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NUTRIÇÃO
Alison Karina
de Jesus
Alison Karina de Jesus
Nutricionista (2874N)
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Distúrbios alimentares
São transtornos do comportamento
alimentar que exigem uma abordagem
multidisciplinar. Em ambos os
casos há um controlo rígido e obsessivo
da ingestão de alimentos, o que acaba por
evoluir para a falta de apetite real que caracteriza
a anorexia. No caso da bulimia, há um
comportamento compulsivo de consumo
desenfreado sendo que depois a pessoa
provoca o vómito. Apesar desta diferença,
os dois distúrbios alimentares podem surgir
associados e têm muito em comum. Além
dos aspetos psicológicos da preocupação
exagerada com o peso, a baixa autoestima e
distorção da imagem corporal, a anorexia e
a bulimia resultam numa dieta perigosa e insuficiente
a nível nutricional. A anorexia afeta
sobretudo raparigas (95%), a baixa autoestima
é uma caraterística transversal e sabe-se
também que a maioria são jovens com um
elevado rendimento escolar, muito organizadas,
exigentes consigo próprias e com alguns
traços de comportamento obsessivo. Vários
estudos permitem traçar o perfil de risco,
mas não podemos desprezar os fatores externos
que levam ao desenvolvimento de
transtornos alimentares como a anorexia e
a bulimia. Além da pressão familiar, escolar
e social que recai sobre a imagem e a questão
da moda, há uma questão importante,
que quase nunca é falada: a exigência do
controlo de peso no mundo da alta competição.
É problema grave, e que podemos ver
sobretudo nas atividades que se relacionam
com movimentos de elevação do próprio
corpo: A patinagem, o ballet e ginástica que
têm regras muito rígidas na alta competição,
sem qualquer acompanhamento de compensação
nutricional. Nas raparigas, a perda
da menstruação é um dos primeiros sinais
de que o peso desceu a um nível perigoso,
com graves implicações no desenvolvimento
hormonal. No geral, a carência de nutrientes
pode também conduzir a anemias graves,
osteoporose precoce, e níveis muito baixos
de fósforo e de potássio, o que pode provocar
falência cardíaca ou respiratória. A anorexia
nervosa é o transtorno psiquiátrico com
maior risco de morte. Existem comportamentos
estão quase sempre presentes. Se a
família ou amigos detetar alguns estes sinais,
é essencial incentivar a pessoa a procurar
um nutricionista ou acompanhá-lo até a consulta:
Falamos da perda de peso “involuntária”;
Hábitos como o de espalhar comida no
prato, para fingir que está quase vazio; Sinais
de isolamento social e recusa de programas
que impliquem “ficar à mesa”; Insistência em
usar roupas mais largas do que o normal e
muito leves, mesmo quando está frio (para
acelerar a termogenia, obrigando o organismo
a queimar mais calorias). O tratamento
implica uma mudança de comportamentos
que se revela difícil, mesmo quando já existe
acompanhamento psicológico e um médico
a alertar para o facto de a saúde estar em
risco. Daí ser fundamental a abordagem
multidisciplinar. O papel do nutricionista é o
de garantir uma evolução positiva com efeitos
de longo prazo, a chamada reeducação
alimentar. s
saber novembro 2021
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