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Seja-o-amor-da-sua-vida-Guilherme-Pintto

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Eu passo mal toda maldita vez. Já até tentei adiar o sexo para os próximos encontros,

mas percebi que a ordem da gozada, na maioria das vezes, não altera o processo da

continuidade.

Transar pra mim é diferente de fazer sexo. Transar é saciar um desejo carnal, a

vontade de esfregar o corpo em outro e se envolver no tesão sem muita firula, sem

grandes exigências. Já o sexo é quando acontece o entrelace das mãos, quando os

olhos se permitem gemer na estabilidade do olhar, quando é tão bom, mas tão bom,

que a gente até se reserva alguns segundos para pensar: Puta que o pariu, como foi

bom. No sexo, você vai de puta a santa e estremece nos extremos.

Quando o sexo é bom, eu me apaixono fácil, não exclusivamente pela pessoa, mas

pelo que ela me proporciona. Fico de pneus arriados com a conversa que flui tão

bem, com o tesão que já começou com as histórias e com a euforia que grita de

ansiedade no silêncio dentro do carro.

Tem mistério e incerteza. Tem o gosto de quero mais. Tem a incessante dúvida de

saber se devo ir com tudo ou ir jogando alguns porquês em volta da pessoa, para ver

se ela vem aos pouquinhos, e eu acabo dando a sorte de ela se apaixonar por algum

detalhe meu que nem mesmo eu me dou conta, decidindo, então, ficar…

Casualidade não incomoda quando você só sente vontade de transar. Mas e

quando o sexo é bom? Como lidar com a vontade de continuar? Eis a questão.

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