Cultura de Bancada, 17º Número
Cultura de Bancada, 18º número, lançado a 12 de junho de 2023
Cultura de Bancada, 18º número, lançado a 12 de junho de 2023
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LIBERDADE, IGUALDADE, FRATERNIDADE...
E BOAS PRÁTICAS
Parece mentira, mas não é. Em
França, é actualmente permitido o uso de
pirotecnia nas bancadas.
Na verdade, ao contrário do
que tem sido veiculado pelos meios de
comunicação social, esta possibilidade e
permissão não teve o seu início nas últimas
semanas – este projecto piloto teve início em
2022.
Em Março deste ano, foi publicado o
Décret 2023-216 que formaliza esta iniciativa
– um Projecto-Piloto de 3 anos (2022/2025)
que regula a permissão do uso de engenhos
pirotécnicos tais como potes de fumo, tochas
e strobs nas bancadas dos estádios das
competições profissionais em França.
Este processo traduz-se num claro
apelo à utilização controlada e mitigada –
formalmente o pedido para utilização destes
engenhos deve ser feito pelo organizador
do evento desportivo/proprietário do local,
de forma a proporcionar condições que
preservem a segurança dos adeptos. O
pedido é autorizado pelo Prefet da cidade
- que pode questionar algum ponto em
concreto, mas não pode em momento algum
proibir a utilização.
Até ao momento, e desde o início
deste Projecto-Piloto, é preciso que se diga –
estão registados zero incidentes relacionados
com a deflagração destes engenhos.
Na génese deste projecto está
um relatório produzido por deputados
franceses, onde se constata que são raros
os casos em que as exibições pirotécnicas
causaram algum tipo de ferimento ou dano.
Mais – que um dos factores que determina
a existência do risco de acontecerem este
tipo de incidentes reside precisamente na
proibição da utilização, por si só. Perante
uma proibição, o uso de pirotecnia é, na
sua maioria, feita pelos adeptos recorrendo
a prácticas e comportamentos de risco - e
essas sim, são potenciadoras de danos. De
uma forma muito simplista, se um adepto
recorre ao uso de uma faixa ou uma peça
de roupa para não ser identificado na posse
de um engenho ao deflagrá-lo, é mais que
certo que aumenta o risco da sua utilização,
podendo por exemplo, incendiar os têxteis
usados. Daí ser entendido neste relatório que
a simples utilização sem utilização deste tipo
de prácticas, é por si, mais segura – e pode
ser facilmente controlada.
Foi nesta sequência que foram
iniciados os trabalhos pela Instance Nationale
du Supportérisme, criando esta experiência
de três anos de espectáculos pirotécnicos
supervisionados.
A iniciativa e consequente
publicação deste texto legal oferece,
sobretudo liberdade e segurança aos
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