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Novembro 2009 - eBooksBrasil

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Muitos têm medo das consequências de assumir-se e é pra ter medo mesmo.<br />

Muitas pessoas, no particular, forjam pra nós simpatia. Em público, desempenham<br />

cortês ou grosseiro distanciamento. Por isso, custa-nos muito desvendar a alma...<br />

Por quê? Ninguém responderá, com absoluta certeza, porque essa ou aquela<br />

pessoa é homossexual.<br />

“Ser ou não ser... Eis a questão!” Através das falas de “Hamlet”, há séculos,<br />

Shakespeare propôs esta reflexão.<br />

Aceitar-se no que não pode ser mudado - e que não provoca danos a ninguém -<br />

poder viver sem mentiras, simulações, dissimulações. Sem ter que se refugiar em<br />

esconderijos, sem medos, sem vergonha da sua realidade, é uma benção. Temos direito<br />

à ela.<br />

Um número incontável de mulheres e homens, do mundo inteiro, estão na<br />

mesma estrada. Barreiras todos encontram. Pra nós são mais altas e mais largas.<br />

No universo homossexual, a mulher é condenada quatro vezes. Nasceu fêmea, é<br />

homo, não serve ao macho, não reproduz a espécie.<br />

A recompensa é que pra mulher homossexual, a relação amorosa, quase sempre,<br />

faz aflorar sentimentos mais profundos, mais duradouros. Quase sempre temos o mesmo<br />

entendimento das coisas, as mesmas experiências, a mesma sensibilidade, os mesmos<br />

“chiliques”. Como sabemos as soluções pros “pitis”- querendo – podemos transformar<br />

pântano em mar de rosas.<br />

Nessas águas, a amada é o paraíso. A voz, violinos ao entardecer no verão. A<br />

pele, puro “terciopelo”. O sorriso desponta real, contaminante, branco e lindo como a<br />

espuma das ondas. O toque, de serafins e demônios, na medida certa, do jeito certo, na<br />

hora certa, nos lugares certos.<br />

Por quê não podemos amar, ser felizes, sem passarmos por discriminações,<br />

desqualificações, grosserias? Sem termos a vida em risco? Sem sermos vistos –<br />

generalizadamente – como doentes, tarados? Sem senso de oportunidade? Sem limites?<br />

Sem respeito por si mesmo e pelos outros?<br />

Por quê alguns “normais” nos olham com desprezo, ironia? É salutar lembrar,<br />

senhoras e senhores, que em suas famílias também existe gente com variadas naturezas<br />

e comportamentos. Muitos não só “trancam-se no armário“ mas em cofres invioláveis<br />

de onde não querem sair nem à bala. Fazem o que querem fazer, escondidos. Solteiros<br />

ou casados, de dia ou à noite fogem, pra encontrar-se.

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