Edição #270
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OUTUBRO 2021 • Nº 270 • ANO 26
conectando você ao mercado de seguros
Especial
CORRETOR
FORMAÇÃO:
os caminhos da capacitação
profissional oferecidos por
seguradoras e escolas
PRODUTOS
PERSONALIZADOS:
tecnologia aumenta
possibilidade de
customização
PARCERIA:
a relação entre seguradoras
e corretores continua
baseada na confiança
mútua
REDE LOJACORR
TECNOLOGIA COM
DNA DE PROTEÇÃO
Diretoria trabalha para a formatação
da Plataforma 2.0, que abrirá novas
oportunidades para consumidores e
corretores de seguros parceiros
EDITORIAL
Consultoria necessária
OUTUBRO 2021 • Nº 270 • ANO 26
EXPEDIENTE
Há muito tempo os corretores de seguros sentem-se
ameaçados em sua função de intermediar negócios entre
seguradoras e consumidores. Há cerca de 30 anos, o risco
advinha da atuação dos bancos privados. Depois, foram as vendas
diretas, as redes varejistas e as big techs. Em um passado recente, o
órgão regulador passou a ser o grande fantasma que assusta, dada a
sua obsessão em desintermediar as relações de consumo de seguro.
A transformação digital está, realmente, encurtando os
caminhos, principalmente para os produtos de pequeno tíquete. Estes
mesmos produtos nunca fizeram parte do portfólio dos corretores,
justamente por sua incapacidade de oferecer lucros sem escala.
Por outro lado, experiências internacionais de empresas
que nasceram no ambiente digital mostram que a presença
do intermediário é necessária para esclarecer as dúvidas dos
consumidores. Isso em países desenvolvidos.
Por aqui, a presença do corretor de seguros é fundamental,
considerando-se a completa falta de cultura do seguro. Se eu, que
me considero uma pessoa que conhece o mercado de seguros, tenho
dificuldades em responder algumas perguntas, imagine pessoas
que buscam suas primeiras apólices? É importante o corretor de
seguros se consolidar como consultor de negócios, a pessoa a quem o
consumidor irá recorrer em caso de dúvidas.
Também é fundamental que os corretores de seguros
atuem cada vez mais com o compromisso de buscar soluções para
o segurado. Em um mercado de seguros aberto, será imperativo
conhecer o que está disponível e o perfil do cliente. As informações
estarão abertas, com acesso disponível para todos os entes. Todas as
operações serão digitais, mas o contato e o atendimento continuarão
a ser humanos, utilizando novos canais de comunicação.
Boa leitura!
Diretora de Redação:
Kelly Lubiato - MTB 25933
klubiato@revistaapolice.com.br
Diretor Executivo:
Francisco Pantoja
francisco@revistaapolice.com.br
Redação:
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Tiragem: 15.000 exemplares
Circulação: Nacional
Periodicidade: Mensal
Os artigos assinados são de
responsabilidade exclusiva de seus autores,
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publicação independente
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CONTEÚDO
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ESPECIAL CORRETOR
ÍNDICE
06 painel
12 gente
ESPECIAL CORRETOR
CAPA
Rede Lojacorr investe em tecnologia e pessoas para criar a
Plataforma 2.0, uma nova forma de conectar consumidores
e corretores de seguros, com interface para as seguradoras
interagirem com os entes do setor
>> PÁG. 14
18 ituran
Empresa amplia coberturas e serviços
para automóveis e motos protegidos
por seus rastreadores, com ou sem
seguro acoplado
28 capacitação
Para intermediar as vendas de seguro é
preciso ter uma certificação que, por sua
vez, vem de uma formação acadêmica.
Entretanto, quem atua neste mercado
sabe que a atualização é necessária
para enfrentar os novos desafios
34 produtos personalizados
Com a nova regulamentação e o avanço
do seguro aberto, em breve será possível
customizar produtos de acordo com
a necessidade de cada cliente. Para o
corretor participar deste processo ele
precisa conhecer as possibilidades da
tecnologia
RELAÇÃO COM SEGURADORAS
Desde que o seguro é vendido no Brasil ele passa por
algum tipo de intermediação. Corretores e seguradoras
caminham juntos, com o propósito de ampliar a cultura
da sociedade e as vendas do setor
>> PÁG. 20
42 too seguros
Seguradora oferece treinamento
online em marketing digital para
que corretores de seguros possam
manter-se atualizados, como forma de
homenagem no mês destes profissionais
Os artigos assinados são de responsabilidade
exclusiva de seus autores, não representando,
necessariamente, a opinião desta revista.
4
PAINEL
agrícola
Aumenta a procura pelo seguro rural
O cenário
promissor para o
seguro rural indica
que os produtores
estão buscando
alternativas para
mitigar ameaças
que possam prejudicar
a produtividade e a rentabilidade da atividade
agrícola, como mudanças climáticas repentinas, quebra
de safra e problemas na operação agrícola.
“A maior procura pelos seguros voltados para
o agronegócio mostra que o produtor está atento aos
riscos de sua atividade e se precavendo de fatores que
possam causar perdas financeiras. É importante lembrar
que existem soluções que asseguram a proteção de
todo o ecossistema do agro, que vão além da lavoura,
como seguros para propriedades rurais, para variações
climáticas, máquinas e equipamentos agrícolas, entre
outros, o que traz uma tranquilidade ainda maior para
o produtor”, destaca Juliana Tiede, fundadora e diretora
Executiva da JDT Seguros, corretora especializada em
seguros para o agronegócio.
mercado
Ampliação de rede
O Grupo SulAmérica assumiu, por meio da controladora
Paraná Clínicas, a carteira de clientes da Santa
Casa de Misericórdia de Ponta Grossa (PR), adicionando
aproximadamente 25 mil vidas à base de beneficiários
da Paraná Clínicas. A operação, anunciada em março
de 2021, foi aprovada
pela Agência Nacional
de Saúde Suplementar
(ANS) e pelo Conselho
Administrativo de Defesa
Econômica (Cade).
“A seguradora investe
em expansão por
todo o país e a conclusão desta transação com a Santa
Casa de Misericórdia de Ponta Grossa reforça ainda mais
nossa presença no Sul do Brasil, mercado com importante
potencial de crescimento”, afirma Raquel Giglio, vice-
-presidente de Saúde e Odonto da companhia. “Somos
referência em planos empresariais no Paraná pela velocidade
com que conseguimos nos adaptar aos novos momentos
e estamos sempre atentos à movimentação de
mercado”, aponta Juliano Tomazela, diretor de Pricing,
Estratégia e Produtos de Saúde e Odonto da empresa.
premiação
Empresas de todos os setores podem participar do Prêmio Melhores do Seguro 2021
Em 2021, o Prêmio Melhores
do Seguros, promovido pela
Revista Apólice, está aberto para
participação de empresas de todos
os segmentos do setor, sejam elas
seguradoras, corretoras de seguros,
insurtechs, operadoras de planos
de saúde e odontológicos, resseguradoras
e prestadoras de serviços de
maneira geral.
Kelly Lubiato, diretora de
redação da Revista, explica que o
objetivo é reconhecer atitudes e
processos das empresas que tenham
contribuído para a sustentabilidade
do negócio, para a satisfação dos
clientes e proteção dos colaboradores.
“Durante a pandemia as empresas mostraram uma
capacidade ímpar para criar novas ferramentas
capazes de manter o bom funcionamento
do mercado”.
Como exemplo, a jornalista cita os
treinamentos virtuais para corretores de
seguros e a telemedicina, ofertada além da
carteira de saúde. “As empresas demonstraram
empatia com seus colaboradores e
criatividade para novas coberturas e serviços.
São estas iniciativas que nós gostaríamos
de ver compartilhadas com o mercado
como um todo”.
As empresas interessadas em participar
podem acessar o hotsite do evento
(www.premiomelhoresdoseguro.com.br).
Lá, é possível encontrar o regulamento e
montar o case, seguindo um roteiro estabelecido
para contribuir na elaboração do material.
6
PAINEL
charles taylor
Brasil lidera o crescimento de insurtechs na América Latina
País concentra 32% das companhias da região, com 129 empresas em seu território
O setor de insurtechs continua crescendo
na América Latina. Segundo dados publicados
no estudo “Latam Insurtech Journey”, atualmente
existem mais de 350 empresas deste
tipo na região. O Brasil lidera o mercado com
32% de participação, com 129 insurtechs.
Para Gonzalo Geijo, Regional Sales Director
da Charles Taylor, o crescimento do setor
é uma consequência indireta da pandemia.
“Hoje, há uma abertura maior por parte dos altos executivos,
já que a pandemia, além de mudar sua mentalidade
ao motivá-los a reinventar as maneiras de alcançar os resultados,
os levou a formar equipes com talentos digitais
nativos, que facilita a adaptação às novas tendências”,
afirma Geijo.
O Brasil gera atualmente 57% do investimento total
do setor na América Latina. Somente em 2020, o investimento
cresceu 98% comparado ao ano anterior. No total,
desde o início da atividade de insurtechs na região, foram
investidos cerca de US$ 500 milhões. Estima-se que nos
próximos três anos esta cifra chegue a US$ 1,5 bilhão.
O crescimento do setor Insurtech no Brasil se
deve em grande parte ao foco cada vez maior em novos
modelos de negócio dedicados aos serviços (54%). “A
pandemia obrigou as organizações a acelerar sua transformação
digital e a implementar canais digitais. 2020
nos fez enfrentar uma realidade que não
havíamos imaginado e nos forçou a tomar
decisões que, mesmo consideradas corretas,
muitas vezes eram postergadas. Sem
dúvida a frase ‘depois da pandemia nada
será igual’ ganha maior relevância. Os
vencedores serão aqueles que utilizarem
intensivamente a tecnologia e que impulsionem
a inovação”, acrescenta Geijo.
Atualmente, estão registradas 351 companhias
deste tipo na região, das quais apenas 6,6% estão presentes
em mais de um mercado. Charles Taylor é certamente
uma das empresas que se destacam neste campo.
Após sua chegada na América Latina em 2018, esta
Insurtech britânica, líder no setor em nível internacional,
tem se destacado por oferecer um portfolio de serviços
inovadores, capaz de se adaptar às soluções requeridas
e que conta com um robusto conhecimento das necessidades
do mercado.
“Charles Taylor focou-se em educar, semeando informações
de tendências e soluções. Implementar seus
serviços será um projeto em longo prazo com retorno.
Porém, por meio de sua metodologia de implementação
comprovada, a empresa poderá começar a ver resultados
em 3 meses, demonstrando que são soluções inovadoras
e seguras”, conclui Geijo.
agenda
Confirmado o 22º Congresso Brasileiro dos Corretores de Seguros
Inicialmente previstos
para outubro de 2021,
o 22º Congresso Brasileiro
dos Corretores de Seguros
e a 21ª Exposeg serão realizados
no início de março
de 2022, em São Paulo, no
formato híbrido (presencial
e remoto).
Segundo Armando
Vergilio, presidente da Fenacor,
a 22ª edição do tradicional Congresso dos Corretores
de Seguros irá entrar para a história por todos os
seus significados implícitos
e explícitos. “Sabemos que
há uma grande expectativa
da categoria e estamos
trabalhando para fazer desse
evento uma experiência
inesquecível, por tudo que
representa. Será o primeiro
grande evento presencial
do mercado desde o início
da pandemia. E vamos assegurar
total segurança e proteção para os congressistas,
seguindo os protocolos”, explica.
8
chegada
Início de operação no Brasil
A BMS Re, corretora
independente
especializada em
resseguros, anunciou
a constituição da
BMS Brasil Corretora
de Resseguros Ltda
(“BMS Re Brasil”), com
sede em São Paulo.
José Leão, CEO da BMS Re no Brasil, e Judi Newsam,
presidente, conduzirão a nova operação reportando a
Aidan Pope, CEO e Presidente Executivo da BMS América
Latina e Caribe, baseado em Miami. A BMS Re Brasil
atuará em serviços de resseguro facultativo, bem como
contratos automáticos, com suporte direto dos escritórios
do Grupo em Miami, Londres e demais países.
regulador
Solange Vieira deixa a Susep
A superintendente da Susep, Solange Vieira,
que ocupou o cargo nos últimos três anos, foi convidada
pelo Ministro da Economia
para conduzir
um projeto no BNDES
(Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico
e Social). Ela foi
escalada para assumir a
implementação de programas
estratégicos da
agenda econômica, que
serão executados por
intermédio do banco.
O diretor da Susep Rafael Scherre assume interinamente
o cargo de superintendente.
axa
Com foco no empresarial, AXA no Brasil quer impulsionar o corretor no segmento
A AXA no Brasil
anunciou diversas melhorias
no produto Empresa
Flex, a fim de contribuir
para ampliar a carteira do
corretor em um segmento
de grande potencial.
Dentre as novidades, que
garantem maior autonomia
e agilidade para o corretor,
estão mudanças nas
taxas, a abertura de algumas
atividades industriais
na ponta, a habilitação de
mais de 40 atividades para Pessoa Física (incluindo consultório
e clínica médica, consultório veterinário, restaurantes
e escritórios) e o aumento do valor de limite na
contratação de seguro dos segmentos comércio e serviço,
que pode chegar a R$ 30 milhões em algumas atividades.
“As mudanças oferecem melhores condições e
diferenciais mais competitivos na contratação do seguro,
contribuindo para o corretor ampliar a sua carteira
e explorar o potencial do empresarial. É parte do nosso
compromisso de sermos parceiros de negócios, mais que
uma seguradora que paga
as indenizações, e isso se reflete
em todas as melhorias
e novidades que lançamos”,
afirma Clovis Silva, superintendente
de Massificados da
AXA no Brasil.
A AXA oferece um
portfólio completo de produtos
que atende a pequenos
e médios negócios com
limites de até 30 milhões e
VR de até 100 milhões por
local, nos segmentos de comércio
e serviços, e também indústrias. Para celebrar o
Mês do Corretor, a seguradora lançou a campanha Emitiu,
Ganhou!, que vai premiar corretores com R$100 a cada
apólice emitida do Empresa Flex com a primeira parcela
paga. O produto oferece, ainda, possibilidade de ganhar
vouchers para as lojas Americanas e pontos em dobro
para a campanha Top Club, com destinos para Santa Cruz
Cabrália, na Bahia, e Atacama, no Chile.
Corretor, cadastre-se em https://corretor.axa.com.
br/portal-corretor
9
PAINEL
saúde
Cartilha de práticas
sustentáveis em
planos de saúde
O IESS (Instituto de
Estudos de Saúde Suplementar)
lançou uma cartilha
de Práticas Sustentáveis em
Planos de Saúde. A publicação gratuita busca esclarecer
aos beneficiários sobre como manter o uso consciente
dos produtos e serviços dos planos médico-
-hospitalares. Com linguagem acessível, a publicação
apresenta o porquê da necessidade da utilização adequada
dos benefícios e como o desperdício afeta todo
o sistema de saúde suplementar como, por exemplo,
ajustes maiores nas mensalidades.
O material também visa conscientizar a população
sobre como ações individuais equivocadas afetam
os demais usuários do plano de saúde, prejudicando o
princípio do mutualismo. “O propósito da cartilha não
é convencer o beneficiário a não utilizar o plano, mas
sim usá-lo na medida certa: nem mais, nem menos. Isso
é fundamental para não expor o beneficiário a efeitos
adversos pelo excesso de exames desnecessários ou
causar danos à saúde por falta de acompanhamento
médico”, explica José Cechin, superintendente executivo
da entidade.
A cartilha de Práticas Sustentáveis em Planos de
Saúde pode ser baixada no portal da entidade.
evento
Conseguro 2021 teve mais de 14 mil
acessos às atividades
A Conseguro 2021, totalmente online, teve
mais de 14 mil acessos, um recorde absoluto na comparação
com as edições anteriores, presenciais. Em
alguns dos painéis, foram
registrados mil participantes
simultâneos. Foram
82% de acessos feitos por
desktop e 18% por mobile.
A conferência bianual
da Confederação Nacional
das Seguradoras – CNseg
passou de 800 inscritos na
edição de dois anos atrás
para 6 mil, com total de
40 horas de programação,
frente a 16 horas em 2019.
No painel de encerramento
da conferência, realizado em 01/10, o Presidente
da CNseg, Marcio Coriolano, afirmou que “este
evento prova que a CNseg, mais do que uma confederação
associativa, é hoje o mais importante centro
que reúne especialistas para fazer reflexão e propostas
sobre o universo de seguros do Brasil. "Sabemos ser
críticos e independentes do mainstream quando necessário,
para aportar soluções construtivas, propositivas
e viáveis”.
evento 2
Oscar do Seguro é entregue
A nova diretoria do Clube Vida em Grupo
do Rio de Janeiro tomou posse em evento que
também contemplou os vencedores do Destaque
do Ano, promovido pela entidade. Em seu
discurso, o presidente Octávio Perissé, destacou
a força do setor e sua rápida adaptação ao tão
propalado “novo normal”.
A Capemisa foi premiada como Seguradora do
Ano; já o prêmio de Mulher de Seguro do Ano foi para a
CEO da Liberty Seguros, Patrícia Chacon; e o CEO da Icatu
Seguros, Luciano Snel, foi contemplado como Homem
de Seguros do Ano. O prêmio de Destaque Profissional
do Ano foi para a superintendente comercial regional da
SulAmérica Seguros, Ester Teixeira, e o de Destaque
Profissional de Seguradora/Operadora /
Assessoria foi para o diretor comercial N/NE/RJ
e ES da Porto Seguro, Marcos Silva.
A composição da diretoria do CVG-RJ
para o Biênio 2021-2023 é a seguinte: Diretoria
executiva: Octávio Colbert Perissé, presidente;
Enio Miraglia, vice-presidente; Edson Calheiros,
diretor de ensino; Wellington Costa, diretor social; e Gilberto
Villela, diretor financeiro. Diretores adjuntos: Tatiana
Antoniazzi; Sonia Marra; Paulo Galindo; Rogério Soucasaux
e Vinícius Brandão. Conselho consultivo: Lúcio Marques
(presidente) e Ademir Marins (secretário). O Conselho fiscal
será presidido por Ronaldo Marques dos Santos (Icatu).
10
gente
EXECUTIVO PARA OPERAÇÕES NO BRASIL
A MatthewsDaniel apresentou Ricardo
Mendonça como executivo para o Brasil, que assume
o cargo para liderar a operação no país. “Me sinto
grato e feliz de continuar desenvolvendo
este forte e reconhecido
time, que nos últimos
anos entregou alguns
dos melhores resultados do
Grupo. Ao longo destas seis
décadas, temos inovado
nossa resposta para atender
as mudanças necessárias da indústria e do mercado
como um todo, construindo um negócio global de
sucesso com base em uma longa reputação de confiança
e profissionalismo".
SOLUÇÕES PARA RISCOS
A Lockton anunciou
a chegada de Lidiane
Fachinello, nova superintendente
de Risk Solutions
no Sul. De acordo com Lidiane,
o cenário atual no
segmento é desafiador,
mas também apresenta
oportunidades. “Notamos que há certa carência das
empresas por parceiros independentes com espírito
inovador, que ofereçam soluções diferenciadas.
É neste contexto que a Lockton se destaca, se posicionando
de forma única no mercado e reunindo
todas as capacidades necessárias para ajudar os
clientes a responderem rapidamente às mudanças
nos mercados e riscos emergentes”, explica.
ESPECIALISTA EM MUDANÇAS
A Liberty Seguros apresentou a nova diretora
de Transformação da companhia, Daniela
Bouissou. A executiva assume o antigo cargo de
Patricia Chacon, CEO da seguradora,
para liderar as áreas
de transformação da companhia,
que inclui marketing,
estratégia, CX e digital.
“Com toda a experiência
que acumulei de desafios
passados, pretendo agregar
para continuar a inovar e surpreender
os públicos da companhia, com jornadas
fluidas e produtos e serviços que atendam às suas
necessidades, sempre apoiando a adoção do digital”,
explica Daniela.
PARA CUIDAR DE GENTE
A MDS Brasil anunciou
a contratação de Luciana
Lopardo para a posição de
diretora de Recursos Humanos.
A profissional chega
para compor o time de profissionais
da corretora, trazendo
uma visão analítica e
apurada para identificar novos talentos e contribuir
com as estratégias de crescimento da empresa.
SEGURADORA SOB NOVA DIREÇÃO
Breno Gomes, que
atuava como vice-presidente
de Estratégia, Desenvolvimento
de Negócios e Engajamento,
assumiu o cargo de
líder da operação da MetLife
no Brasil, reportando-se a
Eric Clurfain, presidente da
seguradora na América Latina.
Gomes está na companhia desde 2005 e
liderou importantes projetos voltados para inovação,
estratégia, analytics, previdência privada e tecnologia
da informação.
CEO DE SEGUROS
A Brasilseg apresentou
Rogério Idino como o novo
CEO da companhia.
Idino é executivo de
carreira do Banco do Brasil,
cumprindo uma trajetória de
evolução que teve início na
gerência de contas e de agência e chegando a diversas
superintendências da instituição. Antes de
chegar à Brasilseg, ele atuou como superintendente
administrativo de Varejo em Brasília.
12
CEO DE CAPITALIZAÇÃO
Nelson de Souza
assumiu, dia 1 de outubro,
o comando da empresa de
capitalização da BB Seguros.
Com larga experiência
no setor financeiro, Souza
acumula passagens de destaque
em instituições de
peso, como presidente da Caixa Econômica Federal
e também do Banco do Nordeste e do Banco Desenvolve
SP.
“O mercado vive um novo momento de
grandes transformações. Além de estarmos alinhados
com as melhores práticas, devemos ser protagonistas
dessas transformações. A Brasilcap tem
credibilidade e uma marca muito forte. Nosso objetivo
é alcançar os melhores resultados da história.
Por isso, vamos focar de forma contundente nos
nossos clientes; é imperativo irmos além do balcão
do BB. É hora de explorar ainda mais o mar aberto e
conquistar novos mercados”, afirma.
NOVIDADES EM RESSEGURADORA
O Conselho de Administração
do IRB Brasil RE
aprovou a eleição do novo
Diretor Presidente da companhia
em setembro. O
executivo Raphael Afonso
Godinho de Carvalho assumiu
o cargo em outubro,
com mandato unificado com os demais membros
da Diretoria Estatutária da Companhia até 2 de julho
de 2023.
“Raphael de Carvalho é uma escolha que
reúne importantes qualificações para a posição:
vivência sênior e diversa em negócios complexos,
extensa experiência como presidente na área de
seguros e um histórico de liderança estratégica no
segmento financeiro.
Estamos muito felizes com sua chegada à
companhia”, declara Antonio Cassio dos Santos,
presidente do Conselho de Administração do IRB
Brasil Re.
CAPA
REDE LOJACORR
Para proteger mais e melhor
GRUPO TRABALHA PARA FORMATAR A LOJACORR 2.0, UMA PLATAFORMA QUE IRÁ INTEGRAR
CONSUMIDORES, CORRETORES E SEGURADORES COM O PROPÓSITO DE DESBUROCRATIZAR O MERCADO
Inconformismo foi a palavra que sempre
motivou os executivos da Rede Lojacorr,
que completa 25 anos em 2021. Focada
nas mudanças promovidas pela transformação
digital, a empresa olha para o futuro,
com o desafio de chegar a um novo
patamar de negócios menos burocrático,
totalmente voltado para um ecossistema
de seguros que seja inclusivo e aberto, assim
como outros setores da economia.
O presidente (CEO) da Rede Lojacorr,
Diogo Arndt destaca que a plataforma da
Lojacorr 2.0 será um sistema plugável e
com conexões mais eficientes. “Queremos
chegar a um novo patamar, transformando
a Rede em uma empresa inclusiva, flexível,
para que os corretores possam consumir
dela o que necessitam no momento em ter-
DIOGO ARNDT,
presidente (CEO)
GENIOMAR
PEREIRA,
diretor Comercial
(CCO)
LUIZ
LONGOBARDI,
diretor de
Mercado e
Operações
(COO)
mos de produtos, serviços, sistemas, treinamentos. O sistema deve ser
capaz de integrar mais players, através da reconstrução de toda a plataforma
de tecnologia”, explica.
A empresa enxerga a nova organização do mercado de seguros,
através dos movimentos promovidos pela regulação, com produtos
mais flexíveis. Em um ambiente de Open Insurance, o consumidor
deverá ser empoderado e haverá espaço para uma plataforma digital
que ajude o mercado a orquestrar a relação entre consumidores, fornecedores
e intermediários. “A construção desta plataforma acontece
a partir da visão do consumidor, tendo o corretor de seguros no centro
como conselheiro dos clientes, com jornadas digitais de ponta a ponta”,
adianta Arndt.
A Rede trabalha com cinco produtos digitais (plataforma propriamente
dita: produtos para segurados, para corretores, para BackOffice
e para seguradoras interagiram com app), que utilizam dados para
melhorar a gestão dos negócios dos corretores e para que as seguradoras
possam enxergar na plataforma novas oportunidades e que realizem
campanhas com mais facilidade. “Este é um trabalho para os próximos
dez anos. Em cinco anos, já teremos uma plataforma capaz de democratizar
o acesso aos produtos de seguros, para que o consumidor possa se
conectar mais facilmente com o mercado de seguros, com ajuda para a
tomada de decisões”.
O novo ecossistema será potencializado com uma integração
completamente digital. Arndt destaca que “tudo isso deve acontecer
mantendo o DNA que trouxe a empresa até este patamar, que é proteger
o brasileiro cada vez mais e melhor. É preciso transformar os papéis,
deixando as jornadas mais simples e intuitivas, para que os colaboradores
e clientes tenham mais tempo e prazer na junção das tarefas profissionais
e pessoais”. Para seus colaboradores, a Rede Lojacorr adotou o
“anywhere office”, com um modelo mais flexível para equacionar vida
pessoal e profissional, gerando nova experiência de encarar a vida e o
trabalho.
“A distribuição de seguros, no futuro, será via plataformas digitais.
Poderá acontecer nos ecossistemas das seguradoras, em ecossistemas
digitais verticais (fabricantes de veículos, equipamentos), mas
ainda haverá espaço para ecossistemas horizontais como o nosso, para
atender a demanda de vários tipos de consumidores. Há uma grande
complexidade, porque hoje a Rede opera com centenas de produtos,
dezenas de seguradoras e milhares de corretores. E isso tende a ser cada
vez maior”, acredita o CEO da Rede Lojacorr.
A pandemia trouxe para a empresa um ambiente ainda mais colaborativo,
com menos ‘barreiras’ físicas e mais flexibilidade. A Rede Lojacorr
terá em breve uma nova sede, com as pessoas tendo a liberdade
de trabalhar lá ou não. As novas contratações da empresa já não incluem
mais a barreira geográfica, para encontrar pessoas com perfil para atuar
14
na empresa onde quer que elas estejam. “Com cabeça aberta poderemos
superar os desafios da nova forma de trabalhar”, garante Arndt.
Ajudar o cliente a consumir da forma mais consciente possível
será o grande desafio. O mercado de seguros é muito complexo e o
“corretor de seguros” é a profissão do futuro. “Com uma jornada melhor
para o consumidor, a tendência é que o mercado só cresça. Por
isso, queremos construir a maior e mais qualificada plataforma figital
do mercado de seguros brasileiro. Nossa indústria ainda tem potencial
para dobrar ou triplicar de tamanho, com os profissionais trabalhando
em colaboração”, completa o CEO da Rede Lojacorr.
BENEFÍCIOS PARA OS PARCEIROS DE NEGÓCIOS
Capilaridade é a palavra de ordem para a distribuição de seguros.
Depois de investir em um projeto de expansão há cinco anos, que
tinha como objetivo estar presente em todos os estados brasileiros,
agora o olhar está voltado para o futuro. “Daqui em diante o objetivo
é mirar pontualmente para áreas de sombra ou com grande demanda”,
planeja Geniomar Pereira, diretor Comercial (CCO) da Rede Lojacorr.
Este trabalho será impulsionado por accounts, que buscarão oportunidades
em todo o País.
Fazer parte de um grupo bem estruturado traz um novo patamar
de atuação para os corretores parceiros, pois amplia a sua capacidade
de atendimento e colocação. Para o seu quadro de parceiros, a Rede
busca profissionais que estejam em início de carreira ou aqueles com
uma carteira em desenvolvimento. “Isso porque para conseguir cadastro
nas seguradoras parceiras é bastante complicado, pois elas querem
uma produção mínima. Com sorte, ele conseguirá acesso no máximo a
quatro seguradoras, enquanto na Rede o corretor terá acesso imediato
a 44 companhias”, afirma Pereira.
Por outro lado, para os corretores maiores também há uma
proposta de valor da Rede, abrindo a possibilidade de distribuição da
marca ou de expansão de negócios. “A Lojacorr é para todos os portes.
Temos parceiros de negócios com produção mensal de R$ 10 mil a R$ 2
milhões. Há modelos de negócios para todos os perfis”, garante o CCO.
O mercado de seguros não é para quem trabalha sozinho. Pereira
cita como exemplo corretores de seguros da cidade de Manaus.
Antes da chegada da Lojacorr, os parceiros ficavam apenas com os seguros
dos riscos menores, porque as grandes contas eram absorvidas
por corretoras maiores e de fora do estado. “A Rede tem possibilidade
de concorrer oferecendo condições de negócios e especialidades para
seus parceiros”, cita Pereira.
Qualquer membro pode ter acesso a um especialista, seja de riscos
de petróleo que fica em Mossoró/RN, em riscos cibernéticos de Florianópolis/SC
ou, ainda, profundos conhecedores de seguros agrícolas
de Mato Grosso. “No propósito da Rede, eles podem fazer o atendimento
em qualquer parte do País”.
A figura do intermediário em seguros existe no mundo inteiro,
com diferentes nomes. Os canais de distribuição podem ser muito benéficos
para o mercado, porque eles abrem as portas para a inclusão
de novos consumidores para o mercado de seguros. “Para os produtos
mais complexos, mesmo com a evolução da tecnologia, é improvável
fazer sem o corretor de seguros”, acredita Pereira. A transformação digital
é uma forma de aproximar os corretores de seguros e seus clientes.
Números da Rede Lojacorr
25
58
240
5
44
+200
anos de atividade
unidades de negócios
colaboradores na sede e unidades
mil profissinais de seguros
seguradores parceiras
produtos disponíveis
Luiz Longobardi, diretor de Mercado
e Operações (COO), reforça a importância
de o corretor ter acesso a um painel
completo de seguradoras, com produtos e
segmentos mais restritos para os grandes
corretores. “Podemos oferecer condições
comerciais e acessos a produtos que abrem
as portas para um novo mercado, pois alguns
segmentos são restritos para alguns
profissionais”, afirma.
O corretor de seguros tem total autonomia
dentro da Rede para distribuir os produtos
que atendam às necessidades de seus
clientes. “Eles têm autonomia para oferecer
o que há de melhor para seus clientes, não
fazemos nenhum tipo de direcionamento
de produção. Todas as escolhas são dos corretores
e também não interferimos nas condições
oferecidas", enfatiza Longobardi.
O objetivo é que o corretor de seguros
consiga levar as melhores soluções
para cada risco do cliente. Outro benefício
importante é a sinergia que ocorre entre
os corretores da Lojacorr, que proporciona
uma troca de informações e experiências
entre todos os participantes do ecossistema
da Rede.
O futuro continuará contando com a
figura do corretor de seguros para a intermediação
de negócios. O que mudará será
apenas a forma de chegar ao cliente. “O corretor
continuará como centro da distribuição,
porque é ele quem entende os riscos
das pessoas e empresas. O digital será nos
processos, para que não se perca tempo nas
operações”, sentencia Longobardi.
15
CAPA
REDE LOJACORR
Com a evolução do mercado e da
tecnologia, como o Open Insurance, está
cada vez mais próxima a possibilidade de
customização de produtos de acordo com
a necessidade de cada consumidor. “Nós
já realizamos algumas operações olhando
para os corretores que atuam em um
segmento específico. Em cyber risco foi
montado um produto exclusivo para nós
por uma seguradora, distribuído pelos parceiros.
Também foi criado um seguro de
responsabilidade civil e transportes com
desenhos exclusivos”, acrescenta.
Ele explica ainda que com o novo
momento do mercado, com as transformações
e flexibilizações de regras regulatórias
e de produtos, está sendo criado um cenário
promissor para a distribuição. O Open
Insurance é uma folha em branco para a
elaboração de novos produtos e serviços.
Há muito que se avançar em termos de seguro
automóveis, residenciais e de vida.
PLATAFORMA 2.0 PARA UMA
EXPERIÊNCIA ‘FIGITAL’
Com o compromisso de olhar mais
atentamente para o seu cliente, a Rede Lojacorr
está estruturando a Plataforma 2.0,
desde 2020, com o envolvimento de todas
as áreas da empresa, que deve ter seu lançamento
iniciado no final de 2022.
É importante ressaltar que no período
pré-pandemia, alguns setores já atuavam
de forma completamente digital,
como mídia, entretenimento e big techs.
A pandemia acelerou a transformação digital
no varejo e no mercado financeiro. O
setor de seguros sentiu a responsabilidade
de realizar esta mudança, de olho no consumidor
que está acostumado com atendimento
humano e experiência de consumo
digital.
Daniel Castello, que assumiu a posição
de diretor de Transformação Digital
(CDO) da Rede Lojacorr, para guiar a criação
da Plataforma 2.0, diz que a experiência
de contato pessoal mudou e que o consumidor
entendeu que é possível fazer tudo
pelo celular. “Por isso, para atender o consumidor
da forma que ele deseja, temos que
nos alinhar com as boas práticas do atendimento
digital, com a intermediação do
corretor de seguros”, antecipa.
O contato com o corretor de seguros vai continuar, seja de forma
física ou vídeo chamada. O que mudará é a maneira de assinar um contrato,
que pode ser de forma digital, sem a impressão de documentos.
“Isso atende às expectativas dos consumidores e também da sustentabilidade”,
aponta Castello.
A jornada de consumo deve estar de acordo com os tempos atuais.
O negócio será fechado por um corretor, mas, antes disso, o cliente
pode querer pesquisar, ler. O desafio da transformação digital precisa
ser muito bem feito. “Temos que trabalhar em jornadas bem desenhadas,
para que haja satisfação de todas as partes”, ratifica Castello. Um
bom projeto depende de um bom planejamento e muito investimento.
O modelo de negócio da Rede Lojacorr é um hub que une corretores
e seguradores, facilitando o acesso e a colocação de produtos,
sem interferir na jornada do segurado. A Rede 2.0 é uma plataforma
digital que irá proporcionar um aplicativo específico para corretores,
outro para os clientes, com a interface das seguradoras. “A experiência
digital será completa”, garante Castello. O cliente poderá visualizar todos
os seus vencimentos, parcelas e poderá comparar com outros produtos,
falar com o seu corretor de seguros ou com a seguradora. “Ela é uma
plataforma B2B2C, que integra o segurado, o corretor e a seguradora em
jornadas digitais de boa qualidade”, define o CDO.
A Plataforma 2.0 será um lugar para o consumidor se manter
muito bem informado sobre seguros, independente de quem ele seja
cliente, dando autonomia para a sua tomada de decisão. O segurado
não irá receber propostas pelo aplicativo, pois todas as ofertas serão feitas
apenas pelo seu corretor.
“O mercado sempre teve vontade de integrar e colocar novas soluções,
mas, por ter estruturas e regulamentações mais rígidas, sentia
mais dificuldade. Mas estamos em um momento muito especial, com
alguns drivers que trazem mudanças, como a LGPD (Lei Geral de Proteção
de Dados) e Open Insurance. Estamos nos transformando com a
lógica centrada no cliente", avalia Sandro Ribeiro, diretor de Tecnologia
(CIO) da Rede Lojacorr. O cliente passa a ser empoderado com os seus
dados, podendo reaproveitá-los da melhor forma, sem gerar tanto esforço.
“Provavelmente o que mudará no mercado é a forma de trabalho,
com novas possibilidades para todos, o que possibilitará um trabalho
mais fluido e sem tanto atrito provocado ao longo dos anos”, explica.
Mesmo com todo o avanço, o corretor continuará sendo o elo
com o cliente no ambiente figital. “Queremos deixar as jornadas mais
simples e intuitivas”, avisa Ribeiro. Este processo envolve também gerar
os feedbacks para corretores e seguradores entenderem o que pode ser
modificado e melhorado.
Ribeiro explica que agora, com a Plataforma 2.0, será possível
melhorar toda a jornada, porque tudo é criado a partir da necessidade
do cliente e do corretor de seguros, trabalhando a educação de seguros
e produtos feitos a partir de dados. “Queremos ampliar o mercado de
seguros, empoderando o corretor e fazendo o setor crescer”.
FEITA POR PESSOAS
Embora o futuro seja muito diferente, a Rede Lojacorr continua com
a mesma essência, sendo uma empresa de pessoas, que conecta o mercado
de forma transparente. Para manter este padrão é necessário investir
nos colaboradores, alinhando os propósitos das pessoas e da empresa.
16
“A nossa atividade é de preservação do bem-estar de uma família,
do patrimônio ou de uma empresa, por isso trabalhamos na criação
de uma cultura do seguro no Brasil”, afirma Dirceu Tiegs, diretor de Gestão
e Gente (CHRO) empresa. No período da pandemia, além da profusão
do conceito de ‘anywhere office’ (trabalho em qualquer lugar, em
tradução livre), a Rede manteve seus colaboradores motivados através
de reuniões, lives, endomarketing e comunicação.
Para os colaboradores foi estabelecido um auxílio ergonomia,
para a compra de equipamentos como cadeiras e mesas adequados ao
trabalho, além de verba para planos de internet mais robustos. “As pessoas
podem escolher entre o trabalho em casa, presencial ou híbrido.
Com a queda das barreiras geográficas, contratamos colaboradores de
outros estados e até de outro país”, conta Tiegs, acrescentando que a
produtividade da empresa também aumentou.
A transformação desejada é sair de uma empresa tradicional
para uma com processos ágeis, o que implica em investimentos em metodologia
ágil e em tecnologia. “Para isso, será preciso crescer também
em termos de colaboradores e a estimativa é dobrar o número de colaboradores
até o final de 2022. Eles chegam com seus valores, propósito
e experiências que precisam ser alinhados com a Lojacorr, para a preservação
da cultura da empresa”, avalia Tiegs.
A plataforma Treinacorr, que já existe no portal da Rede, oferece
treinamentos de produtos e técnicas de vendas, empreendedorismo ou
habilitação de corretor. “Com a simplificação da linguagem através de
uma plataforma digital. Há vários públicos que serão atendidos com sua
maior abrangência”, informa Tiegs.
A credibilidade, transparência e a governança fizeram com que
a empresa crescesse, até agosto de 2021, 28%, em comparação com o
mesmo período do ano anterior, contra 7% do mercado como um todo.
“Este é um número bastante expressivo. Esperamos fechar o ano de
2021 por volta de 30% de aumento das receitas. Somos conservadores
quanto às expectativas e preferimos sempre projetar cenários mais realistas,
tendo o viés positivo como uma grata surpresa”, explica André
Duarte, diretor Financeiro (CFO) da Rede Lojacorr.
O Brasil sempre passou por crises e ciclos econômicos e isso
faz parte do jogo. O que importa é ter consciência de que é preciso ser
adaptável aos fatores externos. “Na pandemia, não demitimos ninguém
e ainda abrimos uma linha de crédito (a juro zero) para subsidiar as corretoras
da rede naquele momento de incertezas. Parceria se faz assim,
encontrando solução para gerir problemas” ensina Duarte.
O objetivo da Lojacorr é facilitar a vida dos corretores para que
eles possam, de fato, crescer e fazer a gestão da sua carteira sem se preocupar
com colocações de risco, BackOffice, investimento em tecnologia,
criando um propósito de equilíbrio entre os processos onde cada
um realiza o seu trabalho e, juntos, conseguimos um aumento significativo
de produtividade e de retorno financeiro para todas as partes,
aponta Duarte.
Por outro lado, a governança do processo legal da transformação
digital segue os mesmos princípios da Rede, para que todos possam
usufruir dos benefícios que a tecnologia proporciona. “Contratos
que antes eram assinados em papéis físicos, agora acontecem em plataformas
digitais. Logo, poderá ser apenas um ‘aceite’ no sistema (ou no
App). Tudo isso dentro dos parâmetros exigidos por lei, validados pelo
DANIEL
CASTELLO,
diretor de
Transformação
Digital (CDO)
SANDRO
RIBEIRO,
diretor de
Tecnologia (CIO)
DIRCEU TIEGS,
diretor de
Gestão e Gente
(CHRO)
ANDRÉ
DUARTE,
diretor
Financeiro (CFO)
Compliance e dentro de um sistema auditável”,
afirma o diretor Financeiro.
Ele explica ainda que a busca por
soluções transformadoras não cessa. A empresa
está construindo soluções para integrar
também a contabilidade dos parceiros,
a qual poderá ser feita de forma conjunta
e automática na nova Plataforma 2.0, com
emissão de Nota Fiscal e com a possibilidade
de o corretor receber o pagamento
quando quiser, de forma automática e integrada.
“No futuro, queremos estabelecer
um ciclo financeiro, plugando um banco
digital para que ele tenha uma conta corrente
integrada, gerando ainda mais facilidade
e menos interação humana para a
realização de suas operações financeiras”,
antecipa Duarte.
17
ESPECIAL CORRETOR
ITURAN
Uma alternativa segura para
proteger automóveis
ITURAN AMPLIA AS COBERTURAS E OS SERVIÇOS PARA AUTOMÓVEIS PROTEGIDOS
PELOS RASTREADORES DA EMPRESA, COM OU SEM SEGURO ACOPLADO
Mesmo durante o tenebroso
período de pandemia, com a
queda do consumo de produtos
de proteção patrimonial, a Ituran conseguiu
manter uma rotina de lançamento
de novos produtos e serviços. “Ampliamos
o leque de coberturas do Ituran com
Seguro, como a aceitação para veículos
acima de 25 anos, um parcela que fica
apartada do setor”, conta Roberto Posternak,
diretor Comercial da empresa.
A empresa já possuía um produto
amplo, com cobertura básica de
perda total decorrente de roubo, furto
ou incêndio. Já era possível adicionar a
cobertura para terceiros e colisão. “Passamos
a incluir a perda parcial neste
produto, para que o corretor de seguros
tenha um mix de coberturas para oferecer
ao cliente, vendendo um pacote de
acordo com cada necessidade”, mostra
o executivo. Por conta do rastreador
atrelado ao Ituran Com Seguro, as seguradoras
parceiras oferecem condições
especiais, que proporcionam produtos
com valores até 50% mais baratos que
os similares do mercado.
“Qualquer consumidor, dos produtos
com ou sem seguro de carro ou
moto, têm direito à cobertura de 15 dias
de carro reserva, para perda total por
roubo e furto (quando o veículo não é
localizado) ou por colisão”, adianta Posternak.
É importante ressaltar que o índice
de recuperação de veículos da Ituran
é de 90%.
Uma novidade que a empresa acaba
de apresentar é o Ituran Com Seguro
Moto para atender a um mercado carente
de proteção securitária. "Este produto
atende a motos de qualquer cilindrada.
Inicialmente o produto é ofertado para a
capital paulista e região metropolitana, mas a ideia é ampliar para
outras praças de acordo com o crescimento e aceitação pelo público",
acrescenta o executivo.
Para o produto de monitoramento (sem seguro), “se não
houver recuperação do veículo em 30 dias, seja moto ou carro, no
produto sem seguro com acionamento até 2 horas após o sinistro,
é devolvido o valor de todas as mensalidades pagas, não importando
o tempo de ligação com a empresa”, explica Posternak. É possível
também agregar ao produto de rastreador o Ituran Assist, com
serviços para veículos e residências. Nos produtos com seguro, em
parceria com as companhias HDI, Liberty, Mapfre e Tokio Marine,
a assistência é oferecida pelas próprias seguradoras. No caso do
rastreador Ituran, a Facil Assist é a responsável pelo atendimento.
O Rastreador Ituran Plus possui coberturas de RCF de R$ 30
mil, APP de 10 mil, Assistência 24h e carro reserva. “Este produto
é muito indicado para perfis que eventualmente possam não ser
aceitos por seguradoras, como motoristas de aplicativo e de táxi”,
indica Posternak.
PARCERIA REAL COM CORRETORES E SEGURADORAS
A grande novidade para os corretores de seguros é a Universidade
Ituran, uma plataforma digital com conteúdo sobre produtos,
capacitação, técnicas de vendas, marketing digital e outras
ferramentas para apoio aos profissionais.
No portal da empresa, com um único envio de dados do
segurado, é possível realizar a cotação de diversos produtos, e
também é possível fazer o agravamento da comissão, com um pequeno
acréscimo para o consumidor. Posternak ressalta que o pagamento
das comissões é antecipado, pois o cliente pode parcelar
em até doze vezes o pagamento. “Também fornecemos uma área
de apoio aos clientes do corretor, com o objetivo de potencializar
as vendas dos profissionais”.
Em 2020 a Ituran apresentou crescimento de 5%, mesmo
com a pandemia. Para 2021, a empresa espera continuar no mesmo
ritmo de crescimento. Para tanto ela investe na parceria também
com as seguradoras, que têm acesso a um portal exclusivo
com informações sobre todas as operações realizadas pelos seus
segurados. “Além disso, todos os dados sobre os 700 mil veículos
rastreados são disponibilizados, o que incrementa as ferramentas
de análise de dados das seguradoras, fornecendo mais informações
para a aceitação de riscos e também para a prevenção de
fraudes”, completa Posternak.
18
ESPECIAL CORRETOR
RELAÇÃO COM SEGURADORAS
Discutindo a relação
CORRETORES E SEGURADORES
CONVIVEM SOB UM RESPEITO
MÚTUO, MAS AINDA SÃO
NECESSÁRIOS MAIS DEBATES
SOBRE OS CAMINHOS QUE
TRILHARÃO NOS PRÓXIMOS
MESES QUANDO COMEÇARÁ A SER
IMPLANTADO O MODELO DE SEGURO
ABERTO NO MERCADO BRASILEIRO.
ESTARÃO VERDADEIRAMENTE
JUNTOS TAMBÉM NESSA JORNADA?
André Felipe de Lima
Novas tecnologias, novas regras
regulatórias, um novo consumidor
e, enfim, uma nova forma de
comercialização. A abordagem atual em
seguros é definitivamente diferente do
que foi décadas atrás. Pode-se dizer que
o mercado de seguros brasileiro, embora
sempre estável e resiliente nos números
e em processos, passa, hoje, por profundas
transformações, fundamentalmente
de ordem tecnológica, que impactam diretamente
a relação entre seguradoras e
corretores, cuja jornada lado a lado vem
de longe.
Após os antigos “agentes auxiliares
do comércio” do final do século 19,
preâmbulo para uma sacudida no mercado
securitário do país com a venda do
seguro de vida, passando pelo impulso
das seguradoras na contratação de vendedores
para suas apólices, entre as décadas
de 1930 e a de 50, e pela sanção
da Lei 4594, de 1964, que regulamentou
a profissão de corretor de seguros no
Brasil, afirma-se em 2021 a mais expressiva
renovação da relação que norteia
companhias seguradoras e corretores,
ensejando, porém, uma grande expectativa
em relação aos seus desdobramentos,
principalmente aqueles sinalizados
nos debates em torno do open insurance
(seguro aberto), cujo lançamento
será no dia 15 de dezembro, conforme o cronograma idealizado
pela Superintendência de Seguros Privados (Susep).
Presidente do Sindicato das Seguradoras de São Paulo (Sindseg-SP),
Rivaldo Leite avalia o mercado de seguros como “muito
dependente” do corretor de seguros e reforça que antes mesmo
da iniciativa da Susep em abrir o seguro, o mercado já se mostra
“open” sob diversos contextos. “Não que eu seja contra a inovação.
Pelo contrário, acho que inovações têm que ter sempre. Mas, sinceramente,
não vejo essa necessidade de o corretor não estar participando
de tudo isto. Ele é peça fundamental e ninguém sabe do
futuro, mas acho que ainda vai passar muita água debaixo dessa
ponte”, endossa Leite.
20
O presidente do Sindseg-SP lembra que outros países apostaram
na venda direta do seguro sem a intermediação dos brokers:
“Mas recuaram porque não tiveram êxito. Vejo ainda o corretor de
seguros como uma entidade muito forte, muito reconhecida pela
sociedade. O mercado segurador brasileiro, e até mundial, ainda depende
muito dos corretores de seguros.”
Há muitos anos persiste o debate sobre a importância do
papel do corretor na indústria securitária. Rivaldo Leite afirma que
desde que ingressou na área, na década de 1980, que presencia essa
discussão. “Se pegarmos 40 anos de história, que é o tempo em que
estou no mercado, essa fala (de que é o fim do corretor) sempre vem,
e o corretor continua aí, firme e forte. Quem tentou sem o corretor
de seguros, se deu mal. Podem mudar o
nome, e eu sempre falo isso: hoje é corretor,
amanhã pode ser agente, depois pode
ser broker, depois pode ser sei lá o quê,
mas a função de intermediar, de buscar a
melhor solução para o cliente, de ser um
consultor da melhor cobertura. Isso aí vai
existir eternamente”, completa Leite.
CEO da Swiss Re Corporate Solutions
para Brasil e América Latina, Angelo
Colombo iniciou a carreira no mercado
de seguros atuando como corretor.
21
ESPECIAL CORRETOR
RELAÇÃO COM SEGURADORAS
RIVALDO LEITE,
do Sindseg-SP
Ele argumenta em defesa do papel dos
corretores no setor, mas pondera que
as seguradoras intensificaram nos últimos
anos a terceirização da distribuição
dos corretores. “Diria que as seguradoras
hoje não têm mais, salvo raríssimas
exceções, uma filial em cada cidade. As
seguradoras corporativas acabaram centralizando
suas operações em ramos ou
em alguns poucos centros, e elas contam,
nós contamos, com os corretores
para poder atingir todo o Brasil”, avalia
Colombo.
O executivo da Swiss Re Corporate
Solutions já esteve em Londres e acompanhou
de perto as transformações promovidas
pelo seguro aberto no mercado
britânico, onde, durante um período —
como atesta Colombo —, a obrigatoriedade
do corretor deixou de existir, porém
sem uma adesão expressiva do mercado
e, sobretudo, dos consumidores. “Hoje,
o mercado de seguro direto (inglês) representa
10%, ou seja, os próprios clientes
optam pela figura do corretor. Esse é
o propósito em toda a cadeia, desde a
seleção do melhor produto. A gente vê
que mesmo no cenário de regulação um
pouco mais flexível, como aconteceu em
Londres, não houve a supressão dos corretores.
Dez por cento se acomodaram e
os demais corretores continuaram participando.
No meu segmento, então, muito
mais.”, assinala o CEO.
ONDE CABERÁ O CORRETOR NO OPEN INSURANCE?
A Susep iniciou em outubro (e planeja concluir no mesmo
mês) uma consulta pública para discutir o credenciamento e o funcionamento
das chamadas “Sociedades Iniciadoras de Serviço de
Seguro (SISS)” no âmbito do open insurance, que deverão ser credenciadas
pela reguladora e constituídas como sociedade anônima.
O modelo sugerido pela Susep para as futuras iniciadoras inclui
corretores de seguros e corretoras, que também poderão constituir
ou se transformar em sociedades iniciadoras contanto que atendam
aos requisitos de capital e de segurança cibernética, entre outros determinados
na resolução CNSP nº 415, de 2021.
Presidente do Sindseg RJ/ES, Antonio Carlos de Melo Costa
reconhece que a consolidação dos mercados abertos é um caminho
sem volta em todo o mundo. Ele lembra que esse processo iniciou-
-se de forma intensa na Inglaterra e, em seguida, em outros mercados
europeus e nos Estados Unidos. Costa faz um alerta, porém, para
o modelo que será implantado no Brasil ainda este ano: “Não precisaríamos
estar fazendo de forma tão acelerada”, diz. O representante
sindical das seguradoras no Rio de Janeiro frisa ainda o caráter
excludente do open insurance em relação aos corretores. “Por que
o corretor não está inserido nesse processo? Também não consigo
entender essa sociedade iniciadora. Até agora, ninguém conseguiu
me explicar porque será preciso criar um novo ente para operarmos
no mercado open. Já li e reli, conversei com muitas pessoas, mas não
consigo entender a necessidade e qual será o papel dessa sociedade
iniciadora e se vamos ter empreendedores que vão querer empreender
e criar esse tipo de empresa”, indaga Costa, que recorreu a uma
frase do filósofo americano Elbert Hubbard para resumir a importância
do corretor de seguros nessa nova jornada que será deflagrada
a partir do open insurance: “ Diz Hubbard: ‘Enquanto uma máquina
pode fazer o trabalho de 50 pessoas comuns, nenhuma máquina
pode fazer o trabalho de uma pessoa extraordinária’. Coloco o corretor
de seguros como essa pessoa extraordinária, que tem a capacidade
de entender o consumidor, de fazer a intermediação e trazer
equilíbrio.”
Para Costa, a relação entre seguradoras e corretores vem
sendo norteada há alguns anos de forma pacífica. O presidente do
Sindseg-RJ destaca que se o setor chegou ao patamar atual no Brasil,
isso deve-se, sobretudo, ao corretor de seguros. “As parcerias entre
os seguradores e os corretores só vêm aumentando. Se olhar para
fora do Brasil, essa discussão é também bastante grande e vem se
consolidando nessa direção. Lá fora, os agentes são cada vez mais
valorizados, porque o toque humano do corretor de seguros não
pode faltar”, declara Costa, reforçando que o mercado interno permaneceu
firme nos últimos quase dois anos em meio à pandemia da
Covid-19 graças ao empenho dos corretores.
“Os corretores representam o principal canal de distribuição
do nosso setor até por conta de tantos problemas que ocorreram
nos últimos 20 meses, como mal-entendidos. O órgão regulador
passou à sociedade uma imagem de desprestígio desse canal que
é para nós, seguradores, importantíssimo. Os corretores de seguros
têm a exata noção de todos os posicionamentos das seguradoras,
da confederação e dos sindicatos de seguros até aquele momento
22
ESPECIAL CORRETOR
RELAÇÃO COM SEGURADORAS
ANGELO COLOMBO,
da Swiss Re Corporate Solutions
mais delicado que foi o de tirar o corretor
de seguros da legislação do sistema de
seguros privados do Brasil. Praticamente
todos os seguradores se pronunciaram e
mostraram que não iam, de forma alguma,
abandonar o corretor. Pelo contrário,
o corretor de seguros é e sempre será o
nosso principal canal de distribuição. O
fator humano se materializa através do
corretor de seguros é preponderante”,
enfatiza Costa.
RISCO DE JUDICIALIZAÇÃO
Um dos principais temores da área
de seguros é o avanço da judicialização
constatado ao longo da pandemia de
Covid-19, sobretudo no ramo da saúde.
Como reforça o presidente do Sindseg-
-RJ, o aumento de movimentações jurídicas
no mercado poderá crescer ainda
mais caso o corretor de seguros seja alijado
das operações comerciais: “Sem um
consultor para fazer essa intermediação
entre o segurado e o segurador, a gente
cria uma lacuna grande, prejudicial para
o próprio setor, porque na medida em
que vendemos um seguro errado, frustamos,
na hora do sinistro, a percepção ou
a intenção do cliente, e nesse momento
aumentam os processos judiciais, piora
a imagem do setor. O corretor consegue
minimizar ao máximo essa relação. É importante
essa consultoria para ele saber
realmente o que está comprando.”
Percalços existem em todas as áreas. No setor de seguros não
seria diferente. Além do impasse instaurado em relação ao papel
do corretor no futuro mercado a ser constituído pelo open insurance,
há outros desafios para os corretores que envolvem também as
seguradoras. Para o presidente do Sindseg-PR/MS, Altevir Dias do
Prado um destes percalços consiste nas mudanças regulatórias. “O
regulador não pode esquecer que o mercado de seguros brasileiro
é altamente regulado e isso engessa de uma forma e protege de
outra. É outra questão que está um pouco aberta, porque às vezes
pedimos a desregulamentação, mas a desregulamentação implica,
por exemplo, na desobrigatoriedade da existência de um corretor
na apólice. Temos que tomar cuidado porque, às vezes, se deseja
a desregulamentação só naquela parte que nos interessa, seja ela
do corretor, da seguradora ou do segurado. Ou partimos para um
mercado desregulamentado, como em alguns países, ou mantemos
a regulação”, pondera Prado.
DUAS FACES DO MUNDO DIGITAL
O ecossistema de seguros ditado pela digitalização dos processos,
desde a elaboração até a comercialização de produtos securitários,
amplifica o debate sobre a relação entre seguradores e
corretores. Como externa o presidente do Sindseg-PR/MS, não se
pode negligenciar que a regulação vigente determina que o consumo
de seguros deve ser obrigatoriamente intermediado por um
corretor. “E ponto! Qualquer meio digital com o qual o segurador
decida avançar, ele precisa avançar dentro da regulação, e a regulação
diz que tem que ter um corretor”, justifica Prado, para quem há
outro desafio pela frente: compreender o perfil do consumidor moderno:
“Este é sem dúvida um gap que merece uma discussão entre
corretores e seguradoras: de como atender esse consumidor que
ora consome da forma antiga, ora consome da forma nova. Atendê-
-lo de forma digital é uma situação que ainda não está clara para o
mercado. Ela precisa ser mais elaborada.”
Desde 1996, Marco Antonio Cabral atua como corretor de
seguros. Ele já presenciou vários movimentos do mercado nestas
três últimas décadas, dentre os quais aqueles que consolidaram
a importância do setor para a economia do país, apesar da ainda
incipiente cultura do seguro que desafia todos os atores do mercado.
Para Cabral, o corretor chegou ao ponto da estrada onde não
há mais como recuar, porém, afirma ele, é importante que alguns
aspectos operacionais da parceria com as seguradoras sejam revistos
ou melhorados, e todos estão no campo digital, como, por
exemplo, sistema de cálculos, consultas e chat. Há, segundo Cabral,
muita oscilação e queda de sistema que faz com que o corretor de
seguros reinicie e digite tudo novamente sem retorno via fone, e
isso intensificou-se no período de pandemia onde priorizou-se o
atendimento virtual.
“Acabamos perdendo tempo porque o sistema não ajuda.
Outra coisa é o chat, com respostas evasivas. Muitas vezes o corretor
sabe mais do que aquela pessoa que está digitando num chat.
A parceria é boa e só posso agradecer a parceria com a seguradora.
Antigamente se fazia uma proposta manual, um cálculo manual,
não havia tantos problemas como se tem hoje”, recorda Cabral,
24
alertando que muitos corretores ainda não se reciclaram para utilizar
novas ferramentas tecnológicas disponíveis no mercado. “Temos
que ser muito justos. As seguradoras estão fazendo o trabalho
delas, mas há muitos corretores que não se atualizaram em conhecimento
das novas ferramentas e equipamentos. Ele ainda vive do
passado, imaginando, por exemplo, que o automóvel é a melhor
carteira. Na contrapartida, as seguradoras tiveram de se adequar.
Só que não estão conciliadas as dificuldades comuns. É aí que vejo
um pouco da falta de humanização nas relações. O departamento
de TI é formado por pessoas inteligentes que vão lá e fazem o
sistema, mas poucas vezes, ou quase nunca, ouvem o corretor de
seguros na ponta. É entender a dificuldade e tentar ajustar”, analisa
Carbal, finalizando: “Temos também alguns percalços entre as parcerias
de seguradoras, bancos e consórcios, na qual eles acabam
tendo um volume maior de negócios e o corretor, que só vive com
a carteira de automóvel, está fadado a ter problemas mais adiante.”
ANTONIO CARLOS DE MELO COSTA,
do Sindseg RJ/ES
ASSOCIAÇÃO A GRUPOS DE CORRETORES
Vale a pena se associar a um grupo de corretores? No mercado
há quem diga que essa tendência é inexorável. Cabral está
entre os que enxergam nessa associação um novo caminho a ser
seguido, mas há barreiras a serem superadas, e não são poucas,
como descreve o corretor: “Nós, corretores de seguros, falamos
muito a respeito, porém não conseguimos caminhar pelos traumas
sofridos, falta de confiança naqueles
que se propõem e por receio de perder
a sua identidade jurídica. O corretor
realmente precisa se associar, e a gente
vê alguns que fizeram isso há algum
ESPECIAL CORRETOR
RELAÇÃO COM SEGURADORAS
MARCO ANTONIO CABRAL,
corretor de seguros
tempo e são bem-sucedidos. Os corretores
de seguros, de uma forma geral,
e eu também já fiz parte desse pensamento,
tem receio porque nos passado
teve muito corretor que se associou e
acabou tendo vários problemas. Só que
hoje o momento caminha para isso. E
aí vejo os Sincors (sindicatos estaduais
dos corretores) atuando na questão do
empreendedorismo, na questão de parcerias.
Hoje, o corretor tem de abrir os
olhos para esse novo caminho”, exemplifica
Cabral.
Altevir Prado, do Sindseg-PR/MS,
define as associações entre corretores
como uma questão “emblemática” no
mercado atual. Para ele, vem sendo registrado
nos últimos anos mais parcerias
entre corretores de médio e pequeno
porte e os considerados grandes. E os
resultados são satisfatórios, frisa o presidente
do Sindseg-PR/MAS, porém alguns
pontos precisam ser considerados,
como ele esclarece:
“Os grupos de corretores também
retêm uma parte da comissão. Oferecem
muitas vezes sistemas mais sofisticados,
que às vezes o corretor sozinho não tem.
Também oferecem às vezes uma precificação
que o grupo em conjunto conseguiu
junto a algumas seguradoras. Mas,
por outro lado, o corretor perde um pouco
a sua identidade”, especifica Prado.
CORRETOR NÃO ENCARECE PRODUTO
Um dos mitos mais comuns no mercado é o de que o corretor
encarece o produto ofertado pelas seguradoras. Esse argumento
é rebatido pelas fontes ouvidas por Apólice para esta reportagem.
“As pessoas, e às vezes até os órgãos (representativos do setor), têm
uma visão errônea e equivocada de que o corretor de seguros encarece
o processo.
Antonio Carlos de Melo Costa, do Sindseg-RJ/ES, segue a
mesma linha de pensamento: “Criou-se uma sensação de que o
corretor encarece demais o contrato de seguro. Na verdade, não.
O que encarecia o contrato de seguro era a falta de liberdade e
a própria falta de tecnologia. Na medida em que estamos avançando
com o uso da tecnologia e tendo flexibilização para criar
produtos realmente diferentes e que atendam vários nichos de
consumidores, é claro que o corretor está reduzindo o funcionalismo
dele. O corretor está dentro de um mercado onde predomina
a lei da oferta e da procura. Ele sabe que não pode aumentar
mais a comissão dele, porque não há espaço e o concorrente vai
lá, reduz e tira o negócio dele. Aí entram as insurtechs, e num
primeiro momento elas dizem: ‘Se tirarmos o intermediário, vamos
ter um ganho extraordinário’. Só que visitar clientes sem o
corretor é caríssimo. Quando se vai para a ponta do lápis, no final
do dia você vai ver... é isso que está acontecendo. E outra coisa: a
assertividade também. A taxa de conversão para buscar clientes
na internet é infinitamente menor do que a taxa de conversão
quando se está trabalhando com o corretor de seguros. São pontos
fundamentais”, assevera Melo Costa.
O corretor Marco Antonio Cabral alerta para a sobrecarga que
acomete corretores e corretoras em geral há alguns anos. Um fardo
desencadeado por processos administrativos, eletrônicos e jurídicos
que requerem tempo e maior número de funcionários à disposição.
Este peso — diz ele — aumenta os custos e reduz a produtividade
do corretor devido à responsabilidade atribuída a ele sem que tenha
algum ganho adicional por isso. Paralelamente a esse aspecto, Cabral
enumera outros não menos incômodos que cercam o dia a dia
do corretor: “Acrescentando: a concorrência não republicana entre
bancos, concessionárias e seguradoras, que praticam redução de comissionamento,
e muitas vezes a tão negada, mas implícita, venda
casada.”
Frente às muitas mudanças que o mercado segurador e
a Susep vêm promovendo nos últimos anos e outras que certamente
impactarão o setor nos próximos meses, Cabral recomenda
que os corretores saiam de suas zonas de conforto, atualizem-
-se e avaliem novas perspectivas. Afinal, o futuro já chegou e,
como descrevia o filósofo italiano Norberto Bobbio, vive-se a Era
do direito estabelecido por leis e eticamente irrevogável, ao contrário
de eras anteriores onde reinos e impérios tolhiam o direito
e exigiam dos cidadãos somente o cumprimento de deveres e o
pagamento de impostos. Os tempos são outros, e os corretores,
no Brasil, têm os seus direitos protegidos pela legislação vigente.
Basta requerê-los e trabalhar, e muito, para manterem viva sua
missão, a de fortalecer ainda mais a indústria de seguros brasileira.
26
ESPECIAL CORRETOR
CAPACITAÇÃO
Corretor do futuro, prepare-se!
IMPOSSÍVEL DEIXAR PARA
DEPOIS. A ORDEM DO DIA É
CAPACITAÇÃO. DAQUI EM DIANTE,
MERCADO E CONSUMIDORES
OLHARÃO PARA OS CORRETORES
MAIS COMO VERSÁTEIS E
ARTICULADOS CONSULTORES E
BEM MENOS COMO VENDEDORES
DE APÓLICES. PARA ATENDER
À DEMANDA, É PRECISO
ESTUDAR... SEMPRE!
André Felipe de Lima
Ser um corretor de seguros é
desde sempre uma missão socialmente
relevante, mas não
menos trabalhosa. Sempre exigiu-se
deste profissional cultura do setor, a
compreensão exitosa do conceito de
mutualismo, incansável dedicação,
comprometimento e ética extremada
na comercialização de apólices. Essas premissas são eternas e
imutáveis. Preponderaram no passado e permanecem fundamentais
hoje e amanhã também, mas os tempos são outros, e bem
diferentes da época em que predominavam contratos em papel
e as constantes, porém ainda indispensáveis, visitas ao segurado
para explicar linha por linha, cláusula por cláusula, os complexos
meandros contratuais definidos pelas seguradoras. Hoje, a digitalização
dos processos está revolucionando o setor e os corretores
28
precisam estar atentos ao impacto desta nova realidade em seu
dia a dia operacional. As visitas presenciais, por exemplo, podem
ser substituídas pelas virtuais, realizadas remotamente por meio
de diversas plataformas de comunicação em videoconferência.
São outros tempos, sem dúvida, e para aqueles que desejam ingressar
na carreira, existem várias frentes educacionais até então
restritas à tradicionalíssima e respeitável Escola de Negócios em
Seguros (ENS). Mas é sempre bom frisar: a recomendação também
MARIA HELENA MONTEIRO,
da ENS
estende-se ao corretor mais experiente
e com longa jornada de mercado. A palavra
de ordem para ele é “reciclagem”.
Quem ainda se imaginar como
somente um vendedor de apólices estará
cometendo um grave equívoco.
Em todos os cantos, seja no Brasil ou
no exterior, a imagem do corretor está
migrando para outra, mais complexa e
mais eficiente para atender às demandas
de um cliente exigente, antenado e que
busca produtos que atendam a sua realidade,
ou seja, é preciso ler com exatidão
a aura deste consumidor e a ele oferecer
um seguro personalizado. O profissional
está, assim, diante também de um novo
conceito de vendas. Ele não é mais visto
como corretor e sim como consultor. Um
caminho, portanto, sem volta, mas que
torna esse profissional ainda mais essencial
para a indústria securitária e o tão
necessário fomento da cultura pelo país.
Mas, para que essa missão seja plenamente
cumprida, é imprescindível uma
formação precisamente técnica. A capacitação
do corretor está na ordem do dia
e a tecnologia será sua aliada daqui em
diante. Otimizar o tempo para aprender
continuamente deve ser prioridade para
todos os profissionais do mercado. Como
encontrar tempo e escolher os cursos de
capacitação mais importantes?
Diretora de Ensino Técnico da
ENS, Maria Helena Monteiro é um dos
29
ESPECIAL CORRETOR
CAPACITAÇÃO
SOLANGE ZAQUEM,
da SulAmérica
importantes atores educacionais do
setor. Ela destaca que a tradicional escola
preparatória de corretores, da qual
faz parte, oferece um portfólio completo
de programas educacionais, de
níveis técnico e superior, de maneira
totalmente digital. “Isso facilita muito
o aprendizado dos corretores que não
dispõem de muito tempo, já que eles
podem ditar o ritmo de estudo de acordo
com a disponibilidade de tempo,
nos horários e locais de preferência”,
pondera Maria Helena.
Quando a pandemia intensificou-se em março, ressalta a diretora
da ENS, todas as instituições de ensino tiveram que migrar seus
cursos para o ambiente online, pois era a única maneira de garantir
a continuidade dos estudos. “Desde então, o ensino a distância, que
já vinha tendo cada vez mais adeptos mesmo antes da Covid-19, se
consolidou como a principal modalidade para quem busca formação
e capacitação”, assinala a diretora da ENS.
Do lado das seguradoras, há várias iniciativas, como a PRA
Saber, uma plataforma de cursos e treinamentos online, gratuitos e
exclusivos. Ela conta com cerca de 5 mil corretores cadastrados e já
registrou mais de 25 mil cursos concluídos desde a sua implementação.
Nela, há opções variadas de capacitação para desenvolvimento
de habilidades e de negócios com foco especial em empreendedorismo.
São mais de 150 opções de cursos e treinamentos
para corretores da Escola de Negócios SulAmérica, que mantém
parcerias com o UOL EdTech e a PUC-RS.
“O corretor é muito mais do que um vendedor de planos
de saúde, de vida, de previdência. Ele é quem mais conhece seus
clientes e suas necessidades. Por isso, ele é um consultor de proteção,
que tem a competência necessária para oferecer os melhores
produtos, de acordo com o momento de vida das pessoas. Para o
corretor ser um consultor de proteção e estar cada vez mais presente
nas vidas de seus clientes, a fórmula é: oferta completa, ou
seja, um portfólio diversificado”, argumenta a diretora comercial da
SulAmérica, Solange Zaquem.
Criada há 26 anos para capacitar pessoas nas áreas de saúde,
gestão e cooperativismo e com mais de 150 mil alunos já capacitados,
a Faculdade Unimed hoje emprega uma parceria com a Seguros
Unimed, a seguradora e braço financeiro do Sistema Unimed, para
o desenvolvimento de cursos em formato EAD focados nos corretores
ligados à companhia. O intuito do programa de capacitação
dos corretores é ampliar o conhecimento sobre o portfólio de produtos
da organização e fomentar boas práticas de vendas. “Todos
os treinamentos são disponibilizados no portal do corretor Seguros
Unimed”, lembra Fabio Leite Gastal, diretor da Estratégia e Inovação
da Seguros Unimed, que exalta o papel das entidades do mercado
na formação profissional em geral, sobretudo o de seguros.
“Acreditamos que cooperativismo é intercooperação. Dessa
forma, as parcerias são importantes para ampliarmos o alcance das
nossas ações de educação e formação. Hoje temos projetos com
a Fundação Dom Cabral, a Organização Nacional de Acreditação
(ONA), a DNV-GL, o Instituto de Ensino e Pesquisa Albert Einstein, o
IAG Saúde, a Informa Markets e o Sescoop Nacional e estamos em
tratativas para fechar novas parcerias. Nossa meta é tornar a Faculdade
Unimed um laboratório de ideias, uma referência no campo
do conhecimento nas áreas de saúde, gestão e cooperativismo.
Por isso, também planejamos buscar o intercâmbio acadêmico e
docente, de forma conectada à estratégia da instituição, para o desenvolvimento
de novas linhas de pesquisa”, antecipa Gastal.
FABIO LEITE GASTAL,
da Seguros Unimed
ONTEM, HOJE... E O AMANHÃ?
Antigamente, muitos corretores se preocupavam somente
com a venda propriamente dita das apólices para ampliar a
30
carteira e, consequentemente, o faturamento. “Essa visão não
tem mais espaço no mundo atual”, pontua Maria Helena. “Hoje,
temos consumidores empoderados, bem informados, questionadores.
Por isso, é preciso construir um argumento de venda muito
bem fundamentado e com dados concretos, que realmente
convençam o cliente de que aquela cobertura que está sendo
ofertada é importante e necessária. Nos programas de formação
de corretores da ENS é essa a visão que passamos para os alunos,
que a venda do produto é consequência de um assessoramento
de excelência, que tem como propósito identificar as reais e
mais adequadas coberturas que o segurado, sua família, e seus
negócios necessitam. Esse tipo de trabalho cria laços de confiança
entre as partes e fideliza a relação corretor/segurado”, complementa
a diretora da ENS.
Desde o início da pandemia, o Grupo Bradesco Seguros
reinventou seu modelo de atuação e ampliou as estratégias para
capacitação em vídeo treinamentos. Ao todo foram mais de 80 mil
participações de corretores nas ações de capacitação em 2020, o
que representou um aumento de cerca de 51%, com relação ao
ano anterior. Este ano, de janeiro a agosto, a seguradora obteve
mais de 169 mil participações, um aumento de 145% com relação
ao mesmo período de 2020.
Atento a esse redirecionamento de mercado, o Grupo Bradesco
Seguros criou a Universeg (Universo do conhecimento do
Seguro), uma plataforma de capacitação, em formato de streaming,
voltado para profissionais da área, sobretudo corretores,
que têm acesso a qualquer hora e de qualquer lugar a um conteúdo
multidisciplinar cujo propósito é apoiar o desenvolvimento
pessoal e profissional dos parceiros de negócios.
Diretora de recursos humanos, ouvidoria e sustentabilidade
do Grupo Bradesco Seguros, Valdirene Soares observa que o setor
de seguros já não é mais o mesmo e que houve uma mudança na
concepção e percepção das pessoas em relação à importância do
seguro: “Em um momento de instabilidade e incerteza, a proteção
e a segurança ganharam uma relevância maior para a população.
Agora, os corretores desempenham uma função ainda mais estratégica:
a de consultores em proteção de pessoas, o que já fazia
parte da sua essência e se tornou ainda mais crucial com a crise
que vivemos.”
Em fevereiro, após autorização da Susep, a FGV Conhecimento,
um dos braços acadêmicos da Fundação Getulio Vargas,
começou a preparar o seu primeiro curso de habilitação de corretores
de seguros. As inscrições foram abertas no final de setembro
e se estenderam até a primeira quinzena de outubro. A primeira
turma será anunciada em novembro. A frente da operação acadêmica
está a coordenadora executiva do Programa de Habilitação
para Corretores de Seguros da FGV Conhecimento, Maria Alicia
Lima Peralta, para quem os centros de preparação devem se preocupar
não somente com quem ingressa no mercado, mas também
com profissionais mais experientes.
“Na FGV, pensamos bastante nos dois perfis. O corretor experiente
precisa avaliar como o mercado de trabalho onde ele
está inserido mudou com a pandemia. Temos um olhar para esse
MARIA ALICIA LIMA PERALTA,
da FGV
corretor, que é um empreendedor, que
muitas vezes tem sua própria firma ou
está pensando em se tornar independente.
Para essa pessoa, o mundo mudou
muito. Ele fazia um trabalho de relacionamento,
que ainda existe, mas fazia um relacionamento
baseado em visitas, muitas
vezes contatos presenciais, e esse contexto
foi completamente mudado, impactado
pela Covid-19”, observa Maria Alicia.
Para a coordenadora da FGV Conhecimento,
a resistência dos corretores
às novas tecnologias está cessando
e agora se vê uma promissora adaptação
à digitalização que norteia a indústria
de seguros. “Quem ainda não navegava
pelo ambiente digital pode ter
percebido, ali, que seria algo passageiro
e que não valeria investir muito tempo.
Mas hoje o profissional sabe que não
é mais uma questão passageira e que
precisa se adequar. Não diria que exista
resistência. Essa cultura do seguro, principalmente
no Brasil, precisa ser trabalhada.
O corretor precisa entender esse
novo mercado. Independentemente de
ele continuar trabalhando da forma tradicional
uma boa parte dos produtos,
há muitos outros que estão se transformando,
e pelo que pudemos observar
nos últimos 24 meses, a Susep faz muita
questão que a regulação reflita toda
essa evolução do mercado”, reflete Maria
Alicia.
31
ESPECIAL CORRETOR
CAPACITAÇÃO
Na SulAmérica, ouvir constantemente o corretor de seguros
é essencial para a elaboração da grade de cursos. “Além de trazermos
o corretor para o desenvolvimento de novas soluções, a SulAmérica
busca dar total apoio para a capacitação dos seus parceiros
de negócios. Para isso, investimos em ferramentas, treinamentos,
suporte e atendimento aos corretores, como a PRA Saber, que disponibiliza
cursos de capacitação e empreendedorismo, com foco
na qualificação de nossos corretores parceiros”, esclarece Solange
Zaquem.
VALDIRENE SOARES,
da Bradesco
EVOLUÇÃO DOS CURSOS
Anualmente, a ENS revisita o conteúdo
dos cursos e exames para habilitação
de corretores de seguros justamente
por conta da dinâmica mais acentuada
existente hoje na indústria securitária. “A
todo o momento somos impactados por
novos marcos regulatórios, as seguradoras
lançam produtos, outras tecnologias
surgem... tudo isso exige constantes
ajustes e atualizações na grade de disciplinas
para que, ao final da formação,
os corretores estejam capacitados com
todos os conhecimentos teóricos e atividades
práticas que garantam uma atuação
de excelência e bem-sucedida”, evidencia
Maria Helena, que complementa:
“Para ilustrar essa nossa preocupação,
cito como exemplos algumas disciplinas
incorporadas recentemente, como
Empreendedorismo, Gerenciamento de
Riscos, Seguros de Riscos Cibernéticos,
Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD)
para Corretores, além de matérias eletivas
sobre Inovação, muitas delas dentro
desse cenário da transformação digital.
Todos esses temas estão na ordem do
dia em nosso setor. Além disso, dentro
do curso de Habilitação para Corretores
de Seguros, incluímos vários eventos
práticos, e a maioria de nossos professores
é de corretores de seguros bastante
experientes na sua área de atuação.”
DICAS AOS NOVATOS
Para aqueles que desejam ingressar na profissão de corretor
de seguros, os especialistas recomendam comprometimento
e muito (mas muito mesmo!) conteúdo e capacitação contínua.
“As dicas que eu posso dar para esses jovens profissionais é para
que estudem muito sobre a área de atuação, procurem sempre se
manter atualizados, seja via cursos, graduações, pós-graduações
etc, mirem nos bons exemplos na corretora em que estiverem
para um aprendizado mais prático e não tenham medo de arriscar.
Erros vão acontecer e todos nós estamos sujeitos a isso, mas
só assim para podermos evoluir”, sugere Solange, da SulAmérica.
Na ENS, ao final do curso, os alunos participam de dois
eventos que garantem um primeiro contato com o lado prático
da profissão: a Oficina do Corretor de Seguros e a Feira de Negócios
do Corretor de Seguros. Na Oficina, os formandos são apresentados
aos departamentos comerciais das maiores seguradoras
do País, que explicam como é o funcionamento da empresa,
detalhes dos produtos que oferecem e demais informações que
serão relevantes para o dia a dia do corretor. Na Feira de Negócios,
os alunos têm a oportunidade de conhecer o trabalho de assessorias,
empresas de tecnologia, insurtechs e outras companhias
que compõem o ecossistema de seguros. “Essas duas iniciativas
são fundamentais para abrir portas, pois possibilitam grande interação
e networking, além de mostrar o que de mais interessante
está sendo praticado no mercado”, entende Maria Helena.
A diretora da ENS aconselha a todos os corretores para que
busquem estar permanentemente atualizados, capacitados. “Sabemos
que as exigências e a competitividade do mercado de trabalho
só crescem, portanto as melhores oportunidades sempre
serão aproveitadas por quem estiver plenamente qualificado. Façam
uma análise do momento da carreira, das competências, das
habilidades, das formações e conhecimentos adquiridos, para
identificar as necessidades de aprimoramento”, conclui.
Valdirene, do Grupo Bradesco Seguros, alerta que o fato
de o mercado de seguros brasileiro ainda ser “extremamente
subpenetrado” amplia o leque significativo de oportunidades
para o crescimento de empresas e corretores. Ao mesmo tempo,
apresentam-se desafios na mesma dimensão para que se converta
esse potencial em realidade. Essa é — ressalta a executiva — a
principal missão de todos os participantes da indústria de seguros
no Brasil, e cabe ao corretor, desde que assuma o compromisso
de capacitar-se continuamente, um papel preponderante
nesse contexto.
32
ESPECIAL CORRETOR
PRODUTOS PERSONALIZADOS
Atenção à realidade
do cliente
A SUSEP BATEU O MARTELO
EM FEVEREIRO, APÓS PUBLICAR
A CIRCULAR 621. O MERCADO
BRASILEIRO DE SEGUROS ESTÁ,
PORTANTO, LIBERADO PARA
INICIAR A JORNADA RUMO AOS
PRODUTOS PERSONALIZADOS, CUJA
PROMESSA VAI ALÉM DA OFERTA
DE COBERTURAS MÚLTIPLAS EM
UMA ÚNICA APÓLICE. NO TOPO DE
PRIORIDADES ESTÁ A REDUÇÃO
DE CUSTOS OPERACIONAIS E DO
PRODUTO FINAL. OS CORRETORES
JÁ ENTENDERAM O RECADO?
André Felipe de Lima
O
mercado de seguros no Brasil ingressará
em uma nova era a partir
do dia 15 de dezembro, quando
começa a ser implantado o modelo de
seguro aberto, o Open Insurance, como
denomina sua idealizadora, a Superintendência
de Seguros Privados (Susep).
Sinais dessa transformação surgiram,
contudo, antes mesmo de a data sobejamente
emblemática para a indústria
securitária ser confirmada pelo órgão regulador.
Dois destes principais sinais são,
indubitavelmente, a oferta de produtos
personalizados e a digitalização cada vez
mais reinante dos processos que conduzem
a apólice ao consumidor final.
A preocupação dos corretores
de seguros foi, obviamente, generalizada,
por conta do poder de consumo em
queda, paralelamente ao avanço pandêmico.
Havia o risco de inadimplência
e de redução de contratos no mercado,
mas também uma surpresa, e positiva: muitos começaram a perceber
a necessidade do seguro em suas vidas cada vez mais cercada
de imprevisibilidades, e isso o vírus mortal — se é possível afirmar
dessa forma — ensinou.
Indicadores dessa retomada do setor são flagrantes e denotam
resiliência dos atores do mercado. De janeiro a junho deste
ano — reforçando: a pandemia ainda não cessou —, a indústria
brasileira de seguros, cuja participação no Produto Interno Bruto
(PIB) é de 3,7%, cresceu 19,8%, com arrecadação de R$ 145,1 bilhões,
superando a do segundo semestre de 2019, ou seja, antes
da chegada da Covid-19 ao Brasil, que atingiu R$ 144,7 bilhões. Se
o PIB recuou 4,1% em 2020, como apontam dados coletados pelo
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o mercado segurador
manteve-se estável em 2020 e no rumo do crescimento
desde janeiro deste ano, mês a mês, sem perda de fôlego. A meta
declarada é a seguinte, segundo empresas, órgão regulador e re-
34
presentantes de classe, como a confederação das seguradoras, a
CNseg, e a federação dos corretores, a Fenacor: fazer com que a
indústria local de seguros salte do 14º lugar para o 8º no ranking
dos maiores mercados internacionais, e isso ainda este ano. Uma
das peças-chave para esse ambicioso e justificável propósito é sem
dúvida alguma o corretor.
Mas estarão os corretores atentos a esse cenário? A pandemia
forçou-os, de um modo geral, a se reinventarem, como sinaliza
pesquisa realizada no Brasil, no ano passado, pela Quigo Technologies,
uma empresa americana de marketing e de soluções, inclusive
para dinamizar o trabalho do corretor de seguros. Foram ouvidos
100 corretores, dos quais 90% confirmaram que o trabalho como
corretor consiste em sua única fonte de renda e que, por conta da
pandemia, tiveram de redimensionar suas ações para a redução na
carteira de clientes segurados e, consequentemente, manter o trabalho
e a renda ativos.
UM OLHAR PARA O CORRETOR
Desde 1999, o engenheiro civil
especializado em seguros Julio Cazzola
integra o corpo acadêmico da Escola de
Negócios e Seguros (ENS) e, atualmente,
representa a Alfa Seguradora e a American
Life em Brasília. Para ele, os corretores
de hoje, em relação a outras épocas, vêm
se preparando cada vez mais, investindo
em sistemas modernos e se associando
em grupos para viabilizar os custos. Mas
ele cobra mais empenho das seguradoras
nessa via de mão dupla. “A questão
é que as próprias seguradoras ainda não
conseguem dar um apoio muito forte nas
operações digitais”, diz Cazzola, assinalando
também que a venda online, embora
uma realidade, precisa ser melhor aproveitada.
“As seguradoras precisam ter
mais eficiência para gerar maiores possibilidades
aos corretores. Por coincidência,
estou ajudando a montar uma consultoria
para desenvolver soluções de marketing
digital para empresas e corretores.
Essa empresa poderá ser contratada pelo
corretor para levar ao seu cliente soluções
de marketing digital”, antecipa Cazzola.
O especialista sugere mais reflexão
e debate sobre o marketing digital no
mercado de seguros: “Da mesma forma
que as grandes empresas de vendas de
varejo têm uma força de marketing digital
incrível, elas não abandonam a venda
nas lojas. Pessoalmente, gosto muito desse
modelo misto que chamo de ‘digital-
-analógico’. Ter contato pessoal com corretores
e seus clientes, se for necessário.
Atender as ligações e solucionar suas
questões sem uso de robôs”.
FERRAMENTAS À DISPOSIÇÃO E
MÃOS A OBRA
Como e com quais ferramentas o
corretor de seguros pode trabalhar para
conseguir oferecer produtos personalizados
para o consumidor? Afinal, o desafio
sempre esteve em vender algo que não é
tangível, palpável, e ele aumenta quando
o corretor se depara com uma cultura
do seguro ainda incipiente no país, apesar
do avanço de novas tecnologias e da
digitalização de processos na indústria.
Dominar esse conceito e compreender as
35
ESPECIAL CORRETOR
PRODUTOS PERSONALIZADOS
JULIO CAZZOLA,
da ENS
mudanças regulatórias na pauta da Susep
constitui-se no primeiro (e decisivo)
passo para chegar ao cliente e familiarizá-lo
com o amplo ecossistema do seguro.
Somente assim o corretor chegará,
de fato, à personalização da cobertura,
aquela que caiba no bolso do consumidor
e atenda todas as expectativas dele.
Sócia-diretora da T&J Fernandes
Corretora de Seguros e Consórcios, Julia
Grasiela endossa que o passo inicial
a ser dado pelos corretores é conhecer
com exatidão os produtos que atendem
as necessidades dos clientes, do seu
público-alvo. “Com isso bem definido, é
preciso pesquisar no mercado ferramentas
próprias para sua oferta que possam
otimizar seu tempo com uma apresentação
atraente e de fácil compreensão. Sistemas
de multicálculos e CRM’s são um
grande aliado do corretor na jornada”,
recomenda a corretora Julia.
A também corretora Fabiana
Lopes Tomaz, frisa que devido à rotina
agitada de um corretor de seguros, ele
deve incluir no topo das prioridades um
estudo criterioso dos serviços das seguradoras.
“Mas precisa também estar
sempre bem informado sobre as melhorias
e práticas de venda. Uma das grandes
formas é cultivar o relacionamento
do corretor com o cliente. É uma forma
eficaz e aumenta a satisfação dele,
porque são eles (clientes) que indicam
novos clientes. Hoje temos muitas opções, como WhatsApp, Instragram,
Facebook, Google e outros meios de aplicativos de vendas”,
enumera Fabiana.
Para o corretor José André Ferreira Neto, que atua no Rio de
Janeiro, o advento das redes sociais somado ao momento atual e
global experimentado pelo Brasil impuseram novos caminhos entre
o corretor e o segurado e redefiniram a prospecção na busca de novos
clientes. “As seguradoras também inovaram com novos produtos
que podem, sim, representar um bote salva-vidas para garantir
às empresas a manutenção de suas atividades e seus patrimônios,
como os seguros de garantias judiciais que a cada dia se aperfeiçoa
com decisões vinculantes dos tribunais”, exemplifica Ferreira Neto.
“As corretoras hoje perderam o direito de ser amadoras em
suas atividades e devem investir pesadamente em conhecimento e
estudos que os aprofundem nas necessidades comerciais de cada
segmento em que seus clientes atuam e as particularidades jurídicas.
Será isso que vai fazer o diferencial na hora da negociação e para
que verdadeiramente ele consiga fazer uma boa análise do melhor
seguro para seu cliente. Eu diria que o maior investimento que os
corretores devem fazer hoje para fixar sua presença em um universo
segurador totalmente globalizado e fortemente online é em estudo
e conhecimento”, recomenda o corretor carioca.
O investimento para o negócio da corretagem de seguros dependerá
de qual público pretende-se atingir. Segundo a corretora
Fabiana Tomaz, o custo da apólice varia de acordo com o desejo do
cliente, que, na tradução literal, resume-se na personalização das
apólices tão em voga e ascendente. “Geralmente, o corretor trabalha
com recursos próprios ou até mesmo com propagandas divulgadas
pelas seguradoras de seus produtos”, lembra a corretora.
Essa personalização do seguro veio para ficar. A corretora Julia
Grasiela destaca que, para atendê-la, deve-se investir em custo
e tempo. “Mas o principal investimento é o tempo dedicado para
conhecer e dominar bem as ferramentas e implantar os sistemas
na gestão da corretora. Quanto aos custos, existem ferramentas no
mercado que atualmente oferecem serviços como esses a partir de
R$ 60 mensais. Vale pesquisar o que mais se adequa”, sugere Julia.
COM QUEM CONTAR?
A expansão tecnológica advinda da Internet das Coisas (IoT) e
do Big Data foi a ponta do iceberg transformador do mercado de seguros
e determinante para que o mercado brasileiro começasse a se
preparar para o seguro personalizado, como está contido na Circular
nº 592/2019, da Susep, que autoriza a oferta de seguros intermitentes,
ou seja, que podem ser temporariamente suspensos quando o
segurado desejar.
O corretor precisa acompanhar essa verdadeira revolução
mercadológica. Porém com quais empresas ele pode contar para
essa empreitada? Afinal, a personalização do produto — como avaliam
especialistas — influencia diretamente na percepção que o
consumidor tem da marca podendo, inclusive, fidelizá-lo.
“É importante o corretor consultar suas principais parceiras
de negócios, no caso as principais seguradoras com que trabalha.
Elas podem ser um excelente aliado para indicar sistemas que se
36
ESPECIAL CORRETOR
PRODUTOS PERSONALIZADOS
JULIA GRASIELA,
da T&J Fernandes
adequem mais à realidade do corretor
e até mesmo apoiar com indicações de
programas e cursos de capacitação”, recomenda
Julia Grasiela.
As seguradoras ou até mesmo as
redes sociais são o caminho para estruturar
parcerias, como ressalta Fabiana Tomaz,
para quem o marketing hoje “é tudo
em nossa vida”, seja a profissional ou até
mesmo a pessoal. “O marketing que me
ajuda muito é o de conteúdo. Marketing
de conteúdo é uma estratégia que envolve
a criação e a distribuição de conteúdo
relevante ao público certo. O importante
é sempre distinguir o público e o objetivo
que desejamos alcançar para obter
melhores resultados nos negócios”, completa
a corretora.
Mas a colaboração da seguradora
com o corretor vai muito além de um simples
repasse de um panfleto ou folder sobre
produtos e apólices, e palavra-chave
é “educação em seguros”, como observa
o corretor Ferreira Neto: “As seguradoras
podem prestar um bom auxílio aos corretores
que buscam fazer investimento financeiro
na melhoria do seu conhecimento
do mercado de seguros, dos produtos
das seguradoras e na prestação de serviço
aos segurados, garantindo maior segurança
da carteira contra as más práticas
que ferem qualquer regra de compliance.”
A flexibilização de produtos que
consiste na comercialização de pacotes
de seguros personalizados foi autorizada em fevereiro deste ano
pela Susep, com as seguradoras oferecendo apólices que incorporem
entre suas cláusulas serviços diversos. No primeiro momento, a
nova regra restringe-se aos seguros de danos. Há possibilidade que
seja estendida aos seguros de pessoas.
A mobilização da Susep para estreitar a estrada por onde caminha
o segurado até a apólice personalizada é verdadeiramente
útil ao corretor de seguros? “Sim, sem dúvidas. Com as constantes
flexibilizações que a Susep vem adotando, tem sido possível aumentar
as vendas e com mais clareza convencer os empresários da
necessidade de proteger seus bens e seus investimentos”, garante
Ferreira Neto.
A abertura para novos produtos personalizados irá também
atrair novos clientes que não consomem seguros no país. Como argumenta
Julia Grasiela, cabe ao corretor entender em quais nichos
pretende atuar e definir com clareza a estratégia de trabalho e a
oferta. “Conseguindo adequar isso, com toda certeza essas mudanças
podem contribuir, desde que as seguradoras tragam produtos
inovadores que venham a atingir esse público”, frisa Julia.
Com vasta experiência no mercado de seguros e acompanhando
as profundas transformações do setor ao longo de décadas,
Julio Cazzola reconhece que a flexibilização de produtos empregada
pela Susep nos últimos anos vem facilitando a operação de seguradoras
e corretores. Mas ele faz um alerta: “A regulamentação precisa
ser mantida para a própria segurança dos clientes. Imagine você ter
100 produtos diferentes na carteira de automóvel. O segurado terá
que prestar muito mais atenção às condições dos contratos. Hoje,
já temos algumas diferenças significativas entre contratos que podem
gerar muita dor de cabeça ao cliente”, ressalta o especialista, e
acrescenta: “A Susep precisa ficar ligada para não gerar frustrações
ao cliente quando ele contratar um seguro com exclusões que ele
não leu, não viu e não sabia.”
OLHAR PARA O FUTURO EXIGE (MUITO) DEBATE
O comportamento do mercado de seguros está mudando,
e o consumidor está ditando essa transformação. Seus anseios precisam
ser atendidos. Para compreender os sinais que os segurados
ou potenciais clientes do seguro emitem, são precisos debates, e incansáveis.
Estamos apenas no começo de algo ainda mais eloquente
que se insinua no mercado brasileiro de seguros, e o corretor de
seguros é essencial para esse processo. Com uma ressalva, contudo,
como denuncia o corretor Ferreira Neto:
“Sugiro à Susep, ao Sincor e às seguradoras que façamos mais
debates sobre as demandas da categoria dos corretores, pois vejo
a necessidade de melhor disciplinar e fazer estancar o mau hábito
de conseguir clientes tirando-os injustamente de outros corretores
e usando para isso artifícios que não trazem vantagens nem para a
corretora nem para a seguradora, muito menos para o cliente. Cito
como exemplo uma corretora que para ganhar a angariação promete
um prêmio menor em outras seguradoras e com isso frustra a
expectativa de recuperação de sinistro da antiga seguradora. É comum
inclusive, oferecerem vantagens financeiras à empresa ou aos
funcionários envolvidos nesse processo.”
38
12 de outubro
DIA DO CORRETOR DE SEGUROS
A Revista Apólice e
seus parceiros saúdam
os profissionais que
fazem da proteção à vida e
ao patrimônio sua bandeira!
Corretor, nós queremos sempre te impulsionar e
fortalecer nossa parceria de negócios, com novas
oportunidades, conquistas e crescimento. É para
isso que estamos constantemente nos aprimorando.
Em nome de toda a AXA no Brasil, parabenizo você
pelo empenho e agradeço por acreditar em nosso
trabalho e em nosso propósito. Juntos, protegemos
o que importa! Feliz Dia do Corretor!
Contem sempre conosco!
Erika Medici - CEO da AXA no Brasil
A Chubb sabe que traduzir a complexidade do
mercado para que as pessoas e empresas possam
contar com a tranquilidade gerada por uma apólice
exige dedicação e muito conhecimento técnico.
Afinal, entender a necessidade de cada cliente e
identificar a melhor alternativa é uma tarefa que
deve ser realizada de maneira impecável. Nesse
mundo cada vez mais dinâmico, proteção é a
palavra-chave e ninguém conhece mais desse
assunto do que você corretor de seguros. Obrigado
pela parceria e dedicação!
Os corretores de seguro formam um alicerce
fundamental em nosso trabalho e nos apoiam na
missão de cuidar, orientar e proteger das pessoas.
São eles que levam a nossa essência aos clientes
e desempenham um papel consultivo junto a
cada um deles. Trabalhamos continuamente para
otimizar nosso suporte a estes profissionais, que
ajudam a sociedade a ter um futuro mais seguro.
Parabéns a todos os corretores de seguros.
Essencial: a palavra que se tornou tão presente
em nossos dias traduz o sentimento do GBOEX em
relação ao corretor de seguros. Para nós, esses
profissionais são imprescindíveis para garantirmos
proteção adequada aos associados, levando
um futuro mais confiante para as famílias. Por
isso, ressaltamos a dinamicidade da profissão e
reconhecemos esses parceiros como fundamentais
no relacionamento com os nossos clientes.
Parabéns por cuidar do hoje, do amanhã e do futuro.
Mais do que corretor de seguros, para a Prudential
vocês são verdadeiros parceiros, especialistas em
vida e em assegurar um futuro financeiramente
mais tranquilo para milhões de famílias.
Um propósito tão nobre que merece ser
reconhecido e valorizado todos os dias.
Para todos os nossos parceiros, o nosso muito
obrigada pela confiança e entrega diária.
Corretor de Seguros é sinônimo de proteção, cuidado
e carinho. Nós, da Rede Lojacorr, parabenizamos
todos os nossos parceiros que exercem essa nobre
profissão com excelência.
Os corretores de seguros são um dos principais
parceiros da SulAmérica. Nosso relacionamento
com eles vai além do dia a dia dos negócios, são
também nossos amigos. Eles são o principal elo
do negócio e da satisfação dos clientes, atuando
como verdadeiros ‘consultores de proteção’.
É por isso que a SulAmérica tem investido na
digitalização dos processos para facilitar a
geração de negócios, na capacitação por meio
do PRA Saber, e no reconhecimento por meio
do nosso Programa de Reconhecimento, o PRA.
Neste dia especial, Dia do Corretor, a SulAmérica
parabeniza a cada um de seus parceiros.
Agradecemos também todo apoio e dedicação!
Neste dia se comemora com muita alegria e
reverência o profissional dedicado, com sólidos
fundamentos e extremamente preocupado com o
bem estar de nossa sociedade. A Regula Sinistros
parabeniza todos nossos parceiros e Corretores
de Seguros por esta relação de confiança mútua.
Muito mais que um agente autorizado que
intermedia apólices entre segurados e Cias, o
corretor é um verdadeiro guardião da sociedade.”
O corretor de seguros é um verdadeiro guardião da
sociedade. Parabéns pelo seu dia. Regula Sinistros.
A Seguros Unimed mantém parcerias de valor
com corretores, nacionalmente. Uma relação
de cooperação, que assegura uma trajetória de
crescimento sustentável, há 31 anos.
Reconhecemos a contribuição dos nossos
especialistas em vendas para o fortalecimento e a
profissionalização do setor. Seguimos juntos para
um futuro com mais saúde e proteção financeira!
A Tokio Marine parabeniza todos os Corretores
de Seguros, verdadeiros protagonistas do nosso
mercado e fundamentais para estabelecer uma
relação de plena confiança com os segurados.
Esses profissionais atuam com maestria para
que os clientes se sintam sempre protegidos e
confiantes de que suas vidas e patrimônios estão
em boas mãos. Por isso, a Tokio Marine se orgulha
profundamente dessa parceria sólida com os
Corretores de Seguros ao longo de seus 62 anos
de atuação no Brasil.
A Zurich parabeniza aos corretores de seguros pelo
Dia do Corretor de Seguros. Esses profissionais
cumprem, diariamente, a missão de fornecer
orientações precisas para proteger pssoas e
empresas. Parceiros estratégicos desta seguradora,
eles mostraram resiliência na pandemia, pois
souberam se reinventar para manter seu legado
de orientação, mantendo-se ativos junto aos
clientes – algo que foi fundamental no processo de
continuidade dos negócios da Zurich.”
MARCIO BENEVIDES - Diretor Executivo de Distribuição
ESPECIAL CORRETOR
TOO SEGUROS
Marketing digital ao corretor de seguros parceiro
SEGURADORA
OFERECE AULAS
GRATUITAS PARA
OS CORRETORES
DE SEGUROS
PARCEIROS
DURANTE TODO O
MÊS DE OUTUBRO
Em homenagem ao Dia do Corretor
de Seguros (12 de outubro) a
Too Seguros fechou uma parceria
exclusiva com a instituição ComSchool
para oferecer cursos ilimitados de marketing
digital aos primeiros 100 corretores
parceiros da empresa que se inscreverem
na página da ação.
Aprimorar os conhecimentos sobre
marketing, especialmente em um
momento em que todos migraram para
o universo digital, está ligado diretamente
à performance do profissional corretor,
que precisa se atualizar constantemente
para oferecer as melhores soluções de
seguros.
“Por aqui, acreditamos que investir
na educação do corretor parceiro para
melhorar seu desempenho é uma ação
em que todos ganham. Continuamos a
construir uma relação sólida com eles e
pensando em novas formas de impulsionar
os profissionais para que alavanquem
seus negócios”, diz João Guilherme
Franco, gerente executivo de marketing e
analytics da Too Seguros.
PARCEIRO QUE É PARCEIRO AJUDA A
FECHAR MAIS NEGÓCIOS
A ação foi desenvolvida com base
em inúmeras conversas de feedback com
os parceiros da Too Seguros para enten-
der como poderiam melhorar a presença de corretoras nas redes
sociais, e como incentivar que o profissional continue se atualizando
diante das grandes tendências do mercado.
“Estar presente no mundo digital hoje é fundamental para ser
encontrado e ter relevância. Por isso, a Too Seguros entendeu que
oferecer educação gratuita para fomento de negócios neste universo
é uma forma de empoderar nossos parceiros”, diz Franco.
Os cursos que eles poderão acessar na plataforma da ComSchool
vão do iniciante ao avançado, com temas como: gerenciamento
de redes sociais, Google Ads, Facebook Ads, liderança à distância,
HTML, mídia programática e muito mais.
CONHECIMENTO É PODER
Na plataforma, o corretor parceiro não precisa marcar um
horário para assistir as aulas, ele pode se organizar para escolher o
curso que quiser, no seu próprio tempo. Os cursos já estão gravados
e o profissional poderá maratonar quando e onde ele quiser.
Ao final de cada aula, ele também poderá gerar um certificado.
A ComSchool é uma referência em educação no mercado digital,
promove troca de conhecimento e conexões verdadeiras para
o desenvolvimento pessoal de seus alunos e o crescimento de negócios,
criando assim uma experiência única de aprendizado para
pessoas e empresas que desejam evoluir.
A Too Seguros é uma seguradora que está há mais de 50
anos no mercado de seguros e possui acionistas públicos e privados,
como o BTG Pactual e Caixa Econômica Federal. A empresa
busca cada vez mais oportunidades no mercado e novos parceiros
que também queiram trabalhar com uma empresa que alia a tecnologia
e expertise nos serviços de proteção para oferecer o que
há de melhor no mundo dos seguros. A Too está aberta a novos
cadastros para corretores de seguros que queiram incluir a marca
em seu portfólio.
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