Letra Viva: práticas de leitura e escrita - TV Brasil
Letra Viva: práticas de leitura e escrita - TV Brasil
Letra Viva: práticas de leitura e escrita - TV Brasil
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
conhecimentos historicamente produzidos e dos significados e usos que estes assumem na vida e<br />
nas <strong>práticas</strong> sociais humanas. Vamos refletir, nesta perspectiva, sobre o significado do processo<br />
<strong>de</strong> ensino-aprendizagem da língua <strong>escrita</strong> na escola.<br />
De um lado, po<strong>de</strong>mos compreen<strong>de</strong>r a língua <strong>escrita</strong> como conhecimento que traz novas<br />
formas e possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> comunicação, registro, ação, criação e inteligibilida<strong>de</strong> do mundo.<br />
De outro lado, afigura-se também como ferramenta fundamental para o acesso aos<br />
conhecimentos das várias áreas do saber – ciência, filosofia, religião, história, entre outras –<br />
que se estruturam com base na língua <strong>escrita</strong>, através <strong>de</strong> discursos específicos constituídos por<br />
lógicas, compreensões e formas <strong>de</strong> comunicação e registro que lhes são próprias.<br />
Dessa forma, a língua <strong>escrita</strong> não po<strong>de</strong> ser reduzida nas <strong>práticas</strong> escolares apenas a um<br />
sistema <strong>de</strong> comunicação produzido pelo homem, mas precisa ser compreendida como uma<br />
linguagem social que nos permite participar das <strong>práticas</strong> sociais <strong>de</strong> <strong>leitura</strong> e <strong>escrita</strong> que<br />
permeiam as relações entre os homens nas socieda<strong>de</strong>s letradas, bem como penetrar no mundo<br />
letrado das várias áreas do saber.<br />
As crianças <strong>de</strong>vem ler e escrever na escola não para codificar/<strong>de</strong>codificar sons em letras e<br />
vice-versa, mas porque se lê e se escreve fora da escola e para escrever e ler fora da escola,<br />
na vida. Enfim, para tornar-se letrado, no sentido que vem sendo usado por autores como<br />
Soares (1998) e Kleiman (1995), ou seja, para participar das <strong>práticas</strong> sociais orais e <strong>escrita</strong>s da<br />
socieda<strong>de</strong> em que vivem.<br />
Na perspectiva do letramento, é necessário que os espaços escolares contenham materiais<br />
escritos diversificados, com diferentes suportes – jornais, livros, revistas, embalagens,<br />
televisão, telas <strong>de</strong> computador, entre outros – e tipos <strong>de</strong> textos variados: poesia, contos<br />
tradicionais, história em quadrinhos, biografias, tiras <strong>de</strong> humor, propagandas, textos<br />
científicos e informativos, mapas, tabelas, entre outros.<br />
Mas os materiais não bastam! É necessário criar situações interativas em que estes tenham<br />
significados e as ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>leitura</strong> e <strong>escrita</strong> tenham sentido. Não escrevemos sobre o nada,<br />
LETRA VIVA: PRÁTICAS DE LEITURA E ESCRITA 23 .