Revista Girolando edição 135 - jul/ago/set

frequentes, que podem ser agendadas. Por
exemplo, a vacinação. Vários animais precisam
ser reunidos e separados para o profissional
que vai realizar o procedimento. Caso
essa tarefa atrase, isso pode implicar também
em um trabalho menos eficiente (feito
com pressa) ou na necessidade de contratar
mais um dia de trabalho do profissional,
além de possíveis perdas de vacinas ou hormônios
devido às variações de temperatura.
Um outro exemplo é a dieta dos animais.
Aquela silagem que custou dias de trabalho
para ser produzida (sem considerar o tempo
entre plantio e colheita), com mão de obra,
combustível etc.), caso não tenha atendido
as boas práticas de produção e manutenção,
pode levar ao crescimento de fungos que inviabilizam
seu uso. Quanta silagem não é jogada
fora todos os dias, em muitas fazendas?
A falta de atenção a esses detalhes pode
causar um impacto econômico gigantesco
no final do mês. Agora, imagine as várias
pequenas falhas se acumulando e acontecendo
todos os dias. O impacto econômico
pode ser incalculável e, centavo a centavo, o
produtor pode perder milhares de reais!
Toda essa organização e boas práticas
em cada uma das tarefas se torna ainda mais
relevante quando ocorrem aquelas situações
emergenciais e/ou indesejadas, pois fazem
com que o dia a dia da fazenda seja menos
abalado. Daremos outro exemplo. Um
animal produtivo apresentar mastite é algo
indesejável e que exige tomada de decisão
imediata. De qualquer forma, esse animal
terá de ser ordenhado. Se a rotina de ordenha
é feita de forma adequada, ela respeita
uma linha de ordenha, em que primíparas
saudáveis são ordenhadas primeiro, depois
as multíparas saudáveis, seguidas dos animais
com mastite. Havendo a linha de ordenha
e a clareza do tratador quanto à sua
execução, ele saberá qual deve ser a tomada
de decisão imediata: a de marcar esse animal
e colocá-lo no final da linha. Uma situação
inesperada é rapidamente contida.
Como dito anteriormente, a organização
pode impedir que situações emergenciais
aconteçam. A manutenção periódica
evita que uma máquina ou equipamento
possa parar de funcionar; evita que um cano
se rompa ou uma instalação elétrica entre
em curto. Os custos de manutenção são
expressivamente menores do que os de conserto
ou substituição.
Nesse contexto, a comunicação é peça
fundamental para a diminuição de perdas financeiras,
pois implica nos envolvidos saberem
o quê precisa ser feito e quando precisa
ser feito. Atualmente, a forma mais eficiente
e prática é utilizando sistemas digitais (aplicativos),
que permitem que todos, inclusive
o administrador da fazenda, tenham acesso
à informação detalhada de forma facilmente
entendida por todos e com checagem imediata
da tarefa.
Em uma fazenda não existe fórmula mágica.
Existe um conjunto de procedimentos
que precisam ser realizados de forma organizada.
A fazenda leiteira é um empreendimento,
um negócio, e as boas práticas vão
diferenciar uma fazenda ineficiente de uma
fazenda lucrativa.
* Vallin VM, Beloti V, Battaglini APP,
Tamanini R, Fagnani R, Angela HL & Silva
LCC (2009) Melhoria da qualidade do leite
a partir da implantação de boas práticas de
higiene na ordenha em 19 municípios da
região central do Paraná. Semina: Ciências
Agrárias, 30:181-188.
Rotinas da fazenda devem ser
monitoradas para o sucesso da atividade
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