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ele. E sentimos então que valeu a pena suportar a dor da ausência, pela alegria do<br />
reencontro.<br />
Demografia<br />
A obrigação de realizar o ato sexual tem a ver com a demografia dos céus e dos<br />
infernos. É preciso completar o número dos salvos e dos condenados para que a<br />
Divina Comédia chegue ao fim. O objetivo da união sexual não é a realização do<br />
amor. O amor é sentimento humano. O objetivo da união sexual é a procriação.<br />
Essa é a lei da natureza.<br />
Sexo e ódio<br />
Um homem e uma mulher unidos pelo sacramento têm o dever de se unir<br />
sexualmente, ainda que se odeiem. Porque não é o amor que justifica o sexo; é o<br />
contrato...<br />
Sexo racional<br />
Santo Agostinho colocou essa questão de maneira muito precisa ao elogiar o fato<br />
de Abraão haver engravidado sua escrava Hagar a fim de ter um filho, posto que<br />
Sara, sua mulher, era estéril. Diz o santo que Abraão agiu de maneira racional, por<br />
dever e não por prazer. Ele não gozou ao transar com Hagar. Estabelece-se um<br />
problema fisiológico: “É possivel ejacular sem prazer?”.<br />
Sexo é brinquedo<br />
Amar é brincar. Não leva a nada. Não é para levar a nada. Quem brinca já chegou.<br />
<strong>Faz</strong>er amor com uma mulher ou um homem é brincar com o seu corpo. Cada<br />
amante é um brinquedo brincante. “Creio na ressurreição do corpo”: não é a<br />
esperança de um milagre escatológico no fim dos tempos. É uma possibilidade de<br />
cada dia. Os sentidos precisam sair do túmulo onde os deveres os enterraram.<br />
Corpo de criança, corpo brincante: é nele que acontece a alegria!<br />
As delícias do corpo<br />
O corpo é um lugar maravilhoso de delícias. Mas Xerazade sabia que todo amor<br />
construído sobre os prazeres do corpo tem vida breve. A chama se apaga tão logo<br />
o corpo tenha esvaziado o seu fogo. O seu triste destino é ser decapitado pela