Cultura de Bancada, 17º Número
Cultura de Bancada, 18º número, lançado a 12 de junho de 2023
Cultura de Bancada, 18º número, lançado a 12 de junho de 2023
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Nápoles, uma cidade em Festa
Ao entrar em Nápoles percebi
logo que algo tinha acontecido. 90% dos
prédios tinham bandeiras, tarjas, cachecóis
ou algo referente ao clube ou, claro, a D10S,
Maradona. Todas as ruas estão enfeitadas
com algo de Napoli, todos os cafés têm
alguma referência ao clube, as pessoas
sorriem e estão felizes.
No dia do jogo, toda a cidade estava
em festa. Miúdos, graúdos, tudo. Havia um
barulho ensurdecedor de buzinas, de carros,
de motas, o fumo de tochas inundava a cidade
e a felicidade de todos era bem patente.
Depois de um almoço italiano, segui
a pé cerca de uma hora para o estádio e toda
a cidade parecia uma festa popular a lembrar
os santos populares. Ao aproximar do estádio,
a festa intensificava-se e as buzinas dos carros
tomavam conta do espaço. Chegando ao
estádio, arrepiei-me ao ver o espetáculo de
fumo, música e alegria entre toda a gente.
Durante o jogo, a festa continuou e atingiu o
apogeu no golo.
No regresso, os festejos ocuparam
a rua central, onde tudo se juntou com
espetáculo de fogo de artifício, som e fumo
de tochas.
O que mais me comoveu foi a
verdadeira simbiose entre o clube a cidade,
onde o amor é totalmente passado de
geração em geração.
As referências à vitória do Sul de Itália sobre o
Norte eram mais que muitas, com a Juve a ser
a principal visada, principalmente em forma
de zebra.
Spaletti disse numa conferência de
imprensa que, em Nápoles, não basta ganhar,
mas tem de se jogar esteticamente bonito
(acho que foram estas as palavras exactas), o
que, depois de conhecer a cidade e sua gente
faz todo o sentido, pois o clube é a extensão
da cidade e uma das principais bandeiras da
luta norte/sul.
Por Ulisses
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