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Sapeca n° 38

Misto de sapo e perereca Nº 38 – Agosto/2022 Editor: Tonico Soares e-mail: ajaimesoares@hotmail.com

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Dez andares vazios

O coronel João Duarte trouxe três italianas junto com Catarina Zauza.

Uma se casou com um espanhol e teve o filho Isidro, o do Hotel Villas. Outra,

com um milionário e deixou uma fortuna em ações para o hospital. Da outra,

não sei. O hotel, por sinal, foi legado pelo coronel, assim como o Teatro Recreio

e outra dinheirama em ações, para o dito estabelecimento. Segundo um ex-funcionário,

ações que possibilitaram a construção daquele prédio que nunca vai

ser totalmente ocupado, pois bastariam três pavimentos, com rampas em vez de

elevadores, cuja manutenção não sai barato. O resto das ações ficaria para cobrir

eventualidades. Segundo o informante, havia o plano de instalar lá uma faculdade

de medicina, ainda assim, dez andares a mais é espaço pra caralho e o

mesmo informou que o cara que movimentava a grana deve ter dado uma gorda

mordida, levando seu quinhão. E perdeu tudo o que tinha, bem-feito. Lembrete:

essas doações nada têm a ver com a Fazenda da Fumaça, doada por Norberto

Custódio Ferreira em caráter inalienável, ou seja, inegociável.

Bombas no rio Pomba

Eu soube também que, ao construir o novo sistema de água potável, lá

por 1920, Cataguases importou bombas da Inglaterra, instaladas no rio Pomba,

diante da entrada para o Leonardo, em atividade até depois do ano 2000. Devem

ter comprado outras, talvez nacionais, ou seja, das multinacionais. Um século

atrás, porém, o rio era quase limpo, livre de resíduos industriais e muito menos

cocô boiando. Este, vá lá, é matéria orgânica, os outros podem ser até cancerígenos.

O tratamento de esgotos da Copasa só vai resolver o problema local e o

rio vem recolhendo sujeira desde Santa Bárbara do Tugúrio, Mercês, Rio

Pomba, Piraúba, Guarani, Descoberto, Astolfo Dutra e Dona Euzébia, o que não

é pouca porcaria. Quero dizer com isso que o ideal seria consumirmos água de

alguma represa, que tal a Usina Maurício? Com certeza, mais saudável: depois

de utilizada para fins energéticos, sendo a eletricidade uma energia limpa, parte

da água teria uma segunda utilidade, em pias, chuveiros, privadas, lavagem de

carro etc. Em Juiz de Fora a água vem de represas e li que em Nova Iorque,

também. Nesta, vão buscar longe, água da montanha, da melhor qualidade. Só

bebo mineral, bem mais leve e sem o gosto da filtrada, é só comparar. Ao cozinhar,

porém, vai de filtrada mesmo. Nas oropa, bebe-se á-gua da torneira ou do

chafariz, desde etruscas eras, levada do alto pelos aquedutos, quando não havia

bombas e tubulações. E hoje moradores e turistas abastecem seus cantis na rua

e vão bebendo durante as caminhadas, naquele clima de festa comum às cidades

turísticas. Aqui, melhor ficar com a mineral.

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