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Cultura de Bancada, 17º Número

Cultura de Bancada, 18º número, lançado a 12 de junho de 2023

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“Toda semana a pensar no dia em

que vou ver o mágico a jogar”, a ansiedade

pelo dia de jogo... “Não imaginas a alegria

quando chega o dia de te ver jogar”, a alegria

de viver o momento... “Eu largo a família para

te apoiar”, o sacrifício... “Eterno amor da

minha vida”, a declaração... “Vence por nós,

ouve a nossa voz”, a comunhão com a equipa

na luta pela vitória... “E um dia, quando eu

morrer, eu vou lá estar, a teu lado a cantar”,

a fidelidade que se pretende perpetuar...

Palavras fortes, expressadas com emoção,

mas com diferentes significados para os

diversos difusores que as propagam a partir

das bancadas. Eu sou um deles e, agora, com

a cabeça fria, a sentir menos palpitações e

adrenalina, reflito sobre a influência que a

vida de adepto teve e tem em mim.

Cedo me apaixonei pelo Futebol, um

carinho hereditário. Sonhava em ser jogador

quando fosse grande e, inconscientemente,

isso influenciou-me em muita coisa, desde os

joguinhos com amigos da rua, da escola, do

trabalho dos meu pais, até hoje. Julgo que um

dos primeiros desejos e decisões que tomei

em relação à minha vida foi jogar Futebol

de formação. Tudo aquilo que vivi e aprendi

com os senhores que nos ensinavam a tocar a

bola e a pensar o jogo, bem como a lidar com

a vida, incutindo-nos valores e princípios,

complementou a educação que era me

passada em casa. O balneário foi fundamental

para o desenvolvimento da minha forma de

estar nas relações interpessoais. Esta é uma

experiência que se assemelha à Escola, pelo

acolhimento, pela introdução da vida em

comunidade, pela partilha de conhecimento,

pelo desenvolvimento de capacidades.

Importa referir que o Futebol é o

desporto-rei mundial e que afecta a cultura

portuguesa há mais de um século. Contudo,

há teorias divergentes em relação a isso. A

que mais ouvi falar é a de “Portugal dos três

F’s: Fátima, Fado e Futebol” do Estado Novo.

Em contraponto, há quem se prontifique

em desmistificar essa teoria em estudos

da História. Certo é que, desde pequenino,

quando conhecia alguém, muitas das

pessoas perguntavam: “De que clube és?”.

Que influência tem o clube em mim? Que

influência tem o meu gosto clubístico nos

demais?

Tive o privilégio de representar

o clube do meu coração na formação e

esse mesmo privilégio contribuiu para que

agora pudesse considerá-lo desta forma. A

família levou-me a conhecer o clube, o clube

levou-me a conhecer muito mais sobre a

comunidade em que estava inserido e, por

consequência, a considerar e a admirar muito

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