07.01.2023 Views

Seja-o-amor-da-sua-vida-Guilherme-Pintto

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

A história foi a seguinte: conheci um cara, a gente ficou, se gostou e, então, ele

sumiu. Mandei um textão para o inbox dele depois de semanas segurando a marimba

(leia-se “paciência”) e, alguns minutos depois, ele me respondeu pedindo desculpas,

dizendo ser um babaca e prometendo reaver a atitude numa nova conversa. Eu nem

respondi. Reli o que eu havia escrito e a resposta dele pelo menos umas trinta vezes.

Decidi não replicar. O discurso era igual o anterior, as desculpas eram as mesmas.

Aceitar a disponibilidade da conversa era assinar o atestado de trouxa, mais uma

vez…

Mas é aí que entra a merda, porque a gente pensa: “Ok, dessa vez vai”. Mas não

vai coisíssima nenhuma. Há uma força maligna da trouxisse que nos empurra

sempre para pensar que as coisas vão ser diferentes, mas isso dificilmente acontece.

Nós nos alimentamos da ideia de que esses comportamentos são normais, de que

está tudo bem… Mas, na verdade, o que nos falta são umas boas chineladas do

amor-próprio.

Enfim, como de costume, mandei a um amigo a conversa, pedindo opinião do que

fazer: se realmente dava a oportunidade da conversa ou se seguia a vida como

qualquer pessoa em sã consciência faria. No entanto, ele me aconselhou a falar, a

aceitar o encontro e dar ao cara a décima nona chance. Acatei.

Combinamos de nos encontrar às dez da noite. Às dez o filho da puta tinha que

estar entrando no restaurante. Dez da noite era o deadline da última mensagem

avisando que a mãe morreu e não poderia comparecer. Paguei a conta sozinho.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!