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Revista Newslab Edição 165

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INFORME DE MERCADO<br />

CONTAGENS DIFERENCIAIS DE LEUCÓCITOS DE CÃES E<br />

GATOS EM APARELHOS AUTOMÁTICOS: CONFIAR?<br />

Por: Fabiola O Paes Leme¹, Lucas Braga Costa dos Santos*²<br />

Na medicina veterinária existem quatro metodologias<br />

principais para a realização das contagens<br />

diferenciais de leucócitos. A primeira é o<br />

método manual, que consiste na realização da<br />

leitura de esfregaço sanguíneo em microscópio<br />

óptico. As outras opções são baseadas em métodos<br />

automáticos, sendo elas a impedância, a<br />

citometria de fluxo e a análise quantitativa da<br />

camada flogística (Lehner et al., 2007; Denicola,2011).<br />

As metodologias automáticas conseguem avaliar<br />

milhares de células em poucos minutos ou<br />

segundos. Essa característica permite que os<br />

equipamentos obtenham resultados com alta<br />

precisão, reduzindo consideravelmente o coeficiente<br />

de variação (CV) do teste e aumentando<br />

a sensibilidade a variações biológicas (Weiss &<br />

Wardrop, 2010).<br />

Harvey (2012) apresentou uma comparação entre<br />

os coeficientes de variação (CV) obtidos pela<br />

contagem manual e automática (citometria de<br />

fluxo) e determinou que o CV do método automático<br />

foi significativamente menor que do<br />

método manual para todas as linhagens de leucócitos.<br />

As metodologias automáticas citadas<br />

dependem, em algum grau, da identificação<br />

do tamanho das células para a diferenciação.<br />

Figura 1. Franja de esfregaço sanguíneo de cão com suspeita de leucemia linfoide. Presença de concentração<br />

intensa de células linfoides atípicas. (Fonte: Laboratório de Patologia Clínica Veterinária da Escola de Veterinária da<br />

Universidade Federal de Minas Gerais)<br />

Essa característica cria uma limitação já que<br />

linhagens diferentes podem ter tamanhos semelhantes<br />

entre si, principalmente em animais<br />

doentes (Denicola,2011).<br />

Os basófilos geralmente são subestimados por<br />

métodos automáticos por possuírem tamanho<br />

semelhante aos outros granulócitos, embora estejam<br />

em menor concentração no sangue. Achados<br />

de lâmina, como agregados plaquetários, podem<br />

influenciar na contagem de leucócitos, porque os<br />

agregados possuem tamanho maior que as plaquetas<br />

individuais. Condições patológicas, como<br />

leucemias podem liberar células atípicas na circulação<br />

que não serão classificadas corretamente na<br />

automação (Stockham & Scott,2011).<br />

As metodologias automáticas também omitem<br />

informações de grande importância tanto para<br />

o diagnóstico quanto para o prognóstico. Achados<br />

de lâmina como neutrófilos tóxicos, linfócitos<br />

reativos ou atípicos, monócitos ativados,<br />

células eritróides nucleadas, inclusões intracitoplasmáticas<br />

e características morfológicas<br />

nucleares não são avaliadas pelas metodologias<br />

automáticas disponíveis atualmente (Thrall et<br />

al., 2012).<br />

Um ponto importante sobre a contagem diferencial<br />

manual, é o mito que apenas 100 leucócitos<br />

são observados durante o processo. Um<br />

bom patologista clínico trata a leitura diferencial<br />

de um hemograma como um exame citoló-<br />

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<strong>Revista</strong> NewsLab | Maio 2021

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