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edição de 1º de março de 2021

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DARK KitcHeN<br />

cHeGA AO meRcADO<br />

Guilherme Jahara,<br />

Clariana Regiani,<br />

Carlão Fonseca e<br />

Flavia Campos iniciam<br />

operação in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte<br />

e apostam nas “marcas<br />

do amanhã”. pág. 10<br />

tim AmpliA RelAçãO<br />

cOm O espORte<br />

Ana Paula Castello<br />

Branco fala do apoio<br />

ao Comitê Olímpico<br />

do Brasil, da escolha<br />

dos embaixadores e<br />

do potencial do setor<br />

<strong>de</strong> telecom. pág. 18<br />

cANcelAmeNtO NA<br />

web GeRA DebAte<br />

Assim como Karol<br />

Conká, personalida<strong>de</strong>s<br />

e marcas são canceladas<br />

na internet. Agências<br />

<strong>de</strong> PR explicam<br />

a complexida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>ssa era. pág. 24<br />

propmark.com.br<br />

ANO 56 - Nº 2834 - <strong>1º</strong> <strong>de</strong> março <strong>de</strong> <strong>2021</strong> R$ 15,00<br />

Reprodução<br />

criativida<strong>de</strong> po<strong>de</strong> salvar<br />

a imagem do brasil<br />

parte do DNA brasileiro e asset do mercado publicitário, a criativida<strong>de</strong> é apontada como<br />

um dos pilares capazes <strong>de</strong> erguer a imagem do brasil, o 16° país mais valioso do mundo,<br />

segundo ranking da brand Finance, com valor estimado <strong>de</strong> Us$ 764 bilhões, queda <strong>de</strong><br />

15% em relação a 2019. cenário é agravado por questões como a falta <strong>de</strong> coor<strong>de</strong>nação<br />

política para a vacinação e po<strong>de</strong> prejudicar o ambiente <strong>de</strong> negócios. pág. 28


WWW.CONGRESSOABEP.ORG<br />

GRANDES TEMAS TRATADOS<br />

POR RESPEITADOS<br />

ESPECIALISTAS<br />

• Fusão <strong>de</strong> dados<br />

• Comportamento do consumidor<br />

• Hábitos <strong>de</strong> consumo durante a pan<strong>de</strong>mia<br />

• LGPD<br />

• Audiência<br />

• Cross mídia<br />

• Realida<strong>de</strong> virtual<br />

KEYNOTE<br />

SPEAKERS<br />

DEBATEDORES<br />

LGPD<br />

Fernanda <strong>de</strong> Lima Alcântara<br />

Pesquisadora do Creative Shop<br />

do Facebook (NY)<br />

Eliane Quintella<br />

Presi<strong>de</strong>nte do Comitê<br />

Jurídico da ABA<br />

Marcel Leonardi<br />

Professor da FGV Direito SP<br />

Larissa Galvão<br />

Legal Manager<br />

e DPO da Kantar<br />

Renata Lo Prete<br />

Âncora do Jornal da Globo<br />

e do podcast O Assunto<br />

PATROCÍNIO<br />

Mário D’Andrea<br />

Presi<strong>de</strong>nte da ABAP<br />

Diamante Ouro Prata Bronze Alumínio<br />

PARCEIROS ESTRATÉGICOS


editorial<br />

Armando Ferrentini<br />

aferrentini@editorareferencia.com.br<br />

Sinais <strong>de</strong> recuperação<br />

Apesar dos pesares, o mercado publicitário brasileiro tem dado nos últimos<br />

dias sinais <strong>de</strong> recuperação, o que é ótimo para todos nele envolvidos, inclusive<br />

e principalmente para os anunciantes, que só têm a ganhar com as agências<br />

que os servem voltando a se fortalecer.<br />

Entre todas as interpretações que se queira dar ao fato, a mais importante a nosso<br />

ver é que a propaganda se tornou indispensável para as empresas e seus empreendimentos,<br />

tornando-se não raro o braço direito <strong>de</strong> um sucesso empresarial.<br />

***<br />

Chamamos a atenção dos nossos leitores sobre a matéria a respeito da ESG, sigla<br />

que incorpora conceitos <strong>de</strong> sustentabilida<strong>de</strong> na análise <strong>de</strong> investimentos em empresas,<br />

negócios e produtos. O tema será assunto central <strong>de</strong> um fórum organizado<br />

pela XP Investimentos e terá conteúdo específico nas plataformas digitais do Li<strong>de</strong><br />

– Grupo <strong>de</strong> Lí<strong>de</strong>res Empresariais, criado lá atrás pelo hoje governador <strong>de</strong> S. Paulo,<br />

João Doria.<br />

Sob esse aspecto, é uma pena a muito se lamentar que o atual governo fe<strong>de</strong>ral<br />

ainda não tenha percebido isso, entregando a pessoas sem muita experiência na<br />

área a responsabilida<strong>de</strong> pela sua comunicação.<br />

A Presidência da República <strong>de</strong>veria seguir o exemplo do governo paulista, que<br />

– talvez pelo governador ser do ramo – tem dado boas <strong>de</strong>monstrações <strong>de</strong> como<br />

usar e lidar com o ferramental publicitário ao seu alcance, possibilitando com<br />

isso <strong>de</strong>ixar a população bem informada e motivada para os esforços coletivos do<br />

dia a dia, o que acaba proporcionando ótimos resultados para todos.<br />

Observe o leitor como os países mais adiantados têm se valido da comunicação<br />

publicitária na pan<strong>de</strong>mia, fazendo com que sejam diminuídos os números <strong>de</strong><br />

vítimas fatais da Covid-19 e da mesma forma o número <strong>de</strong> internações hospitalares.<br />

Enquanto isso, aqui no Brasil, batemos o recor<strong>de</strong> <strong>de</strong> mortes em um só dia (na<br />

semana passada), além <strong>de</strong> estarmos com os hospitais trabalhando com carga máxima,<br />

o que só “beneficia” a pan<strong>de</strong>mia.<br />

Tivéssemos uma crença oficial maior na força da propaganda, principalmente recrutando<br />

empresas e profissionais do setor, com larga experiência em lidar com<br />

a comunicação e sua qualida<strong>de</strong>, muito provavelmente não apresentaríamos números<br />

tão alarmantes sobre a pan<strong>de</strong>mia, como nestes últimos dias.<br />

Os nossos governos precisam apren<strong>de</strong>r que a propaganda é realmente a alma do<br />

negócio, seja ele qual for, mesmo em se tratando <strong>de</strong> uma tragédia como a que<br />

estamos vivendo aqui no Brasil, principalmente, on<strong>de</strong> até a aplicação das vacinas<br />

na população sofre um processo burocrático confuso e <strong>de</strong>snecessário.<br />

Mais comunicação (informação) e menos confusão é o que se pe<strong>de</strong> e é do que<br />

precisamos neste momento, além <strong>de</strong> mais vacinas, mais recursos hospitalares e<br />

maior atenção do po<strong>de</strong>r público para uma tragédia jamais vista nas proporções<br />

atuais em nosso país.<br />

***<br />

Não é à toa que a nossa matéria <strong>de</strong> capa aborda, com precisão, o enfraquecimento<br />

da marca Brasil, agonizando diante da falta <strong>de</strong> planejamento e <strong>de</strong> estratégia.<br />

Kelly Dores, nossa editora-chefe <strong>de</strong> Redação, chama-nos a atenção para um trecho<br />

<strong>de</strong>ssa importante matéria que bem retrata o país <strong>de</strong> hoje: “Ameaças à Constituição,<br />

mortes por Covid-19 que po<strong>de</strong>riam ter sido poupadas, falta <strong>de</strong> coor<strong>de</strong>nação<br />

política para a vacinação, clima <strong>de</strong> hostilida<strong>de</strong> e <strong>de</strong>scaso com a ciência e<br />

o meio ambiente seguem manchando a imagem <strong>de</strong> um país que só avança pela<br />

força e resiliência do próprio povo. Mas ainda há quem acredite no futuro <strong>de</strong> uma<br />

nação que tem no futebol e no Carnaval traços inerentes à sua i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>. Vocação<br />

nata do DNA brasileiro e principal asset do mercado publicitário, a criativida<strong>de</strong><br />

é apontada como um dos pilares capazes <strong>de</strong> erguer a imagem do Brasil, o<br />

16º país mais valioso do mundo, segundo ranking da consultoria britânica Brand<br />

Finance. O valor estimado é <strong>de</strong> US$ 764 bilhões, queda <strong>de</strong> 15% em relação ao<br />

relatório apurado em 2019”.<br />

É preciso dizer mais?<br />

***<br />

Imperdível a matéria sobre a nova agência <strong>de</strong> Guilherme Jahara (ex-SunsetDDB),<br />

Dark Kitchen Creatives, operação in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte que ele lança ao lado <strong>de</strong> três<br />

sócios. Guilherme Jahara tem sido, ao longo dos últimos tempos, um dos mais<br />

queridos e eficientes publicitários do nosso mercado, dito por nós e corroborado<br />

por muitos profissionais.<br />

***<br />

Nesta edição, matéria sobre a Cine, que vai mudar <strong>de</strong> en<strong>de</strong>reço. Deixará a famosa<br />

casa da Avenida Rebouças, próximo à Faria Lima, on<strong>de</strong> esteve por 25 anos, para<br />

se acomodar na Vila Nova Conceição. Junto à mudança <strong>de</strong> en<strong>de</strong>reço, a Cine apresenta<br />

ainda a atualização da logomarca da produtora, criada - nada mais, nada<br />

menos - pela AlmapBBDO.<br />

***<br />

Em uma <strong>de</strong>spedida sentida, Fernanda Lopes nos conta que após quase 9 anos<br />

<strong>de</strong>ixa a Leo Burnett, on<strong>de</strong> era, por assim dizer, alma e corpo da agência no campo<br />

das relações pessoais com os clientes, fornecedores e amigos da agência da maçã.<br />

É ela quem afirma: “Em breve começo um novo <strong>de</strong>safio profissional, mas a agência<br />

da maçã sempre estará em meu coração, certamente representando um período<br />

profissional muito importante e <strong>de</strong> muito conhecimento, reconhecimento e<br />

aprendizado”. A seu pedido, transcrevemos o seu e-mail pessoal: felopescomunicacao@gmail.com.<br />

Pela profissional que sempre foi e prosseguirá sendo, merece todo este apoio em<br />

nosso editorial <strong>de</strong>sta edição.<br />

***<br />

A Editora Referência já está concluindo o planejamento para lançamento do<br />

Marketing Best 2020/<strong>2021</strong>, tradicional premiação dos mais valiosos cases do mercado<br />

nesse período. Um júri especialmente convidado, não pertencente à nossa<br />

organização, será em breve divulgado ao mercado.<br />

***<br />

Falando em datas, 21 <strong>de</strong> maio se aproxima, com o PROPMARK então comemorando<br />

56 anos <strong>de</strong> circulação ininterrupta.<br />

***<br />

Esta não é exatamente uma notícia publicitária, mas merece ser transcrita como<br />

exemplo <strong>de</strong> que o po<strong>de</strong>r público não po<strong>de</strong> tudo: o governo do Estado <strong>de</strong> São Paulo<br />

anunciou o arrendamento do Zoo, do Safari e do Jardim Botânico por 30 anos,<br />

a R$ 111,5 milhões e exigindo um investimento mínimo do arrendatário da or<strong>de</strong>m<br />

<strong>de</strong> R$ 369,5 milhões.<br />

Governo é para governar, o que já é muito, não para tomar conta <strong>de</strong> atrações<br />

como as três acima citadas.<br />

jornal propmark - <strong>1º</strong> <strong>de</strong> março <strong>de</strong> <strong>2021</strong> 3


Índice<br />

Marca Brasil<br />

sofre com falta<br />

<strong>de</strong> estratégia<br />

Especialistas apontam que<br />

criativida<strong>de</strong>, inovação e<br />

agronegócio po<strong>de</strong>m erguer<br />

imagem do país e melhorar<br />

ambiente <strong>de</strong> negócios.<br />

cAPA<br />

28<br />

Reprodução<br />

MeRcAdO<br />

Fotos: Divulgação<br />

MARcAs<br />

Flexitarianos puxam<br />

avanço <strong>de</strong> food tech<br />

Público que busca reduzir o consumo<br />

<strong>de</strong> carne é alvo da 100 Foods, startup <strong>de</strong><br />

produtos plant-based criada por Daniel Ibri.<br />

O executivo afirma que o faturamento da<br />

empresa cresceu três vezes em 2020 e prevê<br />

crescer sete vezes este ano. A comunicação<br />

da marca segue linha irreverente. pág. 32<br />

PROdutORAs<br />

d&Ad <strong>2021</strong><br />

esG começa a chamar<br />

a atenção no Brasil<br />

Sigla incorpora conceitos <strong>de</strong><br />

sustentabilida<strong>de</strong> na análise <strong>de</strong><br />

investimentos em empresas, negócios e<br />

produtos. A XP, que tem Marta Pinheiro<br />

como diretora, realizará a segunda edição<br />

da Expert ESG. O Li<strong>de</strong> fará uma pesquisa<br />

sobre o tema com seus filiados. pág. 26<br />

MARcAs<br />

Mon<strong>de</strong>lez adota nova<br />

estratégia global<br />

Companhia quer se conectar ao consumidor.<br />

Tatiana Gracia, diretora <strong>de</strong> excelência<br />

<strong>de</strong> marketing da empresa, fala que o<br />

movimento é muito forte. O posicionamento<br />

mundial foi batizado como Humaning<br />

ou a humanização <strong>de</strong> propósitos. pág. 31<br />

ccO da Ogilvy fala<br />

da relevância do PR<br />

Félix Del Valle será jurado na categoria <strong>de</strong><br />

PR no D&AD <strong>2021</strong>, entre 25 e 28 <strong>de</strong> maio. Ele<br />

comenta que cada vez mais a disciplina <strong>de</strong><br />

relações públicas está inserida nos projetos<br />

<strong>de</strong> comunicação <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o briefing. Segundo<br />

o criativo, “lançar uma campanha sem<br />

pensar no PR é impraticável hoje”. pág 22<br />

Após 25 anos, cine<br />

muda <strong>de</strong> en<strong>de</strong>reço<br />

Empresa sai do casarão na Avenida<br />

Rebouças e vai para Vila Nova Conceição.<br />

O espaço, segundo a produtora, está<br />

alinhado aos novos caminhos do mercado.<br />

“Essa nova fase representa renovação”,<br />

diz o sócio e diretor Raul Doria. pág. 23<br />

editorial ................................................................3<br />

conexões ...............................................................6<br />

curtas ....................................................................8<br />

Agências .............................................................10<br />

Mídia ...................................................................14<br />

inspiração ..........................................................15<br />

Beyond the Line ................................................16<br />

Opinião ................................................................17<br />

entrevista ...........................................................18<br />

We Love MKt ......................................................20<br />

Quem Fez ............................................................21<br />

d&Ad <strong>2021</strong> .........................................................22<br />

Produtoras ..........................................................23<br />

Mercado ..............................................................24<br />

Marcas .................................................................31<br />

Última Página ....................................................34<br />

O editor Paulo Macedo está <strong>de</strong> férias e a<br />

coluna Supercenas voltará em março.<br />

4 <strong>1º</strong> <strong>de</strong> março <strong>de</strong> <strong>2021</strong> - jornal propmark


conexões<br />

Post: Localiza traz placas colecionáveis<br />

com gírias brasileiras<br />

Só vou dar like se tiver basculho.<br />

Thiago Sganzerla<br />

última Hora<br />

LinkedIn<br />

Post: CVC oferece ajuda para<br />

Ana Maria Braga “fugir” <strong>de</strong> entrevista<br />

com Karol Conká<br />

Não curti, CVC Viagens.<br />

Washington Alex Santos<br />

dorinHo<br />

Post: NEOOH anuncia Eduardo<br />

Amaral como novo head <strong>de</strong><br />

marketing<br />

Excelentes profissionais.<br />

Larissa Pedrozo<br />

Que time!<br />

Débora Hissa<br />

Post: Ruffles expan<strong>de</strong> portfólio<br />

e lança versão em lata<br />

Parece até coisa <strong>de</strong> outro país!<br />

Igor Dumit<br />

Post: Bolsonaro “nu” estampa<br />

campanha da RSF<br />

O problema <strong>de</strong> algumas agências<br />

é que, para ven<strong>de</strong>r alguma i<strong>de</strong>ia,<br />

basta o cliente pagar. E assim po<strong>de</strong>mos<br />

<strong>de</strong>finir o caráter tanto <strong>de</strong><br />

quem ven<strong>de</strong>u a i<strong>de</strong>ia como <strong>de</strong><br />

quem comprou.<br />

Flavio Cerveira<br />

HOlding Oddz<br />

Nas próximas semanas, Ronaldo Nazário lançará a holding<br />

Oddz, focada em tecnologia, junto aos sócios Eduardo<br />

Baraldi, Otávio Pereira e Gabriel Lima. A nova empresa<br />

nasceu para <strong>de</strong>senvolver i<strong>de</strong>ias que vão além do território<br />

<strong>de</strong> atuação da Octagon, agência <strong>de</strong> marketing esportivo e<br />

entretenimento, da qual o Fenômeno é sócio majoritário.<br />

Em 2020, o ex-jogador já havia anunciado a Nomad – lab<br />

<strong>de</strong> games eSports criada pela Octagon em parceria com a<br />

<strong>de</strong>senvolvedora <strong>de</strong> games Kinship.<br />

secom<br />

O presi<strong>de</strong>nte Jair<br />

Bolsonaro <strong>de</strong>ve alterar o<br />

comando da Secretaria <strong>de</strong><br />

Comunicação, substituindo<br />

Fábio Wajngarten pelo<br />

almirante Flávio Rocha,<br />

que hoje comanda a<br />

Secretaria <strong>de</strong> Assuntos<br />

Estratégicos (SAE). Caso o<br />

rumor se confirme, Rocha<br />

<strong>de</strong>ve acumular as duas<br />

funções.<br />

HBO Max 1<br />

A WarnerMedia, divisão<br />

da AT&T Inc, anunciou<br />

que Leonardo Sampaio<br />

(foto) foi nomeado vice-<br />

-presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> estratégia<br />

comercial e novos negócios<br />

para a América Latina da<br />

HBO Max. O profissional<br />

respon<strong>de</strong>rá a Jose<br />

Cal<strong>de</strong>roni, lí<strong>de</strong>r <strong>de</strong> growth<br />

marketing da HBO Max<br />

Latin America.<br />

ADc<br />

Bruno Brux, diretor-<br />

-executivo <strong>de</strong> criação da<br />

GUT em São Paulo, foi<br />

nomeado pelo The One<br />

Club for Creativity para<br />

fazer parte do júri do<br />

primeiro ADC 100th Annual<br />

Awards Fusion Cube. O<br />

objetivo da premiação é<br />

reconhecer trabalhos que<br />

melhor incorporam os<br />

princípios <strong>de</strong> diversida<strong>de</strong>,<br />

equida<strong>de</strong> e inclusão (DEI).<br />

HBO Max 2<br />

Sampaio será responsável<br />

por supervisionar a<br />

distribuição, a estratégia<br />

comercial e os novos<br />

negócios da HBO Max, a<br />

plataforma <strong>de</strong> streaming<br />

da WarnerMedia na<br />

América Latina e no<br />

Caribe. A previsão é que<br />

a HBO Max seja lançada<br />

nestes mercados no fim <strong>de</strong><br />

junho.<br />

trope<br />

Com o intuito <strong>de</strong> criar<br />

pontes entre as marcas e a<br />

geração Z, o empreen<strong>de</strong>dor<br />

Luiz Menezes lança a<br />

Trope. A empresa espera<br />

estabelecer um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong><br />

comunicação que ampare a<br />

geração Z e a prepare para o<br />

futuro.<br />

6 <strong>1º</strong> <strong>de</strong> março <strong>de</strong> <strong>2021</strong> - jornal propmark


o papel e o meio ambiente<br />

A indústria <strong>de</strong> celulose retém, em seus produtos, apenas 0,3% da<br />

água utilizada. Do restante, 80% retorna à fonte <strong>de</strong> on<strong>de</strong> foi<br />

captada, <strong>de</strong>ntro dos padrões legais <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>.<br />

Fonte: Relatório Ibá, 2020.<br />

A campanha LOVE PAPER é uma criação original <strong>de</strong> Two Si<strong>de</strong>s.<br />

Acesse lovepaper.org.br e saiba mais.<br />

Two Si<strong>de</strong>s é uma organização global, sem fins lucrativos, criada na Europa<br />

em 2008 por membros das indústrias <strong>de</strong> base florestal, celulose, papel,<br />

cartão e comunicação impressa. Two Si<strong>de</strong>s, a mais importante iniciativa do<br />

setor, promove a produção e o uso conscientes do papel, da impressão e<br />

das embalagens <strong>de</strong> papel, bem como esclarece equívocos comuns sobre<br />

os impactos ambientais da utilização <strong>de</strong>sses recursos. Papel, papelcartão e<br />

papelão são provenientes <strong>de</strong> florestas cultivadas e gerenciadas <strong>de</strong> forma<br />

sustentável. Além disso, são recicláveis e bio<strong>de</strong>gradáveis.<br />

LOVE<br />

PAPER<br />

www.lovepaper.org.br<br />

Descubra mais:<br />

www.twosi<strong>de</strong>s.org.br<br />

Apoio:


curtas<br />

feNapro <strong>de</strong>seNvolve estudo<br />

NissaN apreseNta carro No céu<br />

globo terá No limite com ex-bbbs<br />

Material foi feito em levantamento junto às agências<br />

A Fenapro (Fe<strong>de</strong>ração Nacional das<br />

Agências <strong>de</strong> Propaganda) apresenta o Fenapro<br />

Transforma, estudo <strong>de</strong>senvolvido a<br />

partir <strong>de</strong> pesquisas e informações colhidas<br />

junto ao setor, sobre as transformações e<br />

<strong>de</strong>safios das agências e como elas po<strong>de</strong>m<br />

lidar com essas questões. O material mostra<br />

como essas mudanças estão afetando o<br />

negócio das agências, e aponta caminhos<br />

para se adaptar a esses <strong>de</strong>safios. São 40<br />

páginas divididas em sete capítulos. Entre<br />

os temas estão Impactos imediatos da<br />

pan<strong>de</strong>mia da Covid-19 e Tempo do protagonismo<br />

das agências. Entida<strong>de</strong> vai ativar um<br />

capítulo por semana em seus canais.<br />

paramouNt+ No brasil em março<br />

Ativação com drones foi criada pela Lew’Lara\TBWA<br />

Em uma ativação criada pela agência<br />

Lew’Lara\TBWA, a Nissan iluminou o céu<br />

próximo ao Jockey Club <strong>de</strong> São Paulo com<br />

400 drones para anunciar seu novo SUV:<br />

o Nissan Kicks. Com o conceito Ative sua<br />

Atitu<strong>de</strong>, o veículo foi apresentado em uma<br />

live que misturou música e tecnologia.<br />

Em parceria com o DJ e produtor musical<br />

Bruno Martini, a marca também criou<br />

um single inspirado no novo mo<strong>de</strong>lo.<br />

Os sons do carro foram captados pelo DJ,<br />

que mixou e criou um hit <strong>de</strong> pegada eletrônica,<br />

que estará disponível em plataformas<br />

digitais. A pré-venda está disponível no<br />

e-commerce da marca.<br />

budweiser e Nba juNtos No brasil<br />

Rumores apontam Marcos Mion como apresentador<br />

A Globo anunciou uma nova edição do<br />

reality No Limite, um dos primeiros a fazer<br />

sucesso no brasil, em 2000. À época, o<br />

programa foi apresentado por Zeca Camargo,<br />

atualmente na Band. Boninho, diretor<br />

<strong>de</strong> Gênero da Globo e responsável pelos<br />

realities, relembra a primeira edição. “Há<br />

mais <strong>de</strong> 20 anos eu fazia parte <strong>de</strong> uma jornada<br />

que não imaginava o quanto mudaria<br />

a minha vida. A volta do No Limite é um<br />

<strong>de</strong>sejo antigo – meu e <strong>de</strong> muita gente”, diz.<br />

Entre as novida<strong>de</strong>s, o novo programa terá<br />

ex-bbbs. Segundo rumores, a apresentação<br />

será <strong>de</strong> Marcos Mion, que <strong>de</strong>ixou a<br />

Record TV em janeiro <strong>de</strong>ste ano.<br />

vozes bra<strong>de</strong>sco estimula times<br />

The Good Lord Bird está no catálogo da plataformaIl<br />

O Paramount+ (Paramount Plus), serviço<br />

<strong>de</strong> streaming da ViacomCBS Networks<br />

Americas, uma divisão da ViacomCBS Inc,<br />

ganhou data <strong>de</strong> estreia no Brasil. A plataforma<br />

chega em 18 países da América<br />

Latina em 4 <strong>de</strong> março. A empresa anunciou<br />

títulos <strong>de</strong> lançamento, preço e parceiros<br />

<strong>de</strong> distribuição. No lançamento, os consumidores<br />

no Brasil po<strong>de</strong>rão fazer um teste<br />

gratuito <strong>de</strong> sete dias ou assinar por<br />

R$ 19,90/mês. Centro <strong>de</strong> distribuição <strong>de</strong><br />

um catálogo internacional <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> cinco<br />

mil horas, o serviço também terá distribuição<br />

com parceiros, incluindo Mercado<br />

Livre, Claro Brasil, Vivo e Oi.<br />

Marca vai apresentar transmissões <strong>de</strong> jogos ao vivo<br />

A NBA (National Basketball Association)<br />

e a Budweiser ampliaram a parceria em<br />

acordo para o mercado global. A marca<br />

vai apresentar transmissões <strong>de</strong> jogos ao<br />

vivo, produzir conteúdos exclusivos para<br />

canais e plataformas (incluindo ambiente<br />

digital), passando à condição <strong>de</strong> emissora<br />

oficial da NBA no Brasil. O lançamento<br />

ocorreu com os jogos <strong>de</strong> Dallas Mavericks x<br />

Philal<strong>de</strong>lphia 76ers e New Orleans Pelicans<br />

x Milwaukee Bucks, nos canais oficiais da<br />

NBA Brasil e <strong>de</strong> Bud no YouTube. O acordo<br />

inclui formatos, i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> visual, gráficos<br />

especiais, participação <strong>de</strong> criadores, convidados<br />

e programação local.<br />

Banco dará consultoria sobre formato e engajamento<br />

O Bra<strong>de</strong>sco apresenta a plataforma Vozes<br />

Bra<strong>de</strong>sco, buscando ampliar o protagonismo<br />

<strong>de</strong> seus funcionários, abrindo espaço<br />

para o compartilhamento <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ias e pontos<br />

<strong>de</strong> vista nas re<strong>de</strong>s sociais como conteúdo<br />

institucional. O projeto estimula a produção<br />

<strong>de</strong> conteúdo individual <strong>de</strong> funcionários no<br />

linkedin. Quem <strong>de</strong>sejar ter um perfil mais<br />

ativo terá consultoria da equipe <strong>de</strong> Re<strong>de</strong>s<br />

Sociais do banco, que dará dicas sobre formatos,<br />

periodicida<strong>de</strong> e engajamento. Conteúdos<br />

em linha com os valores e os pilares<br />

da marca (inovação, pessoas, educação,<br />

negócios e diversida<strong>de</strong>) po<strong>de</strong>m ser repostados<br />

no perfil institucional.<br />

Diretor-presi<strong>de</strong>nte e jor na lis ta<br />

res pon sá vel<br />

Ar man do Fer ren ti ni<br />

Editora-chefe: Kelly Dores<br />

Editores: Neu sa Spau luc ci, Paulo<br />

Macedo e Alê Oliveira (Fotografia)<br />

Editores-assistentes: Jéssica<br />

Oliveira e Leonardo Araujo<br />

Repórteres: Alisson Fernán<strong>de</strong>z e<br />

Janaina Langsdorff<br />

Revisor: José Carlos Boanerges<br />

Edição <strong>de</strong> Arte: Adunias Bispo da Luz<br />

e Anilton Marques Rodrigues<br />

Assistente <strong>de</strong> Arte: Lucas Boccatto<br />

Departamento Comercial<br />

Gerentes: Mel Floriano<br />

mel@editorareferencia.com.br<br />

Tel.: (11) 2065-0748<br />

Monserrat Miró<br />

monserrat@editorareferencia.com.br<br />

Tel.: (11) 2065-0744<br />

Diretor Executivo: Tiago A. Milani<br />

Ferrentini<br />

tferrentini@editorareferencia.com.br<br />

Departamento <strong>de</strong> Assinaturas<br />

Coor<strong>de</strong>nadora: Regina Sumaya<br />

regina-sumaya@editorareferencia.com.br<br />

Assinaturas/Renovação/<br />

Atendimento a assinantes<br />

assinatura@editorareferencia.com.br<br />

São Paulo (11) 2065-0738<br />

Demais estados: 0800 704 4149<br />

Site: propmark.com.br<br />

Redação: Rua Fran çois Coty, 228<br />

CEP 01524-030 – São Pau lo-SP<br />

Tels: (11) 2065-0772 e 2065-0766<br />

e- mail: re da cao@prop mark. com.br<br />

O PrO PMar k é uma pu bli ca ção da Edi to ra re fe rên cia Ltda.<br />

rua Fran çois Coty, 228 - São Pau lo - SP<br />

CEP: 01524-030 Tel.: (11) 2065-0766<br />

as ma té rias as si na das não re pre sen tam ne ces sa ria men te a<br />

opi nião <strong>de</strong>s te jor nal, po <strong>de</strong>n do até mes mo ser con trá rias a ela.<br />

IMPRESSO EM CASA<br />

8 <strong>1º</strong> <strong>de</strong> março <strong>de</strong> <strong>2021</strong> - jornal propmark


Conselho Nacional <strong>de</strong> Autorregulamentação Publicitária – CONAR<br />

CNPJ Nº 43.759.851/001-25<br />

EDITAL DE CONVOCAÇÃO PARA ASSEMBLEIA GERAL DIGITAL<br />

31.03.21<br />

Ficam convocados os Associados do CONAR – Conselho Nacional <strong>de</strong><br />

Autorregulamentação Publicitária, com direito a voto, a se reunirem em<br />

Assembleia Geral Ordinária, que será realizada em sala <strong>de</strong> reunião<br />

virtual com en<strong>de</strong>reço divulgado no site www.conar.org.br, na forma<br />

prevista no artigo 5° da Lei n° 14.010/20, que autoriza a realização das<br />

reuniões por meios eletrônicos durante o período <strong>de</strong> pan<strong>de</strong>mia, no<br />

próximo dia 31.03.21, às 10:30 horas em primeira convocação ou às<br />

11:00 horas em segunda convocação, para: apreciar o relatório e<br />

julgar as contas do Conselho Superior, relativos aos exercícios social<br />

e financeiro encerrados em 31 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2020;<br />

Notas:<br />

1) Ficam os associados com direito a voto convocados para<br />

participação e votação, mediante a atuação remota, por meio da<br />

ferramenta Zoom. Para mais informações basta acessar o link<br />

https://us02web.zoom.us/meeting/register/tZwsfu2srTsuH916t66HwSNOxdfOp<br />

CKjC0qF;<br />

2) O associado po<strong>de</strong>rá participar da assembleia mediante inscrição<br />

com até 30 minutos <strong>de</strong> antecedência no link disponibilizado no<br />

site www.conar.org.br .<br />

Datado e assinado eletronicamente.<br />

JOÃO LUIZ FARIA NETTO<br />

Presi<strong>de</strong>nte


agênCias<br />

Dark Kitchen Creatives nasce com<br />

foco na flexibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> entregas<br />

Guilherme Jahara, Flavia Campos, Clariana Regiani e Carlão Fonseca<br />

lançam operação com objetivo <strong>de</strong> inspirar “marcas do amanhã”<br />

leonardo araujo<br />

Guilherme Jahara, Flavia<br />

Campos, Clariana Regiani<br />

e Carlão Fonseca lançam nesta<br />

segunda-feira (<strong>1º</strong>) a Dark Kitchen<br />

Creatives, agência com<br />

operação in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte.<br />

“O nome é inspirado exatamente<br />

no mo<strong>de</strong>lo das dark kitchens:<br />

uma cozinha com alta<br />

flexibilida<strong>de</strong> em que os chefs<br />

colocam a mão na massa, que se<br />

adapta a cada cenário, otimiza<br />

processos, custos e trabalha <strong>de</strong><br />

forma colaborativa, juntando<br />

especialida<strong>de</strong>s, talentos e focada<br />

sempre na melhor experiência<br />

<strong>de</strong> entrega”, explica Jahara.<br />

O publicitário será sócio e co-<br />

-CCO ao lado <strong>de</strong> Fonseca. Perguntado<br />

se a Dark Kitchen Creatives<br />

nasce também <strong>de</strong> uma<br />

inquietação <strong>de</strong> seus fundadores<br />

com o mercado publicitário<br />

atual, o profissional é categórico:<br />

“Totalmente”. “E <strong>de</strong>ssa inquietação<br />

também nasceu uma<br />

visão, aliada à vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> liberda<strong>de</strong><br />

e <strong>de</strong> fazer do nosso jeito”,<br />

explica.<br />

Além da DKC, há novas agências<br />

surgindo e muitas nem se<br />

intitulam como tal. Isso significa<br />

que o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> negócios<br />

tradicional está morto? “Morto<br />

não está, mas sabemos, já há<br />

um bom tempo, que tudo está<br />

mudando e precisa mudar ainda<br />

mais. A possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> nascimento<br />

<strong>de</strong> in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes num<br />

negócio que, anos atrás, parecia<br />

ir cada vez mais ser <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte<br />

dos gran<strong>de</strong>s ‘conglomerados’<br />

multinacionais <strong>de</strong>mostra claramente<br />

a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los<br />

diferentes. E existe espaço e<br />

<strong>de</strong>manda para novos pensamentos,<br />

entregas, mo<strong>de</strong>los e criativida<strong>de</strong>”,<br />

respon<strong>de</strong> Jahara.<br />

Os sócios querem impactar<br />

positivamente a trajetória das<br />

“marcas do amanhã”: aquelas<br />

com clara visão <strong>de</strong> futuro, propósito<br />

e prontas para se adaptar<br />

ao novo, sejam elas startups,<br />

nativas digitais, DTCs ou gran<strong>de</strong>s<br />

empresas conectadas com a<br />

Jahara, Clariana, Fonseca e Flavia: foco é unir especialida<strong>de</strong>s para atuar como um parceiro criativo e estratégico das marcas<br />

necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> inovar e evoluir.<br />

“Nosso foco é unir essas especialida<strong>de</strong>s<br />

para atuar como um<br />

parceiro criativo e estratégico,<br />

do embrião <strong>de</strong> uma solução à<br />

execução e análise <strong>de</strong> resultados,<br />

entregando inteligência para<br />

escalar, <strong>de</strong>senvolver e potencializar<br />

negócios”, <strong>de</strong>staca Flavia<br />

Campos, CSO da Dark Kitchen.<br />

Questionados sobre como vão<br />

monetizar o negócio, eles explicam<br />

que haverá criação <strong>de</strong><br />

“produtos” diferentes que<br />

aten<strong>de</strong>m a necessida<strong>de</strong>s distintas<br />

das marcas. “Inicialmente,<br />

a monetização será via projetos<br />

e clientes fixos, com foco em<br />

entregas estratégicas e criativas<br />

mais amplas, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes<br />

da compra <strong>de</strong> mídia offline.<br />

Além disso, estamos abertos e<br />

conversando sempre com nossos<br />

clientes e prospects sobre a<br />

possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> outras maneiras<br />

<strong>de</strong> remuneração como, por<br />

exemplo, variável por metas <strong>de</strong><br />

resultados e KPIs, entre outros.<br />

“existe espaço<br />

e <strong>de</strong>manda<br />

para novos<br />

pensamentos,<br />

entregas, mo<strong>de</strong>los<br />

e criativida<strong>de</strong>”<br />

Nossos produtos vão <strong>de</strong> projetos<br />

a <strong>de</strong>sign sprints, passando<br />

por um produto <strong>de</strong> análise <strong>de</strong><br />

dados e otimização <strong>de</strong> mídia,<br />

além <strong>de</strong> inteligência <strong>de</strong> produção<br />

integrada”, explica Jahara.<br />

As li<strong>de</strong>ranças da nova agência<br />

possuem história no mercado.<br />

Jahara esteve à frente da criação<br />

<strong>de</strong> agências como Publicis Brasil,<br />

DM9DDB, Leo Burnett Tailor<br />

Ma<strong>de</strong> e F.biz, além <strong>de</strong> ter como<br />

sua última passagem a Sunset-<br />

DDB, como copresi<strong>de</strong>nte e CCO.<br />

Fonseca, que respon<strong>de</strong>u recentemente<br />

como copresi<strong>de</strong>nte e CCO<br />

da TribalDDB, também li<strong>de</strong>rou o<br />

<strong>de</strong>partamento criativo <strong>de</strong> gran-<br />

Divulgação<br />

<strong>de</strong>s agências como Africa e R/GA.<br />

Flavia Campos comandou a área<br />

<strong>de</strong> planejamento <strong>de</strong> agências<br />

como W/Brasil, Fischer, DM9DDB<br />

e Artplan. Já Clariana Regiani trabalhou<br />

por 18 anos na DM9DDB,<br />

tendo comandado, além <strong>de</strong> ocupar<br />

o cargo <strong>de</strong> diretora <strong>de</strong> produção<br />

e operações na Artplan nos<br />

últimos dois anos.<br />

“O aprendizado que tivemos<br />

traz a experiência e também<br />

o questionamento <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los<br />

pelos quais passamos. Para<br />

nós, empreen<strong>de</strong>r foi quase uma<br />

questão inevitável, ao se questionar<br />

e querer implementar o<br />

próprio jeito <strong>de</strong> fazer. Mas, claro,<br />

empreen<strong>de</strong>r não é nada fácil.<br />

Muito menos em uma pan<strong>de</strong>mia.<br />

Mesmo assim, o momento<br />

nos trouxe novas visões <strong>de</strong><br />

mundo também, e isso é o copo<br />

meio cheio que temos sempre<br />

<strong>de</strong> consi<strong>de</strong>rar”, explica.<br />

Entre os primeiros clientes<br />

estão a Ambev, a Liga <strong>de</strong> Basquete<br />

Feminino e a Dr. Jones.<br />

10 <strong>1º</strong> <strong>de</strong> março <strong>de</strong> <strong>2021</strong> - jornal propmark


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Nós We transformamos transforme your seu dream sonho<br />

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agências<br />

africa cria campanha para cida<strong>de</strong><br />

finlan<strong>de</strong>sa que alerta sobre o clima<br />

Ação lança Salla, que tem uma das temperaturas mais frias do mundo,<br />

como candidata aos Jogos <strong>de</strong> Verão <strong>de</strong> 2032; objetivo é chamar a atenção<br />

Uma das cida<strong>de</strong>s com<br />

a temperatura mais<br />

fria do mundo, Salla, na<br />

Lapônia finlan<strong>de</strong>sa, quer<br />

chamar a atenção para o<br />

impacto que as mudanças<br />

climáticas vêm provocando<br />

em sua fauna e flora.<br />

Com i<strong>de</strong>ia assinada pela<br />

Africa, o município finlandês<br />

– localizado acima do<br />

Círculo Polar Ártico – lançou<br />

a sua candidatura para<br />

os Jogos <strong>de</strong> Verão <strong>de</strong> 2032<br />

e, posteriormente, veio a<br />

público explicar o propósito<br />

da ação.<br />

“Nossa intenção aqui é<br />

clara: nós queremos manter<br />

Salla como ela é e manter<br />

nossos invernos frios e<br />

cheios <strong>de</strong> neve. Então houve<br />

essa i<strong>de</strong>ia maluca: sediar<br />

os Jogos <strong>de</strong> Verão em uma<br />

das cida<strong>de</strong>s mais frias do<br />

sunsetDDB comunica compromisso<br />

da ambev com a sustentabilida<strong>de</strong><br />

A animação #QueridoLixo, produzida pela Zombie Studio, conta com<br />

cenários feitos com materiais reciclados como plástico e papelão<br />

Uma animação comunica o<br />

compromisso da Ambev<br />

com a sustentabilida<strong>de</strong>. O filme<br />

#QueridoLixo, criado pela<br />

agência SunsetDDB e produzido<br />

pela Zombie Studio, ilustra<br />

o trabalho da empresa que em<br />

2020, em parceria com a Ancat<br />

(Associação Nacional <strong>de</strong> Catadores<br />

e Catadoras <strong>de</strong> Materiais<br />

Recicláveis), recolheu cerca <strong>de</strong><br />

324 toneladas <strong>de</strong> resíduos dos<br />

principais blocos <strong>de</strong> Carnaval<br />

que saíram nas ruas <strong>de</strong> São<br />

Paulo, Rio <strong>de</strong> Janeiro, Belo Horizonte,<br />

Salvador e Recife.<br />

Com a ação, que contou com<br />

a participação <strong>de</strong> 3 mil catadores,<br />

a empresa transformou o<br />

Campanha, produzida pela Triatoma, ainda tem um site sobre a causa climática<br />

#QueridoLixo mostra a trajetória <strong>de</strong> muito material que é <strong>de</strong>scartado in<strong>de</strong>vidamente<br />

Fotos: Divulgação<br />

planeta”, comentou Erkki<br />

Parkkinen, prefeito <strong>de</strong> Salla,<br />

que, mesmo sem a intenção<br />

<strong>de</strong> sediar o evento, seguiu<br />

todos os trâmites para a<br />

candidatura com logomarca,<br />

bid book, uniformes,<br />

ações promocionais e até<br />

nomeação <strong>de</strong> mascote.<br />

Chamada #SaveSalla, a<br />

campanha tem filme que usa<br />

uma linguagem bem-humorada<br />

para alertar sobre o<br />

tema. Moradores aparecem<br />

em ca<strong>de</strong>iras colocadas no<br />

meio da neve e atletas adaptam<br />

esportes típicos do inverno<br />

para o calor. “Muito<br />

mais que uma questão local,<br />

esse problema pertence ao<br />

mundo todo e, por isso, precisa<br />

ser discutido em tamanha<br />

escala”, comentou Sergio<br />

Gordilho, copresi<strong>de</strong>nte e<br />

CCO da Africa.<br />

material recolhido em duas mil<br />

lixeiras que estão sendo instaladas<br />

em Salvador e Recife.<br />

“A continuida<strong>de</strong> do nosso<br />

projeto <strong>de</strong> Carnaval do ano passado<br />

mostra o quanto é importante<br />

trabalharmos juntos na<br />

construção <strong>de</strong> um mundo melhor.<br />

Acreditamos que essa iniciativa<br />

é uma vitória tanto para<br />

nós como empresa, como para<br />

a socieda<strong>de</strong>”, revela Rodrigo<br />

Figueiredo, vice-presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong><br />

sustentabilida<strong>de</strong> e suprimentos<br />

da Ambev. O filme, que será<br />

veiculado nas plataformas digitais<br />

da marca, tem cenários<br />

feitos com materiais reciclados<br />

como plástico e papelão.<br />

12 <strong>1º</strong> <strong>de</strong> março <strong>de</strong> <strong>2021</strong> - jornal propmark


agências<br />

WMccann cria para<br />

novida<strong>de</strong> <strong>de</strong> L’Oréal<br />

Sérum Preenchedor é um dos<br />

principais lançamentos do ano<br />

Sérum é indicado para todos os tipos e tons <strong>de</strong> pele<br />

Para comunicar o lançamento<br />

do Sérum Preenchedor<br />

com alta concentração <strong>de</strong> ácido<br />

hialurônico da L’Oréal Paris, a<br />

WMcCann <strong>de</strong>senvolveu campanha<br />

com o conceito O po<strong>de</strong>r<br />

<strong>de</strong> toda pele, que reforça a eficácia<br />

e a inovação do sérum,<br />

assim como o benefício <strong>de</strong> ser<br />

Dojo divulga 26<br />

novas contratações<br />

Empresa celebra um crescimento<br />

<strong>de</strong> 48% só no mês <strong>de</strong> janeiro<br />

Parte dos novos contratados pela Dojo em diversas áreas<br />

um produto inclusivo,<br />

indicado para todos<br />

os tipos <strong>de</strong> pele. O novo<br />

sérum estreia no<br />

mercado nacional com<br />

uma forte campanha<br />

<strong>de</strong> lançamento 360º,<br />

que inclui ações <strong>de</strong> mídia,<br />

digital, bran<strong>de</strong>d<br />

content e ativações<br />

com influenciadoras.<br />

“Este é um dos nossos<br />

principais lançamentos<br />

do ano, um<br />

projeto que estamos<br />

apostando muito. Depois<br />

<strong>de</strong> se tornar lí<strong>de</strong>r <strong>de</strong> vendas<br />

em diversos países, entre eles<br />

os EUA, Sérum Revitalift Hialurônico<br />

chega ao Brasil com<br />

uma campanha forte, com objetivo<br />

<strong>de</strong> expandir a presença e<br />

expertise da franquia em todo o<br />

país”, <strong>de</strong>staca Laura Parkinson,<br />

diretora da marca L’Oréal Paris.<br />

Com apenas dois anos <strong>de</strong><br />

mercado, a Dojo celebra um<br />

crescimento <strong>de</strong> 48% em janeiro,<br />

em relação ao mesmo mês<br />

<strong>de</strong> 2020. Novas contas – Orthopri<strong>de</strong>,<br />

Theatro Municipal <strong>de</strong><br />

São Paulo e L’Oréal – e o crescimento<br />

na atuação dos clientes<br />

impulsionaram a agência a realizar<br />

novas contratações. Em<br />

<strong>2021</strong>, já são 26 novas aquisições.<br />

“Apesar <strong>de</strong> todos os <strong>de</strong>safios,<br />

criamos novas posições e estamos<br />

confiantes mesmo diante<br />

<strong>de</strong> um cenário tão incerto como<br />

o que estamos vivendo”, afirma<br />

Thiago Baron, sócio-fundador e<br />

CCO da agência.<br />

W3haus ganha Quem<br />

Disse, Berenice?<br />

Agência já aten<strong>de</strong> Grupo Boticário,<br />

do qual a marca também faz parte<br />

W3haus conquistou a<br />

A conta <strong>de</strong> Quem Disse,<br />

Berenice?, do Grupo Boticário.<br />

A agência passa a<br />

trabalhar a estratégia integrada<br />

do segmento <strong>de</strong> beauty<br />

care, movimento que<br />

a marca iniciou no fim do<br />

ano passado. O processo<br />

acompanha as mudanças<br />

<strong>de</strong> tendência, com consumidores<br />

cada vez mais interessados<br />

por novida<strong>de</strong>s<br />

em beleza e tratamento. A<br />

conta estava na Mutato.<br />

“A Quem Disse, Berenice? foi<br />

pioneira em falar sobre liberda<strong>de</strong><br />

feminina, quebrou muitos<br />

tabus, é reconhecida por<br />

se posicionar <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> temáticas<br />

que permeiam o dia o dia<br />

das mulheres e agora temos a<br />

missão <strong>de</strong> manter esse diálogo<br />

com a consumidora introduzindo<br />

outras questões, como<br />

Flush contrata clovis<br />

La Pastina como ccO<br />

Executivo chega à agência para<br />

incrementar o produto criativo<br />

agência Flush, comandada<br />

A pelo CEO Marcel Oliveira,<br />

contratou Clovis La Pastina<br />

como novo CCO (chief creative<br />

officer). A estratégia faz parte<br />

dos planos <strong>de</strong> Oliveira <strong>de</strong> se <strong>de</strong>dicar<br />

mais à gestão executiva<br />

e também às prospecções. La<br />

Pastina tem atuação <strong>de</strong>stacada<br />

no mercado há 30 anos.<br />

Em sua carreira, já passou<br />

por agências como DM9, Mc-<br />

Cann, Euro RSCG 4D, Rapp Digital,<br />

REF+, Fischer e ID/TBWA.<br />

Em seu portfólio tem trabalhos<br />

para marcas como GM, Nestlé,<br />

Goddyear, Intel, TIM, Nokia,<br />

Itaú, Itaucard, Decolar, Banco<br />

do Brasil, Cartão Elo, Livelo,<br />

Sabesp e Un<strong>de</strong>r Armour.<br />

Ganhador <strong>de</strong> cinco Leões em<br />

Cannes, La Pastina chega para<br />

incrementar o produto criativo<br />

da Flush, uma agência que<br />

Conta da marca <strong>de</strong> cosméticos estava na Mutato<br />

Clovis La Pastina e Marcel Oliveira<br />

Fotos: Divulgação<br />

a alta tecnologia por trás dos<br />

produtos, com forte pegada digital,<br />

que é nosso diferencial e<br />

foi <strong>de</strong>cisivo na conquista <strong>de</strong>sse<br />

novo cliente”, diz Guilherme<br />

Vilaggio, diretor <strong>de</strong> novos negócios<br />

da W3haus, agência que<br />

já aten<strong>de</strong> O Boticário e amplia<br />

sua atuação <strong>de</strong>ntro do grupo.<br />

A marca tem mais <strong>de</strong> 170 lojas.<br />

atua 360º e busca dar mais ênfase<br />

ao digital. Entre os clientes<br />

da agência estão Grupo Polar,<br />

Harina, Mr. Bey, Avon, Guaira,<br />

Knauf, Total MedCare, Wheaton,<br />

Rei do Óleo e Vtex. “Receber<br />

uma proposta é sempre<br />

bom”, comenta La Pastina.<br />

jornal propmark - <strong>1º</strong> <strong>de</strong> março <strong>de</strong> <strong>2021</strong> 13


Mídia<br />

Verizon Media amplia soluções e<br />

aponta expansão da TV conectada<br />

A companhia, que cresceu 42%, fechou parceria com a Claro e será<br />

responsável pela monetização do inventário e dos dados da operadora<br />

KELLY DORES<br />

transformação digital acelerada<br />

pela pan<strong>de</strong>mia favo-<br />

A<br />

receu players como a Verizon<br />

Media, que <strong>de</strong>clara ter registrado<br />

o maior crescimento da<br />

história da empresa no Brasil<br />

no último trimestre <strong>de</strong> 2020. A<br />

companhia <strong>de</strong> mídia, tecnologia<br />

e inovação afirma ter crescido<br />

42% em receita no segundo<br />

semestre do ano passado. Em<br />

<strong>2021</strong>, a Verizon preten<strong>de</strong> ampliar<br />

ainda mais sua atuação<br />

no mercado, entrando em novos<br />

mercados com potencial <strong>de</strong><br />

crescimento como Connected<br />

TV (CTV), na monetização <strong>de</strong><br />

serviços Over The Top (OTTs) e<br />

na consolidação e crescimento<br />

<strong>de</strong> suas plataformas <strong>de</strong> mídia.<br />

“O ano passado foi transformador<br />

para a indústria <strong>de</strong> uma<br />

maneira geral e para nós também,<br />

porque provocou uma<br />

aceleração digital. Hoje não<br />

existe mais a separação do que<br />

é online e offline. Praticamente,<br />

tudo virou digital <strong>de</strong> uma forma<br />

geral. Esse cenário ajudou<br />

muito a Verizon Media no que<br />

a gente se propõe a fazer. Viramos<br />

uma solução omnichannel.<br />

Hoje, por meio da nossa plataforma,<br />

a marca po<strong>de</strong> anunciar<br />

não só em display, ví<strong>de</strong>o, mas<br />

também em serviços <strong>de</strong> streaming<br />

<strong>de</strong> música, em out of<br />

home, ou serviços <strong>de</strong> streaming<br />

<strong>de</strong> TV, usando o mesmo target<br />

e campanha. A gente tem cerca<br />

<strong>de</strong> 80 parceiros <strong>de</strong> dados para<br />

enriquecer o conhecimento do<br />

usuário e buscar insigths em<br />

termos <strong>de</strong> comportamento, <strong>de</strong><br />

atitu<strong>de</strong>s”, afirma Andre Izay,<br />

diretor-geral da Verizon Media<br />

no Brasil.<br />

Segundo o executivo, o<br />

Yahoo!, que pertence à companhia,<br />

também teve um crescimento<br />

gran<strong>de</strong>. “Melhoramos<br />

bastante em questão <strong>de</strong> conteúdo,<br />

em audiência e em monetização<br />

também. Eu digo que<br />

quem não morreu, cresceu no<br />

ano passado”.<br />

Andre Izay: “O ano passado foi transformador para a indústria <strong>de</strong> uma maneira geral”<br />

Entre as novida<strong>de</strong>s há uma<br />

parceria com a Claro, que prevê<br />

que a Verizon Media seja<br />

responsável pela monetização<br />

dos inventários e dos dados da<br />

operadora, bem como <strong>de</strong> outras<br />

oportunida<strong>de</strong>s.<br />

Para este ano, a expectativa<br />

da empresa é <strong>de</strong> crescimento<br />

também, <strong>de</strong> olho nas oportunida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> mídia. “Acho que <strong>de</strong><br />

uma maneira geral o mercado<br />

digital vai crescer neste ano,<br />

aliás, ele já cresce por conta do<br />

aumento do consumo do usuário,<br />

mas, ao mesmo tempo,<br />

vira um mercado cada vez mais<br />

Divulgação<br />

“Temos cerca<br />

<strong>de</strong> 80 parceiros<br />

<strong>de</strong> dados para<br />

enriquecer o<br />

conhecimenTo<br />

do usuário”<br />

competitivo com a chegada <strong>de</strong><br />

novos entrantes. A própria relevância<br />

da TV no Brasil era <strong>de</strong>sproporcional<br />

em relação a outros<br />

países. E agora claramente<br />

a TV começa a se digitalizar e<br />

o consumo <strong>de</strong> mídia <strong>de</strong>ixou <strong>de</strong><br />

ser linear”, <strong>de</strong>staca Izar.<br />

A Verizon afirma que preten<strong>de</strong><br />

investir cada vez mais<br />

em tecnologias que combinem<br />

o mundo físico e digital e utilizem<br />

tecnologias como o 5G,<br />

trabalhando com provedores<br />

locais para criar o que há <strong>de</strong><br />

mais mo<strong>de</strong>rno em termos <strong>de</strong><br />

experiência para os usuários<br />

ajudando as marcas, da produção<br />

<strong>de</strong> conteúdo até as soluções<br />

<strong>de</strong> publicida<strong>de</strong> digital. Apenas<br />

consi<strong>de</strong>rando o investimento<br />

em AVOD (Vi<strong>de</strong>o Advertising<br />

on Demand), a companhia tem<br />

uma previsão <strong>de</strong> incremento<br />

global em torno <strong>de</strong> 17% nos próximos<br />

quatro anos.<br />

Gerenciar campanhas Connected<br />

TV (CTV), uma das tendências<br />

apontadas pela companhia,<br />

se traduz em mais uma<br />

oportunida<strong>de</strong> para a Verizon<br />

Media, que apresentou no Brasil<br />

sua oferta ao mercado no<br />

fim do ano passado. “Fomos<br />

o maior parceiro da Disney no<br />

lançamento do Disney+, não só<br />

no Brasil, como no mundo. 25%<br />

da base do Disney+ veio <strong>de</strong> Verizon”,<br />

conta Izay.<br />

O executivo explica que a<br />

DSP da Verizon agrega insights<br />

omnichannel personalizando-<br />

-os para explorar toda a jornada,<br />

com a compra <strong>de</strong> mídia<br />

programática. A Verizon Media<br />

DSP mantém integração com<br />

variados parceiros <strong>de</strong> mensuração<br />

<strong>de</strong> resultados, como<br />

Nielsen, Kantar, MOAT, IAS e<br />

comScore, para garantir uma<br />

avaliação imparcial e com mais<br />

<strong>de</strong> 80 parceiros <strong>de</strong> dados que<br />

auxiliam nesta mensuração,<br />

para targeting e na geração <strong>de</strong><br />

insights. A DSP da Verizon Media<br />

foi a vencedora da edição<br />

2020 da Adweek Rea<strong>de</strong>rs’ Choice,<br />

com 90 mil votos.<br />

14 <strong>1º</strong> <strong>de</strong> março <strong>de</strong> <strong>2021</strong> - jornal propmark


inspiração<br />

Viver e amar<br />

“Em 2020, que mexeu na rotina e nos privou <strong>de</strong> tanta coisa, ficar<br />

mais tempo com a minha família foi uma terapia muito prazerosa”<br />

Hebert Lacava<br />

especial para o PrOPMarK<br />

Inspiração é um tema tão amplo, cada indivíduo<br />

inspira-se <strong>de</strong> forma diferente e o<br />

que nos inspira hoje po<strong>de</strong> ser substituído<br />

por outras fontes <strong>de</strong> inspiração amanhã.<br />

Quando fui convidado para falar sobre esse<br />

assunto, fiz uma introspecção e fui refletir<br />

sobre o que me inspira na vida pessoal e<br />

profissional.<br />

Curioso que eu nunca havia parado para<br />

fazer essa autoanálise, sempre fui uma<br />

pessoa <strong>de</strong> muitos objetivos e <strong>de</strong>terminada<br />

para alcançá-los. Acredito que o que mais<br />

me inspira é justamente quando alcanço a<br />

minha meta, isto me renova para o próximo<br />

passo, e assim por diante.<br />

Hoje, o que tem me inspirado, e muito,<br />

são, primeiramente, as pessoas que estão<br />

ao meu lado vivendo um momento tão<br />

<strong>de</strong>licado com a pan<strong>de</strong>mia e, ainda assim,<br />

me motivam e continuam acreditando que<br />

tudo vai melhorar.<br />

O segundo fator, não menos importante<br />

ou até maior, foi a <strong>de</strong>scoberta do que é a paternida<strong>de</strong>.<br />

Meu filho Theo completou um<br />

ano em <strong>de</strong>zembro e, durante esse tempo,<br />

seus primeiros meses <strong>de</strong> vida foram tão intensos<br />

e cheios <strong>de</strong> novida<strong>de</strong>s, sentimentos<br />

novos, muitos aprendizados e, com certeza,<br />

<strong>de</strong> muita inspiração.<br />

Quem é pai ou mãe sabe bem que, nessa<br />

ida<strong>de</strong>, temos <strong>de</strong> ser muito criativos para<br />

brincar e interagir com a criança, no meu<br />

caso um bebê. Você se pega dançando, cantando,<br />

pulando e fazendo qualquer coisa<br />

para ele parar <strong>de</strong> chorar ou se divertir.<br />

E, pra mim, ele trouxe um gás a mais para<br />

continuar vivendo em busca <strong>de</strong> ser melhor<br />

- e ser melhor em todas as áreas da minha<br />

vida. Ajudou a enxergar meus pais <strong>de</strong> uma<br />

maneira diferente, nos aproximou; me ajuda<br />

a continuar com meus treinos e ativida<strong>de</strong>s<br />

físicas diárias, para manter a saú<strong>de</strong> e preparo<br />

em dia, porque ele exige <strong>de</strong>mais; me ajuda<br />

a querer ser um bom exemplo - e isto me<br />

tornou mais preocupado com as pessoas.<br />

Diante disso, <strong>de</strong>scobri um novo significado<br />

do que é o amor, aliás dois amores, o<br />

amor em ser pai e o amor ainda mais forte<br />

pela comunhão em família.<br />

Em um ano tão <strong>de</strong>licado e confuso como<br />

foi 2020, que mexeu na rotina <strong>de</strong> todos e<br />

nos privou <strong>de</strong> tanta coisa, ter a oportunida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> ficar mais tempo com a minha família<br />

foi uma terapia muito prazerosa.<br />

Digo isso porque sou sócio-fundador<br />

da ACUCA, uma agência <strong>de</strong> live marketing<br />

com seu faturamento mais expressivo em<br />

eventos e ações presenciais, que foram paralisados<br />

completamente no último ano e<br />

sabemos que <strong>de</strong>verão retornar somente no<br />

segundo semestre <strong>de</strong> <strong>2021</strong>.<br />

Depois que a pan<strong>de</strong>mia estagnou todos<br />

os nossos planos <strong>de</strong> crescimento e mudanças,<br />

tivemos <strong>de</strong> nos reinventar, <strong>de</strong> fato.<br />

Além disso, eu e minha mulher, Angélica,<br />

somos sócios em unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> studio <strong>de</strong><br />

treinamento funcional, mercado que também<br />

foi muito impactado, e está retomando,<br />

mas <strong>de</strong> forma bem <strong>de</strong>vagar e gradual.<br />

Ou seja, no ano em que eu po<strong>de</strong>ria ter<br />

pirado, entrado em <strong>de</strong>pressão ou <strong>de</strong>ixado a<br />

ansieda<strong>de</strong> falar mais alto - diga-se <strong>de</strong> passagem<br />

eu sempre fui muito ansioso -, superei e<br />

consegui me inspirar principalmente na minha<br />

família e sócios, que me blindaram <strong>de</strong><br />

sentimentos e pensamentos negativos.<br />

E no meu filho, pelo tanto <strong>de</strong> coisa que<br />

eu quero ensinar e vivenciar com ele e com<br />

minha mulher, uma pessoa que é empresária,<br />

mãe, cônjuge e exerce tantas outras ativida<strong>de</strong>s<br />

que me inspiram e não me <strong>de</strong>ixam<br />

abalar.<br />

Aproveito para dizer que as mulheres<br />

serão sempre uma fonte <strong>de</strong> inspiração para<br />

mim e para muitos homens.<br />

Elas são mais fortes, mais inteligentes e<br />

sensíveis, e, com certeza, precisam <strong>de</strong> uma<br />

gran<strong>de</strong> porção <strong>de</strong> inspiração para dar conta<br />

<strong>de</strong> tanta coisa e ainda ficarem bonitas.<br />

Viver e amar é a experiência mais inspiradora!<br />

Hebert Lacava é CEO da ACUCA<br />

jornal propmark - <strong>1º</strong> <strong>de</strong> março <strong>de</strong> <strong>2021</strong> 15


eyond the line<br />

Unsplash<br />

Resiliência baseada<br />

em novos mo<strong>de</strong>los<br />

Eventos po<strong>de</strong>m motivar, engajar, educar,<br />

entreter, agregar, ven<strong>de</strong>r, estreitar relações...<br />

Alexis Thuller PAgliArini<br />

Nunca o termo resiliência foi tão apropriado<br />

como agora, nesses tempos <strong>de</strong> pan<strong>de</strong>mia<br />

– e da famigerada crise advinda <strong>de</strong>la. Depois<br />

<strong>de</strong> mais <strong>de</strong> um ano <strong>de</strong> home office forçado e<br />

muitos setores penando para fazer algum dinheiro<br />

com os seus negócios, po<strong>de</strong>mos dizer<br />

que esses empresários que resistem bravamente<br />

são verda<strong>de</strong>iros heróis. E também são<br />

muito criativos na forma <strong>de</strong> resistir.<br />

Alguns reduziram sua estrutura ao mínimo,<br />

abrindo mão da se<strong>de</strong> pomposa, da qual<br />

tanto se orgulhavam. Outros partiram para as<br />

soluções cabíveis, modificando radicalmente<br />

a oferta <strong>de</strong> serviços, buscando novas ferramentas<br />

e novas formas <strong>de</strong> otimizar processos<br />

<strong>de</strong> comunicação e marketing.<br />

É o caso, por exemplo, das agências organizadoras<br />

<strong>de</strong> eventos. Na impossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> realizar<br />

eventos presenciais, a solução foi se estruturar<br />

da melhor maneira para prover boas<br />

soluções virtuais. Fácil <strong>de</strong> falar, mas bastante<br />

complicado <strong>de</strong> praticar. De fato, não é simples.<br />

O check-list <strong>de</strong> eventos presenciais po<strong>de</strong> ter<br />

centenas <strong>de</strong> itens e, com o tempo, as agências<br />

especializadas dominaram a administração<br />

<strong>de</strong> cada um <strong>de</strong>sses recursos para gerar uma<br />

entrega <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>. E, <strong>de</strong> repente, o check-<br />

-list é outro e envolve uma caixa <strong>de</strong> ferramentas<br />

<strong>de</strong> outros tipos.<br />

Desmonta-se então uma re<strong>de</strong> <strong>de</strong> colaboradores<br />

– internos e externos – para formar<br />

outra, <strong>de</strong> características e <strong>de</strong>mandas diferentes.<br />

O agravante é que os valores também são<br />

outros.<br />

Os contratantes <strong>de</strong>scobriram que é possível<br />

realizar eventos virtuais alternativos com<br />

muito menos recursos – às vezes reduzidos<br />

a um décimo, quando comparados com os<br />

eventos presenciais.<br />

É claro que não é a mesma coisa. Não se<br />

substitui a rica experiência proporcionada por<br />

um evento presencial por outra viabilizada<br />

por intermédio <strong>de</strong> telas, sem o olho no olho e<br />

o envolvimento incomparável das interações<br />

físicas.<br />

Mas, se o objetivo é <strong>de</strong> treinamento ou<br />

<strong>de</strong> passagem <strong>de</strong> conteúdo, simplesmente,<br />

é inegável que a opção do virtual é bastante<br />

satisfatória. Mas, sabemos, eventos têm muitos<br />

outros objetivos, além <strong>de</strong> apresentar um<br />

conteúdo. Eventos po<strong>de</strong>m motivar, engajar,<br />

educar, entreter, agregar, envolver, ven<strong>de</strong>r,<br />

estreitar relações...<br />

Tenho ouvido <strong>de</strong> clientes que foram obrigados<br />

a partir para o virtual que sentem falta<br />

da experiência completa, ainda que seja híbrida,<br />

para garantir um bom resultado dos seus<br />

eventos.<br />

Tão logo tenhamos uma imunização eficaz,<br />

não tenho dúvida <strong>de</strong> que os eventos presenciais<br />

voltarão com tudo, mas enriquecidos<br />

com o aprendizado do híbrido. Ou seja, a experiência<br />

física será complementada pela virtual,<br />

alcançando muito mais gente e gerando<br />

uma opção alternativa <strong>de</strong> participação em<br />

eventos.<br />

Saindo da área <strong>de</strong> eventos para a propaganda.<br />

Não necessariamente em função da<br />

crise da pan<strong>de</strong>mia, as agências <strong>de</strong> propaganda<br />

se veem acuadas pela pressão dos seus<br />

clientes, exigindo novos formatos <strong>de</strong> relacionamento,<br />

colocando em xeque um mo<strong>de</strong>lo<br />

histórico, baseado na remuneração advinda<br />

da mídia.<br />

Haja vista a recente saída da ABA, representante<br />

dos anunciantes, do Cenp, <strong>de</strong>ixando<br />

manco o tripé Cliente-Agência-Veículo.<br />

In<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente <strong>de</strong>sse movimento da<br />

ABA, o mercado já vinha se adaptando a novas<br />

formas <strong>de</strong> remuneração, baseadas em fee,<br />

pessoa/hora, por performance ou custo por<br />

projeto.<br />

O que acelerou esses novos formatos foi a<br />

dinâmica da comunicação digital, que ignora<br />

o <strong>de</strong>sconto padrão como forma <strong>de</strong> remuneração<br />

às agências. As agências <strong>de</strong> propaganda e<br />

<strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> marketing, <strong>de</strong> uma maneira geral,<br />

já vêm sofrendo pressões por revisões <strong>de</strong><br />

mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> atuação, mas a crise da pan<strong>de</strong>mia<br />

teve um efeito catalisador importante.<br />

Sem falar nas suas instalações físicas, que<br />

passam agora por uma transformação revolucionária,<br />

em função do regime <strong>de</strong> home<br />

office, que dá pinta <strong>de</strong> permanecer, ainda que<br />

parcialmente, mesmo <strong>de</strong>pois da imunização<br />

<strong>de</strong> todos.<br />

E prevalece o dito <strong>de</strong> Nietzsche: “O que não<br />

nos mata, nos faz mais fortes”.<br />

Alexis Thuller Pagliarini é presi<strong>de</strong>nte-executivo da<br />

Ampro (Associação <strong>de</strong> Marketing Promocional)<br />

alexis@ampro.com.br<br />

16 <strong>1º</strong> <strong>de</strong> março <strong>de</strong> <strong>2021</strong> - jornal propmark


opinião<br />

Sumbean Photography/Unsplash<br />

Como as agências<br />

po<strong>de</strong>m contribuir para<br />

criação <strong>de</strong> mercados,<br />

produtos e serviços?<br />

NelciNa Tropardi<br />

Com os impactos provocados pela pan<strong>de</strong>mia<br />

do coronavírus, o papel das agências<br />

<strong>de</strong> marketing foi somado à reconfiguração<br />

dos mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> negócio, em sintonia com a<br />

evolução das necessida<strong>de</strong>s e valores dos comunicadores.<br />

A afirmação foi feita no Lions<br />

Live 2020 e divulgada pela Go Ad.<br />

O evento analisou iniciativas como o <strong>de</strong>senvolvimento<br />

<strong>de</strong> novos produtos, impacto<br />

social e inovação, e ainda discutiu os principais<br />

<strong>de</strong>safios e aprendizados do marketing<br />

diante <strong>de</strong>sta crise sem prece<strong>de</strong>ntes que estamos<br />

vivendo.<br />

A mudança nos hábitos <strong>de</strong> consumo e as<br />

expectativas da socieda<strong>de</strong> evi<strong>de</strong>nciam o papel<br />

do marketing <strong>de</strong> mostrar seu po<strong>de</strong>r <strong>de</strong><br />

engajar pessoas, garantir relevância e impulsionar<br />

vendas, questões essenciais para<br />

agências <strong>de</strong> marketing bem-sucedidas. Ainda<br />

<strong>de</strong> acordo com a Go Ad, a análise<br />

<strong>de</strong> dados po<strong>de</strong> garantir respostas<br />

rápidas e eficazes à socieda<strong>de</strong><br />

em tempos <strong>de</strong> crise.<br />

Mas não basta obter essas informações,<br />

é importante saber<br />

como usá-las. Nesse contexto,<br />

uma das melhores formas <strong>de</strong> inovar e criar<br />

ações efetivas é levar em consi<strong>de</strong>ração os insights<br />

do cliente transmitindo emoção e estimulando<br />

conversas relevantes. Aqui po<strong>de</strong>mos<br />

observar a transição da análise <strong>de</strong> KPI<br />

(Key Performance Insights) para KBI (Key<br />

Behavior Indicator) – indicador <strong>de</strong> comportamento.<br />

Esse é um momento particularmente<br />

interessante para a comunicação.<br />

De acordo com o Guia ABA <strong>de</strong> Boas Práticas<br />

do Relacionamento entre Agências <strong>de</strong> Publicida<strong>de</strong><br />

e Clientes, a proximida<strong>de</strong> entre as<br />

equipes gera relações <strong>de</strong> confiança, facilitando<br />

a dinâmica <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> campanhas e<br />

peças, além <strong>de</strong> economizar tempo e recursos<br />

<strong>de</strong> ambas as partes - cliente e agência.<br />

Ainda segundo o guia, a história <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento<br />

econômico e empresarial reserva<br />

à publicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> lugar nobre<br />

na galeria <strong>de</strong> <strong>de</strong>staques. Na maioria dos<br />

“A pAlAvrA<br />

que <strong>de</strong>fine<br />

2020 é<br />

reinvenção”<br />

casos, a integração entre principais executivos<br />

e a equipe <strong>de</strong> marketing do cliente com<br />

o time da agência influencia diretamente na<br />

eficiência das ações <strong>de</strong> comunicação – e na<br />

alegria <strong>de</strong> se trabalhar juntos!<br />

O sucesso das empresas <strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> ser<br />

medido apenas pelos ganhos financeiros,<br />

<strong>de</strong>vido à crescente pressão <strong>de</strong> investidores<br />

e consumidores para que sejam consi<strong>de</strong>radas,<br />

também, métricas <strong>de</strong> crescimento como<br />

impactos ambientais, boa governança e<br />

felicida<strong>de</strong> dos funcionários. A responsabilida<strong>de</strong><br />

social e ambiental já estava na pauta<br />

das corporações, mas espera-se posturas<br />

e ações mais significativas e efetivamente<br />

transformadoras, principalmente, das agências<br />

<strong>de</strong> marketing no pós-Covid-19.<br />

Um estudo realizado pela agência<br />

The Heart, em parceria com a Bistrô Estratégia,<br />

projetou as possibilida<strong>de</strong>s para o<br />

relacionamento entre agências <strong>de</strong> marketing<br />

e clientes. De acordo com o<br />

levantamento, que ouviu heads<br />

<strong>de</strong> marketing <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s anunciantes<br />

como P&G e Unilever,<br />

associadas da ABA, 50% dos<br />

clientes que possuem contrato<br />

<strong>de</strong> fee – pagamento mensal – afirmaram<br />

que <strong>de</strong>vem mudar essa<br />

relação no pós-coronavírus. Na pesquisa,<br />

os clientes reforçam que é necessário olhar<br />

para a linha <strong>de</strong> investimento em agências e<br />

repensar essas relações. O custo-benefício<br />

é o item mais relevante para 26% dos participantes.<br />

Eu tenho convicção que você,<br />

profissional <strong>de</strong> marketing e comunicação, já<br />

sabe qual palavra <strong>de</strong>fine 2020: reinvenção.<br />

Mas, para a nossa surpresa, ela, por si só,<br />

não é suficiente.<br />

Este ano <strong>de</strong> <strong>2021</strong> já nasceu marcado pela<br />

estruturação <strong>de</strong> novos processos, que vão<br />

exigir das agências <strong>de</strong> marketing i<strong>de</strong>ias pautadas<br />

na transformação digital, a<strong>de</strong>quação<br />

das empresas à LGPD (Lei Geral <strong>de</strong> Proteção<br />

<strong>de</strong> Dados), ao propósito das marcas e à diversida<strong>de</strong><br />

das equipes.<br />

Reconfigurar mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> negócios não é<br />

tarefa fácil, mas vale para todos os envolvidos<br />

e merece reflexão.<br />

Nelcina Tropardi, Presi<strong>de</strong>nte da ABA e vice-<br />

-presi<strong>de</strong>nte e cofundadora da Arcamais<br />

nelcina@arcamais.org<br />

jornal propmark - <strong>1º</strong> <strong>de</strong> março <strong>de</strong> <strong>2021</strong> 17


entrevistA<br />

AnA PAulA CAstello BrAnCo<br />

diretora <strong>de</strong> Advertising & Brand<br />

Management da TIM Brasil<br />

o setor <strong>de</strong><br />

teleCom vAi<br />

CresCer CAdA<br />

vez mAis<br />

A<br />

TIM aprofundou sua relação com o<br />

esporte no Brasil. A marca italiana<br />

começou em 1998 patrocinando o<br />

Ronaldo Fenômeno e não parou. Futebol,<br />

vôlei, basquete, rúgbi e, agora, o Comitê Olímpico<br />

Brasileiro. A operadora apoia a participação do<br />

Time Brasil no Japão, <strong>de</strong>legação com cerca <strong>de</strong> 300<br />

atletas. Ana Paula Castello Branco, diretora <strong>de</strong><br />

Advertising & Brand Management da TIM Brasil,<br />

comenta abaixo a escolha dos embaixadores para<br />

<strong>de</strong>stacar valores <strong>de</strong> coragem, superação e respeito,<br />

fala do setor <strong>de</strong> telecomunicações e do momento da<br />

empresa no país.<br />

Jéssica Oliveira<br />

Em <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2020, durante<br />

uma live da Associação Brasileira<br />

<strong>de</strong> Anunciantes, você falou da visão<br />

otimista sobre as perspectivas<br />

para o setor <strong>de</strong> telecomunicações<br />

em <strong>2021</strong>? Como avalia o ano agora?<br />

Eu sou otimista e gosto <strong>de</strong> otimismo,<br />

porque acho que não ser<br />

otimista não vai me levar a lugar<br />

nenhum. O ano <strong>de</strong> 2020 foi realmente<br />

muito difícil, mas quando<br />

a gente passa por algo assim<br />

e olha para trás a gente sempre<br />

cresce. Agora, com a vacina<br />

chegando e algumas pessoas já<br />

sendo vacinadas, torcendo para<br />

que todos sejam vacinados até o<br />

meio do ano, a situação vai melhorar<br />

muito.<br />

E essa melhora seria sentida com<br />

mais força em algumas áreas?<br />

Acredito que algumas áreas<br />

que ficaram muito tempo paradas<br />

vão retomar seus trabalhos.<br />

Por exemplo, a área <strong>de</strong> eventos,<br />

e a TIM mesmo fazia muitos<br />

eventos. Tivemos um evento<br />

muito bacana, o Verão TIM, um<br />

combo <strong>de</strong> ações na estação. A<br />

nossa área <strong>de</strong> telecomunicações<br />

cresceu muito na pan<strong>de</strong>mia. Reforçou<br />

o quanto nosso trabalho<br />

é importante para conectar as<br />

pessoas. O setor <strong>de</strong> telecom vai<br />

crescer cada vez mais. E a área<br />

<strong>de</strong> patrocínios é outra que <strong>de</strong>ve<br />

voltar a crescer.<br />

O que você conta <strong>de</strong> novida<strong>de</strong>s no<br />

setor <strong>de</strong> telecom? Quais as perspectivas<br />

para o futuro com o 5G?<br />

Estamos comunicando algumas<br />

novida<strong>de</strong>s. Tivemos uma<br />

campanha no fim do ano passado<br />

falando sobre tudo que<br />

estamos fazendo <strong>de</strong> cobertura<br />

<strong>de</strong> re<strong>de</strong>. Até o fim <strong>de</strong> 2023 estaremos<br />

com todos os municípios<br />

cobertos. Estamos com um<br />

crescimento em 4G e em 4.5G, e<br />

todos torcendo para a chegada<br />

do 5G <strong>de</strong> verda<strong>de</strong>, que vai trazer<br />

uma velocida<strong>de</strong> transformacional.<br />

O setor, com a chegada do<br />

5G, quando tiver o leilão, que<br />

ainda não tem uma data certa,<br />

vai se fortalecer mais. Po<strong>de</strong>remos<br />

ver uma velocida<strong>de</strong> que vai<br />

performar. O futuro do setor <strong>de</strong><br />

telecom tem perspectivas muito<br />

boas. Vimos o quão importante é<br />

a tecnologia na nossa vida hoje.<br />

Uma consulta médica online virou<br />

algo normal, por exemplo.<br />

Com o 5G po<strong>de</strong>remos fazer muito<br />

mais coisas.<br />

Pensando na <strong>de</strong>manda reprimida<br />

<strong>de</strong> eventos presenciais, essas ações<br />

<strong>de</strong>vem bombar quando pu<strong>de</strong>rem<br />

acontecer novamente?<br />

Precisamos ter muita cautela.<br />

Não queremos causar aglomeração.<br />

Como gestora <strong>de</strong> uma<br />

marca só fico confortável <strong>de</strong> fazer<br />

um evento quanto todas as<br />

pessoas forem vacinadas, quando<br />

efetivamente as autorida<strong>de</strong>s<br />

públicas liberarem e for seguro<br />

para todo mundo. Essa doença<br />

não é brinca<strong>de</strong>ira. É necessário<br />

ter muita responsabilida<strong>de</strong>.<br />

A TIM possui uma relação histórica<br />

com o esporte, especialmente com<br />

o futebol, mas já apoiou equipes<br />

<strong>de</strong> vôlei e basquete, competições,<br />

eventos e projetos sociais no esporte.<br />

Este ano dá novo passo relacionado<br />

aos Jogos Olímpicos, patrocinando<br />

o Comitê Olímpico Brasileiro.<br />

Como esse passo se encaixa nessa<br />

história?<br />

Estávamos até lembrando<br />

quando começamos a falar <strong>de</strong><br />

Comitê Olímpico Brasileiro, que<br />

a TIM é uma marca italiana que<br />

está no Brasil há 20 anos e o nosso<br />

primeiro garoto-propaganda<br />

foi o Ronaldo Fenômeno, em<br />

1998. Sempre estivemos ligado<br />

ao esporte no Brasil. Na Itália, a<br />

primeira divisão do campeonato<br />

<strong>de</strong> futebol tem como principal<br />

patrocinador a TIM. A associação<br />

da marca com o esporte é<br />

natural e histórica.<br />

Hoje no Brasil a marca patrocina diferentes<br />

esportes?<br />

Sim. Hoje patrocinamos os<br />

quatro principais times <strong>de</strong> futebol<br />

do Rio: Flamengo, Fluminense,<br />

Vasco e Botafogo; em<br />

2020, passamos a apoiar a equipe<br />

<strong>de</strong> basquete do Flamengo;<br />

também renovamos a parceria<br />

com a Confe<strong>de</strong>ração Brasileira<br />

<strong>de</strong> Rugby, cuja seleção feminina<br />

está classificada para Tóquio;<br />

uma equipe <strong>de</strong> rúgbi. Sempre estivemos<br />

ligados ao esporte.<br />

O que a TIM busca com essa ligação<br />

tão profunda com o esporte?<br />

Queremos histórias que tenham<br />

a ver com nossos valores<br />

<strong>de</strong> marca. Superação, engajamento,<br />

dar o seu melhor... isso<br />

tem tudo a ver com a TIM. Quando<br />

começamos a olhar os Jogos<br />

vimos a oportunida<strong>de</strong> bacana <strong>de</strong><br />

sermos patrocinadores do COB.<br />

Queremos mostrar a história<br />

<strong>de</strong> vida e <strong>de</strong> superação <strong>de</strong>sses<br />

atletas. Com alguns atletas nós<br />

vamos aproximar mais da nossa<br />

comunicação, como embaixadores.<br />

Eles foram escolhidos<br />

a <strong>de</strong>do justamente pela história<br />

<strong>de</strong> vida.<br />

Em que sentido?<br />

Por exemplo, o Ícaro Miguel,<br />

que é um atleta <strong>de</strong> taekwondo,<br />

sofreu um aci<strong>de</strong>nte quando<br />

criança, per<strong>de</strong>u 90% da visão<br />

<strong>de</strong> um olho; e o Isaquías Queiroz,<br />

da canoagem, um cara que<br />

nasceu numa família <strong>de</strong> nove<br />

irmãos e em condições muito<br />

difíceis. Fomos procurando alguns<br />

atletas que pu<strong>de</strong>ssem falar<br />

<strong>de</strong>sses valores tão importantes.<br />

Além disso, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>sses atletas<br />

que temos como embaixa-<br />

“Quando for<br />

seguro, com<br />

certeza,<br />

vamos<br />

trabalhar a<br />

plataforma<br />

<strong>de</strong> música”<br />

18 <strong>1º</strong> <strong>de</strong> março <strong>de</strong> <strong>2021</strong> - jornal propmark


dores, procuramos também ter<br />

diversida<strong>de</strong>. Temos diferentes<br />

perfis, fisicamente, orientação<br />

sexual e background.<br />

Há notícias sobre resistência dos<br />

japoneses em ter o evento este ano<br />

e muitas dúvidas sobre sua realização.<br />

Como a marca lida com isso?<br />

Des<strong>de</strong> o começo, claro que<br />

isso é uma preocupação. Neste<br />

momento, a informação que temos<br />

é que os Jogos vão ser realizados.<br />

Os japoneses são um<br />

povo muito organizado. Mas, se<br />

não ocorrerem, prezamos sempre<br />

pela segurança das pessoas.<br />

A <strong>de</strong>cisão que for tomada vamos<br />

apoiar.<br />

Tem um prazo para ser <strong>de</strong>cidido se<br />

os Jogos serão ou não realizados?<br />

Não, não tem nada nesse sentido.<br />

Estamos na torcida para<br />

que ocorra <strong>de</strong> forma segura. Vamos<br />

esperar e respeitar.<br />

Como fica o planejamento num cenário<br />

assim?<br />

Estamos <strong>de</strong>ixando tudo pronto<br />

como se o evento fosse ser realizado,<br />

com todo planejamento<br />

<strong>de</strong> mídia e comunicação. No pior<br />

dos cenários, seria um projeto<br />

pronto que não po<strong>de</strong>ria ir ao ar,<br />

e aí nos adaptamos <strong>de</strong> novo.<br />

A Olimpiada é sempre um momento<br />

muito aguardado e as marcas que<br />

fazem parte disso têm ganhos positivos.<br />

Mas consi<strong>de</strong>rando o contexto<br />

atual, qual a diferença <strong>de</strong> fazer parte<br />

<strong>de</strong>sse evento apoiando o COB?<br />

Estamos todos precisando<br />

<strong>de</strong> causas positivas. Precisamos<br />

<strong>de</strong>sse momento <strong>de</strong> felicida<strong>de</strong><br />

para a humanida<strong>de</strong>, com todos<br />

torcendo por uma coisa só. Naquele<br />

momento torcemos para<br />

o Brasil, não tem um contra o<br />

outro. E esses valores - coragem,<br />

respeito, liberda<strong>de</strong> - são mostrados<br />

durante o evento. Patrocinar<br />

o COB é uma associação muito<br />

positiva para a marca. O consumidor<br />

percebe que há uma preocupação<br />

mais profunda com a<br />

socieda<strong>de</strong>, <strong>de</strong> levar algo a mais.<br />

Além <strong>de</strong>sse patrocínio ao COB, há<br />

outras ações envolvidas?<br />

Tem, aqui no Brasil. Um <strong>de</strong>les<br />

é o Jogos da Juventu<strong>de</strong>, um<br />

evento que o COB organiza anualmente<br />

com vários jovens. Em<br />

<strong>2021</strong> será em novembro, em<br />

Aracaju. Estamos patrocinando<br />

e vamos ajudar. Tem também o<br />

Transforma. São programas gigantes<br />

que mostram milhares <strong>de</strong><br />

Divulgação<br />

jovens interessados em esportes<br />

e nesses valores do coletivo.<br />

Quando as peças começam a ir ao<br />

ar? E o planejamento prevê levar<br />

influenciadores para assistir aos<br />

Jogos in loco?<br />

Provavelmente nos três meses<br />

que antece<strong>de</strong>m o evento.<br />

Devemos falar dos valores do<br />

esporte e mostrar isso com as<br />

histórias dos atletas. Vamos contar<br />

o que essas histórias têm em<br />

comum, o que temos a ver com o<br />

esporte. Vamos utilizar influenciadores,<br />

mas não sabemos se<br />

daqui ou <strong>de</strong> lá, pela questão da<br />

pan<strong>de</strong>mia. São vários cenários<br />

possíveis, com ou sem público.<br />

Depen<strong>de</strong> muito <strong>de</strong> como as coisas<br />

vão acontecer.<br />

Além do esporte, quais as outras<br />

plataformas que a TIM preten<strong>de</strong> investir<br />

em <strong>2021</strong>?<br />

Uma plataforma que é muito<br />

nossa, que é a <strong>de</strong> música, ficou<br />

muito parada. Queremos colocar<br />

projetos bacanas na rua. Queremos<br />

muito po<strong>de</strong>r fazer um evento<br />

<strong>de</strong> novo. Quando estiver seguro,<br />

com certeza, vamos trabalhar<br />

a plataforma <strong>de</strong> música.<br />

Falando em patrocínio, a TIM era<br />

muito ligada a Fórmula 1 na Globo.<br />

Como fica isso agora?<br />

Patrocinamos durante muitos<br />

anos a Fórmula 1 na Globo. Estamos<br />

estudando outros projetos<br />

com a emissora.<br />

Mas a TIM vai patrocinar a Fórmula<br />

1 na Band?<br />

Por ora, não.<br />

Como é o mix <strong>de</strong> mídia da TIM hoje?<br />

Em termos <strong>de</strong> comunicação,<br />

posso adiantar que reforçaremos<br />

ainda mais a aposta no digital.<br />

“o futuro<br />

do setor <strong>de</strong><br />

telecom tem<br />

perspectivas<br />

muito boas”<br />

Além da comunicação sobre o patrocínio<br />

ao Comitê Olímpico Brasileiro,<br />

a TIM vai divulgar outras<br />

campanhas ainda neste primeiro<br />

semestre?<br />

Na próxima semana, lançaremos<br />

uma gran<strong>de</strong> campanha sem<br />

mídia em TV, com foco total no<br />

online. Já trabalhávamos fortemente<br />

esse canal, mas a i<strong>de</strong>ia<br />

é crescer ainda mais, em linha<br />

com a transformação digital acelerada<br />

pela pan<strong>de</strong>mia.<br />

jornal propmark - <strong>1º</strong> <strong>de</strong> março <strong>de</strong> <strong>2021</strong> 19


we<br />

mkt<br />

Unsplash<br />

Você é leitor,<br />

ou, ouvinte?<br />

“É preciso coragem para levantar-se<br />

e falar; mas, também, é preciso<br />

coragem para sentar-se e ouvir”<br />

Winston Churchill<br />

Francisco alberto Madia <strong>de</strong> souza<br />

Pesquise-se. Conheça-se. Tire proveito<br />

<strong>de</strong> suas características, ou, atenue e<br />

proteja-se <strong>de</strong> suas limitações.<br />

A primeira coisa a se saber, sempre, e em<br />

seu processo <strong>de</strong> autobranding, <strong>de</strong> construir<br />

a própria marca, é ter consciência se você<br />

é um leitor ou um ouvinte. Poucas pessoas<br />

nem ao menos sabem se são leitores ou ouvintes<br />

e que, e apenas, excepcionalmente,<br />

po<strong>de</strong>m ter as duas características. Alguns<br />

exemplos revelam esse <strong>de</strong>sconhecimento.<br />

Quando Dwight Eisenhower ocupava<br />

o posto <strong>de</strong> comandante em chefe das forças<br />

aliadas na Europa, era o queridinho da<br />

imprensa. Suas coletivas eram concorridas<br />

por seu estilo. Demonstrava total conhecimento<br />

e domínio sobre qualquer pergunta<br />

que lhe fizessem, e respondia com frases<br />

elegantes e brilhantes. Exemplos literalmente<br />

selecionados a <strong>de</strong>do... E eram!<br />

Dez anos mais tar<strong>de</strong> os mesmos jornalistas<br />

que foram seus admiradores o <strong>de</strong>sprezavam<br />

<strong>de</strong> forma escancarada. Nunca<br />

respondia às perguntas e ficava enrolando<br />

ao infinito sobre outros assuntos. Respostas<br />

longas, incoerentes e, ainda, repletas <strong>de</strong><br />

erros gramaticais. Em verda<strong>de</strong>, Eisenhower<br />

não sabia que era um leitor, e não um<br />

ouvinte. Quando comandante em chefe da<br />

Europa, seus assessores certificavam-se<br />

que cada pergunta fosse apresentada no<br />

mínimo meia hora antes <strong>de</strong> cada coletiva.<br />

E então, quando começava a coletiva, ele<br />

tinha o comando total.<br />

Quando se tornou presi<strong>de</strong>nte suce<strong>de</strong>u<br />

Roosevelt e Truman, dois presi<strong>de</strong>ntes que<br />

sabiam que eram ouvintes e adoravam dar<br />

coletivas abertas. Eisenhower sentiu-se na<br />

obrigação <strong>de</strong> fazer o mesmo. E, arrebentou-<br />

-se! Mais tar<strong>de</strong>, o mesmo aconteceu com<br />

Lyndon Johnson, porque não sabia que era<br />

um ouvinte. “O ouvinte que tentar ser um<br />

leitor sofrerá o <strong>de</strong>stino <strong>de</strong> Johnson, e o leitor<br />

que tentar ser um ouvinte terá o mesmo<br />

<strong>de</strong>stino <strong>de</strong> Eisenhower”. E vocês, queridos<br />

amigos, são leitores, ou, ouvintes? Ter-se<br />

consciência <strong>de</strong>ssa característica, em vez <strong>de</strong><br />

limitação, converte-se em virtu<strong>de</strong>, e evita e<br />

previne <strong>de</strong>sastres monumentais.<br />

Você não precisa perguntar para ninguém<br />

no que você é bom. Você sabe. Tem<br />

facilida<strong>de</strong>, <strong>de</strong>ita e rola numa discussão<br />

aberta, ou, é muito melhor preparando-se<br />

antes e, sempre que possível, tendo o suporte<br />

do teleprompter, quando vai gravar<br />

um ví<strong>de</strong>o... Não gostou do que acabei <strong>de</strong><br />

dizer? Brigue com o mestre. 90% <strong>de</strong> tudo o<br />

que acabei <strong>de</strong> comentar com vocês foi escrito<br />

pelo adorado mestre e mentor Peter<br />

Drucker.<br />

Assim que começava um trabalho <strong>de</strong><br />

consultoria numa empresa procurava i<strong>de</strong>ntificar,<br />

<strong>de</strong>ntre as li<strong>de</strong>ranças, os que eram<br />

leitores e os que eram ouvintes. E, na hora<br />

<strong>de</strong> escalar o time, cuidava, mediante recomendações,<br />

que cada um explorasse ao<br />

máximo suas virtu<strong>de</strong>s e competências naturais.<br />

Tentar converterem-se leitores em<br />

ouvintes ou vice-versa, ouvintes em leitores,<br />

segundo o mestre, era perda burra e estúpida<br />

<strong>de</strong> tempo e os resultados seriam os<br />

piores possíveis.<br />

Pior ainda, muitos gran<strong>de</strong>s lí<strong>de</strong>res, na<br />

medida em que tinham um <strong>de</strong>sempenho<br />

pífio em suas manifestações, acabavam encerrando<br />

a carreira precocemente, ou, trabalhando<br />

à meia curva e velocida<strong>de</strong>.<br />

Goleiro é leitor. Centroavante, ouvinte.<br />

Não tente transformar um goleiro em ouvinte<br />

e um atacante em leitor. O número <strong>de</strong><br />

gols cairá para próximo <strong>de</strong> zero, em compensação<br />

os frangos vão se suce<strong>de</strong>r e cantar<br />

até arrebentar seus ouvidos.<br />

Respeite as pessoas como são. E tudo fica<br />

mais fácil e ren<strong>de</strong> mais. Sempre.<br />

Francisco Alberto Madia <strong>de</strong> Souza<br />

é consultor <strong>de</strong> marketing<br />

famadia@madiamm.com.br<br />

20 <strong>1º</strong> <strong>de</strong> março <strong>de</strong> <strong>2021</strong> - jornal propmark


quem fez<br />

Jéssica Oliveira (interina) jessica@propmark.com.br<br />

refloresta<br />

A importância da recuperação das florestas<br />

inspira campanha e ações que pautaram a nova<br />

música <strong>de</strong> Gilberto Gil. A canção se soma<br />

à trilogia Refazenda, Refavela e Realce. Além<br />

do cantor e <strong>de</strong> parceria com o TikTok, a estratégia<br />

terá outras personalida<strong>de</strong>s, como Chico<br />

Buarque, Marcos Palmeira, Fernando Moraes,<br />

Lilian Pacce, Patricia Pillar e Luciano Huck.<br />

ampfy<br />

iNSTiTUTO TERRA<br />

Fotos: Divulgação<br />

Título: Refloresta; criação: Mauro Vilas-Boas e Ricardo<br />

Merhi; planejamento: Gabriel Borges e Yara<br />

Rocha; atendimento: Guilherme Brum e Juliana<br />

Ailt; social media: Patrícia Pinheiro Gabriel; produção:<br />

Piloto; ilustração: Danilo Cheng e Victor<br />

Futher; produtor musical: Bem Gil.<br />

linha do tempo<br />

Após 23 anos no Brasil, a Huawei estreia sua<br />

primeira campanha publicitária. Com o mote<br />

Parceiros no Presente, Parceiros no Futuro<br />

e Ivete Sangalo, peças <strong>de</strong> 30” e 60” traçam<br />

um paralelo entre a marca e a artista no passado,<br />

no presente e no futuro dos brasileiros.<br />

Estratégia tem TV, OOH, mídia digital,<br />

embaixadores, websérie e landing page.<br />

fSB pUBLICIDaDE<br />

HUAwEi<br />

Título: Parceiros no Presente, Parceiros no Futuro;<br />

criação: Diego Amazonas e Alessandro Palermo;<br />

planejamento: Ja<strong>de</strong>rson Alencar; mídia:<br />

Nathália Cantalejo; produtora: Kn Conteúdo;<br />

direção geral: Jorge Nassaralla; edição e finalização:<br />

Gil Farias.<br />

super on<br />

A Avon segue a estratégia #AvonTáOn com o<br />

filme Super Máscaras, que <strong>de</strong>staca os produtos<br />

Super à Prova D’Água, SuperShock Máx,<br />

Supreme Oil e SuperExtend, com testes no<br />

BBB21. O ví<strong>de</strong>o é estrelado por Thelma Assis<br />

(médica, influenciadora e vencedora do<br />

BBB20), Sandy (cantora) e Larissa Chehuen<br />

(mo<strong>de</strong>lo). No ar na TV aberta e no digital.<br />

avon<br />

wUNDERMAN THOMPSON<br />

Título: Super Máscaras; CCO: Keka Morelle; direção<br />

<strong>de</strong> criação: Beta Harada; redator: Ariane Polvani, José<br />

Castilho e Sabrina Villar; PR: Andrea Assef e Vivian<br />

Zeni; produtora: ParanoidBr; som: Evil Twin Music;<br />

cliente: Danielle Bibas, Viviane Pepe, Juliana Barros,<br />

Andrea Echeverri, Lucas Fajardo e Miguel Marsicano.<br />

jornal propmark - <strong>1º</strong> <strong>de</strong> março <strong>de</strong> <strong>2021</strong> 21


d&ad <strong>2021</strong><br />

“Campanha sem<br />

pensar no PR<br />

é impraticável”<br />

Divulgação<br />

CCO da Ogilvy Brasil, Félix Del Valle vai<br />

julgar a categoria PR no D&AD <strong>2021</strong>, que<br />

será realizado online entre os dias 25 e 28<br />

<strong>de</strong> maio. O criativo fala nesta entrevista<br />

sobre a crescente importância da área <strong>de</strong> relações<br />

públicas para a indústria criativa. “Cada vez mais<br />

a disciplina <strong>de</strong> relações públicas está inserida<br />

nos projetos <strong>de</strong> comunicação <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o briefing,<br />

porque é fundamental que gran<strong>de</strong>s i<strong>de</strong>ias ganhem<br />

alcance”, disse ele. Para Del Valle, o Brasil <strong>de</strong>ve<br />

ter um bom <strong>de</strong>sempenho em PR no festival,<br />

“porque somos bons em contar boas histórias”.<br />

Ele comenta também sobre a experiência em<br />

participar <strong>de</strong> júris virtuais e as expectativas com<br />

o D&AD, no qual será jurado pela primeira vez.<br />

Félix Del Valle: “Quando uma i<strong>de</strong>ia ganha espaço fora da mídia paga, é muito legal”<br />

KELLY DORES<br />

julgamento<br />

Eu espero ver gran<strong>de</strong>s projetos,<br />

diferentes pontos <strong>de</strong><br />

vista e i<strong>de</strong>ias que geram aquela<br />

sensação <strong>de</strong> ‘por que não fui<br />

eu que pensei nisso antes?’. Do<br />

ponto <strong>de</strong> vista <strong>de</strong> processos,<br />

o julgamento remoto muda<br />

um pouco a dinâmica, assim<br />

como a pan<strong>de</strong>mia mudou <strong>de</strong><br />

forma mais ampla diversos<br />

outros aspectos da nossa vida<br />

ultimamente. O julgamento<br />

dos trabalhos é diferente pelo<br />

fato <strong>de</strong> todos estarem em quarentena<br />

em casa, e não termos<br />

a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> nos reunirmos<br />

em Londres para discutirmos<br />

os pontos <strong>de</strong> vista, mas<br />

é a maneira que encontramos<br />

para seguir em frente. Passado<br />

quase um ano nesta rotina<br />

<strong>de</strong> quarentena, o que muda<br />

basicamente no julgamento<br />

das peças é o <strong>de</strong>slocamento<br />

da viagem e que as reuniões<br />

agora são <strong>de</strong> Zoom ou Teams e<br />

têm um tempo reduzido, não<br />

é necessariamente a mesma<br />

experiência, mas são formas<br />

que encontramos para continuarmos<br />

discutindo e celebrando<br />

gran<strong>de</strong>s i<strong>de</strong>ias. E isso<br />

é muito positivo para o nosso<br />

mercado.<br />

exPeRiênCia<br />

A experiência <strong>de</strong> fazer parte<br />

<strong>de</strong> um júri <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s festivais<br />

criativos é sempre muito legal.<br />

Eu tive a honra <strong>de</strong> participar<br />

como jurado do Cannes Lions,<br />

por exemplo, que teve uma parte<br />

online e outra fase presencial.<br />

Ou recentemente no One<br />

Show, no qual a experiência<br />

<strong>de</strong> julgamento teve uma parte<br />

online e uma final via zoom,<br />

ou seja, totalmente online. A<br />

sensação <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong><br />

sempre é forte porque você está<br />

ali para discutir quais i<strong>de</strong>ias<br />

merecem o reconhecimento.<br />

Falando agora do D&AD, essa é<br />

a primeira vez que participo do<br />

júri. Boa parte dos profissionais<br />

<strong>de</strong> criação teve como referência<br />

muitos trabalhos do festival e<br />

dos seus anuários. É um privilégio<br />

agora fazer parte <strong>de</strong>ssa história<br />

enquanto jurado <strong>de</strong> uma<br />

premiação como o D&AD.<br />

“todos queremos<br />

que as pessoas<br />

falem das nossas<br />

i<strong>de</strong>ias <strong>de</strong> maneira<br />

espontânea”<br />

PR<br />

Cada vez mais a disciplina<br />

<strong>de</strong> relações públicas está inserida<br />

nos projetos <strong>de</strong> comunicação<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> o briefing, porque<br />

é fundamental que gran<strong>de</strong>s<br />

i<strong>de</strong>ias ganhem alcance. Lançar<br />

uma campanha sem pensar<br />

no PR é impraticável hoje,<br />

principalmente em um cenário<br />

<strong>de</strong> concorrência com tanta<br />

informação, tanto conteúdo. É<br />

uma disciplina cada vez mais<br />

estratégica e fundamental.<br />

Todos queremos que as pessoas<br />

falem das nossas i<strong>de</strong>ias<br />

<strong>de</strong> maneira espontânea. Queremos<br />

que a mídia repercuta,<br />

que o assunto ganhe espaço <strong>de</strong><br />

conteúdo orgânico <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong><br />

um programa <strong>de</strong> TV, que vire<br />

notícia, que seja parte da pauta<br />

do dia. Quando uma i<strong>de</strong>ia<br />

ganha espaço fora da própria<br />

mídia paga, isso é muito legal.<br />

Imagina uma i<strong>de</strong>ia que vai<br />

ganhando o mundo em diferentes<br />

lugares e publicações<br />

porque conta algo interessante<br />

que faz sentido para a vida das<br />

pessoas? É por isso que o PR é<br />

fundamental hoje na indústria<br />

criativa.<br />

BRasil<br />

O Brasil sempre tem um bom<br />

<strong>de</strong>sempenho (em PR). Temos<br />

<strong>de</strong> lembrar que o país é uma<br />

gran<strong>de</strong> potência criativa em<br />

nível mundial. Ano após ano<br />

o Brasil aparece em todos os<br />

rankings criativos, tendo representação<br />

forte em qualquer<br />

disciplina da indústria <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong>.<br />

Então, acredito que<br />

o Brasil também traga bom <strong>de</strong>sempenho<br />

na categoria <strong>de</strong> PR,<br />

porque somos bons em contar<br />

boas histórias, trazer narrativas<br />

que emocionam, que trazem<br />

empatia e, consequentemente,<br />

ganhem alcance e conversas.<br />

tRaBalHos<br />

O gran<strong>de</strong> trunfo do D&AD é<br />

ter gratas <strong>de</strong>scobertas, trabalhos<br />

que talvez eu ainda nem conheça,<br />

mas que me surpreendam <strong>de</strong><br />

maneira profunda e mereçam<br />

ser premiados. O processo ainda<br />

não começou, mas imagino<br />

que o trabalho gere várias conversas<br />

interessantes. Acho que<br />

será intenso, sempre é, mal posso<br />

esperar para começar porque<br />

sempre traz aprendizado, você<br />

cresce enquanto profissional.<br />

22 <strong>1º</strong> <strong>de</strong> março <strong>de</strong> <strong>2021</strong> - jornal propmark


prODutOrAs<br />

Cine muda <strong>de</strong> en<strong>de</strong>reço e mo<strong>de</strong>rniza<br />

logomarca, criada pela AlmapBBDO<br />

Tradicional casa que<br />

abrigou produtora por<br />

25 anos dará lugar a<br />

espaço <strong>de</strong> coworking<br />

Cine vai mudar <strong>de</strong> en<strong>de</strong>reço. Deixará a<br />

A famosa casa da Av. Rebouças, próximo<br />

à Faria Lima, on<strong>de</strong> ficou por 25 anos, para<br />

se acomodar na Vila Nova Conceição.<br />

“Essa nova fase representa uma renovação<br />

e é o resultado <strong>de</strong> um processo interno<br />

que iniciamos há alguns anos, <strong>de</strong> reestruturação<br />

e reciclagem. A mudança é o ápice<br />

da nova postura da produtora diante do<br />

mercado”, disse Raul Doria, sócio e diretor<br />

da Cine.<br />

O espaço, segundo a produtora, está alinhado<br />

aos novos caminhos do mercado<br />

brasileiro. A equipe permanece a mesma,<br />

com diretores <strong>de</strong> cena, além da Cris Vida e<br />

do Clovis Mello, também sócios, a produtora<br />

conta ainda com Bruno Zanetti e Walk<br />

in. Para <strong>2021</strong>, Doria aposta em um novo<br />

momento para o mercado audiovisual: “os<br />

anunciantes estão retomando aos poucos<br />

as campanhas <strong>de</strong> sustentação <strong>de</strong> marca e,<br />

com a chegada da vacina, esperamos boas<br />

movimentações”, argumenta o executivo.<br />

Junto à mudança <strong>de</strong> en<strong>de</strong>reço, a Cine<br />

apresenta ainda a atualização da logomarca<br />

da produtora, criada pela AlmapBBDO.<br />

Localizado na Av. Rebouças, 3.507, em<br />

São Paulo, o en<strong>de</strong>reço anterior da Cine - por<br />

mais <strong>de</strong> 25 anos - recebeu inúmeros artistas,<br />

tanto para gravação <strong>de</strong> filmes (longas e<br />

publicitários) quanto para encontros e reuniões<br />

do mercado.<br />

Diversas homenagens e celebrações<br />

aconteceram ali durante o período. Mais<br />

recentemente, abrigou a produção da última<br />

campanha <strong>de</strong> reposicionamento da Sul-<br />

América, com Rodrigo Santoro. A partir<br />

<strong>de</strong>ste mês, a casa será <strong>de</strong>molida para dar<br />

espaço a um novo empreendimento. Vai se<br />

transformar em um coworking – espaço <strong>de</strong><br />

trabalho coletivo e compartilhado.<br />

“Nossa história na antiga casa foi inspiradora<br />

e com certeza <strong>de</strong>ixa ótimas lembranças.<br />

Impossível <strong>de</strong>stacar apenas um<br />

momento. Tivemos diversos encontros,<br />

eventos, filmagens e comemorações. O casarão<br />

ficou na memória e em diversas campanhas.<br />

Finalizar esse processo com o Rodrigo<br />

Santoro e iniciar as filmagens no novo<br />

en<strong>de</strong>reço já com nomes como Fernanda<br />

Montenegro, Fernanda Torres, Juliana Paes<br />

e Whin<strong>de</strong>rsson Nunes revela o quanto a<br />

Cine está presente na vida dos brasileiros”,<br />

conclui Doria.<br />

Um dos espaços da nova se<strong>de</strong> da Cine, em Vila Nova Conceição; produtora <strong>de</strong>ixou tradicional casa na Av. Rebouças<br />

Divulgação<br />

jornal propmark - <strong>1º</strong> <strong>de</strong> março <strong>de</strong> <strong>2021</strong> 23


MERcAdO<br />

Gerir crises na era do cancelamento<br />

exige verda<strong>de</strong>, velocida<strong>de</strong> e atitu<strong>de</strong><br />

Profissionais <strong>de</strong> relações públicas funcionam como um farol guiando<br />

pessoas e empresas em tempesta<strong>de</strong>s potencializadas nas re<strong>de</strong>s<br />

jéssica Oliveira<br />

comunicação na era das re<strong>de</strong>s<br />

sociais segue somando<br />

A<br />

ondas <strong>de</strong> complexida<strong>de</strong>, conforme<br />

a internet se mostra muito<br />

mais profunda do que se julga<br />

pela superfície e quase imprevisível.<br />

Foto, alguns caracteries,<br />

uma hashtag, segundos <strong>de</strong> um<br />

ví<strong>de</strong>o, qualquer expressão po<strong>de</strong><br />

gerar uma situação caótica. Mais<br />

ou menos como o mar. Quem entra<br />

tem a consciência da vulnerabilida<strong>de</strong><br />

que o cerca. Águas mudam<br />

em instantes. E o que no horizonte<br />

é uma ondinha cresce <strong>de</strong><br />

forma incontrolável, <strong>de</strong>ixando<br />

<strong>de</strong>struição por on<strong>de</strong> passar. Por<br />

isso ter recursos tecnológicos e<br />

comportamentais, saber pedir<br />

ajuda e lidar com a situação até<br />

ela se acalmar é questão <strong>de</strong> vida<br />

ou morte. Em outras palavras:<br />

estar preparado para tudo.<br />

De volta à comunicação, um<br />

precioso recurso é o trabalho das<br />

agências <strong>de</strong> relações públicas,<br />

que têm o gerenciamento <strong>de</strong> crise<br />

entre seus pilares. São como<br />

um farol: estrutura firme que ilumina<br />

a quilômetros <strong>de</strong> distância<br />

para conduzir o que for preciso<br />

em segurança até a terra firme.<br />

Assim como o farol, as agências<br />

estão preparadas para guiar<br />

a qualquer momento seus clientes,<br />

especialmente nesse instante<br />

<strong>de</strong> hiperconectivida<strong>de</strong>.<br />

Gabriel Guimarães, gerente <strong>de</strong><br />

contas da E<strong>de</strong>lman Brasil, comenta<br />

que nenhuma pessoa,<br />

empresa ou instituição está<br />

imune a uma crise, e isso seria<br />

uma questão <strong>de</strong> tempo. “Nossa<br />

recomendação é que todos estejam<br />

preparados para qualquer<br />

Karol Conká teve a maior rejeição da história do Big Brother Brasil: 99, 17%<br />

evento, a partir <strong>de</strong> um manual <strong>de</strong><br />

crise e da organização <strong>de</strong> um comitê<br />

com integrantes treinados.<br />

É importante que as instituições<br />

atuem sempre a favor <strong>de</strong> suas<br />

reputações, construindo a confiança<br />

<strong>de</strong> seus stakehol<strong>de</strong>rs. Empresas<br />

e pessoas consi<strong>de</strong>radas<br />

confiáveis conquistam o ‘colchão<br />

<strong>de</strong> proteção’ e a licença para falar<br />

– e ser escutada - em momentos<br />

conturbados”, diz.<br />

Fernanda Dantas, head <strong>de</strong> digital<br />

e inteligência <strong>de</strong> dados da<br />

CDN Comunicação, concorda<br />

e fala que a maioria das crises<br />

é previsível. “A boa gestão <strong>de</strong><br />

crise começa antes <strong>de</strong>la acontecer,<br />

com i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> riscos<br />

e planejamento, <strong>de</strong>finição <strong>de</strong><br />

políticas <strong>de</strong> governança e comunicação<br />

a<strong>de</strong>quadas, monitoramento<br />

e treinamento. É possível<br />

se preparar”, diz. Com visão<br />

semelhante, Fátima Pissarra,<br />

CEO da Mynd, lida diretamente<br />

com influenciadores e acredita<br />

no po<strong>de</strong>r da prevenção e <strong>de</strong> ter<br />

uma relação próxima para tentar<br />

minimizar os impactos. “Eles<br />

Globo/João Cotta<br />

“Os ânimOs estãO<br />

exacerbadOs<br />

para as pessOas<br />

apOntarem<br />

errOs e fazem<br />

julgamentOs”<br />

estão cada vez mais expostos<br />

e precisam prestar atenção. Os<br />

ânimos estão exacerbados para<br />

as pessoas apontarem erros e fazerem<br />

julgamentos baseados em<br />

uma frase – muitas vezes tirada<br />

do contexto. As pessoas buscam<br />

posicionamentos feitos em outras<br />

ocasiões, para ajudar nesse<br />

cancelamento. Um exemplo: o<br />

Cocielo, que fez um comentário,<br />

e acharam tuítes antigos semelhantes;<br />

ou o Vitão, que postou<br />

um ví<strong>de</strong>o cantando e as pessoas<br />

xingaram ele por uma questão<br />

que não tinha nada a ver com o<br />

ví<strong>de</strong>o em si”, diz.<br />

SEM FRONTEIRAS<br />

Num passado nem tão distante,<br />

haviam protestos na frente da<br />

fábrica ou se<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma empresa,<br />

que mobilizavam pessoas, porém<br />

num ambiente relativamente<br />

controlado. No entanto, hoje,<br />

especialistas alertam que não há<br />

barreiras físicas nem limites para<br />

o acesso às atitu<strong>de</strong>s <strong>de</strong> uma marca<br />

ou pessoa. “A crise po<strong>de</strong> se<br />

tornar global em menos <strong>de</strong> uma<br />

hora, enquanto uma empresa<br />

leva cerca <strong>de</strong> 21h para tomar medidas<br />

e se <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r ou levar um<br />

esclarecimento ao público. Em<br />

24h, uma crise po<strong>de</strong> se esten<strong>de</strong>r<br />

para até 11 países e mais da meta<strong>de</strong><br />

das empresas leva mais <strong>de</strong><br />

um ano para reconquistar o valor<br />

<strong>de</strong> mercado <strong>de</strong> suas ações”,<br />

diz Guimarães, citando o estudo<br />

Contendo uma crise - Lidando<br />

com <strong>de</strong>sastres corporativos na era<br />

digital, do escritório Freshfields<br />

Bruckhaus Deringer.<br />

Adriane Ahlers, diretora <strong>de</strong><br />

novos negócios e marketing e<br />

gestora do Comitê <strong>de</strong> Crise da<br />

RPMA Comunicação, fala que a<br />

complexida<strong>de</strong> aumentou após<br />

a aproximação das marcas com<br />

consumidores na internet, com<br />

a abertura do diálogo e posicionamentos<br />

menos genéricos. E<br />

isso foi potencializado pelo cenário<br />

<strong>de</strong> pan<strong>de</strong>mia, tornando<br />

consumidores mais propensos a<br />

julgar comportamentos <strong>de</strong> forma<br />

crítica em função <strong>de</strong> altas expectativas.<br />

“Por meio <strong>de</strong> condutas<br />

ina<strong>de</strong>quadas, atitu<strong>de</strong>s <strong>de</strong>sconectadas,<br />

contrárias ao propósito,<br />

<strong>de</strong>salinhadas ao discurso e ao<br />

contexto da socieda<strong>de</strong> aliados à<br />

disposição <strong>de</strong> alguém a dar visibilida<strong>de</strong><br />

ao fato é que se dá o cancelamento.<br />

A internet é como<br />

combustível adicional”, avalia.<br />

24 <strong>1º</strong> <strong>de</strong> março <strong>de</strong> <strong>2021</strong> - jornal propmark


Fotos: Divulgação<br />

Fernanda, da CDN: gestão começa antes Gabriel, da E<strong>de</strong>lman: ter preparação Eraldo, da InPress: é possível reverter<br />

Adriane, da RPMA: requer versatilida<strong>de</strong><br />

cANcELAdOS E cANcELAdORES<br />

Neste momento, a rapper e<br />

ex-BBB Karol Conká vive talvez o<br />

maior “cancelamento digital” registrado<br />

em números no Brasil.<br />

Ainda no reality show, a cantora<br />

per<strong>de</strong>u seguidores, contratos e<br />

possivelmente futuras parcerias<br />

com marcas com as quais já<br />

havia trabalhado. Quando saiu<br />

do Big Brother Brasil <strong>2021</strong>, ela<br />

recebeu 99,17% <strong>de</strong> rejeição do<br />

público sob uma enxurrada <strong>de</strong><br />

comentários, piadas, críticas,<br />

xingamentos e ameaças.<br />

Fábio Mariano Borges, sociólogo<br />

do consumo da ESPM, aponta<br />

outra faceta <strong>de</strong>ssa situação e<br />

reflete que o BBB está sendo palco<br />

<strong>de</strong> “ódio recreativo”. Para ele,<br />

mesmo marcas, que sofrem com<br />

cancelamentos, este ano ocuparam<br />

a posição <strong>de</strong> canceladoras<br />

ao fazerem piadas e promoções<br />

relacionadas a artista sem se preocupar<br />

com as consequências do<br />

linchamento moral. “É a primeira<br />

vez que vejo a celebração do<br />

ódio com a participação <strong>de</strong> marcas.<br />

Todo mundo passou do limite.<br />

Do bullying, passamos ao linchamento<br />

digital sem qualquer<br />

tipo <strong>de</strong> freio moral. Não cabe a<br />

uma marca tirar proveito da banalização<br />

do mal, como dizia a<br />

filósofa alemã Hannah Arendt,<br />

porque as consequências à vida<br />

da artista e <strong>de</strong> sua família são incalculáveis”,<br />

afirma. Segundo o<br />

Observatório da TV, Karol cogita<br />

processar empresas que usaram<br />

sua imagem sem autorização.<br />

áRduO REcOMEÇO<br />

Apesar do <strong>de</strong>safio, Flávio Santos,<br />

CEO da MField, acredita que<br />

ela vai se recuperar se seguir o<br />

tripé da gestão <strong>de</strong> crise: reconhecimento,<br />

verbalização do aprendizado<br />

e mudança <strong>de</strong> comportamento.<br />

“Ela reconheceu que em<br />

alguns momentos per<strong>de</strong>u a mão,<br />

mas é inegável o trabalho que<br />

ela construiu, que é uma mulher<br />

<strong>de</strong> fibra e com alma <strong>de</strong> artista.<br />

Ela sabe se reinventar, e os fãs<br />

querem isso. As pessoas gostam<br />

e <strong>de</strong>sejam aplaudir o sucesso, é<br />

um movimento natural querer<br />

que ela dê a volta por cima.”<br />

“se a OmissãO Ou<br />

mentira passar<br />

<strong>de</strong>spercebida,<br />

pO<strong>de</strong> vir à tOna<br />

mais tar<strong>de</strong>”<br />

De modo geral, comunicadores<br />

que lidam com celebrida<strong>de</strong>s,<br />

empresas, marcas e instituições<br />

públicas acreditam que, sim, há<br />

saída, para consertar o estrago.<br />

Segundo pesquisa da Porter Novelli<br />

nos Estados Unidos, 79%<br />

dos ouvidos dizem que “<strong>de</strong>scancelariam”<br />

uma empresa se ela se<br />

<strong>de</strong>sculpasse e se comprometesse<br />

a fazer mudanças.<br />

Para Eraldo Carneiro, head <strong>de</strong><br />

gestão <strong>de</strong> reputação e propósito<br />

na InPress Porter Novelli, representante<br />

da re<strong>de</strong> no Brasil, a marca<br />

precisa ter coerência e maturida<strong>de</strong><br />

para se posicionar diante<br />

<strong>de</strong> um cancelamento e atenuar<br />

os impactos. “É possível revertê-<br />

-lo. É uma postura extrema, uma<br />

disfunção das re<strong>de</strong>s sociais, potencializada<br />

pelo clima <strong>de</strong> polarização<br />

que domina o mundo<br />

hoje. O cancelamento po<strong>de</strong> até<br />

tornar-se uma oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

rever seu comportamento e é<br />

justamente isso que espera parte<br />

dos consumidores”, diz.<br />

Além <strong>de</strong> reformular a estratégia<br />

<strong>de</strong> comunicação e marketing,<br />

a assessoria <strong>de</strong> imprensa é<br />

imprescindível no gerenciamento<br />

da crise e na reconstrução da<br />

imagem da marca, lado a lado<br />

com ações concretas que mostrem<br />

arrependimento e mudança<br />

<strong>de</strong> postura. Melina Tavares, CEO<br />

e fundadora da Melina Tavares<br />

Comunicação, acredita que esse<br />

momento <strong>de</strong>ve ser enfrentando<br />

com muita rapi<strong>de</strong>z e diálogo,<br />

buscando se conectar com os<br />

consumidores e compartilhando<br />

como o problema está sendo<br />

tratado. “Depois <strong>de</strong>sse trabalho<br />

bem feito, a marca po<strong>de</strong>, sim, se<br />

recuperar do cancelamento. A<br />

internet <strong>de</strong>ixa rastros, mas também<br />

movimenta informações e<br />

notícias <strong>de</strong> forma muito rápida,<br />

dando ênfase a uma questão com<br />

rapi<strong>de</strong>z e substituindo-a por outra<br />

na mesma velocida<strong>de</strong>”, diz.<br />

O caminho é longo e com pontos<br />

inegociáveis. Carneiro elenca<br />

fatores cruciais na gestão <strong>de</strong> uma<br />

crise <strong>de</strong> relacionamento e imagem.<br />

“Primeiro, autenticida<strong>de</strong>.<br />

É a regra número 1 <strong>de</strong> comportamento<br />

nesta era <strong>de</strong> hipertransparência.<br />

Não há espaço para falar<br />

uma coisa e fazer outra. Tais<br />

dissonâncias geram mais <strong>de</strong>sconfiança<br />

dos públicos. Segundo,<br />

velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> resposta. Isso<br />

<strong>de</strong>manda monitoramento real<br />

time das reações dos públicos<br />

nas re<strong>de</strong>s sociais, sobretudo dos<br />

influenciadores, que estão cada<br />

vez mais pulverizados, além <strong>de</strong><br />

um posicionamento rápido e claro.<br />

Por último, diálogo. Num ambiente<br />

radicalizado e polarizado,<br />

é fundamental que a empresa se<br />

abra para escutar as pessoas e estabelecer<br />

uma base para entendimento<br />

do problema”, orienta.<br />

O QuE NuNcA FAZER<br />

“Tentar enganar o consumidor”,<br />

“negar e <strong>de</strong>bochar”, “fingir<br />

que não está acontecendo nada”,<br />

“maquiar a situação”, “não se<br />

pronunciar”, “não reconhecer<br />

os danos”, “não assumir a responsabilida<strong>de</strong>”.<br />

Os profissionais<br />

se complementam quando questionados<br />

sobre os piores erros<br />

na hora <strong>de</strong> reverter um cancelamento.<br />

“A negação dos fatos<br />

e seus impactos, reações inflamadas<br />

às críticas, falta <strong>de</strong> posicionamento,<br />

intolerância com<br />

as <strong>de</strong>mandas que a crise aponta<br />

po<strong>de</strong>m colocar toda a estratégia<br />

a per<strong>de</strong>r”, alerta Adriane, da<br />

RPMA. Já Melina observa que os<br />

consumidores querem respostas<br />

e sentem quando ela é verda<strong>de</strong>ira<br />

ou não. “Mesmo se a omissão<br />

ou mentira passar <strong>de</strong>spercebida,<br />

po<strong>de</strong> vir à tona mais tar<strong>de</strong>. Consequências<br />

po<strong>de</strong>m ser irremediáveis<br />

para uma marca, que per<strong>de</strong>rá<br />

sua credibilida<strong>de</strong>”, diz.<br />

Carneiro, da InPress, <strong>de</strong>fen<strong>de</strong><br />

a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ser empático. O<br />

discurso tem <strong>de</strong> estar em sintonia<br />

com as ações e não apenas ser<br />

‘politicamente correto’ ou jogar<br />

panos quentes na ira do grupo<br />

contestador. “Seja claro, direto e<br />

– se possível – atue <strong>de</strong> forma personalizada.<br />

Faça uma boa lição<br />

<strong>de</strong> casa. Cancelamento massivo<br />

não é uma aversão gratuita, ele<br />

<strong>de</strong>ve ser encarado também como<br />

uma forma <strong>de</strong> chamar a atenção<br />

das marcas. Fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong> e apreço<br />

por seus produtos não lhes isentam<br />

<strong>de</strong>sse turbilhão digital. Empresas<br />

com propósito autêntico<br />

ten<strong>de</strong>m a se sair melhor.”<br />

Fátima pon<strong>de</strong>ra, no entanto,<br />

que sempre é complicado, porque<br />

às vezes, mesmo a pessoa<br />

se arrepen<strong>de</strong>ndo, o julgamento<br />

e o cancelamento parecem que<br />

aumentam em vez <strong>de</strong> diminuir.<br />

“Hoje é como se a pessoa não<br />

tivesse uma segunda chance. Várias<br />

vezes a gente aconselha a realmente<br />

permanecer em silêncio<br />

após o primeiro posicionamento,<br />

e esperar tudo passar, porque<br />

cada vez que a pessoa fala parece<br />

que só aumenta. Acho que<br />

o principal é não soar fake e dar<br />

uma resposta rápida”, opina.<br />

Para lidar com essa complexida<strong>de</strong>,<br />

os profissionais que atuam<br />

como farol combinam características<br />

além das habilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

PR. “Precisam estar atentos ao<br />

que acontece nas re<strong>de</strong>s sociais,<br />

saber usá-las e enten<strong>de</strong>r suas<br />

características nativas para criar<br />

estratégias. Não é necessário que<br />

todos sejam especialistas em re<strong>de</strong>s,<br />

mas saibam lidar com elas”,<br />

diz Fernanda, da CDN. “Preparo<br />

operacional para lidar com cenários<br />

complexos e adversos e<br />

versatilida<strong>de</strong> que permita a criação<br />

<strong>de</strong> novos compromissos das<br />

marcas diante da crise”, acrescenta<br />

Adriane, da RPMA.<br />

Enquanto o mercado se adapta<br />

para lidar com tudo isso, Santos,<br />

da MField, alerta que o cancelamento<br />

não é só uma fase,<br />

mas um período histórico com<br />

<strong>de</strong>sdobramentos que guiarão a<br />

socieda<strong>de</strong>. “É difícil passar por<br />

isso. Mas as pessoas estão apren<strong>de</strong>ndo<br />

que o termo cancelar é<br />

muito mais forte do que uma expressão<br />

do momento.” Em 2019,<br />

o dicionário Macquarie elegeu<br />

“cultura do cancelamento” como<br />

representante do ano. Resta saber<br />

se também será a <strong>de</strong> <strong>2021</strong>.<br />

jornal propmark - <strong>1º</strong> <strong>de</strong> março <strong>de</strong> <strong>2021</strong> 25


MERCADO<br />

ESG começa a ganhar força no<br />

Brasil e tem impacto sobre marcas<br />

Sigla incorpora conceitos <strong>de</strong> sustentabilida<strong>de</strong> na análise <strong>de</strong> investimentos<br />

em empresas, negócios e produtos; Li<strong>de</strong> fará pesquisa sobre o tema<br />

PEDRO YVES<br />

Especial para o PROPMARK<br />

Uma sigla composta <strong>de</strong> três letras tem sido<br />

cada vez mais comentada entre empresários<br />

e investidores brasileiros. Trata-se da<br />

ESG, abreviação do termo em inglês Environmental,<br />

Social and Governance (Ambiental,<br />

Social e Governança), que engloba conceitos<br />

cada vez mais estratégicos na medição<br />

<strong>de</strong> sustentabilida<strong>de</strong> e impacto social <strong>de</strong> um<br />

investimento, seja em empresa, negócio ou<br />

produto. Agora em março, o tema será assunto<br />

central <strong>de</strong> um fórum organizado pela XP<br />

Investimentos e terá conteúdo específico nas<br />

plataformas digitais do Li<strong>de</strong> - Grupo <strong>de</strong> Lí<strong>de</strong>res<br />

Empresariais.<br />

O ESG incorpora fatores ambientais (uso<br />

<strong>de</strong> recursos naturais, emissões <strong>de</strong> gases <strong>de</strong><br />

efeito estufa, eficiência energética, poluição<br />

e gestão <strong>de</strong> resíduos e efluentes); sociais<br />

(políticas e relações do trabalho, inclusão e<br />

diversida<strong>de</strong>, direitos humanos, relações com<br />

comunida<strong>de</strong>s, privacida<strong>de</strong> e proteção <strong>de</strong> dados);<br />

e <strong>de</strong> governança (compliance) como<br />

critérios <strong>de</strong> análise <strong>de</strong> investimento, indo,<br />

portanto, além das tradicionais métricas econômico-financeiras.<br />

Ele surgiu impulsionado<br />

pela crescente conscientização <strong>de</strong> questões<br />

como mudanças climáticas, diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

gênero e proteção ao meio ambiente.<br />

Globalmente, mais <strong>de</strong> US$ 30 trilhões em<br />

ativos são gerenciados por fundos que <strong>de</strong>finiram<br />

estratégias sustentáveis como critério<br />

fundamental para alocação dos recursos. Isso<br />

representa um aumento <strong>de</strong> 34% em relação<br />

a 2016, <strong>de</strong> acordo com a Global Sustainable<br />

Investment.<br />

Desse volume, US$ 14,1 trilhões estão na<br />

Europa, o que representa mais <strong>de</strong> 50% dos<br />

investimentos do continente. Nos Estados<br />

Unidos e Japão, por sua vez, a representativida<strong>de</strong><br />

dos investimentos sustentáveis é menor,<br />

girando em torno <strong>de</strong> 26% e 18%, respectivamente.<br />

Mas a taxa <strong>de</strong> crescimento tem-se<br />

acelerado significativamente – nos EUA, esse<br />

mesmo percentual era <strong>de</strong> 22% em 2016, enquanto<br />

no Japão era <strong>de</strong> apenas 3%, ou cerca<br />

<strong>de</strong> 400% <strong>de</strong> crescimento no país asiático.<br />

A Black Rock, maior gestora <strong>de</strong> recursos<br />

do mundo, com US$ 7 trilhões em ativos sob<br />

gestão, tem a sustentabilida<strong>de</strong> como parte<br />

central da estratégia <strong>de</strong> investimentos, com<br />

100% <strong>de</strong> integração dos critérios ESG. Larry<br />

Fink, CEO da Black Rock, fala que “os fatores<br />

ESG estão se tornando cada vez mais dominantes,<br />

e não somente no que se refere à<br />

sustentabilida<strong>de</strong>, mas também sobre como as<br />

A XP Investimentos organiza a segunda edição do evento Expert ESG, com especialistas do mercado<br />

empresas evoluirão para se tornarem muito<br />

mais engajadas socialmente”.<br />

COnSuMiDORES<br />

O engajamento crescente dos consumidores<br />

em questões <strong>de</strong> sustentabilida<strong>de</strong> tem<br />

pressionado as empresas a melhorar seu posicionamento<br />

em relação aos fatores ESG. Pesquisa<br />

Nielsen realizada em 2017 com consumidores<br />

em todo o mundo mostrou que 81%<br />

<strong>de</strong>les acreditam fortemente que as empresas<br />

<strong>de</strong>vem ajudar a melhorar o meio ambiente e<br />

mais <strong>de</strong> 60% dos entrevistados estão muito<br />

ou extremamente preocupados com a poluição<br />

do ar, da água, uso <strong>de</strong> embalagens, resíduos<br />

<strong>de</strong> alimentos etc.<br />

A pesquisa ainda <strong>de</strong>staca que os consumidores<br />

mais jovens ten<strong>de</strong>m a ser mais receptivos<br />

e dar maior importância às questões<br />

ambientais e sociais do que consumidores<br />

com ida<strong>de</strong> superior: 80% dos respon<strong>de</strong>ntes<br />

Os fatores ESG estão se tornando cada<br />

vez mais dominantes, e não somente<br />

no que se refere à sustentabilida<strong>de</strong>, mas<br />

também sobre como as empresas evoluirão<br />

para se tornarem muito mais engajadas<br />

socialmente.”<br />

Larry Fink - fundador e CEO da Black Rock<br />

Fotos: Divulgação<br />

da Geração Z e 85% da Geração Y dizem que<br />

é extremamente ou muito importante que as<br />

empresas possuam programas que visem melhorar<br />

o meio ambiente, percentual este que<br />

se compara a 65% no caso dos respon<strong>de</strong>ntes<br />

acima <strong>de</strong> 65 anos.<br />

Os indivíduos da Geração Z, nascidos após<br />

1990, já representam um quarto da população<br />

global e possuem papel importante em<br />

meio à mudança ambiental, tecnológica e<br />

26 <strong>1º</strong> <strong>de</strong> março <strong>de</strong> <strong>2021</strong> - jornal propmark


Acreditamos que ‘ESG’ são 3 letras<br />

que trazem protagonismo para<br />

as empresas e para as pessoas.<br />

Por essência, essa é uma jornada que <strong>de</strong>ve<br />

ser construída <strong>de</strong> forma colaborativa e<br />

plural. Gerar <strong>de</strong>bate no mercado e entre<br />

stakehol<strong>de</strong>rs sobre a responsabilida<strong>de</strong><br />

e o potencial <strong>de</strong> cada um como agente<br />

da mudança é essencial nesse aspecto.<br />

O caminho po<strong>de</strong> não ser novo, mas ainda há<br />

muito a ser percorrido.”<br />

Marta Pinheiro - diretora ESG da XP Inc.<br />

social, bem como em suas famílias. Embora a<br />

Geração Z seja jovem e, portanto, tenha renda<br />

inferior à média, eles têm uma influência<br />

mais ampla. De acordo com uma pesquisa<br />

feita pela IBM e a National Retail Fe<strong>de</strong>ration,<br />

também em 2017, 70% dos integrantes da Geração<br />

Z têm influência em como sua família<br />

gasta o dinheiro.<br />

XP E LiDE<br />

Entre os dias 2 e 5 <strong>de</strong> março, a XP Investimentos,<br />

uma das maiores gestoras <strong>de</strong> fundos<br />

<strong>de</strong> investimento do Brasil, organiza a<br />

segunda edição da Expert ESG. O evento,<br />

que será 100% digital, como no ano passado,<br />

contará com nomes como Yuval Harari<br />

(historiador, filósofo e autor <strong>de</strong> best-sellers),<br />

John Elkington (especialista em sustentabilida<strong>de</strong>,<br />

conhecido mundialmente como “pai<br />

da sustentabilida<strong>de</strong>”), Raj Sisodia (fundador<br />

do Conscious Capitalism Inc. e professor da<br />

Babson College), Fiona Reynolds (CEO do<br />

PRI - Principles for Responsible Investment),<br />

Jean Case (chairman da National Geographic<br />

Society e CEO da Case Foundation), Rachel<br />

Maia (fundadora da RM Consulting e presi<strong>de</strong>nte<br />

do Conselho Consultivo da Unicef) e<br />

Paul Polman (ex-CEO da Unilever e fundador<br />

da Imagine).<br />

“Acreditamos que ‘ESG’, da junção das<br />

palavras Ambiental, Social e Governança em<br />

inglês, são 3 letras que trazem protagonismo<br />

para as empresas e para as pessoas. Por essência,<br />

essa é uma jornada que <strong>de</strong>ve ser construída<br />

<strong>de</strong> forma colaborativa e plural. Gerar <strong>de</strong>bate<br />

no mercado e entre stakehol<strong>de</strong>rs sobre<br />

a responsabilida<strong>de</strong> e o potencial <strong>de</strong> cada um<br />

como agente da mudança é essencial nesse<br />

aspecto. O caminho po<strong>de</strong> não ser novo, mas<br />

ainda há muito a ser percorrido”, diz Marta<br />

Pinheiro, diretora ESG da XP Inc.<br />

E também em março, o Li<strong>de</strong> - Grupo <strong>de</strong><br />

Lí<strong>de</strong>res Empresariais - terá comunicação específica<br />

em suas plataformas, com conteúdo<br />

qualificado para auxiliar as empresas na jornada<br />

<strong>de</strong> adoção dos princípios. O conteúdo<br />

tem curadoria do presi<strong>de</strong>nte do Li<strong>de</strong> Sustentabilida<strong>de</strong>,<br />

Roberto Klabin. Para ele, toda empresa<br />

que quiser se manter viável tem <strong>de</strong> estar<br />

alinhada aos princípios <strong>de</strong> sustentabilida<strong>de</strong>.<br />

Entre as ações programadas está a Pesquisa<br />

Li<strong>de</strong> ESG, feita com exclusivida<strong>de</strong> junto<br />

aos filiados da entida<strong>de</strong> (cerca <strong>de</strong> 1.700) para<br />

<strong>de</strong>tectar o impacto <strong>de</strong>ste tema nas empresas,<br />

a integração dos princípios aos negócios, engajamento<br />

e outros. Em 17 <strong>de</strong> março próximo,<br />

um encontro virtual promovido pelo Li<strong>de</strong><br />

abordará o tema <strong>de</strong> como as mudanças climáticas<br />

se tornaram um risco para as empresas.<br />

Entre os palestrantes estarão representantes<br />

da ONU, <strong>de</strong> fundos <strong>de</strong> investimento e <strong>de</strong> empresas<br />

com forte atuação nos critérios ESG<br />

para falar da experiência. De acordo com<br />

Celia Pompeia, vice-presi<strong>de</strong>nte executiva do<br />

Grupo Doria e integrante do comitê <strong>de</strong> gestão<br />

do Li<strong>de</strong>, o ESG é uma gama <strong>de</strong> princípios que<br />

todas as empresas <strong>de</strong>veriam seguir. “Não são<br />

só as gran<strong>de</strong>s companhias que <strong>de</strong>vem adotar<br />

o ESG. As pequenas <strong>de</strong>vem também ter este<br />

olhar interno, em todos os processos e ações,<br />

gerando melhor governança.”<br />

“Não são só as gran<strong>de</strong>s companhias<br />

que <strong>de</strong>vem adotar o ESG. As<br />

pequenas <strong>de</strong>vem também ter este olhar<br />

interno, em todos os processos e ações,<br />

gerando melhor governança.”<br />

Celia Pompeia - vice-presi<strong>de</strong>nte executiva<br />

do Grupo Doria e integrante do<br />

comitê <strong>de</strong> gestão do Li<strong>de</strong><br />

jornal propmark - <strong>1º</strong> <strong>de</strong> março <strong>de</strong> <strong>2021</strong> 27


mercado<br />

marca Brasil agoniza diante da falta<br />

<strong>de</strong> planejamento e <strong>de</strong> estratégia<br />

Especialistas afirmam que somente criativida<strong>de</strong>, inovação e agronegócio são<br />

capazes <strong>de</strong> erguer uma imagem digna das maiores economias do mundo<br />

Janaina Langsdorff<br />

Mesmo <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> 43 anos<br />

<strong>de</strong>nunciando “sujeira pra<br />

todo lado”, a ardileza <strong>de</strong> Renato<br />

Russo ainda não encontra<br />

resposta e o brasileiro segue<br />

perguntando Que País é Esse?.<br />

A letra escrita há mais <strong>de</strong><br />

quatro décadas nunca foi tão<br />

atual. Ameaças à Constituição,<br />

mortes por Covid-19 que po<strong>de</strong>riam<br />

ter sido poupadas, falta<br />

<strong>de</strong> coor<strong>de</strong>nação política para a<br />

vacinação, clima <strong>de</strong> hostilida<strong>de</strong><br />

e <strong>de</strong>scaso com a ciência e o<br />

meio ambiente seguem manchando<br />

a imagem <strong>de</strong> um país<br />

que só avança pela força e resiliência<br />

do seu povo. Mas ainda<br />

há quem acredite no futuro <strong>de</strong><br />

uma nação que tem no futebol<br />

e no Carnaval traços inerentes<br />

à sua i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>.<br />

“Impossível apagá-los. Porém,<br />

são só uma parte. O nosso<br />

<strong>de</strong>safio é integrar outros ingredientes<br />

<strong>de</strong> nossa personalida<strong>de</strong>”,<br />

indica Jaime Troiano, CEO<br />

da consultoria TroianoBranding.<br />

Vocação nata do DNA<br />

brasileiro e principal asset do<br />

mercado publicitário, a criativida<strong>de</strong><br />

é apontada como um<br />

dos pilares capazes <strong>de</strong> erguer<br />

a imagem do Brasil, o 16° país<br />

mais valioso do mundo, segundo<br />

ranking da consultoria britânica<br />

Brand Finance. O valor<br />

estimado é <strong>de</strong> US$ 764 bilhões,<br />

queda <strong>de</strong> 15% em relação ao<br />

relatório apurado em 2019. A li<strong>de</strong>rança<br />

é dos Estados Unidos,<br />

com US$ 23,7 trilhões.<br />

“Nas adversida<strong>de</strong>s é que somos<br />

mais criativos”, enfatiza<br />

Fábio Melo, diretor <strong>de</strong> marketing<br />

da empresa cearense<br />

<strong>de</strong> alimentos M. Dias Branco.<br />

Para Aldo Pini, CSO da Africa,<br />

“a gestão pública erra em não<br />

compreen<strong>de</strong>r que a criativida<strong>de</strong><br />

precisa ser um pensamento<br />

estruturado, e não apenas um<br />

simples ‘brotar’ do <strong>de</strong>sespero”.<br />

Da experiência <strong>de</strong> internacionalização<br />

da Chilli Beans, feita<br />

ao longo dos últimos 15 anos,<br />

Brasileiro é a força motriz <strong>de</strong> uma nação que cresce a <strong>de</strong>speito do governo<br />

vem a certeza do potencial<br />

<strong>de</strong>ssa linha <strong>de</strong> comunicação.<br />

“A diversida<strong>de</strong> cultural garante<br />

a criativida<strong>de</strong> e o sex appeal<br />

que po<strong>de</strong>riam ser mostrados<br />

<strong>de</strong> um jeito estratégico para o<br />

mundo”, comenta Caito Maia,<br />

CEO da companhia, que acaba<br />

<strong>de</strong> fechar contrato com um dos<br />

maiores grupos <strong>de</strong> varejo alemão,<br />

além <strong>de</strong> acertar a chegada<br />

da marca à Austrália em 2022.<br />

“O mercado publicitário continua<br />

sendo um dos melhores<br />

do mundo”, sinaliza Maia. Talentos<br />

nas artes e cultura representam<br />

o maior soft power para<br />

uma marca carente <strong>de</strong> renovação.<br />

“Se Caetano Veloso, Gilberto<br />

Gil, Milton Nascimento<br />

e companhia não conseguirem<br />

salvar a imagem do Brasil com<br />

suas histórias, arte e verda<strong>de</strong>,<br />

Pixabay<br />

marca Brasil<br />

vale Us$ 764<br />

Bilhões, segUndo<br />

a consUltoria<br />

Britânica<br />

Brand Finance<br />

ninguém consegue”, <strong>de</strong>sabafa<br />

Agatha Kim, diretora-executiva<br />

<strong>de</strong> estratégia da BETC/Havas.<br />

O professor <strong>de</strong> MBA da Fundação<br />

Getulio Vargas (FGV) Roberto<br />

Kanter vai além. “É essencial<br />

transformar um povo que<br />

é alegre, criativo e espontâneo<br />

em ativo para a transformação<br />

digital. Temos <strong>de</strong> sair do estereótipo<br />

do Carnaval. Adoraria<br />

enxergar o Brasil como o país<br />

da inovação”, pontua o especialista<br />

em marketing e empreen<strong>de</strong>dorismo.<br />

A base do plano<br />

viria dos preceitos <strong>de</strong> aquisição<br />

e conversão <strong>de</strong>senvolvidos para<br />

personas dos cinco principais<br />

públicos-alvo do país, divididos<br />

entre turismo, serviço, cultura,<br />

indústria e consumo. Conteúdos<br />

com soluções sinestésicas<br />

seriam encarregados <strong>de</strong> garantir<br />

visitas e atrair investimentos.<br />

A professora do programa <strong>de</strong><br />

pós-graduação em administração<br />

da ESPM, Vivian Strehlau,<br />

cita a solidarieda<strong>de</strong>, a postura<br />

hospitaleira e o bom humor típicos<br />

do brasileiro como componentes<br />

que <strong>de</strong>vem ser consi<strong>de</strong>rados<br />

sem esquecer que<br />

geram inação e conformismo<br />

diante das adversida<strong>de</strong>s. “Poucas<br />

empresas colocam o Brasil<br />

como um elemento importante<br />

na construção da própria marca.<br />

A maioria acaba escon<strong>de</strong>ndo<br />

que é brasileira para aumentar<br />

credibilida<strong>de</strong>”, pon<strong>de</strong>ra.<br />

Apartar o “jeitinho brasileiro”<br />

é essencial. “Demoramos para<br />

enten<strong>de</strong>r que isso tem mais relação<br />

com <strong>de</strong>svio <strong>de</strong> caráter do<br />

que competência. A criativida<strong>de</strong><br />

do brasileiro é muito maior,<br />

assim como a sua capacida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> inovar e produzir”, adverte<br />

Pini. Para a professora e pesquisadora<br />

na área <strong>de</strong> estratégia<br />

e marketing da Fundação Dom<br />

Cabral, Luciana Faluba, é importante<br />

separar marca <strong>de</strong> reputação.<br />

“A marca é a história<br />

que nós contamos sobre nós<br />

mesmos. A reputação é a história<br />

que os outros contam sobre<br />

nós. Ambas precisam estar ali-<br />

28 <strong>1º</strong> <strong>de</strong> março <strong>de</strong> <strong>2021</strong> - jornal propmark


nhadas”, esclarece.<br />

O contexto se agrava pela cobrança<br />

por entregas rápidas e<br />

falta <strong>de</strong> planejamento, situação<br />

que coloca o brasileiro como<br />

um dos campeões em refazer o<br />

mesmo trabalho, onerando custos<br />

e protelando prazos. “Planejamento<br />

é o que falta para<br />

o Brasil encontrar a sua vocação<br />

<strong>de</strong> transformação, e o ambiente<br />

do negócio enten<strong>de</strong> cada vez<br />

mais a importância <strong>de</strong> testar<br />

antes <strong>de</strong> investir. Já temos <strong>de</strong><br />

pensar no Brasil das décadas <strong>de</strong><br />

2030 e 2040”, acredita Kanter,<br />

da FGV.<br />

Contudo, a visão <strong>de</strong> longo<br />

prazo embaça quando encontra<br />

lentes míopes na construção da<br />

marca Brasil. “Se esse trabalho<br />

existe <strong>de</strong> fato, ele é mal resolvido,<br />

intermitente e pessimamente<br />

planejado e executado”,<br />

analisa Troiano. Sem clareza, o<br />

país fica refém <strong>de</strong> especulações,<br />

traços <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> mal costurados<br />

e percepções <strong>de</strong>sorientadas.<br />

“Enquanto o discurso não<br />

for <strong>de</strong> união e busca por um<br />

propósito, não haverá mudança<br />

cultural que permita a melhora<br />

da nossa imagem fora do Brasil”,<br />

critica Agatha, da BETC/<br />

Havas. Falta <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong><br />

não foi. Vieram os Jogos Olímpicos<br />

do Rio, em 2016, e a Copa<br />

do Mundo do Brasil, em 2014,<br />

que terminaram escapando aos<br />

olhos do mundo. Países também<br />

já se apropriaram <strong>de</strong> territórios<br />

que po<strong>de</strong>riam ter sido<br />

explorados pelo Brasil, como<br />

o café, tomado pela Colômbia.<br />

“Paraisópolis é sinônimo <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>senvolvimento e economia<br />

circular. Também temos polos<br />

empreen<strong>de</strong>dores no sertão pernambucano”,<br />

sugere Pini.<br />

Na opinião <strong>de</strong> Kanter, outra<br />

oportunida<strong>de</strong> foi perdida quando<br />

a China começou a ser questionada<br />

pela falta <strong>de</strong> matéria-<br />

-prima no início da pan<strong>de</strong>mia<br />

do novo coronavírus. “O Brasil<br />

po<strong>de</strong> ser o celeiro <strong>de</strong> alimentos,<br />

mas a China é a planta industrial<br />

do mundo, e as empresas<br />

perceberam o quanto são <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes.<br />

O Brasil po<strong>de</strong>ria ser<br />

a alternativa oci<strong>de</strong>ntal à China”,<br />

avalia o professor da FGV,<br />

esbarrando na ausência <strong>de</strong> uma<br />

política <strong>de</strong>senvolvimentista<br />

orientada à inovação, que <strong>de</strong>veria<br />

partir do incentivo do governo<br />

à importação e à transformação<br />

digital. “O Brasil é hoje<br />

a marca do espanto. Investimentos<br />

em inovação, educação<br />

Aldo Pini, da Africa: “‘Jeitinho’ é <strong>de</strong>svio <strong>de</strong> caráter”<br />

“poUcos qUerem<br />

Fazer negócios<br />

com o Brasil”<br />

e sustentabilida<strong>de</strong> com proof<br />

points certamente teriam efeitos<br />

positivos”, resume Agatha.<br />

A governança intersetorial é a<br />

saída para Luciana, da Fundação<br />

Dom Cabral. “A socieda<strong>de</strong><br />

brasileira vive sob o paradigma<br />

estadista. O caminho é articular<br />

os setores em prol da solução<br />

dos problemas”, propõe.<br />

campo <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s<br />

Organizar as bases concretas<br />

do processo econômico, mercado<br />

interno e laços comerciais é<br />

imprescindível para que a estratégia<br />

<strong>de</strong> branding nacional<br />

possa espelhar a realida<strong>de</strong> do<br />

país. “Mas o interesse em olhar<br />

para microcausas é maior”, lamenta<br />

Kanter. A exemplo da<br />

Caito Maia, da Chilli Beans, sente falta <strong>de</strong> um trabalho <strong>de</strong> branding além do Carnaval<br />

Fotos: Divulgação<br />

Agatha Kim, da BETC/Havas: “O Brasil é a marca do espanto”<br />

“charrete que per<strong>de</strong>u o condutor”,<br />

na <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> Raul<br />

Seixas para os anos 1980, a reedição<br />

da década perdida surpreen<strong>de</strong><br />

o estudioso. “Achei<br />

que nunca viveria isso <strong>de</strong> novo.<br />

Existia um projeto <strong>de</strong> avanço.<br />

Mas o que aconteceu foi o fato<br />

<strong>de</strong> as pessoas agora po<strong>de</strong>rem<br />

ter seis armas em casa”, conclui<br />

o consultor.<br />

A confiança na realização <strong>de</strong><br />

reformas liberais sob o comando<br />

do ministro da economia,<br />

Paulo Gue<strong>de</strong>s, é cada vez menor<br />

e, na avaliação <strong>de</strong> VanDyck<br />

Silveira, CEO da Trevisan Escola<br />

<strong>de</strong> Negócios, dá lugar a um<br />

governo que exerce o seu po<strong>de</strong>r<br />

<strong>de</strong> forma agressiva e até imatura,<br />

exacerbando a <strong>de</strong>sconfiança.<br />

“A pior parte da marca negativa<br />

brasileira está na agenda ambientalista”,<br />

assinala Silveira.<br />

O economista levanta o agronegócio<br />

como outra plataforma<br />

<strong>de</strong> marca capaz <strong>de</strong> honrar a pretensão<br />

<strong>de</strong> quem pleiteia um assento<br />

permanente no Conselho<br />

<strong>de</strong> Segurança da ONU, além <strong>de</strong><br />

evitar interesses manobrados<br />

internacionalmente. “A floresta<br />

amazônica é preservada em<br />

mais <strong>de</strong> 67% da sua cultura original,<br />

conseguimos reverter a<br />

extinção do boto cor-<strong>de</strong>-rosa e<br />

erradicamos a febre aftosa. Mas<br />

é preciso contar os esforços por<br />

um discurso construtivo e não<br />

combativo”, frisa.<br />

Entre mandos e <strong>de</strong>smandos<br />

<strong>de</strong> direita ou <strong>de</strong> esquerda, os<br />

avanços do campo permanecem<br />

à sombra e per<strong>de</strong>-se a oportunida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> mostrar a participação<br />

do Brasil na produção <strong>de</strong><br />

jornal propmark - <strong>1º</strong> <strong>de</strong> março <strong>de</strong> <strong>2021</strong> 29


mercado<br />

Fábio Melo, da M. Dias Branco: “Ambiente volátil é <strong>de</strong>safio”<br />

“pa<strong>de</strong>cemos <strong>de</strong><br />

Uma arrogância<br />

in<strong>de</strong>vida”<br />

alimentos nutritivos que estão<br />

na mesa <strong>de</strong> consumidores <strong>de</strong><br />

todo o mundo. Mesmo quando<br />

o país consegue se <strong>de</strong>svencilhar<br />

<strong>de</strong> oscilações político-econômicas,<br />

acaba retroce<strong>de</strong>ndo<br />

ao clichê do Carnaval em vez<br />

<strong>de</strong> mostrar o lado pujante da<br />

economia. “Pa<strong>de</strong>cemos <strong>de</strong> uma<br />

arrogância in<strong>de</strong>vida. Falamos<br />

que as nossas praias são as mais<br />

bonitas do mundo quando, na<br />

verda<strong>de</strong>, a nossa força competitiva<br />

está no parque industrial<br />

e no agronegócio”, <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> Silveira.<br />

A bronca vem ainda da<br />

agência Africa. “As belezas naturais<br />

têm potencial para serem<br />

exploradas <strong>de</strong> forma responsável<br />

para a geração <strong>de</strong> valor. Infelizmente,<br />

seria <strong>de</strong>magogo falar<br />

que valorizamos aquilo que<br />

hoje não temos o menor cuidado,<br />

repreen<strong>de</strong> Aldo Pini.<br />

As pressões internacionais<br />

afligem a imagem do país no<br />

momento em que os Estados<br />

Unidos recolocam as questões<br />

climáticas no centro da pauta<br />

sob o comando do presi<strong>de</strong>nte<br />

Joe Bi<strong>de</strong>n. “Temos um <strong>de</strong>safio<br />

<strong>de</strong> lidar com um ambiente<br />

interno e externo volátil, com<br />

situações que são <strong>de</strong> difícil previsão<br />

e nunca foram vividas na<br />

socieda<strong>de</strong> mo<strong>de</strong>rna, o que dificulta<br />

a nossa capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

corrigir questões estruturais<br />

e, diretamente, os negócios do<br />

país”, admite Fábio Melo, da M.<br />

Dias Branco. Mas o executivo<br />

não acredita que haja um <strong>de</strong>salinhamento<br />

com a comunida<strong>de</strong><br />

mundial. “Os nossos valores<br />

como nação seguem os mesmos.<br />

A oportunida<strong>de</strong> para evoluir<br />

não tem a ver com esse ou<br />

outro governo. São <strong>de</strong>safios <strong>de</strong><br />

toda uma geração”, diz.<br />

Apesar do momento <strong>de</strong> baixa<br />

autoestima nacional, Troiano<br />

confia na recuperação da saú<strong>de</strong><br />

ecológica, ambiental, social e<br />

econômica do Brasil. A expectativa<br />

<strong>de</strong> Kanter é por uma rea<strong>de</strong>quação<br />

do discurso brasileiro<br />

“sem ter, no entanto, o protagonismo<br />

do país nas causas ambientais<br />

e <strong>de</strong> sustentabilida<strong>de</strong>”.<br />

As críticas po<strong>de</strong>m até enfraquecer,<br />

mas a jogada <strong>de</strong>ve insistir<br />

no escanteio. “Tirando a época<br />

da Copa do Mundo, o Brasil<br />

não existe e isso não é <strong>de</strong> hoje”,<br />

lembra Kanter. Acostumado<br />

a bater o “corner” e cabecear<br />

para o gol ao mesmo tempo, o<br />

brasileiro segue abrindo o próprio<br />

caminho.<br />

Um exemplo é a marca carioca<br />

<strong>de</strong> produtos life style para<br />

cães Zee.Dog. A empresa partiu<br />

<strong>de</strong> uma rodada <strong>de</strong> investimentos<br />

<strong>de</strong> R$ 3 milhões em 2012<br />

para um aporte <strong>de</strong> R$ 100 milhões<br />

captados no ano passado<br />

sob o comando da Treecorp<br />

Investimentos e com a presença<br />

<strong>de</strong> fundos como Quartz - da<br />

família <strong>de</strong> José Galló (Renner)<br />

-, Atmos e Charles River Capital.<br />

Hoje, está em 42 países. “A<br />

falta <strong>de</strong> previsibilida<strong>de</strong> atrapalha,<br />

mas nunca <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>mos do<br />

governo para crescer”, garante<br />

Tha<strong>de</strong>u Diz, que fundou a empresa<br />

com seu irmão, Felipe<br />

Diz, e Rodrigo Monteiro.<br />

Caito Maia diz o mesmo. “Ponho<br />

a minha energia on<strong>de</strong> eu<br />

posso interferir. Mas sinto falta<br />

O consultor Jaime Troiano fala que, se existe, o trabalho da marca Brasil é mal resolvido<br />

Fotos: Divulgação<br />

Roberto Kanter, da FGV: “Criativida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ve puxar inovação”<br />

<strong>de</strong> um trabalho <strong>de</strong> branding feito<br />

pelo governo, uma referência<br />

além do lado sexy do Carnaval”,<br />

reconhece o fundador da<br />

Chilli Beans.<br />

“Por mais que a gestão pública<br />

conduza tão mal nossos<br />

<strong>de</strong>stinos, não acredito que<br />

comprometam nossa natural<br />

i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>. Ela é forte e enraizada<br />

em nosso espírito nacional<br />

e, por isso, resistirá”, acredita<br />

Troiano. Kanter concorda.<br />

Para o consultor, as empresas<br />

já estabelecidas não vão per<strong>de</strong>r<br />

mercado mesmo com a inércia<br />

do governo. Mas as novatas,<br />

que se apresentam com DNA<br />

brasileiro, po<strong>de</strong>m sofrer. “Penso<br />

que entre 20% e 30% das novas<br />

possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> negócios<br />

que as empresas brasileiras teriam<br />

no exterior venham a se<br />

eliminar no primeiro minuto<br />

<strong>de</strong> jogo”, calcula.<br />

O sinal <strong>de</strong> alerta ressoa<br />

quando “até países vizinhos,<br />

como Colômbia e Argentina,<br />

resistem em receber brasileiros<br />

e nossos produtos”, alerta<br />

Troiano. Dos estudos <strong>de</strong> Vivian<br />

Strehlau, da ESPM, salta a conclusão<br />

<strong>de</strong> que “todo mundo<br />

quer um amigo brasileiro, mas<br />

poucos querem fazer negócios<br />

com o Brasil. E com o <strong>de</strong>srespeito<br />

ao coletivo, nem amigo<br />

brasileiro as pessoas vão querer”,<br />

reitera. Na torcida por<br />

uma recuperação baseada em<br />

ações e não apenas tuítes, o<br />

brasileiro segue em busca da<br />

Perfeição também cantada por<br />

Renato Russo numa era que insiste<br />

em espantar o avanço do<br />

Brasil.<br />

30 <strong>1º</strong> <strong>de</strong> março <strong>de</strong> <strong>2021</strong> - jornal propmark


Marcas<br />

Mon<strong>de</strong>lez muda estratégia global<br />

focada na conexão com consumidor<br />

Empresa investe no movimento Humaning para se aproximar ainda mais<br />

das pessoas; todas as marcas do portfólio ganham a mesma abordagem<br />

Neusa spaulucci<br />

Mon<strong>de</strong>lez mudou a sua<br />

A estratégia global, concentrada<br />

na conexão humana.<br />

Tatiana Gracia, diretora <strong>de</strong> excelência<br />

<strong>de</strong> marketing da companhia,<br />

afirma que esse é um<br />

movimento muito forte, que<br />

está ancorado na necessida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> fortalecer a ligação com<br />

pessoas.<br />

Por isso, o novo posicionamento<br />

foi batizado como Humaning<br />

ou a humaniação dos<br />

propósitos. “Tudo regido pela<br />

empatia”. Segundo ela, o momento<br />

é <strong>de</strong> colocar o ser humano<br />

no centro da conversa.<br />

Ela fala que a humanização<br />

já vem ocorrendo na estratégia<br />

das marcas da empresa,<br />

mas só agora ela se materializa.<br />

Tatiana atribui muito <strong>de</strong>ssa<br />

mudança ao olhar para o próprio<br />

produto, já que os snacks<br />

aparecem na vida das pessoas<br />

em momentos prazerosos - só<br />

para lembrar, a Mon<strong>de</strong>lez é<br />

dona <strong>de</strong> marcas como Lacta,<br />

Oreo, Bis, Amandita, Belvita,<br />

Shot, Sonho <strong>de</strong> Valsa, Toblerone<br />

e Diamante Negro, entre<br />

outras gostosuras.<br />

Portanto, como diz Tatiana,<br />

são marcas queridas do consumidor<br />

e faz sentido a companhia<br />

buscar aproximação cada<br />

vez maior. A i<strong>de</strong>ia, segundo<br />

ela, é empo<strong>de</strong>rar o consumidor<br />

para que ele coma os snacks<br />

na hora certa.<br />

“Para ser relevante temos<br />

<strong>de</strong> nos conectar”, argumenta<br />

ela. Portanto, a empatia, a conexão<br />

e a humanização fazem<br />

parte <strong>de</strong>ssa estratégia.<br />

Sobre investimentos no<br />

movimento ela afirma não ter<br />

informação, porque cada uma<br />

das marcas tem a própria verba,<br />

embora todas estejam embaixo<br />

<strong>de</strong> um mesmo guarda-<br />

-chuva.<br />

A comunicação das marcas<br />

terá uma abordagem única e<br />

centrada no consumidor, que<br />

cria conexões reais e humanas<br />

com um propósito. A Mon<strong>de</strong>lez<br />

quer “li<strong>de</strong>rar o futuro dos<br />

snacks oferecendo o snack certo,<br />

no momento certo, feito da<br />

maneira certa”.<br />

Embora o mercado vá observar<br />

o movimento mais acentuadamente<br />

a partir <strong>de</strong> agora, a<br />

empresa já vinha ensaiando,<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2018, o conceito nas<br />

campanhas das marcas do seu<br />

portfólio, já que Humaning,<br />

segundo a executiva, é quando<br />

Divulgação<br />

Tatiana Gracia: “Para ser revelante temos <strong>de</strong> nos conectar”; abaixo, logo do movimento<br />

A comunicAção<br />

dAs mArcAs terá<br />

umA AbordAgem<br />

únicA e centrAdA<br />

no consumidor<br />

contar histórias se transforma<br />

em fazer histórias.<br />

Ela cita exemplos como na<br />

comemoração do Dia dos Pais,<br />

em agosto <strong>de</strong> 2020, quando<br />

Oreo transformou três contos<br />

infantis clássicos em uma<br />

versão inclusiva e lúdica, trazendo<br />

diversida<strong>de</strong> às histórias<br />

como uma forma <strong>de</strong> introduzir<br />

os valores mo<strong>de</strong>rnos da nova<br />

geração <strong>de</strong> pais.<br />

Oreo convidou personalida<strong>de</strong>s<br />

como o ator Lázaro Ramos,<br />

o chef Henrique Fogaça<br />

e o estilista Alexandre Herchcovitch<br />

para recontar essas<br />

histórias. Nas novas versões,<br />

Rapunzel era uma negra com<br />

cabelos cacheados, João é <strong>de</strong>stemido<br />

em sua ca<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> rodas<br />

<strong>de</strong> aventuras e O Patinho<br />

Feio abraça ser diferente com<br />

dois pais.<br />

Segundo a empresa, entre<br />

os caminhos para entregar Humaning<br />

estão transformar produtos<br />

funcionais em marcas<br />

com um propósito e um ponto<br />

<strong>de</strong> vista que abracem a diversida<strong>de</strong><br />

humana, fazer o produto<br />

certo celebrando a herança das<br />

marcas e aproveitar o po<strong>de</strong>r<br />

dos dados e da tecnologia para<br />

compreen<strong>de</strong>r melhor as pessoas<br />

e aten<strong>de</strong>r às suas necessida<strong>de</strong>s<br />

e <strong>de</strong>sejos individuais.<br />

A mudança na estratégia<br />

vem num momento altamente<br />

incomum para todo mundo,<br />

on<strong>de</strong> as pessoas estão <strong>de</strong>mandando<br />

mais do que nunca por<br />

uma verda<strong>de</strong>ira conexão humana.<br />

O relatório State of Snacking,<br />

que a empresa lança este mês,<br />

analisa o importante papel<br />

que os snacks <strong>de</strong>sempenham<br />

na vida dos consumidores e<br />

como isso mudou durante um<br />

ano <strong>de</strong> incertezas.<br />

“Os resultados revelaram<br />

que os snacks continuam a <strong>de</strong>sempenhar<br />

um papel importante<br />

para os consumidores<br />

que buscam conexão, nostalgia,<br />

celebração ou um momento<br />

<strong>de</strong> indulgência.”<br />

jornal propmark - <strong>1º</strong> <strong>de</strong> março <strong>de</strong> <strong>2021</strong> 31


marcas<br />

Food tech <strong>de</strong> produtos plant-based,<br />

100 Foods cresce com irreverência<br />

Empresa se posiciona como um movimento antagônico à gran<strong>de</strong><br />

indústria <strong>de</strong> alimentos e tem uma pegada irreverente na comunicação<br />

KELLY DORES<br />

Food tech brasileira <strong>de</strong> produtos<br />

plant-based, a 100 Foods<br />

acaba <strong>de</strong> lançar uma linha <strong>de</strong><br />

empanados feita <strong>de</strong> plantas<br />

que imitam a proteína animal<br />

usando a ousadia na comunicação<br />

para “driblar” o fato <strong>de</strong><br />

que Nuggets no Brasil é uma<br />

marca registrada. Para isso, a<br />

startup misturou símbolos e letras<br />

na embalagem para chamar<br />

a atenção do consumidor e, ao<br />

mesmo, tempo remeter à categoria<br />

do alimento. Resultado:<br />

NU%#&TS.<br />

“A gente quis brincar com a<br />

semiótica, uma vez que utilizamos<br />

os símbolos para chamar<br />

a atenção do consumidor no<br />

ponto <strong>de</strong> venda e também serve<br />

como manifesto, porque o Brasil<br />

é o único lugar do mundo em<br />

que o nome Nuggets é registrado,<br />

o que <strong>de</strong>veria ser uma categoria<br />

<strong>de</strong> produto”, conta Daniel<br />

Ibri, fundador da 100 Foods.<br />

Com uma pegada irreverente,<br />

a comunicação da marca é 100%<br />

in house e digital. “A gente se posiciona<br />

<strong>de</strong> uma forma mais ousada,<br />

como uma alternativa para as<br />

gran<strong>de</strong>s indústrias <strong>de</strong> alimentos,<br />

que por muito tempo monopolizaram<br />

o mercado. Infelizmente,<br />

no Brasil, havia poucas escolhas<br />

<strong>de</strong> alimentos voltados para a<br />

saudabilida<strong>de</strong> nos supermercados.<br />

Isso vem crescendo cada<br />

vez mais com algumas startups<br />

e novas iniciativas, mas a nossa<br />

i<strong>de</strong>ia é ser um movimento antagônico”,<br />

explica Ibri, que foi executivo<br />

da Red Bull.<br />

O crescimento do mercado <strong>de</strong><br />

comidas feitas à base <strong>de</strong> plantas<br />

é exponencial. Previsões mostram<br />

que nos próximos quatros<br />

anos o setor <strong>de</strong>ve faturar US$ 25<br />

bilhões, somente nos Estados<br />

Unidos. O crescimento <strong>de</strong> pessoas<br />

que se i<strong>de</strong>ntificam como<br />

veganas nos EUA foi <strong>de</strong> 600%<br />

nos três últimos anos, enquanto<br />

no Reino Unido foi <strong>de</strong> 350%. Na<br />

Austrália, já são 2,5 milhões <strong>de</strong><br />

pessoas que seguem uma dieta<br />

Daniel Ibri, fundador da 100 Foods, cujos produtos à base <strong>de</strong> plantas incluem linha <strong>de</strong> empanados, maionese, ketchup e molhos<br />

plant-based.<br />

De olho no avanço <strong>de</strong>sse mercado,<br />

a 100 Foods foi criada há<br />

cerca <strong>de</strong> três anos com o conceito<br />

<strong>de</strong> levar saudabilida<strong>de</strong>, praticida<strong>de</strong><br />

e sabor para os alimentos.<br />

Tendo a linha <strong>de</strong> maionese como<br />

carro-chefe, a startup já ven<strong>de</strong>u<br />

200 mil potes do produto.<br />

“A gente lançou a empresa<br />

<strong>de</strong>ntro da categoria <strong>de</strong> molhos<br />

e temperos, com ketchup, mostarda<br />

e barbecue. São os únicos<br />

produtos 100% naturais do<br />

Brasil, zero caloria, zero sódio<br />

e zero açúcar, sem conservantes.<br />

Por essência, todos os nossos<br />

produtos são veganos, além<br />

disso, trouxemos a categoria <strong>de</strong><br />

temperos 100% naturais e zero<br />

sódio. E, no fim <strong>de</strong> 2019, lançamos<br />

a nossa linha <strong>de</strong> maioneses,<br />

que atualmente é o nosso<br />

carro-chefe. Temos uma linha<br />

feita <strong>de</strong> ervilhas e também a <strong>de</strong><br />

avocado, única maionese feita<br />

com óleo <strong>de</strong> abacate no Brasil. E<br />

neste início <strong>de</strong> ano, efetivamente,<br />

lançamos os congelados que<br />

“a gente se<br />

posiciona <strong>de</strong><br />

uma forma mais<br />

ousada, como uma<br />

alternativa à<br />

gran<strong>de</strong> indústria”<br />

Divulgação<br />

imitam a proteína animal, com<br />

os empanados”, <strong>de</strong>talha.<br />

O público-alvo da 100 Foods<br />

é o flexitariano. “Na América<br />

Latina, 90% do consumo<br />

<strong>de</strong> alimentos à base <strong>de</strong> plantas<br />

são <strong>de</strong> pessoas que buscam a<br />

saudabilida<strong>de</strong> e não o veganismo.<br />

Chamamos esse público <strong>de</strong><br />

flexitariano. São pessoas que<br />

estão reduzindo o conteúdo <strong>de</strong><br />

proteína animal, mas ainda não<br />

chegaram a cortar por completo.<br />

Claro que a gente aten<strong>de</strong> os veganos<br />

e se comunica muito bem<br />

com eles, mas o nosso principal<br />

foco é o consumidor flexitariano,<br />

que é on<strong>de</strong> está a maior base<br />

<strong>de</strong> consumo”.<br />

Com foco no B2B, os produtos<br />

da 100 Foods po<strong>de</strong>m ser encontrados<br />

em supermercados como<br />

St Marche, Oba, Natural da Terra<br />

e Mambo, além do e-commerce<br />

da marca, que afirma ter crescido<br />

três vezes em faturamento<br />

em 2020 e prevê crescer sete vezes<br />

em <strong>2021</strong>, com expansão para<br />

América Latina.<br />

32 <strong>1º</strong> <strong>de</strong> março <strong>de</strong> <strong>2021</strong> - jornal propmark


mArcAs<br />

“O investimento<br />

em marketing<br />

cresceu no ano”<br />

Divulgação<br />

Com 35 anos <strong>de</strong> atuação no mercado, a<br />

marca <strong>de</strong> queijos Danubio, que pertence<br />

ao portfólio da Vigor Alimentos, volta a<br />

investir em comunicação para reforçar<br />

os atributos <strong>de</strong> seus produtos. A nova campanha,<br />

<strong>de</strong>senvolvida pela agência SunsetDDB, apresenta<br />

o posicionamento Viver leve é mais gostoso, que<br />

mostra para as pessoas que é possível equilibrar<br />

as questões da saudabilida<strong>de</strong> com a indulgência,<br />

mas sem per<strong>de</strong>r o sabor. Nesta entrevista,<br />

Eduardo Jakus, diretor da unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> negócios<br />

da Danubio, fala sobre os aprendizados <strong>de</strong><br />

2020, dos insights que as mudanças <strong>de</strong> hábito<br />

dos consumidores trouxeram para a marca e<br />

sobre como observa o mercado <strong>de</strong> laticínios.<br />

Eduardo Jakus: “Queremos reforçar a atitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> ter uma vida mais leve”<br />

Alisson Fernán<strong>de</strong>z<br />

AprendizAdOs <strong>de</strong> 2020<br />

O ano <strong>de</strong> 2020 foi bem atípico<br />

e cheio <strong>de</strong> <strong>de</strong>safios. Em relação à<br />

empresa, tivemos algumas coisas<br />

que acabaram beneficiando<br />

a marca e outras on<strong>de</strong> fomos<br />

superimpactados. Por exemplo,<br />

temos uma presença importante<br />

no canal <strong>de</strong> food service, mas<br />

em meados <strong>de</strong> abril tivemos<br />

queda <strong>de</strong> quase 77% em vendas.<br />

Este é um canal importante para<br />

a marca, pois estamos presentes<br />

em alguns restaurantes. Por outro<br />

lado, a distribuição no varejo<br />

acelerou. As pessoas passaram<br />

a consumir mais as nossas categorias<br />

<strong>de</strong> produtos em casa. Então,<br />

o <strong>de</strong>safio foi ter uma maior<br />

agilida<strong>de</strong> com o time, que direcionou<br />

rapidamente os volumes<br />

para os canais que passaram a<br />

ter mais <strong>de</strong>manda.<br />

nOvOs insights<br />

A pan<strong>de</strong>mia acabou reforçando<br />

o que já víamos como<br />

tendência em nossas pesquisas.<br />

Atualmente, fala-se muito<br />

da busca por uma alimentação<br />

saudável e <strong>de</strong> uma relação mais<br />

equilibrada entre a indulgência<br />

e a alimentação. O posicionamento<br />

que exploramos em<br />

nossa nova campanha traz essa<br />

mensagem <strong>de</strong> leveza e bem-<br />

-estar.<br />

pOsiciOnAmentO<br />

Queremos reforçar a atitu<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> ter uma vida mais leve. A<br />

marca quer que o consumidor<br />

encare as coisas do dia a dia <strong>de</strong><br />

uma forma mais saudável, leve<br />

e menos estressada. A nossa<br />

campanha foi baseada em pesquisas,<br />

no que aconteceu em<br />

2020, e em algumas referências<br />

que já tínhamos antes da pan<strong>de</strong>mia.<br />

Além disso, queremos oferecer<br />

com os nossos produtos<br />

mais sabor e saudabilida<strong>de</strong> ao<br />

consumidor. Mostrar que, não<br />

necessariamente, a questão da<br />

saudabilida<strong>de</strong> está associada a<br />

uma alimentação menos saborosa<br />

e restrita em quantida<strong>de</strong>s.<br />

cOnsumidOr crOssmediA<br />

Hoje, temos cada vez mais<br />

opções <strong>de</strong> comunicação. Estamos<br />

apren<strong>de</strong>ndo bastante, pois<br />

o consumidor também mudou o<br />

seu hábito nas mídias, acessando<br />

mais conteúdos nos canais<br />

digitais. As vendas digitais em<br />

alta facilitam a comunicação<br />

com o nosso target. A estratégia<br />

com a nova campanha, criada<br />

pela SunsetDDB, é reforçar nossa<br />

mensagem com esse público,<br />

que já tem uma tendência a levar<br />

uma vida mais leve. Além <strong>de</strong><br />

salientar que é uma marca que<br />

está presente em todo o Brasil,<br />

em diversos supermercados e<br />

no food service.<br />

e-cOmmerce<br />

O aumento da penetração<br />

do e-commerce junto aos consumidores<br />

ajuda a marca na<br />

comunicação e na exposição<br />

dos produtos. Tínhamos como<br />

priorida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ntro da companhia<br />

alavancar este canal e a<br />

pan<strong>de</strong>mia acabou acelerando<br />

esse processo e tivemos crescimentos<br />

importantes. Não temos<br />

um canal direto <strong>de</strong> vendas<br />

dos produtos Danubio, mas<br />

estamos presentes em diversos<br />

parceiros varejistas.<br />

mercAdO <strong>de</strong> lAticíniOs<br />

A Danubio está inserida no<br />

segmento <strong>de</strong> queijos, então,<br />

ele foi altamente beneficiado.<br />

Apesar do impacto no food<br />

service, a área foi altamente<br />

alavancada pelo varejo. I<strong>de</strong>ntificamos<br />

um consumo expressivo<br />

na área <strong>de</strong> queijos, tudo isso<br />

motivado pelas pessoas cozinhando<br />

mais em casa. Então,<br />

houve crescimento nos queijos<br />

que chamamos <strong>de</strong> básicos,<br />

como, por exemplo, mussarela<br />

e prato. Assim como nos<br />

queijos finos, com as pessoas<br />

querendo dar um toque mais<br />

sofisticado e <strong>de</strong> sabor em suas<br />

receitas.<br />

sustentAbilidA<strong>de</strong><br />

A empresa vem realizando<br />

iniciativas importantes em<br />

prol da sustentabilida<strong>de</strong>. Com<br />

ações tanto nas plantas, na<br />

área logística, quanto na linha<br />

<strong>de</strong> produtos. Recentemente,<br />

não na linha Danubio, mas<br />

com a Vigor, a empresa lançou<br />

um iogurte com embalagem <strong>de</strong><br />

papel, o Vigor Simples.<br />

perspectivAs<br />

O investimento em comunicação<br />

e marketing para a marca<br />

Danubio cresceu <strong>de</strong> forma<br />

significativa em <strong>2021</strong>, principalmente,<br />

com a chegada da<br />

nova campanha. No ano passado,<br />

não comunicamos a marca,<br />

então, com essa ação trazemos<br />

um incremento importante<br />

<strong>de</strong>ntro do investimento total<br />

da companhia. Em termos <strong>de</strong><br />

produtos, não estamos prevendo<br />

lançamentos para este<br />

ano. Vamos reforçar aqueles<br />

que trouxemos em 2020 e, por<br />

conta da pan<strong>de</strong>mia, tivemos<br />

dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> distribuição.<br />

Como, por exemplo, o cream<br />

cheese no pote e a linha <strong>de</strong><br />

sobremesas aeradas à base <strong>de</strong><br />

queijo e geleia <strong>de</strong> frutas. Além<br />

disso, há um trabalho para recuperar<br />

o mercado <strong>de</strong> food service.<br />

Já tivemos uma melhora<br />

significativa <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início<br />

da pan<strong>de</strong>mia, mas há muitas<br />

oportunida<strong>de</strong>s para serem trabalhadas<br />

com os nossos clientes<br />

<strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>ste canal.<br />

jornal propmark - <strong>1º</strong> <strong>de</strong> março <strong>de</strong> <strong>2021</strong> 33


última página<br />

Unsplash<br />

Causos <strong>de</strong><br />

escritório<br />

RODOLFO SAMPAIO<br />

Já falei nesse espaço sobre a falta que<br />

acho que os escritórios fazem para o ambiente<br />

das empresas, para os encontros <strong>de</strong><br />

pessoas diferentes, para a criativida<strong>de</strong> dos<br />

negócios, quaisquer que sejam. Na nossa<br />

profissão, então, nem se fala.<br />

E esse home office sem fim, que transforma<br />

nossos expedientes em dias da marmota,<br />

me faz lembrar <strong>de</strong> como a publicida<strong>de</strong> já<br />

foi mais divertida. Aliás, acho que não só a<br />

publicida<strong>de</strong>, mas os ambientes corporativos,<br />

fora algumas exceções que confirmam<br />

a regra, costumavam ser mais leves e irreverentes.<br />

Tenho amigos em várias profissões<br />

e eles sempre tinham um causo divertido,<br />

uma situação inusitada que ficava marcada<br />

e virava folclore. Isso é cada vez mais raro.<br />

O que tenho agora são amigos exaustos,<br />

sempre à beira <strong>de</strong> um ataque <strong>de</strong> nervos,<br />

mesmo quando as coisas estão ok.<br />

Meio paradoxal. Até houve<br />

uma época em que ser estressado<br />

pegava bem, era sinal <strong>de</strong><br />

comprometimento, sei lá. Mas<br />

ainda bem que isso está ficando<br />

démodé.<br />

Eu cheguei a trabalhar numa<br />

agência em São Paulo on<strong>de</strong>, diante<br />

da minha alegria no dia a dia, uma colega<br />

<strong>de</strong> diretoria me chamou num canto e aconselhou:<br />

“Rodolfo, você tá muito feliz... Ser feliz<br />

aqui não pega bem, briga com alguém!!!!”<br />

Não é folclore, não, aconteceu.<br />

Rio, num superprédio na Lagoa, coisa e tal.<br />

Mal sabiam que eu almoçava todo dia um<br />

Cheese Diesel no boteco espelunca do posto<br />

<strong>de</strong> gasolina ao lado, economizando pra<br />

almoçar sexta-feira na Plataforma, churrascaria<br />

frequentada pelos publicitários mais<br />

abastados e pelo Tom Jobim.<br />

Eu me dava muito bem com todo mundo<br />

da criação e, como caçula, tinha um carinho<br />

especial dos caras. Numa sexta-feira, meu<br />

tio combinou <strong>de</strong> me visitar. Estava ven<strong>de</strong>ndo<br />

um empreendimento e queria me mostrar.<br />

No tradicional almoço na Plataforma, comentei<br />

com a galera que ele ia lá. Aí alguém<br />

<strong>de</strong>u a i<strong>de</strong>ia.<br />

O Fábio Fernan<strong>de</strong>s era o diretor <strong>de</strong> criação<br />

e tinha uma sala gigante com uma vista<br />

<strong>de</strong>slumbrante da Lagoa. Sala <strong>de</strong> gente<br />

importante, saca? Com o Fabinho fazendo<br />

parte do plano, me colocaram pra receber<br />

meu tio naquela sala, como se fosse<br />

minha, tudo combinado com<br />

“Certas<br />

Coisas só<br />

aConteCem<br />

num<br />

esCritório”<br />

a secretária <strong>de</strong>le, o garçom do<br />

prédio, todo mundo. Eu, lógico,<br />

entrei no personagem.<br />

Meu tio chegou e já comentou<br />

da sala: “Belo escritório, meu<br />

sobrinho.” Eu: “Legalzinho, né<br />

tio?” Aí vinha garçom perguntar<br />

o que ele queria, vinha a secretária<br />

trazendo um documento qualquer pra<br />

eu assinar. Meu tio: “Meu sobrinho, vou acelerar<br />

porque já vi que você é ocupado”. Eu:<br />

“Tio, relaxa, hoje a tar<strong>de</strong> é sua.”<br />

Voltando ao fato <strong>de</strong> que algumas coisas<br />

só acontecem num escritório, e os <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong><br />

eram fartos na produção <strong>de</strong> causos,<br />

vou voltar para o prédio da Lagoa, on<strong>de</strong><br />

funcionava a Artplan. Eu era um jovem redator,<br />

uns 24, 25 anos, recém-contratado.<br />

Nem sala eu tinha. Dividia o estúdio <strong>de</strong> ilustração<br />

com o Benício, uma lenda da ilustração<br />

brasileira (olha os privilégios que os escritórios<br />

colocam diante <strong>de</strong> nós!). Ou seja,<br />

eu, redator, trabalhava numa prancheta daquelas<br />

inclinadas. Era o caçula da equipe. O<br />

último a falar e o primeiro a apanhar.<br />

Mas, na minha família, todo mundo pensava<br />

que eu estava muito bem <strong>de</strong> vida, trabalhava<br />

com o Roberto Medina do Rock in<br />

Veio uma dupla <strong>de</strong> criação sênior, bem<br />

mais velhos que eu, tentar me mostrar um<br />

trabalho e eu <strong>de</strong>i a bronca: “Não estão vendo<br />

que eu estou ocupado?”.<br />

Depois virei pro meu tio: “Se <strong>de</strong>ixar, esses<br />

caras abusam”. Ficamos ali mais um<br />

tempo, até que nos <strong>de</strong>spedimos. Pedi para<br />

a secretária acompanhá-lo até o elevador.<br />

Depois que ele foi embora, me <strong>de</strong>u uma dor<br />

na consciência danada <strong>de</strong> ter feito aquela<br />

traquinagem com meu tio e eu liguei correndo<br />

pra dizer que era mentira, que aquela<br />

sala não era minha, tudo era brinca<strong>de</strong>ira.<br />

Ele, gente fina que só, morreu <strong>de</strong> rir.<br />

Certas coisas só acontecem num escritório.<br />

Rodolfo Sampaio é sócio e CCO da Moma<br />

rodolfo@momapro.com.br<br />

34 <strong>1º</strong> <strong>de</strong> março <strong>de</strong> <strong>2021</strong> - jornal propmark


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