SCMedia News | Revista | Abril 2023
A revista dos profissionais de logística e supply chain.
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SCM Supply Chain Magazine 49<br />
armazém no sucesso da gestão da cadeia de<br />
abastecimento e na concretização da estratégia<br />
da empresa.<br />
Com o crescimento acelerado das vendas<br />
B2C e do canal online, é exigida uma entrega<br />
mais rápida, com maior flexibilidade e a custo<br />
mínimo. A pressão do prazo de entrega propagase<br />
a montante na cadeia de abastecimento<br />
impactando também nas empresas industriais.<br />
Isto acontece, muitas vezes, em contextos em<br />
que as empresas têm já margens comerciais<br />
reduzidas e em que outros elementos de custo,<br />
nomeadamente o de transporte, sofreram<br />
aumentos significativos. De um modo geral,<br />
a expectativa do cliente em relação ao nível<br />
serviço é elevada e as empresas deparamse<br />
com dificuldades em corresponder a essa<br />
expectativa, sem alterar de forma significativa<br />
as suas operações logísticas e sem refletir<br />
aumentos de custos no cliente. As encomendas<br />
têm tido uma tendência tipicamente de baixas<br />
quantidades e multi-produto, o que impacta<br />
significativamente o seu custo de preparação,<br />
em particular se a operação de armazenagem<br />
não tiver sido ajustada a esta realidade.<br />
Paralelamente, verifica-se nos últimos anos<br />
um aumento significativo da procura por<br />
espaços de armazenagem num cenário de<br />
escassez de oferta, e crescem as dificuldades<br />
de captação e retenção de talento para funções<br />
logísticas de uma forma transversal.<br />
Acresce ainda aos requisitos pedidos ao<br />
armazém o facto de que num mercado em que<br />
aumenta a procura pela customização, e em<br />
que esta procura é muitas vezes incerta, existe<br />
uma tendência crescente para modelos do tipo<br />
“assemble and ship to order”, em que é dada<br />
prioridade a stocks genéricos que podem ser<br />
customizados em armazém de acordo com os<br />
requisitos finais do cliente.<br />
O armazém desempenha neste contexto<br />
acelerado e de mudança, um papel ainda<br />
mais determinante no sucesso da operação,<br />
com o risco de constituir um ponto de<br />
estrangulamento, sem capacidade de resposta<br />
para garantir os níveis de serviço esperados<br />
internamente e comunicados ao cliente. É típico<br />
em empresas industriais proceder-se a projetos<br />
de investimento para ganhar alguns segundos<br />
nos processos produtivos, para depois em<br />
armazém se perderem minutos, horas e dias em<br />
processos não otimizados.<br />
AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO<br />
A performance do armazém influencia de<br />
forma significativa a capacidade de diferenciação<br />
de uma empresa, por exemplo, através do seu<br />
potencial para a redução de custos e otimização<br />
de níveis de serviço, ou permitindo a realização<br />
de operações finais de valor acrescentado que<br />
podem contribuir para o aumento do valor do<br />
produto e melhorar a experiência do cliente.<br />
Ou ainda servindo como plataformas de crossdocking,<br />
consolidação ou transhipment que<br />
permitem reduzir os custos de transporte.<br />
A operação de armazenagem deve por isso ser<br />
pensada em total alinhamento com a estratégia<br />
da empresa, tendo em conta dimensões como:<br />
• Localização;<br />
• Layout e uso do espaço;<br />
• Equipamentos de armazenagem e<br />
movimentação;<br />
• Processos de receção, conferência,<br />
arrumação, picking, embalagem e<br />
expedição;<br />
• Automatismos;<br />
• Sistemas e tecnologias de informação;<br />
• Níveis de serviço definidos;<br />
• Sazonalidade na produção ou procura;<br />
• Requisitos de customização ou adição final<br />
de valor.<br />
Um estudo recente da McKinsey & Company1,<br />
aponta as seguintes causas como as principais