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Eu passo mal toda maldita vez. Já até tentei adiar o sexo para os próximos encontros,
mas percebi que a ordem da gozada, na maioria das vezes, não altera o processo da
continuidade.
Transar pra mim é diferente de fazer sexo. Transar é saciar um desejo carnal, a
vontade de esfregar o corpo em outro e se envolver no tesão sem muita firula, sem
grandes exigências. Já o sexo é quando acontece o entrelace das mãos, quando os
olhos se permitem gemer na estabilidade do olhar, quando é tão bom, mas tão bom,
que a gente até se reserva alguns segundos para pensar: Puta que o pariu, como foi
bom. No sexo, você vai de puta a santa e estremece nos extremos.
Quando o sexo é bom, eu me apaixono fácil, não exclusivamente pela pessoa, mas
pelo que ela me proporciona. Fico de pneus arriados com a conversa que flui tão
bem, com o tesão que já começou com as histórias e com a euforia que grita de
ansiedade no silêncio dentro do carro.
Tem mistério e incerteza. Tem o gosto de quero mais. Tem a incessante dúvida de
saber se devo ir com tudo ou ir jogando alguns porquês em volta da pessoa, para ver
se ela vem aos pouquinhos, e eu acabo dando a sorte de ela se apaixonar por algum
detalhe meu que nem mesmo eu me dou conta, decidindo, então, ficar…
Casualidade não incomoda quando você só sente vontade de transar. Mas e
quando o sexo é bom? Como lidar com a vontade de continuar? Eis a questão.