Novembro 2009 - eBooksBrasil
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RENATA: (senta no sofá. Apavorada mas tentando demonstrar alguma segurança)<br />
113<br />
Vocês têm razão. Reconheço que, mais uma vez, pisei na jaca. Fiquem<br />
tranquilos, a organização não perderá nada. Preciso de uns dias. Vocês terão<br />
o dinheiro.<br />
MIRELLA: Preste atenção Renata, duzentos mil reais na 2ª feira. Como você disse, terá<br />
o grande prazer de nos receber às 21h. Nem um dia a mais e na hora marcada.<br />
Ficou claro?<br />
DARIO: Você conhece as regras do jogo. Outra coisa, você está fora da organização,<br />
bêbada safada.<br />
(Mirella olha friamente pra Renata. Abre a porta. Dario sorri cinicamente. Vão embora<br />
deixando a porta aberta. Renata está estatelada. Fecha a porta e se encosta nela.)<br />
RENATA: Duzentos mil paus até segunda-feira? Só se eu cagar essa grana.<br />
Corta<br />
Cena 03<br />
Antonina. Noite/Interna. Casa de Delcy.<br />
(Delcy está deitada no sofá lendo um livro. O portão e a porta da casa estão abertos.<br />
Renata entra, pára na porta. Está bebum. Delcy senta no sofá. As irmãs se olham.<br />
Renata com um sorriso ultra cínico entra e senta no mesmo sofá.)<br />
DELCY: O que foi desta vez Renata?<br />
RENATA: (desaforada) Não me venha com seus discursos moralistas. Preciso de<br />
duzentos mil reais, nota viva. Você vai resolver isso pra mim!<br />
DELCY: Há seis meses vendi o apartamento que Oraci e eu tínhamos em Curitiba. Dei-<br />
lhe o dinheiro pra que não fosse linchada por essa corja com quem está<br />
metida. Minha irmã, acorde enquanto é tempo. O que você está fazendo é<br />
criminoso. Será que não percebe que está destruindo vidas? A vida de<br />
adolescentes. Lembre-se do filho de Denise. Dezesseis anos, morreu de<br />
overdose. Você não se sensibiliza com a luta, com o sofrimento daquela<br />
família?<br />
RENATA: Como dizem os argentinos: “Y a mi que me importa”!!! Essa gente solta os<br />
filhos na rua, sem acompanhamento, sem diálogo, depois vem com