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catalogo_MACRS

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sobre a arte contemporânea e seus protagonistas. Tornou-se seu destino contribuir<br />

para uma sociedade culturalmente mais justa e igualitária e, através da própria<br />

cultura, buscar a implementação de programas e atividades museológicas<br />

que possam fomentar a produção em artes visuais no estado e resguardar seu<br />

patrimônio e sua memória visual.<br />

Esse foi o princípio que norteou o projeto e o trabalho de catalogação, salientando o<br />

exercício por meio do qual podemos revelar alguns dos muitos valores e significados<br />

desse acervo que vem sendo acrescido de obras relevantes no âmbito da produção<br />

contemporânea, em consonância com os princípios técnicos e estéticos, levando<br />

em consideração o contexto de sua execução e sua legitimação artística e cultural,<br />

bem como os procedimentos como a preparação de critérios de análise e orientação<br />

desses quando da aquisição de tais obras pelo Conselho Consultivo e o Comitê de<br />

Acervo e Curadoria, organismos disponíveis na expressão do <strong>MACRS</strong>.<br />

O acervo, que foi montado percorrendo um arco histórico a partir do final dos anos<br />

80 e início dos 90 até os dias atuais, é agora parte fundamental de uma pesquisa que<br />

procura traçar a genealogia de uma produção artística no Rio Grande do Sul e que<br />

pode olhar para o seu tempo e reafirmar, mais uma vez, o vigor e o compromisso<br />

com a diversidade e a qualidade atemporal de seus artistas representados. Esse<br />

projeto de catalogação é um meio de não esquecer que o Museu tem de ser essa<br />

ponte permanente entre a arte e o público, resguardando espaço para o artista<br />

que precisa experimentar e criar.<br />

Desse modo, ao registrar a totalidade das obras do <strong>MACRS</strong>, disponibilizamos<br />

a todo cidadão, leigo ou especialista, um importante documento da história da<br />

arte contemporânea. A instituição assume plenamente suas responsabilidades<br />

sociais, culturais, educacionais e científicas, envolvendo diferentes formas e níveis<br />

de representação. A conectividade se torna, cada vez mais, uma realidade. E ao<br />

ampliar os espaços de circulação, real e virtual, da arte contemporânea no Rio<br />

Grande do Sul, legitima um ambiente de pertencimento do Museu e fortalece a<br />

importância de um projeto de criação da sua sede própria, da noção de domicílio<br />

fixo, da perseverança na sua equipe técnica, da estabilidade administrativa e de sua<br />

absoluta estruturação institucional. Pois, por intermédio da criação de um lugar,<br />

somos capazes de receber, abrigar e impulsionar os artistas que fazem o nosso<br />

tempo, os protagonistas de nossa luta por identidade.<br />

E numa época de expansão de suas políticas e preparando-se para o futuro, o<br />

Museu compartilha com a sociedade, por intermédio da Associação de Amigos<br />

do <strong>MACRS</strong>, a AA<strong>MACRS</strong>, e produtores culturais, a concretização de dois grandes<br />

objetivos: o projeto de sua sede, no 4º Distrito de Porto Alegre, e a organização<br />

do seu acervo. Com isso, a sede do Museu deixa de ser só um sonho e passa a ser<br />

um lugar e um projeto arquitetônico desenvolvido com ações físicas. O <strong>MACRS</strong><br />

4º Distrito, localizado na rua Comendador Azevedo, 256, transforma-se para ser<br />

um novo patrimônio cultural de Porto Alegre. E a prova disso está no empenho<br />

de restabelecermos o vínculo afetivo desse local com a cidade. O transporte dos<br />

bondes históricos para a nova sede do Museu de Arte Contemporânea é uma<br />

afirmação de que o passado, quando recebe valorização de seus agentes públicos,<br />

constrói a imagem permanente de um futuro mais humano e poético.<br />

Entendemos, por isso, que fazer arte contemporânea também passa por construir<br />

espaços concretos para sua expressão e sua manifestação. Esses locais de convivência<br />

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