 55, 56) .<br />
Ainda que a qualidade do processo<br />
transfusional esteja em constante desenvolvimento<br />
dado à fiscalização de<br />
hemovigilância, no Brasil, a exatidão de<br />
dados como prevalência e incidência de<br />
intercorrências transfusionais ainda são<br />
pouco conhecidas (24) .<br />
Considerações Finais<br />
Apesar dos esforços realizados pelas<br />
unidades de hemoterapia em recrutar<br />
o maior número possível de doadores<br />
de sangue a fim de manter a disponibilidade<br />
dos estoques sanguíneos, nem<br />
sempre é uma tarefa fácil encontrar<br />
um concentrado de hemácias 100%<br />
fenótipo-compatível, principalmente<br />
diante de quadros como hemorragias<br />
inesperadas por complicações cirúrgicas<br />
e demais transfusões de caráter<br />
emergencial.<br />
Portadores de fenótipos raros, como<br />
Rh nulo ou ainda do grupo sanguíneo<br />
hh (fenótipo Bombain/ falso O), torna<br />
a seleção ainda mais complicada, pois<br />
muitas vezes é necessário buscar em<br />
bancos de sangue de outras cidades<br />
ou ainda estados, bolsas compatíveis<br />
para que assim se possa realizar uma<br />
transfusão. Portanto, uma vez encontrado<br />
um portador de sangue do tipo<br />
raro, torna-se ideal a fenotipagem<br />
eritrocitária, seja este doador ou ainda<br />
receptor, pois além do risco já existente<br />
acerca da incompatibilidade sanguínea,<br />
a formação de aloanticorpos poderá ser<br />
facilmente evitada.<br />
O crescente aumento da demanda<br />
de transfusões sanguíneas excede facilmente<br />
a oferta de CHs disponíveis<br />
rapidamente, tornando o manejo ideal<br />
entre pacientes e bolsas de sangue<br />
disponíveis uma missão complicada na<br />
rotina dos bancos de sangue. O cenário<br />
se torna ainda mais complexo quando<br />
nos deparamos com pacientes aloimunizados<br />
ou em esquema de transfusões<br />
crônicas. Muitas vezes, pode-se<br />
0 84<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab | Março 2021
até encontrar um CH com tipagem<br />
sanguínea compatível, porém, caso<br />
este não seja devidamente fenotipado,<br />
o risco apresentado ao paciente em<br />
desencadear reações imunes acabará<br />
sobrepondo o benefício da transfusão,<br />
visto que há a possibilidade do processo<br />
de aloimunização logo nas primeiras<br />
transfusões. Anticorpos de importância<br />
clínica podem ser encontrados em mais<br />
de 30% dos pacientes politransfundidos<br />
tornando a transfusão de apenas<br />
um concentrado de hemácia fenótipo-incompatível<br />
um risco eminente.<br />
Suas complicações podem ser graves,<br />
aumentando significativamente as comorbidades<br />
de doenças já existentes, e<br />
em alguns casos podendo ser fatal.<br />
O estudo dos fenótipos eritrocitários<br />
em grupos sanguíneos, não apenas do<br />
sistema ABO, mas em especial dos grupos<br />
Rh e Kell, é de suma importância,<br />
não somente por estarem fortemente<br />
ligados a reações transfusionais graves<br />
ou a doença hemolítica do recém-nascido,<br />
mas também porque a determinação<br />
da frequência destes antígenos na<br />
população contribui para a prevenção<br />
de possíveis aloimunizações, além ainda<br />
de auxiliar na seleção de concentrados<br />
de hemácias compatíveis.<br />
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do Brasil. Disponível em: . Acesso em Out 2019.<br />
50. Ministério da Saúde. Guia para Uso de Hemocomponentes<br />
2010, 1ª <strong>Edição</strong>.<br />
51. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária<br />
(ANVISA) – Resolução: RDC Nº 34, de 11 de junho de 2014.<br />
52. Portaria MS nº 158, DE 4 DE FEVEREIRO DE 2016. – Regulamento<br />
Técnico de procedimentos hemoterápicos.<br />
53. Carson JL, Grossman BJ, Kleinman S. Red Blood Cell Transfusion:<br />
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2012: 157: 49-58.<br />
54. Szczepiorkowski ZM; Dunbar NM. Transfusion Guidelines:<br />
when to transfuse. Hematology; 2013: 638-643.<br />
55. PORTARIA Nº 364, DE 6 DE MAIO DE 2014 - Protocolo de Uso de<br />
Profilaxia Primária para Hemofilia Grave.<br />
56. Petz LD. A physician’s guide to transfusion in autoimmune haemolytic<br />
anaemia. BJH; 2004: 124: 712-71.<br />
BANCOS DE SANGUE<br />
Autoras:<br />
Vanessa dos Santos Feliciano 1 , Allyne Cristina Grando 1<br />
1<br />
Universidade Luterana do Brasil (ULBRA). Canoas, RS, Brasil<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab | Março 2021<br />
0 85
MEDICINA GENÔMICA<br />
BIOLOGIA GERAL<br />
DO CÂNCER<br />
Por: Gilson Azevedo<br />
O dia 04 de Fevereiro foi instituído<br />
como o Dia Mundial de Combate<br />
ao Câncer. A data foi definida pela<br />
União Internacional para o Controle<br />
do Câncer (UICC) e pela Organização<br />
Mundial da Saúde (OMS). Essa<br />
iniciativa, vem desde 2005, com o<br />
objetivo conscientizar e mobilizar<br />
a população mundial no combate<br />
ao câncer. Uma ação conjunta entre<br />
governos e população, poderia frear<br />
impactos decorrentes da doença,<br />
pois a maioria dos cânceres podem<br />
sim ser evitados. Para saber porquê,<br />
vamos falar um pouco sobre as bases<br />
moleculares do câncer.<br />
Tabela 1a. Alguns exemplos de proto-oncogenes, local de atuação dos seus produtos e função:<br />
Obs: Defini-se como proto-oncogene a versão normal dessa classe gênica. Após a mutação, ele passa a<br />
ser definido como oncogene.<br />
Tabela 1b. alguns exemplos de genes supressores de tumor, local de atuação dos seus produtos e função:<br />
Câncer: a doença dos genes<br />
Podemos dizer que mutação é a matéria<br />
prima da evolução. Elas podem<br />
ser fundamentais para a adaptação<br />
de um organismo, ou podem ser<br />
prejudiciais causando até a morte do<br />
indivíduo. Na maioria das vezes, as<br />
mutações são eliminadas, passando<br />
despercebidas. Em outros casos,<br />
podem ativar oncogenes e inativar<br />
genes supressores de tumor. Esses<br />
genes, têm papel fundamental no<br />
controle do ciclo celular, tanto na<br />
mitose e meiose.<br />
Proto-oncogenes atuam de forma positiva<br />
no progresso do ciclo celular, enquanto<br />
que genes supressores de tumor<br />
atuam de forma negativa, parando o ciclo<br />
celular para correções, caso haja erros<br />
na replicação do DNA. Um supressor de<br />
tumor que sofre mais mutação em caso<br />
de câncer, é o gene TP53, em 50% dos<br />
casos, o gene está alterado. O produto<br />
desse gene, a proteína p53, está envolvida<br />
na parada do ciclo celular, apoptose<br />
e etc. A proteína p53 entra em atividade<br />
em caso de estresse celular. Alguns<br />
exemplos de proto-oncogenes e genes<br />
supressores de tumor são mostrados nas<br />
Tabelas 1a e 1b respectivamente.<br />
0 86<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab | Março 2021
MEDICINA GENÔMICA<br />
A literatura reporta que a formação de<br />
tumor se origina quando essas classes de<br />
genes sofrem alterações. São as chamadas<br />
Drivers Genes mutations, pois elas promovem<br />
vantagens adaptativas e a célula<br />
cresce de forma desgovernada e sem a<br />
atividade da p53, o tumor se instala.<br />
Não custa relembrar que para a célula se<br />
dividir, é preciso que o DNA se replique e<br />
é na replicação do DNA, que erros podem<br />
ocorrer. Tudo deve ser muito bem orquestrado,<br />
pois são várias enzimas e proteínas<br />
trabalhando em momentos específicos.<br />
As células recebem sinais químicos para se<br />
dividir e também para parar de se dividir.<br />
Entre as etapas de divisão, existem pontos<br />
de checagem, ou checkpoints e no caso de<br />
células cancerígenas, esses mecanismos<br />
são inexistentes.<br />
A exposição aos agentes cancerígenos<br />
ou os carcinógenos, aumentam as<br />
chances de erros durante a replicação<br />
do DNA. Substâncias químicas, podem<br />
conter análogos de base que são<br />
inseridas no DNA no lugar de nucleotídeos<br />
ou podem também gerar outras<br />
substâncias nocivas e que danificam<br />
a estrutura do DNA. Raios αβγ, geram<br />
Tabela 2. Fatores externos que influenciam mutação no DNA:<br />
radicais livres que também danificam a<br />
estrutura do DNA e fatores biológicos,<br />
como os vírus que podem inserir seu<br />
material genético no DNA humano,<br />
inativar e ativar genes específicos. A<br />
tabela 2 mostra alguns exemplos de<br />
carcinógenos que podem ser evitados,<br />
pois são fatores externos ou ambientais<br />
agressivos ao material genético.<br />
Mas…meu DNA possui 3 bilhões de<br />
pares de base, como vou protegê-lo<br />
dos eventos mutacionais?<br />
Origem do câncer<br />
Erros de replicação do DNA, não são tão<br />
frequentes assim, as enzimas que adicionam<br />
nucleotídeo tem uma taxa de<br />
fidelidade alta. Também, no momento<br />
da replicação uma das fitas do DNA<br />
é usada como molde para a síntese<br />
da segunda fita. Dessa forma, se não<br />
houver a complementaridade entre os<br />
nucleotídeos, o erro fica evidente e enzimas<br />
de revisão detectam e corrigem o<br />
possível erro. Ocorre que, com o passar<br />
dos anos, esses mecanismos ficam menos<br />
eficientes, além de ficarmos mais<br />
expostos aos agentes cancerígenos.<br />
0 88<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab | Março 2021
MEDICINA GENÔMICA<br />
Câncer hereditário<br />
O câncer hereditário, ocorre nas células<br />
germinativas (espermatozoides<br />
ou ovócitos) e pode ser passado<br />
aos descendentes no momento da<br />
fecundação. Relembrando que o ser<br />
humano é um organismo diplóide,<br />
portanto, os genes estão aos pares.<br />
Na formação dos gametas, 23 cromossomos<br />
estarão presentes, assim<br />
sendo, se um dos gametas estiver<br />
carregando um alelo mutado, o zigoto<br />
recebe a herança defeituosa.<br />
No caso, em que apenas um alelo<br />
do zigoto é portador da mutação,<br />
não quer dizer que o indivíduo que<br />
o recebeu, desenvolverá câncer.<br />
O indivíduo portador do alelo mutado,<br />
tem uma susceptibilidade<br />
maior em desenvolver o câncer,<br />
quando comparado ao indivíduo<br />
que não tem o alelo mutado. Essa<br />
susceptibilidade irá variar em função<br />
do alelo defeituoso, tipo de<br />
mutação, extensão e o gene mutado.<br />
Dependendo do gene, o alelo<br />
funcional é suficiente para suprir as<br />
necessidades da célula. Em outros<br />
casos, um alelo mutado é suficiente<br />
para desencadear o processo cancerígeno.<br />
No caso dos oncogenes,<br />
basta que um alelo esteja mutado<br />
para o portador desenvolver câncer.<br />
No caso dos supressores tumorais,<br />
os dois alelos precisam estar mutados<br />
para que o indivíduo desenvolva<br />
o câncer.<br />
Câncer hereditário responde por<br />
apenas 10% dos casos de câncer,<br />
considerando que temos aproximadamente<br />
10 trilhões de células, não<br />
é de se esperar que câncer hereditário<br />
seja um evento frequente. Mas<br />
os portadores de câncer hereditário,<br />
tem 50% de chance de passar<br />
a anomalia aos descendentes. Uma<br />
outra característica desse câncer, é<br />
que os portadores desenvolvem a<br />
patologia em idades precoces, geralmente<br />
até os 45 anos.<br />
Câncer esporádico<br />
Ocorre nas células somáticas do<br />
corpo e representam aproximadamente<br />
90% dos casos de cânceres<br />
e ocorre de forma espontânea, influenciado<br />
principalmente pelos<br />
carcinógenos, como os mostrados<br />
na tabela 2. Devemos mencionar<br />
que o câncer pode ocorrer em qualquer<br />
parte do corpo, mas alguns órgãos<br />
são mais afetados que outros.<br />
Estatísticas do Câncer<br />
Em 2020, o banco de dados GLO-<br />
BOCAN estimou mais de 19 milhões<br />
de novos casos de câncer ao redor<br />
do mundo. Desses casos, 49,3%<br />
se concentram na Ásia; 22,8% na<br />
Europa; 13,3% América do Norte;<br />
7,6% América Latina e Caribe;<br />
5,7% na África. Muitos aspectos<br />
podem influenciar, mas esses dados<br />
nos indica uma relação do câncer<br />
com o ambiente. Culturas diferentes,<br />
os hábitos de diferentes povos,<br />
influenciam diretamente nas diferenças<br />
observadas.<br />
Para clarificar melhor essa relação<br />
(fator externo e câncer), podemos<br />
verificar no gráfico 1 que mostra os<br />
12 tipos de câncer que mais acometeram<br />
homens e mulheres em<br />
2020, no Brasil.<br />
Gráfico 1: Os 12 tipos de câncer que<br />
foram mais incidentes entre homens<br />
e mulheres no Brasil, em 2020.<br />
Câncer de pulmão, estômago,<br />
bexiga, esôfago, fígado são mais<br />
incidentes em homens do que<br />
em mulheres. Já a tireóide é mais<br />
incidente em mulheres. Todas as<br />
diferenças observadas, exceto<br />
àquelas que diferem pela anatomia,<br />
são em função de hábitos<br />
adotados e isso nos mostra a influência<br />
ambiental.<br />
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<strong>Revista</strong> NewsLab | Março 2021
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MEDICINA GENÔMICA<br />
Políticas de conscientização e<br />
o câncer<br />
Os fatores ambientais ou fatores<br />
externos, influenciam fortemente<br />
no aumento dos casos de câncer.<br />
Tendo isso em mente, uma ação<br />
combinada com políticas públicas<br />
de conscientização e prevenção, são<br />
fundamentais para a redução dos<br />
casos de câncer. Atitudes simples<br />
e conscientes poderiam diminuir<br />
muito do sofrimento humano direto<br />
e indireto, além do mais, reduziria<br />
também impactos econômicos associados<br />
à doença.<br />
Algumas medidas podem ser tomadas<br />
para a contenção do avanço dos casos<br />
de câncer, vejamos algumas delas:<br />
1. Não fumar;<br />
2. Dieta saudável, rica em frutas,<br />
verduras, vegetais e leguminosas;<br />
3. Manter o peso corporal adequado;<br />
4. Praticar exercícios físicos;<br />
5. Mulheres entre 25 a 64 anos, fazer<br />
o exame anual, preventivo do câncer<br />
de colo de útero;<br />
6. Vacina contra HPV: Meninas de 9 a<br />
14 anos e meninos de 11 a 14 anos;<br />
7. Vacine contra a hepatite B;<br />
8. Evite a ingestão de bebidas alcoólicas;<br />
9. Evitar comer carne e outros alimentos<br />
processados;<br />
10. Evite a exposição ao sol entre<br />
10h e 16h, e use sempre proteção<br />
adequada, como chapéu, barraca e<br />
protetor solar, inclusive nos lábios;<br />
11. Evite exposição a agentes cancerígenos<br />
no trabalho;<br />
12. Exame de próstata com frequência,<br />
em homens a partir dos 40 anos.<br />
Testes genéticos<br />
A detecção precoce é fundamental<br />
para o sucesso de um tratamento<br />
contra o câncer. Casos que existam<br />
câncer familiar, um aconselhamento<br />
genético pode ajudar. Nesse<br />
caso, testes genéticos detectam<br />
mutações específicas herdadas. Indivíduos<br />
com casos de câncer precoce<br />
na família, devem se cuidar<br />
com mais rigor, uma vez que ele<br />
pode ter a susceptibilidade aumentada<br />
para a doença. Quanto antes<br />
descobrir qual ou quais os genes<br />
estão mutados, caso haja alguma<br />
anomalia, maiores serão as chances<br />
de prevenção, em função da escolha<br />
das melhores estratégias a tomar.<br />
Referências Bibliográficas:<br />
Griffiths, A. J. F., Wessler, S. R., Lewontin, R. C., &<br />
Carroll, S. B. (2006). Introdução a Genética. In Guanabara<br />
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https://www.inca.gov.br/<br />
https://gco.iarc.fr/<br />
Autor:<br />
Gilson Azevedo<br />
Graduado em Biotecnologia; MsC. Genética e PhD. Bioquímica Residente Pós doutoral em<br />
Bioquímica e Imunologia pela Universidade de Minas Gerais.<br />
0 92<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab | Março 2021
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seus processos e métodos de controle com<br />
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exigências de qualidade dos seus clientes,<br />
os requisitos estatutários e regulamentares.<br />
Recentemente a Prime Storage obteve<br />
junto a ANVISA a certificação de Boas<br />
práticas de Armazenagem e Distribuição<br />
de produtos para a saúde.<br />
A CBPDA – Certificado de Boas Práticas<br />
de Armazenamento e Distribuição é<br />
um conjunto de procedimentos obrigatórios<br />
criados para garantir padrões de<br />
qualidade, integridade e segurança dos<br />
produtos nos processos de armazenagem,<br />
transporte e comercialização.<br />
O conceito de boas práticas tem como<br />
pilar o treinamento e capacitação das<br />
equipes, rastreabilidade de produtos e<br />
processos, medição e monitoramento,<br />
além de auditorias e autoinspeções.<br />
É fundamental cumprir as boas práticas<br />
da ANVISA não somente por estar<br />
cumprindo com a legislação vigente<br />
más também para garantir a qualidade<br />
dos produtos para consumo.<br />
O grande desafio das Boas Práticas é a<br />
manutenção e controle de seus requisitos<br />
devido aos inúmeros processos envolvidos<br />
no armazenamento ou na distribuição dos<br />
produtos, contando com diversas variáveis<br />
envolvidas nos procedimentos.<br />
Implementar corretamente as Boas<br />
Práticas de Armazenagem e manter o<br />
nível de qualidade dos serviços é um<br />
desafio diário.<br />
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<strong>Revista</strong> NewsLab | Março 2021
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MARKETING EM SAÚDE<br />
AVALIAÇÃO DOS 4 ERROS MAIS<br />
COMUNS DE CAPTAÇÃO DE CLIENTES NO SETOR DE<br />
MEDICINA LABORATORIAL<br />
Por: Fredson Costa Serejo 1<br />
Você já parou para pensar se<br />
é possível captar mais clientes?<br />
Com certeza essa é uma necessidade<br />
corrente de todo empresário<br />
principalmente nesse momento<br />
de pandemia que vivemos. Agora<br />
fazer as mesmas coisas de sempre<br />
e esperar por resultados diferentes<br />
é que não dá. Foi pensando nisso<br />
que decidi escrever nessa edição,<br />
em um tom mais coloquial, menos<br />
técnico para que você tenha<br />
total liberdade de interagir e me<br />
perguntar. Muitos pequenos e médios<br />
donos de laboratórios, tem<br />
perdido clientes e “dinheiro” para<br />
a concorrência. Então espero que<br />
você não cometa os erros a seguir<br />
e qualquer dúvida é só mandar um<br />
email e meus contatos estão lá no<br />
final do artigo.<br />
Vou dar um exemplo bem simples<br />
que eu mesmo passei com<br />
a minha Mãe que precisou fazer<br />
alguns exames especiais. E o que<br />
ela fez? Perguntou para o “Google”<br />
qual laboratório ela deveria ir…<br />
simples assim!<br />
Vamos apenas contextualizar algumas<br />
situações para você entender<br />
melhor. Dados levantados na Pesquisa<br />
Nacional de Saúde (PNS) pelo Instituto<br />
Brasileiro de Geografia e Estatística<br />
revelam que o acesso aos planos de<br />
saúde ainda é bem pequeno. Apenas<br />
28,5% tem algum plano de saúde,<br />
médico ou odontológico. Isso equivale<br />
a um terço da população, 59,7 milhões<br />
de pessoas. Embora alguns Estados<br />
como o Maranhão não chegue<br />
nem a 5% da população com plano.<br />
Outro dado interessante é que de<br />
acordo com as informações levantadas,<br />
se a situação é avaliada entre<br />
pessoas com rendimento mensal de<br />
até um quarto de salário mínimo,<br />
somente 2,2% destas tinham plano.<br />
Já na faixa de mais de cinco salários<br />
mínimos, a porcentagem de pessoas<br />
que tinham plano subiu para 86,8%.<br />
Isso nos faz enxergar que temos<br />
uma parcela da população que usa<br />
o Sistema Único de Saúde (SUS),<br />
não paga os planos que são caros,<br />
algumas vezes até pelos valores<br />
praticados de acordo com a faixa<br />
etária, mas que tem condições,<br />
pela renda de pagar de maneira<br />
particular os exames laboratoriais.<br />
E foi exatamente isso que aconteceu<br />
com meus pais. Eles foram em<br />
uma consulta no SUS, foi passado<br />
vários exames, o laboratório público<br />
não podia fazer naquele momento<br />
porque estava com uma fila<br />
enorme e eles optaram por fazer<br />
no particular.<br />
Até aqui tudo bem? Mas por<br />
que os laboratórios estão perdendo<br />
dinheiro?<br />
Simplesmente porque o cliente<br />
quando inicia essa busca de qual<br />
laboratório particular ele deve ir,<br />
ele opta por procurar na internet. Se<br />
ele te encontra fácil e tem boas informações<br />
para te avaliar, a decisão<br />
será tomada em poucos minutos.<br />
Assim, estar bem posicionado<br />
nos mecanismos de buscas de<br />
intenção e de atenção é fator es-<br />
0 96<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab | Março 2021
tratégico para o seu negócio. Vou<br />
explicar o que é isso! REDE DE<br />
INTENÇÃO é quando uma pessoa<br />
procura ativamente por algo, por<br />
exemplo um exame e como ele<br />
é feito. Assim a pessoa “joga” no<br />
Google e Youtube e encontra a<br />
informação que precisa, passa a<br />
entender o procedimento e pega o<br />
telefone para cotar preços.<br />
MARKETING EM SAÚDE<br />
Já na REDE DE ATENÇÃO, a pessoa<br />
é “surpreendida”, não estava procurando<br />
ativamente naquele momento,<br />
mas viu um post bem feito<br />
de um perfil de uma autoridade,<br />
um vídeo viral que chamou a atenção<br />
e/ou um anúncio de um tema<br />
que ela tem interesse. Isso acontece<br />
nas redes do Facebook e Instagram,<br />
e também, pode aparecer na<br />
introdução de vídeos do Youtube,<br />
aplicativos e sites. Essa ação faz<br />
ela salvar o post e até compartilhar<br />
com algum colega e familiar<br />
pela utilidade daquela informação.<br />
Então vamos à parte prática, com<br />
exemplo, dos erros que você não precisa<br />
cometer, e se você comete que tal<br />
começar a corrigir a sua estratégia?<br />
Erro 1: Não Aparecer no Google<br />
Vamos ao exemplo da minha Mãe. Ela<br />
precisa fazer um exame de CA-125 que<br />
não faz no SUS aqui do Município. Então<br />
a primeira coisa que irá fazer, de maneira<br />
mais intuitiva, é colocar no Google as<br />
palavras “laboratórios” e a região “Volta<br />
Redonda” que precisa de atendimento.<br />
Então ela vai digitar dessa forma.<br />
Reparem que embora a cidade de<br />
Volta Redonda/RJ, seja um município<br />
de 274 mil habitantes, com<br />
inúmeros laboratórios, o Google<br />
somente irá mostrar na sua 1a página<br />
a localização do Google Maps<br />
e mais 10 links dos principais sites.<br />
Dificilmente alguém clica na 2a<br />
ou 3a página. E já é comprovado<br />
que os 5 primeiros resultados no<br />
Google recebem 67% de todos os<br />
cliques, então é fundamental estar<br />
bem ranqueado.<br />
Esse posicionamento depende<br />
que o seu site tenha um bom SEO<br />
(Search Engine Optimization) que<br />
são informações rastreáveis pelos<br />
robôs do Google que classificam<br />
o seu conteúdo como relevante.<br />
Caso o seu laboratório ainda não<br />
esteja nesse topo é bom começar<br />
a estudar sobre esse assunto<br />
para criar um bom site recheado<br />
dessas iscas de informação. Hoje<br />
quem trabalha nessa área de<br />
construção de sites é bem focada<br />
no desenvolvimento dessas ferramentas<br />
de otimização e você poderá<br />
perguntar para o seu gestor/<br />
desenvolvedor sobre isso.<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab | Março 2021<br />
0 97
MARKETING EM SAÚDE<br />
Erro 2: Não Criar um Google<br />
meu Negócio<br />
Sério, isso é uma ferramenta gratuita<br />
do Google que qualquer conta<br />
tem direito a fazer! E está salvando a<br />
vida de muitos negócios locais. Então<br />
é só clicar e configurar os dados<br />
da empresa, colocar fotos do local,<br />
configurar algumas informações de<br />
funcionamento, localização do seu<br />
laboratório e pronto! Você inclusive<br />
já estará no Google Maps. E depois<br />
disso é só estimular que seus clientes<br />
avaliem o local e o atendimento<br />
para ganhar umas estrelinhas! E<br />
isso já te deixará na 1a página em<br />
destaque.<br />
Mas mesmo que seja tão simples,<br />
muitos laboratórios simplesmente<br />
ignoram isso e ainda não o fizeram.<br />
As informações de alguns laboratórios<br />
inclusive são incompletas. Dos<br />
20 laboratórios pesquisados em<br />
Volta Redonda, 8 (40%) deles não<br />
tinham sequer um site. Isso é entregar<br />
clientes para a concorrência!<br />
Muitos dos sites que visitei são<br />
bagunçados, tem muitas informações<br />
desnecessárias, são modelos<br />
antigos, com erros que devem ser<br />
corrigidos para melhor otimização<br />
e lentidão da velocidade de carregamento<br />
da página. Existem muitas<br />
ferramentas gratuitas e até o próprio<br />
Google disponibiliza um site<br />
para testar os erros que devem ser<br />
corrigidos. Acesse e veja o que falta<br />
no site do seu Laboratório:<br />
https://developers.google.com/<br />
speed/pagespeed/insights/<br />
Erro 3: Não Estar nas Redes<br />
Sociais<br />
Pessoas compram de pessoas. Humanizar<br />
uma marca hoje é fundamental<br />
e estar mais próximo ao seu<br />
cliente tem que ser o seu foco. Estar<br />
nas redes sociais contribui muito para<br />
o engajamento do público, tirando<br />
dúvidas e gerando autoridade e reconhecimento.<br />
Inclusive já foi tema<br />
desta coluna em artigos anteriores.<br />
As pessoas que entram no site<br />
buscam informações e recomendações<br />
reais. Nada adianta colocar no<br />
rodapé do site “veja os depoimentos<br />
que nossos clientes falam sobre<br />
nós” ou algo semelhante com uma<br />
frase criada com uma foto extraída<br />
de um banco de imagens.<br />
Pessoas querem escutar de outras<br />
pessoas essas recomendações e isso<br />
é real nas redes sociais. Visitei alguns<br />
“famosos” laboratórios no Instagram,<br />
tem clientes falando mal, reclamando<br />
de atrasos em ligações, falta de<br />
informação, preços caros, péssimos<br />
atendimentos… e o pior sem feedback<br />
da empresa há semanas. Isso é<br />
descaso e queima a própria empresa.<br />
Infelizmente, dos 20 primeiros laboratórios<br />
daqui da região de Volta Redonda,<br />
apenas 1 está presente no Facebook<br />
e Instagram. Quando comparado por<br />
exemplo a laboratórios, na Barra da Tijuca/RJ,<br />
com 320 mil habitantes, com<br />
alta competitividade e poder aquisitivo,<br />
todos os 20 primeiros estão nas redes<br />
sociais. Isso é uma estratégia necessária.<br />
0 98<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab | Março 2021
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auxiliando os pacientes e profissionais da saúde quanto a necessidade de uma conduta terapêutica.<br />
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Perfil Cardíaco<br />
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• Influenza A + B<br />
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• COVID-19 IgG/IgM<br />
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• Rubéola IgM<br />
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• HIV<br />
• HCV<br />
• Sífilis<br />
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• HCV/HIV/Sífilis<br />
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Além de estar na rede é preciso<br />
também ter um perfil otimizado e<br />
com frequência de publicações. De<br />
nada adianta ter um perfil morto<br />
sem movimentação. O ideal é<br />
pelo menos uma postagem diária<br />
variando no feed nos formatos de<br />
imagem única, carrossel, IGTV ou<br />
reels. E também diariamente postar<br />
no mínimo três Stories e quem sabe<br />
até LIVEs semanais com especialistas<br />
na abordagem de algum tema.<br />
Lembrando é fundamental para a<br />
empatia ter um “alguém” fazendo<br />
vídeos e sendo o “rosto” do laboratório.<br />
Pode ser o dono ou um porta<br />
voz da marca. Não se esconda atrás<br />
de uma logo, tem que ter gente<br />
vendendo pra gente! São os novos<br />
tempos, chega de vergonha e inove<br />
nesse “novo normal” use e abuse<br />
dos vídeos pois eles já representam<br />
80% do tráfego na internet.<br />
A divulgação nas mídias sociais<br />
precisa se tornar um hábito. Leve<br />
para os seus clientes informações<br />
sobre o seu bastidor, o dia a dia<br />
do laboratório, informações sobre<br />
prevenção de doenças e promoção<br />
de saúde com a contextualização<br />
do momento e datas especiais. Isso<br />
gera credibilidade e autoridade na<br />
cabeça da sua audiência e maior<br />
nível de recomendação, captação e<br />
fidelização com os clientes.<br />
Erro 4: Não Investir em Anúncios<br />
Digitais<br />
Aqui está a chave do sucesso e<br />
você está negligenciando há quanto<br />
tempo? Você pode anunciar somente<br />
para mulheres numa campanha<br />
de diabetes ou atingir apenas homens<br />
acima de 40 anos para fazer<br />
um teste de câncer de próstata. Já<br />
imaginou fazer anúncios por interesse,<br />
quem já curtiu sua página,<br />
ex clientes, ou para quem mora a<br />
alguns quilômetros do seu laboratório<br />
e até mesmo para quem está<br />
fazendo aniversário naquele mês e<br />
você lembrar de fazer um check up<br />
anual para a pessoa se cuidar?<br />
As possibilidades são múltiplas<br />
quando você anuncia e o valor é insignificante<br />
frente a quantidade de<br />
pessoas específicas que você pode<br />
atingir. Com uma verba de apenas<br />
10 reais por dia você pode alcançar<br />
mais de 10 mil pessoas.<br />
Que fique bem claro, redes sociais<br />
como o Facebook/Instagram, vivem<br />
de anunciantes. Esse é o negócio<br />
deles e eles mapeiam todos os<br />
comportamentos da rede, para te<br />
entregar a pessoa mais específica<br />
possível, seja o curtidor ou o comprador!<br />
Caso tenha curiosidade entre<br />
no link https://www.facebook.<br />
com/ads/library e digite o nome de<br />
um laboratório que seja seu concorrente<br />
e veja se ele já está anunciando.<br />
E saia na frente!<br />
Repita comigo: “Quem vive de orgânico<br />
é verdureiro!” Se você é um<br />
empresário não pode ficar desper-<br />
0 100<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab | Março 2021
diçando seu tempo com postagens<br />
100% orgânicas, não segmentadas,<br />
para qualquer público. Curtidas<br />
não pagam boletos e precisamos<br />
de compradores, clientes pagantes<br />
para o nosso negócio.<br />
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Basta você entrar no Instagram e<br />
digitar a hashtag #novembroazul<br />
e ver algumas publicações orgânicas.<br />
Vemos curtidas e comentários<br />
muitas vezes de mulheres ou de<br />
homens fora da faixa etária ideal.<br />
O que significa que por mais que a<br />
sua publicação tenha ficado ótima<br />
e engaje com seu público ela pode<br />
não ter atingido o público certo e<br />
você não teve visitantes presenciais<br />
no seu laboratório para fazer um<br />
exame específico.<br />
Faça uma avaliação agora mesmo das<br />
suas últimas publicações, verifique o<br />
alcance e a qualidade das curtidas e<br />
comentários. Foram clientes? Ou foram<br />
curtidores aleatórios, estudantes, profissionais<br />
ou até concorrentes?<br />
Estar na internet é fundamental.<br />
Todos os seus clientes estão neste<br />
momento com um celular na mão<br />
plugados em alguma rede social. É<br />
mais fácil se comunicar com eles por<br />
anúncios digitais do que por um carro<br />
de som, panfleto ou outdoor (pode<br />
ser que a pessoa certa não esteja naquele<br />
local, naquele momento). Fora<br />
que no digital o mapeamento das<br />
informações se o cliente foi ou não<br />
atingido é muito mais preciso.<br />
Bem, espero que você tenha<br />
refletido dentro desses 4 erros,<br />
qual você mais tem cometido e<br />
que talvez esteja comprometendo<br />
a sua captação de clientes.<br />
Tente melhorar o que estiver ao<br />
seu alcance e pratique as correções<br />
que julgar necessárias<br />
e verá que mínimas mudanças<br />
já irão impactar a sua captação<br />
diária. Se gostou do artigo<br />
e ficou mais interessado nesse<br />
tema, mande um email, dê o<br />
seu feedback, siga-me nas redes<br />
sociais, fale que leu meu artigo<br />
aqui na revista e poderei fazer<br />
uma consultoria gratuita em seu<br />
perfil. Topa? Fico por aqui e até a<br />
próxima edição!<br />
Fredson Costa Serejo<br />
Doutor e Mestre em Biofísica – Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ. Especialista em Educação na Saúde para Preceptores do<br />
SUS – Hospital Sírio Libanês/Ministério da Saúde. Especialista em Micropolítica e Gestão do Trabalho em Saúde – UFF. Biomédico – CRBM<br />
15688 – Hospital Municipal São Francisco de Assis – Porto Real/RJ. Professor Adjunto Universidade Estácio de Sá - Volta Redonda/RJ.<br />
Consultor em Marketing em Saúde e Empreendedorismo Digital.<br />
Email: fcserejo@gmail.com<br />
Instagram: @prof.fredsonserejo<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab | Março 2021<br />
0 101
LADY NEWS<br />
CONHEÇA A OFAC BRASIL<br />
História da OFAC<br />
A OFAC Brasil (Organização<br />
Feminina de Análises Clínicas do<br />
Brasil) foi fundada por Marbenha<br />
Linko em 2018, inicialmente com a<br />
ideia de juntar amigas e conhecidas<br />
profissionais das análises clínicas,<br />
a fim de promover discussões mais<br />
informais sobre diversos assuntos<br />
que faziam parte do cotidiano<br />
de cada uma, o que acabou<br />
fortalecendo o vínculo pessoal<br />
entre alguns participantes.<br />
O grupo OFAC Brasil é formado<br />
atualmente por profissionais<br />
das análises clínicas, gestores,<br />
proprietários de clínicas e<br />
laboratórios, representantes de<br />
diretoria de sociedade e conselhos<br />
de classe e estudantes da área<br />
da saúde, entre estas – são<br />
realizadas uma constante troca de<br />
informações entre estes, sugestões<br />
de uma boa gestão, ideias para<br />
alavancar bons negócios, assim<br />
como experiências da rotina<br />
vivenciada em laboratório.<br />
O começo desse projeto envolveu<br />
cerca de 23 profissionais com<br />
qualidades marcantes e um<br />
objetivo em comum: a evolução<br />
da OFAC Brasil. Hoje a OFAC é<br />
composta por pessoas do Brasil<br />
inteiro: tanto do sexo feminino<br />
como masculino e é subdividida<br />
pelos seguintes grupos: OFAC VIP,<br />
OFAC Business e OFAC University.<br />
Objetivo da OFAC<br />
A principal proposta da OFAC é a<br />
educação continuada, propagando<br />
e discutindo diversos assuntos<br />
das diferentes áreas das análises<br />
clínicas. As interações são feitas<br />
através de grupos oficiais no<br />
WhatsApp, Instagram, Facebook<br />
e YouTube. Mensalmente ocorre a<br />
realização do OFAC Convida, um<br />
evento virtual: o qual é ministrado<br />
por palestrantes renomados e<br />
profissionais das Análises Clínicas,<br />
com a finalidade de proporcionar<br />
atualização e incitar discussões<br />
sobre temas que envolvem desde<br />
a atuação do profissional analista,<br />
inclusive a gestão da qualidade<br />
de laboratório. Além do OFAC<br />
Convida, também são realizados<br />
eventos anuais como, a gincana<br />
científica – GICOFAC e a Comenda<br />
Scarpin Microscópio –.<br />
Presidente, Gestoras, Membra<br />
e Conselheiras<br />
A Presidente, Gestoras, Membra<br />
e Conselheiras, são de diferentes<br />
estados do Brasil, elas são<br />
empreendedoras, profissionais<br />
técnicas, de cargos políticos de<br />
órgãos ou sociedade de Análises<br />
Clínicas, que resolveram expandir<br />
seus horizontes para fazer o<br />
diferencial no mercado. Nos dias<br />
atuais, estas possuem funções<br />
específicas, Marbenha Linko: (MA)<br />
é a Presidente, representando e<br />
liderando a OFAC Brasil. A gestão<br />
é conduzida por Waldirene Nicioli:<br />
(PR), Diretora de Marketing<br />
Digital; Cláudia Gonçalves: (MG),<br />
Diretora Tesoureira: Mônica Amaral<br />
0 102<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab | Março 2021
MULTI HPV FLOW CHIP<br />
Diagnóstico rápido e preciso para o tratamento preventivo das lesões precursoras do câncer de colo de<br />
útero, anal, retal, peniano, de boca e garganta causadas pelo Papilomavírus humano.<br />
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Esta metodologia envolve a amplificação simultânea de<br />
diferentes patógenos através de uma PCR seguida de<br />
hibridização reversa (dot blot) utilizando sondas específicas<br />
de DNA imobilizadas em uma membrana de nylon, o CHIP.<br />
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LADY NEWS<br />
(PI), Diretora Científica e Projetos;<br />
Laiara Lemos: (MG), Diretora de<br />
Relacionamentos e Estratégia,<br />
Albany Nogueira: (BA) Membro<br />
da Gestão, como Conselheiras,<br />
Mauren Isfer (PR), Lenira Sousa:<br />
(RN) e Gilcilene Chaer: (DF).<br />
Os integrantes do TEAM OFAC são uma aposta para<br />
o futuro, trazem consigo o desejo de se tornarem<br />
profissionais competentes e assim prestarem<br />
serviço de qualidade a população. O grupo chegou<br />
em meio a pandemia para trazer esperança, alegria<br />
e uma nova visão as Análises Clínicas.<br />
Palavras de Marbenha Linko, Fundadora e Presidente da OFAC Brasil.<br />
Team OFAC<br />
O TEAM OFAC é formado por jovens<br />
graduados e graduandos em<br />
Farmácia e Biomedicina que atuam<br />
ou possuem interesse pelas<br />
áreas das Análises Clínicas, colaborando<br />
de maneira voluntária<br />
com a OFAC Brasil. A equipe foi<br />
criada com o intuito de incumbir<br />
o bom funcionamento do grupo<br />
de WhatsApp OFAC University,<br />
compartilhando informações inovadoras<br />
voltadas para as áreas de<br />
Análises Clínicas, como cursos<br />
online gratuitos, congressos, lives,<br />
especializações, mestrados,<br />
oportunidades de empregos e<br />
estágio, além de promover interação<br />
entre os membros do grupo<br />
por meio de gincanas científicas,<br />
nas quais ocorrem discussões de<br />
questões e casos clínicos de diferentes<br />
áreas das Análises Clínicas.<br />
Nas redes sociais, como Instagram<br />
e Facebook o TEAM OFAC contribui<br />
com ideias, postagens, conteúdos,<br />
artes e o OFAC Divulga. Gerenciam<br />
o canal “OFAC BRASIL” na<br />
plataforma YouTube e auxiliam os<br />
eventos e encontros online como o<br />
OFAC Convida.<br />
Para a construção e seleção dos<br />
integrantes do TEAM OFAC, foram<br />
determinadas características<br />
necessárias que os integrantes<br />
deveriam apresentar, objetivado<br />
assim: a criação de um grupo<br />
dinâmico, entre as atribuições<br />
requisitadas estão criatividade,<br />
ser interativo, ter iniciativa e<br />
dispor de um espírito cooperativo,<br />
além de estar na graduação ou<br />
ser graduado em Biomedicina,<br />
Farmácia ou Ciências Biológicas.<br />
O ponto forte de cada integrante<br />
é utilizado em tarefas essenciais<br />
para a manutenção de todo o<br />
grupo OFAC Brasil. A experiência<br />
com o trabalho em equipe bem<br />
coordenado é um aprendizado<br />
que os prepara para o mercado de<br />
trabalho.<br />
Cada integrante do TEAM OFAC<br />
representa um estado, atualmente<br />
o grupo conta com, Andressa Facci<br />
Villas Boas, representando o estado<br />
de Minas Gerais: Celsa Karolayne<br />
Silva Cruz, representando o Piauí:<br />
Glazielly Fagundes Sabino: Goiás,<br />
Mônica Odília Magalhães Dias:<br />
Ceará, Gustavo Chagas Moreira: São<br />
Paulo, Kassiely Pereira Guinsberg:<br />
Espírito Santo, Vanessa Menezes<br />
Pinheiro dos Santos e Doan da Silva<br />
Madeira: representando o Maranhão.<br />
0 104<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab | Março 2021
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T R A N S F O R M A N D O<br />
T E C N O L O G I A<br />
E M S A Ú D E .
LADY NEWS<br />
OFAC University<br />
O OFAC University é formado por<br />
estudantes e profissionais das<br />
alunos a lembrarem dos assuntos<br />
que estão pesquisando ou<br />
pesquisaram durante a trajetória<br />
Esclarecendo dúvidas recorrentes<br />
dos alunos graduandos de cursos da<br />
saúde, sobre as áreas das análises. E<br />
respectivas áreas, Biomedicina,<br />
na carreira que ainda não sabem.”<br />
interagindo com os participantes do<br />
Ciências Biológicas e Farmácia.<br />
grupo de WhatsApp do OFAC University<br />
Diariamente são postados<br />
A vantagem de ser integrante<br />
com perguntas de casos clínicos, com o<br />
assuntos voltados para o âmbito<br />
do OFAC University é agregar e<br />
objetivo de preparar esses estudantes<br />
das Análises Clínicas, o qual,<br />
compartilhar conhecimentos de<br />
para futuras disciplinas clínicas da sua<br />
os integrantes colocam casos<br />
cada uma das áreas de Análises<br />
graduação e, principalmente, para o<br />
clínicos, propostas de estágio e<br />
Clínicas. O propósito principal do<br />
mercado de trabalho.<br />
emprego em suas regiões. Realizam<br />
grupo é orientar os estudantes<br />
networking com os palestrantes,<br />
da área da saúde, os preparando<br />
Grupo VIP<br />
proprietários de laboratórios,<br />
para o mercado de trabalho,<br />
O OFAC VIP surgiu através de<br />
gestores e empreendedores do<br />
objetivando assim a formação de<br />
um encontro do OFAC Convida,<br />
ramo laboratorial. No coletivo<br />
futuros profissionais de excelência<br />
sendo hoje composto por 250<br />
também são divulgados artigos<br />
no campo das Análises Clínicas.<br />
profissionais biomédicos, biólogos<br />
interessantes que contém suma<br />
e farmacêuticos.<br />
relevância para o ambiente de<br />
Tios OFAC<br />
estudo e trabalho, as matérias de<br />
Os Tios OFAC desempenham<br />
O grupo VIP foi o primeiro grupo da<br />
divulgação científica são discutidas<br />
funções como mentoria, apoio<br />
OFAC, sendo este, um grupo social<br />
por todos os integrantes do grupo.<br />
e condução das discussões<br />
técnico e científico, tendo como<br />
do grupo OFAC University. As<br />
objetivo promover interação e<br />
Para alguns participantes, como<br />
atuações aplicam-se em difundir<br />
trocas constantes de conhecimentos<br />
é o caso de Jordan do curso de<br />
conhecimentos da área de<br />
entre os profissionais. Nisso,<br />
Biomedicina da Universidade do<br />
Análises Clínicas, interagindo com<br />
compartilham suas experiências<br />
Distrito Federal, integrante do OFAC<br />
os integrantes e compartilhando<br />
diárias e novidades da área da<br />
University: “o grupo está sendo<br />
informações, como eventos e cursos<br />
saúde, focado no setor laboratorial,<br />
uma ótima plataforma de troca<br />
da área, além de oportunidades<br />
divulgando congressos, cursos,<br />
de informações, especialmente<br />
de empregos, especializações e<br />
simpósios, oportunidades e<br />
interações, que incentivam aos<br />
mestrados.<br />
palestras pelo Brasil.<br />
0 106<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab | Março 2021
CONHEÇA A LINHA EBRAM DE<br />
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HEMATOLOGIA<br />
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mais rigorosas exigências do mercado nacional e internacional.<br />
Na linha de Imuno-hematologia não é diferente, uma<br />
linha completa de soros para tipagem sanguínea que fará<br />
a diferença no seu diagnóstico.<br />
SORO ANTI-A / SORO ANTI-B / SORO ANTI-AB<br />
Soros monoclonais do tipo IgM, produzidos a partir de clones especiais,<br />
alta sensibilidade, forma grumos coesos que possibilitam maior segurança<br />
nas leituras. Os títulos dos soros estão acima dos preconizados pelos<br />
principais bancos de saúde.<br />
SORO ANTI-HUMANO (Soro de Coombs)<br />
Anti-Gama e não Gama Globulinas Humanas, detecta o IgG humano e<br />
determinados fragmentos C3d das células vermelhas, sem a necessidade<br />
de adição de outros reagentes.<br />
SORO ANTI-D (Blended)<br />
Mistura matemática de anticorpos IgG/IgM, detecta pequenas quantidades<br />
de expressões antigênicas, diminuindo a quantidade de D(fraco), economizando<br />
tempo e reagente.<br />
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Destinado ao controle de qualidade das classificações Rh com soros<br />
albumínicos, através da mesma técnica empregada para estes soros,<br />
revelando a possibilidade de reações falso-positivas.<br />
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ionicamente, para a perfeita aproximação das hemácias.
LADY NEWS<br />
Nos últimos anos, alguns participantes<br />
do conjunto de analistas<br />
clínicos encontraram-se em con-<br />
maior conhecimento em eficiência<br />
e excelência, no qual, deve-se empregar<br />
em todos os locais de tra-<br />
e chamativos, com o objetivo de<br />
chamar atenção do público alvo<br />
da área da saúde, com foco em<br />
gressos pelo Brasil, por exemplo, o<br />
balho, inclusive em laboratórios e<br />
Análises Clínicas. Divulgando<br />
CBAC (Congresso Brasileiro de Aná-<br />
também aos profissionais empre-<br />
sempre nos meios de comunicação<br />
lises Clínicas), esse ano não será<br />
gados. Obtendo assim um melhor<br />
os eventos da OFAC.<br />
diferente, o encontro ocorrerá em<br />
custo-benefício e resultados posi-<br />
Fortaleza, em sua quadragésima<br />
tivos, com excelência na satisfação<br />
No momento atual, os meios de<br />
sétima edição.<br />
do cliente.<br />
comunicação como as redes sociais,<br />
são de extrema importância para<br />
Grupo Business<br />
São realizadas discussões com base<br />
a difusão do conhecimento, por<br />
O grupo Business, formado a<br />
em compartilhar informações,<br />
estarem presentes na rotina das<br />
maioria por gestores e proprietários<br />
arquivos e documentos. Nesse<br />
pessoas, deste modo é relevante<br />
de laboratórios, consiste em<br />
agrupamento de profissionais são<br />
que as informações repassadas<br />
reunir pessoas capacitadas para<br />
traçados planejamentos e metas<br />
sejam baseadas em fatos, estudos<br />
discutirem assuntos da área<br />
para os laboratórios, com intuito<br />
e pesquisas confiáveis e coerentes<br />
laboratorial, com um objetivo<br />
de alcançar os objetivos de uma<br />
e além disso essas informações<br />
em comum: promover maior<br />
forma mais sucinta e prática.<br />
devem ser transmitidas de forma<br />
eficiência, agilidade e economia<br />
clara e rápida. Sempre elaborando<br />
na prestação dos serviços<br />
OFAC Divulga<br />
um plano de engajamento<br />
laboratoriais, com total confiança<br />
É uma ação desenvolvida pelo<br />
para contemplar postagens no<br />
na entrega, qualidade e exatidão<br />
TEAM OFAC onde são divulgados<br />
Facebook, YouTube e Instagram.<br />
de seus resultados. Os gestores se<br />
cursos, palestras e workshops<br />
inserem em um local de confiança,<br />
gratuitos, com a intenção de manter<br />
Por esse motivo, usufruir das redes<br />
onde dispõe de alternativas<br />
os estudantes e profissionais<br />
sociais de forma conveniente e<br />
aderentes às suas necessidades,<br />
das Análises Clínicas sempre<br />
ativa reivindica uma combinação<br />
incluindo riscos no contexto penal<br />
atualizados. O tema é variado entre<br />
de conhecimento aprofundado<br />
dos órgãos regulamentadores.<br />
todas as especialidades analíticas.<br />
acerca do coletivo, criatividade,<br />
pesquisas e percepção do interesse<br />
A vantagem de fazer parte da<br />
São postados nas redes sociais da<br />
das pessoas a respeito de Análises<br />
equipe Business é adquirir um<br />
OFAC Brasil, cards informativos<br />
Clínicas nas mídias sociais.<br />
0 108<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab | Março 2021
Novos Reagentes para Automatização<br />
de Ensaios de Agregação Plaquetária<br />
A Siemens Healthineers lança os reagentes da Hyphen BioMed para<br />
ensaios de Agregação Plaquetária nos sistemas automatizados Sysmex®<br />
CS-2500 e CS-5100<br />
• A metodologia para análise de Agregação<br />
Plaquetária integrada aos analisadores de hemostasia<br />
de rotina gera economia de espaço, tempo de<br />
operação e custos com treinamentos, tornando o teste<br />
todos os portes.<br />
• A padronização dos ensaios de Agregação<br />
problemas pré-analíticos através da tecnologia PSI®<br />
dos analisadores Sysmex® CS-2500 e CS-5100,<br />
reduzem a variabilidade e as repetições de testes.<br />
• Os sistemas podem processar baixos volumes de<br />
amostras, com resultados padronizados para amostras<br />
geriátricas e pediátricas gerando melhores resultados<br />
para os pacientes.
LADY NEWS<br />
OFAC Convida<br />
Com a necessidade de ampliar o<br />
trabalho de forma externa, surgiu o<br />
objetivo da gincana é difundir conhecimento<br />
sobre a área de Análises<br />
Clínicas, além de fornecer uma<br />
Além da contribuição de desenvolver<br />
e aperfeiçoar técnicas para formar futuros<br />
profissionais de excelência, que<br />
OFAC CONVIDA: com o propósito de<br />
maior interação entre os integran-<br />
irão contribuir com os desafios do ramo<br />
convidar participantes e palestrantes<br />
tes da OFAC, através de quiz de<br />
laboratorial, assim os estagiários e<br />
para exporem seus conhecimentos<br />
casos clínicos, focados nas áreas<br />
profissionais pré-formados serão mais<br />
em uma interação virtual. Desta<br />
de Bioquímica, Citologia, Hemato-<br />
confiantes, terão o seu currículo e sua<br />
forma, profissionais de Análises<br />
logia, Imunologia, Microbiologia e<br />
formação acadêmica mais enriqueci-<br />
Clínicas se reúnem para realizarem<br />
Parasitologia, além de muitas ati-<br />
dos e completos, para enfrentarem o<br />
apresentações online, abordando<br />
vidades com intuito de interação e<br />
concorrido mercado de trabalho. Sendo<br />
algum tema das Análises Clínicas ou<br />
brindes para os finalistas. Através<br />
compartilhados aprendizados e expe-<br />
Gestão, além das interações com os<br />
da GICOFAC, são eleitos novos in-<br />
riências com os integrantes da OFAC<br />
participantes.<br />
tegrantes TEAM OFAC.<br />
University, aprimorando assim seus<br />
conhecimentos, habilidades e compe-<br />
A participação é totalmente<br />
Banco de Talentos OFAC Brasil<br />
tências para aplicarem no dia a dia e<br />
gratuita e aberta ao público, que<br />
O Banco de Talentos OFAC Brasil<br />
em suas vidas profissionais, comple-<br />
participam profissionais de todo<br />
é uma ponte entre recrutadores<br />
mentando a sua formação acadêmica,<br />
o Brasil. O evento é divulgado por<br />
e profissionais empregadores de<br />
curricular e profissional.<br />
grupo de WhatsApp, Instagram<br />
todo o Brasil, estudantes e pro-<br />
e Facebook da OFAC Brasil e<br />
fissionais que estão a procura de<br />
Comenda Scarpin Microscópio<br />
transmitido pelo canal da OFAC<br />
uma oportunidade de ingressar<br />
O salto alto eleva a mulher, deixa<br />
Brasil no YouTube. A Presidente,<br />
no mercado de trabalho e cons-<br />
poderosa, altiva, dona de si e<br />
assim como as Gestoras da<br />
truir carreira na área de Análises<br />
capaz de enfrentar o mundo, mas<br />
Organização e o TEAM OFAC se<br />
Clínicas. Portanto, é um banco<br />
é a auto- estima o ponto principal<br />
reúnem para organizar esse evento.<br />
de empregos e estágios, que tem<br />
e foi com essa finalidade que<br />
como finalidade ajudar os par-<br />
o sapato vermelho se tornou o<br />
GICOFAC<br />
ticipantes da OFAC Brasil, que<br />
símbolo da OFAC.<br />
A GICOFAC é uma gincana cientí-<br />
tenham uma visão corporativa e<br />
fica organizada pelo TEAM OFAC<br />
prática do segmento laboratorial,<br />
Mais tarde as gestoras decidiram<br />
com auxílio dos tios OFAC para os<br />
a se ingressarem ao mercado de<br />
aperfeiçoar a forma do símbolo e<br />
integrantes do OFAC University. O<br />
trabalho.<br />
com a contribuição de Weverton<br />
0 110<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab | Março 2021
Santos Almeida e Marcelo Rosário<br />
Silva, foi substituído o salto por<br />
um microscópio, instrumento<br />
no banco da praça do centro de<br />
convenções no Rio de Janeiro. A<br />
entrega da 2ª Comenda Scarpin<br />
Considerações Finais<br />
A OFAC Brasil tem portanto, o<br />
intuito de contribuir de maneira<br />
LADY NEWS<br />
de trabalho dos profissionais de<br />
Microscópio foi em 2019, realizada<br />
valorosa para a formação dos<br />
Análises Clínicas. Estava pronto o<br />
na cidade de Belo Horizonte.<br />
futuros profissionais analistas<br />
Scarpin Microscópio: nossa marca.<br />
clínicos e proporcionar melhorias<br />
No dia 23 de março de 2021 ocor-<br />
aos já atuantes da área através<br />
O Scarpin Microscópio foi<br />
rerá a entrega da 3ª Comenda em<br />
de atualizações constantes sobre<br />
transformado em uma espécie de<br />
um evento online, transmitido<br />
temas relevantes. O projeto que<br />
premiação em agradecimento aos<br />
pelo canal YouTube, homenage-<br />
teve início há quase 3 anos tem<br />
que contribuem com o crescimento<br />
ando os melhores de 2020 nas<br />
a finalidade de se tornar ainda<br />
da OFAC. Projetaram a entrega da<br />
Análises Clínicas, com certeza<br />
maior, com planos futuros para<br />
1ª Comenda Scarpin Microscópio<br />
mais um grande evento animado<br />
a realização de eventos, como<br />
em uma improvisada solenidade<br />
pela OFAC Brasil.<br />
simpósios e encontros presenciais.<br />
Autores<br />
Kassiely Pereira<br />
Guinsberg<br />
Glazielly Fagundes<br />
Sabino<br />
Celsa Karolayne<br />
Silva Cruz<br />
Graduanda em Biomedicina<br />
Faculdade Multivix Vitória - ES<br />
Email: kassielyguinsberg@gmail.com<br />
Biomédica<br />
Faculdade Anhanguera de Anápolis - GO<br />
E-mail: glazi.sabino@outlook.com<br />
Graduada em Farmácia<br />
Cristo Faculdade do Piauí - PI<br />
Pós-graduanda em Farmácia Clínica e<br />
Prescrição Farmacêutica<br />
E-mail: celsakarolayne@hotmail.com<br />
Gustavo Chagas<br />
Moreira<br />
Andressa Facci<br />
Villas Boas<br />
Mônica Odília<br />
Magalhães Dias<br />
Graduando em Biomedicina<br />
Universidade Federal de Alfenas - MG<br />
E-mail: gustavo.moreira@sou.unifal-mg.edu.br<br />
Graduanda em Biomedicina<br />
Estágiaria no Laboratório Central de<br />
Análises Clínicas (LACEN) - Universidade<br />
Federal de Alfenas - MG<br />
E-mail: andressa_facci@hotmail.com<br />
Graduanda em Biomedicina<br />
Centro Universitário Christus - CE<br />
E-mail: monicaomdias@gmail.com<br />
Vanessa Menezes<br />
Pinheiro dos Santos<br />
Farmacêutica<br />
Pós graduanda em Análises Clínicas<br />
Universidade Ceuma - MA<br />
Email: vanessafarma18@gmail.com<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab | Março 2021<br />
0 111
HEMATOLOGIA<br />
INDICE DE GRANULÓCITOS IMATUROS<br />
COMO MARCADOR PRECOCE DE SEPSE<br />
Por: Dr. Luiz Arthur Calheiros Leite<br />
Há muitos anos o laboratório<br />
clínico vem procurando um<br />
marcador precoce e não invasivo<br />
de sepse. A sepse é classicamente<br />
conhecida como uma<br />
infecção generalizada associada<br />
a uma síndrome de resposta<br />
inflamatória sistêmica, que<br />
comumente leva a leucocitose<br />
por neutrofilia por induzir o<br />
recrutamento de neutrófilos e<br />
granulócitos imaturos para a<br />
circulação. Contudo por décadas<br />
a medicina e o laboratório<br />
utilizaram como parâmetro de<br />
infecção o desvio a esquerda<br />
(bastões >6%) baseado na<br />
contagem relativa dos bastões.<br />
Entretanto, os equipamentos<br />
hematológicos eletrônicos não<br />
contam bastonetes neutrófilos e<br />
só emitem flags na presença de<br />
neutrofilia, quando não nunca<br />
notam. Já a contagem por microscopia<br />
de bastonetes é falha<br />
e pouco reprodutível, variando<br />
entre analistas clínicos. Assim<br />
na busca por um marcador fidedigno<br />
de sepse fez com que os<br />
fabricantes de aparelhos hematológicos<br />
eletrônicos que possuem<br />
tecnologia a laser começassem<br />
a mudar este panorama<br />
com a contagem de granulócitos<br />
imaturos. Uma contagem de<br />
percentagem de granulócitos<br />
imaturos (IG%) superior a 3%<br />
mostrou ser um indicador de<br />
risco de sepse. Além disso, valores<br />
de IG%
ANÁLISES CLÍNICAS<br />
TGO E TGP<br />
COMO BIOMARCADORES HEPÁTICOS<br />
Por: Brunno Câmara.<br />
A transaminase glutâmico oxalacética<br />
(TGO) e a transaminase glutâmico pirúvica<br />
(TGP) são enzimas importantes<br />
para o metabolismo do nosso organismo<br />
e alterações em seus níveis séricos<br />
têm importante significado clínico.<br />
Sinônimos:<br />
TGO = aspartato aminotransferase (AST)<br />
TGP = alanina aminotransferase (ALT)<br />
Função enzimática<br />
As enzimas transaminases (ou aminotransferases)<br />
catalisam uma reação<br />
de transaminação, que é a transferência<br />
de um grupo amina de um aminoácido<br />
para um cetoácido. Essa reação ocorre<br />
para formar novos aminoácidos.<br />
A enzima TGO/AST catalisa a seguinte<br />
reação:<br />
L-Aspartato + α-cetoglutarato ‹-›<br />
oxaloacetato + L-glutamato<br />
A enzima TGP/ALT catalisa a seguinte<br />
reação:<br />
L-Alanina + α-cetoglutarato ‹-› piruvato<br />
+ L-glutamato<br />
Atividade e localização<br />
A TGO/AST é encontrada primariamente<br />
no coração, fígado, músculo<br />
esquelético, rins e hemácias.<br />
É possível encontrar duas isoenzimas:<br />
uma citoplasmática (cTGO) e uma mitocondrial<br />
(mTGO).<br />
A TGP/ALT é encontrada primariamente<br />
no fígado e rins. Ela é exclusivamente<br />
citoplasmática.<br />
Significado clínico<br />
Normalmente, essas enzimas são encontradas<br />
em baixas concentrações no<br />
soro, geralmente abaixo de 30 - 40 IU/L.<br />
Tanto a TGO/AST quanto a TGP/ALT<br />
são comumente utilizadas como biomarcadores<br />
hepáticos, visto que doenças<br />
hepáticas são a causa mais importante<br />
do aumento das transaminases<br />
séricas.<br />
Como a maior concentração de TGP/<br />
ALT é encontrada no fígado, a sua dosagem<br />
é mais específica para revelar dano/<br />
inflamação hepático do que a TGO/AST.<br />
Na maioria dos tipos de doenças hepáticas,<br />
a atividade de TGP/ALT é maior<br />
que a de TGO/AST. Algumas exceções<br />
são hepatite alcoólica, cirrose hepática<br />
e neoplasia do fígado.<br />
0 114<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab | Março 2021
Na hepatite viral e em doenças hepáticas<br />
associadas com necrose aguda,<br />
as concentrações séricas de TGP/ALT e<br />
TGO/AST estão elevadas mesmo antes<br />
das manifestações clínicas.<br />
A magnitude da alteração dessas transaminases<br />
pode ser classificada em:<br />
Leve: aumento < 5 vezes o limite superior<br />
de referência;<br />
A ausência desse cofator, em pessoas<br />
com deficiência nutricional devido ao<br />
alcoolismo, tem um impacto muito<br />
maior na produção de TGP/ALT do que<br />
na de TGO/AST.<br />
ANÁLISES CLÍNICAS<br />
Os níveis séricos de TGO/AST podem<br />
estar elevados em outras doenças<br />
como infarto do miocárdio, pancreatite<br />
aguda, anemia hemolítica aguda, doença<br />
renal aguda, doenças musculoesqueléticas<br />
e queimaduras graves.<br />
Moderado: aumento de 5 a 10 vezes<br />
o limite superior de referência;<br />
Elevado: aumento > 10 vezes o limite<br />
superior de referência.<br />
Isso faz com que a razão TGO:TGP esteja<br />
aumentada. Uma razão TGO:TGP<br />
normal deve ser < 1,0.<br />
Na doença hepática alcoólica, a razão<br />
Historicamente, a TGO/AST foi por<br />
muito tempo utilizada como o principal<br />
marcador de infarto agudo do miocárdio.<br />
Porém, atualmente, as troponinas<br />
são muito mais específicas e sensíveis<br />
para esse diagnóstico.<br />
Razão TGO:TGP (AST:ALT)<br />
É um parâmetro utilizado na diferenciação<br />
de doença hepática<br />
alcoólica de outras formas de doenças<br />
hepáticas, particularmente<br />
da doença hepática gordurosa não<br />
alcoólica.<br />
TGO:TGP está > 1,0 em 92% dos casos<br />
e > 2,0 em 70% deles.<br />
O aumento da razão reflete a gravidade<br />
da doença hepática e não o alto<br />
consumo de álcool.<br />
Para uma melhor avaliação hepática<br />
é importante que outros marcadores<br />
sejam avaliados em conjunto, como<br />
gama GT, fosfatase alcalina, albumina<br />
sérica e bilirrubinas.<br />
Tanto TGO quanto TGP precisam de<br />
um cofator, piridoxal 5'-fosfato, que é a<br />
forma ativa da Vitamina B6, para funcionar<br />
normalmente.<br />
Referências<br />
Moriles KE, Azer SA. Alanine Amino Transferase. [Updated 2020<br />
Jul 5]. In: StatPearls [Internet]. Treasure Island (FL): StatPearls Publishing;<br />
2020 Jan-. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/<br />
books/NBK559278/<br />
Giannini EG, Testa R, Savarino V. Liver enzyme alteration: a guide for<br />
clinicians. CMAJ. 2005;172(3):367-379. doi:10.1503/cmaj.1040752<br />
Laboratório Hermes Pardini.<br />
Burtis Burtis, Ted Burns. Tietz Fundamentals of Clinical Chemistry. Elsevier.<br />
Hall P, Cash J. What is the real function of the liver 'function' tests?.<br />
Ulster Med J. 2012;81(1):30-36.<br />
Autor:<br />
Brunno Câmara<br />
Biomédico, CRBM-GO 5596, habilitado em patologia clínica e hematologia. Docente do Ensino Superior. Especialista em Hematologia e Hemoterapia<br />
pelo programa de Residência Multiprofissional do Hospital das Clínicas - UFG (HC-UFG). Mestre em Biologia da Relação Parasito-Hospedeiro (área<br />
de concentração: virologia). Criador e administrador do blog Biomedicina Padrão. Criador e integrante do podcast Biomedcast.<br />
Contato: @biomedicinapadrao<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab | Março 2021<br />
0 115
CITOLOGIA<br />
A MICROSCOPIA EM TEMPOS<br />
DE PANDEMIA<br />
Prof. Dra. Lisiane Cervieri Mezzomo<br />
Considerado serviço essencial, a atividade<br />
laboratorial permanece ativa durante as<br />
restrições impostas pelo COVID-19, apesar<br />
da pandemia ter levado ao cancelamento<br />
de diversas outras relacionadas a análises<br />
clínicas, como treinamentos e encontros<br />
para discussão de casos e ensino presencial<br />
em todos os níveis, especialmente por<br />
essas atividades exporem os profissionais,<br />
seus colegas e membros da família ao risco<br />
de infecção. Durante esse período, o advento<br />
da microscopia digital vem possibilitando<br />
a implementação e a validação de novos<br />
fluxos de trabalho digitais para uso remoto.<br />
Os conhecimentos práticos e habilidades<br />
de microscopia, necessários para atuação<br />
em análises clínicas, classicamente são<br />
adquiridos por meio do treinamento e uso<br />
de microscópios convencionais. A transformação<br />
digital da microscopia que vem<br />
sendo implementada nos últimos anos,<br />
permite a digitalização de lâminas microscópicas<br />
para gerar imagens de laminas<br />
inteiras (Whole slide imaging (WSI) ou<br />
lâminas digitais), que podem ser manipuladas<br />
pelo operador. As áreas laboratoriais<br />
de implementação da microscopia digital<br />
são as mais diversas: citologia, patologia,<br />
técnicas imunoquímicas que requerem laminas<br />
como a imunohistoquímica e imunocitoquímica,<br />
histologia, hematologia,<br />
parasitologia, microbiologia e outras que<br />
utilizam microscópio cujas laminas possam<br />
ser digitalizadas. Os principais componentes<br />
de um sistema de microscopia digital<br />
incluem um scanner de laminas, software<br />
visualizador de imagens de laminas e monitor<br />
de exibição.<br />
Cabe destacar que a disponibilidade de<br />
sistemas de microscopia digital pode facilitar<br />
o diagnóstico microscópico remoto<br />
por meio da consulta a outros profissionais,<br />
utilização da ferramenta para discussão de<br />
casos, controle de qualidade e treinamento,<br />
embora a validação (baseada em casos)<br />
do diagnóstico digital remoto não tenha<br />
sido relatada até o momento.<br />
Um exemplo de aplicação dessas ferramentas<br />
inclui a prática desenvolvida pela universidade<br />
Weill Cornell Medicine-Qatar durante<br />
a pandemia do COVID-19, a qual substituiu<br />
a instrução clínica da disciplina de patologia<br />
dos alunos por novas disciplinas eletivas online.<br />
Assim, foi implementado um currículo<br />
inovador de patologia online e remota, ancorado<br />
na microscopia virtual e videoconferências<br />
na plataforma Zoom, ferramentas para<br />
apoiar o ensino online. Essas práticas podem<br />
ser perfeitamente aplicáveis a treinamentos<br />
em áreas laboratoriais que utilizam microscopia<br />
como ferramenta de aprendizado e<br />
discussão de casos nesse periodo de restrições<br />
devido a pandemia, e ainda, utilizadas como<br />
ferramentas de apoio num possível retorno as<br />
atividades presenciais.<br />
A microscopia virtual tem vantagens<br />
claras, e sua utilização já é bem aceita em<br />
ferramentas de controle de qualidade, disponíveis<br />
atualmente. No entanto, algumas<br />
barreiras limitam a sua transição, especialmente<br />
na educação e rotina laboratorial,<br />
que incluem os altos custos de configuração<br />
inicial, infraestrutura (incluindo hardware<br />
de computador, software e internet de alta<br />
velocidade), gerenciamento e armazenamento<br />
de dados e o acesso e manipulação<br />
das laminas digitalizadas pelos usuários.<br />
A literatura científica acerca desse tema vem<br />
sendo bastante amplianda ultimamente, especialmente<br />
em tempos de ensino e aprendizagem<br />
remoto devido ao COVID-19, com resultados<br />
indicando que a microscopia virtual<br />
não é apenas um método eficaz para discussão<br />
de casos, troca de opiniões, e congressos,<br />
mas é útil ainda para ensino de disciplinas<br />
que utilizam microscopia, podendo inclusive<br />
ser empregada como um método para medir<br />
o desempenho do alunos e profissionais durante<br />
avaliações online, de forma semelhante<br />
aos programas de controle de qualidade já<br />
disponíveis ha algum tempo.<br />
Referências<br />
Hanna, M.G., Reuter, V.E., Ardon, O. et al. Validation of a digital pathology<br />
system including remote review during the COVID-19 pandemic.<br />
Mod Pathol 33, 2115–2127 (2020). https://doi.org/10.1038/<br />
s41379-020-0601-5<br />
Guiter, G.E., Sapia, S., Wright, A.I. et al. Development of a Remote<br />
Online Collaborative Medical School Pathology Curriculum with<br />
Clinical Correlations, across Several International Sites, through the<br />
Covid-19 Pandemic. Med.Sci.Educ.(2021). https://doi.org/10.1007/<br />
s40670-021-01212-2<br />
Prof. Dra. Lisiane Cervieri Mezzomo<br />
Farmacêutica Bioquímica, Especialista em Citologia Clínica.<br />
Mestre e Doutora em Patologia.<br />
0 116<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab | Março 2021
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BIOSSEGURANÇA<br />
MEDIDAS DE PREVENÇÃO<br />
DA CANDIDÍASE VULVOVAGINAL<br />
Por: Gleiciere Maia Silva e Jorge Luiz Silva Araújo-Filho.<br />
A candidíase vulvovaginal é definida<br />
como uma infecção na vagina<br />
e vulva causada por um fungo do<br />
gênero Candida, a maioria dos casos<br />
é causada pela levedura Candida<br />
albicans, entretanto existem outras<br />
espécies desse gênero envolvidas.<br />
Essa patologia é uma condição bastante<br />
comum e afeta 70% a 75%<br />
das mulheres em algum momento<br />
das suas vidas. Ocorre quando há<br />
um desequilíbrio entre os fatores de<br />
proteção vaginal e a virulência do<br />
fungo. Uma vez que essas espécies<br />
fazem parte da microbiota normal<br />
da vagina e não é considerada uma<br />
infecção sexualmente transmissível<br />
(IST), contudo pode ser transmitida<br />
via sexual.<br />
Entre as manifestações clínicas<br />
mais comuns da candidíase citamos<br />
a presença de secreção branca,<br />
inodora e floculada podendo causar<br />
prurido, escoriação, edema, eritema<br />
vulvar e dispareunia.<br />
Em geral, é uma condição fácil de<br />
diagnosticar e na maioria das vezes<br />
fácil de ser tratada, contudo a<br />
grande problemática está na candidíase<br />
vulvovaginal de repetição<br />
(recorrente) que é definida com<br />
episódios superiores a 4 vezes ao<br />
ano. O diagnóstico correto é extremamente<br />
necessário, sobretudo<br />
nos casos de recorrência, sendo rápido<br />
e fácil. É realizado pela coleta<br />
de amostras de secreção vaginal<br />
para realização de cultura a fim<br />
da identificação correta do fungo,<br />
bem como testes de sensibilidade<br />
antifúngica para detecção de uma<br />
possível resistência as drogas comumente<br />
utilizadas no tratamento<br />
da candidíase.<br />
Para tanto, ressaltamos a importância<br />
de uma abordagem multifatorial<br />
e equipe multidisciplinar a fim de<br />
solucionar o problema, entendendo<br />
as causas bem como as medidas de<br />
prevenção dessa micose.<br />
Medidas de Prevenção e Controle<br />
da Candidíase vulvovaginal:<br />
0 118<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab | Março 2021
BIOSSEGURANÇA<br />
• Manutenção dos níveis de glicemia<br />
dentro dos valores adequados,<br />
uma vez que os fungos usam como<br />
fonte de energia a glicose. Logo, a<br />
condição de excesso de glicose na<br />
dieta favorece a proliferação dessas<br />
leveduras e excesso de açúcares causam<br />
desequilíbrio do pH vaginal;<br />
• Realização de avaliação médica<br />
para a troca de contraceptivos de<br />
alta dosagem hormonal por outro de<br />
dosagens menores, quando possível;<br />
• Utilização somente de sabonete com<br />
pH neutro e apropriado, uma vez que a<br />
alteração do pH vaginal favorece a multiplicação<br />
das leveduras;<br />
• Orientação para evitar roupas apertadas,<br />
sintéticas e quentes, uma vez<br />
que essas roupas elevam a temperatura<br />
da área genital e contribui para multiplicação<br />
das leveduras;<br />
• Erradicação do uso de talco, de desodorantes<br />
e de perfumes na área intima<br />
por alteração do pH;<br />
• Evitar o consumo de bebidas alcoólicas,<br />
pois atuam diminuindo a resposta<br />
imunológica;<br />
• Usar preservativos em todas as relações<br />
sexuais;<br />
• Realização da higiene íntima diária,<br />
entretanto evitar o uso de duchas vaginais;<br />
• Preferir calcinhas 100% algodão<br />
pois esse tipo de material não eleva a<br />
temperatura vaginal.<br />
Os cuidados preventivos são medidas<br />
importantes, e muitas vezes de baixo<br />
custo, para prevenção desse problema<br />
de saúde que acomete só no Brasil mais<br />
de 2 milhões de casos todos os anos.<br />
Gleiciere Maia Silva<br />
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Biomédica, Especialista em Micologia, Mestre em Biologia<br />
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Jorge Luiz Silva Araújo-Filho<br />
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Biólogo, Mestre em Patologia, Doutor em Biotecnologia;<br />
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<strong>Revista</strong> NewsLab | Março 2021<br />
0 119
INFORME DE MERCADO<br />
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0 121
INFORME DE MERCADO<br />
COMO INTERPRETAR A CONTAGEM DE RETICULÓCITOS<br />
EM CÃES E GATOS<br />
Por: Rossana Priscilla de Souza Figueira, Mariana Oliveira Silva, Fabiola de Oliveira Paes Leme - Laboratório de Patologia Clínica HV-EV-UFMG<br />
Os reticulócitos são células eritróides imaturas que<br />
contêm retículos com cadeias de RNA, mitocôndrias,<br />
ribossomos, centríolos e restos do complexo de<br />
Golgi e, apesar da diminuição da quantidade de organelas<br />
citoplasmáticas, os reticulócitos podem ser<br />
mais metabolicamente ativos do que os eritrócitos<br />
maduros e, sintetizar até 20% da concentração final<br />
de hemoglobina (COWGILL et al., 2003). A presença<br />
das organelas citoplasmáticas, especialmente os resquícios<br />
de RNA podem ser identificados através de<br />
colorações especiais da classe dos supravitais, como<br />
o novo azul de metileno (NAM) ou o azul cresil brilhante<br />
(ACB) (STOCKHAM e SCOTT, 2008).<br />
Na Medicina Veterinária observamos dois tipos de<br />
reticulócitos: o agregado e o pontilhado (FELDMAN<br />
& SINK, 2006). O reticulócito agregado é uma célula<br />
eritróide mais imatura, maior e com coleções grosseiramente<br />
agrupadas de retículo (COWGILL et al.,<br />
2003). Na maior parte das espécies domésticas este<br />
é o único tipo de reticulócito encontrado. Os gatos,<br />
no entanto, apresentam mais de um tipo de reticulócito<br />
(THRALL, et al, 2012), além do agregado, semelhante<br />
a outras espécies, possui também o pontilhado<br />
(figura 1). O reticulócito pontilhado é menor,<br />
mais maduro e quando corado apresenta dois a seis<br />
pequenos grânulos de retículos esparsos (VALLE et<br />
al., 2019; COWGILL et al., 2003). É a fase seguinte<br />
da maturação do reticulócito agregado (STOCKHAM<br />
e SCOTT, 2008).<br />
Figura 1: Reticulócitos pontilhados e agregado em<br />
amostras de um gato doméstico com volume globular<br />
de 21%. Azul cresil brilhante, objetiva óptica<br />
de imersão (100x).<br />
A contagem de reticulócitos é considerada o padrão<br />
ouro na avaliação da resposta medular do animal à<br />
anemia (BARGER, 2003), utilizada para classificar<br />
as anemias em regenerativa (reticulocitose) e não<br />
regenerativa (reticulocitopenia ou contagens basais<br />
em anemias intensas). Além de auxiliar na classificação<br />
da anemia, a contagem de reticulócitos também<br />
é utilizada para avaliar a integridade da medula<br />
óssea e para monitorar o efeito da terapia instituída<br />
(COWGILL et al., 2003). A reticulocitose – aumento<br />
do número de reticulócitos circulantes – ocorre em<br />
animais anêmicos, com medula óssea funcional e<br />
responsiva, como nos casos de perda de sangue, hemólise<br />
ou em pacientes que estejam respondendo<br />
a terapia. Entretanto, animais anêmicos, com distúrbios<br />
medulares, apresentam eritropoiese deprimida<br />
ou diminuição da concentração ou atividade de eritropoietina<br />
(EPO) e, dessa forma, observa-se contagem<br />
de reticulócitos normal ou diminuída (PEREIRA<br />
et al., 2008).<br />
Para executar a técnica corretamente o sangue<br />
não pode estar hemolisado, deve-se coletar a<br />
amostra em EDTA e a contagem ser feita em até<br />
6h (COWGILL et al., 2003). Volumes iguais de<br />
sangue devem ser adicionados ao NAM, misturados<br />
e mantidos a temperatura ambiente por,<br />
pelo menos 15 minutos (STOCKHAM e SCOTT,<br />
2008), ou submetidos a 37º por 20 minutos<br />
(DACIE et al., 2011).<br />
0 122<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab | Março 2021
Registra-se número de reticulócitos observados a<br />
cada 1.000 eritrócitos maduros. Para gatos, alguns<br />
laboratórios contam apenas reticulócitos agregados,<br />
enquanto outros contam agregados e pontilhados<br />
e registram ambos (STOCKHAM e SCOTT, 2008). O<br />
número de reticulócitos observados a cada 1.000<br />
eritrócitos resulta na contagem percentual (RP).<br />
Alguns autores acreditam que a porcentagem de reticulócitos<br />
corrigida (PRC) seja mais adequada para<br />
a interpretação da resposta medular (STOCKHAM e<br />
SCOTT, 2008). A PRC é obtida através da multiplicação<br />
da PR pela razão entre o volume globular (VG)<br />
do paciente e do VG médio da espécie (45% para<br />
cães e 37% para gatos) (D’AVILA, 2011). O intervalo<br />
de referência, indicativo de regeneração, para a PR e<br />
para a PRC deve ser o mesmo: superior à 1% para<br />
cães e 0,4% para gatos.<br />
A concentração de reticulócitos (CR), também<br />
chamada de contagem absoluta de reticulócitos<br />
é expressa pelo número de reticulócitos por µL de<br />
sangue, obtido pela porcentagem de reticulócitos<br />
multiplicada pelo número de eritrócitos do paciente<br />
e, é considerada por muitos autores, como<br />
parâmetro preferido para a interpretação (COWGILL<br />
et al., 2003). Valores acima de 60.000 reticulócitos<br />
agregados/μL de sangue em cães e acima de 15.000<br />
reticulócitos agregados/μL de sangue em gatos e<br />
200.000 reticulócitos pontilhados/μL de sangue em<br />
gatos indicam uma reticulocitose.<br />
Por fim, o índice de produção de reticulócitos (IPR)<br />
possui um cálculo que envolve a estimativa do tempo<br />
de efeito da eritropoietina sobre a medula óssea,<br />
até a liberação de reticulócitos, bem como o tempo<br />
de maturação dos reticulócitos, que está correlacionada<br />
com a gravidade da anemia (D’AVILA, 2011).<br />
Referências<br />
BARGER, A. M., The Complete Blood Cell Count: A Powerful<br />
Diagnostic Tool. Vet Clin Small Anim, v. 33, p. 1207<br />
- 1222, 2003.<br />
COWGILL, E. S.; NEEL, J. A.; GRINDEM C. B., Clinical Application<br />
of Reticulocyte Counts in Dogs and Cats. Vet Clin Small<br />
Anim, v. 33, p. 1223 - 1244, 2003.<br />
D´AVILA, A. E. R. Parâmetros hematológicos e classificações<br />
de anemia em uma população de cães atendidos no LACVET<br />
- UFRGS. 2011. Monografia (Residência Médica em Patologia<br />
Clínica Veterinária) - Faculdade de Veterinária, Universidade<br />
Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2011.<br />
DACIE, J. V. et al. Pratical Hematology. 11. ed. [S. l.]: Elsevier,<br />
2011. 650 p. ISBN 9780702034084.<br />
FELDMAN, B.F. & SINK, C.A. Eritrócitos. In: Urinálise e Hematologia.<br />
São Paulo: Roca, 2006. p.75 – 96.<br />
PEREIRA, P.M.; SEKI, M.C.; PALMA, P.V.B., Contagem de Reticulócitos<br />
de Cães Saudáveis ou Anêmicos pela Citometria de<br />
Fluxo, Arq. Bras. Med. Vet. Zootec., v. 59, n. 1, p. 66-70, 2008.<br />
STOCKHAM, S. L.; SCOTT, M. A. Fundamentals of veterinary<br />
clinical pathology. 2. ed. Ames, Iowa: Blackwell Publishing,<br />
908p, 2008.<br />
THRALL, M A.; BAKER D.C.; CAMPBELL T.W.; et al. Veterinary<br />
Hematology and Clinical Chemistry. 2 ed, Wiley-Blackwell,<br />
762p, 2012.<br />
VALLE, S.F. et al. Correlações entre as contagens de reticulócitos<br />
manual e automática em amostras de felinos<br />
anêmicos. Arq. Bras. Med. Vet. Zootec., [s. l.], v. 71, n. 2,<br />
p. 577-583, 2019.<br />
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tem sido uma parte essencial de nosso<br />
laboratório para testagem de vigilância de<br />
SARS-CoV-2. Em uma comparação recente,<br />
descobrimos que o Echo 525, que dispensa<br />
o uso de ponteiras (tip-less) e é livre de<br />
contato durantes as transferencias, fornece<br />
dados muito confiáveis e sensíveis para o<br />
prepraro de reações de RT-qPCR a 5 µL em<br />
faixa de concentração de 2,1-200 cópias /µL."<br />
Dr. Andrea Crisanti, Professor de Microbiologia<br />
da Universidade de Pádua.<br />
Introdução<br />
A descoberta da doença do coronavírus 2019<br />
(COVID-19), também conhecida como SARS-<br />
CoV-2, em Wuhan,China, levantou um alerta<br />
público global 1. Este vírus mortal e altamente<br />
infeccioso fez com que o mundo tomasse<br />
medidas sérias, visto que o número de casos<br />
confirmados tem aumentado continuamente<br />
desde que foi relatado o primeiro caso. O<br />
governo chinês alertou que são necessários<br />
esforços internacionais para superar esse surto.<br />
A professora Andrea Crisanti 2, da Universidade<br />
de Pádua, respondeu imediatamente a essa<br />
pandemia iniciando um método de RT-qPCR de<br />
alto rendimento, automatizado e de baixo custo<br />
para testar milhares de amostras de RNA a partir<br />
de swabs na área do Veneto, no norte da Itália.<br />
Life Sciences e tem sido uma parte essencial desses eluídos em um volume final de 100 μL usando<br />
estudos econômicos e de alto rendimento. Com alta um Sistema MagNA Pure 96. Realizou-se<br />
precisão e exatidão o Echo 525 até 25 nL permitiu<br />
que os ensaios de RT-qPCR fossem realizados com<br />
sucesso em volumes reduzidos de 5 µL em placas de<br />
formato de 384 poços em vez de 25 µL em placas<br />
de 96 poços. Para a reação de 5 µL, utilizou-se 1 µL<br />
de amostra extraída de RNA de swabs nasais e 4<br />
µL de pré mix de RT-qPCR, incluindo os primers e<br />
a detecção de RNA de SARS-CoV-2 por um<br />
método in house de PCR em tempo real, que foi<br />
desenvolvido de acordo com o protocolo, primers<br />
e sondas projetadas por Corman et al.3 visando<br />
os genes de RNA polimerase dependente de RNA<br />
e envelope (E) (E_Sarbeco_F, E_Sarbeco_R,<br />
E_Sarbeco_P1) de SARS-CoV-2 (RdRp: RdRp_<br />
sondas. A redução de volume de reação de RT-qPCR SARSr-F, RdRp_SARSr-R, RdRP_SARSr-P1 e<br />
tem sido essencial para se utilizar menos reagente RdRp_SARSr-P2).<br />
mas manter um alto nível de detecção (LoD) de 2,1<br />
cópias/µL para uma única amostra.<br />
Usando-se este método, o grupo foi capaz<br />
de estudar até 5.000 amostras por dia com<br />
Ácidos nucleicos totais foram purificados a partir<br />
de 200 μL de amostras de swab nasofaríngeo e<br />
tempo de retorno rápido de 15 minutos<br />
contra 3 horas para a configuração de reação.<br />
Figura 1. Fluxo de trabalho da análise de carga viral de RNA no laboratório do Prof. Crisanti<br />
O Echo 525 é um equipamento de trasnferência<br />
de líquidos e pipetagem automática acústico que<br />
dispensa ponteiras (tipless) da Beckman Coulter<br />
0 126<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab | Março 2021
Testes de comparação entre o equipamento Echo 525 e equipamento de transferência de<br />
líquidos automático que utiliza ponteiras<br />
Foram testadas sete amostras de RNA de baixa concentração de extratos de swab nasal, em 10<br />
repetições no Echo 525 e um pipetador automático utilizando ponteiras.<br />
Tabela 1. Comparação de valores de Ct entre reações de RT-qPCR com configuração usando 2 métodos diferentes a 25 e 5 µL.<br />
A comparação do LoD entre as reações de 25 e de<br />
5 µL demonstrou:<br />
• 0,82 cópias/µL para reação de 25 µL em placa<br />
PCR de 96 poços e termociclador 7900HT Fast<br />
Real-Time com input de 5µl de amostra de<br />
RNA extraído.<br />
INFORME DE MERCADO<br />
• 2,1 cópias/µL para reação de 5 µL em<br />
placa PCR de 384 poços e termociclador<br />
QuantStudio 5 com1 µL de input de amostra<br />
de RNA extraído.<br />
Além disso, como o Echo é uma tecnologia<br />
acústica que não emprega ponteiras, isso<br />
reduz o uso de ponteiras descartáveis, o que<br />
é extremamente importante devido à alta<br />
demanda por ponteiras durante a pandemia<br />
de SARS-CoV-2.<br />
"Em nossas mãos, o Echo permitiu reduzir o tempo<br />
de retorno e tempo de manipulação em 92% e 75%,<br />
respectivamente; e diminuiu o custo de reagente para<br />
RT-qPCR em 80%. Além disso, o fato de não se usar<br />
ponteiras de plástico foi um divisor de águas em nosso<br />
laboratório quando as ponteiras estão em grande<br />
demanda devido à pandemia." Dr. Andrea Crisanti,<br />
Professor de Microbiologia na Universidade de Pádua<br />
O mesmo tipo de comparação entre os dois<br />
equipamentos de pipetagem automática foi<br />
estendido para quatro placas de 96 poços em<br />
equipamento utilizando ponteiras (25 µL) versus<br />
Echo 525 com amostras de 384 poços (5 µL).<br />
Também foram incluídas quatro amostras de<br />
controle positivo (RNA de Ribonuclease P humana)<br />
e 25 amostras em branco. Os dados da comparação<br />
do valor de Ct apresentaram o seguinte resultado:<br />
• 15 amostras com carga viral de RNA semelhantes<br />
nos dois sistemas, com Ct variando entre 17 e 35<br />
• 13 amostras exibindo carga viral somente<br />
quando analisadas com o instrumento Echo 525<br />
em placas de 384 poços e com termociclador<br />
QuantStudio 5. Dessas 13 amostras:<br />
- Oito amostras foram confirmadas como tendo<br />
carga viral usando-se outros métodos.<br />
- Cinco amostras não foram monitoradas.<br />
A comparação de dois conjuntos de dados<br />
demonstra que configurar as reações de RT-qPCR<br />
em 5 µL, usando o Echo 525 em placas de 384<br />
poços não causa nenhuma perda de identificação<br />
de amostras com carga viral.<br />
O LoD foi avaliado testando 32 replicatas em 10<br />
diferentes concentrações de amostras de RNA<br />
com mais de 95% de positividade.<br />
A sensibilidade do ensaio foi aperfeiçoada<br />
usando o Echo 525 para configurar a reação<br />
de 5 µL em placa de 384 poços e QuantStudio<br />
5, em comparação com o uso de um pipetador<br />
automático utilizando ponteiras descartáveis<br />
para configurar uma reação de 25 µL em placa<br />
de PCR de 96 poços e 7900HT PCR Fast Real-<br />
Time. Esse resultado também pode ser atribuído<br />
à combinação do uso de um termociclador<br />
diferente com melhor transferência de calor para<br />
volumes menores.<br />
Figura 2. Curvas de amplificação para amostras de uma placa de 384 poços, com 2 controles positivos (destaque em verde) e uma<br />
amostra positiva (destaque em amarelo), e as amostras negativas ou controles negativos (curvas em azul de linha de base).<br />
• 327 amostras sem carga viral de RNA nos dois<br />
sistemas<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab | Março 2021<br />
0 127
INFORME DE MERCADO<br />
Resumo<br />
O aperfeiçoamento dos testes de vigilância e a<br />
detecção precoce da transmissão do SARS-CoV-2 em<br />
locais que ainda não foram afetados pelo vírus são<br />
fundamentais para controlar sua propagação e reduzir<br />
a substancial carga na saúde pública, econômica e<br />
social imposta pela COVID-19 em todo o mundo.<br />
Equipamentos como o Echo 525 permitem aplicações<br />
rápidas, econômicas e de alto rendimento, como<br />
estes estudos populacionais, tornando-os menos<br />
trabalhosos e reduzindo os volumes de reagentes<br />
e, portanto, o custo. Além disso, a tecnologia que<br />
dispensa ponteiras permite programas de testes<br />
mais sustentáveis e reduz ainda mais os custos,<br />
reduzindo o número de ponteiras descartáveis<br />
usadas em cada fluxo de trabalho.<br />
Figura 3. Membros do laboratório do grupo do Dr. Crisanti na Universidade de Pádua, Itália.<br />
As vantagens do fluxo de trabalho permitido pelo<br />
Echo no laboratório incluem:<br />
• Fácil de usar: A plataforma e o software do Echo<br />
são fáceis de usar e operar.<br />
A redução dos volumes de reação e o aumento da<br />
velocidade de configuração de reação usando o<br />
equipamento Echo também pode permitir uma<br />
escala maior nos testes de ~1.300 amostras/dia<br />
para até ~5.000 amostras/dia.<br />
Destaques<br />
No laboratório do Professor Crisanti, o método<br />
padrão antes de ter um Pipetador Automático Echo<br />
525 consistia em usar um Pipetador Automatico<br />
com uso de ponteiras descartáveis e uma placa<br />
de 96 poços em conjuneto com Sistema de PCR<br />
7900HT Fast Real-Time. O Echo 525 foi adicionado<br />
ao laboratório para tornar mais enxuta a<br />
configuração das reações de RT-qPCR pós-extração<br />
usando placa de 384 poços em conjunto com o<br />
QuantStudio 5 Real-Time PCR.<br />
• Redução do tempo de manipulação: 75% mais<br />
rápido no Echo (de 8 horas para 2 horas)<br />
• Redução do custo do reagente: 80% de economia<br />
(de 25 µL RT-qPCR para 5 µL)<br />
• Tempo de retorno mais rápido: tempo 92% mais rápido<br />
da amostra até os dados (de 3 horas para 15 minutos)<br />
• Diminuição do consumo de ponteiras de plástico,<br />
contribuindo com a sustentabilidade e evitando<br />
problemas com a cadeia de suprimento de ponteiras<br />
• Baixa manutenção: Usuários não precisam fazer<br />
calibração de líquido nem manutenção demorada<br />
• Necessidade de menos termocicladores: Passando<br />
de placas de 96 poços para 384 poços, são necessárias<br />
menos termocicladores, o que também é importante<br />
devido à alta demanda por termocicladores de 96<br />
poços durante a pandemia.<br />
Referências<br />
1. World Health Organization. Novel Coronavirus (COVID-19)<br />
Situation. covid19.who.int (2020)<br />
2. Crisanti. A. et al. Suppression of COVID-19 outbreak in the municipality<br />
of Vò, Italy. medrxiv.org/content/10.1101/2020.04.17.20053157v1<br />
3. Corman. V.M. et al. Detection of 2019 novel coronavirus<br />
(2019-nCoV) by real-time RT-PCR. Eurosurveillance Vol. 25 doi:<br />
10.2807/1560-7917.ES.2020.25.3.2000045 (2020)<br />
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0 128<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab | Março 2021
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Procedimentos menos invasivos, mais rápidos<br />
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simbolizam cada vez mais a medicina<br />
moderna.<br />
INFORME DE MERCADO<br />
Inserido exatamente dentro desses critérios,<br />
o KIT SALIVA KOLPLAST oferece ao mercado de<br />
análises clínicas a opção ideal para coleta e<br />
processamento biomolecular de material para<br />
diagnóstico do COVID 19.<br />
O Laboratório IPOG, em sua sede em São<br />
Paulo no bairro Moema, montou uma área<br />
totalmente dedicada e exclusiva para processamento<br />
de exames para doenças respiratórias,<br />
tendo como carro-chefe, exames para a<br />
Covid-19. Com uma equipe exclusiva com especialistas<br />
nesta área, totalmente dedicados<br />
ao processamento deste tipo de exame o Laboratório<br />
IPOG possui um excelente prazo de<br />
liberação, o RT-PCR para a Covid-19, muitas<br />
vezes é liberado em menos de 24 horas.<br />
De acordo com o laboratório, são muitas as<br />
vantagens da coleta de RT-PCR pela saliva e eles<br />
passarão a fazê-la a partir de março deste ano.<br />
1. Menos invasiva, sendo necessário apenas<br />
uma amostra de 2ml de saliva do paciente;<br />
2. Maior praticidade;<br />
3. Possibilita realização de auto coleta, proporcionando<br />
um maior alcance de testagem e<br />
maior versatilidade para o setor de coleta de<br />
clínicas e laboratórios;<br />
4. É indolor e não causa qualquer incomodo.<br />
Excelente para crianças, idosos ou pessoas<br />
mais sensíveis à coleta nasofaringe;<br />
5. Altamente eficaz. Em nada difere na eficácia<br />
do resultado em comparação a coleta<br />
nasofaringe;<br />
6. Amostra tem maior estabilidade em temperatura<br />
ambiente.<br />
O emprego da saliva como matriz para pesquisa<br />
de patógenos e testes diagnósticos, não<br />
é exatamente uma novidade, mas o conforto e<br />
praticidade oferecidos pelo novo produto Kolplast<br />
vão muito além do convencional.<br />
O Kit é composto de um tubo rígido contendo<br />
a quantidade correta de meio preservante<br />
e um pequeno, delicado e prático funil que<br />
permite ao paciente depositar a saliva com<br />
segurança e sem perdas.<br />
Permite a auto coleta dispensando assim<br />
o auxiliar de laboratório qualificado, com<br />
evidentes vantagens econômicas para a Instituição.<br />
Afasta do paciente os temores de<br />
agulhas e swabs. Está feita a união do útil<br />
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<strong>Revista</strong> NewsLab | Março 2021<br />
0 129
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0 130<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab | Março 2021
PENSANDO EM ECONOMIA E GANHO NOS PROCESSOS<br />
LABORATORIAIS NO SETOR DE HEMATOLOGIA?<br />
O setor de hematologia para as pequenas<br />
e médias rotinas conta com o BC-5380<br />
– Mindray, que proporciona diferencial<br />
leucocitário em 5 partes e 27 parâmetros,<br />
velocidade de 60 amostras por hora, auto<br />
carregamento para 30 amostras e alimentação<br />
contínua. As metodologias são: difração<br />
e laser combinada com coloração<br />
química e avançada citometria de fluxo,<br />
com exclusivo canal para contagem de<br />
basófilos e impedância. Amostra de 20µl.<br />
INFORME DE MERCADO<br />
Os laboratórios clínicos buscam melhorias<br />
e padronização nos seus processos<br />
e fluxos de trabalho assim como nos resultados<br />
dos exames. O aumento do nível<br />
de automação e redução de erro humano<br />
e dos riscos de contaminação, tanto dos<br />
profissionais como das amostras. O BC-<br />
5380 permite análise completa do hemograma<br />
e liberação de até 80% da rotina<br />
de hematologia sem a necessidade de<br />
confecção de lâminas e microscopia. A<br />
redução da mão de obra nos processos<br />
permite realocar os recursos humanos<br />
para situações que exijam: análise crítica<br />
dos resultados ou controle de qualidade,<br />
processos manuais e atuação comercial. O<br />
resultado do hemograma com diferencial<br />
leucocitário em 5 partes proporciona a<br />
diminuição da confecção de lâminas e microscopia,<br />
sendo uma economia não somente<br />
em mão de obra como em material<br />
(lâminas e corantes). O auto carregamento<br />
diminui o tempo gasto em frente ao<br />
equipamento, automatizando o processo<br />
de amostragem, que é um processo repetitivo<br />
de abrir e fechar tubos de amostras<br />
e que pode proporcionar erros na identificação<br />
das amostras ou trocas acidentais,<br />
além do risco biológico. O BC-5380 traz<br />
elasticidade no ganho de capacidade em<br />
processar a rotina além de contar com o<br />
aumento na segurança e economia dos<br />
processos administrativos de transcrever<br />
os resultados no sistema, se o equipamento<br />
estiver interfaceado ao sistema de<br />
informação do laboratório (LIS).<br />
Para maiores informações, favor<br />
consultar-nos.<br />
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<strong>Revista</strong> NewsLab | Março 2021<br />
0 131
INFORME DE MERCADO<br />
EXAMES PODEM PREVER CHANCES DE<br />
DESENVOLVIMENTO DO CÂNCER<br />
DB Patologia apresenta testes que<br />
fazem a detecção da Síndrome de<br />
Lynch e tumores associados<br />
A Síndrome de Lynch é uma doença hereditária<br />
e se caracteriza pelos defeitos em genes<br />
chamados de “genes de reparo”. É comum, no<br />
corpo humano, que o DNA sofra agressões. Por<br />
isso, é de suma importância que o sistema de<br />
reparo seja eficaz. Esses genes são responsáveis<br />
por identificar e reparar essas agressões. Porém,<br />
se os genes responsáveis por essa função não<br />
estiverem funcionando adequadamente, as<br />
chances de uma célula com DNA não reparado<br />
se multiplicar sem controle são altas, levando<br />
ao surgimento de um câncer. Assim, a Síndrome<br />
de Lynch aumenta as chances de o indivíduo ter<br />
inúmeras neoplasias.<br />
Essa síndrome está muito associada, em<br />
grande parte, ao surgimento de câncer<br />
colorretal, sendo considerada um fator de risco<br />
de grande importância e está presente em 3%<br />
dos casos dessa enfermidade. Essa neoplasia é<br />
uma das mais incidentes no mundo. No Brasil,<br />
segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA),<br />
estima-se 41.010 novos casos diagnosticados<br />
(no triênio 2020-2022), afetando, com maior<br />
ocorrência, a população masculina com mais<br />
de 50 anos.<br />
Dr. Gregório Pereira, médico patologista e<br />
coordenador do setor de Imuno-histoquímica e<br />
Patologia Molecular do DB Patologia<br />
Unidade do DB Patologia.<br />
“O câncer colorretal já é uma doença muito<br />
comum entre os cânceres. A maioria dos<br />
casos não têm fator genético. Mas, há os<br />
casos identificados na Síndrome de Lynch, em<br />
que há o fator hereditário. As chances de se<br />
desenvolver a doença, nesses casos, são altas,<br />
chegando a 80%. Pode ocorrer também em<br />
indivíduos mais jovens”, explica o Dr. Gregório<br />
Pereira, médico patologista e coordenador<br />
do setor de Imuno-histoquímica e Patologia<br />
Molecular do DB Patologia.<br />
Para esses casos, o mais recomendado é o<br />
acompanhamento genético para indicação<br />
de métodos de rastreamento ao paciente e<br />
aos familiares próximos. A identificação da<br />
Síndrome de Lynch funciona como um alerta<br />
para o indivíduo diagnosticado e para todos<br />
os familiares consanguíneos. Assim, é possível<br />
tomar decisões mais assertivas em casos de<br />
detecção de câncer precoce, aumentando<br />
significativamente as chances de cura.<br />
O Diagnóstico<br />
A confirmação da Síndrome de Lynch pode ser<br />
feita por meio de exames moleculares, como PCR e<br />
sequenciamento, que têm como objetivo identificar<br />
mutações em genes relacionados. Há também<br />
o exame imuno-histoquímico, uma importante<br />
ferramenta para a identificação da instabilidade de<br />
microssatélites, presente nessa síndrome.<br />
“O exame imuno-histoquímico identifica<br />
a presença ou a ausência das proteínas<br />
produzidas pelos genes de reparo,<br />
determinando de maneira ‘indireta’ a<br />
disfunção desses genes. Testes moleculares,<br />
como o PCR, por sua vez, identificam a<br />
sequência genética que apresenta a mutação<br />
relacionada à síndrome. A utilização do teste<br />
molecular é indicada no caso de resultados<br />
indeterminados na imuno-histoquímica,<br />
incluindo discordância, dificuldade de<br />
interpretação ou perda da expressão<br />
de apenas uma proteína do sistema de<br />
reparação”, complementa o Dr. Gregório.<br />
É importante ressaltar que existem muitos<br />
outros tipos de câncer associados à Síndrome<br />
de Lynch. Entre eles, estão: carcinoma de<br />
ovário, carcinoma de endométrio, carcinoma<br />
de bexiga urinária, carcinoma sebáceo da<br />
pele e, até mesmo, leucemias.<br />
0 132<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab | Março 2021
LANÇAMENTOS FIRSTLAB: AGULHAS HIPODÉRMICAS E<br />
CURATIVO PÓS COLETA<br />
INFORME DE MERCADO<br />
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de vacinas ou medicamentos e coleta de<br />
sangue dentro das rotinas hospitalares e<br />
laboratoriais. Nossas agulhas são estéreis,<br />
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não tecido e o tipo de cola é Hot melt. Principal<br />
benefício: mais conforto e menos irritabilidade<br />
na pele. Por não terem látex em sua composição,<br />
possuem boa ventilação, facilidade de uso,<br />
formato anatômico e mais confortáveis. Outro<br />
diferencial é a composição do tampão (almofadinha).<br />
É TNT, tecido e não tecido. É mais absorvente<br />
e proporciona melhor suavidade e flexibilidade,<br />
pois se moldam nas dobras da pele.<br />
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<strong>Revista</strong> NewsLab | Março 2021<br />
0 133
INFORME DE MERCADO<br />
DOSAGEM HORMONAL PELO MÉTODO DE ELISA<br />
O sistema endócrino é composto por um<br />
grupo de glândulas e órgãos que regulam e<br />
controlam várias funções do organismo por<br />
meio da produção e secreção de hormônios.<br />
Os hormônios, por sua vez, são substâncias<br />
químicas que atuam como mensageiros, controlando<br />
e coordenando atividades em todo o<br />
corpo. Por isso mesmo, quando ocorrem alterações<br />
hormonais, o organismo pode apresentar<br />
alguns sintomas característicos, como<br />
excesso de fome, sono, mudanças de humor<br />
e até o crescimento desordenado de pelos. A<br />
realização de testes para dosagem hormonal,<br />
portanto, tem um papel fundamental para<br />
garantir a qualidade de vida do paciente, possibilitando<br />
a detecção precoce dos distúrbios<br />
hormonais e apoiando o médico na tomada de<br />
decisão sobre o melhor tratamento.<br />
A dosagem hormonal pelo método de ELISA<br />
de competição é capaz de detectar moléculas<br />
muito pequenas, fazendo isso por meio do revestimento<br />
dos poços das placas com anticorpos<br />
específicos para o hormônio que se deseja<br />
avaliar. Assim, o resultado do teste aponta a<br />
quantidade de hormônios na amostra de forma<br />
altamente específica e sensível.<br />
A EUROIMMUN Brasil expandiu sua linha de<br />
testes com foco em distúrbios de hormônios<br />
sexuais e metabólicos, permitindo a identificação<br />
e diferenciação com segurança a partir<br />
de amostras de soro e/ou plasma humano.<br />
Nosso portfólio inclui os seguintes testes para<br />
alterações hormonais:<br />
• DHEA - Dehidroepiandrosterona<br />
Funciona como marcador útil da síntese de<br />
androgênio adrenal. Alterações nos níveis de<br />
DHEA podem ocorrer no hipo-adrenalismo e<br />
em outras condições, incluindo adenoma e<br />
carcinoma adrenal virilizante.<br />
• T3 reversa<br />
A T3 reversa é um valioso biomarcador do<br />
metabolismo e função dos hormônios tireoidianos.<br />
Sua dosagem pode ser útil para diferenciar<br />
o diagnóstico entre pacientes com hipotireoidismo<br />
central e aqueles com síndrome<br />
de T3 baixo.<br />
• 17-OH Progesterona<br />
A dosagem de 17-OH progesterona possibilita<br />
a diferenciação no diagnóstico da HAC e pode<br />
ser dividida nas formas clássicas e não-clássicas,<br />
com a quantidade de enzimas reduzidas.<br />
• Estrona<br />
Hormônio esteróide, da classe dos estrogênios,<br />
responsável pelo desenvolvimento e função<br />
dos órgãos sexuais femininos, além da regulação<br />
do crescimento e da densidade óssea.<br />
• DHT - Dihidrotestosterona (DHT)<br />
5α-dihidrotestosterona (DHT) pertence à<br />
classe dos andrógenos. Alterações nos níveis<br />
de DHT podem estar relacionados à hirsutismo<br />
idiopático e ovários policísticos e à aplasia de<br />
células germinativas e azoospermia.<br />
EUROIMMUN<br />
Eurohub – Hub de geração e disseminação<br />
do saber científico<br />
0 134<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab | Março 2021
Identifique e diferencie<br />
com segurança distúrbios<br />
no equilíbrio de hormônios<br />
metabólicos e sexuais.<br />
A medicina diagnóstica tem um papel<br />
importante na saúde hormonal.<br />
O diagnóstico assertivo pode ser<br />
realizado através de soluções pelo<br />
método de ELISA.<br />
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Apresentação Nome registrado na ANVISA Registro<br />
EQ 6154 9601 96 x 01 (96) Dehidroepiandrosterona (DHEA) ELISA 10338930241<br />
EQ 6165-9601 96 x 01 (96) Estrona ELISA<br />
10338930244<br />
EQ 6163-9601 96 x 01 (96) 17-OH-Progesterona ELISA 10338930242<br />
EQ 6152-9601 96 x 01 (96) Dihidrotestosterona ELISA 10338930240<br />
EQ 1016-9601-9 96 x 01 (96) T3 Reversa<br />
10338930243<br />
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Americana, 25 de Janeiro 2021 – Estamos<br />
expostos a acidentes diariamente, independente<br />
do cenário ao qual fazemos parte. Na área da<br />
saúde não é diferente, lesões por perfurocortantes<br />
é um risco presente e uma das causas mais<br />
frequentes de acidentes com profissionais da<br />
saúde. O maior risco envolvido, é a contaminação<br />
por contato com materiais biológicos ou<br />
dispositivos contaminados.<br />
Atualmente, existem mais de 20 patógenos<br />
conhecidos que podem ser transmitidos pelo<br />
contato direto com o sangue contaminado, sendo<br />
os mais perigosos o HBV, HCV e HIV. Estudos<br />
comprovam que é dez vezes mais provável<br />
contrair esses vírus em ambientes hospitalares<br />
do que em ambientes externos.<br />
Implementar medidas de proteção à segurança<br />
e à saúde desses profissionais é fundamental<br />
e está previsto na NR-32, que estabelece as<br />
normas para a prevenção de riscos de acidentes<br />
com materiais perfurocortantes. Prevenir é a<br />
forma de proteção mais eficiente e a linha Safety<br />
VACUETTE®, da Greiner Bio-One oferece uma<br />
ampla gama de produtos seguros e inovadores,<br />
o que permite personalizar a coleta de acordo<br />
com os diferentes tipos de acesso venoso. Veja<br />
algumas das soluções disponíveis:<br />
Os Adaptadores de Segurança QUICKSHIELD são<br />
de uso único e contém um escudo de proteção<br />
com rotação de 360°, que pode ser posicionado<br />
em qualquer direção, facilitando para destros e<br />
canhotos, sem alteração na técnica utilizada para<br />
punção. Finalizada a coleta, basta pressionar o<br />
escudo contra uma superfície rígida até ouvir<br />
um clique, indicando que o sistema foi ativado e<br />
permanentemente travado.<br />
Os Escalpes com Trava de Segurança VACUETTE®<br />
possuem um mecanismo de segurança que<br />
reduz a taxa de lesões por agulhas em até 60%<br />
quando comparado ao uso de um escalpe sem<br />
mecanismo de segurança. A trava de segurança<br />
com mecanismo manual, permite total controle<br />
no momento da retirada do dispositivo, pois a<br />
agulha desliza delicadamente junto a cânula de<br />
proteção e um clique audível confirma que a<br />
trava foi acionada. Além disso, o escalpe possui<br />
uma antecâmara pela qual é possível visualizar o<br />
fluxo sanguíneo assim que a punção é realizada.<br />
O resultado é mais segurança para o profissional<br />
e pacientes cada vez mais satisfeitos.<br />
Ainda falando de prevenção, a linha PREMIUM<br />
dos renomados Tubos VACUETTE® para coleta<br />
de sangue à vácuo, trazem mais confiança e<br />
segurança, pois possuem tampa com rosca,<br />
garantia total para o transporte seguro das<br />
amostras e evitam o efeito aerossol no momento<br />
da abertura dos tubos.<br />
Acesse o site da Greiner Bio-One para saber mais<br />
sobre estes e outros produtos da Linha Safety, ou<br />
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Sediada em Kremsmünster, na Áustria, a Greiner<br />
possui quatro divisões operacionais, a Greiner<br />
Packaging, Greiner Bio-One, Greiner Foam e<br />
Greiner Extrusion, atuando em vários setores<br />
como na produção de espuma e processadores<br />
de plásticos para os setores de embalagens,<br />
móveis, esporte, automotivo, tecnologia médica<br />
e farmacêutica. Também está entre os principais<br />
fabricantes de linhas, ferramentas e plantas de<br />
extrusão. Em 2017, a Greiner empregou mais<br />
de 10 mil funcionários nas 139 subsidiárias<br />
distribuídas em 33 países. www.greiner.com<br />
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<strong>Revista</strong> NewsLab | Março 2021
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• Pode ser utilizado como back up dos equipamentos automatizados.<br />
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<strong>Revista</strong> NewsLab | Março 2021
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GASOMETRIA I15 LABTEST<br />
Portátil, leve e de fácil operação, o sistema de<br />
gasometria i15 Labtest é a solução ideal para<br />
quem busca um sistema completo e versátil,<br />
que permite realizar análises em ambientes<br />
laboratoriais e hospitalares.<br />
O sistema é automático e pode-se utilizar<br />
amostras de sangue total arterial ou venoso,<br />
coletadas em heparina lítica ou heparina<br />
balanceada com cálcio, incluindo gasometria<br />
capilar.<br />
• Sempre pronto para realizar o teste, o sistema<br />
utiliza apenas 140 µL de amostra e os resultados<br />
são obtidos em 48 segundos, após a aspiração da<br />
amostra. A bateria tem autonomia para 50 testes<br />
contínuos.<br />
• Até 34 parâmetros por amostra:10 parâmetros<br />
medidos (pH, pCO2, pO2, Na+, K+, Ca++, Cl-,<br />
Glu, Lac e Hct) e 24 parâmetros calculados.<br />
• Cartuchos individuais e de uso único que<br />
possuem microssensores para determinação dos<br />
parâmetros por potenciometria, amperometria e<br />
condutimetria.<br />
• O sistema requer baixa manutenção: com<br />
tecnologia inovadora de controle de líquidos, a<br />
amostra fica confinada no cartucho e não entra<br />
em contato com o sistema operacional interno.<br />
• Garantia de exatidão e precisão nos resultados:<br />
calibração automática a cada amostra, três níveis<br />
de controle de qualidade e simulações internas.<br />
• Com impressora embutida e software<br />
configurável para melhor atender a sua rotina,<br />
é capaz de armazenar até 10.000 dados de<br />
pacientes e 5.000 dados de CQ.<br />
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INFECÇOES INTESTINAIS – ADENOVÍRUS E ROTAVÍRUS<br />
A gastroenterite é uma inflamação do trato digestivo<br />
que atinge principalmente o estômago e o<br />
intestino. Os principais sintomas incluem náuseas,<br />
vômitos, diarreia aquosa, dor abdominal e cólicas,<br />
muitas vezes são acompanhados de inchaço, febre<br />
alta, calafrios, dor de cabeça e cansaço físico.<br />
As causas mais comuns das gastroenterites<br />
são agentes virais, bactérias, parasitas e as intoxicações<br />
alimentares. Dentre as infecções virais,<br />
podemos citar, rotavírus, norovírus, astrovírus,<br />
adenovírus e sapovírus .<br />
As gastroenterites acometem com maior incidência<br />
os países em subdesenvolvidos ou em<br />
desenvolvimento, devido as precárias condições<br />
de saneamento básico, má qualidade da água<br />
potável e fatores de riscos nutricionais. Embora<br />
nos países desenvolvidos a morte por doença<br />
diarreica seja relativamente baixa, a patologia<br />
continua como um importante fator de morbidade,<br />
demandando elevados custos.<br />
Segundo dados da Organização Mundial da<br />
Saúde (OMS), anualmente são registrados no<br />
mundo 2 bilhões de casos de doença diarreica e<br />
1,9 milhões de crianças com menos de 5 anos de<br />
idade são levadas a óbito.<br />
A LumiraDx possui em seu portfolio testes rápidos<br />
para a detecção qualitativa de Rotavírus e<br />
Adenovírus em amostras de fezes permitindo o<br />
diagnóstico preciso e conduta terapeutica adequada<br />
as infecções instestinais.<br />
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0 140<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab | Março 2021
COM A APROXIMAÇÃO DA SEMANA DE LUTA CONTRA<br />
A TUBERCULOSE, ESPECIALISTAS DESTACAM A<br />
IMPORTÂNCIA DE EXAME QUE DETECTA A DOENÇA EM<br />
SUA FASE LATENTE (ILTB)<br />
INFORME DE MERCADO<br />
A tuberculose (TB) é uma doença séria e<br />
altamente contagiosa. Segundo dados do<br />
Relatório Global da Tuberculose 2020, 10<br />
milhões de pessoas foram infectadas pelo<br />
Mycobacterium tuberculosis, com 1,2 milhão<br />
de óbitos em todo o mundo, ao longo de<br />
2019. No Brasil, foram registrados 96 mil<br />
novos diagnósticos no mesmo período,<br />
sendo 6.700 fatais. Em 2018, a OMS lançou<br />
a campanha global “Unidos Para Acabar com<br />
a Tuberculose”, com o objetivo de erradicá-la<br />
até 2030.<br />
Uma das maneiras mais efetivas de prevenir<br />
a transmissão e erradicar a doença se dá pelo<br />
diagnóstico e tratamento precoces da TB ativa<br />
e da prevenção reativa da doença, através do<br />
tratamento da (ILTB). “Embora a tuberculose<br />
seja curável, quanto antes o tratamento for<br />
feito, menor será o sofrimento do paciente,<br />
assim como a taxa de disseminação da<br />
doença. Para o diagnóstico da ILTB, hoje<br />
existem testes mais precisos e assertivos”,<br />
comenta a médica infectologista e diretora<br />
clínica do Instituto Clemente Ferreira, Dra.<br />
Denise Silva Rodrigues.<br />
Entre os métodos para identificar a ILTB<br />
recomendados pela OMS, está o teste IGRA<br />
- QuantiFERON – TB Gold Plus. Desenvolvido<br />
pela QIAGEN, o exame é feito com uma<br />
amostra de sangue e requer apenas uma<br />
visita ao médico, apresentando resultado<br />
rápido e seguro.<br />
Além disso, a testagem da ILTB é indicada<br />
principalmente para pessoas que compõe<br />
o chamado grupo de risco da doença,<br />
como portadores de HIV positivo, pessoas<br />
que recebam tratamento anti-TNF-alfa ou<br />
imunossupressores, pessoas que tiveram<br />
contato com portadores da enfermidade,<br />
crianças abaixo de 5 anos, profissionais<br />
da área da saúde, imigrantes e população<br />
privada da liberdade.<br />
Em breve teste IGRA QuantiFERON-TB Gold<br />
Plus estará disponível em toda rede SUS<br />
e também em todos os planos de saúde a<br />
partir de 01/04/2021 com DUT.<br />
QIAGEN Brasil<br />
vendas.brasil@qiagen.com<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab | Março 2021<br />
0 141
INFORME DE MERCADO<br />
EM TEMPOS DE COVID-19, TAMBÉM É NECESSÁRIO<br />
COMBATER A DENGUE<br />
“Simultaneamente à guerra contra a Covid-19,<br />
o Brasil não pode esmorecer na luta contra outra<br />
inimiga da saúde pública, a dengue, que teve<br />
cerca de um milhão de casos em 2020”, alerta<br />
o médico sanitarista Alexandre Chieppe, diretor<br />
médico da MedLevensohn, salientando: “No<br />
combate e prevenção desta doença, cada brasileiro<br />
pode e deve fazer sua parte, eliminando os<br />
criadouros do mosquito Aedes aegypti, transmissor<br />
dos vírus causadores da infecção. Para isso,<br />
não se pode deixar água parada em nenhuma<br />
superfície das casas, terrenos e quintais. Também<br />
se recomenda instalar telas de proteção em janelas<br />
e portas, uso de produtos repelentes na pele<br />
e roupas que protejam braços e pernas, em áreas<br />
expostas ao inseto.<br />
O boletim epidemiológico mais recente do<br />
Ministério da Saúde revela que, entre janeiro e<br />
novembro do ano passado, ocorreram 971.136<br />
casos de dengue no País, com 528 mortes.<br />
Maiores incidências verificaram-se nas regiões<br />
Centro-Oeste (1.187,4 por 100 mil habitantes),<br />
Sul (931,3/100 mil) e Nordeste (258,6/100 mil).<br />
“Tais dados epidemiológicos podem parecer pouco<br />
graves na comparação com os da Covid-19,<br />
que já matou mais de 220 mil brasileiros, mas<br />
são muito preocupantes, pois se trata de uma<br />
enfermidade epidêmica em crescimento e para<br />
a qual ainda não há vacina no sistema público,<br />
com capacidade de acesso muito baixa”, explica<br />
Chieppe.<br />
De 2018 para 2019, o Brasil já havia registrado<br />
aumento de 488% no número de casos de dengue.<br />
Em 2020, como demonstram os números, a<br />
expansão continuou, agravada pela simultaneidade<br />
com o novo coronavírus. Um dos problemas<br />
está na capacidade do sistema de saúde para<br />
atender às demandas relativas a uma gravíssima<br />
pandemia juntamente com uma epidemia nacional,<br />
agravada no período de chuvas, no qual a<br />
reprodução do mosquito é favorecida.<br />
“Um aspecto complicador é que os sintomas<br />
das duas doenças apresentam algumas semelhanças,<br />
confundindo-se também com a gripe,<br />
principalmente no início das duas infecções”,<br />
lembra o diretor médico da MedLevensohn. A<br />
dengue costuma apresentar febre alta, de até<br />
40 graus, dor de cabeça, muscular e nas articulações,<br />
cansaço, indisposição, enjoos e vômitos.<br />
Essas manifestações passam entre cinco e sete<br />
dias. Porém, há casos mais graves, hemorrágicos,<br />
que exigem tratamento imediato e, na maior<br />
parte das vezes, internação hospitalar. Os sintomas<br />
congruentes mais comuns da Covid-19 são<br />
febre, cansaço e dores no corpo. Tosse seca, dor<br />
de garganta e perda de olfato e paladar são sinais<br />
mais característicos da enfermidade pandêmica.<br />
Para as duas doenças não há tratamento cientificamente<br />
reconhecido como eficaz para a cura,<br />
processada pela reação natural do organismo.<br />
Em ambas, são tratados apenas os sintomas,<br />
com medicamentos que variam de acordo com<br />
as características dos pacientes e gravidade das<br />
infecções. Os pacientes mais graves requerem<br />
internação hospitalar. Os que são tratados em<br />
casa não devem tomar remédios, nem mesmo<br />
analgésicos, sem orientação médica. Em caso de<br />
dengue, por exemplo, é imprópria a administração<br />
de ácido acetilsalicílico (Aspirina, Melhoral e<br />
AAS, por exemplo).<br />
“Em caso de sintomas, é importante consultar<br />
o médico, para que se identifique o mais rapidamente<br />
possível qual doença está acometendo a<br />
pessoa, para o devido tratamento”, orienta Alexandre<br />
Chieppe, lembrando haver um teste rápido<br />
da MedLevensohn (Dengue- anticorpos IgG e<br />
IgM), que é um grande aliado no diagnóstico e<br />
controle da enfermidade. “Temos de fazer todos<br />
os esforços no sentido de vencer a dengue no<br />
Brasil, da mesma maneira e ao mesmo tempo<br />
em que enfrentamos a Covid-19”, conclui.<br />
MedLevensohn<br />
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Central de Atendimento: 4003-9021<br />
Sac / Assistência Técnica: 0800 722 2393<br />
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0 142<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab | Março 2021
INFORME DE MERCADO<br />
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A Laborline é uma empresa 100% brasileira, sua<br />
credibilidade está relacionada à constante atenção<br />
e dedicação no desenvolvimento de produtos<br />
duráveis, buscando inovação e qualidade.<br />
A marca apresenta ao mercado sua loja virtual<br />
laborline.com.br, onde é possível encontrar<br />
toda a linha de centrífugas e equipamentos para<br />
laboratórios que buscam otimizar e ter maior<br />
eficiência na sua rotina.<br />
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DETECTA VARIANTES<br />
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de seus clientes e realiza constantemente pesquisa<br />
e atualizações para oferecer sempre as<br />
melhores soluções.<br />
Em relação as novas variantes recém descobertas<br />
do SARS-CoV-2, informamos que foram realizadas<br />
análises in sílico em relação a interação<br />
das novas variantes com o Kit XGEN MASTER<br />
COVID-19 (ANVISA: 80502070088). Observamos<br />
que as mutações abaixo não afetam a detecção<br />
do vírus SARS-CoV-2 em nosso kit:<br />
• Variante do SARS-CoV-2 VUI 202012/01 –<br />
Reino Unido.<br />
• Variante do Cluster 5 – Dinamarca.<br />
• Variante com substituições de nucleotídeos<br />
(GGG-AAC) nas posições do genoma 28881-<br />
28883.<br />
• Variante brasileira.<br />
O Kit XGEN MASTER COVID-19 tem como alvo os<br />
genes ORF1ab e N, áreas que não foram afetadas<br />
nas mutações citadas acima. Portanto, não<br />
há implicações deste novo variante no kit de<br />
detecção de PCR em tempo real.<br />
Estamos à disposição<br />
para mais esclarecimentos.<br />
suporte@mobiuslife.com.br<br />
0 144<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab | Março 2021
CELLTAC-G – SEGURANÇA, QUALIDADE E TECNOLOGIAS<br />
EXCLUSIVAS PARA SEU LABORATÓRIO<br />
INFORME DE MERCADO<br />
Walk Away System - O sistema “Walk Away<br />
System” de acesso randômico e totalmente automatizado<br />
atinge até 90 testes por hora, apenas inserindo<br />
racks no carregador.<br />
DynaScatter Laser - A tecnologia ótica ”DynaScatter<br />
Laser” analisa e diferencia as células WBC em seu<br />
estado “quase-nativo” com muita precisão. O inovador<br />
sistema de detecção de espalhamento de laser com 3<br />
ângulos provê uma melhor detecção de WBC realizando<br />
uma medição precisa de luz dispersada. Obtendo a<br />
informação do tamanho do WBC de um sensor chamado<br />
“FSS”, as informações de estrutura e complexidade<br />
das partículas do núcleo são coletadas por um sensor<br />
chamado “FLS” e a informação da granularidade interna<br />
e da lobularidade são obtidas através de um sensor<br />
chamado “SDS”. Essa informação gráfica 3D é calculada<br />
então por um algoritmo exclusivo da Nihon Kohden.<br />
DynaHelix Flow - A tecnologia chamada “DynaHelix<br />
Flow” alinha perfeitamente as células WBC,<br />
RBC e PLT para uma contagem por impedância com<br />
alta precisão usando um fluxo hidrodinâmico focado<br />
antes de passar pela abertura de contagem. Somado<br />
a isso, o “DynaHelix Flow” previne totalmente que a<br />
mesma célula seja contada duas vezes (retorno) usando<br />
o exclusivo “DynaHelix Flow stream”. Esse avançado<br />
sistema recém desenvolvido, melhora expressivamente<br />
a precisão e confiabilidade das contagens.<br />
Smart ColoRac Match - O sistema “Smart<br />
ColoRac Match” ajuda a localizar rapidamente<br />
amostras clinicamente alteradas e tubos cujo código<br />
de barras não pôde ser lido usando uma exclusiva<br />
codificação através de racks coloridos que<br />
são associados ao programa gerenciador de dados<br />
do Celltac G. Isso aumenta muito a eficiência do<br />
laboratório sem investimento extra, sem aumento<br />
de espaço e sem a necessidade de treinamento<br />
extra para o operador. O sistema “Smart ColoRac<br />
Match” definitivamente maximiza a produtividade<br />
do seu laboratório proporcionando resultados mais<br />
rápidos e precisos.<br />
Seamless information transfer - O sistema<br />
de troca de dados baseado no protocolo HL7 permite<br />
transferência de informação bidirecional sem<br />
interrupção.<br />
Reagent Management - O sistema de gerenciamento<br />
de reagentes do Celltac G torna muito fácil<br />
a manipulação destes. Contribuindo assim para resultados<br />
com o mais alto padrão de qualidade.<br />
Novos parâmetros – Os novos parâmetros<br />
Índice de Mentzer e RDW-I adicionam valiosas<br />
informações clínicas para que se possa diferenciar<br />
os traços de possibilidade de uma Beta-talassemia<br />
de uma possível anemia ferropriva nos casos de<br />
anemia microcítica. E com os novos parâmetros<br />
Band%, Band# e Seg%, Seg# sua análise diferencial<br />
será muito mais precisa e confiável, já que o<br />
equipamento separa a contagem de neutrófilos<br />
em Segmentados % e # e Bastonetes % e #. E os<br />
parâmetros P-LCR e P-LCC reportam plaquetas gigantes,<br />
plaquetas agregadas ou células fragmentadas.<br />
Estes novos parâmetros ajudam a acelerar o<br />
diagnóstico através de resultados precisos.<br />
Opte pela melhor tecnologia para o seu<br />
laboratório!<br />
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Celltac da Nihon Kohden!<br />
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as novidades para 2021!<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab | Março 2021<br />
0 145
INFORME DE MERCADO<br />
RAPIDEZ A AGILIDADE PARA EXTRAÇÃO DE RNA DE<br />
SARS-COV-2 COM O NOVO EQUIPAMENTO NE-384 DA MGI<br />
Na MGI Tech Co., Ltd (MGI) temos sempre a melhor<br />
solução para o workflow de detecção do Novo<br />
Coronavirus (SARS-CoV-2). Mais uma vez a MGI<br />
inova e traz ao mercado o MGISP-NE384, nossa mais<br />
recente plataforma automatizada de alta capacidade<br />
para extração de RNA na detecção de SARS-CoV-2.<br />
O MGISP-NE384, utiliza o método de hastes magnéticas<br />
para extração de ácidos nucléicos, contando<br />
com a flexibilidade para extração de 96, 192, 288<br />
ou 384 amostras em um workflow de 15 minutos<br />
totais. Essa característica é alcançada devido seu<br />
sistema de ajuste a diferentes módulos de extração<br />
e otimização de reagentes. A eficiência da extração<br />
também é outro ponto essencial, onde internamente<br />
o termo-bloco garante a manutenção adequada de<br />
temperatura durante todos os passos no workflow<br />
de extração. Além de contar com essas duas características<br />
muito importantes de flexibilidade e eficiência,<br />
o MGISP-NE384 conta com um sistema de segurança<br />
para descontaminação através de lâmpada UV.<br />
Adicionalmente, todos os reagentes são compartimentalizados<br />
de maneira individualizada, evitando<br />
assim contaminação cruzada e contato do usuário<br />
com a amostra biológica. Estudos comparativos<br />
demonstraram excelente reprodutibilidade comparando<br />
nossa plataforma com outros equipamentos<br />
automatizados de extração, sem qualquer variação<br />
quando comparados os valores de Ct durante a detecção<br />
por PCR em tempo real.<br />
Fernando Colbari Amaral<br />
Regional Sales Manager - Latin America<br />
Email: famaral@mgiamericas.com<br />
Site: en.mgitech.cn<br />
Fone: +55 16 991782868<br />
TESTE RÁPIDO EBRAM<br />
CHIKUNGUNYA (IgM)<br />
O teste rápido Chikungunya detecta anticorpos IgM<br />
contra o vírus Chikungunya.<br />
Por ter os sintomas clinicamente semelhantes ao da<br />
dengue, é muito importante distinguir o tipo de infecção.<br />
• Amostras: Sangue total, soro ou plasma.<br />
• Sensibilidade: 90,3%<br />
• Especifi cidade: >99,9 %<br />
• Apresentação: 25 testes<br />
• Formato: cassete<br />
• Armazenamento: 2 a 30°C.<br />
• Tempo do teste: 15 minutos.<br />
DENGUE IgG/IgM<br />
O teste rápido Dengue IgG/IgM proporciona uma detecção<br />
diferencial de anticorpos IgG e IgM e pode ser<br />
usado para a distinção presuntiva entre uma infecção<br />
primária e secundária de vírus da Dengue.<br />
• Amostras: Sangue total, soro ou plasma<br />
• Sensibilidade: 95,7%<br />
• Especifi cidade: >99,0%<br />
• Apresentação: 25 testes<br />
• Formato: cassete<br />
• Armazenamento: 2 a 30°C<br />
• Tempo do teste: 10 minutos<br />
DENGUE NS1<br />
O teste rápido Dengue NS1 detecta qualitativamente<br />
o Antígeno NS1 do vírus da Dengue. O NS1 é uma das<br />
7 proteínas não estruturais do vírus da Dengue que está<br />
envolvida na replicação viral.<br />
• Amostras: Sangue total, soro ou plasma<br />
• Sensibilidade: 96,5%<br />
• Especifi cidade: 99,5 %<br />
• Apresentação: 25 testes<br />
• Formato: cassete<br />
• Armazenamento: 2 a 30°C<br />
• Tempo do teste: 10 minutos<br />
ZIKA IgG/IgM<br />
O teste rápido Zika IgG/IgM proporciona uma detecção<br />
diferencial de anticorpos anti-zika IgG e anti-zika IgM e<br />
pode ser utilizado para a distinção presuntiva entre uma<br />
infecção primária e secundária de vírus Zika.<br />
• Amostras: Sangue total, soro ou plasma<br />
• Sensibilidade: 98,11%<br />
• Especifi cidade: 99,51%<br />
• Apresentação: 25 testes<br />
• Formato: cassete<br />
• Armazenamento: 2 a 30°C<br />
• Tempo do teste: 15 minutos<br />
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0 146<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab | Março 2021
INFORME DE MERCADO<br />
CROMOENDOSCOPIA<br />
Hoje em dia há um grande avanço nas técnicas<br />
de diagnóstico em Gastroenterologia. Entre elas<br />
se destaca a Cromoendoscopia, uma técnica que<br />
consiste na aplicação de corantes sobre a mucosa<br />
digestiva para facilitar e melhorar a qualidade do<br />
diagnóstico, sendo que a coloração da mucosa<br />
também permite visualizá-la de forma mais<br />
evidente, realçar as características das lesões já<br />
detectadas, detectar mais rapidamente as lesões<br />
anormais, já que os detalhes da sua superfície<br />
sobressaem com a coloração, além de conferir<br />
maior sensibilidade e especificidade no diagnóstico<br />
de displasias, metaplasias ou carcinoma nos<br />
vários segmentos do tubo digestivo.<br />
A Renylab fabrica uma linha endoscópica de alta<br />
Qualidade. Todos os corantes são registrados na<br />
ANVISA e possuem Certificado de Boas Práticas de<br />
Fabricação.<br />
Corantes para Endoscopia<br />
AZUL DE METILENO<br />
Solução corante utilizada para realçar o epitélio<br />
de Barret. O azul de metileno quando utilizado no<br />
esófago, permite confirmar a presença de epitélio<br />
intestinal especializado em pacientes com segmentos<br />
curtos de mucosa colunar, levantar o mapa da<br />
extensão e distribuição do epitélio de Barret, tornar<br />
menos provável o diagnóstico do esófago de Barret,<br />
quando o segmento de mucosa do esófago terminal<br />
não se colore por essa metodologia e orientar<br />
biopsias para zonas de maior risco de displasia e<br />
adenocarcinoma.<br />
ÍNDIGO CARMÍN<br />
Solução corante utilizada em todo o tubo digestivo,<br />
para destacar os contornos da mucosa, realçando<br />
pólipos e pequenas lesões planas, preenchendo<br />
pregas, criptas, erosões e ulceras. Pode ser<br />
utilizado em múltiplas situações: para destacar o<br />
caráter viloso da mucosa de Barret e identificar zonas<br />
planas de displasia de alto grau ou carcinoma,<br />
para destacar irregularidades da mucosa gástrica<br />
correspondentes às áreas de metaplasia ou displasia<br />
e no duodeno para destacar o aspecto atrófico<br />
da mucosa. Deve ser utilizado na caracterização<br />
pormenorizada de lesões macroscópicas e no estudo<br />
de mucosas de alto risco neoplásico sem lesões<br />
aparentes. Não há nenhum tipo de contraindicação<br />
à sua utilização e não necessita de lavagem prévia<br />
ou posterior à sua instilação.<br />
TINTA DA CHINA<br />
Solução corante utilizada usualmente em colonoscopia<br />
para destacar os contornos da mucosa,<br />
realçando pólipos e pequenas lesões planas e preenchendo<br />
pregas, criptas, erosões e ulceras. É utilizado<br />
para a demarcação de lesões pequenas e múltiplas<br />
da mucosa como recurso pré operatório que facilita<br />
o manuseio das mesmas. Não há nenhum tipo de<br />
contraindicação à sua utilização e não necessita lavagem<br />
prévia ou posterior à sua instilação.<br />
LUGOL<br />
Solução corante de particular interesse na detecção<br />
precoce de adenocarcinoma epidermóide do esófago.<br />
As zonas da mucosa que se tornam amareladas ou<br />
rosadas após a instilação merecem particular atenção.<br />
A instilação de Lugol é útil na detecção precoce<br />
de carcinomas epidermóides na população considerada<br />
de alto risco (indivíduos com carcinoma<br />
de cabeça e colo, consumidores de álcool e tabaco<br />
em grandes quantidades). Além disso, o Lugol<br />
permite uma melhor definição das margens de<br />
uma lesão conhecida, diagnosticar outros focos<br />
lesionais na mucosa esofágica e avaliar a existência<br />
de lesão residual após musectomia endoscópica.<br />
Para alguns autores, a grande vantagem do<br />
Lugol, não está no seu poder diagnóstico, mas<br />
na sua capacidade de delimitar uma lesão. Outros<br />
autores atribuem al Lugol uma capacidade<br />
significativa de incrementar a sensibilidade de<br />
detecção de displasia de alto grau ou carcinoma<br />
(de 62% a 96%).<br />
0 148<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab | Março 2021
O objetivo desse guia é esclarecer o mecanismo de<br />
ação juntamente com as técnicas de aplicação de<br />
corantes distintos e mostrar as várias aplicações clínicas<br />
que os corantes endoscópicos possuem.<br />
PROPRIEDADES<br />
Os corantes usados em Cromoendoscopia possuem<br />
características particulares e objetivos distintos,<br />
classificando-se em corantes de absorção, corantes<br />
de contraste e corantes reativos.<br />
Corantes de Absorção<br />
Os corantes que possuem essa propriedade tem a<br />
capacidade de passar para o meio intracelular através<br />
de absorção ou difusão, quando identificam células<br />
epiteliais e seus constituintes. As propriedades<br />
químicas do corante determinam sua fixação e sua<br />
utilidade em diversas situações.<br />
PREPARAÇÃO DA MUCOSA<br />
Antes do procedimento de Cromoendoscopia<br />
é comum fazer uma preparação da superfície<br />
da mucosa, já que esta está recoberta por uma<br />
quantidade variável de material mucoide. Para<br />
isso, são utilizados agentes mucolíticos, que são<br />
substâncias que quebram e rompem as ligações<br />
peptídicas das proteínas que constituem o muco,<br />
fazendo com que ele seja mais fácilmente eliminado,<br />
pois se torna menos viscoso. Ex: Acetilcisteína,<br />
dimetil-polisiloxano, n-acetilcisteína,<br />
ácido acético.<br />
Os corantes endoscópicos podem ser aplicados diretamente<br />
pelo canal do endoscópio, com a utilização<br />
de seringas ou catéteres ou através de spray, técnica<br />
mais utilizada. A escolha depende do tipo de coloração<br />
e a finalidade a que se aplica.<br />
Referencias Bibliográficas<br />
1- Fennerty MB. Tissue staining. Gastrointestinal endoscopy. Clin N<br />
Am 1994;4:297-311.<br />
2- Gostout C. Early lesions: staining magnifying scopes and mucosectomy.<br />
Frontiers oftherapeutic endoscopy. Post graduate course.<br />
Colonoscopy 1997; 63.<br />
3- Kim C, Fleischer D. Colonic chromoscopy. Gastrointestinal Endoscopy<br />
Clinics N.Am. 1997; 4(3): 423-37.<br />
4- Misumi a , ETAL. Role of lugol dye endoscopy in the diagnosis of<br />
early esophageal cancer. Endoscopy 1990; 22: 12-6.<br />
5- Ratilal, P.0; Pires, E.C; Deus, J,R; Novais, L.A: Cromoendoscopia:<br />
Porquê colorir? GE vol. 9 2002:340-346<br />
6- Canto M. Methylene blue chromoendoscopy for Barrett's esophagus:<br />
Coming soon to your lgl unit? \endoscopy 2001; 54:560-8<br />
INFORME DE MERCADO<br />
Corantes de Contraste<br />
Os corantes de contraste tem a função de destacar o<br />
contorno e a topografia da mucosa, já que não penetram<br />
no meio intracelular.<br />
Corantes Reativos<br />
Os corantes reativos identificam as células gástricas<br />
produtoras de ácido.<br />
CONCLUSÃO<br />
A utilização da técnica de Cromoendoscopia é<br />
simples, segura, de fácil realização e barata. A<br />
escolha cuidadosa dos corantes de acordo com<br />
as situações apresentadas permite uma maior<br />
sensibilidade e especificidade, tornando o<br />
diagnóstico mais confiável, seguro e de maior<br />
qualidade.<br />
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<strong>Revista</strong> NewsLab | Março 2021<br />
0 149
INFORME DE MERCADO<br />
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É de conhecimento do time SARSTEDT que a<br />
área dos estudos e aprendizagem educacional<br />
foi diretamente afetada pela pandemia do<br />
COVID-19, em boa parte do mundo, uma vez<br />
que, do ensino infantil às mais distintas e<br />
elevadas graduações, o sistema EAD (Ensino<br />
À Distância) ganhou força e até mesmo maior<br />
credibilidade neste período.<br />
As salas de aulas foram para dentro<br />
das casas. Um desafio e tanto para quem<br />
desfrutava da rotina de deslocamento,<br />
convívio com os colegas e outras tantas<br />
vivências que só o presencial proporciona.<br />
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<strong>Revista</strong> NewsLab | Março 2021
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INFORME DE MERCADO<br />
SIEMENS HEALTHINEERS POSSUI PORTFÓLIO COM<br />
DIFERENTES MARCADORES TUMORAIS QUE AUXILIAM<br />
NO DIAGNÓSTICO, ESTADIAMENTO E MONITORAMENTO<br />
DO TRATAMENTO DO CÂNCER<br />
Mesmo num momento de pandemia em<br />
que muitos atendimentos e procedimentos<br />
estão sendo postergados, os pacientes com<br />
câncer, não podem esperar. O diagnóstico<br />
precoce é sempre um fator decisivo em se<br />
tratando de cura ou sobrevida do paciente,<br />
além do tratamento adequado e seu acompanhamento<br />
constante.<br />
Além disso, a unanimidade na classe médica é<br />
que o diagnóstico precoce é sempre um fator<br />
decisivo em se tratando de cura ou sobrevida<br />
do paciente. Dependendo do estágio da doença,<br />
das próprias características do tumor e<br />
do órgão em que ele aparece é possível ter<br />
alternativas capazes de diminui-lo ou eliminá-lo.<br />
Para cada tipo de câncer, em termos de<br />
diagnóstico, existem os exames de imagem e<br />
também os de análises laboratoriais com seus<br />
respectivos exames para detecção, eles podem<br />
ser utilizados como prevenção porque caso<br />
apresentem níveis alterados indicam que o<br />
paciente deve ser submetido a testes complementares<br />
e confirmatórios.<br />
Entre os exames disponíveis para o manejo clínico<br />
de pacientes com câncer, contribuindo no auxílio<br />
do diagnóstico e estadiamento até na avaliação da<br />
resposta terapêutica, como detecção de recidivas e<br />
prognóstico, além de auxiliar na decisão da terapia<br />
a ser utilizada e terapias adjuvantes estão os exames<br />
de marcadores tumorais, que são moléculas<br />
que podem estar presentes no tumor, no sangue<br />
ou em outros líquidos biológicos.<br />
Normalmente, na fase adulta, acima de 40 ou<br />
45 anos, iniciam-se os checkups de prevenção<br />
0 152<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab | Março 2021
e, de acordo com a conduta médica, o médico<br />
poderá solicitar solicita estes exames de acordo<br />
INFORME DE MERCADO<br />
com as diretrizes médicas para a suspeita clínica.<br />
Mas, quando há suspeita da doença pelo<br />
médico ou devido ao histórico familiar do paciente<br />
é indicado fazer estes tipos de exames,<br />
sem muita relevância para a idade em questão.<br />
Segundo dados do INCA – Instituto Nacional de<br />
Câncer (2020)¹, a incidência estimada, conforme<br />
a localização primária do tumor e sexo é:<br />
Homens<br />
Próstata<br />
Cólon e Reto<br />
Traqueia, Brônquio e Pulmão<br />
Mulheres<br />
Mama feminina<br />
Cólon e Reto<br />
Colo do útero<br />
Entre os marcadores para detecção de diferentes<br />
tipos de câncer, entre eles, os citados<br />
acima pelo INCA como os de maior<br />
incidência, estão:<br />
Referência bibliográfica:<br />
1. INCA (2020)<br />
Siemens Healthineers<br />
A Siemens Healthineers colabora para que<br />
os profissionais da saúde em todo o mundo<br />
alcancem melhores resultados, capacitando-<br />
-os em sua jornada para expandir a medicina<br />
de precisão, transformando o atendimento,<br />
melhorando a experiência do paciente e<br />
digitalizando a saúde. Líder em tecnologia<br />
médica, a Siemens Healthineers está constantemente<br />
inovando seu portfólio de produtos<br />
e serviços em suas principais áreas de<br />
diagnóstico por imagem, em diagnósticos laboratoriais<br />
e medicina molecular. A Siemens<br />
Healthineers também está desenvolvendo<br />
ativamente seus serviços digitais de saúde e<br />
serviços corporativos. No ano fiscal de 2019,<br />
que terminou em 30 de setembro de 2019, a<br />
Siemens Healthineers gerou receita de € 14,5<br />
bilhões e lucro ajustado de € 2,5 bilhões e<br />
possui cerca de 52.000 funcionários em todo<br />
o mundo. Mais informações estão disponíveis<br />
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mabel.santos@siemens-healthineers.com<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab | Março 2021<br />
0 153
INFORME DE MERCADO<br />
PARCERIA COM LABORATÓRIO AMPLIA AS POSSIBILIDADES<br />
DE DIAGNÓSTICO DA ESCLEROSE MÚLTIPLA<br />
Uma parceria entre a Binding Site e o laboratório<br />
Neurolife vai ampliar as possibilidades de diagnóstico<br />
da Esclerose Múltipla (EM). Especializado na Coleta<br />
e Análise do Líquido Cefalorraquiano (Líquor), o<br />
Neurolife ja tem em mãos os kits do exame Freelite®<br />
Mx, específico para amostras de Líquor, a fim de<br />
realizar os primeiros estudos clínicos e com os testes<br />
na rotina para o diagnóstico da doença. A intenção<br />
é oferecer sempre a melhor tecnologia para auxiliar<br />
no diagnóstico mais rápido e proporcionar mais<br />
qualidade aos pacientes.<br />
“Temos pesquisado casos na Europa em que<br />
os exames auxiliam muito no diagnóstico rápido<br />
da doença. Se os nossos resultados aqui no Brasil<br />
confirmarem o que temos visto nesses artigos, será<br />
um grande salto no diagnóstico dessa doença tão<br />
desafiadora”, explica Carlos Otávio Brandão, médico<br />
responsável técnico do Neurolife.<br />
Há 30 anos atendendo hospitais, clínicas<br />
especializadas, operadoras de saúde e pacientes, o<br />
Neurolife conquistou a confiança de seus clientes<br />
ao garantir segurança e excelência no apoio ao<br />
diagnóstico e tratamento médico de manifestações<br />
neuropsiquiátricas de forma humanizada e inovadora,<br />
promovendo saúde e qualidade de vida.<br />
A decisão por firmar esta parceria com a Binding<br />
Site, que desenvolveu o Freelite® Mx, foi justamente<br />
pelo reconhecimento da eficácia que o teste pode<br />
oferecer no diagnóstico da Esclerose Múltipla.<br />
“Em geral, o diagnóstico envolve a utilização<br />
de vários marcadores, até para descartar outras<br />
doenças. Precisávamos de uma tecnologia mais<br />
apurada, que justamente fosse capaz de oferecer<br />
um diagnóstico rápido e preciso, o que vai bem ao<br />
encontro da missão do Neurolife. E encontramos isso<br />
no teste da Binding Site”, afirma Brandão.<br />
A realização de estudos envolvendo o Freelite®<br />
Mx será pioneira no Brasil, o que também animou<br />
a equipe da Binding Site. “A colaboração científica<br />
sempre foi nossa prioridade. Desta forma,<br />
conseguimos tanto auxiliar diretamente o paciente,<br />
quanto disponibilizar essa tecnologia de ponta para<br />
os profissionais”, comenta Dra. Elyara Maria Soares,<br />
Diretora Científica da Binding Site Brasil.<br />
Tecnologia da Binding Site<br />
Na vanguarda da pesquisa médica, a Binding<br />
Site desenvolve testes laboratoriais para ajudar no<br />
diagnóstico e monitoramento das doenças, bem<br />
como para fornecer informações prognósticas em<br />
várias condições diferentes.<br />
Os ensaios de anticorpos da Binding Site utilizam<br />
métodos de turbidimetria e Imunodifusão Radial<br />
(IDR) para a detecção de gamopatias monoclonais<br />
e a determinação do estado imune.<br />
O Freelite®, já muito conhecido, tem importância<br />
clínica demonstrada em mais de 3 mil publicações<br />
científicas. É o único kit comercial recomendado<br />
pelas Diretrizes Internacionais e Brasileiras<br />
para a dosagem de Cadeias Leves Livres (CLLs)<br />
Kappa (κ) e Lambda (λ) em soro. Os anticorpos<br />
policlonais do teste reagem apenas com as<br />
formas livres das cadeias leves proporcionando<br />
uma medição quantitativa de κ e λ livres no soro,<br />
cujo resultado pode ser utilizado para diagnóstico<br />
e monitoramento de pacientes com Mieloma<br />
Múltiplo e outras Gamopatias Monoclonais.<br />
A detecção e quantificação de cadeias leves livres<br />
no Líquor tem sido extensivamente estudada, e a<br />
importância clínica do exame demonstrada também<br />
no diagnóstico de doenças do Sistema Nervoso<br />
Central, como na EM.<br />
O Freelite® Mx, específico para amostras de<br />
Líquor, pode auxiliar no entendimento de questões<br />
relacionadas a outros métodos, contribuindo para<br />
o diagnóstico preciso da EM. Com os estudos<br />
realizados, o auxílio se dará não só na confirmação<br />
dos diagnósticos suspeitos, mas também no<br />
monitoramento da evolução da doença.<br />
“Como o diagnóstico da EM envolve a utilização<br />
de vários marcadores, muitas vezes, ainda restam<br />
dúvidas. E a tomada de decisão tem que ser rápida,<br />
porque os surtos são agressivos. Então, o quanto<br />
antes for definida a linha do diagnóstico, maior a<br />
chance de acerto, porque se o paciente tiver uma<br />
doença infecciosa, você pode até levá-lo a outra<br />
doença mais grave, caso tome a decisão errada. O<br />
Freelite® Mx aponta um direcionamento que pode<br />
ajudar no tratamento. Esse teste será um divisor de<br />
águas que trará muito mais segurança para a equipe<br />
médica”, enfatiza Brandão.<br />
Saiba mais sobre o Freelite® Mx<br />
O equipamento da Binding Site tem capacidade<br />
de realizar os reagentes tanto para soro e urina,<br />
como também para o Líquor, fazendo com que o<br />
laboratório tenha à disposição um equipamento que<br />
vai auxiliá-lo para a especificidade que necessita ou<br />
em algum outro teste no soro.<br />
Para mais informações sobre o Freelite® Mx<br />
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0 154<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab | Março 2021
INFORME DE MERCADO<br />
ANÁLISE FORENSE TOXICOLÓGICA DE CANABINOIDES<br />
NO SANGUE<br />
Os pesquisadores validaram um novo protocolo<br />
para medir os níveis de traços de canabinóides no<br />
soro e o usam para analisar amostras de pessoas<br />
acusadas de dirigir sob a influência de drogas.<br />
De acordo com a Organização Mundial de Saúde,<br />
cerca de 147 milhões de pessoas, 2,5% da população<br />
mundial consomem cannabis. Devido ao seu<br />
amplo uso, a análise de canabinóides em amostras<br />
biológicas - principalmente de sangue - é de grande<br />
importância para os laboratórios forenses.<br />
Entre as centenas de canabinóides da cannabis,<br />
o tetrahidrocanabinol (THC), que é o principal<br />
composto psicoativo da cannabis, e seus metabólitos<br />
THC – OH e THCA, estão entre os mais<br />
frequentemente monitorados como marcadores<br />
de consumo de drogas. O canabidiol (CBD) e o<br />
produto de degradação menor canabinol (CBN)<br />
também são frequentemente medidos para auxiliar<br />
na interpretação forense dos resultados. Mais<br />
recentemente, o cannabigerol (CBG) foi detectado<br />
na urina e também é um marcador proposto<br />
para o consumo de cannabis.<br />
Mas a análise toxicológica das baixas concentrações<br />
desses canabinóides em amostras biológicas<br />
complexas apresenta desafios consideráveis<br />
para os cientistas forenses.<br />
Uma fonte alternativa de íons para cromatografia<br />
gasosa<br />
Uma variedade de métodos analíticos baseados<br />
em cromatografia gasosa acoplada a espectrometria<br />
de massa (GC-MS) têm sido tradicionalmente<br />
empregados para a determinação de níveis de traços<br />
de canabinóides em amostras biológicas. Entre a<br />
variedade de fontes de ionização atualmente disponíveis,<br />
a ionização química de pressão atmosférica<br />
recentemente comercializada para cromatografia<br />
gasosa (APGC) pode oferecer uma alternativa nova<br />
e atraente - particularmente para medir compostos<br />
que são difíceis de analisar usando outras fontes.<br />
Em um novo estudo, publicado no Journal of<br />
Chromatography A, os pesquisadores avaliam<br />
o uso de APGC acoplado à espectrometria de<br />
massa triplo quadrupolo (APGC-MS / MS) para a<br />
determinação quantitativa simultânea de canabinóides<br />
no soro humano.1<br />
Os pesquisadores desenvolveram e validaram<br />
uma nova metodologia de acordo com as diretrizes<br />
internacionais, demonstrando que a técnica poderia<br />
separar THC, THC – OH, THCA, CBD, CBDA e CBG em<br />
menos de dez minutos. Seus limites de quantificação<br />
(LOQ) foram 0,2 ng / ml para THC, 0,4 ng / ml<br />
para THC – OH, CBD e CBG, 1,6 ng / ml para THCA e 3<br />
ng / ml para CBDA. Eles então aplicaram com sucesso<br />
o método para a análise de amostras reais de soro<br />
coletadas de 15 pessoas que haviam sido acusadas<br />
de dirigir sob a influência de drogas.<br />
Para essas análises altamente sensíveis, os<br />
pesquisadores usaram água ultrapura gerada a<br />
partir de um sistema de purificação de água do<br />
laboratório ELGA PURELAB® Chorus ANR para minimizar<br />
o risco de introdução de contaminantes<br />
que podem afetar seus resultados.<br />
Análise Forense confiável<br />
Embora vários métodos empregando a fonte<br />
APGC tenham sido aplicados em análises de alimentos<br />
ou ambientais, esta é sua primeira aplicação<br />
em toxicologia forense.<br />
Os resultados demonstram que o APGC – MS<br />
/ MS pode quantificar satisfatoriamente o THC<br />
e outros canabinóides em uma matriz biológica<br />
extremamente complexa (soro humano) na qual<br />
os analitos alvo estão presentes apenas em níveis<br />
de traços.<br />
O protocolo oferece uma alternativa válida, de<br />
alto desempenho e inovadora para a produção de<br />
dados forenses confiáveis usando cromatografia<br />
gasosa, permitindo a determinação quantitativa<br />
de canabinóides no soro mesmo nos limites<br />
legais de THC mais baixos propostos para motoristas.<br />
Por que escolher o ELGA LabWater?<br />
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e cientistas especializados estão na vanguarda<br />
da inovação tecnológica. Eles continuam a introduzir<br />
recursos revolucionários para o mercado<br />
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0 156<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab | Março 2021
INFORME DE MERCADO<br />
CELLAVISION VET: AUTOMAÇÃO DA CONTAGEM DIFERENCIAL<br />
DE LEUCÓCITOS EM AMOSTRAS VETERINÁRIAS<br />
A tecnologia CellaVision já é adotada em<br />
muitos laboratórios de análises clínicas no<br />
mundo. A utilização de redes neurais artificiais<br />
para a pré-classificação de leucócitos e eritrócitos<br />
ajuda profissionais de laboratórios a obterem<br />
resultados mais precisos e padronizados,<br />
garantindo maior eficiência e confiabilidade.<br />
Agora, laboratórios veterinários podem<br />
contar com a mesma tecnologia CellaVision<br />
para amostras caninas, felinas, aviárias e outros<br />
mamíferos. A plataforma de análise CellaVision é<br />
a mesma utilizada para amostras humanas, mas<br />
o software desenvolvido é totalmente dedicado<br />
para amostras veterinárias. Assim, estes<br />
laboratórios poderão obter os mesmos benefícios<br />
que os grandes laboratórios de análises clínicas<br />
possuem quanto ao aumento da produtividade,<br />
eficiência, padronização e redução de resultados<br />
falso-negativos.<br />
Outra característica presente no CellaVision Vet é<br />
o laudo personalizado, onde é possível gerar um<br />
laudo que inclui imagens das células de interesse,<br />
selecionadas pelo usuário, além de informações<br />
adicionais e logotipo do laboratório. O laudo<br />
personalizado pode ser salvo em formato pdf.<br />
Assim como na versão humana, o CellaVision<br />
Vet conta com o acesso remoto, onde é possível<br />
analisar e assinar exames à distância, seja dentro<br />
do próprio laboratório, em unidades diferentes<br />
de onde o equipamento se encontra instalado<br />
ou até mesmo em home-office. O acesso<br />
remoto permite a colaboração entre colegas e<br />
consultorias externas em tempo real para um<br />
diagnóstico mais preciso, sobretudo para as<br />
lâminas mais desafiadoras.<br />
Para amostras caninas e felinas:<br />
Para amostras aviárias:<br />
O software de sangue periférico pré-classifica automaticamente os<br />
leucócitos nas seguintes classes: Neutrófilos segmentados, bastonetes,<br />
eosinófilos, basófilos, linfócitos, monócitos e outros.<br />
Ainda, pré-classifica elementos não-leucócitos em eritroblastos,<br />
trombócitos gigantes, agregação plaquetária, células esmagadas e<br />
artefatos.<br />
O software de sangue periférico pré-classifica automaticamente<br />
heterófilos, eosinófilos, basófilos, linfócitos e monócitos. Além disso,<br />
pré-classifica elementos não leucocitários em trombócitos gigantes,<br />
agregação plaquetária e artefatos.<br />
Contatos:<br />
Cellavision.com<br />
Wagner.miyaura@cellavision.com<br />
0 158<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab | Março 2021
CONHEÇA A BYOGENE, BIOGENETIX E VITALAB:<br />
EMPRESAS DA BU DIAGNÓSTICA DA VIVEO<br />
As empresas Diagnóstica Cremer, Byogene,<br />
Biogenetix e Vitalab formam uma<br />
solução completa com venda de produtos<br />
e prestação de serviços de excelência<br />
para laboratórios de todo o Brasil. Entre os<br />
principais estão produtos pré-analíticos<br />
e analíticos, além de distribuição da Roche<br />
Diagnóstica do Brasil para o interior<br />
e grande São Paulo, Alto do Tietê, Baixada<br />
Santista, Sorocaba, Rio de Janeiro e Distrito<br />
Federal.<br />
INFORME DE MERCADO<br />
Com mais de 2.500 itens no portfólio<br />
e 200 fornecedores parceiros, um atendimento<br />
multicanal e especializado,<br />
construímos uma experiência de compra<br />
personalizada, com base na cesta de produtos,<br />
histórico de compras e preferências<br />
de cada cliente.<br />
A Byogene está no mercado há mais de<br />
20 anos com grande destaque nas áreas<br />
de bioquímica, hematologia, imunologia,<br />
alergia, biologia molecular e coleta. Trata-<br />
-se do maior distribuidor da Roche Diagnóstica<br />
no segmento de diagnóstico in<br />
vitro, empresa suíça de biotecnologia líder<br />
mundial em soluções para medicina diagnóstica<br />
e medicina personalizada, para a<br />
grande São Paulo, Alto do Tietê, Baixada<br />
Santista, Sorocaba e Rio de Janeiro.<br />
Com mais de 10 anos no mercado, a Biogenetix<br />
é distribuidora autorizado da Roche<br />
Diagnóstica para o interior do estado<br />
de São Paulo. No ano de 2017 a empresa<br />
recebeu o prêmio de “Distribuidor Master”,<br />
sendo considerado o melhor distribuidor<br />
do Brasil.<br />
A Vitalab é distribuidora credenciada<br />
da Roche Diagnóstica com atendimento<br />
exclusivo e personalizado para todo o Distrito<br />
Federal. São mais de 18 anos de compromisso<br />
em atender bem os clientes com<br />
respeito, credibilidade, confiança e ética.<br />
Fazemos parte da Viveo, líder na América<br />
Latina no mercado de distribuição de<br />
insumos médico hospitalares. Somos um<br />
ecossistema de produtos e serviços para o<br />
setor da saúde. Nossa missão é de simplificar<br />
o mercado com soluções ágeis, confiáveis<br />
e inovadoras.<br />
Saiba mais em<br />
www.diagnosticacremer.com.br ou<br />
www.viveo.com.br<br />
Telefone: 0800 729 3090<br />
WhatsApp: (47) 99264-1667<br />
www.diagnosticacremer.com.br<br />
@diagnosticacremer<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab | Março 2021<br />
0 159
INFORME DE MERCADO<br />
PNCQ OFERECE AOS LABORATÓRIOS PRODUTOS E<br />
SERVIÇOS DE QUALIDADE CERTIFICADA!<br />
Para garantir a exatidão dos seus laudos, os<br />
laboratórios devem avaliar periodicamente<br />
o desempenho dos seus sistemas analíticos,<br />
participando de um Ensaio de Proficiência.<br />
O Programa Nacional de Controle de<br />
Qualidade (PNCQ), patrocinado pela<br />
Sociedade Brasileira de Análises Clínicas<br />
(SBAC), é Acreditado pelo INMETRO como<br />
Provedor de Ensaio de Proficiência (ABNT<br />
NBR ISO/IEC 17.043:2011), e como Produtor<br />
de Material de Referência (ABNT NBR ISO<br />
17034:2017); é Certificado pela ABNT como<br />
Provedor de Ensaios de Proficiência, produtor<br />
de amostras-controle e Material de Referência<br />
para laboratórios clínicos, bancos de sangue,<br />
organizações de diagnóstico in vitro e nos<br />
segmentos alimentos, análise de água,<br />
medicamentos e cosméticos (ABNT NBR ISO<br />
9001:2015); é Certificado pela ANVISA em<br />
Boas Práticas de Fabricação (BPF) e Habilitado<br />
pela Rede Brasileira de Laboratórios Analíticos<br />
em Saúde (REBLAS).<br />
O PRO-EX é o Programa de Controle Externo<br />
da Qualidade (ou Ensaio de Proficiência)<br />
do PNCQ, que oferece mais de 100 tipos de<br />
programas. Aos Laboratórios Participantes é<br />
disponibilizado, gratuitamente, o Gráfico de<br />
Tendência para análise do Desvio Relativo à<br />
Média (DRM), auxiliando os laboratórios na<br />
análise de seu desempenho nas Avaliações<br />
Mensais.<br />
O PRO-IN é o Programa de Controle Interno<br />
da Qualidade do PNCQ e oferece mais de<br />
80 tipos de amostras-controle, em vários<br />
níveis e constituintes, para que o laboratório<br />
estabeleça suas próprias médias, de acordo<br />
com a variabilidade analítica existente<br />
em seu laboratório. Para facilitar a rotina,<br />
o PNCQ disponibiliza, gratuitamente, a<br />
ferramenta PRO-IN em Tempo Real que auxilia<br />
na elaboração e avaliação do seu controle<br />
interno com a preparação do Gráfico de Levey<br />
Jennings, automaticamente.<br />
Hoje o PNCQ atende mais de 5.600<br />
Laboratórios Clínicos e Serviços de<br />
Hemoterapia associados no Brasil, América<br />
Latina, Europa e África, atendendo aos mais<br />
rigorosos padrões de qualidade.<br />
Conheça mais sobre o PNCQ em nosso novo<br />
site: www.pncq.org.br<br />
A RELEVÂNCIA DA ANÁLISE DE GRANULÓCITOS<br />
IMATUROS NO HEMOGRAMA<br />
Granulócitos imaturos (IG) são células encontradas<br />
geralmente na medula óssea de pacientes normais<br />
e podem estar presentes no sangue periférico devido<br />
a alguma alteração fisiológica ou patológica do<br />
organismo, ou de maneira habitual em gestantes e<br />
crianças recém-nascidas.<br />
A presença de granulócitos imaturos é uma informação<br />
importante que evidencia a ativação da medula<br />
óssea e que também auxilia na distinção entre<br />
pacientes com neoplasias hematológicas e pacientes<br />
em processo infeccioso bacteriano agudo.<br />
Os analisadores automáticos de hematologia hoje<br />
permitem, além da avaliação de parâmetros básicos,<br />
a avaliação de parâmetros que auxiliam na identificação<br />
de resultados de pacientes que requerem<br />
estudos adicionais.<br />
No caso dos equipamentos da linha BC-6000<br />
(Mindray) a utilização da tecnologia de cubo SF<br />
único, permite uma análise gráfica 3D, e revela com<br />
grande acurácia a presença de células anormais<br />
e traz informações sobre granulócitos imaturos<br />
(IGM%).<br />
A contagem automatizada do parâmetro IG reduz<br />
sensivelmente o número de lâminas e esfregaços<br />
sanguíneos realizados diariamente reduzindo a<br />
carga de trabalho manual e a consequente variabilidade<br />
de resultados, sem custos adicionais, e sem<br />
segredos na interpretação dos resultados.<br />
Tudo de maneira simples, automatizada e rápida,<br />
para facilitar o trabalho do operador e para garantir<br />
uma entrega de resultados cada vez mais ágil e confiável<br />
à pacientes e médicos.<br />
Anderson Carvalho<br />
Assessor Científico<br />
Vyttra Diagnósticos<br />
www.vyttra.com<br />
0 160<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab | Março 2021
INFORME DE MERCADO<br />
DYNASCATTER LASER<br />
TECNOLOGIA INTEGRADA DE LASER 3D, REAGENTES<br />
OTIMIZADOS E NOVOS ALGORITMOS DE ANÁLISE.<br />
O que é DynaScatter Laser?<br />
A tecnologia ótica “DynaScatter Laser” analisa<br />
e diferencia as células WBC em seu estado<br />
“quase-nativo” com muita precisão. O inovador<br />
sistema de detecção de espalhamento de<br />
laser de 3 ângulos provê uma melhor detecção<br />
de WBC realizando uma medição precisa<br />
de luz dispersada. Obtendo a informação do<br />
tamanho do WBC de um sensor de pequeno<br />
ângulo frontal chamado “FSS”, as informações<br />
de estrutura celular e complexidade das partículas<br />
de núcleocromatina são coletadas por<br />
um sensor de ângulo frontal chamado “FLS” e<br />
a informação da granularidade e globularidade<br />
são obtidas através de um sensor de ângulo<br />
lateral chamado “SDS”. Essas informações gráficas<br />
3D são calculadas pelo algoritmo exclusivo<br />
do software Nihon Kohden.<br />
Sem processamento químico de WBC<br />
O reagente de classificação de leucócitos patenteado<br />
pela Nihon Kohden provoca a hemólise<br />
seletiva das hemácias, deixando os leucócitos intactos.<br />
O núcleo, os grânulos e a celularidade são<br />
preservados em seu estado original. As células<br />
não são alteradas por coloração, retração ou lise<br />
diferencial, desta forma não há distorção dos resultados<br />
na medição. O Celltac ES (MEK-7300) e<br />
Celltac G (MEK-9100) podem obter informações<br />
morfológicas a partir de núcleos e grânulos de<br />
WBC de forma natural e realizar contagens diferenciais<br />
(5 diff) mais precisas.<br />
Medição em um único canal<br />
O Celltac ES (MEK-7300) e Celltac G (MEK-9100)<br />
medem cada célula em um único citômetro de fluxo<br />
e isso elimina drasticamente erros de medição.<br />
Opte pela melhor tecnologia para o<br />
seu laboratório!<br />
Opte por equipamentos hematológicos<br />
Celltac da Nihon Kohden!<br />
NIHON KOHDEN<br />
Rua Diadema, 89 1° andar CJ. 11 a 17 - Bairro Mauá<br />
São Caetano do Sul - SP - CEP 09580-670, Brasil<br />
Contato: +55 11 3044-1700 - FAX: + 55 11 3044-0463<br />
E-mail: fabio.jesus@nkbr.com.br<br />
Siga nossas redes sociais e fique ligado em todas<br />
as novidades para 2021!<br />
0 162<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab | Março 2021
PATOCORDEL<br />
PATHOCORDEL: SALVO PELO GONGO<br />
“Este caso é de neo<br />
Cirurgia radical!<br />
Mas a biópsia endoscópica<br />
O que deu afinal?”<br />
“Telefonista é urgente!<br />
Me faça uma ligação<br />
Chame logo a Cirurgia<br />
Suspenda a operação!”<br />
Não é tumor gástrico<br />
Mas que diabo seria?<br />
Estrongiloidíase grave<br />
Simulando neoplasia<br />
Acredite se quiser<br />
Pergunte na Endoscopia<br />
As lâminas estão guardadas<br />
Lá na Patologia<br />
Com tratamento adequado<br />
O doente melhorou<br />
15 quilos numa semana<br />
Foi o que ele engordou<br />
A comida do Hospital<br />
Chegou mesmo a elogiar<br />
Recuperação total<br />
Melhora espetacular<br />
Esta é toda a verdade<br />
Deste caso singular<br />
E o doente teve alta<br />
Com o estômago no lugar!<br />
José de Souza Andrade-Filho*<br />
* Patologista no Hospital Felício Rocho-BH; membro da<br />
Academia Mineira de Medicina e Professor de Patologia da<br />
Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais.<br />
* A propósito de um caso se estrongiloidíase grave gástrica e duodenal que ia ser gastrectomizado,<br />
sendo a cirurgia suspensa no momento do exame da biópsia endoscópica. Caso do século XX.<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab | Março 2021<br />
0 163
01 DIA<br />
NA PRAIA<br />
Enquanto você tirou um dia<br />
de descanso na praia,<br />
recebemos mais de<br />
102.300 tubos<br />
de amostras.<br />
MAIS DE<br />
26.000<br />
M 2 DE ÁREA<br />
PRODUTIVA<br />
MAIS DE<br />
1.700<br />
COLABORADORES<br />
CAPACIDADE DE<br />
15<br />
MILHÕES<br />
DE EXAMES<br />
MENSAIS<br />
MAIS DE<br />
180.000<br />
KM PERCORRIDOS<br />
POR DIA PELA<br />
NOSSA LOGÍSTICA<br />
Soluções completas para o seu laboratório<br />
DIAGNOSTICOSDOBRASIL.COM.BR