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Eu acho supermaneiro quem não gosta de se apegar. Entendo mesmo, uma
vez que o amor é para quem tem peito, para quem está disposto a querer
lidar com os defeitos do outro e se colocar à disposição além de uma bela
uma gozada. Agora, os que vendem a preferência da casualidade apenas
para não perder o selo de “cool desapegado da galera”, esses me dão um
pouco de preguiça… Aos medrosos, aqui vai um recado: dá para ser livre e
feliz mesmo estando apegado.
Uma vez eu chorei muito. O nome dela era Fernanda e estávamos no
sétimo ano. Chorei muito e dei vinte e cinco centavos para ela, porque, na
minha cabeça de menino novo, aquela era a maior riqueza diante da minha
pobreza, que eu poderia oferecer para agradecer pela ajuda de um ano em
matemática. Sempre fui mais amigo das letras. Fernanda, minha amiga dos
cabelos cacheados, representou a primeira despedida marcante, a primeira
despedida com que eu tive que aprender a lidar. Hoje, aos vinte e quatro
anos, eu ainda não sei reagir tão bem às despedidas, mas assim como sei
da necessidade de deixar um amor ir para outro vir, também entendo que
as amizades possuem prazo de validade. O tchau é doído, mas o
aprendizado que ele nos traz é enorme. Tchau, tchau, Fernanda de agora.
Precisamos renovar as experiências.