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Seja-o-amor-da-sua-vida-Guilherme-Pintto

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Eu acho supermaneiro quem não gosta de se apegar. Entendo mesmo, uma

vez que o amor é para quem tem peito, para quem está disposto a querer

lidar com os defeitos do outro e se colocar à disposição além de uma bela

uma gozada. Agora, os que vendem a preferência da casualidade apenas

para não perder o selo de “cool desapegado da galera”, esses me dão um

pouco de preguiça… Aos medrosos, aqui vai um recado: dá para ser livre e

feliz mesmo estando apegado.

Uma vez eu chorei muito. O nome dela era Fernanda e estávamos no

sétimo ano. Chorei muito e dei vinte e cinco centavos para ela, porque, na

minha cabeça de menino novo, aquela era a maior riqueza diante da minha

pobreza, que eu poderia oferecer para agradecer pela ajuda de um ano em

matemática. Sempre fui mais amigo das letras. Fernanda, minha amiga dos

cabelos cacheados, representou a primeira despedida marcante, a primeira

despedida com que eu tive que aprender a lidar. Hoje, aos vinte e quatro

anos, eu ainda não sei reagir tão bem às despedidas, mas assim como sei

da necessidade de deixar um amor ir para outro vir, também entendo que

as amizades possuem prazo de validade. O tchau é doído, mas o

aprendizado que ele nos traz é enorme. Tchau, tchau, Fernanda de agora.

Precisamos renovar as experiências.

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