Revista Analytica Edição 112
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Tecnologias Químicas<br />
VIABILIDADE DA TÉCNICA ESPECTROFOTOMETRIA UV-VIS<br />
Por Prof. Dr. Marcos Roberto Ruiz<br />
A espectrofotometria UV-VIS utilizada<br />
em amostras que absorvem luz com comprimento<br />
de onda na faixa aproximada de<br />
190 a 760 nm, é uma técnica muito empregada<br />
nas pesquisas, principalmente pela<br />
facilidade de utilização do equipamento, e<br />
a grande presença de modelos de espectrofotômetros<br />
nas universidades e escolas técnicas,<br />
fato que está relacionado à demanda<br />
de utilização e custo do equipamento.<br />
Na região do visível é possível analisar<br />
uma grande quantidade de soluções coloridas<br />
ou ainda incolores, pelo método<br />
indireto. A interação da luz com a matéria<br />
em um determinado comprimento de onda<br />
é caracterizada pela transição eletrônica<br />
entre os estados energéticos.<br />
A espectrofotometria na região do visível<br />
identifica as substâncias através da análise<br />
comparativa de espectros, e determina a<br />
concentração pela quantidade de luz absorvida<br />
ou transmitida, utilizando para isso<br />
padrões e curva de calibração.<br />
A grande versatilidade da técnica corrobora<br />
para que um número muito grande de<br />
projetos a utilizem, em 2020 cinco projetos<br />
de pesquisa do meu setor de inovação utilizaram<br />
a espectrofotometria UV-VIS para<br />
analisar seus produtos.<br />
Importante relatar a diversidade dos projetos,<br />
como exemplo, a análise de sílica para<br />
produção de água desmineralizada, a partir<br />
da flegmaça (subproduto do processo de<br />
destilação do etanol), das usinas de açúcar<br />
e etanol, o estudo de adsorção de corantes<br />
com nanopartículas, a síntese de ácido<br />
acético a partir de amido da batata-doce, o<br />
curativo derivado do látex e nanopartículas<br />
de prata, o lava-roupas hospitalar potencializado<br />
com nanopartículas de prata e cobre.<br />
Uma aplicação atual é a comprovação da<br />
síntese de nanopartículas metálicas, após as<br />
reações químicas no laboratório, a solução<br />
é analisada mediante uma varredura para<br />
identificação do comprimento de onda específico<br />
para cada nanopartícula. Outra aplicação<br />
como a análise de demanda química<br />
de oxigênio (DQO), em águas e efluentes<br />
também é bastante rotineira, nesta técnica<br />
conhecida como método colorimétrico, o íon<br />
dicromato que oxida a matéria orgânica da<br />
amostra, modifica o estado de cromo hexavalente<br />
(Cr+6) medido a 400 nm para cromo<br />
trivalente (Cr+3) medido a 600 nm, a DQO<br />
realizada pela espectrofotometria utiliza um<br />
volume muito reduzido de reagentes, o que<br />
corrobora na diminuição dos resíduos de laboratórios.<br />
Desta forma, é possível observar o avanço<br />
das diferentes aplicações da técnica em<br />
todas as áreas da química, seja nos laboratórios<br />
de pesquisas/desenvolvimento ou<br />
nas indústrias.<br />
20<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Maio 2021<br />
Prof. Dr. Marcos Roberto Ruiz<br />
Químico, Mestre em Química Analítica e Doutor em Ciência e Tecnologia dos Materiais, docente do Curso Técnico em Química do SENAI-<br />
SP, com atuação no desenvolvimento de Projetos Inovadores.<br />
Telefone: 18 99711 3104 E-mail: marcos.ruiz@sp.senai.br