Cultura de Bancada, 17º Número
Cultura de Bancada, 18º número, lançado a 12 de junho de 2023
Cultura de Bancada, 18º número, lançado a 12 de junho de 2023
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meios para combater a repressão. Acredito
que em Itália os grupos perderam muitas
oportunidades de lutar juntos.
Têm alguma referência semelhante ao vosso
projecto?
Existem revistas do setor que fazem um
excelente trabalho de informar sobre o
mundo dos adeptos.
Considera que os vários agentes desportivos,
o governo italiano e as autoridades de
segurança têm uma real compreensão do
fenómeno cultural que são os adeptos, em
geral, e os ultras em específico?
Eles não têm conhecimento do nosso mundo.
Se eles tivessem a humildade de querer
considerar as nossas opiniões, todo o mundo
do futebol beneficiaria.
Entendemos que as bandeiras, as faixas,
as frases, assim como os cânticos, fazem
parte de um conjunto ao qual podemos
chamar de expressão do adepto. O governo
português tem implementado uma série
de medidas repressivas sendo que, sob
a bandeira da segurança e combate ao
racismo, à xenofobia e à intolerância nos
espetáculos desportivos, decidiu proibir toda
a expressão, com excepção aos grupos que
se “legalizem”, e que para isso fornecem os
seus dados pessoais e ficam restritos a um
sector. Em Itália, houve a “Tessera del Tifoso”,
existem bilhetes nominais e há restrições de
deslocação a estádios adversários. De que
forma interpretam tudo isto e de que forma
isto influencia o dia-a-dia e a saúde dos
grupos italianos?
Faço parte de um grupo que nunca quis aderir
à Tessera del Tifoso e que luta com todos os
Quais são as causas centrais pelas quais é
essencial batalhar durante a próxima década
no movimento ultras?
Acho que temos que lutar se quisermos ser
livres para apoiar e viajar. Hoje o sistema
repressivo anda rápido e se não fizermos
nada, temo que nosso Movimento corra
o risco de morrer ou se transformar,
infelizmente para pior.
Como vê o trabalho da comunicação social
em relação aos adeptos e ultras?
A mídia institucional geralmente divulga más
informações: retrata os Ultras como uma
massa de ignorantes, violentos e sem ideais.
Na realidade não é assim, mas os jornais
- muitas vezes - não aprofundam, apenas
buscam o furo das grandes manchetes.
Qual é a importância da comunicação
independente no movimento ultras? O que é
que o Dodicesimo in Campo veio acrescentar
ao movimento ultras?
Acredito que a comunicação é fundamental.
O Dodicesimo in Campo, em todos esses anos,
tem procurado fazer contra-informação, sem
desvirtuar o Movimento. Acho que continuar
a contar coisas uns aos outros não pode trazer
mudanças, é importante dar a conhecer os
nossos pensamentos ao “mundo exterior”.
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