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Seja-o-amor-da-sua-vida-Guilherme-Pintto

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uma festa qualquer e me adicionou logo depois. Mas, como não tinha química

nenhuma entre nós, acabamos ficando amigos e, mais tarde, conheci o Ricardo, seu

namorado.

A noite estava linda quando chegamos no tal quadrado. Desde criança sempre fui

apaixonado pelo verão, principalmente pelas noites quentes. A impressão que me dá

é de que existe algo mágico gritando vida e felicidade no céu estrelado. As pessoas

saem para as ruas e fica aquele cheiro de boas notícias no ar.

Estacionamos o carro, pegamos o chimarrão e em menos de dez minutos um

carrão estacionou do outro lado do quadrado; um cara incrivelmente lindo saiu de

dentro dele. Adivinha? Sim, era o gostosão da festa que não queria comer a tal

garota. Ele se sentou no porta-malas, acompanhado de seu chimarrão e de um amigo

cabeludo. Não me contive e comentei com os guris sobre a minha quedinha

platônica por ele, justificando o platonismo com o fato de ele ser hétero. Até que,

para uma das grandes surpresas da minha vida, Felipe comentou:

— Olha, hétero ele não é. Bi, talvez. Fui o primeiro cara com quem ele ficou e

talvez o último. É de uma família tradicional e conservadora da cidade. Então, sabe

como é, né?

— Sério? Aquele cara? Tem certeza? — respondi me tremendo todo.

Felipe fez que sim com a cabeça sem me dar muita trela. Entendi que ele não

queria esticar o assunto por causa do Ricardo, então o papo morreu ali.

De longe, eu observava o gostosão. Apesar do corpo e do jeito sedutor, era

perceptível que ele era mais velho que eu. Não dava para saber quanto, mas a

diferença era notória.

Alguns dias se passaram, voltei à rotina de trabalho, natação e academia e deixei o

assunto morrer. Até que, de repente, me deu um estalo no meio da cozinha e eu

pensei em adicioná-lo no Facebook. Subi as escadas num ímpeto (até hoje tenho esse

tipo de comportamento), digitei a senha do computador, entrei no Facebook,

procurei por Mauro B. e o adicionei.

Desci, comi, tomei um banho e, quando voltei para dar uma última olhada na

internet antes de dormir, percebi que ele havia me aceitado e que eu tinha uma

mensagem não lida. Adivinha? Sim, era um “E aí, Gui. Beleza?” dele. Bem

pontuadinho, separadinho. Aquela simples pergunta acabou resultando em horas e

mais horas de conversa. Para falar a verdade, já nas primeiras palavras que trocamos

eu tive a sensação de que nos conhecíamos há anos. Éramos ao mesmo tempo

íntimos e desconhecidos. Comecei a perceber que uma reciprocidade estava rolando,

quando ele soltou algo assim no meio da conversa: “Ah, uma hora podemos

combinar uma viagem para o Uruguai juntos. Vai ser maneiro”.

A conversa continuou por alguns dias. Parecia até combinado, às nove a gente

começava a se falar, parava no meio da manhã, voltava com algum papo nada a ver

antes do almoço, continuava à tarde e voltava depois das oito da noite. E assim

fomos até marcar o primeiro encontro, no dia 8 de fevereiro de 2013, às sete da

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