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Eu conheci um guri, desses bonitinhos, de barba e chinelo Havaianas. Tínhamos
muito em comum, desde os sonhos mais bobinhos até aquelas loucuras que a gente
esconde inclusive do melhor amigo. Eu nunca fui muito bom em disfarçar o
interesse e ponderar atitudes com o objetivo de mostrar ao outro que eu não estou
tão afim assim, mesmo estando.
Aí, depois de algumas semanas conversando por horas, mandando textões de
confidências e com o fundinho de consciência que as coisas ali iam alavancar, veio o
balde de gelo: ele simplesmente parou de me responder. Não atendeu mais as
ligações, levou dois dias para visualizar minha última mensagem e desapareceu do
mapa. E é esse tipo de sumida que eu mais condeno.
Então, um dia, enquanto eu estava escutando um modão no fone a caminho da
faculdade, vi na timeline dele uma foto meio conceitual, meio indireta. E lá estava a
legenda: “Você é meu trevo de quatro folhas”. Na foto em preto e branco, ele sorria
ao lado de um sorriso mais bonito que o meu e o dele juntos. Não fiquei puto por ele
supostamente estar feliz. Fiquei triste por ter sido uma revista velha de dentista que
ele encontrou para ler; olhou as imagens bonitinhas, as matérias com histórias
interessantes e, na hora que alguém o chamou, fui deixada de lado pra ser lida num
outro dia qualquer, se existir a oportunidade.
O problema não está no fato de o outro ser feliz com alguém que não seja eu, mas