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Apólice 295

Edição de Fevereiro de 2024, com matérias sobre seguro transportee capa da TEM Saúde

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Além disso, assinala Darhouni, as condições de segurança<br />

também desempenham um papel crucial no contexto. A infraestrutura<br />

rodoviária e de transporte em São Paulo e do Rio de Janeiro<br />

é extensa e complexa, oferecendo muitas oportunidades para<br />

os criminosos agirem. “Acredito que a falta de investimento em segurança<br />

pública e, infelizmente, a corrupção em alguns níveis governamentais<br />

podem contribuir para a impunidade e a continuidade<br />

do roubo de carga. Para enfrentar esse desafio, é necessário<br />

um esforço conjunto entre o governo, as empresas e a sociedade<br />

civil. Investimentos em segurança pública, tecnologias de rastreamento<br />

e monitoramento de carga, além de políticas que abordem<br />

a desigualdade socioeconômica, podem ajudar a reduzir o roubo<br />

de carga nessas regiões”, sugere o consultor da WTW.<br />

Há 22 anos no mercado, a Angel Lira atua no desenvolvimento<br />

de sistemas e de prestação de serviços na área de logística,<br />

sobretudo no monitoramento de risco, de gestão de operações<br />

logísticas e de controle de jornada do motorista. Para o<br />

CEO da empresa, Marcio Lira, o roubo de cargas impulsiona a<br />

oscilação constante nos valores das apólices de transporte e de<br />

cargas. “Claro que São Paulo, sendo a locomotiva financeira do<br />

Brasil, lidera o ranking, devido ao grande volume de negócios e<br />

circulação de mercadorias. Na sequência, o Rio de Janeiro segue<br />

como estado com grande risco no transporte devido aos sérios<br />

problemas com a segurança pública. Mas estados como Bahia e<br />

Paraná vêm aparecendo no cenário de uma maneira mais agressiva.<br />

Certamente, com o aumento de roubos, as apólices securitárias<br />

sofrem o impacto dos ressarcimentos e, por consequência,<br />

acabam aumentando seus prêmios no momento da renovação<br />

das apólices, cujo custo é diretamente repassado aos produtos,<br />

gerando uma reação em cadeia que aumenta o custo para o consumidor<br />

final”, constata Lira.<br />

O CEO da Angel Lira ressalta, porém, que os registros de roubos<br />

de cargas no Brasil não são muito claros. Dados como quantidade<br />

de eventos, valores sinistrados e mercadorias roubadas são<br />

conflitantes. O conceito do que é ou não considerado roubo de<br />

cargas também pode ser politicamente modificado em cada estado<br />

brasileiro, maquiando resultados, enfatiza ele. “Nesse sentido, atualmente<br />

adotamos analisar os dados do anuário de segurança pública<br />

lançado pelo governo federal, que tende a trazer um estudo mais<br />

detalhado e apurado sobre os registros dessa natureza, norteando<br />

nossos trabalhos. Acompanhamos isso desde 2015. Paralelamente,<br />

com dados mais precisos, registramos os dados de nossos clientes,<br />

nos mostrando uma mancha criminal mais detalhada, porém da realidade<br />

dos produtos e clientes que monitoramos e não do Brasil<br />

como um todo. Um estudo complementa o outro. Analisamos o cenário<br />

nacional, as tendências e possibilidades, inserimos os dados<br />

de nossos clientes e temos um cenário mais limpo e preciso, que nos<br />

dá condições de indicar tendências e agir mais cirurgicamente na<br />

proteção das cargas de nossos clientes”, descreve Lira.<br />

REAÇÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS<br />

A cadeia de suprimentos reage para que a produção não<br />

pare diante desse aumento contínuo de roubo de cargas, com<br />

MARCIO LIRA,<br />

da Angel Lira<br />

tecnologia, com informação, com contratação<br />

de pessoal.<br />

Estudos realizados no Reino Unido<br />

por um comitê de transporte de cargas,<br />

denominado Joint Cargo Committee,<br />

apontam que o Brasil está entre os dez<br />

piores países do mundo para se transportar<br />

cargas, sendo comparado com países<br />

em guerra como Síria, Líbia, Afeganistão,<br />

Somália e outros. Para Marcio Lira, essa<br />

dificuldade de fazer o transporte de cargas<br />

no Brasil faz com que a cadeia de<br />

suprimentos reaja, criando soluções que<br />

minimizem o cenário e diminuam os impactos<br />

financeiros para os produtores,<br />

embarcadores e transportadores. “Há<br />

muita tecnologia disponível no mercado<br />

para gerenciar essas situações e o Brasil,<br />

nesse sentido, é um dos países mais avançados<br />

do mundo. Não há um sistema de<br />

gerenciamento de riscos tão complexo e<br />

completo quanto o brasileiro”, enaltece o<br />

CEO da Angel Lira.<br />

Toda cadeia deve investir em gerenciamento<br />

de risco com a utilização de<br />

inovações e tecnologia e um bom desenho<br />

de rotas e riscos a ser seguido, temos<br />

que ser mais espertos que as quadrilhas<br />

atuantes, recomenda Alexandrino: “Estamos<br />

falando em roubo, mas o que vem<br />

crescendo também e não podemos parar<br />

de olhar, são os acidentes. Ainda mais<br />

que muitas das cargas, mesmo que estejam<br />

intactas, por regra de fabricação, deve-se<br />

condenar todo o logo, o que vem<br />

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