Cultura de Bancada, 17º Número
Cultura de Bancada, 18º número, lançado a 12 de junho de 2023
Cultura de Bancada, 18º número, lançado a 12 de junho de 2023
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português, revertendo as finalidades para as
quais foram criadas.
A minha “veia artística” veio à
tona com a participação na elaboração de
coreografias. Passei a pintar panos, frases,
coreografias, bem como a pensá-las. A
criatividade para idealizar e desenhar, o
improviso para suplantar as dificuldades
que surgem ao longo do processo, o
conhecimento para conseguir juntar e
usar vários equipamentos que me eram
desconhecidos... Transportei com os meus a
arte ultra para as paredes das ruas, de forma
a tornar a simbologia do clube mais visível à
comunidade. Além disso, explorei caminhos
da literatura, com a leitura de livros, um
hábito que não tenho e, sinceramente, só leio
sobre adeptos ou Futebol. Passei a escrever
em blog sobre o movimento ultras e, hoje,
tenho orgulho em fazer parte da Cultura de
Bancada e poder dizer que editei um livro
deste âmbito. Também focado na história e
no que é ser adepto do meu clube, organizei
a elaboração de um documentário amador,
que contou com a participação de 29 adeptos
convidados. Tudo isto são trabalhos realizados
em áreas que não tinha imaginado explorar e
que através deste amor ganhei motivação e
gosto para me aventurar.
Este modo de vida influencioume
noutras questões, que entendo serem
mais superficiais. No estilo de roupa a
vestir, tenho sentido isso nos últimos anos.
Também conheci outros elementos culturais,
como bandas de música, inspirados neste
âmbito. Mas estas questões comparadas ao
carrossel de sentimentos que é viver um jogo
ou uma época do meu clube, é quase que
insignificante para mim. Euforia, adrenalina,
ansiedade, alegria, tristeza, resiliência
e resistência... O que esta vida nos dá é
transcendente e, por isso, cantarei “Só por ti
quero viver, só por ti quero morrer”, passando
por “Na bancada a cantar, vou resistir, jamais
nesta vida irei desistir”, com a humildade nos
actos de ser “Nem melhores, nem piores...
Apenas diferentes”. Não há perfeição, não
somos “Nem santos, nem criminosos” e é
necessário compreender o que nos rodeia
e agir, pois “Resistir é vencer”. O caminho
levou-me à expansão de horizontes, a sair
da minha zona de conforto e ver que “Essere
ultras esserlo nella mente”, que “Il nostro
Ideale non si cancella con la repressione” e
que “Prima di tutto noi... Prima di tutto gli
ultras”. Eles também estão lá para mim e
juntos estamos cá pela cultura de adepto.
Por L. Cruz
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