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Revista Girolando edição 135 - jul/ago/set

As principais novidades da pecuária leiteira e da raça Girolando

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REVISTA O GIROLANDO

REVISTA O GIROLANDO

GESTÃO

Deisiane Soares Murta Nobre, Médica-

-veterinária, Analista de Dados do SobControle Fazenda e

tesoureira da Associação Paulista de Buiatria.

KINDEL MEDIA

Por que a soma de pequenas ações impacta tanto na

lucratividade?

A rentabilidade da produção de leite

não depende apenas do dinheiro que entra,

mas também do dinheiro que deixa de sair.

Algumas despesas fazem parte da atividade

e são facilmente mensuradas. Entretanto, o

dinheiro que se esvai, tanto por desperdícios

quanto por produção abaixo do esperado do

potencial dos animais, é muitas vezes incalculável.

Então, quando consideramos aquela

fórmula em que “receitas-despesas=lucro”,

muitas vezes não contamos os fatores desperdícios

e desorganização como importantes

contribuidores do aumento das despesas.

A organização e a diminuição dos desperdícios

dependem de que cada etapa, de

cada atividade, seja feita de forma sistemática,

ou seja, segundo um passo-a-passo determinado.

Na maioria dos contextos, esse

passo-a-passo pode ser chamado de boas

práticas. É preciso ter método tanto para as

atividades diárias quanto para aquelas que

não acontecem todos os dias, não importa

se são frequentes ou não. Como assim?

Quem trabalha com leite sabe bem a importância

da palavra rotina. É uma necessidade

dos próprios animais, inclusive. Vamos

considerar como “rotina” de uma fazenda

aquelas atividades que são realizadas todos

os dias, em horários definidos: alimentação

dos animais, ordenhas, limpeza de equipamentos,

limpeza da instalações, manejo e

observação dos animais. São aquelas tarefas

que os envolvidos precisam realizar para

que o leite seja obtido com qualidade e os

animais estejam saudáveis.

Entretanto, existem também aquelas

atividades que precisam ser feitas de forma

periódica, mas com um maior intervalo de

tempo entre elas e com o controle do momento

a serem realizadas. Podemos citar,

como exemplos: o manejo reprodutivo,

vacinações e outros protocolos de saúde, o

manejo de parto e dos recém-nascidos, a

manutenção de equipamentos, a produção

de silagem, entre outros. Em resumo, são

aquelas tarefas que podem ser colocadas em

um calendário e que impactam de forma

significativa a rentabilidade e eficiência da

fazenda.

Por fim, consideremos uma terceira categoria

de atividades – aquelas que ocorrem

de forma mais espaçada, e sem o controle do

momento: surtos de doenças, perda de animais

em geral, perdas de safra, entre outros.

Em resumo, temos as atividades que podem

ser programadas (primeira e segunda

categorias) e as imprevistas (terceira categoria).

O que pode ser feito para que a ocorrência

da terceira categoria não impacte de

forma tão intensa o restante?

A resposta para essa pergunta é: quanto

mais organizadas estiverem as atividades

“programáveis”, menor a ocorrência desses

“imprevistos”.

Pensemos numa rotina de ordenha. A

organização deve garantir que os materiais

de limpeza dos tetos estejam acessíveis aos

ordenhadores e em quantidade suficiente

antes da ordenha. Isso aumenta a garantia

de que a higiene pré-ordenha será realizada

adequadamente, diminuindo o risco de

mastites, que é o grande desafio de qualquer

propriedade leiteira. Além disso, se não

for realizado adequadamente, haverá desperdício

de materiais.

Pensando ainda na ordenha, pergunta-

-se: o vácuo do equipamento de ordenha

está devidamente calibrado? Se não estiver

calibrado para a capacidade produtiva das

vacas do rebanho, ocorre o risco de haver

retenção de leite ou, ainda, causar lesões

no orifício do teto, as quais podem causar

grande dor ao animal e importantes quedas

produtivas.

Esses dois exemplos relacionados à

ordenha mostram como a atenção aos detalhes

pode ser a diferença entre animais

saudáveis e doentes. Já se sabe que as boas

práticas de ordenha reduzem a CCS (contagem

de células somáticas) pela metade e

diminuem mais que 80% da contagem bacteriana

do leite*.

Pensemos agora naquelas tarefas menos

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