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papéis que se pede aos docentes e a sua

situação concreta de profissionais já desgastados

por décadas de trabalho e pelo

passar dos anos, ou seja, aos professores

e aos educadores pede-se-lhes que tenham

uma vitalidade de quem está no início da

carreira, cheios de energia e de disponibilidade

mental que é impossível ter ao fim de

20, 30, 40 ou mais anos de profissão. Infelizmente,

estes profissionais padecem das

limitações inerentes às marcas que a passagem

do tempo deixa nos seres humanos.

Por isso, se os nossos políticos não apostarem

em medidas que criem legislação que

permita o rejuvenescimento do corpo docente,

estarão a pôr em causa a educação

das próximas gerações.

Que preocupações levam os professores

ao sindicato?

- De entre muitas outras destacaria as

seguintes: em que condições poderão

aposentar-se sem grandes penalizações;

se isso não for possível, como poderão

manter-se em exercício nas escolas, salvaguardando

a sua sanidade mental e física,

até que reúnam as condições para atingir

a idade legal para a aposentação; sistema

de avaliação injusto; existência de vagas de

acesso a certos escalões.

E quando o sindicato leva as preocupações/reivindicações

dos professores à

tutela, qual é o ‘feedback’?

- Não nos podemos queixar da falta de diálogo,

ao contrário do que acontece a nível

nacional, com o governo da República. No

Para cativar jovens para a

docência, é necessário apostar,

verdadeiramente, na valorização

da carreira docente

entanto, há respostas díspares em relação

às nossas reivindicações. Por exemplo, se

em relação à recuperação do tempo de

serviço, ao fim de três manifestações de

centenas de professores, lideradas pelo

SPM, houve abertura para encontrar uma

solução, em relação à reivindicação de medidas

concretas que combatam o desgaste

e o envelhecimento dos docentes não tem

havido a mesma recetividade. Porém, neste

momento, é crucial encontrar respostas

para este problema, sob pena de pormos

em causa a qualidade da educação nos próximos

anos.

Na Madeira, há falta de professores e em

que disciplinas?

- Infelizmente, esse é já um problema bem

real na nossa região, com tendência a agudizar-se

nos próximos anos. Na verdade,

a realidade, em dois ou três anos, pôs em

causa os burocratas que garantiam que há

professores a mais; que o desemprego na

docência era garantido nas próximas décadas,

porque a crise demográfica provocaria

um excedente de docentes bem superior às

necessidades resultantes do aceleramento

do ritmo das aposentações. Tudo conjunturas

assentes em políticas economicistas

e não na realidade, nem na preocupação

com a qualidade da educação. Agora, na

nossa perspetiva, a preocupação tem de

ser a de criarmos condições para fixarmos,

rapidamente, todos os colegas contratados

e atrairmos novos professores e educadores,

sem os quais teremos de recorrer a

profissionais não qualificados. Neste momento,

nota-se, entre outras áreas, falta de

professores de Informática, Filosofia, Geografia,

História, Inglês e Português.

A pandemia trouxe novos desafios os

professores, nomeadamente o desafio

tecnológico?

- Os docentes já eram, na sua maioria, profissionais

altamente qualificados a nível

saber novembro 2021

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