Letra Viva: práticas de leitura e escrita - TV Brasil
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linguagem <strong>escrita</strong> se organiza – escrever é diferente <strong>de</strong> falar. Mesmo crianças muito pequenas,<br />
antes <strong>de</strong> estarem alfabetizadas, po<strong>de</strong>m ser provocadas a ditar textos para que a professora<br />
escreva: um bilhete para casa, uma mensagem <strong>de</strong> amor, uma lista <strong>de</strong> material necessário para<br />
alguma ativida<strong>de</strong>, uma história inventada. Vendo a professora escrevendo, vão se<br />
apercebendo <strong>de</strong> seus conhecimentos, <strong>de</strong> suas dúvidas, e também vão observando e<br />
apren<strong>de</strong>ndo as diferenças entre oralida<strong>de</strong> e <strong>escrita</strong>, o modo como a <strong>escrita</strong> se organiza no<br />
papel, as marcas próprias aos diferentes gêneros textuais, etc. Essas ativida<strong>de</strong>s são, <strong>de</strong> certo<br />
modo, comuns em casas <strong>de</strong> pessoas letradas. Mas sabemos que nem todas as crianças<br />
vivenciam esses momentos. Estes aspectos da aprendizagem da língua <strong>escrita</strong> vêm-se<br />
associando à noção <strong>de</strong> letramento. Esta noção tem contribuído para contextualizar o processo<br />
<strong>de</strong> alfabetização <strong>de</strong> um modo mais amplo, social e politicamente.<br />
O conhecimento que temos hoje sobre características do espaço escolar, processos <strong>de</strong> ensino-<br />
aprendizagem, alfabetização, e outros, nos encaminha para dar atenção a muitos aspectos que<br />
também fazem parte do processo <strong>de</strong> alfabetizar. Sem dúvida o conhecimento das relações<br />
entre sons e letras, <strong>de</strong> diferentes padrões silábicos, <strong>de</strong> uso <strong>de</strong> letra maiúscula, tão enfatizado<br />
há alguns anos, continua sendo relevante. A questão é como tratar os conteúdos <strong>de</strong> modo a<br />
promover aprendizagens significativas. Os conteúdos não po<strong>de</strong>m ser consi<strong>de</strong>rados como fins<br />
em si mesmos, mas elementos que propiciam a compreensão <strong>de</strong> aspectos <strong>de</strong> conhecimentos<br />
ligados a realida<strong>de</strong>s mais amplas.<br />
O processo <strong>de</strong> ensino-aprendizagem da língua <strong>escrita</strong>, historicamente, tem sido marcado por<br />
uma preocupação gran<strong>de</strong> com o que vamos chamar <strong>de</strong> microaspectos da linguagem <strong>escrita</strong>,<br />
isto é, com a relação fonema-grafema, com o <strong>de</strong>senho/caligrafia das letras e com aspectos<br />
ortográficos da <strong>escrita</strong>, contextualizados por uma visão estrutural da língua. Nesta visão se<br />
<strong>de</strong>stacam exercícios para separação <strong>de</strong> sílabas, para substituição <strong>de</strong> letras e sílabas na<br />
formação <strong>de</strong> novas palavras e mesmo frases, entre outros, voltados principalmente para o<br />
treino ortográfico e para estudos gramaticais <strong>de</strong> cunho normativista, como número e gênero<br />
<strong>de</strong> substantivos; grau <strong>de</strong> adjetivos; o uso <strong>de</strong> formas verbais, no singular e no plural, no<br />
presente, pretérito e futuro. Os microaspectos <strong>de</strong> um modo geral também são contextualizados<br />
LETRA VIVA: PRÁTICAS DE LEITURA E ESCRITA 5 .