Jornal das Oficinas 203

porque a nossa especialização é a
produção. Confiamos nos nossos distribuidores
para levarem o produto
ao consumidor. Essa não é a nossa
especialização e também não queremos
competir diretamente com eles”,
garante, lembrando que a empresa já
disponibiliza alguns produtos, como
sprays técnicos, sob outra marca nas
grandes superfícies.
Em Portugal, como se costuma dizer,
«em equipa que ganha, não se mexe».
E Tracy Spanjaard é bastante clara ao
afirmar que não há qualquer razão
para considerar outros distribuidores,
dado que “em Portugal temos uma representação
já significativa através da
ADIR Viseu. Eles conhecem o mercado,
o produto e os clientes. Talvez
noutros mercados onde não somos
fortes isso faça sentido, mas aqui estamos
bastante confortáveis”. Na sua
perspetiva, o nosso país está a dar o
mote, num continente europeu que
se apresenta “à frente das tendências
e das tecnologias, comparando com
a África do Sul. Estamos a caminhar
para diferentes direções, como o e­
‐commerce, (não necessariamente
para vender diretamente ao consumidor),
mas criando os meios para
tornar mais fácil ter os produtos nas
lojas”, declara a CEO.
Parceiros técnicos
Outra das facetas importantes da
Spanjaard, e que importa referir,
é o trabalho realizado com muitas
equipas de competição pelo mundo
fora, como acontece com a Toyota
Gazoo Racing. “Glyn Hall, o diretor
da equipa, só usa os produtos Spanjaard.
E já usava antes de estar responsável
pelos veículos da Toyota. A
maior parte das relações profissionais
que temos é enquanto parceiros
técnicos das equipas, porque eles nos
pedem para usar os produtos. O diretor
fala connosco e diz que precisa
de um produto para trabalhar em
determinadas condições e temperaturas
e nós vamos desenvolvê ­lo e
testá ­lo em conjunto a equipa. Há
vezes em que lhes vendemos o produto
que serve apenas para resolver
esse problema, mas também é assim
que a nossa equipa de pesquisa e desenvolvimento
acaba por funcionar:
Identificamos uma necessidade e
uma oportunidade e vamos resolver
o problema”, esclarece ao Jornal das
Oficinas. Em Portugal, Amadeu Fernandes
reitera que não sendo “um
mercado muito grande, nem com potencial
para grandes investimentos
em patrocínios, tentamos colaborar
sempre que é possível, o que aconte­
SPANJAARD É UMA MARCA ALtaMENTE
reconHECIDA NO MERCADO
PAULO ALMEIDA, GERENTE DA RPA
Enquanto importador/distribuidor, Paulo Almeida, da RPA, que tem o exclusivo da comercialização
da marca para a zona centro e sul do país afirma que “o produto é altamente reconhecido no mercado
há muitos anos”. Salienta também “a diversidade da gama, com um leque bastante grande
de produtos específicos” e explica que “de há algum tempo para cá temos tentado apostar não só
na área automóvel, mas também um pouco mais na área industrial”, numa altura em que há “uma
concorrência enormíssima na área dos aditivos, criou ‐se essa moda, mas a Spanjaard já cá está há
muito tempo, tem primazia e provas dadas na qualidade do produto”. À espera das novidades que
hão de chegar para o mercado dos elétricos, Paulo Almeida pretende cobrir ainda mais a sua área
de mercado, contando para isso com Joana Lopes, responsável pela comercialização da Spanjaard,
que considera que “face à qualidade da marca, a aceitação é boa, mesmo a nível da abertura de
novos clientes tem estado a correr muito bem”. A comercial sentiu algumas falhas a nível de stocks
e de entregas nos períodos mais críticos da pandemia, no entanto, garante “estivemos sempre a
aumentar a nossa carteira de clientes”.
HOJE, A SPANJAARD CONTA COM MAIS DE 150 PRODUTOS
NO MERCADO E MAIS DE 400 REFERÊNCIAS DISPONÍVEIS, NUMA
OFERTA MUITO SIGNIFICATIVA, técnica E ESPECIALIZADA, EM ALGUNS
casos, até, PARA APLICAÇÕES MUITO ESPECÍFICAS
ce várias vezes. Agora temos um carro
no rali nacional de clássicos com o
Luís Cavaco”.
Visão de futuro
Sobre o futuro e a possível quebra
nas necessidades de lubrificantes e
aditivos, dada a transição energética
que se vive, Tracy não tem dúvidas
em afirmar que “temos de continuar
a ser relevantes e capazes de oferecer
soluções para a indústria do aftermarket
automotivo”. Por um lado,
mudando o foco para os novos requisitos
para manter os veículos elétricos,
por outro, para os países em
desenvolvimento, “que estão muito
longe de ter veículos elétricos, os
aditivos ainda vão ter muita procura
durante muito tempo, assim como a
área industrial e da agricultura, onde
os motores e os geradores vão continuar
a ter o seu espaço”. Considerando
que já nos encontramos numa
fase pós ­pandemia, “uma altura
muito disruptiva e incerta para todos
no mundo e que afetou o nosso negócio
de muitas formas, agora já não
há desculpa, temos de andar para a
frente! Acho que podemos juntar esforços
e recomeçar, por assim dizer, a
reacender a paixão, a energia e o foco
no produto. Há muito potencial em
Portugal”, finaliza. l
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