You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
É tão gostoso tomar um banho e se jogar no sofá, estocar comida nos lados
e ir cambaleando depois para o quarto. Geladeira à disposição, banheiro
sem filas. Tudo tranquilo! Sem empurra-empurra, sem gente suada
encostando, sem todo aquele esforço para falar mais alto que a música.
Não é sacrifício nenhum, adoro festejar o fim de semana em casa.
Faz um tempo que li uma crônica da Martha Medeiros em que a gaúcha
contava das dores que machucam muito, mas que são imperceptíveis. E
são essas mesmas dores que são menosprezadas e quase sempre
negligenciadas pelo outro. Às vezes até rola empatia projetada, aquela que
você pressupõe que o outro possa estar sentindo baseado no que você
sentiria. Um ato gentil, mas errôneo. As dores da alma, como dizem os
poetas, para muitos são apenas queixas carregadas de insatisfação que
podem ser resolvidas com um porre. Mas quem a sente de verdade sabe da
existência da dor que o corpo não revela. E como Martha diz: “Nem
sempre o tempo cura tudo, às vezes ele tira apenas o incurável do centro
das atenções”. Só quem sente, entende.