Jornal das Oficinas 202
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Logo ohne Slogan.pdf 1 19/12/19<br />
jornal<strong>das</strong>oficinas.com | JORNAL INDEPENDENTE DA MANUTENÇÃO E REPARAÇÃO DE VEÍCULOS LIGEIROS E PESADOS | DIRETOR | João Vieira<br />
<strong>202</strong><br />
C<br />
novembro <strong>202</strong>2<br />
PERIODICIDADE | MENSAL<br />
ANO XVI | 3 EUROS CM<br />
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NORMA EURO 7<br />
FIM DO MOTOR<br />
A COMBUSTÃO!<br />
Pág. 06<br />
Otimizar desempenho<br />
Pág. 44 \\ As empresas precisam<br />
de pessoal que trabalhe eficazmente<br />
e isto significa que esse pessoal tem<br />
de ser gerido. Como pode o ‘gestor<br />
da empresa’ ser também um gestor<br />
de pessoas eficaz?<br />
Análise aftermarket<br />
Pág. 20 \\ Enquanto membro da direção<br />
da FIGIEFA, Joaquim Candeias tem sido<br />
uma voz proeminente na defesa do IAM.<br />
Numa apresentação clara e concisa,<br />
falou sobre os temas quentes do setor<br />
Maria Elo<br />
Pág. 28 \\ Professora de Negócios<br />
e Gestão da Universidade SDU,<br />
na Dinamarca, é membro fundador<br />
da Talents4AA, uma Associação que<br />
tem como objetivo atrair e reter<br />
talentos para o aftermarket<br />
MANN+HUMMEL<br />
Pág. 46 \\ Com as suas soluções,<br />
a MANN+HUMMEL separa o útil<br />
do prejudicial e desenvolve assim<br />
tecnologias chave para abrir o caminho<br />
para um planeta mais limpo<br />
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Editorial<br />
<strong>202</strong><br />
Novembro <strong>202</strong>2<br />
CONECTIVIDADE<br />
Folha de serviço ......................................................... 04<br />
DESTAQUE<br />
Norma Euro 7 ............................................................... 06<br />
COMPETIÇÃO<br />
Melhor mecatrónico .................................................. 14<br />
CAMPANHA<br />
Reuse Aftermarket .................................................... 16<br />
MERCADO<br />
Desafios & Oportunidades ................................... 20<br />
ENTREVISTAS<br />
Hernán Marqués ........................................................ 24<br />
Maria Elo ........................................................................ 28<br />
NOTÍCIAS<br />
Empresas ....................................................................... 32<br />
Produto ........................................................................... 52<br />
GESTÃO<br />
Otimizar desempenho ............................................. 44<br />
Ambiente trabalho .................................................... 58<br />
EMPRESAS<br />
MANN+HUMMEL ....................................................... 46<br />
Convenção Pador ...................................................... 48<br />
PRODUTO<br />
Novidades Cautex ..................................................... 50<br />
TÉCNICA & SERVIÇO<br />
Vernizes de acabamento ....................................... 58<br />
Ao longo dos últimos anos, os automóveis modernos tornaram-se centros de dados sobre<br />
ro<strong>das</strong>. Comparar as linhas de código dos modernos automóveis conectados com as<br />
dos aviões e computadores dá-nos uma ideia dos desafios que se colocam para tornar<br />
estes veículos seguros.<br />
Os automóveis nos dias de hoje possuem um poder computacional de cerca de 20 computadores,<br />
incorporando mais de 100 milhões de linhas de códigos e gerando até 25<br />
gigabytes de dados por hora. Até 2030, muitos observadores preveem que os mesmos tenham aproximadamente<br />
300 milhões de linhas de código de software. Para colocar isto em perspetiva, um avião<br />
de passageiros tem cerca de 15 milhões de linhas de código, um moderno avião de combate cerca de 25<br />
milhões e um sistema operativo de um computador de comercialização em massa perto de 40 milhões.<br />
Antigamente, os fabricantes de automóveis apenas se preocupavam com o veículo - o seu design, os seus<br />
periféricos e sensores, a unidade de controlo e o interface de utilizador. Com a crescente necessidade<br />
pela conectividade, os fabricantes necessitam de se focar mais no consumidor e assumir muitas mais<br />
funções para operar de forma eficaz e vencer os concorrentes ao fornecer aos seus clientes uma fantástica<br />
experiência de utilizador. Eles necessitam de gerir o fluxo de dados do veículo para as plataformas e para<br />
as aplicações e necessitam de sistemas de comunicação fiáveis para transmitir os dados em segurança.<br />
Também necessitam <strong>das</strong> infraestruturas certas, incluindo plataformas basea<strong>das</strong> em cloud, para apoiar os<br />
seus novos serviços e aplicações.<br />
O carro conectado permite agora otimizar o seu próprio funcionamento e manutenção, assim como a<br />
conveniência e conforto dos passageiros, utilizando sensores a bordo e conectividade de dados. Os automóveis<br />
estão a ser mais do que apenas transportar pessoas e bens do ponto A ao ponto B, estão a tornar-<br />
-se um centro de e-commerce para serviços que estão ligados ao automóvel tais como serviços de infotainment<br />
e serviços de seguros baseados na utilização para monitorizar o comportamento do condutor.<br />
A perceção do proprietário sobre uma boa experiência de condução vai agora além do motor do veículo,<br />
incluindo a personalização do mesmo através dos serviços conetados.<br />
Já lá vão os dias em que a indústria automóvel consistia principalmente de fabricantes de automóveis,<br />
fornecedores e concessionários. Com o aumento de automóveis conetados e serviços de mobilidade, o<br />
ecossistema expandiu-se para incluir fornecedores de tecnologia, prestadores de serviços, prestadores de<br />
infraestruturas e muito mais. Na era da digitalização, o mundo tornou-se mais conetado, aproximando as<br />
pessoas. A indústria automóvel está a sofrer a mesma transformação. Os fabricantes de automóveis estão<br />
a formular parcerias estratégicas com prestadores de serviços e tecnologia com o objetivo de tornar o automóvel<br />
um sistema conectado, tal como a nossa casa ou local de trabalho onde podemos ser produtivos<br />
ou desfrutar de um tempo de lazer.<br />
Para a indústria automóvel, a conetividade pode fornecer novas oportunidades de rendimentos. Implementá-la<br />
de forma eficaz será uma tarefa desafiante e complicada, sendo necessário um nível profundo de<br />
compreensão <strong>das</strong> necessidades dos clientes e uma vontade em trabalhar com novas abordagens e novos<br />
parceiros. Para o aftermarket, este novo conceito de mobilidade vai trazer muitas mudanças, sendo necessário<br />
as empresas adaptarem-se com rapidez aos novos modelos de negócio que vão surgir.<br />
JOÃO VIEIRA | Diretor<br />
DIRETOR JOÃO VIEIRA joao.vieira@apcomunicacao.com // DIRETOR COMERCIAL MÁRIO CARMO mario.carmo@apcomunicacao.com // GESTOR DE CLIENTES PAULO FRANCO paulo.franco@apcomunicacao.com<br />
// JORNALISTA JOANA MENDES joana.mendes@apcomunicacao.com // WEBMASTER ANTÓNIO VALENTE // ARTE HÉLIO FALCÃO // SERVIÇOS ADMINISTRATIVOS E CONTABILIDADE financeiro@apcomunicacao.com<br />
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- 9º18’22.61”W // © Copyright Nos termos legais em vigor, é totalmente interdita a utilização ou a reprodução desta publicação, no seu todo ou em parte, sem a autorização prévia e por escrito do JORNAL DAS OFICINAS<br />
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www.apcomunicacao.com<br />
Parceiro em Espanha<br />
EDIÇÃO AP COMUNICAÇÃO // PROPRIEDADE JOÃO VIEIRA // EMAIL geral@apcomunicacao.com<br />
Consulte o Estatuto Editorial no site www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com<br />
www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com Novembro I 22 3
FOLHA<br />
DE SERVIÇO<br />
IPSIS<br />
VERBIS<br />
JOAQUIM CANDEIAS<br />
MEMBRO DIREÇÃO FIGIEFA<br />
O MVBER É UM REGULAMENTO<br />
QUE DEFENDE O AFTERMARKET HÁ<br />
VINTE ANOS, MAS INFELIZMENTE<br />
É DO DESCONHECIMENTO<br />
DA MAIOR PARTE DAS PESSOAS.<br />
A FALTA DE CONHECIMENTO<br />
DE CLIENTES E A DESINFORMAÇÃO<br />
AOS CONSUMIDORES, VINDA DOS<br />
FABRICANTES DE AUTOMÓVEIS,<br />
É NOTÓRIA<br />
MARIA ELO<br />
PROFESSORA UNIVERSIDADE SDU<br />
DINAMARCA<br />
JO LANÇA CAMPANHA E-MOBILITY<br />
E-Mobility é a chave para o transporte rodoviário<br />
sustentável, cidades mais habitáveis e o<br />
combate bem sucedido às alterações climáticas.<br />
Graças aos avanços na eletromobilidade, o transporte<br />
totalmente sustentável é agora um objetivo realista<br />
– sem ter de comprometer a forma como vivemos,<br />
nos deslocamos e trabalhamos. Este é o mote para<br />
a Campanha “E-Mobility”, que o <strong>Jornal</strong> <strong>das</strong> <strong>Oficinas</strong><br />
lança em <strong>202</strong>3. Iremos dinamizar esta campanha<br />
através de artigos e multimédia, não só mensalmente<br />
no <strong>Jornal</strong> <strong>das</strong> <strong>Oficinas</strong> em formato impresso e digital,<br />
SEMÁFORO<br />
mas também com a produção de diversos conteúdos,<br />
a serem publicados no site www.jornal<strong>das</strong>oficinas.<br />
com, newsletters e no site oficial www.emobility.pt<br />
A partilha desta informação nas redes sociais trará<br />
à Campanha E-Mobility um grande alcance nacional<br />
e internacional. Patrocinar a Campanha E-Mobility<br />
significa estar a acompanhar as tendências da<br />
eletrificação do transporte rodoviário, que deverá<br />
aumentar nos próximos anos, devido à progressiva<br />
redução do custo <strong>das</strong> baterias e à vontade de toda a<br />
sociedade nesse sentido.<br />
SE OUTROS SETORES E INDÚSTRIAS<br />
CONSEGUEM OFERECER SALÁRIOS<br />
MAIS ELEVADOS, MELHORES<br />
CONDIÇÕES E CARREIRAS,<br />
O AFTERMARKET PRECISA DE<br />
REPENSAR A RAZÃO PELA QUAL<br />
AS SUAS OPORTUNIDADES NÃO<br />
SÃO PERCEBIDAS OU APRECIADAS<br />
HERNÁN MARQUÉS<br />
DIRETOR GERAL SAMPA IBÉRICA<br />
O NOSSO PRINCIPAL OBJETIVO<br />
É TORNAR A SAMPA O PRINCIPAL<br />
FABRICANTE MUNDIAL DE PEÇAS<br />
PARA VEÍCULOS PESADOS.<br />
O INVESTIMENTO E A EXPANSÃO<br />
DA PRODUÇÃO FARÃO DA SAMPA<br />
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DE PRODUTOS ESTRATÉGICOS,<br />
OFERECENDO OS PRODUTOS<br />
QUE PRODUZIMOS DIRETAMENTE<br />
AOS NOSSOS DISTRIBUIDORES<br />
Barómetro de Pintura da MAPFRE<br />
Várias associações do setor denunciam as<br />
graves deficiências que, tanto nas suas<br />
avaliações como na sua execução prática,<br />
apresenta o barómetro de Pintura da<br />
seguradora Mapfre. De acordo com um<br />
estudo elaborado pelo departamento técnico<br />
da ASETRA realizado em 140 operações reais<br />
pratica<strong>das</strong> em todos os tipos de automóveis<br />
de diferentes tamanhos e fabricantes, as<br />
diferenças máximas na mão-de-obra no<br />
que diz respeito ao barómetro Cesvimap<br />
atingem -59%, enquanto em materiais de<br />
pintura estas diferenças atingem -46,5%.<br />
Para as associações, é evidente que estes<br />
dados explicam a preocupação <strong>das</strong> oficinas<br />
de reparação sobre o impacto que estas<br />
reduções terão na sua demonstração de<br />
rendimentos e na rentabilidade dos seus<br />
negócios.<br />
OE <strong>202</strong>3 - Pouco arrojo fiscal<br />
O Orçamento do Estado para <strong>202</strong>3 mostra<br />
pouca determinação no que toca à redução<br />
estrutural da carga fiscal sobre as empresas<br />
e sobre os recursos humanos, sobretudo<br />
os mais qualificados, fatores essenciais<br />
para a melhoria da produtividade e da<br />
competitividade e da retenção e atração<br />
de talento. A redução da fiscalidade sobre<br />
o trabalho é a melhor forma de elevar o<br />
rendimento líquido disponível <strong>das</strong> famílias<br />
e apoiar a procura interna, face à relevância<br />
do consumo privado na evolução do PIB,<br />
tendo em conta o peso dominante desta<br />
componente. Positivas são as medi<strong>das</strong> de<br />
incentivos ao investimento, à capitalização<br />
<strong>das</strong> empresas e ganhos de escala, à<br />
redução dos custos da energia e de outros<br />
custos de contexto, bem como à melhoria<br />
do rendimento disponível <strong>das</strong> famílias.<br />
Stellantis mais sustentável<br />
A Stellantis criou uma Unidade de Negócio<br />
dedicada à sustentabilidade que tem como<br />
objetivo conseguir mais de 2 mil milhões<br />
de euros em receitas até 2030 e conduzir o<br />
plano de descarbonização da empresa de<br />
atingir as zero emissões líqui<strong>das</strong> de carbono<br />
até 2038. Esta aposta integra o plano<br />
estratégico Dare Forward 2030, baseado na<br />
estratégia dos 4R – Reconstruir, Reparar,<br />
Reutilizar e Reciclar. Os principais objetivos<br />
da Unidade de Negócios de Economia<br />
Circular são prolongar a vida dos veículos e<br />
dos componentes, assegurando que duram<br />
o maior tempo possível, e devolver materiais<br />
e veículos em fim de vida ao circuito<br />
de produção para criar novos veículos e<br />
produtos. O plano requer um aumento de<br />
volumes e expansão para novos países,<br />
assegurando uma inovação constante.<br />
4 Novembro I <strong>202</strong>2 www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com
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Destaque<br />
EURO 7: SENTENÇA DE MORTE<br />
PARA OS MOTORES TÉRMICOS?<br />
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RUMO À NEUTRALIDADE CARBÓNICA,<br />
A NORMA EURO 7 DEVERÁ SER A ÚLTIMA<br />
ANTES DA MUDANÇA DEFINITIVA PARA<br />
O AUTOMÓVEL ELÉTRICO. ESTÁ PREVISTO<br />
QUE ENTRE EM VIGOR EM <strong>202</strong>5, CONTUDO,<br />
ATÉ AGORA AINDA NÃO HÁ UMA DEFINIÇÃO<br />
CLARA DE QUAIS SERÃO AS EXIGÊNCIAS<br />
PARA OS FABRICANTES E O TEMPO COMEÇA<br />
A ESCASSEAR PARA QUE SE CUMPRA ESSA<br />
DATA. TUDO PERMANECE EM ABERTO<br />
Essenciais na nossa vida, os veículos tal como hoje os conhecemos<br />
são uma preocupante fonte de poluição para o ambiente.<br />
Por isso, há muito que vem a ser traçado um plano no sentido<br />
da descarbonização dos mesmos na Europa. A próxima grande meta<br />
é o Euro 7, norma que deveria ser implementada já em <strong>202</strong>5, mas<br />
os sucessivos atrasos na definição efetiva do regulamento estão a pôr<br />
em causa o cumprimento do mesmo, o que poderá ter graves consequências<br />
no que ao número de veículos poluentes a circular nas<br />
estra<strong>das</strong> diz respeito. Além disso, os custos tecnológicos para fabricantes<br />
e utilizadores poderão ser de tal modo elevados que se teme<br />
que cheguem a inviabilizar a existência dos carros a combustão,<br />
mesmo se apoiados por uma componente eletrificada, os híbridos.<br />
Afinal, o que vai mudar? O que precisam os fabricantes de garantir<br />
com a norma Euro 7? Será mesmo aplicada em <strong>202</strong>5? Tentaremos<br />
responder a estas e outras questões ao longo deste artigo.<br />
Poluição automóvel<br />
O grande problema dos carros com motores a combustão é o facto<br />
de emitirem gases com efeitos de estufa, entre os quais o dióxido de<br />
carbono, o monóxido de carbono, dióxido de enxofre e outros poluentes<br />
que prejudicam a qualidade do ar que respiramos e que contribuem<br />
não só para o aquecimento global, como podem ser nocivos<br />
para a saúde, podendo resultar em diversas doenças. No entanto,<br />
a poluição automóvel começa muito antes de ligarmos a ignição.<br />
A produção de veículos consome muita energia, desde os minerais<br />
usados na criação do metal para o corpo e motor, produtos químicos<br />
para desenvolver plásticos, tintas, borrachas e vidros.<br />
Por ano, a poluição do ar causa cerca de 400 mil mortes prematuras<br />
nas cidades europeias, assim como inúmeras doenças graves como<br />
problemas cardíacos, pulmonares e até cancro. Resulta em vários<br />
problemas para o meio ambiente, como as chuvas áci<strong>das</strong> (que originam<br />
a acidificação da água, responsável, por exemplo, pela morte da<br />
6 Novembro I <strong>202</strong>2 www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com
EMBORA ESTEJA CIENTIFICAMENTE<br />
PROVADO QUE MUITAS DAS PARTÍCULAS<br />
PREJUDICIAIS RESULTAM DA TRAVAGEM<br />
E DO DESGASTE DOS PNEUS, OS<br />
LEGISLADORES APONTAM PARA<br />
GRANDES RESTRIÇÕES ÀS PARTÍCULAS<br />
QUE SAEM PELO ESCAPE
EURO 7<br />
A TECNOLOGIA NECESSÁRIA PARA REDUZIR as EMISSÕES POLUENTES<br />
DOS VEÍCULOS SERÁ DEMASIADO CARA PARA todos E PODE MESMO<br />
«matar» OS MOTORES A COMBUSTÃO, HÍBRIDOS INCLUÍDOS<br />
vida marítima); a diminuição da camada<br />
de ozono (que protege o planeta<br />
de emissão de raios ultravioletas, que<br />
aumenta o risco de desenvolver cancro<br />
de pele ou o efeito estufa, responsável<br />
pelo aumento da temperatura<br />
média do planeta), entre outros.<br />
Normas de emissões poluentes<br />
A tomada de consciência do impacto<br />
da poluição do meio ambiente por<br />
parte dos veículos levou a que há muito<br />
fossem cria<strong>das</strong> leis específicas para<br />
regulamentar estas emissões. Em<br />
1988 nascia o Euro 0 e, desde então,<br />
as normas têm vindo a tornar-se cada<br />
vez mais severas, com vista à almejada<br />
neutralidade carbónica, de forma a<br />
proteger a saúde pública. Desde 2014<br />
que estamos na norma Euro 6 e as<br />
emissões são cada vez mais limita<strong>das</strong>.<br />
Isto é conseguido graças ao grande<br />
investimento realizado pela indústria<br />
automotiva em novas tecnologias,<br />
nomeadamente catalisadores, filtros<br />
de partículas, SCR, e também, paralelamente,<br />
restrições de tráfego nas<br />
cidades de acordo com a propulsão<br />
de cada veículo. Depois de várias versões<br />
da norma, a Comissão Europeia<br />
decidiu, integrado na iniciativa do<br />
Pacto Verde Europeu (em dezembro<br />
de 2019), assumir o compromisso da<br />
União Europeia de acelerar a transição<br />
para uma mobilidade sustentável.<br />
Norma Euro 7<br />
É aqui que surge a necessidade de dar<br />
o salto para a norma Euro 7. Esta incluirá<br />
a medição da emissão de gases<br />
poluentes (NOx, partículas) – que<br />
atualmente já se faz na Euro 6 – através<br />
de ensaios em laboratórios e em<br />
estrada, assim como outros gases<br />
FIG. 1 - Evolução <strong>das</strong> normas de emissão da UE para automóveis<br />
de passageiros movidos a gasóleo (mg/km)<br />
FiG. 2 - A impressionante redução de emissões operada nos últimos anos<br />
CO NOx PM HC+NOx<br />
NOx (g/kWh)<br />
Normas Europeias de Emissão para veículos pesados<br />
Euro I<br />
mg/Km<br />
3000<br />
2500<br />
9<br />
7<br />
Euro II<br />
2000<br />
5<br />
Euro III<br />
1500<br />
1000<br />
3,5<br />
Euro IV<br />
500<br />
0<br />
Euro 1<br />
(1992)<br />
Euro 2<br />
(1996)<br />
Euro 3<br />
(2000)<br />
Euro 4<br />
(2005)<br />
Euro 5<br />
(2009)<br />
Euro 6<br />
(2014)<br />
2<br />
0,5<br />
Euro VI<br />
Euro V<br />
0,02 0,1 0,15 0,4<br />
0,01<br />
PM (g/kWh)<br />
8 Novembro I <strong>202</strong>2 www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com
novos (Nmog, NH3, N2O, CH4…),<br />
desta feita, medidos em tempo real<br />
de forma remota através da tomada<br />
OBD. O controlo <strong>das</strong> emissões será<br />
feito ao longo de toda a vida útil do<br />
veículo, fixada em 15 anos e 240 mil<br />
quilómetros, para garantir que os limites<br />
são cumpridos em todos os momentos.<br />
A ideia é introduzir marcos<br />
ainda mais restritivos do que os da<br />
norma Euro 6 e refletir a contribuição<br />
<strong>das</strong> tecnologias de combustíveis alternativos,<br />
para reduzir as emissões em<br />
toda a indústria automóvel.<br />
balhar ombro a ombro com fabricantes,<br />
instituições científicas, organizações<br />
e partes interessa<strong>das</strong>, para a<br />
definição <strong>das</strong> normas. As regras aplicam-se<br />
a todos os carros vendidos na<br />
União Europeia e no Reino Unido,<br />
mesmo após o Brexit, o que significa<br />
que qualquer fabricante que queira<br />
vender um carro nestes países deve<br />
cumprir as normas de emissões. Pela<br />
primeira vez, a norma regulará em<br />
simultâneo as emissões dos ligeiros<br />
de passageiros, dos comerciais ligeiros,<br />
dos autocarros e dos camiões.<br />
PROPOSTAS PARA A NORMA EURO 7<br />
pesar de ainda não existir uma proposta final, já se desenham várias ideias para a<br />
A próxima norma:<br />
• Que as emissões de óxido de azoto passariam a ser de 30 mg/km para todos os veículos, a<br />
gasolina ou a gasóleo, por oposição aos atuais 60 mg/km (gasolina) e 80 mg/km (gasóleo);<br />
• Que os novos lançamentos de veículos deveriam ter o limite de 10 mg/km;<br />
• Também as emissões de monóxido de carbono (CO) poderiam baixar para 100-300mg, face aos<br />
500-1000 mg da norma atual;<br />
• Os carros novos teriam uma vida útil de pelo menos 15 anos ou 240 mil km de uso;<br />
• Por último, espera-se um foco global na poluição, incluindo alguns poluentes que ainda não se<br />
regulam, como as partículas ultrafinas (PN10), amoníaco (NH3) e óxidos nitrosos (N2O).<br />
UM SISTEMA DE TRATAMENTO DE GASES DE ESCAPE MAIS EFICAZ,<br />
COMBINADO COM UMA MAIOR NECESSIDADE DE SUPORTE DE UMA SOLUÇÃO<br />
HÍBRIDA, IRÁ TORNAR OS VEÍCULOS SUBSTANCIALMENTE MAIS ONEROSOS<br />
Como até ao momento n≠ão foi<br />
apresentada a proposta final de regulamentação,<br />
mantém-se a expetativa<br />
sobre o que será estabelecido, sendo<br />
que a Comissão Europeia está a tra-<br />
Um dossiê polémico<br />
Onde nasce, então, a polémica em<br />
torno da norma Euro 7? O dossiê<br />
final esteve para ser apresentado<br />
em junho de <strong>202</strong>1, depois em abril<br />
e julho de <strong>202</strong>2, mas o facto é que<br />
ainda não há qualquer certeza sobre<br />
o tema, além de que irá ser muito difícil<br />
que entre em vigor em <strong>202</strong>5, podendo<br />
a implementação ser adiada<br />
até <strong>202</strong>7. Isto tem levantado grande<br />
celeuma junto dos ambientalistas,<br />
que alertam para o facto de, ao longo<br />
desse tempo, continuarem a ser fabricados<br />
carros poluentes. Tendo em<br />
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A COMISSÃO EUROPEIA PREPARA A NOVA NORMA DE EMISSÕES<br />
EURO 7, QUE CONDUZIRÁ OS TRANSPORTES RODOVIÁRIOS RUMO<br />
À NEUTRALIDADE CARBÓNICA. CONSTRUTORES ACUSAM DE PRETENDER<br />
MATAR MOTORES DE COMBUSTÃO<br />
conta que na Europa se produz cerca<br />
de 1 milhão de carros por mês, um<br />
atraso na implementação da norma<br />
Euro 7 poderá significar mais 12 milhões<br />
de veículos com motor térmico<br />
a circular nas estra<strong>das</strong>. Se fizermos o<br />
exercício com um atraso de dez anos<br />
(de <strong>202</strong>5 para 2035), serão cerca de<br />
100 milhões de carros com motor a<br />
combustão a mais a serem fabricados<br />
antes mesmo de os motores elétricos<br />
se tornarem obrigatórios. Por<br />
outro lado, também os fabricantes<br />
de veículos estão notoriamente preocupados<br />
com este atraso, uma vez<br />
que precisam de estabelecer os seus<br />
FIG. 3 - Emissões acumula<strong>das</strong> de NOx entre <strong>202</strong>7-2050 ao abrigo <strong>das</strong> políticas atualmente adota<strong>das</strong> e reduções<br />
no âmbito de cenários divididos por HDV e LDV<br />
Emissões acumula<strong>das</strong> de NOx de <strong>202</strong>7 a 2050<br />
(milhões de tonela<strong>das</strong>)<br />
16<br />
14<br />
12<br />
10<br />
8<br />
6<br />
4<br />
2<br />
0<br />
Camiões e<br />
Autocarros<br />
Carros e Vans<br />
Políticas Adota<strong>das</strong><br />
4,2 milhões de<br />
tonela<strong>das</strong> de<br />
NOx evita<strong>das</strong><br />
devido a Euro<br />
7/VII<br />
Euro 7/VII<br />
5 milhões de<br />
tonela<strong>das</strong> de<br />
NOx evita<strong>das</strong><br />
devido ao Euro<br />
7 + Alta adesão<br />
de ZEV<br />
Euro 7/VII + Alta<br />
adesão ao ZEV<br />
próprios programas de produção de<br />
carros elétricos e é daqui que se levantam<br />
as vozes mais discordantes,<br />
pois esta normativa irá implicar alterações<br />
fundamentais nas tecnologias<br />
de propulsão: A ideia principal é que<br />
os motores de combustão interna<br />
sejam eliminados gradualmente, levando<br />
a uma mudança na cadeia de<br />
abastecimento e nos processos de<br />
produção nas fábricas.<br />
Para estabelecer limites de emissões<br />
mais restritos, mas, ao mesmo<br />
tempo, não prejudicar a indústria,<br />
a Comissão Europeia pediu um estudo<br />
prévio como base informativa<br />
para futuras avaliações. Quando se<br />
começaram a desenhar as primeiras<br />
propostas para a norma Euro 7, em<br />
outubro de <strong>202</strong>0, a Associação Alemã<br />
da Indústria Automotiva (VDA)<br />
alertou que esta poderia significar<br />
o desaparecimento dos motores de<br />
combustão interna a partir de <strong>202</strong>5,<br />
temendo a perda de competitividade,<br />
devido ao elevado custo tecnológico<br />
e económico para cumprir os baixos<br />
limites de emissões. Mais tarde, face<br />
a uma versão revista da norma, por<br />
parte do Grupo de Assessoria para<br />
as Normas de Emissões de Veículos<br />
(AGVES), a VDA acabou por suavizar<br />
a sua postura. Já a indústria<br />
francesa, através da associação que<br />
representa os construtores locais,<br />
a CCFA, foi mais comedida nas críticas,<br />
esperando ainda que surjam<br />
modificações às propostas iniciais,<br />
pois considera que exigir uma redução<br />
de 60 a 90% <strong>das</strong> emissões “não<br />
é realista”.<br />
Desde então, a indústria automóvel<br />
tem feito notar que algumas <strong>das</strong><br />
imposições poderão ser impossíveis<br />
10 Novembro I <strong>202</strong>2 www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com
de cumprir e pressionou a União<br />
Europeia para ceder nos requisitos,<br />
considerando-os, à partida, inviáveis<br />
para serem cumpridos em apenas<br />
três anos. Frans Timmersmans, o<br />
responsável na Comissão Europeia<br />
pelas políticas climáticas garantiu<br />
que a decisão final não será tomada<br />
sem dialogar com os construtores de<br />
automóveis, ainda que tenha apontado<br />
que a “indústria automóvel começa<br />
sempre por dizer que é impossível,<br />
mas depois cumpre os objetivos determinados”.<br />
«CLOVE» – Exigências<br />
contesta<strong>das</strong><br />
A Comissão Europeia reuniu alguns<br />
especialistas por toda a Europa, num<br />
consórcio de engenheiros independentes<br />
apelidado de CLOVE (Commission’s<br />
Consortium for Ultra Low<br />
Vehicle Emissions - Consórcio Para<br />
Emissões Ultra Baixas de Veículos)<br />
para fazerem a avaliação técnica do<br />
que deveria mudar. Estes propuseram<br />
que os motores de combustão<br />
interna passem a ser equipados com<br />
um super-catalisador de vários estágios.<br />
Só para ter uma ideia, para um<br />
veículo a gasolina, seria necessário<br />
um catalisador aquecido eletricamente,<br />
dois catalisadores convencionais<br />
de três vias com um litro de<br />
capacidade, um filtro de partículas<br />
capaz de reter até dois litros e,<br />
por fim, um catalisador de amónio<br />
(NH3). Uma verdadeira central de<br />
tratamento de gases de escape que,<br />
segundo o CLOVE, faria com que<br />
os motores a combustão estivessem<br />
muito próximos de conseguir ter um<br />
impacto inexistente em termos de<br />
poluição.<br />
Isto levou a que a Associação Europeia<br />
de Construtores de Automóveis<br />
(ACEA, em inglês) subisse o tom<br />
da contestação, não só pelos custos<br />
– impossíveis de acrescentar às<br />
margens dos carros mais acessíveis<br />
– como também pela dificuldade que<br />
seria instalar um dispositivo com<br />
esta complexidade e encaixá-lo nas<br />
atuais arquiteturas dos veículos. Os<br />
valores de emissões permitidos seriam<br />
tão baixos, que a ACEA diz mesmo<br />
que para os sistemas portáteis de<br />
medição acoplados aos veículos de<br />
teste em condições reais de utilização<br />
(Real Driving Emissions) seria<br />
muito complicado medi-los com precisão.<br />
O CLOVE quer ainda que as<br />
emissões sejam testa<strong>das</strong> em to<strong>das</strong> as<br />
situações, mesmo as mais extremas,<br />
como o funcionamento do motor a<br />
frio, puxar um reboque, estar em para-arranca<br />
na cidade, fazer subi<strong>das</strong><br />
íngremes com carga ou acelerar a<br />
fundo. Exemplos que a ACEA considera<br />
que não são representativos da<br />
utilização geral a que os automóveis<br />
são sujeitos e que, atualmente, são<br />
descartados pelo padrão atual de homologação<br />
de consumos e emissões<br />
em vigor, o WLTP. É assumido que<br />
este método peca por defeito, sendo<br />
menos exigente do que a utilização<br />
média que um condutor dá habitualmente<br />
ao seu carro. A ACEA termina<br />
dizendo que aumentar a exigência<br />
do controlo de partículas emiti<strong>das</strong><br />
pelo escape não faz sentido quando a<br />
maioria <strong>das</strong> partículas liberta<strong>das</strong> por<br />
um automóvel tem origem nos pneus<br />
e nos travões e não no motor.<br />
Também a Bosch considera precipitada<br />
a implementação da norma<br />
Euro 7 e defende uma transição mais<br />
gradual entre os diferentes motores.<br />
Em entrevista ao <strong>Jornal</strong> Económico,<br />
Carlos Ribas, representante da<br />
Bosch em Portugal, salienta que a<br />
empresa concorda com a necessidade<br />
de legislar para “acabar com a<br />
poluição dos motores automóveis,<br />
movidos a combustíveis fósseis”, mas<br />
admite que fazê-lo “a partir de <strong>202</strong>5<br />
pode ser um bocadinho apertado”,<br />
pelo que pede mais cinco anos do<br />
que o previsto para que as mudanças<br />
possam acontecer de forma mais<br />
“saudável”. Trava-se, portanto, neste<br />
momento, uma luta de gigantes com<br />
posições extrema<strong>das</strong>, entre a indústria,<br />
que precisa de vender veículos,<br />
e os governos, impelidos a baixar as<br />
emissões poluentes nos seus países<br />
Euro 7 vai aumentar<br />
preço dos automóveis<br />
Vamos agora à questão que deve estar<br />
a colocar: esta alteração terá impacto<br />
na sua vida? Se for um utilizador<br />
de automóveis, sem dúvida que<br />
sim. Com os custos tecnológicos de<br />
produção dos veículos a aumentar<br />
consideravelmente para fazer face a<br />
estes requisitos do Euro 7, naturalmente<br />
os fabricantes terão de reverter<br />
as despesas para os consumidores,<br />
por isso, é expetável que o preço<br />
dos automóveis suba a breve trecho.<br />
EMISSÕES DE EXAUSTÃO E NÃO-EXAUSTÃO<br />
s emissões de partículas do transporte rodoviário estão dividi<strong>das</strong> em duas fontes<br />
A principais: Emissões de Exaustão e Não-Exaustão. As emissões de Exaustão são<br />
produzi<strong>das</strong> por combustão dentro do motor. Um motor a gasolina produz muito menos massa<br />
de partículas do que um motor diesel. No entanto, todos os motores diesel modernos estão<br />
equipados com filtros de partículas altamente eficientes para que quase to<strong>das</strong> as partículas<br />
sejam removi<strong>das</strong>. Os modernos motores a gasolina são também equipados com tecnologia de<br />
filtro de partículas para cumprir os limites atuais do número de partículas As emissões<br />
Não-Exaustão são produzi<strong>das</strong> por abrasão mecânica e estão presentes independentemente do<br />
grupo motopropulsor do veículo. As principais fontes destas emissões são a abrasão entre a<br />
estrada e os pneus e entre as superfícies de travagem. Se os veículos elétricos produzem<br />
quantidades diferentes de emissões sem escape, em comparação com veículos convencionais<br />
ainda está a ser estudado. As emissões de partículas dos sistemas de escape dos veículos<br />
diminuíram drasticamente ao longo dos últimos 15 anos entre 2005 e <strong>202</strong>0, e espera-se que<br />
esta tendência continue. Apesar do aumento do número de carros a circular nas estra<strong>das</strong>, a<br />
elevada eficiência de sistemas de controlo de partículas nos automóveis modernos continua a<br />
resultar numa redução nestas emissões até 2030 e para além desta data. Até <strong>202</strong>5, cerca de<br />
75% de to<strong>das</strong> as emissões de partículas de transporte rodoviário são provenientes de fontes não<br />
exaustoras e este valor aumenta para 87% em 2030 e 91% em 2035.<br />
Kt/a<br />
300<br />
250<br />
200<br />
150<br />
100<br />
50<br />
0<br />
2005<br />
Exaustão<br />
Não-Exaustão<br />
2010 2015 <strong>202</strong>0 <strong>202</strong>5 2030 2035<br />
www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com Novembro I 22 11
EURO 7<br />
A INDÚSTRIA AUTOMÓVEL ACUSA A COMISSÃO DE PRETENDER<br />
TORNAR OS MOTORES DE COMBUSTÃO INVIÁVEIS COM A PROPOSTA<br />
ATUAL, E CHAMA A ATENÇÃO PARA O FACTO DA MORTE PREMATURA<br />
DOS MOTORES DE COMBUSTÃO TORNAR MAIS DIFÍCIL A ADAPTAÇÃO<br />
À MOBILIDADE ELÉTRICA<br />
O CEO da Renault, Luca de Meo, foi<br />
perentório ao afirmar que as propostas<br />
que estão a ser equaciona<strong>das</strong> são<br />
demasiado exigentes e que inviabilizarão<br />
– sobretudo – os carros mais<br />
pequenos. A seu ver, o preço a pagar<br />
por um filtro de partículas capaz de<br />
limpar convenientemente um motor<br />
de combustão é demasiado elevado<br />
para um cliente de veículos de modelos<br />
pequenos, onde a única opção<br />
que resta será a eletrificação total.<br />
Tomas Schäfer, diretor executivo da<br />
marca Volkswagen, vai mais longe,<br />
vaticinando que o Euro 7 representará<br />
um custo adicional por veículo<br />
entre os 3.000 e os 5.000 €, o que<br />
dificilmente compensará em carros<br />
pequenos, e concorda com Luca de<br />
Meo, ao acreditar que os automóveis<br />
elétricos serão a solução, pois estes<br />
já significam uma redução de custos<br />
de utilização na ordem dos 25% por<br />
comparação com um automóvel com<br />
motor a gasóleo ou gasolina.<br />
A Nissan já fez saber que não irá continuar<br />
a produzir motores térmicos<br />
na Europa, porque quando a norma<br />
Euro 7 entrar em vigor, os clientes pagarão<br />
mais por um automóvel a combustão<br />
do que por um elétrico. Esta<br />
parece ser a solução mais óbvia para<br />
os fabricantes: deixar de produzir no<br />
velho continente e deslocalizar as suas<br />
fábricas para outros pontos do planeta<br />
onde as regras contra as emissões<br />
poluentes não sejam tão aperta<strong>das</strong>.<br />
Um receio que o ministro alemão<br />
dos transportes, Andreas Scheuer já<br />
verbalizou, afirmando que “não podemos<br />
perder a indústria automóvel na<br />
Europa, porque senão irá para outro<br />
0<br />
lugar”. No fundo, o Euro 7 pretende<br />
obrigar os consumidores a fazerem<br />
a transição para os carros elétricos o<br />
mais depressa possível, com os fabricantes<br />
a «apontar agulhas» para o fabrico<br />
de veículos elétricos ou híbridos,<br />
mas isso implica que, no outro polo,<br />
os governos dos estados-membros da<br />
EU instalem à «velocidade da luz»<br />
uma rede de carregadores ultrarrápidos.<br />
E isso ainda não está a acontecer.<br />
No fundo, para levar a norma adiante<br />
na forma que pretende, a Comissão<br />
Europeia teria de subsidiar os cons-<br />
QUADRO I - GRÁFICO QUE ILUSTRA A DIMINUIÇÃO DAS EMISSÕES DE PARTÍCULAS<br />
NO SETOR DOS TRANSPORTES AO LONGO DOS ANOS. SÃO MUITO<br />
INFERIORES ÀS DO SETOR RESIDENCIAL<br />
Kt/a<br />
500<br />
450<br />
400<br />
350<br />
300<br />
250<br />
200<br />
150<br />
100<br />
50<br />
Agricultura / Silvicultura<br />
Transformação de energia<br />
Indústria manufactura<br />
Residencial /Terciário<br />
Tratamento centralizado resíduos<br />
Transportes<br />
UTCATF<br />
1990 1992 1994 1996 1998 2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014 2016 2018 2019e<br />
12 Novembro I <strong>202</strong>2 www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com
ESPECIALISTAS EM<br />
SISTEMAS DE ESCAPES,<br />
CATALISADORES E<br />
FILTROS DE PARTÍCULAS<br />
MAIS CONVERSORES CataLÍTICOS E<br />
MONITORIZAÇÃO CONSTANTE DAS EMISSÕES<br />
implementação da norma Euro 7 em <strong>202</strong>5, não se concentra apenas nas<br />
A emissões de CO, mas tembém nas emissões de gases nocivos, tais como NOx<br />
(óxidos de azoto, que não são exclusivos dos diesel), monóxido de carbono (CO) e<br />
hidrocarbonetos não queimados, bem como partículas finas. Os fabricantes de<br />
automóveis terão de cumprir esta norma a fim de homologar os seus novos automóveis<br />
com motores de combustão. A norma Euro 7 mais restritiva visa reduzir os poluentes em<br />
60-90% e limitar ou eliminar poluentes que anteriormente eram tolerados, tais como o<br />
amoníaco (de filtros catalíticos SCR em diesel com AdBlue), metano e óxido nitroso. Todos<br />
os automóveis novos terão de ser equipados com um sistema de diagnóstico integrado<br />
que analisará as emissões a todo o momento e assegurará o cumprimento dos limites de<br />
emissões durante pelo menos 200.000 km. O objetivo é impedir que um fabricante possa<br />
enganar e disfarçar as emissões reais, como aconteceu no passado com os modelos<br />
Volkswagen). Os veículos a gasolina terão de ser equipados, para além do sistema de<br />
monitorização, com uma gama de novos equipamentos que incluem um conversor<br />
catalítico elétrico que aquece o motor assim que este arranca (os conversores catalíticos<br />
funcionam muito além dos 400°C, ou seja, após cerca de 15 km), dois conversores<br />
catalíticos de três vias, um filtro de partículas e um sistema SCR para redução catalítica<br />
seletiva da passagem do amoníaco, que é mais potente do que os atuais.<br />
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trutores ou pagar os custos sociais<br />
que o encerramento de fábricas<br />
acarretaria. Custos, sem dúvida,<br />
inferiores ao efeito da poluição na<br />
saúde pública.<br />
E entretanto?<br />
Perante o impasse que se vive,<br />
a União Europeia decidiu tirar<br />
nova carta da manga. Se até agora<br />
pensávamos que do Euro 6d<br />
passaríamos diretamente para o<br />
Euro 7, a verdade é que surgiu um<br />
regulamento intermédio, o Euro<br />
6e, que entra em vigor já a partir<br />
do primeiro dia de <strong>202</strong>3. Este<br />
será muito mais restrito com os<br />
motores a gasolina e a gasóleo, especialmente<br />
nos arranques a frio,<br />
pelo que os fabricantes terão de<br />
procurar uma forma de conseguir<br />
que os catalisadores SCR aqueçam<br />
mais depressa. Se não for adiada<br />
pela quarta vez, a proposta final<br />
da norma Euro 7 deverá ser apresentada<br />
a 12 de outubro de <strong>202</strong>2<br />
e a data prevista de implementação<br />
arrasta-se de novo, agora para<br />
<strong>202</strong>7. Em <strong>202</strong>0, apenas 3,7% dos<br />
carros novos vendidos na Europa<br />
eram 100% elétricos. No entanto,<br />
as metas da Comissão Europeia<br />
são claras: a partir de 2035 já não<br />
se deverão fabricar mais veículos<br />
com motor de combustão interna<br />
e a partir de 2050 estes serão<br />
proibidos de circular na Europa.<br />
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COMPETIÇÃO MELHOR MECATRÓNICO <strong>202</strong>2/23<br />
ACEITE O DESAFIO!<br />
ESTE MÊS PUBLICAMOS O SEGUNDO QUESTIONÁRIO RELATIVO À FASE DE APURAMENTO DOS FINALISTAS<br />
DA 5º COMPETIÇÃO MELHOR MECATRÓNICO. CONCORRA RESPONDENDO AO QUESTIONÁRIO ONLINE<br />
E HABILITE-SE A SER UM DOS OITO CONCORRENTES SELECIONADOS PARA A GRANDE FINAL<br />
O<br />
Concurso Melhor Mecatrónico tem como<br />
principais objetivos promover, anualmente,<br />
a profissão de Mecânico Automóvel na<br />
área da mecatrónica e, ao mesmo tempo, desafiar<br />
os profissionais no ativo a colocarem à prova os<br />
seus conhecimentos e competências nesta área.<br />
Entendemos que esta profissão é cada vez mais<br />
importante na atividade da reparação automóvel.<br />
As oficinas têm de integrar nos seus quadros<br />
mecatrónicos bem formados e competentes, para<br />
poderem responder às exigências atuais e futuras<br />
dos automóveis.<br />
O Concurso terá como ponto alto a realização da<br />
Grande Final Melhor Mecatrónico <strong>202</strong>2/23, nos<br />
dias 14, 15 e 16 de abril de <strong>202</strong>3, no salão expo-<br />
MECÂNICA. Irão ser três dias intensos, onde os<br />
concorrentes terão de fazer valer os seus conhecimentos<br />
e experiência para superar as diversas provas<br />
da Competição.<br />
O Júri será uma vez mais presidido por Carlos<br />
Isidro, coordenador da área de Mecatrónica Automóvel<br />
da ATEC, que conta com a colaboração de<br />
oito experientes formadores que irão acompanhar<br />
individualmente os concorrentes nos seus postos<br />
de trabalho. Tudo, mas mesmo tudo, será avaliado.<br />
Desde o conhecimento técnico, até ao manuseamento<br />
<strong>das</strong> ferramentas, passando por hábitos de<br />
limpeza. A avaliação será feita com base na resolução<br />
dos vários exercícios e no tempo despendido.<br />
Quem conseguir resolver mais avarias e tiver despendido<br />
menos tempo no diagnóstico e reparação<br />
dos veículos, será o vencedor.<br />
Funcionamento da competição<br />
Em traços gerais, na prova prática os concorrentes<br />
terão de efetuar o diagnóstico a um veículo, detetar<br />
as anomalias e corrigi-las. As anomalias serão<br />
introduzi<strong>das</strong> previamente nos veículos utilizados<br />
na prova e serão sempre as mesmas para todos os<br />
veículos. A final da competição contempla três módulos,<br />
de duas horas cada. O Módulo A será constituído<br />
pelo Diagnóstico de Motor, o Módulo B pela<br />
Reparação de Motor e o Módulo D pelo Diagnóstico<br />
do Sistema Elétrico. Todos os materiais, ferramentas<br />
e equipamentos serão fornecidos pela organização.<br />
Os concorrentes apenas terão de trazer<br />
os seus EPI’s (roupa de trabalho, botas, óculos). E,<br />
claro, conhecimento, concentração e afinco para<br />
dar o melhor. Até porque, além do título de Melhor<br />
Mecatrónico <strong>202</strong>2/23, o vencedor levará para<br />
casa um valioso prémio e todos os participantes<br />
receberão troféus e vário merchandising dos patrocinadores.<br />
Todos os concorrentes levarão para<br />
casa Diplomas de Participação e os três primeiros<br />
vencedores Certificados que comprovam o seu excelente<br />
desempenho durante a competição.<br />
Subir a FASquia<br />
Este ano, queremos melhorar ainda mais o Concurso,<br />
que é já um evento incontornável do aftermarket<br />
em Portugal. Para além da publicação dos<br />
questionários, que vão servir para selecionar os<br />
finalistas, iremos organizar um programa de eventos<br />
para a Final do Concurso, onde o grande protagonista<br />
será a profissão de mecatrónico automóvel<br />
e to<strong>das</strong> as atividades que giram à sua volta. Vai ser<br />
um acontecimento com muitos motivos de interesse<br />
e que deve ser visitado por todos os que se interessam<br />
pela reparação automóvel e gestão oficinal.<br />
O setor está a atravessar uma fase de mudança, quer<br />
no que diz respeito aos veículos que visitam as oficinas,<br />
muito mais evoluídos tecnologicamente, quer<br />
no que se refere ao modelo de negócio <strong>das</strong> próprias<br />
oficinas. E o mecatrónico é uma peça fundamental<br />
nas oficinas que querem evoluir num mercado em<br />
mudança, onde já não chega ser bom, agora é necessário<br />
ser excecional, em competência técnica e<br />
nas relações com clientes e colegas. A competência,<br />
disciplina e organização, ajudam a melhores níveis<br />
de rentabilidade e esse é o caminho.<br />
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PATROCINADORES >
SUSTENTABILIDADE NA AGENDA DAS EMPRESAS<br />
UM NOVO SENTIDO<br />
DE PROPÓSITO<br />
POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA, PERDA DE BIODIVERSIDADE, VIOLAÇÕES DOS DIREITOS HUMANOS, QUASE NÃO<br />
PASSA UM DIA SEM QUE ALGUM ASPETO DA SUSTENTABILIDADE CHEGUE ÀS NOTÍCIAS. A SOCIEDADE<br />
ESTÁ NUMA ENCRUZILHADA. O CAMINHO QUE DECIDIR TOMAR TERÁ IMPACTO NÃO SÓ NAS VIDAS DA<br />
GERAÇÃO ATUAL, MAS TAMBÉM NAS DAS GERAÇÕES VINDOURAS<br />
Nos últimos anos, a sustentabilidade<br />
tem encontrado um lugar firme na<br />
agenda <strong>das</strong> empresas. Algumas abraçaram<br />
um caminho que vai para além<br />
do cumprimento dos objetivos a curto<br />
prazo <strong>das</strong> partes interessa<strong>das</strong>. Muitos outros<br />
continuam com “tudo como sempre”. No entanto,<br />
existem boas razões para as empresas embarcarem<br />
numa viagem de sustentabilidade. A crescente<br />
preocupação do público resultou num endurecimento<br />
da regulamentação em muitas regiões em<br />
áreas como as emissões de CO 2 e a reciclagem em<br />
circuito fechado. Mas a pressão não para aí, pois<br />
há muito que a sustentabilidade atingiu os mercados<br />
financeiros, com os investidores a imporem às<br />
empresas assumirem compromissos ambiciosos.<br />
Existe oportunidade na sustentabilidade<br />
Para surpresa de alguns observadores, a Geração Z<br />
(pessoas nasci<strong>das</strong> no final dos anos 90 e nos anos<br />
2000) está a revelar-se uma geração de ativistas,<br />
espalhando rapidamente a sua mensagem através<br />
dos meios de comunicação social e redes sociais. À<br />
medida que entram na força de trabalho, as suas<br />
vozes têm um peso cada vez maior quando se trata<br />
de comportamento empresarial. Estão a forçar os<br />
seus empregadores a desenvolver um novo sentido<br />
de propósito. E como grupo de clientes, estão<br />
a gastar o seu dinheiro escolhendo produtos e serviços<br />
sustentáveis em vez de equivalentes menos<br />
sustentáveis. Dececionados com os mecanismos<br />
políticos tradicionais, canalizam o seu ativismo<br />
através dos meios de comunicação social e organizações<br />
não governamentais. Os peritos preveem<br />
que o número de pessoas que apoiam as ONG em<br />
todo o mundo irá crescer de 1,4 mil milhões em<br />
2014 para 2,5 mil milhões em 2030. Com o crescente<br />
apoio, e o crescente financiamento como resultado,<br />
as ONG vão exigir uma participação cada<br />
vez maior na tomada de decisões.<br />
A Geração Z está agora a entrar na força de trabalho.<br />
Consequentemente, as empresas têm de reforçar<br />
o seu compromisso com a sustentabilidade,<br />
tanto a nível interno como externo e tornar este<br />
compromisso credível. A Geração Z espera que os<br />
seus empregadores tenham uma missão social, um<br />
sentido de propósito e que se envolvam ativamente<br />
com o mundo exterior. Esperam um local de trabalho<br />
diversificado em termos de género, etnia e<br />
antecedentes educacionais.<br />
No passado, a humanidade esteve frequentemente<br />
em encruzilha<strong>das</strong> como estas. A história mostra<br />
que somos capazes de mudar o nosso comportamento.<br />
Mas será que a revolução da sustentabilidade<br />
virá suficientemente depressa? Neste artigo<br />
baseado num estudo da Roland Berger, apresentamos<br />
quatro cenários, imagens de como o mundo<br />
poderá ser em 2050. Juntos, formam um panorama<br />
da série de diferentes futuros possíveis no que<br />
diz respeito à sustentabilidade. Analisamos os diferentes<br />
cenários utilizando o quadro ESG (Environment,<br />
Social, Corporate Governance), que analisa<br />
as três dimensões centrais da sustentabilidade:<br />
ambientais, sociais e de governação empresarial.<br />
As implicações para as empresas diferem para<br />
cada um dos cenários e afetam uma grande variedade<br />
de áreas, da concorrência à diferenciação, da<br />
inovação ao recrutamento.<br />
O que estão as empresas a fazer?<br />
Na análise realizada, dividimos as oportunidades<br />
por dimensão e horizonte temporal do ESG. As<br />
empresas podem tomar uma grande variedade<br />
de medi<strong>das</strong>, tais como conseguir neutralidade de<br />
CO 2, assegurar total transparência dos processos<br />
produtivos e pôr em prática sistemas robustos de<br />
denúncia de irregularidades. Qualquer estratégia<br />
empresarial será bem vinda. A sustentabilidade é<br />
uma questão que veio para ficar e as empresas que<br />
não a abordarem nas suas estratégias poderão correr<br />
riscos substanciais: o risco de prejudicar a sua<br />
reputação, problemas nas suas cadeias de abastecimento,<br />
riscos para o ambiente e assim por diante.<br />
Pelo contrário, as empresas que optam por enfrentar<br />
frontalmente a questão da sustentabilidade podem<br />
descobrir que, ao fazê-lo, podem pagar grandes<br />
recompensas.<br />
Colocar a sustentabilidade<br />
no centro <strong>das</strong> atenções<br />
Não pode haver dúvi<strong>das</strong> de que a sustentabilidade é<br />
uma <strong>das</strong> questões mais prementes que o mundo enfrenta<br />
atualmente. É uma questão que afeta todos<br />
os aspetos da vida, desde as nossas decisões quotidianas<br />
até ao destino <strong>das</strong> gerações futuras, desde o<br />
mundo da política até ao setor privado. A sustentabilidade<br />
está a moldar a forma como o mundo está<br />
a mudar - e continuará a fazê-lo no futuro. Para<br />
compreender plenamente o que entendemos por<br />
sustentabilidade, vale a pena analisar a forma como<br />
o conceito se desenvolveu ao longo do tempo. Já na<br />
década de 1970, os cientistas alertaram para os efeitos<br />
ambientais do aquecimento global. A publicação<br />
do relatório The Limits to Growth em 1972, assinalou<br />
um marco significativo. Hoje, a sustentabilidade<br />
também encontrou um lugar firme na agenda da estratégia<br />
empresarial. Não menos importante desde<br />
o escândalo Enron em 2001, as empresas começa-<br />
www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com Novembro I 22 17
ALGUMAS EMPRESAS JÁ ABANDONARAM A MENTALIDADE DE LUCRO A todos<br />
OS CUSTOS QUE IMPULSIONAM OS SEUS NEGÓCIOS E ENCONTRARAM UM NOVO<br />
SENTIDO DE PROPÓSITO PARA AS SUAS ATIVIDADES<br />
ram a implementar, ou pelo menos, a<br />
aspirar ao cumprimento e às normas<br />
éticas. Antes de passarmos à questão<br />
de como a sustentabilidade pode<br />
moldar as próximas três déca<strong>das</strong>, vale<br />
a pena perguntar porque é que isto<br />
aconteceu. O que é que leva as empresas<br />
a fazer da sustentabilidade uma<br />
parte essencial da sua estratégia?<br />
A sociedade está a mudar<br />
Cada vez mais, é o público em geral<br />
que está a liderar o debate sobre sustentabilidade.<br />
Quer se trate de imagens<br />
de ursos polares afetados pela<br />
diminuição <strong>das</strong> calotas de gelo, ou<br />
de ilhas de resíduos plásticos quatro<br />
vezes maiores do que a Alemanha,<br />
os problemas ambientais tornaram-<br />
-se uma grande preocupação para<br />
o público. Com a ajuda dos meios<br />
de comunicação social, estas preocupações<br />
espalharam-se pela sociedade,<br />
atingindo mais pessoas e a<br />
uma velocidade mais rápida do que<br />
alguma vez foi possível no passado.<br />
Movimentos como #MeToo e #BlackLivesMatter<br />
demonstram a intensidade<br />
do sentimento na sociedade<br />
de hoje sobre a má conduta.<br />
A regulamentação desempenha um<br />
papel fundamental na criação do<br />
quadro necessário para a sustentabilidade.<br />
A luta para introduzir legislação<br />
relevante tem sido longa e dura,<br />
mas estamos agora a assistir a um<br />
endurecimento <strong>das</strong> regras em muitas<br />
regiões diferentes. As diferenças geográficas<br />
são inevitáveis, é claro. Na<br />
Europa, por exemplo, é provável que<br />
as leis se concentrem nos ciclos de<br />
vida dos produtos, nas emissões de<br />
CO 2, na economia circular e na percentagem<br />
de mulheres em posições<br />
de liderança a avançar. As crescentes<br />
preocupações sobre questões de<br />
sustentabilidade estão também a ter<br />
impacto nos mercados financeiros.<br />
Os investidores esperam mais <strong>das</strong><br />
empresas no que diz respeito ao seu<br />
desempenho em termos de sustentabilidade<br />
e muitas empresas estão<br />
a responder com fortes compromissos.<br />
A recente carta da BlackRock<br />
aos CEO sobre a crise climática e o<br />
anúncio do seu desinvestimento em<br />
empresas com riscos de sustentabilidade<br />
é uma prova clara desta mudança.<br />
Está também a mudar a mente<br />
<strong>das</strong> empresas que anteriormente<br />
consideravam a sustentabilidade<br />
demasiado cara. A procura também<br />
está a crescer para uma abordagem<br />
comparável e normalizada dos relatórios<br />
de sustentabilidade.<br />
As empresas de to<strong>das</strong> as indústrias<br />
aumentaram as suas aspirações em<br />
relação à sustentabilidade e começaram<br />
a anunciar objetivos mensuráveis.<br />
Os compromissos para ter um<br />
impacto de CO 2 negativo ou neutro e<br />
os objetivos para a quota de materiais<br />
reciclados utilizados já não são incomuns.<br />
As empresas têm boas razões<br />
para elevar a fasquia: Os clientes encaram<br />
cada vez mais a sustentabilidade<br />
como um critério fundamental<br />
de compra. Em termos simples, estão<br />
dispostos a pagar o verdadeiro custo<br />
dos produtos e serviços. E como<br />
se isso não fosse suficiente, as ONG<br />
também responsabilizam as empresas<br />
pelas suas limitações ambientais<br />
- por exemplo, quando ativistas<br />
da Greenpeace escalaram o Shard<br />
de Londres para protestar contra os<br />
planos de perfuração de petróleo e<br />
gás da Shell no Ártico em 2013.<br />
18 Novembro I <strong>202</strong>2 www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com
PATROCINADORES ><br />
O que é o ESG?<br />
QUADRO DE SUSTENTABILIDADE QUE UTILIZA FATORES AMBIENTAIS, SOCIAIS E DE GOVERNAÇÃO EMPRESARIAL<br />
G<br />
Estrutura<br />
e supervisão<br />
Recursos naturais<br />
e bem-estar animal<br />
E<br />
GOVERNAÇÃO<br />
EMPRESARIAL<br />
(CORPORATE<br />
GOVERNANCE)<br />
Política de<br />
compensação<br />
Eficiência<br />
energética<br />
MEIO AMBIENTE<br />
(ENVIRONMENT)<br />
Governação da cadeia<br />
de abastecimento<br />
Emissões<br />
Conformidade<br />
e ética empresarial<br />
Poluição/resíduos<br />
Transparência<br />
Oportunidades de<br />
inovação/ambiente<br />
Responsabilidade<br />
pelo produto<br />
Sociedade<br />
e comunidade<br />
Diversidade<br />
e oportunidades<br />
Direitos Humanos<br />
Bem-estar<br />
dos funcionários<br />
S<br />
O QUADRO ESG<br />
A crescente pressão da sociedade, reguladores e investidores levou<br />
a uma forte procura de um quadro padronizado para medir<br />
a responsabilidade empresarial. Existem dezenas destes quadros<br />
de sustentabilidade em todo o mundo, tais como os Objetivos de<br />
Desenvolvimento Sustentável <strong>das</strong> Nações Uni<strong>das</strong> (ODS), o Pacto<br />
Global da ONU e as normas ISO para a proteção ambiental. Estes<br />
quadros abrangem muitos aspetos da sustentabilidade. Mas também<br />
têm algumas desvantagens, tais como serem difíceis de medir<br />
e, em alguns casos, difíceis de traduzir em indicadores-chave<br />
SOCIAL<br />
(SOCIAL)<br />
de desempenho (KPI) para as empresas.<br />
Um quadro que não sofre com estas questões é o ESG, que representa<br />
as três dimensões centrais da sustentabilidade: questões<br />
ambientais, sociais e de governação empresarial. O quadro ESG<br />
representa um compromisso entre os SDG, que são mais temáticos,<br />
e as normas ISO. É colocada ao nível certo para permitir às<br />
empresas desenvolver estratégias, estabelecer prioridades e gerir<br />
a implementação. O quadro ESG tem uma série de vantagens<br />
em relação a outras abordagens: É holístico, os seus três pilares<br />
Fonte: Roland Berger<br />
abrangem todos os aspetos da sustentabilidade empresarial; é<br />
mensurável, uma vez que os critérios ESG podem ser quantificados<br />
e utilizados para a definição de objetivos internos e orientação;<br />
é personalizável para diferentes indústrias e empresas<br />
individuais; e já atingiu massa crítica em certos sectores. Assim,<br />
é geralmente aceite pelo mundo do investimento e é o quadro<br />
preferido de instituições como a WFE (Federação Mundial de Bolsas<br />
de Valores) e a EFFAS (Federação Europeia <strong>das</strong> Associações de<br />
Analistas Financeiros).<br />
www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com Novembro I 22 19
Mercado<br />
JOAQUIM CANDEIAS ANALISA AFTERMARKET<br />
GRANDES DESAFIOS...<br />
... ENORMES OPORTUNIDADES!<br />
ENQUANTO MEMBRO DA DIREÇÃO DA FIGIEFA, JOAQUIM CANDEIAS TEM SIDO UMA VOZ PROEMINENTE NA<br />
DEFESA DO IAM. NUMA APRESENTAÇÃO CLARA E CONCISA, O PRESIDENTE DA DPAI/ACAP FALOU SOBRE OS<br />
TEMAS QUENTES ATUALMENTE EM DEBATE A NÍVEL EUROPEU<br />
Atuando como interlocutor político do pós<br />
‐venda Independente, em Bruxelas, a FI<br />
GIEFA (Associação Independente dos Distribuidores<br />
Aftermarket Automóvel) representa os<br />
interesses de mais de 30.000 empresas e os seus<br />
principais objetivos passam pela manutenção da<br />
concorrência no pós venda e pela promoção da liberdade<br />
de escolha do consumidor.<br />
Joaquim Candeias explica o trabalho que tem vindo<br />
a ser feito no sentido de assegurar e fortalecer<br />
o aftermarket independente. São, essencialmente,<br />
cinco pontos que devem ser acautelados para que<br />
todos os players, quer OEM como IAM, possam ter<br />
um acesso indiferenciado ao negócio, sem restrições<br />
ou bloqueios. Está em causa o acesso remoto<br />
aos dados e recursos do veículo; a certificação e<br />
homologação de peças; o Regulamento MVBER; a<br />
cibersegurança e, por fim, mas não menos importante,<br />
a sustentabilidade.<br />
Acesso remoto<br />
AOS dados/recursos do veículo<br />
Por um lado, é importante que o condutor possa<br />
interagir com o software através da máquina,<br />
com recurso a aplicações, “uma arquitetura com<br />
base «sandbox», onde o utilizador tem bastante<br />
controlo, autonomia e poder de decisão”, explicou<br />
Joaquim Candeias. Por outro lado, o setor do aftermarket<br />
precisa de ter acesso aos dados e recursos<br />
do veículo, «ler» o que ele precisa e se for preciso<br />
intervencionar. É fulcral que este acesso seja feito<br />
sem intervenção de terceiros e sem que os fa<br />
bricantes de automóveis detenham o monopólio<br />
da informação que está no veículo. “É algo que<br />
nós alertamos fortemente na FIGIEFA, junto do<br />
Parlamento Europeu, defendendo o nosso setor:<br />
Os objetivos são termos um melhor serviço para<br />
o consumidor e proprietários de veículos na Europa,<br />
através de uma opção de mercado único digital<br />
para o serviço de setor automóvel, onde exista uma<br />
plataforma a que toda a gente possa ter um acesso<br />
indiferenciado”, disse o responsável, que não baixa<br />
os braços no sentido de garantir as aptidões e direitos<br />
iguais para todos os prestadores de serviços,<br />
mesmo que isso envolva “muita legislação e um lobby<br />
extremamente forte”.<br />
“Com a transformação digital na mobilidade, a<br />
inovação dos modelos de negócio e serviços, iniciativas<br />
de segurança rodoviária e ambientais, e uma<br />
concorrência adequada e justa, existirão muitos<br />
benefícios para o consumidor final”, assinala Joaquim<br />
Candeias.<br />
Certificação/homolOGAção de peçAS<br />
Com os fabricantes de automóveis a procurar<br />
cada vez mais centralizar o negócio perto de si e<br />
controlá lo, nasce a necessidade de certificação/<br />
homologação <strong>das</strong> peças que sejam monta<strong>das</strong> nos<br />
veículos. Estas peças devem ter um código QR<br />
que o veículo consiga ler e que reconheça de modo<br />
digital que foram monta<strong>das</strong>. Segundo Joaquim<br />
Candeias, é preciso que esta certificação exista não<br />
só por parte dos fabricantes de automóveis, como<br />
dos fabricantes de aftermarket que, “na grande<br />
maioria são de primeiro equipamento também”.<br />
Ou seja, o construtor de automóveis deve homologar<br />
as peças fabrica<strong>das</strong> por terceiros, para que<br />
os fabricantes externos à marca possam também<br />
construir e comercializar as suas peças. Tecnicamente,<br />
a peça tem de ser específica e deve fazer se<br />
acompanhar de informação que torne a sua aplicação<br />
fácil. Por outro lado, também o fabricante<br />
de ferramentas de diagnóstico terá de se sujeitar<br />
à certificação / homologação, para que se possa<br />
ter a certeza de que se faz o diagnóstico correto.<br />
Assim, a distribuição de peças passará a ser mais<br />
profissionalizada e muito mais técnica, havendo,<br />
inclusivamente, a ideia de ter uma certificação na<br />
cadeia de distribuição, para que esta seja adequada.<br />
Por fim, o próprio reparador terá que ter uma<br />
certificação própria, para que possa intervencionar<br />
corretamente o veículo.<br />
MVBER (Motor Vehicle Block Exemption<br />
Regulation)<br />
Existe desde 2002, foi renovado em 2010 com extensão<br />
até <strong>202</strong>3 e há de ter uma extensão por mais<br />
cinco anos, de acordo com o Parlamento Europeu.<br />
Em traços gerais, o MVBER significa que qualquer<br />
veículo pode ser intervencionado desde o km zero<br />
sem perder a garantia, “uma legislação que nos defende<br />
há vinte anos, mas que infelizmente é do desconhecimento<br />
da maior parte <strong>das</strong> pessoas. A falta<br />
de conhecimento de clientes e a desinformação aos<br />
consumidores, vinda dos fabricantes de automóveis,<br />
é notória”, lamenta o presidente da Divisão do<br />
O FAAS DEVE TER A AMBIÇÃO DE ACOMPANHAR O SETOR AUTOMÓVEL<br />
INDEPENDENTE NA SUA TRANSIÇÃO ATRAVÉS DA UNIÃO CONJUNTA<br />
DE TODOS OS PLAYERS, A FIM DE SE ALCANÇAR UM MERCADO PÓS-VENDA<br />
INDEPENDENTE SUSTENTÁVEL<br />
20 Novembro I <strong>202</strong>2 www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com
MERCADO<br />
Quadro I // Sequência na cadeia de distribuição com o impacto da certificação/homologação <strong>das</strong> peças<br />
FABRICO PEÇA<br />
INDEPENDENTE<br />
HOMOLOGAÇÃO /<br />
CERTIFICAÇÃO<br />
INFORMAÇÃO<br />
TÉCNICA<br />
FABRICO<br />
DIAGNÓSTICO<br />
Peças independentes fabrica<strong>das</strong><br />
de acordo como o regulamento<br />
ISO/SAE 21434<br />
Homologação / certificação<br />
da peça pelos fabricantes<br />
do veículo, antes de serem<br />
comercializa<strong>das</strong> e instala<strong>das</strong><br />
Informações técnicas de instalação<br />
e configuração obrigatórias<br />
para instalação <strong>das</strong> peças<br />
independentes<br />
Ferramenta de Diagnóstico<br />
fabrica<strong>das</strong> de acordo com o<br />
regulamento ISO/SAE 21434<br />
HOMOLOGAÇÃO/<br />
CERTIFICAÇÃO<br />
DISTRIBUIÇÃO<br />
DE PEÇAS<br />
DIAGNÓSTICO<br />
DE VEÍCULOS<br />
OPERAÇÃO<br />
DE REPARAÇÃO<br />
Ferramenta de Diagnóstico<br />
obrigada a autenticação pelos<br />
fabricantes dos veículos<br />
Distribuição <strong>das</strong> Peças com<br />
to<strong>das</strong> as informações técnicas<br />
de reparação, garantindo<br />
integridade na entrega<br />
Inicio do Diagnóstico<br />
ao veículo, identificando<br />
o problema, com utilização<br />
de ferramentas certifica<strong>das</strong><br />
e com acesso ao veículo<br />
Lojas de reparação Certifica<strong>das</strong><br />
utilizando peças autentica<strong>das</strong><br />
eletronicamente para serem<br />
ativa<strong>das</strong> e integra<strong>das</strong> no sistema<br />
do veículo<br />
Fabricantes de peças Editores de informações técnicas Fabricantes de ferramentas diagnóstico Distribuidores de peças Lojas de reparação<br />
IAM: Independent Aftermarket; UNECE:United Nations Economic Commission for Europe; ISO: International Organization for Standardization; SAE: Society of<br />
Automotive Engineers; RMI: Repair and Maintenance Information; FIGIEFA: European Federation of the Automotive Aftermarket Distributors; VM: Vehicle<br />
Manufacturer; CSMS: Cyber Security Management System<br />
Pós ‐venda Automóvel Independente<br />
da ACAP. Apesar disso, as dificuldades<br />
no acesso à informação para a reparação<br />
são contínuas, têm elevados<br />
custos e consideráveis atrasos, porque<br />
ainda que o fabricante seja obrigado<br />
a conceder a informação, não<br />
é explícita a janela temporal de que<br />
dispõe para a fornecer, o que muitas<br />
vezes torna a intervenção impossível<br />
de realizar em tempo útil.<br />
Joaquim Candeias advoga também a<br />
uniformidade nos conteúdos fornecidos<br />
na Informação à Manutenção<br />
e Reparação, que devem ser “homogéneos<br />
e iguais para todos. Isto tem<br />
de ser devidamente legislado a fim de<br />
defender o próprio consumidor final,<br />
porque o que está em causa é ter direito<br />
de escolher entre ir a um concessionário<br />
de marca ou a um operador<br />
independente”. A manutenção e<br />
modernização deste regulamento é<br />
necessária, a seu ver, para que exista<br />
a garantia de que “podemos intervencionar<br />
os veículos, ter acesso à<br />
informação de um modo fácil e justo<br />
e que não haja áreas de negócio que<br />
tenham mais facilidades do que outras”.<br />
A FIGIEFA já solicitou à Comissão<br />
Europeia que introduza esclarecimentos<br />
sobre o acesso a informações<br />
técnicas clássicas e abusos de garantia,<br />
assim como o pediu o princípio<br />
da não discriminação, porque há<br />
algumas lacunas na lei “onde é importante<br />
ser específico para garantir<br />
que temos o acesso a informações<br />
técnicas e a certos dados do veículo”<br />
e requereu também esclarecimentos<br />
relativos à proteção jurídica dos operadores<br />
independentes, que devem<br />
ser devidamente salvaguardados e<br />
defendidos. De acordo com Joaquim<br />
Candeias, foi também solicitado que<br />
se assegure o acesso efetivo a todos os<br />
«inputs» que sejam necessários para<br />
os operadores independentes poderem,<br />
de facto, intervencionar os veículos.<br />
É intenção da Federação Europeia<br />
da Distribuição do Aftermarket<br />
conseguir maior coordenação com a<br />
AFCAR (Aliança para a Liberdade<br />
de Reparação automóvel na UE);<br />
analisar e reagir à proposta inicial da<br />
DG ‐GROW (Direção Geral de Mercado<br />
Interno, Indústria, Empreendedorismo<br />
e PME’s, do Parlamento<br />
Europeu, antes de ser submetida a<br />
votação na comissão e ainda intensificar<br />
a atividade jurídica, a fim de<br />
conseguir atingir os objetivos.<br />
Cibersegurança : Aftermarket<br />
responsável e seguro<br />
A cibersegurança é uma área vital<br />
para garantir um aftermarket res‐<br />
É FULCRAL QUE O ACESSO AOS DADOS E RECURSOS DO VEÍCULO<br />
SEJA FEITO SEM INTERVENÇÃO DE TERCEIROS E SEM QUE<br />
OS FABRICANTES DE AUTOMÓVEIS DETENHAM O MONOPÓLIO<br />
DA INFORMAÇÃO QUE ESTÁ NO VEÍCULO<br />
22 Novembro I <strong>202</strong>2 www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com
www.liqui-moly.com<br />
@liquimoly<br />
@liquimolyiberia<br />
ENTRE OS OBJETIVOS DA<br />
SUSTENTABILIDADE NO<br />
AFTERMARKET ESTÃO Voltar À<br />
POLÍTICA DA REMANUFACTURA<br />
E REPARAÇÃO DAS PEÇAS,<br />
ASSIM COMO A RECICLAGEM<br />
OBRIGatÓRIA total DAS PEÇAS<br />
E A REDUÇÃO DAS EMBALAGENS<br />
ponsável e seguro na cadeia de<br />
mobilidade. Uma vez que a tendência<br />
não é de estabilização,<br />
haverá cada vez mais questões<br />
relaciona<strong>das</strong> com esta área, que<br />
necessita de um desenvolvimento<br />
seguro onde a instalação e a ativação<br />
de peças seja possível via<br />
ferramentas e diagnósticos multimarca.<br />
Além do já falado acesso<br />
à informação, é preciso que<br />
o aftermarket seja reconhecido<br />
“como parte legítima e autorizada,<br />
como intervenção ou intervenientes<br />
seguros na reparação<br />
e no ecossistema da mobilidade.<br />
Queremos ser agentes ou operadores<br />
com toda a dignidade, respeitados<br />
no futuro dentro desta<br />
área da segurança, porque o fabricante<br />
só procura defender os<br />
seus interesses próprios”, afirma<br />
Joaquim Candeias.<br />
Neste sentido, a FIGIEFA está a<br />
trabalhar para que a cibersegurança<br />
e a instalação segura de peças<br />
sejam incluí<strong>das</strong> no plano de<br />
trabalho de <strong>202</strong>2 da DG ‐GROW,<br />
uma posição conjunta com outras<br />
associações como a AFCAR (reparadores),<br />
a CLEPA (fabricantes<br />
de peças) ou a ETRMA (pneus).<br />
A ideia é dar seguimento a este<br />
grupo de trabalho, fazendo nova<br />
reunião com estes «players», que<br />
inclua também os produtores<br />
independentes de peças e ainda<br />
continuar a investigação sobre os<br />
problemas de codificação de peças<br />
e mais evidências necessárias<br />
com a Comissão Europeia.<br />
Sustentabilidade no<br />
Aftermarket<br />
Foi criado o FAAS (Forum on<br />
Automotive Aftermarket Sustainaibility),<br />
com a presença de<br />
diversas federações, além <strong>das</strong><br />
promotoras FIGIEFA e CLEPA,<br />
como a americana AUTOCARE,<br />
a FIA, a ETRMA, a AIRC, ou a<br />
APRA que pretendem defender<br />
adequadamente a sustentabilidade<br />
dentro do setor automóvel<br />
independente.<br />
Este Fórum quer acompanhar o<br />
setor automóvel e independente<br />
na sua transição, através da união<br />
conjunta de todos os players,<br />
para se alcançar um mercado de<br />
pós ‐venda independente sustentável<br />
e garantir a continuidade<br />
do negócio.<br />
É vital impulsionar a mudança<br />
da cadeia de distribuição do pós‐<br />
‐venda independente pela alta<br />
qualidade de sinergias, criar<br />
soluções para questões globais,<br />
como mudanças climáticas, a<br />
transição de energias, para baixar<br />
o CO 2 e eliminar cada vez mais<br />
resíduos e enfrentar a falta de<br />
conhecimento do próprio setor e<br />
fornecer as ferramentas necessárias<br />
para que as empresas possam<br />
evoluir nesta área.<br />
Entre os objetivos, estão voltar à<br />
política da remanufactura e reparação<br />
<strong>das</strong> peças, assim como a<br />
reciclagem obrigatória total <strong>das</strong><br />
peças e a redução <strong>das</strong> embalagens<br />
por parte dos fabricantes.<br />
Quer ‐se também a redução <strong>das</strong><br />
emissões de CO 2 pela otimização<br />
e digitalização da cadeia de distribuição,<br />
algo que já acontece,<br />
por exemplo na Áustria, onde<br />
há limites às entregas diárias, e<br />
pretende ‐se que haja um método<br />
de cálculo padronizado de pegada<br />
de carbono dos produtos e<br />
respetiva análise do ciclo de vida.<br />
Além disso, claro, é preciso procurar<br />
tecnologias e combustíveis<br />
alternativos em que a produção<br />
de CO 2 baixe consideravelmente,<br />
para que a sustentabilidade mais<br />
do que um objetivo, seja uma<br />
forma de vida no setor do aftermarket.<br />
l<br />
PUB<br />
Gosta de beber<br />
um bom vinho<br />
num copo sujo?<br />
O óleo novo<br />
também prefere<br />
um motor limpo.<br />
A limpeza interna LIQUI MOLY é fundamental<br />
para qualquer motor. Limpa o seu interior<br />
e remove depósitos, sujidade e borras de<br />
óleo. Só assim o óleo de motor novo pode<br />
desenvolver todo o seu potencial.<br />
Vantagens: o motor limpo funciona com<br />
mais eficácia após a mudança de óleo,<br />
de forma mais silenciosa e com menor<br />
consumo e emissões poluentes.<br />
LAVE SEMPRE O MOTOR ANTES<br />
DE CADA MUDANÇA DE ÓLEO!
Entrevista
HERNÁN MARQUÉS, DIRETOR GERAL SAMPA IBÉRICA<br />
O MERCADO PORTUGUÊS<br />
RECEBEU-NOS MUITO BEM<br />
PRESENTE NO MERCADO IBÉRICO DESDE <strong>202</strong>1, A SAMPA IBÉRICA COMEÇOU A OPERAR EM PORTUGAL EM<br />
JANEIRO DE <strong>202</strong>2. À FRENTE DAS SUAS ATIVIDADES ESTÁ HERNÁN MARQUÉS, DIRETOR GERAL DA SAMPA<br />
IBÉRICA, QUE NESTA ENTREVISTA FALOU SOBRE A ESTRATÉGIA DA SAMPA PARA O MERCADO PORTUGUÊS,<br />
ONDE AMBICIONA ACRESCENTAR VALOR<br />
A<br />
Sampa tem as suas origens no ano de 1950,<br />
na produção de peças para veículos. Com a<br />
experiência adquirida no mercado de peças<br />
para veículos pesados, expandiu as suas atividades<br />
para o setor da distribuição, com uma forte<br />
implementação no pós-venda e também como<br />
fornecedor de primeiro equipamento, para diferentes<br />
marcas de veículos pesados. A sua sede está<br />
situada na província independente de Samsun,<br />
às margens do Mar Negro, na Turquia. A origem<br />
do seu nome Sampa, advém da justaposição <strong>das</strong><br />
palavras Samsun e Parts. Com uma dinâmica de<br />
ven<strong>das</strong> e diversidade de produtos, a empresa tem<br />
vindo a registar um crescimento robusto nos diversos<br />
mercados onde se encontra presente. No<br />
mercado ibérico, a Sampa estabeleceu a sua base<br />
administrativa e operacional em Madrid, num<br />
amplo e moderno armazém logístico localizado<br />
no Polígono Empresarial de San Fernando de Henares,<br />
próximo da M50, onde dispõe de uma área<br />
coberta com mais de 5.000 m2.<br />
A Sampa foi à Automechanika Frankfurt dizer que<br />
quer ser um líder mundial a nível de peças para<br />
veículos pesados. Que estratégia está<br />
a ser implementada para atingir este objetivo?<br />
A Sampa começou a desenvolver um plano estratégico<br />
global que integra uma forte expansão com<br />
uma presença mundial com as suas próprias unidades<br />
de negócio (filiais), um grande investimento<br />
para expandir a sua capacidade de produção e desenvolvimento<br />
de produtos tanto para o mercado<br />
de reposição como em projetos de equipamento<br />
original, onde já tem uma longa história e presença.<br />
Atualmente, a Sampa emprega mais de 2.500<br />
pessoas, dispõe de uma área de produção acima<br />
dos 150 mil m2 e conta com uma gama superior<br />
aos 52 mil produtos, com diferentes aplicações e<br />
referências, ajusta<strong>das</strong> ao vasto parque circulante<br />
de viaturas comerciais, camiões e autocarros. Exporta<br />
para mais de 90 países e possui escritórios<br />
e armazéns próprios em 15 países. Com uma visão<br />
global e moderna do mercado de peças de reposição<br />
e também enquanto fornecedor de peças para<br />
primeiro equipamento, a Sampa é uma marca que<br />
fabrica 70% dos produtos que comercializa.<br />
A Sampa também esteve presente nos Prémios<br />
Automechanika Innovation, que reconheceram um<br />
dos seus novos produtos, o “Auto-Lock Adjuster<br />
for smart 5th Wheel”. Qual é a importância deste<br />
prémio para a empresa?<br />
É um reconhecimento e um prémio pelo contínuo<br />
desenvolvimento e procura de melhorias que a empresa<br />
está empenhada em implementar. A mensagem<br />
é clara, Sampa não é apenas um fabricante<br />
de peças, mas também uma empresa inovadora.<br />
De referir que a Sampa recebeu da marca Ford<br />
uma distinção Q1 como fornecedor de referência.<br />
Qual é o balanço da participação da Sampa<br />
nesta edição da Automechanika?<br />
Foi uma experiência bem-sucedida e positiva,<br />
compartilhada pelos nossos clientes e família<br />
Sampa de todo o mundo. Ficamos muito satisfeitos<br />
por ter tido esta oportunidade de trocar ideias<br />
e inovações com todos os nossos clientes e potenciais<br />
clientes, apresentando produtos de ponta, expandindo<br />
oportunidades de networking e gerando<br />
novos contatos comerciais. Com o stand decorado<br />
com a sua campanha “Expectmore” a Sampa mostrava<br />
com isso, não só, a sua enorme capacidade<br />
produtiva e de desenvolvimento, como abordava<br />
frontalmente os fortes investimentos que pretende<br />
fazer ao nível da produção (duplicar o número de<br />
fábricas) e a abertura de filiais e representações em<br />
diversas partes do globo.<br />
Como define a vossa campanha “Expectmore”<br />
e quais são os seus objetivos?<br />
“Expectmore” é uma campanha de comunicação<br />
que o departamento de marketing concebeu, para<br />
integrar no mesmo canal de comunicação tudo o<br />
que a Sampa representa como empresa produtora,<br />
O FABRICO E ABASTECIMENTO EFICIENTE DE 52.000 PEÇAS DE QUALIDADE<br />
SOB 24 CATEGORIAS, TORNAM A SAMPA A TERCEIRA MAIOR MARCA<br />
DE PEÇAS SOBRESSALENTES DO MUNDO PARA VEÍCULOS PESADOS<br />
www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com Novembro I 22 25
HERNÁN MARQUÉS<br />
O DESENVOLVIMENTO E TESTE DE PEÇAS NA FÁBRICA COM INSTALAÇÕES<br />
INTEGRADAS DE I&D COM MAIS DE DUZENTOS ENGENHEIROS, PERMITE<br />
O CONTROLO TOTAL EM TODAS AS FASES DO PROCESSO DE FABRICO<br />
inovadora para além da sua imagem<br />
de marca e dos serviços que prestamos<br />
à distribuição global.<br />
Anunciou fortes investimentos ao<br />
nível da produção, com o aumento<br />
da capacidade <strong>das</strong> fábricas e a<br />
abertura de filiais e representações<br />
em várias partes do mundo.<br />
Quais são os objetivos que pretende<br />
atingir com estes investimentos?<br />
O primeiro objetivo é tornar a Sampa<br />
o principal fabricante especialista<br />
mundial de peças para veículos pesados.<br />
O investimento e a expansão<br />
da produção farão da Sampa um<br />
fabricante auto-suficiente de produtos<br />
estratégicos, e através <strong>das</strong> nossas<br />
filiais, conseguimos expandir a nossa<br />
presença oferecendo os produtos que<br />
produzimos diretamente aos nossos<br />
distribuidores.<br />
Quando foi criada a Sampa Ibérica e<br />
como está constituída a nível<br />
de recursos humanos?<br />
A Sampa Iberia nasceu no final de<br />
<strong>202</strong>0 como um projeto e em meados<br />
de <strong>202</strong>1 começámos a operar em Espanha.<br />
Oficialmente em Janeiro de<br />
<strong>202</strong>2, começámos a comercializar a<br />
nossa marca em Portugal com envios<br />
de 24/48 horas. O mercado ibérico<br />
abriu-nos as portas com grande aceitação<br />
dos nossos produtos e dispomos<br />
de uma rede bem estabelecida<br />
de especialistas no sector dos veículos<br />
pesados dentro do mercado de reposição.<br />
Contamos com uma equipa<br />
de 16 pessoas, formada para prestar<br />
o melhor serviço e atendimento aos<br />
clientes e parceiros.<br />
Como funciona o centro logístico<br />
em San Fernando de Henares?<br />
A escolha deste centro em San Fernando<br />
de Henares, assenta em critérios<br />
técnicos-operacionais, visto que<br />
está instalada num moderno polígono<br />
industrial, com facilidade de acessos.<br />
Em termos de atuação, a Sampa Ibérica<br />
quer crescer de forma sustentada,<br />
dando passos seguros, e sem pressa em<br />
fazer grandes números. A qualidade<br />
dos seus produtos, o vasto portfólio, os<br />
bons serviços e uma forte dinâmica de<br />
ven<strong>das</strong>, são os pilares do crescimento<br />
a nível ibérico. Compreendemos as<br />
necessidades do mercado e assumimos<br />
o papel de importador direto do<br />
nosso produto, disponibilizando-o<br />
ao distribuidor sem intermediários e<br />
oferecendo toda a nossa gama, para<br />
que seja o cliente a decidir quais os<br />
produtos que quer vender. Temos um<br />
armazém com mais de 5.000 m2, que<br />
estamos gradualmente a encher e até à<br />
data já temos mais de 12.500 referências<br />
diferentes e um stock permanente<br />
de cerca de 3 milhões de euros, um<br />
valor que irá aumentar nos próximos<br />
meses.<br />
Qual é o tempo de resposta às<br />
encomen<strong>das</strong> recebi<strong>das</strong> de Portugal?<br />
Os clientes gerem as compras de<br />
duas formas: compras programa<strong>das</strong><br />
e de stock e compras de emergência.<br />
Para o material disponível, as nossas<br />
entregas são praticamente imediatas,<br />
mas aqui dependerá da urgência<br />
do cliente. Podemos fazer entregas<br />
em 24 e 48 horas e isso dependerá<br />
sempre do nível de serviço <strong>das</strong> empresas<br />
de transporte. Continuamos a<br />
procurar melhorar este serviço com<br />
estas empresas.<br />
SAMPA IBÉRICA<br />
Diretor geral Hernán Marqués<br />
Morada Margarita Nelken, 16<br />
Polígono Industrial El Triángulo<br />
San Fernando de Henares 28830<br />
Madrid<br />
Telefone 00 34 910 884 556<br />
Email hernan.marques@sampa.com<br />
Site www.sampa.com<br />
Quantos distribuidores tem<br />
atualmente em Portugal e que apoio<br />
lhes é dado em termos de formação<br />
técnica, marketing, campanhas<br />
e incentivos?<br />
Temos atualmente uma rede de dez<br />
especialistas em veículos pesados<br />
em Portugal, com compras regulares<br />
e mais alguns que fazem operações<br />
específicas de reexportação de<br />
produtos de Portugal. Em relação à<br />
formação, marketing, etc., estamos a<br />
reforçar os nossos laços para iniciar<br />
campanhas onde podemos integrar<br />
tudo isto através do nosso programa<br />
Sampa Town onde levamos os nossos<br />
distribuidores e os seus clientes a<br />
receber formação 360º sobre o que é<br />
Sampa, desde o desenvolvimento do<br />
produto a partir dos nossos laboratórios,<br />
para conhecer os processos e<br />
técnicas de fabrico, até à logística de<br />
entrega, de modo a terem uma<br />
compreensão do potencial e desenvolvimento<br />
futuro que a empresa<br />
está a planear para os próximos anos.<br />
Como funciona o seu serviço<br />
HelpDesk e que tipo de assistência<br />
técnica oferece aos seus clientes?<br />
A partir da nossa sede, a Sampa oferece<br />
um sistema de apoio permanente<br />
a todos os clientes. A nível da filial<br />
ibérica, já criámos o nosso departamento<br />
de pós-venda onde tentamos<br />
dar uma resposta rápida e eficiente a<br />
26 Novembro I <strong>202</strong>2 www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com
A SAMPA IBÉRICA É A TERCEIRA FILIAL DA EMPRESA NO MERCADO<br />
EUROPEU, TENDO SIDO ESTABELECIDA LOGO APÓS AS FILIAIS<br />
DA INGLATERRA (MANCHESTER) E FRANÇA (LYON)<br />
qualquer exigência técnica que possa<br />
surgir da aplicação e desempenho<br />
dos nossos produtos.<br />
Qual é a oferta atual da Sampa?<br />
Quantas gamas de produtos tem e<br />
qual é o número total de referências?<br />
Hoje oferecemos ao mercado duas<br />
gamas de produtos, os derivados do<br />
nosso próprio fabrico e produção<br />
(suspensão, direção, amortecimento,<br />
transmissão, produtos de borracha<br />
e metal, etc...) e os produtos que comercializamos<br />
para expandir e cobrir<br />
to<strong>das</strong> as famílias de que os veículos<br />
pesados necessitam. Temos uma<br />
gama superior a 40 mil produtos,<br />
com diferentes aplicações e referências,<br />
ajusta<strong>das</strong> ao vasto parque circulante<br />
de viaturas comerciais, camiões<br />
e autocarros. 100% dos produtos que<br />
são fabricados pela Sampa foram desenvolvidos<br />
desde o nosso centro de<br />
I&D até ao último processo de fabrico<br />
e controlo de qualidade.<br />
Têm peças para veículos mais antigos<br />
e qual é a faixa etária que a Sampa<br />
cobre para veículos pesados?<br />
Nos últimos anos, a Sampa tem atualizado<br />
o seu stock de peças para veículos<br />
mais antigos. Temos um stock de material<br />
de acordo com a procura por país<br />
e frota de veículos. Os produtos que já<br />
não estão disponíveis em alguns mercados<br />
são deslocalizados para países<br />
onde ainda têm potencial de ven<strong>das</strong>.<br />
Temos componentes para veículos<br />
com mais de 30 anos de idade.<br />
Quais são as mais valias e vantagens<br />
para a oficina quando trabalha com<br />
produtos Sampa?<br />
Os produtos da marca Sampa que<br />
uma oficina pode adquirir através<br />
dos distribuidores do Aftermarket<br />
vêm <strong>das</strong> mesmas fábricas de onde<br />
provêm os produtos que montam e<br />
são fabricados para o equipamento<br />
original, que é a nossa melhor carta<br />
de apresentação.<br />
Como está a ser o desempenho<br />
da Sampa em Portugal?<br />
O mercado português recebeu-nos<br />
muito bem, embora a marca já tivesse<br />
uma presença através de um importador<br />
exclusivo no passado. Num<br />
curto espaço de tempo conseguimos<br />
expandir a nossa presença e já temos<br />
uma quota de mercado significativa,<br />
estando continuamente a reforçar a<br />
nossa oferta de produtos. Somos o<br />
exemplo de que a renovação neste<br />
setor ainda é possível ocorrer, dentro<br />
de um mercado onde muitos operadores<br />
acreditavam que tal já não voltaria<br />
a acontecer. l<br />
O PASSADO, O PRESENTE E O FUTURO VIVEM<br />
HISTORICAMENTE JUNTOS NESTE SECTOR<br />
O mercado de pós-venda de veículos pesados está a tornar-se cada vez mais<br />
desafiante tecnologicamente. Como é que o mercado enfrenta este desafio?<br />
O mercado tem estado sempre em contínua adaptação à evolução tecnológica do sector, e o<br />
mercado de reposição europeu e especialmente o Ibérico tem sido um exemplo quando se trata<br />
da interpretação e adaptação do negócio às necessidades que o próprio mercado tem exigido.<br />
Quais são as principais tecnologias que colocam mais problemas às oficinas de pesados?<br />
Bem, as oficinas precisam de ser preparados em termos de ferramentas para se conectarem<br />
às marcas, de modo a conseguirem gerir os diagnósticos e reparações. As redes de oficinas<br />
estão a oferecer apoio para aqueles que querem continuar a evoluir e a adaptar-se ao mercado.<br />
O desafio para o setor, e especialmente para a oficina, é que eles possam acompanhar o fluxo<br />
de informação que os últimos veículos pesados transmitem quando estão a ser reparados.<br />
O acesso à informação é vital.<br />
É importante ter um helpdesk para apoiar as oficinas.<br />
O apoio deve ser tão abrangente quanto possível, desde a oferta de um serviço de estrada,<br />
assistência técnica e o fornecimento de quaisquer peças que o veículo necessite para ser<br />
reparado.<br />
Que tendências podem ser observa<strong>das</strong> na atual distribuição de peças de veículos<br />
pesados na Península Ibérica?<br />
Existe uma hegemonia em termos de distribuição e comercialização de produtos, que por vezes<br />
depende <strong>das</strong> estações do ano, <strong>das</strong> campanhas de reparação programa<strong>das</strong> ou de incidentes<br />
específicos que um veículo possa ter, pelo que temos ciclos que se vão cumprindo ao longo<br />
do ano. Estamos num mercado maduro e muito profissional, onde o distribuidor e a oficina<br />
conhecem o potencial e a oferta do produto Aftermarket.<br />
Quais são as principais diferenças entre a distribuição de peças aftermarket<br />
para camiões em Portugal e Espanha?<br />
Portugal tem sido historicamente um país onde tem sido possível desenvolver mais<br />
rapidamente uma marca ou um novo produto. Tem sido sempre um país mais aberto, enquanto<br />
a Espanha é mais conservadora.<br />
Os portugueses têm uma dinâmica de compras mais programada e os espanhóis gerem mais<br />
no dia-a-dia em termos de abastecimento, mas isto também se deve à situação geográfica,<br />
uma vez que a maioria dos centros logísticos <strong>das</strong> marcas estão localizados em Espanha.<br />
Que papel devem desempenhar os distribuidores de peças como parceiros <strong>das</strong> oficinas?<br />
A disponibilidade do produto é essencial, nunca sabemos quando o nosso cliente nos vai pedir<br />
um material específico, mas todos os dias o distribuidor deve interpretar as necessidades<br />
da oficina de uma forma ágil e eficaz, ter recursos suficientes e dar uma resposta imediata.<br />
Hoje competimos com serviço e eficiência.<br />
Quais são as principais mudanças que a distribuição de peças de pesados irá enfrentar<br />
nos próximos anos?<br />
As mudanças na propulsão dos veículos pesados é a grande incerteza, e isto trará mudanças<br />
às quais todos nós (marcas, distribuidores e oficinas) teremos de nos adaptar. O desafio<br />
mais importante é que quem conseguir adaptar o seu negócio o mais rapidamente possível,<br />
poderá expandir a sua presença no sector. A formação e o acesso a fontes de informação serão<br />
essenciais para continuar.<br />
Como vê a evolução do mercado pós-venda de veículos pesados em Portugal?<br />
Enquanto houver indústria, marketing e transporte, enquanto houver investimento, tanto<br />
privado como público, o mercado de veículos pesados estará presente, pelo que o seu<br />
crescimento também estará vinculado e ligado a nós, pois a certa altura os veículos modernos<br />
tornar-se-ão um potencial negócio para o aftermarket. O passado, o presente e o futuro vivem<br />
historicamente juntos neste sector.<br />
www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com Novembro I 22 27
Entrevista<br />
MARIA ELO, PROFESSORA UNIVERSIDADE SDU DINAMARCA<br />
O AFTERMARKET<br />
É UM SECTOR<br />
MULTIFACETADO<br />
E FASCINANTE<br />
MARIA ELO, PROFESSORA DE NEGÓCIOS<br />
E GESTÃO DA UNIVERSIDADE SDU, NA<br />
DINAMARCA, É MEMBRO FUNDADOR DA<br />
TALENTS4AA, UMA ASSOCIAÇÃO SEM FINS<br />
LUCRATIVOS, QUE TEM COMO OBJETIVO<br />
ATRAIR E RETER TALENTOS PARA UM DOS<br />
SETORES MAIS ATRATIVOS: O AFTERMARKET.<br />
NESTA ENTREVISTA, EXPLICA O QUE ESTÁ<br />
A SER FEITO PARA SOLUCIONAR A GRANDE<br />
ESCASSEZ DE MÃO DE OBRA QUALIFICADA<br />
PARA O SETOR
Após dois anos de trabalho preliminar e intercâmbios<br />
com múltiplos atores, incluindo<br />
grupos internacionais, fabricantes de peças,<br />
associações e outros, surgiu a Talents4AA, oficialmente<br />
criada em março deste ano. O objetivo que<br />
levou à sua constituição é muito claro: atrair e reter<br />
talentos de to<strong>das</strong> as idades e origens, em to<strong>das</strong><br />
as profissões, para o aftermarket. Inegavelmente, o<br />
Aftermarket é um sector multifacetado e fascinante<br />
que oferece uma enorme escolha e gama de oportunidades<br />
de carreira a todos os níveis, desde a oficina<br />
à gestão de topo. No entanto, todos os operadores<br />
– desde fabricantes de peças, distribuidores, retalhistas<br />
e oficinas – enfrentam o mesmo desafio de<br />
grande escassez de mão de obra qualificada e muita<br />
dificuldade em atrair e reter talentos.<br />
Maria Elo tem a experiência de ensinar estudantes<br />
de negócios e gestão na Universidade SDU, do Sul<br />
da Dinamarca e também na Alemanha. A perspetiva<br />
do sector da educação foi claramente relevante<br />
desde o primeiro dia do projeto, uma vez que é necessário<br />
conhecimento para as pessoas evoluírem.<br />
Atualmente coordena as atividades de investigação<br />
do projeto relativamente ao desempenho dos estudantes<br />
e jovens talentos que ainda se encontram<br />
na fase de formação. Tem sido um membro ativo<br />
na divulgação da Associação através de workshops,<br />
eventos, seminários, palestras, exercícios em salas<br />
de aula e conferências, para que os estudantes e<br />
outros interessados tomem consciência do setor,<br />
da sua importância para a sustentabilidade e para<br />
a sociedade e possam ligar ‐se a ele.<br />
A Talents4AA fez a sua primeira apresentação<br />
pública na Automechanika Frankfurt deste ano.<br />
Que balanço faz da participação neste salão<br />
aftermarket?<br />
A Automechanika Frankfurt <strong>202</strong>2 foi um grande<br />
evento e estamos muito gratos pelo apoio e colaboração<br />
que tivemos da organização e dos visitantes.<br />
Foi um excelente local para sensibilizar as pessoas<br />
para o problema da falta de talentos no aftermarket<br />
e levar os mais jovens a ver o que o setor tem realmente<br />
para oferecer. Podemos demonstrar a relevância<br />
que o aftermarket tem para a mobilidade <strong>das</strong><br />
sociedades, graças à sua capacidade de inovação,<br />
conhecimento e competências, algo que tende a ser<br />
ignorado. Ficamos também muito satisfeitos com a<br />
adesão de novos membros e por ver o interesse crescente<br />
dos principais players a este projeto.<br />
O Aftermarket é um sector multifacetado e<br />
fascinante que oferece uma enorme escolha e<br />
gama de oportunidades de carreira a todos os<br />
níveis, desde a oficina à gestão de topo. Então,<br />
porque é que ainda há falta de profissionais<br />
qualificados para trabalhar no sector?<br />
Há uma escassez geral de profissionais qualificados<br />
em muitos setores em vários países, não se trata<br />
apenas de uma questão sectorial. Há muitas razões<br />
para estas lacunas que estão também relaciona<strong>das</strong><br />
com o contexto. Uma razão simples é que a demografia<br />
está a mudar e temos menos talento a entrar<br />
no mercado de educação e de trabalho no total, nos<br />
países ocidentais. Reconhecemos também a crescente<br />
necessidade de mais pessoas com aptidões<br />
e competências específicas, como mecânicos e informáticos.<br />
Aqui, existem também questões regionais<br />
e periféricas. Por exemplo, na Europa, temos<br />
áreas que estão a diminuir em termos de pessoas<br />
e empresas. É difícil encontrar novos talentos se<br />
um local não for atrativo, por isso temos de olhar<br />
para outros setores e ver o que estão a fazer para<br />
captar novos talentos. Se outros setores e indústrias<br />
forem considerados como oferecendo salários<br />
mais elevados, melhores condições e carreiras, o<br />
Aftermarket precisa de repensar a razão pela qual<br />
as suas oportunidades não são percebi<strong>das</strong> ou aprecia<strong>das</strong>.<br />
É uma questão de marketing, desde o nível<br />
do setor em geral até às empresas.<br />
Estudos confirmam que o mercado pós ‐venda é na<br />
sua maioria desconhecido dos potenciais jovens<br />
e, além disso, não é considerado suficientemente<br />
atrativo. O que deve então ser feito para atrair mais<br />
jovens para esta área profissional?<br />
Nos nossos estudos também encontrámos este<br />
problema de inconsciência e perceções erra<strong>das</strong>. O<br />
Aftermarket não aparece realmente em materiais<br />
didáticos ou manuais escolares, pelo que existe uma<br />
falta de informação e compreensão do que é este<br />
sector. Estudantes e jovens precisam de ser expostos<br />
a esta informação desde cedo para desenvolverem a<br />
sua própria perceção com base em dados e não em<br />
ideias ultrapassa<strong>das</strong>. Estamos a ensinar inovação,<br />
serviço, marketing e negócios internacionais, entre<br />
outros, e poderíamos começar a incluir o mundo<br />
real do trabalho muito mais cedo na formação dos<br />
jovens para manter as nossas sociedades a funcionar.<br />
O Aftermarket já está a tomar medi<strong>das</strong>, com<br />
as empresas a irem diretamente às escolas para dar<br />
a conhecer o setor. Tentamos ligar tópicos como a<br />
sustentabilidade, economia circular ou refabricação<br />
à educação para permitir um diálogo e intercâmbio<br />
que promova a compreensão <strong>das</strong> possibilidades e<br />
dos desafios reais. Em suma, todos precisamos de<br />
fazer mais para partilhar informação e mostrar as<br />
oportunidades. Por exemplo, levamos à Automechanika<br />
dois estudantes de mestrado em engenharia<br />
da SDU para participarem como jovens embaixadores<br />
de talentos. Através deste envolvimento<br />
podemos demonstrar todo o potencial deste setor,<br />
para mulheres ou minorias que raramente são especificamente<br />
aborda<strong>das</strong> como potencial de talento. É<br />
tempo de esclarecer sobre os objetivos de Desenvolvimento<br />
Sustentável <strong>das</strong> Nações Uni<strong>das</strong> e o impacto<br />
positivo que o mercado pós ‐venda pode ter através<br />
<strong>das</strong> suas várias atividades e soluções, uma vez que<br />
muitos jovens estão profundamente preocupados<br />
com o futuro e são movidos por um desejo de fazer<br />
a diferença.<br />
Que impacto real está a ter a falta de<br />
trabalhadores qualificados nas empresas de pós‐<br />
‐venda (distribuidores, retalhistas e oficinas)?<br />
Esta é uma questão difícil de generalizar, uma vez<br />
que existem diferentes tipos de atividades dentro<br />
do aftermarket. No caso <strong>das</strong> oficinas, cada vez<br />
mais necessita<strong>das</strong> de mão de obra qualificada, estão<br />
muito dependentes do facto <strong>das</strong> pessoas possuírem<br />
as competências e certificações que a profissão exige<br />
na atualidade. Os mecânicos ainda não são um<br />
grupo de profissionais, como os enfermeiros, que<br />
são oferecidos por diversas agências intermediárias<br />
do estrangeiro. Assim, este problema necessita de<br />
uma solução local de uma forma mais holística e<br />
pró ‐ativa. Os retalhistas e distribuidores que tipicamente<br />
empregam pessoas com formações profissionais<br />
mais diversifica<strong>das</strong> são menos afetados devido<br />
a soluções alternativas, como a possibilidade do teletrabalho.<br />
Mas mais uma vez, isto depende do tipo<br />
de necessidade que é preciso preencher. Empresas<br />
em boas localizações, próximas de universidades e<br />
instituições de ensino, podem ter melhor acesso aos<br />
talentos necessários do que outras em cidades mais<br />
pequenas ou áreas periféricas. Contudo, a concorrência<br />
pode ser dura e, para atrair e reter talentos,<br />
significa custos mais elevados.<br />
Que ações e projetos estão a ser empreendidos<br />
pela Talents4AAA e os seus membros para atrair<br />
mais talentos para as empresas do aftermarket?<br />
Temos diferentes níveis. Como iniciativa pretendemos<br />
promover a consciência do sector e <strong>das</strong> suas<br />
oportunidades e ligar as partes. Como já foi dito,<br />
realizamos diversos eventos e trabalhamos sobre<br />
os conceitos errados, em diferentes contextos.<br />
Uma forma de o fazer é deixar os nossos jovens<br />
embaixadores estudantis explorar e comunicar<br />
as suas experiências diretamente nos meios de<br />
comunicação social e nas universidades. Foi isto<br />
que fizemos na Automechnika <strong>202</strong>2. As empresas<br />
A TALENTS4AA REALIZA VÁRIAS ATIVIDADES E TRABALHA<br />
EM ESTREITA COLABORAÇÃO COM MEMBROS DA COMUNIDADE<br />
DO AFTERMARKET PARA ESTABELECER, ENTRE OUTROS, A SUA PRESENÇA<br />
NA IMPRENSA E NOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO SOCIAL<br />
www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com Novembro I 22 29
MARIA ELO<br />
de sucessores e de novas empresas. O<br />
empreendedorismo é também muito<br />
necessário para manter as estruturas<br />
a funcionar.<br />
necedores beneficiam certamente de<br />
competências transversais. No relacionamento<br />
com o cliente, estas são<br />
competências altamente relevantes.<br />
membros têm naturalmente ações e<br />
projetos a nível organizacional. As<br />
associações e universidades são parceiros<br />
importantes para compreender<br />
os mercados e as necessidades<br />
em termos de dados e investigação.<br />
Todo este conhecimento adquirido<br />
contribui para o desenvolvimento<br />
futuro da iniciativa, tornando ‐a uma<br />
espécie de centro de conhecimento.<br />
No contexto académico, publicamos<br />
também a investigação relacionada<br />
com este tema que, mais uma vez,<br />
flui para os estudantes e departamentos<br />
de RH. Só através da SDU<br />
acedemos a audiências em três países<br />
e nas redes sociais com as nossas<br />
sessões Talents4AA. Mas também<br />
há numerosos projetos dos outros<br />
membros.<br />
Qual é a importância <strong>das</strong> novas<br />
tecnologias, nomeadamente a<br />
Internet e as redes sociais para a<br />
Talents4AA?<br />
As novas tecnologias são essenciais<br />
para qualquer iniciativa deste tipo.<br />
Em primeiro lugar, nós membros,<br />
vimos de diferentes países, reunimo‐<br />
‐nos regularmente e trabalhamos em<br />
equipas virtuais. Isto é possibilitado<br />
pela tecnologia, tornando ‐a eficiente<br />
e barata. Em segundo lugar, uma<br />
grande parte <strong>das</strong> atividades tem lugar<br />
num ambiente digital. Nos países<br />
nórdicos, realizamos workshops em<br />
Zoom e atualmente estamos a preparar<br />
uma plataforma que permite ligar<br />
a oferta e a procura de talentos digitalmente,<br />
de uma forma contínua.<br />
Quais são as áreas do mercado<br />
pós ‐venda onde há mais falta de<br />
mão ‐de ‐obra qualificada?<br />
É difícil de generalizar uma vez que<br />
não existem estatísticas oficiais recolhi<strong>das</strong><br />
que apoiem quaisquer números<br />
exatos. Estamos a trabalhar<br />
na recolha destas estimativas. Atualmente<br />
existe uma escassez de mecânicos<br />
em vários países, mas também<br />
são necessárias competências noutras<br />
profissões. O envelhecimento da<br />
força de trabalho é uma preocupação<br />
que evolui em muitos grupos de profissionais.<br />
Dependendo do contexto,<br />
pode tornar ‐se um problema rapidamente.<br />
Por exemplo, na Dinamarca,<br />
existe falta de mecânicos. Há escassez<br />
de engenheiros – e de mulheres<br />
engenheiros em particular – mas o<br />
mesmo problema é encontrado na<br />
educação, uma vez que o número total<br />
de jovens está a diminuir. Nesse<br />
sentido, uma falta genérica de mão‐<br />
‐de ‐obra qualificada é uma questão<br />
para a qual nos temos de preparar.<br />
Estamos também preocupados com<br />
as zonas rurais e periféricas e com a<br />
fuga de talentos destes meios. Outra<br />
realidade que tende a ser esquecida<br />
é a falta de pessoas empreendedoras,<br />
Os trabalhadores valorizam cada<br />
vez mais as oportunidades de<br />
aprendizagem e requalificação.<br />
Considera que este é um requisito<br />
fundamental para que as empresas<br />
retenham talentos?<br />
A formação e a requalificação são aspetos<br />
vitais nos programas de RH e<br />
de gestão. Como o sector da educação<br />
tem as suas próprias limitações<br />
de recursos enquanto os mercados<br />
e tecnologias se desenvolvem continuamente,<br />
as empresas precisam de<br />
intervir e oferecer formação atrativa,<br />
programas de retenção de talentos,<br />
e “futuro de carreira” para os seus<br />
empregados. A maioria <strong>das</strong> empresas<br />
têm uma longa tradição neste<br />
domínio e continuam a desenvolver<br />
ações de formação para aumentar as<br />
competências e capacidades dos seus<br />
empregados. Poderíamos também<br />
repensar a forma como os funcionários<br />
que vão para a reforma estão envolvidos<br />
neste processo. Em muitos<br />
países existem programas especiais<br />
para estes funcionários.<br />
Quais são então as principais<br />
competências que um trabalhador<br />
qualificado na reparação automóvel<br />
deve ter?<br />
Existem competências básicas e mais<br />
especializa<strong>das</strong>. As aptidões e competências<br />
especializa<strong>das</strong> são tipicamente<br />
estabeleci<strong>das</strong> pelas instituições<br />
para uma determinada tarefa. Um<br />
exemplo poderia ser o certificado<br />
para trabalhar com alta tensão. Geralmente,<br />
as diferentes competências<br />
técnicas e digitais estão a ganhar<br />
uma atenção crescente à medida<br />
que muitos aspetos do trabalho se<br />
tornam menos mecânicos e mais<br />
digitais ao longo do tempo, mesmo<br />
nos armazéns e oficinas. Mas não<br />
devemos esquecer as competências<br />
transversais. As pessoas que trabalham<br />
com clientes, parceiros e for‐<br />
Equipas bem treina<strong>das</strong> e motiva<strong>das</strong>,<br />
alinha<strong>das</strong> com os objetivos da<br />
empresa, são elementos cruciais<br />
para o sucesso. Como manter então<br />
uma equipa motivada?<br />
A motivação pode ser alimentada de<br />
múltiplas formas, tipicamente falamos<br />
de motivação intrínseca e extrínseca.<br />
A motivação intrínseca pode<br />
ser fomentada pela finalidade, por<br />
exemplo, de pertencer àqueles que<br />
moldam a mobilidade futura e contribuem<br />
para um desenvolvimento<br />
setorial melhor e mais sustentável. O<br />
trabalho é muito importante e precisa<br />
de ser comunicado e apreciado. A motivação<br />
extrínseca relaciona ‐se com<br />
dinâmicas de motivação que podem<br />
ser influencia<strong>das</strong>, por exemplo, pelo<br />
salário, benefícios marginais, prémios<br />
e outras questões motivacionais deste<br />
tipo. Por exemplo, a equidade e a<br />
avaliação do desempenho, a ausência<br />
de diferenças salariais, pacotes atrativos<br />
e perspetivas futuras são aspetos<br />
importantes para atingir um objetivo.<br />
Os jovens profissionais são<br />
diferentes ou, pelo menos, distintos<br />
da geração anterior. Como se define<br />
o perfil desta nova geração de<br />
profissionais?<br />
Há muita discussão sobre as diferenças<br />
geracionais. Eu evitaria tentar definir<br />
um perfil para a nova geração. As<br />
pessoas são hoje muito diversas, não<br />
são grupos homogéneos. Os representantes<br />
da “geração” que entram na<br />
força de trabalho são naturalmente<br />
diferentes em comparação com os que<br />
vão para a reforma, mas muitos deles<br />
estão preocupados com os seus salários<br />
e não são móveis, mas instalam‐<br />
‐se num só lugar. Está a haver mais<br />
procura de colaboradores para estruturas<br />
menos rígi<strong>das</strong> e mais flexíveis.<br />
Contudo, um aspeto importante é o<br />
dos valores, práticas e comportamentos<br />
da empresa. Eles precisam de cor‐<br />
O AFTERMARKET COMO SETOR EMPREGADOR, OFERECE GRANDES<br />
OPORTUNIDADES AOS JOVENS TALENTOS PARA SE ENVOLVEREM<br />
NUM MUNDO DESAFIANTE, COM EXCELENTES BENEFÍCIOS TANTO<br />
PARA OS PROFISSIONAIS COMO PARA A SOCIEDADE EM GERAL<br />
30 Novembro I <strong>202</strong>2 www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com
esponder ao candidato. Em geral, há<br />
menos “fechar os olhos” para questões<br />
como a lavagem verde, desigualdade<br />
de género ou discriminação, e mais<br />
críticas sobre todos os aspetos, questionando<br />
mesmo porque é que algo<br />
é feito em primeiro lugar. Estes elementos<br />
podem ser frutuosos para refrescar<br />
as abordagens organizacionais<br />
e fazê ‐las avançar.<br />
É necessário definir e criar as<br />
condições de trabalho que levarão<br />
estes novos profissionais a optar por<br />
permanecer no seu país de origem.<br />
O que deve ser feito para criar as<br />
melhores condições de trabalho?<br />
Há pessoas que gostam de trabalhar<br />
em diferentes lugares com carreira<br />
internacional e outras que não têm<br />
plan≠os de ir a lado nenhum. Não<br />
são apenas as empresas que formam<br />
um mercado de trabalho atrativo,<br />
mas também as instituições, a sociedade<br />
civil e o sector privado como um<br />
todo, até mesmo o clima e a educação<br />
desempenham um papel importante.<br />
Uma empresa pode fazer avançar a<br />
sua própria organização na direção<br />
certa, por exemplo, no que diz respeito<br />
à regulamentação do local de<br />
trabalho, tributação, educação, etc.<br />
A segurança no local de trabalho é<br />
uma grande questão nas economias<br />
em desenvolvimento que necessita<br />
de atenção. Nas economias desenvolvi<strong>das</strong>,<br />
são equaciona<strong>das</strong> outras<br />
condições, como tempo de trabalho<br />
flexível, trabalho à distância, apoio à<br />
guarda de crianças e outras que parecem<br />
pequenas questões, mas que podem<br />
na realidade ser grandes questões.<br />
E a concorrência não dorme, as<br />
pessoas qualifica<strong>das</strong> são arrasta<strong>das</strong><br />
para outras empresas e mesmo para<br />
o estrangeiro se as suas necessidades<br />
não forem satisfeitas.<br />
Considera que a adoção de modelos<br />
de vínculos contratuais menos<br />
rígidos é uma boa estratégia ?<br />
Os contratos são essenciais e a natureza<br />
do trabalho está a mudar rapidamente.<br />
Flexibilidade e autonomia são<br />
aspetos altamente importantes a considerar,<br />
uma vez que o estilo de vida<br />
global nos países ocidentais mudou.<br />
O grau de flexibilidade e de trabalho<br />
online depende naturalmente da tarefa.<br />
Independentemente da tarefa,<br />
as condições de trabalho que podem<br />
contribuir para o bem estar dos trabalhadores,<br />
de uma forma mutuamente<br />
benéfica e menos rígida, são<br />
muito importantes. Por exemplo, os<br />
empregados com filhos pequenos enfrentam<br />
inúmeros desafios diários e,<br />
muitas vezes, horários rígidos de acolhimento<br />
de crianças e sistemas escolares.<br />
Os pais modernos não desejam<br />
comprometer os seus papéis como as<br />
gerações anteriores fizeram. Poderão<br />
os empregadores criar formas de lidar<br />
em paralelo com a vida profissional e<br />
familiar, modificando o sistema em<br />
que o trabalho é realizado? Diferentes<br />
formatos contratuais são discutidos,<br />
mas também criticados. Num<br />
setor tão competitivo, é necessário ter<br />
muito cuidado para encontrar os melhores<br />
resultados. O desenvolvimento<br />
de soluções que promovam bons resultados<br />
e autonomia é também uma<br />
forma de reduzir a burocracia desnecessária.<br />
Quais são os maiores desafios na<br />
contratação de profissionais para<br />
empresas de reparação automóvel?<br />
Há desafios na identificação do talento<br />
em falta, atraindo ‐o e retendo ‐o.<br />
Uma questão a considerar é o ponto<br />
de vista sobre como impulsionar o<br />
crescimento <strong>das</strong> organizações, será<br />
que as empresas estão realmente a envolver<br />
e a potenciar o talento dos seus<br />
empregados? Será que os empregados<br />
sentem isto? As empresas de reparação<br />
automóvel competem com muitas<br />
outras empresas pelo talento. Temos<br />
de perguntar: a imagem do empregador<br />
é atrativa? Hoje em dia existem<br />
também múltiplos instrumentos<br />
para partilhar experiências entre os<br />
empregados e potenciais candidatos.<br />
Isto sugere que uma empresa patronal<br />
deve gerir ativamente a sua repu‐<br />
TALENTS4AA<br />
Responsável Área educATiva:<br />
Maria Elo<br />
Morada 4 Square du Trocadéro,<br />
75116 Paris – França<br />
E ‐mail contact@talents4aa.com<br />
Site www.talents4AA.com<br />
Linkedin www.linkedin.com/<br />
company/talents4aa/<br />
tação e tomar conta <strong>das</strong> pessoas que<br />
já estão contrata<strong>das</strong>. As suas experiências<br />
são altamente valiosas para<br />
atrair novos empregados. As opções<br />
devem também ser vistas através da<br />
diversidade, inclusão, igualdade, por<br />
outras palavras, será que os processos<br />
de contratação visam realmente todos<br />
aqueles talentos orientados para<br />
o crescimento que existem por aí ou<br />
será que se cingem ao objetivo “mais<br />
do mesmo”?<br />
Concorda que as organizações<br />
devem concentrar ‐se na formação<br />
como um requisito fundamental para<br />
construir talento onde ele é escasso?<br />
Na nossa investigação vemos que a<br />
oferta educativa do setor público – em<br />
geral – não está realmente concebida<br />
para cobrir to<strong>das</strong> as necessidades de<br />
talento. A educação financiada pelo<br />
Estado precisa de se concentrar, também<br />
devido a limitações de recursos e<br />
distribuição geográfica. Além disso, a<br />
velocidade da inovação e da mudança<br />
tecnológica nos negócios é elevada.<br />
Assim, o setor privado é praticamente<br />
obrigado a formar os seus colaboradores.<br />
Além disso, a empresa inovadora<br />
tem uma vantagem na formação,<br />
pois possui o ambiente ideal e todo o<br />
conhecimento relacionado com a atividade,<br />
que as instituições públicas de<br />
ensino não têm necessariamente. Na<br />
minha opinião, deveríamos aumentar<br />
a colaboração universidade-indústria<br />
para diminuir estas lacunas, a fim de<br />
produzir talento para as necessidades<br />
do mercado. Outra opção é uma parceria<br />
público ‐privada, com recursos<br />
partilhados, mas para isso precisamos<br />
de melhores diálogos e mais colaboração<br />
em todo o sistema. Na Universidade<br />
SDU na Dinamarca, introduzimos,<br />
por exemplo, a Bosch na sala de<br />
aula dos estudantes de mestrado em<br />
engenharia para ligar a teoria à prática<br />
e aos conhecimentos setoriais.<br />
MEMBROS<br />
DA TALENTS4AA<br />
Fabricantes de peças: BorgWarner,<br />
Bosch, Nissens, Schaeffler, TMD<br />
Friction, ZF, Bilstein group,<br />
Continental, Dinex, Gedore, Misfat,<br />
NRF, NTN, SKF e Valeo<br />
Grupos internacionais: Global One<br />
Automotive, Nexus Automotive, Temot<br />
International. ATR e AD International<br />
Entidades profissionais: FIGIEFA, SBF,<br />
Mobilion, SDU e Automechanika<br />
Em Portugal, os mecânicos<br />
automóvel continuam a ser mal<br />
pagos. Acha que os baixos salários<br />
podem desencorajar os jovens a<br />
escolherem esta profissão?<br />
Os salários baixos continuam a ser<br />
uma questão importante. Sob a atual<br />
situação de inflação, esta é uma questão<br />
ainda maior. Descobrimos num<br />
estudo que em Portugal os enfermeiros<br />
emigram para outros países exatamente<br />
devido a questões salariais.<br />
Porque é que os mecânicos automóveis<br />
devem agir de forma diferente se<br />
encontram melhores oportunidades<br />
noutros locais? O problema do salário<br />
não é apenas um problema económico,<br />
está também ligado a questões<br />
sociais. A mecânica automóvel é<br />
valorizada e os profissionais são respeitados<br />
pela sociedade? A profissão<br />
é apreciada pela família e amigos?<br />
Que papel devem desempenhar<br />
os centros de formação, escolas<br />
e universidades para desenvolver<br />
ainda mais as profissões<br />
relaciona<strong>das</strong> com Aftermarket?<br />
Um papel muito importante! Nós<br />
na educação produzimos múltiplas<br />
categorias de profissionais e desenvolvemos<br />
continuamente programas<br />
e cursos atualizados. A principal diferença<br />
é que o nosso sistema fornece<br />
uma qualificação que se aplica ao<br />
desenvolvimento da carreira, como<br />
um mestrado em engenharia ou negócios.<br />
Em suma, nós, na educação,<br />
produzimos a maior reserva de talentos<br />
para a indústria. No entanto, na<br />
minha opinião, há mais espaço para<br />
a colaboração, uma vez que o setor<br />
não tem muitos percursos educativos<br />
específicos. A indústria e as associações<br />
são aqui um ator vital para unir<br />
forças com a educação para moldar<br />
opções futuras para os jovens talentos,<br />
mas também para as pessoas que<br />
necessitam de requalificação ou de<br />
aperfeiçoamento. Em alguns outros<br />
setores, existem programas de reorientação-educação<br />
que recolocam<br />
mais pessoas em áreas necessárias<br />
a partir de profissões adequa<strong>das</strong><br />
de uma forma muito eficiente para<br />
preencher lacunas. l<br />
www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com Novembro I 22 31
NOTÍCIAS // DINÂMICA DO SETOR ESCREVE ‐SE DE A A Z<br />
Empresas<br />
A<br />
FILTRON tem 40 anos e está a celebrar o<br />
seu 40º aniversário com um sorteio de um<br />
carro clássico, um Mercedes SL 500 ‘82. A<br />
marca de filtros da MANN+HUMMEL convida os<br />
amantes de carros clássicos a participar neste sorteio,<br />
através do website www.40.filtron.eu/es/start-es/,<br />
no qual 400 dos coletes e t-shirts da marca<br />
também serão sorteados para celebrar o seu 40º<br />
aniversário. Após 40 anos, a FILTRON destaca vários<br />
marcos na sua história no mercado da filtração<br />
desde que nasceu numa pequena oficina em Gostyń<br />
e, quatro déca<strong>das</strong> depois, é uma marca de filtros automóveis<br />
reconhecida em toda a Europa, com milhares<br />
de empregados e mais de 2.700 tipos de filtros<br />
na sua carteira. Tudo começou com a ideia de<br />
regenerar o combustível usado e os filtros de óleo<br />
para máquinas agrícolas. A procura de filtros era tão<br />
elevada que Piotr Giermaziak, o “pai” da FILTRON,<br />
teve de contratar novos empregados e expandir as<br />
instalações apenas um ano após o início do negócio.<br />
Nessa altura, tudo era feito manualmente, desde<br />
o pregueamento do papel tissue até à extrusão dos<br />
FILTRON CELEBRA 40º ANIVERSÁRIO<br />
VASTA EXPERIÊNCIA DE FILTRAÇÃO<br />
fundos dos filtros metálicos, o que exigia um grande<br />
esforço por parte dos empregados. A empresa<br />
salienta que, no final dos anos 80, um único trabalhador<br />
era capaz de produzir cerca de 30 filtros<br />
de painel durante um turno, enquanto que hoje,<br />
graças a investimentos em tecnologia e inovação,<br />
um único trabalhador pode produzir até 360 por<br />
hora. Nos anos 90, as ven<strong>das</strong> anuais de filtros da<br />
FILTRON ascenderam a 275.000 unidades, o que<br />
exigiu a expansão do armazém e da área de ven<strong>das</strong>.<br />
Isto permitiu à empresa expandir a sua presença<br />
no mercado, orientada por uma estratégia de diferenciação<br />
em relação à concorrência. Nesses anos,<br />
também implementou um sistema de qualidade<br />
em conformidade com a ISO, abriu um laboratório<br />
de testes de filtros e patenteou o seu primeiro desenho<br />
de filtro original. A partir daí, ao longo dos<br />
anos, a FILTRON consolidou a sua posição, distinguindo-se<br />
com uma vasta experiência de filtração.<br />
A fábrica de produção em Gostyń é actualmente<br />
um dos poucos locais no mundo onde quase todos<br />
os tipos de filtros de automóveis de passageiros podem<br />
ser concebidos e fabricados a partir do zero. A<br />
fábrica também implementa muitas inovações na<br />
indústria da filtração, tais como a tecnologia de filtro<br />
de ar de cabine anti-alergia PROTECT+.<br />
Atualmente, um dos aspetos chave do desenvolvimento<br />
da FILTRON é a automatização dos seus<br />
processos de fabrico. Atualmente, graças aos investimentos<br />
em I&D e controlo de qualidade, a FIL-<br />
TRON garante a qualidade <strong>das</strong> matérias-primas no<br />
laboratório, que utiliza atualmente 60 métodos de<br />
ensaio diferentes. Como resultado, “todos os produtos<br />
FILTRON são fiáveis e satisfazem os mais<br />
elevados padrões de segurança”, diz a empresa. Um<br />
dos últimos marcos para a FILTRON foi juntar-se<br />
ao Grupo MANN+HUMMEL, o líder mundial em<br />
tecnologia de filtração automóvel, em 2016. Isto<br />
permitiu ao departamento de design responsável<br />
pela marca FILTRON colaborar com especialistas<br />
de todo o mundo no desenvolvimento da tecnologia<br />
de filtração. A partir de 2019, FILTRON passou<br />
a ser comercializado em Espanha e Portugal pela<br />
MANN+HUMMEL Ibérica.<br />
32 Novembro I <strong>202</strong>2 www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com
REDE VALORCAR POSSUI 370 CENTROS DE RBA<br />
No decorrer de <strong>202</strong>2, foram admitidos na Rede Valorcar mais 57 centros de abate de Veículos<br />
em Fim de Vida (VFV) e de recolha de Resíduos de Baterias e Acumuladores (RBA), e mais 21<br />
centros de recolha de Resíduos de Baterias e Acumuladores (RBA). A Rede Valorcar passou<br />
assim a ser constituída por 370 centros de recolha de Resíduos de Baterias e Acumuladores<br />
(RBA), que se encontram espalhados por todos os distritos do continente (351) e pelas regiões<br />
autónomas dos Açores (12) e da Madeira (7). Destes 370 centros, 318 são também centros de<br />
abate de Veículos em Fim de Vida (VFV). Durante o primeiro semestre de <strong>202</strong>2, os centros da<br />
Rede Valorcar abateram 60.093 Veículos em Fim de Vida, valor que representa um aumento de<br />
6,1% face ao período homólogo de <strong>202</strong>1.<br />
APRESENTA CALENDÁRIO DE FORMAÇÕES <strong>202</strong>2<br />
MONDEGOPEÇAS | A Mondegopeças apresentou o seu mais recente calendário de formações<br />
para o segundo semestre do presente ano. As próximas formações serão “Osciloscópio”<br />
a 5 de novembro e “Redes multiplexa<strong>das</strong>” a 25 e 26 de novembro (exclusiva ProfissionalPlus<br />
e NexusAuto). A empresa Mondegopeças, retomou as formações para os seus clientes com<br />
uma formação de motores de injeção direta a gasolina. Estas formações, coordena<strong>das</strong> pela<br />
SERVICENEXT e destina<strong>das</strong> em exclusivo para os clientes pertencentes à rede ProfissionalPlus<br />
e NexusAuto, contam com equipamentos de diagnóstico Autel e com um veículo com injeção<br />
direta a gasolina, preparado para formações para profissionais da área. A Mondegopeças tem<br />
o plano de formação definido para o 2º semestre e já se encontra a preparar o próximo ano<br />
<strong>202</strong>3 com formações atuais e de acordo com o parque automóvel existente em Portugal.<br />
PUB<br />
www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com Novembro I 22 33
NOTÍCIAS<br />
EMPRESAS<br />
No passado dia 1 de outubro, a Sotinar Leiria,<br />
realizou um Open Day nas suas instalações<br />
na Zona Industrial da Zicofa, que teve objetivo<br />
apresentar as novidades ao mercado e fortalecer<br />
SOTINAR REALIZA<br />
PRIMEIRO OPEN DAY<br />
as parcerias com os seus clientes. Destinado sobretudo<br />
aos profissionais do acabamento de superfícies, a<br />
empresa apresentou as suas mais recentes novidades<br />
não só para a repintura automóvel, como para o ramo<br />
da indústria. Mas as novidades não ficaram por aqui,<br />
houve tempo para demonstrações técnicas, para algumas<br />
promoções especiais e ainda para muita diversão,<br />
num ambiente descontraído e animado.<br />
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TITANIUM.<br />
A EXPERIÊNCIA DA FIAMM<br />
AO SERVIÇO DO SEU AUTOMÓVEL.<br />
A FIAMM é a escolha de qualidade para o equipamento original<br />
dos fabricantes de automóveis mais importantes do mundo:<br />
a partir dessa experiência nasce um produto 100% italiano,<br />
que garante a máxima fiabilidade, mesmo no mercado de<br />
Aftermarket. As baterias da linha TITANIUM garantem alta potência<br />
para as necessidades de energia dos carros mais modernos, não<br />
precisam de manutenção e permitem uma fácil verificação do<br />
nível de carga graças ao sistema Check Control (Olho Mágico).<br />
www.polibaterias.com<br />
geral@polibaterias.com<br />
34 Novembro I <strong>202</strong>2 www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com<br />
www.fiamm.com
NOTÍCIAS<br />
EMPRESAS<br />
SITE DISPONÍVEL EM PORTUGUÊS<br />
AD PARTS | A AD Parts lançou um novo website com uma versão integral em língua portuguesa, com o objetivo de fornecer aos<br />
seus clientes uma experiência cada vez mais completa e intuitiva. Com uma nova estrutura, a nova Web Page AD Parts, oferece uma<br />
experiência de navegação melhorada, sendo agora mais completa e intuitiva, de acordo com as melhores práticas de web design. A<br />
nova Web Page AD Parts, contém informação sobre a história do Grupo AD, a sua rede de distribuição, os seus fatores diferenciadores,<br />
os serviços oferecidos pelo grupo e ainda informação completa acerca dos produtos AD, com possibilidade de realizar download de<br />
catálogos digitais, tudo com o selo de qualidade AD.<br />
O NOVO SERVIÇO DE FILTROS<br />
PARTÍCULAS DA INTERESCAPE<br />
IESERVICE: | A Interescape lançou a ieservice, uma marca<br />
que presta serviços de limpeza de filtros de partículas a particulares<br />
e empresas, com o propósito de não danificar o filtro original.<br />
Através da marca ieservice, a Interescape presta serviços de<br />
limpeza de filtros de partículas para empresas e particulares. No<br />
entanto, diferente dos demais serviços disponíveis no mercado, a<br />
ieservice desenvolveu internamente um procedimento tecnológico<br />
que não danifica o filtro original e permite uma limpeza mais a<br />
fundo. Assim, para além de proteger o filtro, a limpeza ieservice,<br />
restaura o seu desempenho a 98% da sua capacidade original,<br />
sendo a solução mais responsável a nível económico e ambiental.<br />
A ieservice destaque-se no mercado não só pela qualidade dos<br />
seus serviços, mas também porque se desafiou a desenvolver<br />
processos para limpar filtros que os demais concorrentes consideram<br />
irreparáveis. Um desses casos são os filtros danificados por<br />
óleo. A tecnologia desenvolvida pela ieservice permite recuperar<br />
o filtro original mesmo que este tenha sido inutilizado devido à<br />
contaminação por óleo.<br />
MFORCE INAUGURA<br />
NOVA OFICINA EM AVEIRO<br />
A<br />
MForce abriu uma nova oficina em Aveiro, no Shopping Glicínias. Esta nova oficina é a 86ª<br />
do grupo MForce em Portugal e a primeira na cidade de Aveiro. A localização num shopping<br />
permite oferecer um serviço com horário alargado, 7 dias por semana para conveniência da<br />
população de Aveiro. Com uma área de aproximadamente 250 m2 e uma equipa de 5 colaboradores<br />
está disponível para assegurar o melhor serviço de manutenção aos seus cleintes. A MForce é a maior<br />
Rede Nacional de oficinas próprias, suportada em mais de 80 oficinas que cobrem todo o território<br />
português e tem mais de 500 colaboradores. As <strong>Oficinas</strong> MForce estão fortemente equipa<strong>das</strong> para<br />
auxiliar qualquer tipo de veículo, incluindo os elétricos e híbridos, com uma receção mais inteligente<br />
para um apoio personalizado e novos serviços adequados aos tempos em que estamos a viver – higienização<br />
e e-services.<br />
ABRE O PRIMEIRO<br />
HIPERMERCADO DE PEÇAS<br />
SOBRESSALENTES EM ESPANHA<br />
A empresa chilena Implementos entra no mercado europeu<br />
através de Espanha para expandir o seu negócio de hipermercados<br />
para o sector de veículos pesados. Fá-lo depois de comprar o<br />
distribuidor de Madrid Recambios y Servicios V-Truck, com sede<br />
em Fuenlabrada e parceiro da URVI. Um modelo invulgar na<br />
Península Ibérica, mas que reproduz o conceito de negócio que<br />
a empresa gere com sucesso há 26 anos no país sul-americano,<br />
onde tem 40 lojas. É um conceito de hipermercado, sem uma<br />
oficina associada, onde o transportador pode comprar os produtos<br />
e acessórios de que necessita para o seu camião. Este projeto<br />
baseia-se principalmente na loja física, mas também nas ven<strong>das</strong><br />
por telefone e online. O cliente pode colocar uma encomenda no<br />
website e ir buscá-la diretamente à loja. A Implementos V-Truck,<br />
espera aumentar a sua presença em Espanha em tempo recorde,<br />
uma vez que a empresa chilena pretende abrir até seis lojas<br />
localiza<strong>das</strong> nas principais artérias de comunicação da Península<br />
Ibérica nos próximos 18 meses.<br />
36 Novembro I <strong>202</strong>2 www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com
DIESEL TECHNIC LANÇA<br />
NOVO VÍDEO<br />
PARTS<br />
SPECIALISTS<br />
No novo vídeo dos Parts Specialists,<br />
do Grupo Diesel Technic, tudo gira<br />
em torno do sistema de ar comprimido<br />
dos camiões. A dupla oficinal não só<br />
aborda o básico e as possíveis causas de<br />
falhas, mas também dá dicas práticas sobre<br />
como preveni-las. Por meio do suporte<br />
técnico – o HelpDesk – os Parts Specialists<br />
recebem com frequência solicitações e<br />
sugestões de novos vídeos de oficina, além<br />
de dúvi<strong>das</strong> sobre os produtos e serviços do<br />
Grupo Diesel Technic. Este também é o<br />
caso do sistema de ar comprimido do camião,<br />
que os Parts Specialists se focam neste<br />
episódio. Além desse tópico empolgante,<br />
os espetadores também podem esperar um<br />
novo rosto, pois o profissional da oficina<br />
Niklas, foi substituído pelo seu colega Lars,<br />
neste vídeo. Em conjunto com o Kevin, vai<br />
explicando passo a passo o sistema de ar<br />
comprimido do camião. Uma peça muitas<br />
vezes ignorada quando se procura a origem<br />
da falha é o filtro de ar. Para ver o vídeo basta<br />
aceder ao YouTube da marca.<br />
PUB<br />
VICAUTO<br />
PEÇAS PARA VIATURAS PESADAS, LDA.<br />
anos<br />
Mantemos o seu negócio em movimento!<br />
FORNECEDOR GLOBAL DE MARCAS DE 1º EQUIPAMENTO<br />
Suspensão<br />
www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com Novembro I 22 37<br />
Air Springs
NOTÍCIAS<br />
EMPRESAS<br />
REÚNE ASSOCIADOS EM SESSÃO FORMAÇÃO<br />
AEACA | No final de setembro, a AEACA - Associação Ibérica de Agentes Aftermarket,<br />
reuniu um grande número dos seus associados para participar numa sessão<br />
de formação de nove horas dividida em duas partes. Mais uma vez, a AEACA confiou<br />
os trabalhos a Pedro de Gea Cánovas, um mentor profissional, que trabalha há mais de<br />
12 anos em gestão e liderança. Nesta ocasião, a formação escolhida pelos parceiros foi<br />
um workshop sobre Planeamento, Produtividade e NNTT ao serviço da organização e<br />
planeamento do agente comercial. “Conseguimos colocar muitas <strong>das</strong> nossas atividades<br />
diárias num contexto real, analisá-las utilizando o Teste de Produtividade Pessoal, uma<br />
ferramenta que forneceu algumas <strong>das</strong> melhores ferramentas para nos ajudar a planear<br />
as nossas atividades e corrigir erros comuns na gestão do tempo, os fatores que afetam<br />
o nosso tempo e o nosso trabalho e mesmo uma valorização económica dos mesmos”,<br />
referiu Javier Romero, responsável pela comunicação.<br />
IX CONGRESSO SOB O LEMA<br />
“O FUTURO É HOJE”<br />
DP | Centrado no lema “O Futuro é hoje”, nos próximos dias 11 a 13<br />
Novembro decorrerá o IX Congresso de <strong>Oficinas</strong> e <strong>Oficinas</strong> DP Dipart. Este<br />
evento, será o primeiro congresso ibérico que reunirá a rede de Espanha<br />
e Portugal. Será no Palacio de los Congresos de Málaga, que vai ter lugar<br />
este congresso ibérico que reunirá mais de 325 pessoas, incluindo oficinas<br />
que compõem a rede, parceiros, fornecedores e imprensa. “Serão<br />
alguns dias de convivência que a Dipart anseia depois de não ter podido<br />
comemorar o congresso em <strong>202</strong>0 por causa da pandemia”, revelou o<br />
departamento de comunicação da Dipart. A partir de sexta-feira, 11 de<br />
novembro, vão começar a chegar os participantes do congresso, e até<br />
domingo, dia 13, a agenda estará repleta de atividades, apresentações e<br />
debates sobre a atualidade do setor e <strong>das</strong> oficinas. A DP Service, irá aproveitar<br />
este congresso para apresentar to<strong>das</strong> as suas inovações, sempre<br />
tendo em conta o objetivo de possuírem profissionais bem treinados<br />
dentro da rede de <strong>Oficinas</strong> e Escritórios DP.<br />
REDE TOP TRUCK CHEGA A SETÚBAL E VISEU<br />
Seguindo o seu plano de expansão nacional, a rede TOP TRUCK passou a contar com dois novos pontos de assistência, um em<br />
Setúbal e outro em Viseu, de forma a reforçar a aposta no estabelecimento de uma oferta consistente e dispersa no território nacional.<br />
Com a abertura destas duas novas oficinas, a TOP TRUCK reforça o investimento na expansão da rede, mantendo também a<br />
aposta numa relação mais próxima e dedicada às necessidades dos seus clientes. Em Setúbal, a rede TOP TRUCK conta agora com<br />
um novo ponto de assistência: a oficina Auto 2019, especializada tanto na vertente de mecânica, quanto de colisão. Ao aderir à<br />
rede, a oficina reforça-se assim com um apoio completo e exclusivo, de forma a dar melhor e mais rápida resposta aos veículos e<br />
a integrar uma rede de parceiros a nível nacional e europeu. Já em Viseu, mais precisamente em Senhorim, a rede TOP TRUCK foi<br />
reforçada com a experiente oficina Sintergouv, que também abrange as especializações de mecânica e colisão. A oficina conta<br />
desde já com todos os principais benefícios da rede: Formação, Apoio Técnico, Assistência Europeia 24H, entre outros.<br />
rodape_PBS <strong>202</strong>2.pdf 3 17/10/<strong>202</strong>2 20:57<br />
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38 Novembro I <strong>202</strong>2 www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com
AUTOZITÂNIA E BRAGALIS REALIZAM<br />
TEAM BUILDING EM TOMAR<br />
A<br />
Autozitânia/Bragalis realizou a sua 10ª<br />
edição Team Building com os colaboradores<br />
de ambas as empresas. O evento, teve<br />
lugar na região de Tomar, no fim de semana de 24<br />
e 25 de setembro. O evento criado para os seus colaboradores,<br />
decorreu no Sábado em Tomar, com<br />
momentos de lazer no Hotel dos Templários, e no<br />
Domingo com provas de Kayak Paper e atividades<br />
em equipa junto ao Castelo de Almourol. O<br />
espírito de equipa, competitividade e entreajuda<br />
foram evidentes em atividades como a prova de<br />
Kayak, resolução de enigmas e provas de tiro com<br />
arco e flecha. Durante este evento, existiram ainda<br />
vários momentos de descontração, entre os quais<br />
um cocktail e jantar de convívio, bem como um<br />
memorável espetáculo de comédia e ilusionismo<br />
protagonizado por Rafael Titonnely, que fez as<br />
delícias dos presentes. O Team Building <strong>202</strong>2 visou<br />
promover o conhecimento e comunicação entre<br />
Colaboradores da Autozitânia e Bragalis, bem<br />
como cimentar a identidade de grupo, espírito de<br />
equipa, cooperação, confiança e comunicação, valores<br />
muito presentes nos colaboradores de ambas<br />
as empresas.<br />
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www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com Novembro I 22 39
NOTÍCIAS<br />
EMPRESAS<br />
LANÇA CONJUNTO DE VÍDEOS<br />
“DO IT YOURSELF”<br />
B-PARTS | Sob o mote “A mecânica automóvel pode ser para todos”,<br />
a B-Parts lançou uma série de vídeos “do it yourself” (“faça você mesmo”)<br />
com reparações e substituições de peças automóvel. Nos vídeos, a B-Parts<br />
apresenta os principais passos para remover e instalar uma determinada<br />
peça num automóvel. O conteúdo, que já conta com aproximadamente<br />
duas mil visualizações, está disponível em cinco idiomas: português,<br />
inglês, francês, alemão e espanhol. Para além de peças de carroçaria,<br />
como o pára-choques traseiro, a B-Parts demonstra ainda como substituir<br />
componentes de iluminação, eletrónicos e de interior do automóvel,<br />
nomeadamente, por exemplo, a forra da porta, o farolim ou o auto-rádio.<br />
Paralelamente, complementou os tutoriais em vídeo com artigos de<br />
blogue explicativos. Nos artigos, o público pode consultar os passos para<br />
a remoção e instalação da peça, bem como conhecer mais informações<br />
sobre o componente automóvel e possíveis causas de avaria.<br />
DELPHI INAUGURA<br />
CENTRO DE TREINO EM ESPANHA<br />
A<br />
Delphi<br />
Technologies, marca da BorgWarner Inc., abriu as portas do seu Centro de Treino,<br />
em San Fernando de Henares. Este centro, tem como objetivo dar formação sobre<br />
os seus produtos e serviços com o intuito de promover o conhecimento sobre as<br />
tecnologias mais avança<strong>das</strong> exigi<strong>das</strong> pelo mercado. Os alunos poderão receber formação em<br />
diversas tecnologias, dividi<strong>das</strong> em oito categorias: Veículos Híbridos e Elétricos, Equipamentos<br />
de Diagnóstico e Oficina, Eletrónica de Veículos, Emissões e Pós-tratamento, Sistemas de<br />
Combustível a Gasolina, Sistemas de Combustível Diesel, Sistemas de Chassis e Outros Sistemas.<br />
A formação vai alternar-se sessões teóricas, onde se desenvolve o quadro de conhecimentos<br />
preparatórios para a sua posterior aplicação, e práticas. Além da formação presencial, o<br />
novo Centro de Treinamento oferece cursos online que permitem aos alunos aprimorar os seus<br />
conhecimentos nessas inúmeras disciplinas, com a vantagem de horários flexíveis, diferentes<br />
níveis de formação e as mesmas ferramentas da formação presencial.<br />
PARCEIROS ASER<br />
REÚNEM-SE EM PORTUGAL<br />
Reuniram-se no passado dia 24 de setembro os nove parceiros da ASER<br />
Aftermarket em Portugal. Este encontro, teve como principal objetivo,<br />
aproximar e fortalecer o grupo no país, para além de consolidar os<br />
compromissos com fornecedores estratégicos, projetos internos de novas<br />
soluções e desenvolvimento da rede oficinal AserAuto. Participaram<br />
deste encontro os representantes dos retalhistas portugueses: Pedro<br />
Soares (Primopeças), Miguel Batista (Samiparts), João Marques (NPeças),<br />
Pedro Gandra (Formigosa), Manuel Magalhães (MPeças), Samuel Nunes<br />
(Samiparts), José Luis Bravo (Aser), Paula Soares (Aser), Carlos Silva<br />
(Silvaspeças), Miguel Brunido (Silvaspeças), Paulo Costa (ATM), António<br />
Carvalho (Celparts), Agostinho Soares (Primopeças), João Lopes (Humberpeças)<br />
e Pedro Moura (Humberpeças). O encontro presencial foi marcado<br />
pela proximidade e comunicação para o fortalecimento do projeto do<br />
grupo em Portugal.<br />
NOVA IMAGEM DE MARCA<br />
MCOUTINHO PEÇAS | A MCOUTINHO Peças avançou com o processo de rebranding da sua imagem corporativa. A última<br />
alteração realizada à imagem do Grupo foi feita em 2016. A nova imagem, agora renovada, tem como objetivo acompanhar a<br />
estratégia do Grupo MCOUTINHO e as tendências do setor automóvel, refletindo quatro eixos da evolução corporativa: dinamismo;<br />
inovação; eletrificação e transição digital. Até ao final do ano o processo de rebranding do grupo, ficará concluído.<br />
40 Novembro I <strong>202</strong>2 www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com
FUCHS ARRANCA COM LINHA DE PRODUÇÃO DE<br />
ELETRÓLITOS<br />
PARA BATERIAS<br />
A<br />
FUCHS<br />
arrancou com a primeira linha de produção de eletrólitos<br />
de elevada potência. Foi só em maio deste ano que<br />
o Grupo FUCHS, que opera a nível global, anunciou a participação<br />
na E-Lyte Innovations GmbH. Com este investimento, a<br />
FUCHS entrou no mercado de eletrólitos, um mercado em rápido<br />
crescimento que está a ganhar cada vez mais importância, sobretudo<br />
na Europa, já que os eletrólitos são um componente-chave<br />
<strong>das</strong> baterias de iões de lítio utiliza<strong>das</strong> em inúmeras aplicações,<br />
como a mobilidade elétrica. Com esta instalação especificamente<br />
desenvolvida para o dinâmico mercado <strong>das</strong> baterias, a FUCHS<br />
consegue produzir e fornecer aos clientes da E-Lyte as mais varia<strong>das</strong><br />
formulações muito rapidamente e com a maior qualidade.<br />
Com a implementação deste projeto, a E-Lyte é a primeira empresa<br />
alemã capaz de oferecer ao mercado europeu <strong>das</strong> baterias<br />
um dos componentes mais importantes a partir de uma base de<br />
produção na Europa.<br />
ATELIO AFTERMARKET INTERNATIONAL (AMI)<br />
CONCEBIDO PARA AJUDAR<br />
AS OFICINAS<br />
Atelio Aftermarket International (AMI) é um catálogo de peças sobressalentes<br />
e orçamentos dedicado aos reparadores automóveis e aos distribuidores<br />
de componentes. O catálogo de peças sobressalentes e orçamentos para automóveis<br />
Atelio Aftermarket International (AMI), aproxima o revendedor da oficina.<br />
Enriquecido com uma funcionalidade de orçamentação, com a possibilidade<br />
de consultar os planos de manutenção dos fabricantes e os tempos de mão-de-obra<br />
programados, dá acesso às informações técnicas necessárias à substituição de peças.<br />
Além disso, é inteiramente personalizável para estruturas em rede e grupos oficinais.<br />
Ao contrário de outros catálogos de peças automóveis no mercado, o Atelio Aftermarket<br />
International (AMI) foi concebido para ajudar o distribuidor a acelerar a<br />
comunicação com o seu cliente mecânico.<br />
PRIMEIRA PLATAFORMA DE PODCAST PARA O AFTERMARKET<br />
TALKTOMOTIVE | Na Automechanika Frankfurt <strong>202</strong>2, a OTB Drivers lançou a primeira plataforma de<br />
podcast para o mercado pós-venda automóvel, 100% dedicada ao aftermarket. Criada em colaboração com<br />
a Unit Plus, uma empresa italiana de comunicação aftermarket automóvel, a plataforma tem a ambição de<br />
trazer novas soluções digitais aos parceiros dos meios de comunicação, fabricantes e associações de aftermarket<br />
automóvel para divulgar a sua voz à comunidade automóvel global. A Talktomotive, www.talktomotive.com,<br />
tem como objetivo fornecer notícias, conhecimentos e informações do aftermarket a qualquer pessoa em todo<br />
o mundo. “O podcast é uma tendência que não podemos perder” disse Luna Paciucci, CEO e Fundadora da OTB<br />
Drivers “nos EUA já existem muitos podcasts do mercado pós-venda automóvel e queremos trazer esta tendência<br />
para a Europa. Também queremos criar um acesso fácil a qualquer tipo de informação proveniente da indústria,<br />
e é por isso que queremos manter a plataforma livre para o público”.<br />
rodape_Nelson_Tripa.pdf 5 17/10/<strong>202</strong>2 20:56<br />
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NOTÍCIAS<br />
EMPRESAS<br />
SCHAEFFLER<br />
ESTÁ A ELETRIFICAR OS VEÍCULOS COMERCIAIS<br />
A<br />
Schaeffler está a desenvolver tecnologia<br />
de alta voltagem para os veículos elétricos<br />
comerciais do amanhã, tanto leves,<br />
como pesados. No futuro, cada vez mais, veículos<br />
comerciais movidos por eletropropulsão estarão<br />
nas estra<strong>das</strong>, à medida que os fabricantes de camiões<br />
estão a tomar medi<strong>das</strong> para atingir uma<br />
redução de 15% nas emissões de CO 2 até <strong>202</strong>5,<br />
tal como exigido pela União Europeia. Os novos<br />
motores elétricos de alto desempenho da Schaeffler<br />
são escaláveis, eficientes e extremamente<br />
robustos. É impressionante que estes motores<br />
conseguem atingir um grau de eficiência de mais<br />
de 97% e disponibilizar uma potência de acionamento<br />
contínua de até 300 kW, características<br />
que são possíveis graças ao inovador sistema de<br />
arrefecimento a óleo desenvolvido pelos especialistas<br />
em motores elétricos da Schaeffler. Outra<br />
característica chave é a tecnologia de enrolamento<br />
ondulado utilizada nos estatores. A Schaeffler<br />
é uma <strong>das</strong> poucas empresas no mundo a dominar<br />
esta nova tecnologia de enrolamento, que resulta<br />
em motores elétricos com densidades de potência<br />
muito eleva<strong>das</strong>.<br />
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42 Novembro I <strong>202</strong>2 www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com
LANÇA CALENDÁRIO OFICINA <strong>202</strong>3<br />
FEBI | Em <strong>202</strong>3, o calendário de oficina da febi será lançado novamente, pela primeira<br />
vez desde o início da pandemia. As fotografias desta edição foram tira<strong>das</strong> na Colômbia no<br />
início do verão de <strong>202</strong>2. Nos últimos dois anos, a Covid-19 impediu-nos de organizar esta<br />
sessão de fotografias. A Colômbia oferece vários cenários deslumbrantes para fotografias.<br />
To<strong>das</strong> as fotografias foram tira<strong>das</strong> na zona de Cartagena, uma cidade portuária na costa<br />
<strong>das</strong> Caraíbas que, não só oferece ótimas praias e bares extraordinários, como também<br />
locais exóticos com o charme dos tempos coloniais. Uma equipa de fotografia, liderada<br />
por Christian Deutscher, que já tinha estado atrás da câmara em vários calendários de<br />
oficina da febi, tirou milhares de fotografias em quatro locais diferentes – apenas as doze<br />
melhores fazem parte do calendário. O que parece tão fácil nas fotografias nunca é uma<br />
tarefa fácil, especialmente para as modelos, devido às temperaturas tropicais. Mas todos<br />
os esforços valeram a pena: a 20ª edição do calendário de oficina da febi é, uma vez mais,<br />
extremamente atraente!uma aula de introdução ao Golf no Driving Range do Vidago<br />
Palace Hotel e uma atuação do Rancho Folclórico Santo Estêvão de Rega<strong>das</strong> de Fafe no<br />
restaurante Casa de Souto Velho. “Reinou a boa disposição neste encontro da Auto Silva<br />
Acessórios com os seus clientes já de longa data e onde foi possível uma conjugação<br />
equilibrada de negócios e lazer”, revelou o departamento de comunicação da Auto Silva<br />
Acessórios.<br />
GAMA E REPUTAÇÃO<br />
QUALIDADE E CONFIABILIDADE<br />
A BENDIX ESTÁ<br />
AINDA MELHOR<br />
Reconhecida pelos resultados no setor dos travões, desde 1924,<br />
a Bendix é agora apoiada pela TMD Friction - um fabricante líder<br />
mundial de equipamento original para o segmento da fricção.<br />
Isto representa uma maior garantia de qualidade, maior cobertura<br />
de veículos e uma maior gama de produtos.<br />
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AUTO SILVA ACESSÓRIOS E GRUPO DRIV<br />
REALIZAM WORKSHOP<br />
A Auto Silva Acessórios S.A. em parceria com o grupo Driv, organizou um evento, no<br />
Vidago Palace Hotel, com cerca de 50 pessoas, nos passados dias 17 e 18 de setembro,<br />
onde promoveram, em conjunto, um workshop técnico direcionado principalmente para<br />
as marcas Ferodo e Monroe. O programa deste encontro foi composto por um workshop<br />
técnico direcionado principalmente para as marcas Ferodo e Monroe realizado pelo<br />
formador Carlos Colado; uma visita guiada a uma fonte do Vidago Palace Hotel com prova<br />
da água termal; um passeio num autocarro de 1930 por Vidago;<br />
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Gestão<br />
OTIMIZAR O DESEMPENHO DA OFICINA<br />
ESTRUTURAR,<br />
GERIR E MOTIVAR<br />
A MAIORIA DAS EMPRESAS PRECISA DE PESSOAL QUE TRABALHE EFICAZMENTE E ISTO SIGNIFICA<br />
QUE ESSE PESSOAL TEM DE SER GERIDO. CONTUDO, O QUE SIGNIFICA REALMENTE ‘GERIR UMA EQUIPA’<br />
E COMO PODE O ‘GESTOR DA EMPRESA’ SER TAMBÉM UM GESTOR DE PESSOAS EFICAZ?
Um bom gestor de pessoal deve conhecer<br />
na íntegra as funções e<br />
as responsabilidades de todos<br />
os membros da equipa, mas em última<br />
instância, cada um desses membros da<br />
equipa deve ser melhor a desempenhar<br />
as suas tarefas do que o gestor poderá<br />
ser. Além disso, o gestor deve ser capaz<br />
de conseguir o melhor da equipa que<br />
tem ao dispor e apenas mudá-la quando<br />
to<strong>das</strong> as outras hipóteses falharam’. Em<br />
suma, o gestor precisa de saber estruturar,<br />
gerir e motivar a sua equipa para otimizar<br />
o seu desempenho. É bem conhecida<br />
a expressão que diz que as pessoas<br />
não deixam os empregos, e deixam sim<br />
os chefes, mas na realidade isto significa<br />
que essas pessoas deixam o emprego<br />
porque o mesmo não é agradável, ou<br />
porque os seus pontos fortes não estavam<br />
a ser aproveitados ou porque não<br />
estavam a evoluir nas carreiras. E quem<br />
é responsável por isto? O chefe.<br />
Uma gestão ineficaz tem um impacto negativo,<br />
não só na retenção de pessoal, na<br />
qualidade do trabalho e no ânimo, mas<br />
também no serviço de apoio ao cliente e<br />
na imagem da empresa. Isso não é bom,<br />
nem para o pessoal nem para o resultado<br />
final. Os melhores gestores sabem o<br />
que fazem, qual o rumo dos respetivos<br />
negócios, e garantem que têm as pessoas<br />
certas nas funções cruciais para que tudo<br />
possa resultar. De igual modo, comunicam<br />
e delegam eficazmente no pessoal<br />
que foi formado, apoiado e motivado<br />
com vista ao cumprimento <strong>das</strong> respetivas<br />
responsabilidades. As empresas com<br />
funcionários competentes e que são bem<br />
geridos são as que têm melhor desempenho<br />
e que frequentemente resolvem os<br />
problemas antes de estes se agravarem e<br />
se tornarem situações realmente graves.<br />
Posto isto, vamos analisar alguns dos<br />
princípios orientadores fundamentais<br />
para uma boa gestão de pessoas:<br />
Construa relações sóli<strong>das</strong><br />
e basea<strong>das</strong> no respeito<br />
Não queira que gostem de si, mas queira<br />
obter e manter o respeito da sua equipa.<br />
Passe tempo a falar com os membros do<br />
seu pessoal. Irá demonstrar que está interessado,<br />
mas também será motivador e irá<br />
permitir-lhe compreender melhor as opiniões<br />
deles e quaisquer preocupações que<br />
possam ter. Seja confiante, vigoroso e profissional,<br />
mantendo-se simultaneamente<br />
transparente, acessível e motivador.<br />
Fortaleça as suas<br />
competências de comunicação<br />
A sua capacidade de ouvir e comunicar é<br />
vital para o seu sucesso enquanto gestor<br />
de pessoas. E isto não significa apenas<br />
a sua capacidade de ouvir e de falar de<br />
modo individual, mas também a sua capacidade<br />
de captar a atenção <strong>das</strong> pessoas<br />
de modo a expor as suas ideias, valores e<br />
perspetivas, bem como a sua capacidade<br />
de ouvir e respeitar as ideias, os valores<br />
e as perspetivas dos outros. Isso é verdadeira<br />
comunicação. Quer fale com uma<br />
pessoa, ou faça uma apresentação para<br />
um vasto conjunto de pessoas, competências<br />
de comunicação sóli<strong>das</strong> são muito<br />
importantes.<br />
Desenvolva ativamente a sua<br />
equipa e seja o líder da equipa<br />
À medida que estabelece e fortalece relações<br />
com a sua equipa, deve começar<br />
a identificar os talentos, as capacidades<br />
e os pontos fortes individuais dos seus<br />
funcionários. Ter conhecimento deste<br />
pormenor irá ajudá-lo a desenvolver a<br />
sua equipa de modo a que toda a gente<br />
tenha uma função na qual possa ter<br />
sucesso e se destaque. Passe tempo a<br />
comunicar com cada funcionário individualmente,<br />
dado que, muito frequentemente,<br />
os funcionários transmitirão<br />
aquilo que julgam ser os seus próprios<br />
pontos fortes e onde pretendem chegar.<br />
Também podem dar ideias sobre como<br />
fortalecer a sua equipa e o desempenho<br />
da mesma como um todo. Por vezes,<br />
ânimo e desempenho reduzidos podem<br />
dever-se a falta de apoio e de formação.<br />
Certifique-se de que toda a sua equipa se<br />
mantém atualizada, com formação regular<br />
adequada a cada função.<br />
Saiba o que os seus funcionários<br />
mais apreciam e valorizam<br />
Para determinar o que os seus funcionários<br />
realmente apreciam e valorizam,<br />
ou para conhecer as necessidades de formação<br />
e apoio dos mesmos, recorra a inquéritos,<br />
avaliações individuais ou grupos<br />
de discussão para falar de cada área<br />
fundamental, de modo a identificar os<br />
pontos positivos, as falhas de competências<br />
ou as áreas que devem ser melhora<strong>das</strong>.<br />
É muito simples, apoie a sua equipa.<br />
Seja transparente<br />
Omitir coisas aos seus funcionários é<br />
uma receita para o desastre. Lembre-se<br />
de que passou tempo a estabelecer relações<br />
com estas pessoas, relações basea<strong>das</strong><br />
em respeito. Gerar confiança faz<br />
também parte desse respeito mútuo.<br />
Mantendo a transparência, a honestidade<br />
e a confiança junto dos seus funcionários,<br />
irá promover ainda mais o respeito<br />
e a lealdade dos mesmos.<br />
Assuma a responsabilidade<br />
Isto pode muitas vezes ser difícil, mas é<br />
sinal de uma gestão de pessoas verdadeiramente<br />
excecional. Enquanto gestor,<br />
líder ou responsável da sua empresa,<br />
toda a responsabilidade deve incidir sobre<br />
si. É o responsável pelo desempenho<br />
dos seus funcionários. Lembre-se que<br />
falhar não representa uma fraqueza; é<br />
uma oportunidade de aprender, de se<br />
fortalecer e de melhorar. Assuma a responsabilidade<br />
pela sua equipa e esta irá<br />
respeitá-lo mais por isso. Todos estes<br />
princípios de gestão de pessoas são importantes<br />
competências de gestão interna,<br />
mas também serão tidos em conta<br />
externamente por parte dos clientes, de<br />
diversas formas, umas mais óbvias, outras<br />
nem tanto.<br />
Perceção positiva<br />
do funcionamento da empresa<br />
Quando os clientes contactam a sua empresa,<br />
seja por telefone, e-mail ou através<br />
de uma visita presencial, a sua perceção<br />
será significativamente mais positiva se<br />
sentirem que estão a lidar com uma empresa<br />
bem gerida, que funciona bem, com<br />
pessoal profissional e altamente motivado.<br />
Muitas vezes é quase impercetível a<br />
forma como isto pode ser detetado, mas<br />
seguramente que, se o seu pessoal não<br />
estiver a trabalhar num ambiente bem liderado<br />
e motivador, isso irá refletir-se na<br />
respetiva atitude em relação ao trabalho<br />
e, frequentemente, em relação aos seus<br />
clientes, de uma forma negativa. l<br />
A REALIDADE É QUE OS BONS GESTORES NÃO SURGEM ESPONTANEAMENTE,<br />
mas ADQUIREM as COMPETÊNCIAS COMO PARTE DA APRENDIZAGEM<br />
SOBRE COMO COMPREENDER as PESSOAS ENQUanto INDIVÍDUOS<br />
www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com Novembro I 22 45
Empresa<br />
MANN+HUMMEL APRESENTA ESTRATÉGIA ‘CARBONO ZERO’<br />
TUDO PELO AMBIENTE!<br />
O VERDE NÃO É APENAS A COR CORPORATIVA DA MANN+HUMMEL, MAS O VERDE É TAMBÉM O PRESENTE<br />
E O FUTURO DESTE ESPECIALISTA EM FILTRAÇÃO. COM AS SUAS SOLUÇÕES, A EMPRESA COM SEDE<br />
EM LUDWIGSBURG, NA ALEMANHA, SEPARA O ÚTIL DO PREJUDICIAL E DESENVOLVE ASSIM TECNOLOGIAS<br />
CHAVE PARA ABRIR O CAMINHO PARA UM PLANETA MAIS LIMPO
Com o objetivo de conduzir um futuro sustentável<br />
e minimizar a sua pegada de carbono,<br />
a MANN+HUMMEL tornou pública<br />
a sua estratégia “Carbono Zero”, que prevê a utilização<br />
de energias renováveis em to<strong>das</strong> as fábricas<br />
da MANN+HUMMEL a partir do próximo ano.<br />
A estratégia afirma também que, até 2030, toda a<br />
produção será neutra em CO 2; e, até 2050, toda a<br />
cadeia de abastecimento. “Esta é a nossa missão:<br />
separar o útil do prejudicial. Esta é a base do nosso<br />
negócio e, ao mesmo tempo, a nossa responsabilidade.<br />
Uma responsabilidade que levamos a sério,<br />
não só fornecendo aos nossos clientes tecnologias<br />
de ponta para os ajudar a tornarem-se mais sustentáveis,<br />
mas também queremos ser nós próprios<br />
mais sustentáveis. E a nossa neutralidade de CO 2<br />
é um passo importante neste caminho”, diz Jean<br />
Gangloff, Vice-Presidente de Qualidade, Saúde,<br />
Segurança e Ambiente da empresa. As chaves para<br />
alcançar estes objetivos incluem o aumento dos<br />
níveis de eficiência energética da empresa, bem<br />
como a utilização de energias renováveis. Além<br />
disso, a MANN+HUMMEL prestará ainda mais<br />
atenção à sustentabilidade da sua própria cadeia<br />
de abastecimento, bem como ao processo de produção<br />
dos seus produtos.<br />
Menos resíduos da fábrica<br />
A União Europeia estabeleceu um objetivo para os<br />
estados membros de limitar os aterros a um máximo<br />
de 10% dos resíduos até 2035. A nível dos cidadãos<br />
ou <strong>das</strong> empresas, este objetivo implicará uma<br />
maior procura de separação na fonte e de um tratamento<br />
correto dos resíduos. A MANN+HUM-<br />
MEL Ibérica têm vindo a trabalhar há anos no seu<br />
plano “aterro zero”. “A nossa estratégia ambiental<br />
para 2018-<strong>202</strong>3 visa alcançar a plena reciclabilidade<br />
dos resíduos. Em 2019 já atingimos uma taxa<br />
de reciclagem de quase 99%. Em <strong>202</strong>0, apenas<br />
2,05% dos nossos resíduos foram para aterro” refere<br />
a MANN+HUMMEL Ibérica.<br />
Durante o ano passado, a empresa sediada em Saragoça<br />
registou uma redução de 15,5% no volume<br />
de resíduos, o que implica uma melhoria na utilização<br />
interna dos recursos. “A nossa percentagem<br />
de resíduos continua ano após ano a avançar para<br />
o objetivo estratégico de “Aterro Zero”, um objetivo<br />
que esperamos alcançar até <strong>202</strong>3. Para tal, procuramos<br />
sempre a gestão mais sustentável possível<br />
para cada tipo de resíduos, promover o consumo<br />
responsável, a reutilização interna dos resíduos e<br />
a reciclagem externa de tudo o que não possa ser<br />
utilizado internamente. Dentro <strong>das</strong> opções de tratamento<br />
sustentável (reciclagem ou recuperação<br />
de energia), as opções de reciclagem são sempre<br />
prioriza<strong>das</strong> se estiverem disponíveis”, afirma a<br />
MANN+HUMMEL Iberica.<br />
Além disso, como parte da sua estratégia para reduzir<br />
as emissões de gases com efeito de estufa, a<br />
MANN+HUMMEL Iberica continua empenhada<br />
na compactação de resíduos (peças termoplásticas,<br />
papel e cartão, e sólidos inertes). “2,3% dos resíduos<br />
produzidos no nosso local de produção são considerados<br />
perigosos e como tal são tratados por gestores<br />
de resíduos especificamente autorizados para cada<br />
tipo de resíduos. Em <strong>202</strong>0, as máscaras cirúrgicas<br />
utiliza<strong>das</strong> pelos empregados foram incluí<strong>das</strong> neste<br />
tipo de resíduos para que possam ser trata<strong>das</strong> adequadamente<br />
e de uma forma amiga do ambiente”,<br />
acrescentou a MANN+HUMMEL Ibérica.<br />
Filtro contribui<br />
para proteção do ambiente<br />
Contribuir para a preservação da sustentabilidade<br />
ambiental é uma <strong>das</strong> linhas de trabalho segui<strong>das</strong><br />
pelo trabalho de I&D da MANN+HUMMEL na<br />
conceção de novas soluções de filtração. É o caso<br />
do sistema de filtragem de partículas de ar do novo<br />
Mercedes-Benz Sustainer, constituído por dois<br />
filtros, um à frente e outro no eixo traseiro, cuja<br />
função é limpar o ar onde quer que este circule,<br />
tornando possível compensar as emissões de partículas<br />
PM10 em mais de 50% e, mesmo quando parado,<br />
aspirar a poluição em redor do veículo - por<br />
exemplo, durante o tempo de carregamento <strong>das</strong><br />
baterias de um veículo elétrico. Durante este processo,<br />
o sistema consome apenas 160 watts, graças<br />
à eficiência do ventilador e a uma queda de pressão<br />
otimizada dos elementos filtrantes.<br />
Outro filtro baseado no mesmo conceito, mas neste<br />
caso, adaptável a qualquer veículo, é o filtro Pure<br />
Air também desenvolvido pela MANN+HUMMEL,<br />
que pode ser instalado no tejadilho do veículo, permitindo<br />
opções de personalização para frotas, empresas,<br />
etc.. O desenho da dupla entrada de ar tem<br />
uma capacidade de aspiração de até 2.000 metros<br />
cúbicos por hora. Outro exemplo é o filtro de partículas<br />
de pó de travão, que remove até 80% <strong>das</strong> partículas<br />
ultrafinas liberta<strong>das</strong> no ambiente durante a<br />
travagem e é capaz de se adaptar a to<strong>das</strong> as formas<br />
de mobilidade, desde veículos eléctricos e híbridos a<br />
veículos convencionais a gasolina ou diesel.<br />
Sustentabilidade ambiental<br />
A MANN+HUMMEL também contribui para a<br />
sustentabilidade ambiental através dos materiais<br />
utilizados na conceção e fabrico da sua gama de<br />
produtos. É o caso dos filtros de ar feitos de plástico<br />
reciclado a partir de garrafas PET. Com o plástico<br />
de duas garrafas de 1,5 litros, é possível obter<br />
até um metro quadrado de meio filtrante. Além<br />
disso, graças à elevada capacidade de retenção de<br />
sujidade destes meios sintéticos, é necessária até<br />
30% menos superfície de filtragem em comparação<br />
com um filtro de celulose tradicional,<br />
Combustíveis sintéticos são alternativa<br />
O tráfego rodoviário é responsável por 38% <strong>das</strong><br />
emissões de CO 2 na União Europeia, de acordo<br />
com os dados do Eurostat de 2019. Os combustíveis<br />
sintéticos poderiam ser a chave para reduzir estas<br />
emissões e cumprir os objetivos da UE em matéria<br />
de emissões. A redução <strong>das</strong> emissões de CO 2 destinada<br />
a combater as alterações climáticas está a levar<br />
muitos fabricantes de veículos a concentrarem a sua<br />
produção em veículos com motores de combustão<br />
movidos a combustíveis sintéticos sem emissões de<br />
carbono, permitindo assim a neutralização dos gases<br />
com efeito de estufa nos motores convencionais<br />
a diesel e a gasolina. A este respeito, a MANN-FIL-<br />
TER, especialista em sistemas de filtragem automóvel,<br />
desenvolveu uma série de filtros de combustível<br />
especialmente concebidos para resistir aos combustíveis<br />
sintéticos. “Os combustíveis sintéticos podem<br />
ser agressivos para alguns tipos de elastómeros”, explica<br />
a empresa, avisando que “como resultado, os<br />
vedantes podem perder até dez por cento do seu volume<br />
e, no pior dos casos, fazer com que o combustível<br />
saia e que o filtro se solte enquanto se conduz.<br />
Para o evitar, MANN-FILTER utiliza materiais de<br />
selagem resistentes a esta degradação, que asseguram<br />
uma retenção permanente e uma selagem<br />
completa do filtro, cumprindo ao mesmo tempo to<strong>das</strong><br />
as normas de equipamento original relevantes<br />
e to<strong>das</strong> as especificações exigi<strong>das</strong> pelos fabricantes<br />
de automóveis.<br />
A empresa afirma que “a mobilidade do futuro<br />
será uma combinação de diferentes tecnologias<br />
de propulsão e que os combustíveis serão necessários<br />
durante muito tempo, pelo que trabalhar para<br />
aumentar a utilização de combustíveis sintéticos<br />
contribuirá grandemente para a luta contra as alterações<br />
climáticas”. A MANN-FILTER já iniciou<br />
a produção em série destes filtros de combustível<br />
altamente eficientes para vários fabricantes de veículos<br />
comerciais.<br />
Automóveis a hidrogénio são solução<br />
É evidente que o futuro da indústria automóvel será<br />
eletrificado, especialmente se tivermos em conta a<br />
recente regulamentação europeia e ainda mais a<br />
futura entrada em vigor da Euro 7, que tornará a<br />
aprovação de motores térmicos capazes de cumprir<br />
os limites de emissão exigidos o mais rigoroso possível.<br />
No entanto, a corrida ainda está em curso para<br />
os fabricantes de automóveis encontrarem a fórmula<br />
para alimentar estes automóveis de forma rápida<br />
e sustentável. A MANN+HUMMEL Ibérica está<br />
empenhada, entre outras soluções, na implementação<br />
do hidrogénio como um método sustentável de<br />
geração de energia para a propulsão de automóveis.<br />
Uma fórmula que, além de contribuir para resolver<br />
o problema <strong>das</strong> emissões de dióxido de carbono<br />
para a atmosfera, também se torna uma <strong>das</strong> melhores<br />
alternativas ao problema do carregamento <strong>das</strong><br />
atuais baterias dos veículos elétricos. “Com a célula<br />
de combustível de hidrogénio seríamos capazes de<br />
reduzir as emissões dos veículos, ao mesmo tempo<br />
que ajudávamos a resolver as desvantagens dos veículos<br />
elétricos plug-in em termos de alcance e tempo<br />
de recarga”, acrescentou a empresa.<br />
“A célula de combustível de hidrogénio consiste<br />
num sistema inovador que faz com que o motor<br />
gere a electriidade de que necessita para se deslocar<br />
através de uma reação entre o ar aspirado da rua e o<br />
hidrogénio armazenado no tanque. Por outro lado,<br />
tanto a autonomia de cada tanque como o tempo<br />
de reabastecimento são semelhantes ao que estamos<br />
habituados com um motor térmico”, dizem. A<br />
MANN+HUMMEL já está a trabalhar em soluções<br />
de filtração para motores de células de hidrogénio<br />
como uma alternativa de mobilidade limpa. l<br />
www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com Novembro I 22 47
Empresa<br />
CONVENÇÃO PADOR AUTO SERVICE<br />
OFICINAS MAIS FORTES!<br />
TENDO COMO LEMA “LADO A LADO NO FUTURO”, REALIZOU-SE NO DIA 1 DE OUTUBRO, NO CASINO<br />
DA FIGUEIRA DA FOZ, A CONVENÇÃO PADOR AUTO SERVICE, QUE CONTOU COM A PARTICIPAÇÃO DAS<br />
OFICINAS ADERENTES A ESTE PROGRAMA CRIADO EM 2016 E QUE CONTA ATUALMENTE COM 65 PARCEIROS<br />
Pensado especificamente para as oficinas multimarca<br />
que se querem manter independentes,<br />
mas que entendem não ser uma estratégia<br />
adequada ficar isola<strong>das</strong> sem qualquer suporte, o Pador<br />
Auto Service tem ganho dimensão e mais valias a<br />
nível de novas ferramentas que oferece aos parceiros.<br />
Manuel Vicente, gerente da Rodapeças, deu início<br />
à Convenção, destacando a qualidade dos oradores<br />
convidados, que trouxeram temas muito atuais<br />
e suscitaram o interesse dos participantes para os<br />
grandes desafios que têm pela frente. Sobre a evolução<br />
do Programa Pador Auto Service, este responsável<br />
referiu que “a estratégia não é crescer em quantidade<br />
de aderentes ao Programa. O nosso grande<br />
objetivo é conseguir manter a elevadíssima qualidade<br />
que este Programa já tem e continuar a conseguir<br />
ir ao encontro <strong>das</strong> expetativas dos nossos clientes<br />
que fazem parte do mesmo. É um Programa extremamente<br />
inovador no nosso país, porque é flexível e<br />
muito rico na oferta de serviços de suporte que tem.<br />
As <strong>Oficinas</strong> podem beneficiar dum Call Center técnico,<br />
de formação técnica e empresarial, de imagem<br />
corporativa e ainda de suporte ao marketing. Tudo<br />
isto, sem obrigações. A flexibilidade deste Programa,<br />
permite a que todo o tipo de oficina possa usufruir<br />
de suporte ao seu negócio”.<br />
Formação é prioridade<br />
A formação, que sempre foi um dos pontos forte do<br />
programa Pador Auto Service, atingiu um número<br />
recorde de 223 formandos em <strong>202</strong>1 e para este ano<br />
espera-se que este número seja ultrapassado. Para<br />
isso, os responsáveis do programa vão dinamizar<br />
o trabalho que está a ser desenvolvido pela Pador<br />
Academy, com o objetivo de formar e capacitar as<br />
oficinas aderentes com as melhores ferramentas<br />
através de ações de formação foca<strong>das</strong> nas áreas mais<br />
solicita<strong>das</strong>. “Para nós é importante fazer formação<br />
que vá ao encontro <strong>das</strong> necessidades <strong>das</strong> oficinas e<br />
que acrescente valor ao seu negócio. Por isso criámos<br />
um programa que inclui as áreas de formação<br />
mais solicita<strong>das</strong> pelos nossos parceiros e com um<br />
calendário que permite as oficinas programarem os<br />
seus dias de formação no período que lhes for mais<br />
conveniente”, referiu Manuel Vicente. A forte adesão<br />
dos parceiros aos diversos cursos de formação<br />
realizados ao longo do ano e a avaliação positiva por<br />
parte dos formandos e formadores, são motivos de<br />
orgulho para os responsáveis da Rodapeças, que<br />
prometem continuar a apostar nesta área.<br />
Novo Call Center e Pador Tech Solutions<br />
Como novidade foi apresentado o novo Call Center,<br />
que passa a ter apoio técnico na Alemanha, recorrendo<br />
a uma base de dados com mais de 300 mil<br />
casos reais e ainda o acesso a portais técnicos dos fabricantes<br />
de automóveis. Relativamente à plataforma<br />
digital Pador Tech Solutions, foram divulgados<br />
os novos módulos que já estão disponíveis, designadamente<br />
de orçamentação, onde a oficina pode<br />
fazer uma comparação entre os valores OE e IAM.<br />
“Esta possibilidade permite mostrar de imediato<br />
ao cliente as vantagens de optar por um orçamento<br />
com peças de qualidade equivalente à origem, mas<br />
mais económico e com a mesma garantia”, refere o<br />
gerente. O Pador Tech Solutions possibilita também<br />
o registo de toda a informação dos veículos, desde a<br />
entrada na oficina, o tempo de reparação e o tipo de<br />
manutenção ou reparação efetuada. Deste modo, o<br />
responsável da oficina pode com facilidade consultar<br />
online todo historial de serviço da oficina, as horas<br />
despendi<strong>das</strong> em cada viatura e a rentabilidade<br />
<strong>das</strong> operações.<br />
Aposta na comunicação online<br />
Ana Correia, diretora e marketing da Rodapeças,<br />
apresentou a imagem corporativa dos Pador Auto<br />
Service, a nível exterior e também interior, reforçando<br />
a mais valia do Programa, que confere oportunidade<br />
a qualquer oficina multimarca se tornar<br />
um Pador Auto Service sem nunca perder a sua<br />
própria identidade, mantendo a sua independência<br />
e principalmente a sua autonomia. “Esta flexibilidade<br />
com os aderentes é a nossa grande vantagem,<br />
porque não queremos ter oficinas padroniza<strong>das</strong>,<br />
mas sim oficinas fortes”, referiu Ana Correia, que<br />
acrescentou “o digital está em crescimento constante<br />
e por isso temos apostado cada vez mais nas<br />
nossas redes sociais, onde divulgamos a imagem<br />
institucional do Programa com várias publicações”.<br />
E porque o futuro está na digitalização <strong>das</strong> oficinas,<br />
o Programa Pador Auto Service vai apostar ainda<br />
mais na receção ativa e no marketing oficinal, de<br />
forma a posicionar-se na vanguarda da reparação<br />
automóvel. Foi também anunciado o lançamento<br />
de uma solução e crédito rápido para os clientes <strong>das</strong><br />
oficinas, que permite o pagamento faseado do valor<br />
da reparação sem juros. O risco para a oficina é nulo<br />
e permite-lhe aumentar a tesouraria.<br />
Sustentabilidade e economia circular<br />
Fábio Parente, responsável da Derasa, falou sobre<br />
o tema da sustentabilidade e economia circular e<br />
apresentou os serviços desta empresa do grupo Rodapeças,<br />
que faz a gestão de resíduos, incluindo a<br />
colocação de contentores identificados com códigos<br />
LER nas oficinas e a recolha dos resíduos para reciclagem.<br />
Com este suporte a oficina previne acidentes<br />
ambientais, poupa recursos e melhora as condições<br />
de higiene e segurança, para além de ficar em<br />
conformidade com a legislação ambiental, evitando<br />
assim as pesa<strong>das</strong> coimas por inconformidades.<br />
Seguiu-se uma interessante apresentação de Joaquim<br />
Candeias, presidente da DPAI/ACAP que abordou<br />
alguns dos temas mais atuais do aftermarket na<br />
Europa. Miguel Oliveira, Pedro Rua e Jorge Cancella<br />
de Abreu foram outros dos oradores convidados que<br />
abordaram temas igualmente interessantes, designadamente:<br />
os desafios técnicos <strong>das</strong> oficinas no século<br />
XXI; gestão <strong>das</strong> oficinas pelo método 5S e as dificuldades<br />
<strong>das</strong> oficinas se atualizarem perante a mudança<br />
acelerada que o setor está a viver. A Convenção encerrou<br />
com uma palestra de Jorge Sequeira, um dos<br />
mais importantes speakers motivacionais do país,<br />
que contou algumas <strong>das</strong> melhores histórias incluí<strong>das</strong><br />
no seu recente livro “Dar ao pedal”. Não se trata de<br />
um manual de ciclismo, mas antes um guia para ajudar<br />
empresários e empreendedores a potenciar o seu<br />
desempenho, seja qual for a sua área. l<br />
48 Novembro I <strong>202</strong>2 www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com
A PADOR AUTO SERVICE CRIOU A PADOR ACADEMY, COM O OBJETIVO<br />
DE REFORÇAR A VERTENTE FORMAÇÃO PARA AS OFICINAS DA REDE,<br />
COM CURSOS TÉCNICOS E CURSOS DE FORMAÇÃO EMPRESARIAL<br />
ADEQUADOS À REALIDADE E ÀS NECESSIDADES DAS OFICINAS PARCEIRAS
SPAIN<br />
produto<br />
GRUPO
CAUTEX LANÇA NOVIDADES E NOVO WEBSITE<br />
TRÊS NOVAS FAMÍLIAS<br />
PEÇAS DE PORTAS<br />
A CAUTEX, UM FORNECEDOR COM 65 ANOS DE EXPERIÊNCIA NO MERCADO DE PEÇAS SOBRESSALENTES<br />
DE BORRACHA E METAL PARA O SETOR AUTOMÓVEL, E PARTE DO GRUPO AMERICANO BBB INDUSTRIES,<br />
LANÇOU TRÊS NOVAS FAMÍLIAS DE PEÇAS PARA PORTAS<br />
A<br />
Cautex lançou 685 novas referências e introduziu<br />
3 novas famílias de peças de portas:<br />
acionadores de portas de combustível<br />
(de momento entra com 6 referências), dobradiças<br />
de portas (que aparecem no catálogo com 221 novos<br />
artigos), e puxadores de portas (apresentando 111<br />
novas peças sobressalentes). Além disso, tem também<br />
42 novas fechaduras e 21 novas guias de portas<br />
deslizantes. Desta vez há uma macro-família com<br />
grande destaque, a porta e as partes do corpo, com<br />
um total de 412 referências. Para além destes, os novos<br />
produtos incluem também os habituais artigos<br />
de borracha e metal: sinoblocos, suportes de motor,<br />
kits de fole de transmissão e polies da cambota.<br />
O catálogo pode ser descarregado em formato PDF<br />
a partir do site da marca, sendo um prático instrumento<br />
de trabalho para os profissionais do sector.<br />
Clicando no número de referência abre a loja online<br />
Cautex onde pode ver a informação completa<br />
sobre a peça e o seu stock. To<strong>das</strong> as referências estão<br />
disponíveis no TecDoc.<br />
Este é o resumo <strong>das</strong> famílias mais importantes no<br />
novo lançamento da Cautex:<br />
• Silentblocs = 116 referências<br />
• Montagens do motor = 60 referências<br />
• Kits de fole de transmissão = 30 referências<br />
• Polias de cambota = 24 referências<br />
• Partes da porta e do corpo = 412 artigos<br />
• Dobradiça da porta = 221 artigos<br />
• Punho da porta = 111 referências<br />
• Fechaduras = 42 referências<br />
• Guia da porta deslizante = 21 referências<br />
• Atuador da tampa de combustível = 6 referências<br />
Com estes novos produtos, a Cautex continua a<br />
aumentar a sua oferta e conta agora com mais de<br />
14.500 referências em stock. Continua a crescer com<br />
as máximas que sempre a caracterizaram: uma vasta<br />
gama de produtos, um firme compromisso com a<br />
qualidade, e um cuidadoso serviço ao cliente. l<br />
NOVO WEBSITE EM PORTUGUÊS MAIS VISUAL E INTUITIVO<br />
A Cautex lançou recentemente o seu novo website, que é mais<br />
visual e intuitivo e visa facilitar a navegação aos seus utilizadores.<br />
A facilidade de utilização do novo website permite aos utilizadores<br />
consultar a vasta gama de produtos Cautex, conhecer to<strong>das</strong> as<br />
políticas de qualidade da empresa e fazer encomen<strong>das</strong> através da<br />
loja online, entre outras coisas.<br />
Outra característica importante do novo portal é a sua funcionalidade<br />
multilingue, passando <strong>das</strong> 3 línguas do antigo website para 5<br />
línguas (espanhol, inglês, francês, italiano e português) e também<br />
uma versão para o mercado latino-americano. Isto responde ao forte<br />
processo de expansão internacional da empresa e ao seu objetivo de<br />
penetrar em novos mercados. A Cautex está atualmente presente em<br />
20 países. Neste sentido, o novo website reflete o importante trabalho<br />
que a empresa está a realizar para fornecer aos distribuidores e<br />
mecânicos de pós-venda as melhores soluções com um elevado nível<br />
de qualidade.<br />
Os utilizadores podem consultar os rigorosos controlos de qualidade<br />
a que todos os produtos Cautex são submetidos, um facto que<br />
garante uma elevada fiabilidade do produto, equivalente à do<br />
equipamento original, mas a um custo mais competitivo. Na secção<br />
de qualidade pode também encontrar a documentação para<br />
procedimentos tais como garantias e devoluções. Outra <strong>das</strong> secções<br />
destaca<strong>das</strong> do website é a secção de Downloads, onde pode aceder<br />
a catálogos, lançamentos, brochuras e circulares técnicas. Tudo está<br />
apenas a um clique de distância. Também merece uma menção<br />
especial a nova secção completamente renovada <strong>das</strong> Notícias e<br />
Eventos, um blog onde a Cautex partilha to<strong>das</strong> as notícias sobre<br />
informação corporativa, produtos ou presença em feiras comerciais<br />
para que os seus clientes estejam a par da atividade da empresa<br />
sediada em Barcelona.<br />
Outra novidade é uma janela pop-up que informa sobre o Serviço<br />
Técnico como parte do Serviço de Atendimento ao Cliente. Este<br />
departamento pode ser contactado por e-mail, cstecnico@cautex.<br />
com, no telemóvel 616470752, ou no número de telefone geral<br />
934225300, extensão 2006. O objetivo é comunicar com os utilizadores<br />
de peças sobressalentes Cautex, resolvendo os seus problemas<br />
e estando mais perto deles para os ajudar.<br />
Graças a este novo departamento, os clientes da Cautex poderão<br />
resolver um grande número de dúvi<strong>das</strong> técnicas, tais como saber<br />
exatamente que número de referência necessitam para um modelo<br />
de veículo específico, as especificações técnicas de uma peça sobressalente,<br />
como utilizar o website e shop-online, como consultar<br />
o catálogo PDF… e qualquer outra dúvida técnica que os clientes<br />
necessitem de resolver. A Cautex continua a crescer com as máximas<br />
que sempre a caracterizaram e agora também apoiada por um poderoso<br />
instrumento de comunicação como o seu novo website. Para<br />
visitar o novo website da Cautex consulte www.cautex.com<br />
O NOVO WEBSITE DA CAUTEX REFLETE O IMPORTANTE TRABALHO<br />
QUE A EMPRESA ESTÁ A REALIZAR PARA FORNECER AOS DISTRIBUIDORES<br />
E MECÂNICOS DE PÓS-VENDA AS MELHORES SOLUÇÕES COM UM ELEVADO<br />
NÍVEL DE QUALIDADE<br />
www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com Novembro I 22 51
NOTÍCIAS // PEÇAS E EQUIPAMENTOS À MEDIDA DE CADA NEGÓCIO<br />
Produto<br />
BOSCH COMEMORA 100 ANOS A DUPLICAR<br />
DÉCADAS DE EXPERIÊNCIA E MELHORIA CONTÍNUA<br />
A<br />
Bosch está de parabéns! Comemora 100<br />
anos a desenvolver velas de incandescência<br />
e mais 100 anos de baterias. A Bosch apresenta<br />
velas incandescentes para quase todos os<br />
veículos a diesel, incluindo modelos mais antigos.<br />
Quanto às baterias, é raro o modelo que a Bosch<br />
não tenha. Robert Bosch percebeu muito cedo que<br />
a excelente eficiência dos motores a diesel os tornava<br />
adequados para uso em veículos motorizados. O<br />
problema era que esses motores tinham uma grande<br />
dificuldade em arrancar frio. As velas incandescentes<br />
Bosch, que entraram em produção em 1922,<br />
foram a solução, movendo o pré-aquecimento do<br />
motor para o interior da câmara de combustão.<br />
Foi também há cem anos que a Bosch começou a<br />
produzir baterias de arranque em Feuerbach, Estugarda,<br />
inicialmente para motociclos e, a partir<br />
de 1927, para automóveis de passageiros.<br />
Know How no fabrico de velas<br />
A primeira vela de incandescência de polo único da<br />
Bosch apresentava um isolador de mica com um<br />
filamento aberto de fio. Hoje, a tecnologia Duraterm<br />
e o aquecimento cerâmico com fases de pré-<br />
-aquecimento curtas e fases de pós-aquecimento<br />
longas garantem eficiência de combustível e uma<br />
longa vida útil. Com a vela incandescente Bosch<br />
DuraSpeed, que incorpora um elemento de aquecimento<br />
em cerâmica, um arranque a frio demora<br />
menos de dois segundos. Dar tempo ao motor<br />
diesel para aquecer é agora uma coisa do passado.<br />
Além disso, as velas de incandescência modernas<br />
desempenham um papel importante na limpeza<br />
do filtro de partículas, uma vez que o seu calor ajuda<br />
na regeneração do filtro.<br />
Ampla gama de baterias de arranque<br />
Também quando se trata de baterias de arranque,<br />
a Bosch tem 100 anos de experiência e know-how,<br />
como mostram os seguintes marcos históricos. Na<br />
década de 1960, a Bosch comercializava baterias<br />
com invólucro de plástico e indicador de carga. As<br />
baterias livres de manutenção para automóveis de<br />
ligeiros foram introduzi<strong>das</strong> na década de 1980.<br />
A partir da década de 1990, as grelhas de liga de<br />
prata <strong>das</strong> baterias da Bosch garantiram longa vida<br />
útil e alta potência no momento de arranque. Desde<br />
2000, o portfólio da Bosch foi complementado<br />
com baterias AGM de elevado desempenho para<br />
veículos de ligeiros com sistemas start-stop e vários<br />
consumidores elétricos. A duração da bateria<br />
também tem vindo a ser continuamente melhorada.<br />
Em 2016, a Bosch ganhou o Prémio de Inovação<br />
Automechanika Frankfurt pela sua bateria de<br />
íons de lítio para motocicletas. Em 2019 assistiu-<br />
-se à estreia da Bosch TA AGM, uma bateria para<br />
veículos comerciais com altos requisitos de energia<br />
no exigente mercado de transporte de longa distância.<br />
Além disso, desde o final de 2019 e para<br />
equipamentos originais, a Bosch desenvolve e fabrica<br />
baterias de 48 volts para hibridização leve. A<br />
bateria de 48 volts armazena energia da travagem<br />
e suporta o motor de combustão durante a aceleração.<br />
Isso reduz o consumo de combustível e as<br />
emissões de CO 2.<br />
52 Novembro I <strong>202</strong>2 www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com
OSRAM ADICIONA<br />
NOVOS MODELOS NA<br />
GAMA LUZES INSPEÇÃO<br />
Caracterizada por um design excecional, benefícios individuais<br />
otimizados e características ideais para cada modelo, a gama<br />
de luzes LEDinspect da OSRAM proporciona a luz certa para<br />
as suas necessidades específicas. Adequa<strong>das</strong> para trabalhos de manutenção<br />
e reparação, para uso profissional e privado, para mecânicos,<br />
técnicos, entusiastas de automóveis e para qualquer pessoa que<br />
precise de iluminação robusta e duradoura com produtos flexíveis<br />
e ajustáveis, cada luz de inspeção OSRAM LEDinspect reflete uma<br />
compreensão <strong>das</strong> aplicações profissionais e fornece luz exatamente<br />
onde e quando for necessária. A gama é versátil e diversificada, permitindo<br />
o uso preciso, eficiente e eficaz da luz. A OSRAM oferece 2<br />
anos de garantia<br />
NOVOS PRODUTOS<br />
DE ILUMINAÇÃO<br />
MAGNETI MARELLI | A Magneti Marelli Parts & Services<br />
apresenta o lançamento de novos produtos na família Lighting.<br />
O lançamento consiste em 43 referências, a maioria delas para<br />
aplicações muito novas e mesmo algumas delas para a última<br />
geração de veículos elétricos, como o Mercedes Benz EQS e EQE.<br />
Outros destaques incluem o conjunto completo de lâmpa<strong>das</strong>,<br />
projetores e luzes diurnas para o novo Fiat 500E e os projetores<br />
matriciais LED para o Audi A8 MY21, o conjunto completo de<br />
luzes traseiras para o Land Rover Discovery MY21 e Porsche<br />
Panamera MY20. O lançamento inclui 28 faróis, todos eles LED<br />
e alguns com função dinâmica ou matriz, 28 luzes traseiras<br />
combina<strong>das</strong>, algumas delas faróis de nevoeiro, e um conjunto<br />
de luzes LED de funcionamento diurno.<br />
SINNEK<br />
REVOLUCIONA MERCADO<br />
COM MÁQUINA DE DOSAGEM DE COR<br />
A<br />
SINNEK,<br />
marca de tinta premium para carroçaria, apresenta uma nova revolução no mundo da<br />
cor. É uma máquina de dosagem totalmente automatizada, uma solução altamente eficiente<br />
para a produção de cor no sector da refinação. Uma máquina capaz de dosear tinta com uma<br />
precisão de cor extremamente elevada. A máquina, que em breve estará à disposição dos clientes da<br />
marca, foi apresentada ao público na feira EQUIP AUTO <strong>202</strong>2 em Paris. Com este lançamento, a SIN-<br />
NEK demonstra mais uma vez o seu claro empenho na dosagem automática de bases de cor. Não em<br />
vão, em 2017 foi a primeira marca de pintura de carroçaria a apresentar tal equipamento como parte<br />
da sua proposta de valor para os clientes. A máquina da série W6000 oferece alta produtividade no<br />
processo de processamento de cor, graças à grande velocidade com que realiza a dosagem, com capacidade<br />
para fazer 20 cores prontas a usar por hora. Outra <strong>das</strong> suas características distintivas é a sua alta<br />
precisão, com uma capacidade de produzir cores a partir de 30 gramas, e uma precisão de até 4 casas<br />
decimais.<br />
www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com Novembro I 22 53
Notícias<br />
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SPIES HECKER APRESENTA<br />
DOIS VERNIZES<br />
COM EFEITO MATE<br />
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Spies<br />
Hecker lançou o seu novo sistema de<br />
vernizes Permacron Matt Clear System, que<br />
inclui dois produtos, o Permacron Matt System<br />
Clear Coat 8185 e o Permacron Semi-Gloss System<br />
Clear Coat 8170. Formulados especificamente<br />
para serem usados como parte dos 280/285 Base<br />
Coat e Permahyd Hi-TEC Base Coat 480 Systems e<br />
com o Permacron Base Coat 293/295 ou pintura<br />
original, são misturados para proporcionar acabamentos<br />
mate de OEMs de alta qualidade e de todos<br />
os níveis de brilho de forma rápida e mais fácil do<br />
que nunca. Estes produtos inovadores utilizam uma<br />
tecnologia de pigmentos mate significativamente<br />
menores, que oferecem uma aparência muito menos<br />
cinzenta e turva, garantindo uma aparência<br />
homogénea, uniforme e sem irregularidades. Os<br />
pintores podem identificar sempre a fórmula de cor<br />
mate adequada com o espectrofotómetro Color Dialog<br />
Phoenix e procurar o nível de brilho correspondente<br />
para a sua fórmula de cor específica de forma<br />
muito rápida e fácil com o avançado software de gestão<br />
de cores digital.<br />
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MAIS DE 700 NOVAS REFERÊNCIAS<br />
METALCAUCHO | A Metalcaucho está de volta com força e apresenta 714 novas peças<br />
sobressalentes de 46 famílias diferentes. Entre os novos produtos, destaca-se a vasta gama<br />
de rótulas que foram adiciona<strong>das</strong> ao catálogo: 182 rótulas de rótulas de ponta de tirantes,<br />
40 rótulas de junta axial e 30 rótulas de suspensão. Além disso, existem também muitos<br />
produtos novos nas famílias de bielas, termóstatos (atingindo quase 900 referências),<br />
buchas (com mais de 500 códigos), e suportes de direção (uma família chave que continua<br />
a crescer com mais 9 referências). As peças de reposição Metalcaucho são fabrica<strong>das</strong> com as<br />
mesmas especificações do fabricante original, mas por vezes a sua experiência e conhecimentos<br />
fazem-na melhorar os desenhos originais para os tornar mais duráveis. Em famílias<br />
tais como juntas esféricas ou bielas, aumenta a espessura de certas peças, ou seleciona<br />
materiais mais resistentes, com o objetivo de oferecer aos clientes produtos com uma vida<br />
útil mais longa. Este lançamento inclui 24 referências com estas melhorias incorpora<strong>das</strong>.<br />
CALIBRADOR DE CÂMARA<br />
RETROVISORA PARA PESADOS<br />
GONÇALTEAM | A Gonçalteam já dispõe da solução técnica para a calibração da<br />
câmara retrovisora para os veículos pesados que possuem este sistema ADAS. A HAWEKA<br />
SCC é o único sistema aprovado para calibrar os Mercedes Mirror Cams. O procedimento de<br />
calibração do Mirror Cam com o SCC já está disponibilizado no software Mercedes XENTRY-<br />
-Software. Também está aprovado o SAD500-MB, que permite à oficina da Mercedes Benz<br />
calibrar os sistemas ADAS estaticamente. As vantagens da calibração estática incluem: operação<br />
individual; calibração no interior da oficina; independente <strong>das</strong> influências climáticas;<br />
independente de outros veículos a serem seguidos durante a calibração dinâmica. Como a<br />
calibração estática com o HAWEKA SAD500-MB é muito mais rápida, a empresa não apenas<br />
economiza tempo, mas também dinheiro, pois os AW (valores da mão de obra do serviço)<br />
são especificados pela Mercedes.<br />
RPA ACRESCENTA<br />
DYS AO SEU PORTFÓLIO<br />
DE MARCAS<br />
A<br />
RPA – Rui & Paulo Almeida introduziu a nova marca DYS no seu portfólio,<br />
com o objetivo de se tornar o parceiro ideal dos profissionais do ramo automóvel.<br />
O portfólio da RPA, conta agora com braços suspensão, pendurais,<br />
rótulas direção/suspensão/axiais, “podendo ser expandido a qualquer momento a<br />
toda a oferta da Marca DYS”, revelou o departamento de comunicação da RPA. A<br />
DYS posiciona-se como fabricante líder tornando-se uma marca forte e com qualidade<br />
garantida, imagem única capaz de competir com outras marcas do mercado<br />
de aftermarket.<br />
AUMENTA GAMA DE CAUDALÍMETROS<br />
ALFA E-PARTS | A nova marca, da BBB Industries, a Alfa e-Parts já tem 122 sensores MAF na sua carteira<br />
e incluirá mais de 100 novas referências no início de <strong>202</strong>3. Alfa e-Parts, a nova marca da divisão europeia da<br />
BBB Industries, com um novo e moderno conceito de componentes elétricos e eletrónicos para automóveis,<br />
continua a aumentar a sua oferta. Lançou recentemente 137 referências, incluindo 93 novos caudalímetros ou<br />
sensores MAF. Esta é uma família que tem atualmente 122 referências no seu catálogo. Além disso, anunciam<br />
que no início de <strong>202</strong>3 irão completar a sua oferta com mais de 100 novos caudalímetros. A Alfa e-Parts está<br />
empenhada num produto 100% concebido, fabricado e testado sob rigorosos e exigentes testes de qualidade,<br />
uma vasta gama que não deixará de crescer (cerca de 6.000 novas referências anuais), e um serviço que<br />
responde às expectativas dos seus clientes, tirando partido da logística <strong>das</strong> marcas do grupo BBB Industries.<br />
Relativamente aos caudalímetros, classificados dentro da oferta Alfa e-Parts na família de sensores e na<br />
sub-família de gestão do motor, são testados e calibrados como as referências originais.<br />
www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com Novembro I 22 55
Notícias<br />
Produto<br />
DUAS NOVas MESAS ELEVatÓRIAS<br />
Nós damos uma mãozinha<br />
CETRUS | A CETRUS acaba de lançar para o mercado duas novas mesas elevatórias bastante<br />
úteis para oficinas de mecânica nomeadamente para serviços em viaturas elétricas. Estas<br />
plataformas elevatórias são especialmente desenha<strong>das</strong> para montar e desmontar baterias,<br />
motores, caixas de velocidades, eixos de transmissão, reservatórios de combustível, suspensões,<br />
etc. Estes elevadores portáteis permitem a regulação em comprimento, altura e inclinação<br />
e a versão Premium permite ainda a deslocação lateral graças a sua mesa dupla. Ambos os<br />
equipamentos contam com furos dedicados para fixação de suportes. O modelo mais económico<br />
é acionado através de uma bomba pneumática, e o modelo Premium através de bomba elétrica<br />
com comando para maior comodidade.<br />
Não fazemos<br />
manutenção automóvel,<br />
mas fazemos a manutenção<br />
da sua terminologia!<br />
TRADUÇÃO E DOCUMENTAÇÃO TÉCNICA<br />
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relação qualidade/preço do mercado. Temos<br />
profissionais especializados em várias áreas<br />
da indústria e uma tecnologia que nos permite<br />
criar projetos à medida de cada cliente.<br />
ALARGA GAMA DE PRODUTOS<br />
COM 8 NOVas REFERÊNCIAS<br />
BGA | O fornecedor de aftermarket automóvel BGA (BG Automotive) expandiu a sua oferta<br />
de produtos com 8 novas referências através de várias categorias de produtos - correntes de<br />
distribuição, cárter, polias de cambotas e transmissão. A BGA desenvolve e lança mensalmente<br />
novas referências de produtos para a indústria de pós-venda automóvel para assegurar que as<br />
aplicações mais recentes estão a ser disponibiliza<strong>das</strong> para as oficinas independentes. Foi lançada<br />
uma nova corrente de distribuição para a Mercedes, cobrindo modelos como o Mercedes Classe<br />
A 2012 - 2018, Classe C 2013 - 2018, Classe E 2013 – 2016, num total de mais de 100.400<br />
veículos. Duas novas referências foram acrescenta<strong>das</strong> à sua gama de transmissão cobrindo o Ford<br />
Tourneo Custom 2015 em diante & Ford Transit 2014 - 2018 em diante.Uma junta homocinética<br />
danificada pode ser totalmente reparada e restaurada de acordo com as especificações do equipamento<br />
original, utilizando componentes de qualidade, como os kits de juntas homocinéticas<br />
BGA, que contêm todos os componentes necessários para restaurar completamente um eixo de<br />
transmissão.<br />
CONHEÇA O PROGRAMA PARCEIRO JABA<br />
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as traduções antigas do parceiro JABA, é criada<br />
uma base de dados que permite detetar to<strong>das</strong><br />
as repetições em novos projetos e baixar<br />
consideravelmente o valor final do documento,<br />
mantendo a terminilogia e o estilo<br />
de comunicação já existentes. Um programa<br />
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APOSTA EM NOVOS DISCOS CERÂMICOS ABRASIVOS<br />
ZAPHIRO | A ZAPHIRO fez uma nova aposta no seu portfólio, desenvolveu novos discos cerâmicos<br />
abrasivos, uma verdadeira recomendação para as oficinas que façam vários trabalhos de lixagem.<br />
Este disco abrasivo não precisa ser trocado por um operador, graças ao seu maior desempenho de<br />
corte, poupa tanto em tempo, como em material. O novo disco cerâmico oferece alta e rápida velocidade<br />
de corte no trabalho de lixagem de materiais como primers, tintas ou compósitos. Além disso,<br />
estes discos abrasivos são também adequados para vernizes cerâmicos e produtos de alta dureza.<br />
Para além <strong>das</strong> vantagens menciona<strong>das</strong> acima, os discos cerâmicos ZAPHIRO permitem também uma<br />
maior duração do velcro <strong>das</strong> placas, pois o operador não precisa trocar as placas com tanta frequência<br />
dos discos abrasivos. Por último, por serem discos abrasivos com suporte de papel, oferecem a opção<br />
de trabalho à mão com menos entupimento.<br />
COMERCIALIZA BOMBA PARA<br />
FILTRO DE CARVÃO ATIVADO<br />
MOTORSERVICE | A Motorservice, é o único fornecedor no mercado de pós-venda, que<br />
disponibiliza uma bomba elétrica para a purificação do filtro de carvão ativado que foi desenvolvida<br />
pela Pierburg, na Alemanha. A bomba para filtro de carvão ativado foi desenvolvida pela Pierburg,<br />
na Alemanha, e lançada mundialmente no mercado em 2018. Desde então, tem sido cada vez mais<br />
utilizada na produção em série por um grande número de fabricantes de automóveis de renome,<br />
conferindo-lhe um potencial considerável no mercado de pós-venda. A bomba conduz os vapores<br />
de combustível presentes no filtro de carvão ativado para o processo de combustão, reduzindo<br />
assim a emissão de poluentes do veículo. Esta é composta por uma bomba de gás elétrica centrífuga<br />
acionada por um motor monofásico e funciona com um caudal de até 50 litros por minuto a uma<br />
pressão simultânea de apenas cerca de 0,1 bar. A sua resistência térmica é reforçada por uma função<br />
de arrefecimento ativo inovadora integrada no sistema eletrónico. Tal garante que a bomba é capaz<br />
de suportar as condições rigorosas do compartimento do motor.<br />
TRIO DE LUBRIFICANTES COM ESPECIFICAÇÕES GM<br />
VARTA AGM<br />
É ESCOLHA<br />
DOS VEÍCULOS ELÉTRICOS<br />
As baterias AGM da VARTA estão prepara<strong>das</strong> para os veículos elétricos<br />
e funcionam em perfeita sintonia com a bateria de alta tensão<br />
para garantir um desempenho excecional. Para 2030, a União Europeia<br />
tem por objetivo reduzir as emissões de CO 2 dos veículos em 40%.<br />
Como consequência, os fabricantes de automóveis vêem-se obrigados a<br />
produzir veículos com emissões zero e veículos com emissões inferiores a<br />
50 g/km de CO 2. Em 2030, os veículos híbridos e elétricos a bateria já representarão<br />
mais da metade dos novos registros na Europa. À medida que<br />
o parque automóvel europeu se torna cada vez mais eletrificado, a VARTA<br />
estará bem posicionada com a sua gama de baterias, que foi ampliada para<br />
acompanhar a evolução dos veículos elétricos. Nestes veículos, a bateria de<br />
íons de lítio de alta tensão fornece energia à transmissão. A bateria de 12<br />
volts cuida do sistema elétrico interno do veículo, que inclui recursos de<br />
conforto e segurança.<br />
WOLF | A Wolf lançou um trio de novos lubrificantes precisamente formulados que seguem as<br />
especificações mais recentes da General Motors (GM) - GM dexos1TM Gen3. Estas novas atualizações<br />
melhoram o desempenho em várias áreas importantes e estão a chegar ao mercado num momento<br />
crucial, uma vez que a GM implementou recentemente a transição obrigatória. Os engenheiros de<br />
I&D da Wolf trouxeram ao mercado uma nova linha de óleos de motor que cumprem estes novos e<br />
rigorosos requisitos. Esta linha melhorada inclui dois produtos oficialmente aprovados, WOLF ECOTE-<br />
CH 0W20 SP/RC D1-3 e WOLF ECOTECH 5W30 SP/RC D1-3. Também inclui um produto que cumpre a<br />
especificação, WOLF ECOTECH 5W20 SP/RC D1-3, mas a GM atualmente não suporta oficialmente o<br />
grau de viscosidade 5W20. Todos os três produtos são compatíveis com as especificações anteriores<br />
do Dexos1 e um ajuste perfeito para os veículos híbridos mais recentes, em conformidade com ILSAC<br />
GF-6 A.<br />
www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com Novembro I 22 57
Técnica<br />
&Serviço
Colaboração Centro ZARAGOZA<br />
www.centro ‐zaragoza.com<br />
VERNIZES DE ACABAMENTO<br />
O TOQUE FINAL<br />
OS VERNIZES SÃO A ÚLTIMA CAMADA DE PINTURA QUE REVESTE AS PEÇAS PINTADAS. A SUA FUNÇÃO<br />
É DE EMBELEZAMENTO DA SUPERFÍCIE, DURABILIDADE E RESISTÊNCIA, PROTEGER AS CAMADAS<br />
INFERIORES DE AGENTES EXTERNOS COMO A RADIAÇÃO ULTRAVIOLETA, A HUMIDADE E O DESGASTE<br />
MECÂNICO. NO MERCADO EXISTEM DIFERENTES TIPOS DE VERNIZES QUE SE ADEQUAM A DIFERENTES<br />
TIPOS DE REPARAÇÕES, ACABAMENTOS OU NECESSIDADES ESPECÍFICAS<br />
Atualmente, nos processos de<br />
pintura de automóveis existem<br />
três tipos de sistemas de<br />
acabamento: monocamada, duplacamada<br />
e triplacamada. No caso do<br />
acabamento de monocamada, to<strong>das</strong><br />
as qualidades que devem possuir a<br />
pintura de acabamento são consegui<strong>das</strong><br />
com a aplicação de um único<br />
produto, o esmalte monocamada ou<br />
tinta de brilho direto, que contém<br />
tanto a pigmentação que dá a cor<br />
final, como as resinas que proporcionam<br />
as qualidades de resistência<br />
acima descritas. Estes acabamentos<br />
de monocamada estão praticamente<br />
em desuso, devido à maior exposição<br />
dos pigmentos à radiação e porque<br />
não oferecem a versatilidade de utilização<br />
de pigmentos com efeitos diferentes<br />
para além da cor e cobertura.<br />
Nos acabamentos bicamada e tricamada,<br />
o acabamento consiste em<br />
uma ou duas cama<strong>das</strong> de base bicamada<br />
respetivamente (ou base bicamada<br />
e verniz de tintura em algumas<br />
tricama<strong>das</strong>), que contribuem para a<br />
cor devido aos pigmentos que contêm<br />
e uma última camada de verniz, que<br />
contribui para o brilho final desejados<br />
Vernizes HS e UHS<br />
Os vernizes utilizados atualmente<br />
devem cumprir com os regulamene<br />
as qualidades de proteção e resistência<br />
contra os agentes externos.<br />
Devido à maior proteção dos pigmentos<br />
e à versatilidade que oferece<br />
o processo de bicamada e tricamada,<br />
onde não possui apenas pigmentos<br />
de cobertura convencionais, mas<br />
também podem ser utilizados pigmentos<br />
de diferentes efeitos como<br />
metalizado ou perlado, torna este<br />
tipo de acabamento maioritariamente<br />
presente nos veículos de passageiros.<br />
Por outro lado, o verniz pode<br />
apresentar diferentes caraterísticas<br />
tanto a nível dos efeitos de acabamento:<br />
desde os acabamentos de<br />
alto brilho até acabamentos acetinados<br />
ou mate; como a nível <strong>das</strong> propriedades<br />
técnicas, podendo oferecer<br />
diferentes capacidades de resistência<br />
a riscos.<br />
Propriedades dos vernizes<br />
Os vernizes consistem numa mistura<br />
de resinas, geralmente em estado<br />
líquido, com a adição de misturas de<br />
diluentes, embora possam também<br />
existir fórmulas em pó, utiliza<strong>das</strong>,<br />
por exemplo, em pinturas de jantes<br />
em oficinas especializa<strong>das</strong>. As resi‐<br />
nas utiliza<strong>das</strong> nos vernizes aplicados<br />
em automóveis são sintéticas e formula<strong>das</strong><br />
especialmente para atingir<br />
os padrões que cumprem com a<br />
exigência dos trabalhos de repintura<br />
automóvel.<br />
Na hora de aplicar um verniz,<br />
valorizam ‐se as qualidades como a<br />
extensibilidade, facilidade de aplicação,<br />
estabilidade vertical, tempos de<br />
secagem, brilho, tempo de vida útil<br />
e tempo e facilidade de polimento.<br />
Tendo em vista a sua durabilidade e<br />
resistência, são valoriza<strong>das</strong> qualidades<br />
como a resistência a riscos e desgaste,<br />
à radiação ultravioleta, aos impactos<br />
de pedras, à humidade e aos<br />
agentes químicos. A manutenção do<br />
brilho original e <strong>das</strong> suas qualidades<br />
de proteção dependerão desta resistência.<br />
No mercado existem grandes<br />
variedades de vernizes que se adaptam<br />
às necessidades concretas de<br />
cada reparação. De acordo com as<br />
diferentes qualidades podemos retirar<br />
as seguintes classificações:<br />
tos relacionados com o conteúdo<br />
máximo de componentes orgânicos<br />
voláteis (VOCs), Diretiva 2004/42/<br />
CE, sendo as fórmulas mais habituais<br />
as que possuem a denominação<br />
de “teor de sólidos elevado” ou<br />
HS (High Solids) e os de teor de sólidos<br />
ultra elevado, ou UHS (Ultra<br />
High Solids). A fórmula destes produtos<br />
com baixo teor de VOCs, para<br />
além da redução da emissão para a<br />
atmosfera de poluentes, permite obter<br />
a camada de proteção desejada<br />
através da aplicação de um número<br />
menor de mãos, já que cada mão<br />
aplicada contém maior proporção<br />
<strong>das</strong> resinas que constituem a camada<br />
definitiva do verniz.<br />
Vernizes à base de água<br />
Uma opção mais radical na diminuição<br />
dos VOCs nas fórmulas de vernizes<br />
para automóveis são os vernizes<br />
de água, que substituem, ou na sua<br />
totalidade, ou em grande parte, os<br />
componentes orgânicos voláteis por<br />
água como elemento que permite<br />
manter em estado líquido a mistura<br />
de resinas até ao momento da sua<br />
aplicação. Este tipo de verniz vem<br />
NA HORA DE APLICAR UM VERNIZ, VALORIZAM ‐SE as QUALIDADES<br />
COMO A EXTENSIBILIDADE, FACILIDADE DE APLICAÇÃO, ESTABILIDADE<br />
VERTICAL, TEMPOS DE SECAGEM, BRILHO, TEMPO DE VIDA ÚTIL<br />
E FACILIDADE DE POLIMENTO<br />
www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com Novembro I 22 59
TÉCNICA<br />
&SERVIÇO<br />
TENDO EM VISTA A SUA DURABILIDADE E RESISTÊNCIA,<br />
são VALoriza<strong>das</strong> QUALIDADES COMO A RESISTÊNCIA A RISCOS<br />
E DESGASTE, À RADIAÇÃO ULTRAVIOLETA, aos IMPACTOS DE PEDRAS,<br />
À HUMIDADE E aos agenTES QUÍMICOS<br />
completar um sistema de repintura<br />
composto por produtos unicamente<br />
à base de água, em conjunto com a<br />
bicamada e os enchimentos e primários<br />
à base de água. Contudo, hoje<br />
em dia são poucos os fabricantes de<br />
tintas de acabamento que dispõem<br />
do mesmo, já que a procura por parte<br />
do mercado é baixa.<br />
Vernizes de secagem rápida<br />
Em relação às reparações de pintura<br />
relaciona<strong>das</strong> com danos extensos,<br />
existe um número de casos em que<br />
as reparações afetam apenas um número<br />
limitado de peças, ou até apenas<br />
uma. Para estes casos, os fabricantes<br />
de tintas oferecem alguns tipos de<br />
verniz cuja fórmula permite enfrentar<br />
estas reparações otimizando o processo<br />
de pintura. Estes são denominados<br />
vernizes rápidos ou vernizes express,<br />
que, embora apresentem um tempo<br />
de vida útil ou tempo de mistura<br />
relativamente reduzido, adaptam ‐se<br />
perfeitamente às condicionantes de<br />
aplicação de verniz em extensões limita<strong>das</strong><br />
e também aceleram o processo<br />
de secagem e endurecimento. Isto<br />
permite agilizar o tráfego na oficina<br />
deste tipo de reparações em que apenas<br />
uma, ou um número reduzido de<br />
peças, estejam danifica<strong>das</strong>.<br />
Também são denominados como<br />
vernizes de alta eficiência e para<br />
além de secarem em 5 ‐10 minutos<br />
a 60ºC, também podem ser secados<br />
em estufa a 40ºC em 15 ‐20 minutos<br />
ou mesmo ao ar livre em menos de<br />
1 hora. Isto permite uma poupança<br />
energética da oficina, na temperatura<br />
e tempo, e maior rapidez no processo<br />
completo de pintura que resulta<br />
em menores tempos de ciclo.<br />
Vernizes de secagem ao ar por<br />
absorção de humidade<br />
Com a filosofia de poupança ener‐<br />
gética, foram desenvolvidos vernizes<br />
de secagem ao ar por humidade, que<br />
não necessitam da aplicação de calor<br />
para a sua secagem. São vernizes de bi<br />
componentes, geralmente com uma<br />
relação de mistura 1:1, sem diluente,<br />
que apenas precisam da ativação<br />
da base de bicamada para garantir a<br />
correta aderência e cujo tempo de secagem<br />
é influenciado pela humidade<br />
ambiente, ou seja, quanto maior a<br />
humidade, menor tempo de secagem.<br />
Vernizes de alto brilho<br />
Estes tipos de vernizes foram desenhados<br />
com o objetivo principal de<br />
conseguir um trabalho de altíssima<br />
qualidade, alcançando um brilho<br />
muito elevado e com grande luminosidade.<br />
São vernizes que apresentam<br />
uma grande resistência contra<br />
os agentes externos, proporcionando<br />
uma grande durabilidade do alto<br />
brilho obtido.<br />
Vernizes com diferentes níveis<br />
de brilho: mate e acetinado<br />
Os gostos ou as mo<strong>das</strong> são passageiras.<br />
No que diz respeito aos acabamentos<br />
automóveis, nos últimos<br />
anos, os designers de automóveis<br />
propuseram em alguns modelos<br />
que os vernizes de acabamento em<br />
vez de apresentarem um brilho caraterístico<br />
e tradicional apresentassem<br />
um aspeto diferente, como por<br />
exemplo um acabamento acetinado<br />
(ou de brilho intermédio), ou inclusive<br />
acabamentos mate que aparentam<br />
uma superfície aveludada. Para<br />
dar resposta a estas necessidades na<br />
reparação, existem também à disposição<br />
<strong>das</strong> oficinas vernizes que proporcionam<br />
este tipo de acabamentos<br />
mates ou acetinados. Em alguns<br />
casos é possível obter diferentes níveis<br />
de brilho dependendo da mistura,<br />
em diferentes proporções, de<br />
dois vernizes de diferentes brilhos.<br />
60 Novembro I <strong>202</strong>2 www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com
Vernizes flexíveis<br />
Em qualquer processo de pintura<br />
as cama<strong>das</strong> de tinta aplica<strong>das</strong> sobre<br />
qualquer tipo de peça devem possuir,<br />
pelo menos, a mesma elasticidade<br />
que a peça pintada pois, caso contrário,<br />
as cama<strong>das</strong> de tinta irão quebrar<br />
se a peça for flexível para além da capacidade<br />
elástica <strong>das</strong> cama<strong>das</strong> de tinta.<br />
No caso <strong>das</strong> pinturas automóveis,<br />
uma vez que as especificações eram<br />
determina<strong>das</strong> pelas peças metálicas,<br />
quando se começou a incorporar na<br />
carroçaria peças de plástico como os<br />
para ‐choques, tornou ‐se necessário<br />
a adição de aditivos especiais, elastificantes,<br />
que aumentam a elasticidade<br />
dos vernizes aplicados nas peças<br />
de plástico flexíveis. Na atualidade,<br />
também existem vernizes de alta<br />
elasticidade que podem ser aplicados<br />
tanto em peças metálicas como plásticas,<br />
o que permite realizar a aplicação<br />
do verniz ao mesmo tempo nestas<br />
peças, não sendo necessário, para<br />
além disso, preparar dois vernizes ou<br />
a limpeza de duas pistolas.<br />
Vernizes anti riscos<br />
A maior resistência ao desgaste e aos<br />
riscos dos vernizes permite manter o<br />
aspeto inicial durante mais tempo,<br />
mantendo o mesmo brilho mesmo<br />
quando, por exemplo, o veículo seja<br />
submetido a lavagens frequentes (rolos,<br />
fricção do pó depositado, etc.),<br />
para manter um perfeito estado à<br />
imagem do veículo. São já muitas as<br />
marcas de fabricantes de veículos que<br />
oferecem nos seus modelos os acabamentos<br />
com vernizes destas prestações;<br />
portanto, em caso de reparações,<br />
também devem estar disponíveis este<br />
tipo de vernizes nas oficinas de reparação.<br />
Trata ‐se de vernizes denominados<br />
como anti riscos, cerâmicos ou de<br />
elevada resistência.<br />
Outra opção para melhorar as prestações<br />
do verniz em relação a danos<br />
por riscos ou arranhões é, precisamente,<br />
a contrária aos vernizes de<br />
elevada resistência; trata ‐se de conseguir<br />
uma camada de verniz suficientemente<br />
elástica que permita<br />
“autorregenerar” a superfície. Esta<br />
regeneração superficial consegue ‐se<br />
com o passar do tempo e acelera ‐se<br />
quanto maior for a temperatura ambiente.<br />
A realização dos processos de<br />
matizar, lixar ou polir destes vernizes<br />
podem requerer produtos específicos<br />
para evitar necessitar de mais tempo<br />
e materiais dos que seriam necessários<br />
com um verniz convencional.<br />
Vernizes de mono componentes<br />
De forma geral, os vernizes apresentam<br />
fórmulas de dois componentes<br />
ou, “2K”, em que à resina base do verniz<br />
é adicionada um segundo componente,<br />
denominado de endurecedor<br />
ou catalisador, e que se deve misturar<br />
com a resina no momento anterior à<br />
sua aplicação, visto que após serem<br />
misturados inicia ‐se a reação química<br />
entre ambos que os transformará na<br />
película de verniz que irá proteger as<br />
superfícies pinta<strong>das</strong>. Não obstante,<br />
existem também no mercado vernizes<br />
com fórmulas de 1 componente, ou<br />
1K, geralmente em formato de aplicação<br />
aerossol. Estes vernizes secam<br />
apenas por evaporação dos dissolventes<br />
e apresentam uma secagem rápida,<br />
embora, necessitam de mais mãos<br />
para alcançar as cama<strong>das</strong> necessárias,<br />
apresentam menor capacidade de brilho<br />
e a sua resistência e durabilidade<br />
são inferiores em comparação com<br />
os vernizes 2K. São utilizados para<br />
pequenas aplicações, pinturas de pequenas<br />
peças, de provetas para a confirmação<br />
de cor, de interiores ou para<br />
a pintura <strong>das</strong> óticas dos faróis.<br />
Vernizes para faróis<br />
Para a restauração <strong>das</strong> lentes dos faróis<br />
existem também produtos específicos,<br />
denominados de vernizes para faróis<br />
ou vernizes para policarbonato, o material<br />
plástico utilizado no fabrico <strong>das</strong><br />
óticas dos faróis. São vernizes tanto 1K<br />
como 2K e aplicáveis tanto com pistola<br />
como com spray. Apresentam boa aderência<br />
sobre este material e uma alta<br />
transparência e luminosidade para a<br />
correta transmissão da luz. A aplicação<br />
do verniz na restauração <strong>das</strong> óticas<br />
de faróis é fundamental para garantir<br />
a proteção, resistência e durabilidade<br />
do policarbonato.<br />
Vernizes versáteis<br />
Por último, cabe ‐nos citar os vernizes<br />
versáteis, que podem ser preparados<br />
com endurecedores e diluentes lentos,<br />
médios, rápidos e extrarrápidos<br />
ou com agentes aceleradores para<br />
adequar ‐se às diferentes circunstâncias<br />
ou necessidades, modificando<br />
tanto os tempos de evaporação e como<br />
os de secagem, podendo aplicar ‐se<br />
tanto a pequenas como grandes reparações<br />
e podendo escolher a temperatura<br />
de secagem entre 60ºC, 40-45ºC<br />
ou secagem ao ar. l<br />
A MANUTENÇÃO DO BRILHO ORIGINAL E DAS SUas QUalidades<br />
DE PROTEÇÃO DEPENDERÃO DA RESISTÊNCIA DO VERNIZ A RISCOS<br />
E DESGaste. NO MERCADO EXISTEM GRANDES Variedades DE VERNIZES<br />
QUE SE adaptam ÀS NECESSIDADES CONCRETAS DE CADA REPARAÇÃO<br />
www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com Novembro I 22 61
Gestão<br />
AMBIENTE DE TRABALHO<br />
CULTURA MOTIVACIONAL<br />
NESTE ARTIGO ABORDAMOS COMO OS PROPRIETÁRIOS DE OFICINAS PODEM CRIAR UMA CULTURA<br />
MOTIVACIONAL E ESTIMULANTE NO AMBIENTE DO LOCAL DE TRABALHO. A CULTURA CONSISTE EM TER<br />
UM LOCAL DE TRABALHO ONDE CADA MEMBRO DA EQUIPA SE SENTE VALORIZADO E RESPEITADO<br />
Não basta proporcionar aos<br />
funcionários festas de Natal,<br />
bónus de produtividade<br />
ou pequenos almoços grátis. Estas<br />
coisas são importantes, mas não são<br />
suficientes. Precisa de analisar o lado<br />
emocional da força de trabalho.<br />
Tenha uma visão<br />
Uma visão irá defini-lo, a sua paixão<br />
e os seus valores, ao mesmo tempo<br />
que dará a cada membro da equipa<br />
a motivação para corresponder à sua<br />
ética de trabalho e ao seu compromisso<br />
para com os seus clientes. É<br />
fundamental que tenha uma cultura<br />
positiva da empresa se pretende que<br />
a equipa dê o seu melhor. Ter uma visão<br />
define os padrões.<br />
Aprendizagem contínua<br />
A reparação automóvel está a evoluir<br />
rapidamente e ninguém pode dizer<br />
que é totalmente qualificado. Há<br />
sempre algo a aprender e é importante<br />
certificar-se de que a sua equipa<br />
compreende isso. Deve dar o seu<br />
melhor para que os seus funcionários<br />
continuem a aprender, dando-lhes<br />
to<strong>das</strong> as oportunidades para receberem<br />
formação e adquirirem novas<br />
competências. Se necessário, deixe-<br />
-os fazê-lo durante o seu tempo. Porque<br />
não? Afinal, é para seu benefício.<br />
Estipular parâmetros<br />
e processos<br />
Se não puder confiar em alguém para<br />
fazer o trabalho para o qual foi contratado,<br />
então tem a pessoa errada.<br />
Contudo, assegure-se de que cria<br />
condições que dão autonomia à equipa.<br />
Poderia até pedir para que definam<br />
os seus próprios objetivos. Esta<br />
medida fortalece-os e a equipa terá<br />
maior probabilidade de se empenhar<br />
para alcançar os objetivos que eles<br />
próprios definiram em vez de lhes ter<br />
sido dito para o fazerem.<br />
Escute sempre<br />
A equipa desempenha as suas funções<br />
diariamente. São os que têm o<br />
melhor conhecimento dos processos<br />
e, portanto, entendem o que está a<br />
funcionar ou não. Deste modo, um<br />
gestor deve escutar as suas opiniões<br />
e admitir que nem sempre sabe o que<br />
é melhor.<br />
Aceite ideias e pontos de vista, permita<br />
que a equipa alcança o seu pleno<br />
potencial. Além de os fazer sentir<br />
valorizados, permite também poupar<br />
tempo e dinheiro no processo.<br />
Comunique<br />
Não existe comunicação em demasia.<br />
É importante e motivador saber<br />
como está o desempenho do negócio,<br />
mesmo que não esteja a correr bem.<br />
Caso contrário, a força de trabalho só<br />
especulará. Além disso, agradeça! São<br />
duas palavras curtas, mas que fazem<br />
toda a diferença. Pequenos gestos,<br />
como dizer “obrigado”, mostram que<br />
é empático e acessível. É possível ficar<br />
agradavelmente surpreendido com os<br />
resultados destes simples passos.<br />
Os erros acontecem<br />
É natural que ocorram erros, mas é<br />
a forma como lidamos com eles que<br />
é crucial. Adote o conceito «Assumir<br />
uma intenção positiva». Deseja que a<br />
equipa tenha medo a ponto de tentar<br />
encobrir os seus erros? A alternativa<br />
é criar um ambiente positivo para os<br />
seus funcionários serem abertos e<br />
honestos acerca dos erros e assegure<br />
que utilizem essas ocasiões como<br />
oportunidades para aprender.<br />
Confie nas pessoas<br />
Alguns dos leitores poderão pensar<br />
que tem funcionários que iriam<br />
aproveitar-se. Isso pode acontecer,<br />
mas ao possuírem uma boa cultura,<br />
essas pessoas rapidamente<br />
mostram quem são na verdade. A<br />
verdadeira pergunta é: Quer um<br />
membro da equipa que possui to<strong>das</strong><br />
as competências, mas que tem<br />
uma abordagem negativa? Ou quer<br />
um membro que se enquadra na<br />
sua cultura? É possível aprender<br />
novas competências, mas alterar a<br />
mentalidade de uma pessoa, só ela<br />
o pode fazer. l<br />
62 Novembro I <strong>202</strong>2 www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com
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O AFTERMARKET APOIA A SELEÇÃO DE PORTUGAL<br />
by jornal<strong>das</strong>oficinas.com<br />
21<br />
NOV<br />
ENG<br />
03 B<br />
IRN<br />
v.<br />
SEN 02 v. A<br />
HOL<br />
USA 04 v. B<br />
WAL<br />
ARG<br />
KSA<br />
v.<br />
08 C<br />
22<br />
MEX<br />
POL<br />
NOV DEN<br />
07 v. C<br />
06 D<br />
TUN<br />
v.<br />
20<br />
QAT<br />
01 A<br />
ECU<br />
NOV v.<br />
FINA<br />
17<br />
DEZ<br />
FRA 05 D<br />
AUS<br />
v.<br />
MAR<br />
CRO<br />
v.<br />
ESP<br />
12 F<br />
23<br />
NOV<br />
GER<br />
11 E<br />
JPN v.<br />
10 E<br />
CRC<br />
v.<br />
BEL 09 F<br />
CAN<br />
v.<br />
BRA<br />
SRB<br />
v.<br />
16 G<br />
24<br />
POR<br />
GHA<br />
NOV URU<br />
15 v. H<br />
14 H<br />
KOR<br />
v.<br />
SUI 13 G<br />
CMR<br />
v.<br />
ENG<br />
USA<br />
v.<br />
20 B<br />
25<br />
NED<br />
ECU<br />
NOV QAT<br />
19 v. A<br />
18 A<br />
SEN<br />
v.<br />
WAL<br />
17 B<br />
IRN v.<br />
ARG<br />
v.<br />
MEX<br />
24 C<br />
26<br />
FRA<br />
DEN<br />
NOV POL<br />
23 v. D<br />
22 C<br />
KSA<br />
v.<br />
OITAVOS<br />
FINAL<br />
03<br />
DEZ<br />
04<br />
DEZ<br />
v.<br />
v.<br />
QUARTOS<br />
FINAL<br />
v.<br />
v.<br />
09<br />
v.<br />
DEZ<br />
14<br />
DEZ<br />
13<br />
DEZ<br />
v.<br />
ME<br />
FINA<br />
TUN 21 D<br />
AUS<br />
v.
AL<br />
ESP 28 E<br />
GER<br />
v.<br />
CRO<br />
27 F<br />
CAN<br />
v.<br />
BEL 26 v. F<br />
MAR<br />
27<br />
NOV<br />
JPN 25 E<br />
CRC<br />
v.<br />
v.<br />
POR<br />
32 H<br />
URU<br />
v.<br />
BRA 31 G<br />
SUI<br />
v.<br />
KOR 30 H<br />
GHA<br />
v.<br />
28<br />
NOV<br />
CMR<br />
29 G<br />
SRB<br />
v.<br />
IA<br />
AL<br />
v.<br />
v.<br />
QUARTOS<br />
FINAL<br />
OITAVOS<br />
FINAL<br />
v.<br />
v.<br />
05<br />
DEZ<br />
NED<br />
36 A<br />
QAT<br />
v.<br />
ECU 35 A<br />
SEN<br />
v.<br />
IRN 34 B<br />
USA<br />
v.<br />
WAL<br />
33 B<br />
ENG<br />
v.<br />
KSA<br />
40 v. C<br />
MEX<br />
POL 39 C<br />
ARG<br />
v.<br />
TUN 38 D<br />
FRA<br />
v.<br />
AUS 37 D<br />
DEN<br />
v.<br />
CRC 44 E<br />
GER<br />
v.<br />
JPN 43 E<br />
ESP<br />
v.<br />
CAN<br />
42 v. F<br />
MAR<br />
29<br />
NOV<br />
30<br />
NOV<br />
01<br />
DEZ<br />
v.<br />
v.<br />
10<br />
DEZ<br />
v.<br />
v.<br />
06<br />
DEZ<br />
CRO 41 F<br />
BEL<br />
v.<br />
CMR<br />
48 G<br />
BRA<br />
v.<br />
SRB 47 G<br />
SUI<br />
v.<br />
KOR<br />
46 H<br />
POR<br />
v.<br />
02<br />
DEZ<br />
GHA<br />
45 H<br />
URU v.<br />
vado<br />
E-Mobility<br />
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