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iii FEBRE REUMÁTICA

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DEMARCHI LMMF<br />

e col.<br />

Aspectos<br />

anatomopatológicos da<br />

febre reumática<br />

cação freqüente, tornando-se<br />

rígidas. Apesar de<br />

essas alterações serem<br />

mais comuns nas valvas<br />

mitral e aórtica, elas podem<br />

ser observadas, em<br />

menor intensidade, na valva<br />

tricúspide (Figs. 3G e<br />

3H) e, mais raramente, na<br />

valva pulmonar (32) .<br />

Alterações microscópicas,<br />

como fibrose e neo-<br />

formação vascular, podem estar presentes em todas<br />

as valvas cardíacas de indivíduos com doença reumática<br />

crônica, inclusive nas valvas tricúspide e pulmonar,<br />

mesmo que as alterações macroscópicas sejam<br />

praticamente imperceptíveis (33) .<br />

Na fase crônica, o diagnóstico de valvopatia reumática<br />

pode ser feito, muitas vezes, apenas pelas alterações<br />

macroscópicas da valva, uma vez que os achados<br />

microscópicos são inespecíficos.<br />

Aspectos anatomopatológicos da valva mitral<br />

na doença reumática crônica<br />

A doença reumática é a causa mais freqüente de<br />

estenose mitral e, por razões ainda desconhecidas, sua<br />

ocorrência é duas vezes maior em mulheres que em<br />

homens (9) .<br />

A estenose mitral é isolada em 65% a 70% dos casos<br />

de doença reumática e a estenose mitro-aórtica<br />

ocorre em cerca de 25% dos casos (14) .<br />

Macroscopicamente, as alterações da estenose<br />

mitral reumática são caracterizadas por espessamento<br />

das cúspides a partir da borda livre, fusão de comissuras,<br />

espessamento, fusão e encurtamento das cordas<br />

tendíneas (Figs. 3A e 3C), diminuição dos espaços<br />

intercordais (Figs. 3A e 3C) e calcificação distrófica<br />

(Figs. 3A e 3E).<br />

A fusão das comissuras, a fibrose e a calcificação<br />

das cúspides da valva mitral estenótica, observadas<br />

pela face atrial, têm o aspecto de “boca de peixe” (Fig.<br />

3F). Pela face ventricular, as cordas estão espessas e<br />

fusionadas, deixando o aparelho valvar com mobilidade<br />

bastante reduzida, e representam o componente<br />

subvalvar da estenose mitral (Figs. 3A a 3D). Por vezes,<br />

o espessamento, a fusão e o encurtamento das<br />

cordas tendíneas são tão intensos, que as cúspides se<br />

unem ao topo dos músculos papilares. Freqüentemente<br />

há placas de calcificação distrófica no tecido conjuntivo<br />

das cúspides(Figs. 3A e 3E), que, quando muito<br />

acentuadas, podem ulcerar a superfície atrial, geralmente<br />

na região das comissuras (Fig. 3A). Essas lesões<br />

ulceradas favorecem a formação de trombos (Fig.<br />

3F) e, também, são locais propícios para a instalação<br />

de endocardite infecciosa (14) .<br />

Na estenose mitral, o átrio esquerdo apresenta di-<br />

Figura 3. Macroscopia das valvas atrioventriculares<br />

com lesões de doença reumática crônica. A. Valva mitral<br />

(M) na região da comissura e músculo papilar póstero-medial.<br />

As setas pretas indicam fusão e calcificação<br />

parcialmente ulcerada. As setas brancas mostram<br />

cordas fusionadas e encurtadas/retraídas, aproximando<br />

a cúspide ao topo do músculo papilar. B. Valva mitral<br />

com intenso espessamento fibroso das cúspides e<br />

cordoalha. As setas mostram as comissuras que foram<br />

submetidas a comissurotomia. O átrio esquerdo (AE)<br />

está intensamente dilatado e mostra espessamento fibroso<br />

do endocárdio. C. Valva mitral retirada cirurgicamente.<br />

Os asteriscos apontam ambos os leques de<br />

cordas tendíneas com fusão e retração. D. Outra valva<br />

mitral submetida a comissurotomia (setas). Note o intenso<br />

espessamento da cordoalha (asterisco) prejudicando<br />

o resultado funcional do procedimento. E. Valva<br />

mitral vista pelo átrio. As setas indicam calcificação irregular.<br />

F. Outra valva mitral vista pelo átrio, com o aspecto<br />

dito em “boca de peixe”, resultado do espessamento<br />

das cúspides e fusão das comissuras. A seta<br />

apresenta trombose recente na fenda valvar. G. Valva<br />

tricúspide (T) vista pelo átrio. A seta aponta fusão da<br />

comissura. H. Tricúspide aberta apresentando fusão e<br />

encurtamento de cordas (setas brancas) e fusão da<br />

comissura (seta preta).<br />

Rev Soc Cardiol Estado de São Paulo — Vol 15 — N o 1 — Janeiro/Fevereiro de 2005 23

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