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uma interrupção no projeto mais seletivo de entrada de obras no acervo; foram
ações inclusivas, democráticas e descentralizadoras, com um grande número de
exposições coletivas na sede de Porto Alegre e em cidades do interior do estado.
Às vésperas de completar trinta anos, sob a direção de André Venzon (2019-2022), o
MACRS chega a sua maturidade enquanto instituição de arte, dando especial atenção
ao seu amplo e diversificado acervo, através de duas frentes de trabalho. A criação
do Arquivo Bibliográfico e Arquivístico Joel Fagundes, destinado a disponibilizar sua
rica coleção documental para pesquisadores e demais interessados, e a cuidadosa
e completa revisão do seu acervo, com fotografias e digitalização de todas as suas
obras. Essas duas ações colocam o MACRS no rol das instituições de pesquisa de
arte contemporânea no País. Complementando este processo de difusão de
informações, realiza a publicação deste Catálogo completo de suas obras, impresso
e on-line (em um site criado especialmente para isso) 8 , um material fundamental para
artistas, público em geral e pesquisadores em especial. Outro passo importante na
superação das dificuldades originais do Museu é a recente obtenção de uma sede
própria, em prédio a ele designado em 18/7/2019, por processo administrativo
do governo do estado, na rua Comendador Azevedo, 256, no 4º Distrito, dentro
do movimento de revitalização dessa área urbana. A comunidade artística local
acompanha entusiasmada essas grandes mudanças.
Pluralidade e inclusão são problemas e oportunidades
O convite para coordenar, juntamente com Vera Pellin, coordenadora-geral e
organizadora do projeto, e André Venzon, atual diretor do Museu, a elaboração do
catálogo de obras MACRS envolveu duas grandes e diferentes empreitadas. Primeiro,
participar na revisão completa da tabela de obras, com fotos e dados técnicos, em
que coordenei uma competente equipe de pesquisa 9 . Todos atuando de forma
articulada, dedicada e com extremo rigor, para alcançar, em tempo recorde, a
verificação, a digitalização e as tomadas fotográficas de um acervo com mais de
1.800 obras. Talvez a tarefa possa parecer simples, mas é complexa e minuciosa;
somente quem já experimentou esse tipo de atividade sabe dos seus meandros e
armadilhas, que exigem dos responsáveis decisões precisas e atenção permanente.
O resultado deste trabalho está disponível neste Catálogo e no site criado para sua
difusão, possibilitando ao público em geral conhecer esse significativo acervo e
aos pesquisadores interessados utilizarem uma base de dados completa, precisa
e confiável. Esta é uma das mais importantes funções de um museu público,
responsável pela preservação e a divulgação das obras que ele abriga.
Segundo, realizar uma análise do acervo, buscando definir seu perfil e tendências
dominantes, e elaborar a curadoria da exposição que acompanha o lançamento
deste Catálogo. Debrucei-me sobre uma produção dominada pela pluralidade
de possibilidades e de artistas, na qual não é possível estabelecer movimentos
ou categorias. Trabalhei no limite tênue dos dois sentidos com que foi construída
a coleção MACRS: o senso comum de que contemporânea é toda a arte deste
tempo; o que se produz aqui e agora, essa mescla de estilos, valores e modelos que
convivem no mundo globalizado, e a compreensão de um conceito mais específico
de arte contemporânea que vários autores se dedicam a estudar e definir.
8
acervomacrs.com
9
Caroline Ferreira, Luiz Felipe Schulte,
Quevedo, Nina Sanmartin, Malena Mendes,
Mirele Pacheco e Kailã Isaias.
Este acervo está totalmente interligado às exposições que estruturam a trajetória
do Museu, uma vez que a principal estratégia adotada, desde sua criação, foi a
realização de mostras para estimular a doação de obras por parte dos artistas.
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