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Revista da Misericórdia #46

MAIORIADADES foi o tema lançado para reflexão nesta última edição da Revista da Misericórdia. Logo a partir da capa, que reflete a Dendrocronologia (método científico pelo qual se define a idade de uma árvore com base no crescimento dos anéis do seu tronco), convidamos à descoberta do seu interior e às reflexões ali presentes. Destacamos a entrevista a Manuel Sobrinho Simões, onde assume que “envelhecer é uma chatice”, passando por outros textos que defendem a valorização de todas as idades como sendo MAIORES. Porque a IDADE não é um simples número, importa considerar as contribuições de cada geração e, como sociedade, mudarmos o pensamento.

MAIORIADADES foi o tema lançado para reflexão nesta última edição da Revista da Misericórdia.
Logo a partir da capa, que reflete a Dendrocronologia (método científico pelo qual se define a idade de uma árvore com base no crescimento dos anéis do seu tronco), convidamos à descoberta do seu interior e às reflexões ali presentes. Destacamos a entrevista a Manuel Sobrinho Simões, onde assume que “envelhecer é uma chatice”, passando por outros textos que defendem a valorização de todas as idades como sendo MAIORES. Porque a IDADE não é um simples número, importa considerar as contribuições de cada geração e, como sociedade, mudarmos o pensamento.

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Pag | 04

#46

Atualidades

ENVELHECER É UMA CHATICE

ENTREVISTA A MANUEL

SOBRINHO SIMÕES

Manuel Sobrinho Simões foi considerado o patologista

mais influente do mundo, tendo sido agraciado ao longo da

sua vida com várias condecorações e prémios. Esteve

recentemente, em Santo Tirso, no Congresso

“MaiorIdades”, onde desmistificou alguns preconceitos

sobre o envelhecimento. Numa entrevista que decorreu no

IPATIMUP (Instituto de Patologia e Imunologia Molecular

da Universidade do Porto), de que é fundador e diretor,

falou-se dos fatores de risco para a saúde, do cancro, do

envelhecimento e do prazer de viver.

Manuel Sobrinho Simões é um homem expressivo, com sorriso

contagiante e com grande sentido de humor. Mantém uma

agenda bastante preenchida e meticulosamente organizada,

de forma a conciliar a vida profissional e familiar. Não gosta de

telemóveis e recusa-se a ter um. A gestão da sua atividade

profissional é feita graças à sua invejável memória e com o

apoio de Fátima, sua secretária há mais de 40 anos. Para além

de diretor do IPATIMUP, foi fundador do I3S – Instituto de

Investigação e Inovação em Saúde da Universidade do Porto,

que foi criado graças à colaboração do IPATIMUP, do Instituto

de Biologia Molecular e Celular (IBMC) e do Instituto de

Engenharia Biomédica (INEB).

Ao longo da sua vida tem sido agraciado com várias distinções:

o Prémio Bordalo de 1996, atribuído ao seu Grupo de

Investigação; o Prémio Seiva e o Prémio Pessoa (2002), em

2004; a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique de

Portugal; em 2003 e 2010 recebeu as Comendas de Oficial e

de Grande Oficial da Ordem Real da Noruega; o Grande

Prémio Ciência Viva (2016); Grã Cruz da Ordem Militar de

Sant’Iago da Espada (2017); o Prémio Gago pelo

Desenvolvimento da Ciência na Europa (2018); o Honorary

Fellowship do Royal College of Pathologists (2018); e o Prémio

Pio del Rio Hortega da SEAP (2019).

Se pedisse uma breve apresentação sua, o que diria?

Médico, patologista e professor.

Qual o grande desafio da medicina?

O grande problema da medicina hoje é que se está a perder a

ligação com as pessoas, nomeadamente com as crianças. Eu

sou muito sensível a isso porque a minha mulher é

neonatalogista, reformada, e foi durante muitos anos a diretora

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