You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
Escola<br />
Andréa é o nome da menininha de quatro anos. Entrou para a creche. Ao fim do<br />
primeiro dia, a mãe lhe perguntou: “Como é a professora?”. Andréa respondeu: “Ela<br />
grita!”.<br />
Aula de química<br />
O professor estava furioso com o que acontecera. Procurou a diretora e lhe relatou<br />
o seguinte. Preparava-se para iniciar sua aula de química quando notou que algo<br />
estranho estava acontecendo: todos os alunos tampavam os seus narizes com os<br />
polegares e indicadores e riam. Ele não entendeu até que respirou fundo. Então<br />
entendeu. Um aluno, ele não sabia quem, havia enchido o ambiente com uma<br />
ventilação intestinal malcheirosa. Considerava esse ato uma ofensa pessoal à sua<br />
dignidade. Pedia providências disciplinares. A diretora, movida por inexplicável<br />
inspiração, lhe perguntou: “E qual seria o assunto da sua aula?”. Ele respondeu:<br />
“Os gases”. A diretora o encarou com espanto e lhe disse: “Mas o senhor perdeu<br />
uma maravilhosa ocasião de falar sobre os gases...”.<br />
O garçom<br />
Já passava das 23 horas, o restaurante do hotel estava vazio e assim eu podia<br />
fazer uma coisa que me dá prazer: conversar com o garçom. Sem ter mais ninguém<br />
para atender, ele estava por minha conta. Parecia ter uns cinquenta anos.<br />
Perguntei sobre sua vida, onde nascera, como vivera... O seu rosto se iluminou e<br />
ele começou a falar com o maior entusiasmo. Nascera num lugarzinho ínfimo.<br />
Esqueci-me do nome. Só sei que tinha alguma coisa a ver com “antas”. Lá no norte<br />
de Minas. Matas, onças, antas, pacas, macacos, pássaros de todos os tipos.<br />
Solidão. Farmácia plantada na horta. <strong>Faz</strong>er fogo batendo uma pedra na outra.<br />
Tinham de sobreviver com o que havia ao redor, na natureza, e com o que<br />
plantavam. Pai pobre, só pôde fazer o grupo, curso primário. Depois se mudara<br />
para Belo Horizonte. Já trabalhava naquele hotel havia mais de 25 anos. Aí ele deu<br />
uma paradinha, sorriu e disse sem a menor vergonha: “Sou homem inteligente.<br />
Não me conformei com o curso primário. Resolvi estudar. Fui numa livraria que<br />
vende livros para pobres. Comprei vários. Estou terminando o supletivo...”. Aí<br />
começou a me falar sobre o que aprendera. Eu escutava fascinado. “<strong>Faz</strong> uns dias<br />
fui atender uma senhora. Eu disse: Por aqui, minha senhora... Ela respondeu: ‘I<br />
don’t speak Portuguese’. Eu disse: ‘But I speak English’”. E desandou a falar inglês