13.07.2015 Views

Conquistas e desafios de um processo de diálogo social

Conquistas e desafios de um processo de diálogo social

Conquistas e desafios de um processo de diálogo social

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

OrganizaçãoInternacionaldoTrabalho


PORTUGUÊSOrganização Internacional doTrabalho<strong>Conquistas</strong> e <strong><strong>de</strong>safios</strong><strong>de</strong> <strong>um</strong> <strong>processo</strong> <strong>de</strong><strong>diálogo</strong> <strong>social</strong>:Reflexões dos atorespara o futuroMemoria do For<strong>um</strong> Nacional doTrabalho do Brasil“Espaço <strong>de</strong> Negociação e <strong>de</strong>Diálogo”Projeto OIT “Fortalecimento dos Mecanismos Institucionais para o Diálogo Social”


Copyright © Organização Internacional do Trabalho 2007 / Organización Internacional <strong>de</strong>l Trabajo 2007.1ª edição 2007 / 1ª edición 2007As publicações da Organização Internacional do Trabalho gozam da proteção dos direitos autorais sob o Protocolo 2 daConvenção Universal do Direito do Autor. Breves extratos <strong>de</strong>ssas publicações po<strong>de</strong>m, entretanto, ser reproduzidas semautorização, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que mencionada a fonte. Para obter os direitos <strong>de</strong> reprodução ou <strong>de</strong> tradução, as solicitações <strong>de</strong>vemser dirigidas a Publicações OIT (Direitos do autor e Licenças), International Labour Office, CH-1211 Geneva 22, Switzerland.Portuguese (Brazil) Os pedidos serão bem-vindos.Las publicaciones <strong>de</strong> la Oficina Internacional <strong>de</strong>l Trabajo gozan <strong>de</strong> la protección <strong>de</strong> los <strong>de</strong>rechos <strong>de</strong> propiedad intelectual,en virtud <strong>de</strong>l protocolo 2 anexo a la Convención Universal sobre Derecho <strong>de</strong> Autor. No obstante, ciertos extractos breves <strong>de</strong>estas publicaciones pue<strong>de</strong>n reproducirse sin autorización, con la condición <strong>de</strong> que se mencione la fuente. Para obtener los<strong>de</strong>rechos <strong>de</strong> reproducción o <strong>de</strong> traducción <strong>de</strong>ben formularse las correspondientes solicitu<strong>de</strong>s a la Oficina <strong>de</strong> Publicaciones(Derechos <strong>de</strong> autor y licencias), Oficina Internacional <strong>de</strong>l Trabajo, CH-1211 Ginebra 22, Suiza, solicitu<strong>de</strong>s que serán bienacogidas.Organização Internacional do Trabalho<strong>Conquistas</strong> e <strong><strong>de</strong>safios</strong> <strong>de</strong> <strong>um</strong> <strong>processo</strong> <strong>de</strong> <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong>: Reflexões dos atores para o futuro.Memoria do For<strong>um</strong> Nacional do Trabalho do Brasil. Espaço <strong>de</strong> Negociação e Diálogo.Logros y <strong><strong>de</strong>safios</strong> <strong>de</strong> un proceso <strong>de</strong> <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong>: Reflexión <strong>de</strong> los actores para el futuro.Memoria <strong>de</strong>l Foro Nacional <strong>de</strong>l Trabajo en Brasil. Espacio <strong>de</strong> Negociación y Diálogo.Edición bilingüe español & portuguésBrasil.Lima: OIT/ Projeto “Fortalecimento dos Mecanismos Institucionais para o Diálogo Social”, 2007. 176 p.ISBN 978-92-2-019372-3 (impreso)ISBN 978-92-2-019373-0 (web pdf)Autor: José Francisco Siqueira NetoTraductor y corrector <strong>de</strong> texto: Francisco Pini.Editado por: Ana María García FemeníaDiseño <strong>de</strong> Carátula: María Durán BasalloteAs <strong>de</strong>signações empregadas nas publicações da OIT, segundo a praxe adotada pelas Nações Unidas, e a apresentação <strong>de</strong>matéria nelas incluídas não significam, da parte da Organização Internacional do Trabalho, qualquer juízo com referência àsituação jurídica <strong>de</strong> qualquer país ou território citado ou <strong>de</strong> suas autorida<strong>de</strong>s, ou à <strong>de</strong>limitação <strong>de</strong> suas fronteiras.A responsabilida<strong>de</strong>por opiniões expressas em artigos assinados, estudos e outras contribuições recai exclusivamente sobre seusautores, e sua publicação não significa endosso da OIT às opiniões ali constantes.Referências a firmas e produtos comerciaise a <strong>processo</strong>s não implicam qualquer aprovação pela Organização Internacional do Trabalho, e o fato <strong>de</strong> não se mencionar<strong>um</strong>a firma em particular, produto comercial ou <strong>processo</strong> não significa qualquer <strong>de</strong>saprovação.As publicações da OIT po<strong>de</strong>mser obtidas no escritório para o Brasil: Setor <strong>de</strong> Embaixadas Norte, Lote 35, Brasília - DF, 70800-400, tel.: (61) 2106-4600,ou solicitando a: Las Flores 275, San Isidro, Lima 27 – Peru. Apartado 14-24, Lima, Peru. Visite nosso site: www.oit.org.pe/dialogo<strong>social</strong>Las <strong>de</strong>nominaciones empleadas, en concordancia con la práctica seguida en las Naciones Unidas, y la forma en que aparecenpresentados los datos en las publicaciones <strong>de</strong> la OIT no implican juicio alguno por parte <strong>de</strong> la Oficina Internacional <strong>de</strong>lTrabajo sobre la condición jurídica <strong>de</strong> ninguno <strong>de</strong> los países, zonas o territorios citados o <strong>de</strong> sus autorida<strong>de</strong>s, ni respecto <strong>de</strong>la <strong>de</strong>limitación <strong>de</strong> sus fronteras. La responsabilidad <strong>de</strong> las opiniones expresadas en los artículos, estudios y otras colaboracionesfirmados inc<strong>um</strong>be exclusivamente a sus autores, y su publicación no significa que la OIT las sancione. Las referenciasa firmas o a procesos o productos comerciales no implican aprobación alguna por la Oficina Internacional <strong>de</strong>l Trabajo, y elhecho <strong>de</strong> que no se mencionen firmas o procesos o productos comerciales no implica <strong>de</strong>saprobación alguna. Las publicaciones<strong>de</strong> la OIT pue<strong>de</strong>n obtenerse en Las Flores 275, San Isidro, Lima 27-Perú, o pidiéndolas al Apartado Postal 14-124, Lima,Perú. Vea nuestro sitio en la red: www.oit.org.pe/dialogo<strong>social</strong>Impresso no Perú / Impreso en el Perú


ADVERTÊNCIAO uso <strong>de</strong> <strong>um</strong>a linguagem que não discrimine nem marque diferenças entre homens e mulheres é <strong>um</strong>apreocupação constante <strong>de</strong> nossa Organização. No entanto, não há <strong>um</strong> acordo entre os lingüistas sobre aforma correta <strong>de</strong> fazê-lo no idioma português.Nesse sentido, e com a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> evitar <strong>um</strong>a sobrecarga gráfica que acarretaria o uso <strong>de</strong> “o” ou “a” paramarcar a existência <strong>de</strong> ambos sexos, optou-se por utilizar o masculino genêrico clássico, consi<strong>de</strong>rando quetodas as menções em tal gênero representam sempre a homens e mulheres.ADVERTENCIAEl uso <strong>de</strong> un lenguaje que no discrime ni marque diferencias entre hombres y mujeres es una <strong>de</strong> laspreocupaciones <strong>de</strong> nuestra Organización. Sin embargo, no hay acuerdo entre los lingüistas sobre la manera<strong>de</strong> hacerlo en nuestro idioma.En tal sentido y con el fin <strong>de</strong> evitar la sobrecarga gráfica que supondría utilizar en español o/a para marcar laexistencia <strong>de</strong> ambos sexos, hemos optado por emplear el masculino genérico clásico, en el entendido <strong>de</strong> quetodas las menciones en tal género representan siempre a hombres y mujeres.RECONHECIMENTOSContribuiram com seus comentários técnicos a este doc<strong>um</strong>ento os Especialistas da OIT Marleen Rueda,Especialista em Diálogo Social do Departamento DIÁLOGO na se<strong>de</strong>, e Christian Ramos, Especialista emNormas Internacionais do Trabalho e Ponto Focal <strong>de</strong> Diálogo Social na Oficina <strong>de</strong> Brasília. A tradução <strong>de</strong>estilo foi responsabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Francesco Pini e posteriormente diversos funcionários da OIT e consultoresdo projeto realizaram suas generosas contribuições para a traduçao <strong>de</strong> alguns anexos: María do SocorroOlave Berney, Euclísia Ferreira <strong>de</strong> Souza, Sandra Silva Santisteban e Andrea Arujo.RECONOCIMIENTOSAportaron sus comentarios técnicos al presente doc<strong>um</strong>ento los Especialistas <strong>de</strong> OIT: Marleen Rueda,Especialista en Diálogo Social <strong>de</strong>l Departamento DIÁLOGO en la se<strong>de</strong>, y Christian Ramos, Especialistaen Normas Internacionales <strong>de</strong> Trabajo y Punto Focal <strong>de</strong> Diálogo Social en la Oficina <strong>de</strong> Brasilia. La traduccióny corrección <strong>de</strong> estilo corrió a cargo <strong>de</strong> Franceso Pini y posteriormente diversos funcionarios <strong>de</strong> OITy consultores <strong>de</strong>l proyecto realizaron sus generosas aportaciones para la traducción <strong>de</strong> algunos anexos:María <strong>de</strong>l Socorro Olave Berney, Euclisia Ferreira <strong>de</strong> Souza, Sandra Silva Santisteban y Andrea Araujo.


PORTUGUÊSCONQUISTAS E DESAFIOSDE UM PROCESSO DE DIÁLOGO SOCIAL:REFLEXÕES DOS ATORES PARA O FUTUROMemoria do Fór<strong>um</strong> Nacional do Trabalho no Brasil“Espaço <strong>de</strong> Negociação e <strong>de</strong> Diálogo”Prefácio .............................................………..……………………....................................... 09Apresenção .............................................………..……………………....................................... 111. Introdução ............................................................................................................................... 132. Bases Institucionais do Direito Sindical e do Trabalho na Democracia Brasileira 163. A Pauta das Reformas Sindical e Trabalhista ..................................................................... 194. O Fór<strong>um</strong> Nacional do Trabalho (FNT) .................................................................................. 214.1. Objetivos e finalida<strong>de</strong>s ....................................................................................................... 214.2. Composição e estrutura ..................................................................................................... 224.3. Funcionamento .................................................................................................................. 234.4. Consensos ......................................................................................................................... 234.4.1. Organização sindical .................................................................................................. 244.4.2. Negociação coletiva .................................................................................................... 254.4.3. Solução dos conflitos <strong>de</strong> trabalho .............................................................................. 265. O Encaminhamento das Deliberações do FNT ................................................................... 275.1. Proposta <strong>de</strong> Emenda Constitucional nº 369/05 ................................................................. 275.2. Anteprojeto <strong>de</strong> Lei <strong>de</strong> Relações Sindicais ......................................................................... 276. A Visão dos Atores Sociais .................................................................................................. 306.1. Trabalhadores ................................................................................................................... 306.1.1. Artur Henrique (CUT) ................................................................................................. 306.1.2. Danilo Pereira da Silva (FS) ...................................................................................... 316.1.3. Denise Motta Dau (CUT) ........................................................................................... 326.1.4. Francisco Canindé Pegado do Nascimento (CGT) .................................................... 336.1.5. João Carlos Gonçalves (FS) ...................................................................................... 346.1.6. José Calixto Ramos (CNTI y NCS) ............................................................................ 356.2. Empregadores ................................................................................................................... 376.2.1. Dagoberto Lima Godoy (CNI) ..................................................................................... 376.2.2. Lúcia María Rondon Linhares (CNI) ........................................................................... 396.2.3. Magnus Ribas Apostólico (FENABAN) ....................................................................... 406.3. Governo ............................................................................................................................. 416.3.1. Marco Antônio <strong>de</strong> Oliveira (MTE) ................................................................................ 416.3.2. Osvaldo Martinez Bargas (MTE) ................................................................................. 457. A Visão dos Atores Externos ................................................................................................ 497.1. Vantuil Abdala (TST) …………........……………………………………….............................. 497.2. Sandra Lía Simón (MPT) ................................................................................................... 537.3. Assessoria Técnica ............................................................................................................ 547.3.1. Clemente Ganz Lúcio (DIEESE) ................................................................................. 547.3.2. José Pastore (Professor <strong>de</strong> Economia e <strong>de</strong> Relações <strong>de</strong> Trabalho) ............................... 55


PORTUGUÊS8. Resultados da Experiência do FNT ..................................................................................... 589. O Conselho Nacional <strong>de</strong> Relações do Trabalho ................................................................. 60Anexos ..............................................................................................................................................• Decreto nº 4.796, <strong>de</strong> 29 <strong>de</strong> julio <strong>de</strong> 2003, institui ó For<strong>um</strong> Nacional do Trabalho ................• Regimento interno do For<strong>um</strong> Nacional do Trabalho .............................................................• Medida Provisória nº 293, <strong>de</strong> 8 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 2006, Dispõe sobre o reconhecimento dascentrais sindicais para os fines que especifica......................................................................• Medida Provisória nº 294, <strong>de</strong> 8 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 2006, instituindo o Conselho Nacional <strong>de</strong>Relações <strong>de</strong> Trabalho............................................................................................................• Resolução da OIT relativa ao tripartismo e ao <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong>, adotada pela ConferênciaInternacional do Trabalho na sua 90ª reunião (Genebra, 18 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 2002)................... 83Referências ……………………………………………………………….......…………...................... 86Abreviaturas ………………………………………………………………........………....................... 886262647075


PORTUGUÊSPREFÁCIOA promoção do <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong> é <strong>um</strong> dos quatro objetivos estratégicos da Organização Internacional do Trabalho(OIT), ao lado do c<strong>um</strong>primento das normas, princípios e direitos fundamentais no trabalho, da criação <strong>de</strong>maiores oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> emprego e renda para homens e mulheres, e da proteção <strong>social</strong>. O <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong>,além disso, é <strong>um</strong> objetivo transversal para a consecução dos objetivos anteriores.A OIT é <strong>um</strong>a Organização <strong>de</strong> caráter tripartite. Está vinculada historicamente à promoção do <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong>,conceito que abrange <strong>um</strong>a ampla varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>processo</strong>s e práticas que diferem em função ao país e ao períodohistórico. A importância do <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong> foi reiterada pela OIT na 90º Conferência Internacional do Trabalho,em junho <strong>de</strong> 2002, mediante a aprovação da “Resolução relativa ao tripartismo e ao <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong>”. O <strong>diálogo</strong><strong>social</strong> é consi<strong>de</strong>rado <strong>um</strong>a condição fundamental para a promoção do trabalho <strong>de</strong>cente, e, por esse motivo, éparte constitutiva tanto da Agenda Hemisférica do Trabalho Decente (apresentada pelo Diretor Geral da OIT às<strong>de</strong>legações tripartites participantes na XVIa Reunião Regional Americana da OIT realizada em Brasília em maio<strong>de</strong> 2006) como da Agenda Nacional do Trabalho Decente, apresentada pelo Ministro do Trabalho e Emprego,Luis Marinho, na mesma ocasião. Recentemente vem-se fortalecendo em diversos países da América Latina aidéia <strong>de</strong> que é necessário consolidar o <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong> em suas diferentes manifestações, como parte da estruturainstitucional do Estado e do <strong>processo</strong> <strong>de</strong> consolidação da <strong>de</strong>mocracia. Isto não é <strong>um</strong>a tarefa fácil, mas os avançosocorridos na região no período recente são significativos.O Fór<strong>um</strong> Nacional do Trabalho, criado pelo governo brasileiro no âmbito do Ministério do Trabalho e Empregoem julho <strong>de</strong> 2003, constitui <strong>um</strong>a contribuição importante a esse <strong>processo</strong> e <strong>um</strong> dos exemplos mais interessantes<strong>de</strong> <strong>diálogo</strong> levados a cabo na região latino-americana no período recente. Trata-se <strong>de</strong> <strong>um</strong>a experiência inovadora<strong>de</strong> <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong>, que se insere na tendência <strong>de</strong> criar instituições que assegurem <strong>um</strong>a maior participação dosatores sociais em distintos <strong>processo</strong>s <strong>de</strong> toma <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões, particularmente em matéria sócio-trabalhista.A Organização Internacional do Trabalho reconhece o esforço a favor do <strong>diálogo</strong> que os atores sociais e o governobrasileiro vêm realizando ao longo <strong>de</strong>stes mais <strong>de</strong> três anos <strong>de</strong> vida do Fór<strong>um</strong> Nacional do Trabalho. Entreos resultados positivos alcançados está a proposta da criação do Conselho Nacional <strong>de</strong> Relações <strong>de</strong> Trabalhoque, ao ser efetivado, constituiria <strong>um</strong> importante passo na institucionalização do <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong> no Brasil.Também são resultados relevantes da experiência do Fór<strong>um</strong> Nacional do Trabalho o fortalecimento da “culturado <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong>”, que se expressa, entre outros elementos, no a<strong>um</strong>ento da confiança entre os atores, no<strong>de</strong>scobrimento <strong>de</strong> novos espaços <strong>de</strong> interlocução e entendimento, na consciência crescente da necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong>envolver todos os interlocutores implicados para <strong>um</strong>a maior legitimação dos <strong>processo</strong>s <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão relativos atemas importantes para as relações <strong>de</strong> trabalho no Brasil e na importância <strong>de</strong> contar com a assessoria técnicapara realizar propostas solidamente arg<strong>um</strong>entadas no marco do <strong>diálogo</strong>.A OIT, através do seu Escritório no Brasil, e do Projeto Regional da OIT “Fortalecimento dos mecanismosinstitucionais para o <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong>”, financiado pelo Ministério do Trabalho e Assuntos Sociais da Espanha, quetem apoiado todo este <strong>processo</strong>, consi<strong>de</strong>rou oportuno registrar a experiência do FNT através <strong>de</strong>ssa publicaçãobilíngüe. O objetivo que nos anima é contribuir para o conhecimento e a disseminação <strong>de</strong>ssa experiência, tantono Brasil como entre os interlocutores implicados em outros <strong>processo</strong>s <strong>de</strong> <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong> na região.


PORTUGUÊSO doc<strong>um</strong>ento que o leitor tem em suas mãos preten<strong>de</strong>, portanto, como indica o subtítulo do mesmo, apresentaros resultados e <strong><strong>de</strong>safios</strong> <strong>de</strong>ste <strong>processo</strong>, incorporando as visões dos diferentes atores que têm sido osseus protagonistas. Foi elaborado pelo Professor José Francisco Siqueira Neto, que, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a instalação do FNT,participou ativamente <strong>de</strong>ste <strong>processo</strong>. Merecem <strong>um</strong>a menção especial <strong>de</strong> agra<strong>de</strong>cimento os atores sociais queprestaram os <strong>de</strong>poimentos que integram este trabalho. Não só pelo <strong>de</strong>poimento, mas, sobretudo, pela disponibilida<strong>de</strong>,interesse e entusiasmo. Sem a colaboração <strong>de</strong>les seria praticamente impossível realizar o trabalho notempo realizado, e acima <strong>de</strong> tudo, com a riqueza <strong>de</strong> <strong>de</strong>talhes que muito auxiliarão à consolidação do DiálogoSocial no Brasil. Do mesmo modo, merece realce a contribuição <strong>de</strong>cisiva dos funcionários do Fór<strong>um</strong> Nacional doTrabalho e do Ministério do Trabalho do Brasil que prestaram <strong>um</strong> trabalho <strong>de</strong>cisivo no suporte administrativo dasentrevistas, coleta <strong>de</strong> dados e conferência final dos dados oficiais.A todos eles, e a quem <strong>de</strong> <strong>um</strong>a maneira ou outra tenha contribuído a que esta publicação saia à luz, nossosagra<strong>de</strong>cimentos.Lais AbramoDiretoraEscritório da Organização Internacional doTrabalho no BrasilAna María García FemeníaAssessora Técnica PrincipalProjeto “Fortalecimento dos MecanismosInstitucionais para o Diálogo Social”


PORTUGUÊSAPRESENTAÇÃOCriado em 2003, pelo Presi<strong>de</strong>nte Luiz Inácio Lula da Silva, o Fór<strong>um</strong> Nacional do Trabalho (FNT) iniciou a maisampla e rica experiência nacional <strong>de</strong> negociação tripartite e paritária sobre questões sindicais e trabalhistas. E ofez <strong>de</strong> maneira inovadora, criativa e <strong>de</strong>mocrática.Ao invés <strong>de</strong> apresentar <strong>um</strong>a proposta <strong>de</strong>finitiva, o governo fe<strong>de</strong>ral preferiu reunir as entida<strong>de</strong>s sindicais maisrepresentativas <strong>de</strong> trabalhadores e <strong>de</strong> empregadores, para <strong>de</strong>bater e formular <strong>um</strong>a proposta <strong>de</strong> reforma sindical.O resultado <strong>de</strong>sse <strong>de</strong>bate, consolidado pelo Ministerio <strong>de</strong> Trabalho e Emprego em <strong>um</strong>a Proposta <strong>de</strong> Emendaà Constituição (PEC 369/05), em tramitação na Câmara Fe<strong>de</strong>ral, e <strong>de</strong> <strong>um</strong> Anteprojeto <strong>de</strong> Relações Sindicais,oferece ao Congresso Nacional <strong>um</strong>a alternativa sistêmica, <strong>de</strong> conjunto, não só das relações sindicais, mas <strong>de</strong>todo o sistema <strong>de</strong> relações <strong>de</strong> trabalho brasileiro.A consolidação <strong>de</strong> espaços <strong>de</strong> concertação <strong>social</strong> é <strong>um</strong>a exigência da socieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>um</strong>a forma geral e, emparticular, das próprias representações sindicais <strong>de</strong> trabalhadores e empregadores. Desse modo, a rica experiênciavivenciada no <strong>processo</strong> negocial do FNT não se esgotou em si mesmo.Já prevista no anteprojeto <strong>de</strong> lei formulado no FNT, a criação do Conselho Nacional <strong>de</strong> Relações do Trabalho(CNRT), que em breve <strong>de</strong>verá ser encaminhada ao Congresso Nacional, preten<strong>de</strong> consolidar o <strong>processo</strong> iniciadocom o FNT e é conseqüência, também, da ratificação pelo Brasil da Convenção nº. 144 da Organização Internacionaldo Trabalho (OIT), que prevê mecanismos <strong>de</strong> consulta tripartite para as questões referentes às normasinternacionais do trabalho.O CNRT preten<strong>de</strong> ser, semelhante ao FNT, <strong>um</strong> espaço <strong>de</strong> <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong> tripartite e paritário das questõesreferentes às relações <strong>de</strong> trabalho e organização sindical no Brasil. Somado a isso, o conselho representará ainstitucionalização <strong>de</strong> <strong>um</strong> espaço permanente <strong>de</strong> negociação <strong>de</strong>ssas questões.O projeto “Fortalecimento dos Mecanismos Institucionais para o Diálogo Social” da Oficina Regional da OITpara América Latina e Caribe, gran<strong>de</strong> parceira nessa jornada, com o patrocínio do Ministério do Trabalho e AssuntosSociais da Espanha é <strong>de</strong> extrema importância para que se resguar<strong>de</strong> o ineditismo do FNT tendo comoobjetivo ainda construir subsídios para o contínuo aperfeiçoamento do <strong>processo</strong> <strong>de</strong> <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong> no país.


PORTUGUÊSEssa Memória, produzida a partir dos <strong>de</strong>poimentos dos representantes <strong>de</strong> trabalhadores, <strong>de</strong> empregadores edo Governo Fe<strong>de</strong>ral no FNT, é <strong>um</strong> verda<strong>de</strong>iro inventário dos avanços e dificulda<strong>de</strong>s encontradas em todo o <strong>processo</strong><strong>de</strong> negociação da proposta <strong>de</strong> reforma sindical. Além disso, po<strong>de</strong>rá servir <strong>de</strong> norte para os futuros <strong>de</strong>batesa serem travados no âmbito do próprio CNRT.Por fim, c<strong>um</strong>pre ressaltar que essa publicação só foi possível por meio do empenho e trabalho conjunto dacoor<strong>de</strong>nação do FNT e da OIT, parceira inestimável em todo esse <strong>processo</strong>.Luiz MarinhoMinistro do Trabalho e EmpregoPresi<strong>de</strong>nte do FNTArtur Henrique da Silva SantosPresi<strong>de</strong>nte Nacional da Central Única <strong>de</strong>Trabalhadores (CUT)Coor<strong>de</strong>nador da Bancada dos Trabalhadores.Antonio Oliveira SantosPresi<strong>de</strong>nte da Confe<strong>de</strong>ração Nacional doComercio (CNC)Coor<strong>de</strong>nador da Bancada dos Empregadores


INTRODUÇÃOPORTUGUÊSJosé Francisco Siqueira Neto *1. INTRODUÇÃOFÓRUM NACIONAL DO TRABALHO NO BRASIL“Espaço <strong>de</strong> Negociação e <strong>de</strong> Diálogo”O Presi<strong>de</strong>nte da República do Brasil, por meio doDecreto nº 4.796, <strong>de</strong> 29 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 2003, instituiu, noâmbito do Conselho Nacional do Trabalho (CNT), doMinistério do Trabalho e Emprego (MTE), o Fór<strong>um</strong> Nacionaldo Trabalho (FNT), composto <strong>de</strong> forma tripartitee paritária, por representantes do governo fe<strong>de</strong>ral, dostrabalhadores e dos empregadores, com a finalida<strong>de</strong><strong>de</strong>:• promover o entendimento entre os representantesdos trabalhadores e empregadorese o governo fe<strong>de</strong>ral, com vistas aconstruir consensos sobre temas relativosao sistema brasileiro <strong>de</strong> relações <strong>de</strong> trabalho,em especial sobre a legislação sindicale trabalhista;• subsidiar a elaboração <strong>de</strong> projetos legislativos<strong>de</strong> Reforma Sindical e Trabalhistanas esferas constitucional e infraconstitucional;e• submeter ao Ministro <strong>de</strong> Estado do Trabalhoe Emprego os resultados e conclusõessobre matérias aprovadas no âmbito do Fór<strong>um</strong>Nacional do Trabalho.O Ministro do Trabalho e Emprego, presi<strong>de</strong>nte doFNT, organizou a estrutura e o funcionamento do órgão,que <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 2003 a março <strong>de</strong> 2006 cons<strong>um</strong>i<strong>um</strong>ais <strong>de</strong> mil horas <strong>de</strong> trabalho em 118 (cento e<strong>de</strong>zoito) dias <strong>de</strong> reuniões das conferências estaduais,sessões plenárias, reuniões tripartites, bipartites e técnicas.Ao final <strong>de</strong>sse <strong>processo</strong>, foram elaborados a Proposta<strong>de</strong> Emenda Constitucional (PEC) nº 369/05, emtrâmite no Congresso Nacional, e o Anteprojeto <strong>de</strong>Lei <strong>de</strong> Relações Sindicais, o qual cuida dos dispositivosinfraconstitucionais concernentes à Proposta <strong>de</strong>Emenda Constitucional.*José Francisco Siqueira Neto, advogado, mestre pela Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong>Direito da Pontifícia Universida<strong>de</strong> Católica <strong>de</strong> São Paulo (PUC-SP), doutorpela Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Direito da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo, ProfessorTitular e Coor<strong>de</strong>nador da Pós-Graduação em Direito da Universida<strong>de</strong>Presbiteriana Mackenzie.O Anteprojeto <strong>de</strong> Lei <strong>de</strong> Relações Sindicais nãopo<strong>de</strong> ser apresentado ao Congresso Nacional antesda votação da Emenda Constitucional nº 369/05, porquecontempla alguns dispositivos incompatíveis coma or<strong>de</strong>m constitucional vigente. Por essa razão, necessitada reforma constitucional para seguir seu cursolegislativo regular.Com a entrega dos projetos legislativos, o FNTpassou a trabalhar em duas novas frentes, quais sejam:a Reforma Trabalhista e as Relações <strong>de</strong> Trabalhona Administração Pública.As discussões sobre a Reforma Trabalhista avançaramaté as <strong>de</strong>finições das premissas da nova legislação.A seqüência dos trabalhos, entretanto, foicomprometida nesta legislatura (2003/2006) pela paralisaçãodos trabalhos legislativos referentes à Proposta<strong>de</strong> Emenda Constitucional nº 369/05.Em relação à Administração Pública, os trabalhosdo FNT ainda estão em <strong>de</strong>senvolvimento na perspectiva<strong>de</strong> a<strong>de</strong>quação das especificida<strong>de</strong>s da área sob ofundamento <strong>de</strong> <strong>um</strong>a base jurídica harmônica e sistematicamentecompatível com o Anteprojeto <strong>de</strong> Lei <strong>de</strong>Relações Sindicais.O FNT não é a primeira tentativa <strong>de</strong> constituição <strong>de</strong>organismos tripartites no Brasil. Mas, inegavelmente,é a experiência que mais avançou em relação ao conjunto<strong>de</strong> proposições apresentadas e à forma <strong>de</strong> suasdiscussões e <strong>de</strong>liberações.O Anteprojeto <strong>de</strong> Lei <strong>de</strong> Relações Sindicais apresentadopelo FNT é a maior e mais complexa proposta<strong>de</strong> legislação sindical <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a promulgação da Consolidaçãodas Leis do Trabalho (CLT), em 1943. Nunca oPaís teve a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> discutir <strong>um</strong>a proposta legislativaformalmente articulada <strong>de</strong> alteração substancialdo sistema sindical implantado na década <strong>de</strong> 30do século passado. Os <strong>de</strong>bates anteriores ao Fór<strong>um</strong>sempre foram pautados pelas vinculações temáticas,e não por projetos legislativos gerados fora do CongressoNacional em espaço <strong>de</strong> concertação <strong>social</strong>.O FNT inovou porque organizou o <strong>de</strong>bate com os<strong>Conquistas</strong> e <strong><strong>de</strong>safios</strong> <strong>de</strong> <strong>um</strong> <strong>processo</strong> <strong>de</strong> <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong>: Reflexões dos atores para o futuro13


PORTUGUÊSINTRODUÇÃOatores sociais, firmou <strong>um</strong>a proposta <strong>de</strong> consenso eapresentou-a a <strong>de</strong>bate público. Com isso ampliou qualitativamentea interlocução com a socieda<strong>de</strong> em torno<strong>de</strong> <strong>um</strong>a alternativa <strong>de</strong>mocrática <strong>de</strong> transição sindicalno Brasil. Mas, talvez, a maior inovação do FNT tenhasido na forma <strong>de</strong> <strong>de</strong>bater os assuntos e <strong>de</strong> apresentarprojetos ou anteprojetos legislativos.A trajetória com<strong>um</strong> <strong>de</strong> movimentação dos atoressociais, no tocante à apresentação <strong>de</strong> seus pleitos emforma <strong>de</strong> projetos ao Congresso Nacional, sempre foipautada pela formulação <strong>de</strong> suas respectivas áreastécnicas e posterior apresentação ao parlamentar maispróximo i<strong>de</strong>ologicamente ou mais simpático à idéia <strong>de</strong>fendidapela proposta. Igual procedimento é tambémadotado pelo governo por meio <strong>de</strong> suas li<strong>de</strong>ranças ealiados no Parlamento.Eventualmente, quando o assunto é mais polêmico,divi<strong>de</strong> mais a socieda<strong>de</strong> ou requer articulação<strong>de</strong> conteúdo, os governos valem-se <strong>de</strong> comissões <strong>de</strong>peritos, escolhidos entre <strong>de</strong>stacados professores daárea do projeto e técnicos especializados do Po<strong>de</strong>rExecutivo. O resultado do trabalho dos peritos é apresentadopara <strong>de</strong>bate ou simplesmente encaminhadoao Congresso Nacional.O FNT reverteu radicalmente essas formas <strong>de</strong>encaminhamentos. Os <strong>de</strong>bates políticos e técnicos foramorganizados pela Coor<strong>de</strong>nação do FNT em <strong>um</strong> sóambiente. Isso não impediu ou inviabilizou os <strong>de</strong>batesinternos estratégicos e <strong>de</strong> formação dos respectivosatores envolvidos. Tampouco era essa a finalida<strong>de</strong>.O fato <strong>de</strong> a Coor<strong>de</strong>nação do FNT <strong>de</strong>finir a arenadas discussões e organizar seu temário, sua extensãoe resultados, retirou do ambiente político a possibilida<strong>de</strong><strong>de</strong> recurso às características comuns <strong>de</strong> disfarceque dificultam o <strong>diálogo</strong> entre os atores sociais e comprometemos encaminhamentos comuns com maior<strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> política. A organização e a estrutura dos<strong>de</strong>bates diminuíram sensivelmente os espaços dosdiscursos inflamados, precisos na forma e vazios <strong>de</strong>conteúdo.A <strong>de</strong>finicao da agenda temática, combinado coma coor<strong>de</strong>nação das discussões, obrigou <strong>um</strong> encaminhamentodos trabalhos absolutamente diferenciado.Estabeleceu-se <strong>um</strong>a rotina e <strong>um</strong>a seqüência <strong>de</strong> reuniõesque vinculou <strong>de</strong>finitivamente os participantes em<strong>um</strong> clima <strong>de</strong> confiança recíproca, que permitiu o aprofundamentodas discussões. A dinâmica dos trabalhosconsolidou <strong>um</strong> corpo permanente <strong>de</strong> discussões e <strong>de</strong><strong>de</strong>batedores. Por tais motivos, não é exagerado afirmarque a experiência do FNT, do ponto <strong>de</strong> vista formal,foi muito profícua. Mas não só.O FNT, efetivamente, se consolidou em <strong>um</strong>a instância<strong>de</strong> consulta e <strong>de</strong> negociação entre as organizações<strong>de</strong> empregadores, <strong>de</strong> trabalhadores e <strong>de</strong> representantesdo governo, com reconhecimento nacionale capacida<strong>de</strong> para interferir nas políticas relativas àsrelações <strong>de</strong> trabalho, especialmente no que tange àReforma Sindical, seu primeiro estágio. Mais que isso,o Anteprojeto <strong>de</strong> Lei <strong>de</strong> Relações Sindicais adota posição<strong>de</strong> continuida<strong>de</strong> das instâncias <strong>de</strong> Diálogo Socialpermanente ao regular o Conselho Nacional <strong>de</strong> Relações<strong>de</strong> Trabalho (CNRT).Além dos resultados jurídico-formais, o FNT incorporouà sua dinâmica os seguintes aspectos essenciaispara validá-lo como experiência <strong>de</strong> efetivo DiálogoSocial:• realizou-se <strong>um</strong> exame conjunto dos problemas equestões, com intercâmbio ativo das opiniões;• buscaram-se soluções por acordo;• as autorida<strong>de</strong>s competentes acolheram as opiniões,houve assessoramento técnico às organizaçõessobre as questões <strong>de</strong>batidas;• foi criado <strong>um</strong> organismo nacional para tratar <strong>de</strong>matérias relativas ao trabalho, promovendo a Convenção150 da OIT;• dos acordos foram apresentadas soluções legislativas;• o <strong>processo</strong> <strong>de</strong> consulta promove a aplicação daConvenção 144 da OIT;• o governo fe<strong>de</strong>ral adotou medidas <strong>de</strong> concretizaçãoda legislação indicada pelo FNT;• os resultados propostos favorecem e avançam o<strong>diálogo</strong> entre trabalhadores e empregadores nasrelações concretas.O objetivo <strong>de</strong>ste trabalho é recolher, sistematizare disponibilizar a todos o histórico dos fatos, os fundamentose os doc<strong>um</strong>entos relativos ao FNT. Para alcançartal escopo, o doc<strong>um</strong>ento será estruturado emobservância a três movimentos: primeiro, com a i<strong>de</strong>ntificaçãodas bases institucionais do FNT e as iniciativas<strong>de</strong> reforma do período <strong>de</strong>mocrático (Pós-Constituição<strong>de</strong> 1988); segundo, com a <strong>de</strong>scrição do FNT e seusencaminhamentos; e, terceiro, com a visão dos atoressociais sobre o FNT.14 <strong>Conquistas</strong> e <strong><strong>de</strong>safios</strong> <strong>de</strong> <strong>um</strong> <strong>processo</strong> <strong>de</strong> <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong>: Reflexões dos atores para o futuro


INTRODUÇÃOPORTUGUÊSNesse sentido, serão apresentadas as bases institucionaisdo direito sindical e do trabalho na <strong>de</strong>mocratizaçãobrasileira, a pauta das Reformas Sindical eTrabalhista nos governos <strong>de</strong>mocráticos, o FNT, seusfundamentos, estrutura, composição, consensos, oencaminhamento das <strong>de</strong>liberações, a visão dos atoressociais e, por fim, os resultados da experiência.A presente análise está fundada nos doc<strong>um</strong>entosoficiais, entrevistas e <strong>de</strong>poimentos prestados pelosatores sociais à Coor<strong>de</strong>nação do FNT em caráter oficial.<strong>Conquistas</strong> e <strong><strong>de</strong>safios</strong> <strong>de</strong> <strong>um</strong> <strong>processo</strong> <strong>de</strong> <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong>: Reflexões dos atores para o futuro15


PORTUGUÊSBASES INSTITUCIONAIS DO DIREITO SINDICAL E DO TRABALHO NA DEMOCRACIA BRASILEIRA2. BASES INSTITUCIONAIS DO DIREITO SINDICAL E DO TRABALHONA DEMOCRACIA BRASILEIRAA Constituição Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> 1988 é o marco institucionalda transição para a <strong>de</strong>mocracia no Brasil. Des<strong>de</strong>a sua promulgação, inegavelmente, os dispositivosda Constituição ocupam a centralida<strong>de</strong> da maioriados <strong>de</strong>bates políticos, sociais, econômicos e jurídicosdo País, atestada inclusive pelo elevado número <strong>de</strong>Emendas à Constituição no curso <strong>de</strong>stes anos <strong>de</strong> vigência.O <strong>processo</strong> <strong>de</strong> re<strong>de</strong>mocratização nacional vividono final da década <strong>de</strong> 80, entretanto, não se esten<strong>de</strong>uplenamente ao âmbito das relações <strong>de</strong> trabalho.Não obstante os inegáveis avanços institucionais epolíticos, a Constituição Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> 1988 não transformousubstancialmente a dinâmica do sistemafundado nos primados do corporativismo sindical e<strong>social</strong>, <strong>de</strong>finidos nos anos 30 do século passado.As normas constitucionais mais relevantes concernentesao sistema <strong>de</strong> relações <strong>de</strong> trabalho sãoos artigos 7º (direitos dos trabalhadores urbanos erurais), 8º (liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> associação profissional ousindical), 9º (direito <strong>de</strong> greve), 10° (participação dostrabalhadores e empregadores nos colegiados dosórgãos públicos relacionados a interesses profissionaise previ<strong>de</strong>nciários), 11° (representante <strong>de</strong> pessoalnas empresas com mais <strong>de</strong> duzentos empregados),37°, VI (liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> associação sindical ao servidorpúblico civil), 37°, VII (direito <strong>de</strong> greve nos termos <strong>de</strong>legislação específica ao servidor público civil), 39°,§ 3º (extensão <strong>de</strong> alguns direitos dos trabalhadoresurbanos e rurais aos ocupantes <strong>de</strong> cargo público) eart. 114° (competência da Justiça do Trabalho paraconciliar e julgar dissídios individuais e coletivos).No intuito <strong>de</strong> melhorar a condição <strong>social</strong> dos trabalhadoresurbanos e rurais, como parte do Capítulodos Direitos Sociais, o artigo 7º da Constituição Fe<strong>de</strong>ralconsagrou direitos em trinta e quatro incisos e<strong>um</strong> parágrafo, sendo a maior parte <strong>de</strong>les <strong>de</strong>rivada,por <strong>um</strong> lado, da negociação coletiva ─ consi<strong>de</strong>ravelmentefortalecida no começo dos anos 80 ─ e,por outro lado, da atualização <strong>de</strong> antigas prescriçõesnormativas infraconstitucionais.Inovações materiais, realmente, foram poucas.Dentre elas, sem qualquer sombra <strong>de</strong> dúvidas, arelação <strong>de</strong> emprego protegida contra a <strong>de</strong>spedidaarbitrária ou sem justa causa é a mais consistente.A gran<strong>de</strong> transformação estrutural — e <strong>de</strong> enormerepercussão interpretativa —, mais relacionada aosdireitos individuais do trabalho, se <strong>de</strong>u com a passagemdos direitos dos trabalhadores ─ tradicionalmentereferidos nas Constituições brasileiras <strong>de</strong>forma genérica e <strong>de</strong>stinados a orientar a elaboraçãoda legislação ordinária ─, do capítulo da Or<strong>de</strong>m Econômicae Social para o capítulo dos Direitos Sociais,como verda<strong>de</strong>iros Direitos H<strong>um</strong>anos Fundamentais<strong>de</strong> segunda dimensão, dispostos para atingir o princípio<strong>de</strong> igualda<strong>de</strong> mediante a diretriz essencial <strong>de</strong>melhoria da condição <strong>social</strong> dos trabalhadores urbanose rurais.O direito sindical, porém, revelou-se contraditório,portanto, inoperante do ponto <strong>de</strong> vista do DiálogoSocial, da <strong>de</strong>mocratização das relações <strong>de</strong> trabalhoe do fortalecimento das negociações coletivas.Os instr<strong>um</strong>entos mais explícitos da intervençãoestatal restritiva da liberda<strong>de</strong> e da autonomia sindicalforam eliminados mediante a consagração <strong>de</strong> <strong>um</strong>aparticularíssima configuração do princípio da livreassociação sindical. Nesse sentido, permaneceramos esteios do sistema estruturado a partir do Decreto19.770/31, especificamente: a unicida<strong>de</strong> sindical com ênfase especial no enquadramento sindical porcategorias econômica , profissional e profissional diferenciada e no âmbito municipal da representação;o sistema confe<strong>de</strong>rativo oficial ; a contribuição sin-Unida<strong>de</strong> sindical imposta por lei, com referência na organização simétricaentre trabalhadores e empregadores por meios das correspon<strong>de</strong>ntescategorias econômicas e profissionais na mesma representação geográfica.“A solidarieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> interesses econômicos dos que empreen<strong>de</strong>m ativida<strong>de</strong>sidênticas, similares ou conexas, constitui o vínculo <strong>social</strong> básicoque se <strong>de</strong>nomina categoria econômica” (§ 1º do art. 511 da CLT).“A similitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> condições <strong>de</strong> vida oriunda da profissão ou trabalho emcom<strong>um</strong>, em situação <strong>de</strong> emprego na mesma ativida<strong>de</strong> econômica ouem ativida<strong>de</strong>s econômicas similares ou conexas, compõe a expressão<strong>social</strong> elementar compreendida como categoria profissional” (§ 2º do art.511 da CLT).“Categoria profissional diferenciada é a que se forma dos empregadosque exerçam profissões ou funções diferenciadas por força do estatutoprofissional especial ou em conseqüência <strong>de</strong> condições <strong>de</strong> vida singulares”(§ 3º do art. 511 da CLT).Sistema sindical fechado na organização piramidal, com sindicatos organizadospor categorias no primeiro grau (com filiação direta <strong>de</strong> trabalhadorese titularida<strong>de</strong> da negociação), fe<strong>de</strong>rações <strong>de</strong> sindicatos nosegundo grau, <strong>de</strong> âmbito estadual, interestadual ou nacional, <strong>de</strong>stinadasbasicamente à mera representação sindical, e confe<strong>de</strong>rações no terceirograu, <strong>de</strong> âmbito nacional, agregadas por ramo <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong> (indústria,comércio, transportes, comunicação e publicida<strong>de</strong>, empresas <strong>de</strong> crédito,educação e cultura, profissionais liberais), voltadas à representação sindical.16 <strong>Conquistas</strong> e <strong><strong>de</strong>safios</strong> <strong>de</strong> <strong>um</strong> <strong>processo</strong> <strong>de</strong> <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong>: Reflexões dos atores para o futuro


BASES INSTITUCIONAIS DO DIREITO SINDICAL E DO TRABALHO NA DEMOCRACIA BRASILEIRAPORTUGUÊSdical compulsória <strong>de</strong>svinculada da filiação sindical;e o po<strong>de</strong>r normativo da Justiça do Trabalho . Alémdisso, foi criada outra contribuição (confe<strong>de</strong>rativa)<strong>de</strong>svinculada <strong>de</strong> contrapartidas sindicais em relaçãoaos seus representados.O equívoco da referida alteração é patente. Além<strong>de</strong> não auxiliar a construção <strong>de</strong> <strong>um</strong> novo padrão organizativofundado na autonomia e na liberda<strong>de</strong> sindical,manteve as centrais sindicais (organismos <strong>de</strong> representaçãosindical nacional acima das representaçõespor ramo <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>, setor econômico e categoria)fora da esfera sindical, como meras associações civissem prerrogativas sindicais, e induziu a exacerbaçãodos aspectos mais <strong>de</strong>letérios do direito sindical <strong>de</strong> matrizcorporativista.Com isso, provocou, <strong>de</strong>ntre outros fatores perniciososao Diálogo Social, o crescimento artificial e meramenteformal <strong>de</strong> sindicatos com representação municipale totalmente <strong>de</strong>svinculada do sistema produtivo,a <strong>de</strong>sorganização absoluta do <strong>processo</strong> <strong>de</strong> enquadramento,fusão e <strong>de</strong>smembramento das entida<strong>de</strong>s sindicais,a pulverização dos sindicatos do setor público edo setor privado, o enfraquecimento dos <strong>processo</strong>s <strong>de</strong>negociação coletiva e o a<strong>um</strong>ento geométrico <strong>de</strong> conflitosjudiciais sobre a legitimida<strong>de</strong> <strong>de</strong> representaçãosindical.A maior evidência institucional da inalterabilida<strong>de</strong>sistêmica é a manutenção integral da estrutura danegociação coletiva e das formas <strong>de</strong> composição dosconflitos coletivos <strong>de</strong> trabalho. O art. 114 da Constituiçãomanteve o Po<strong>de</strong>r Normativo da Justiça do Trabalho─ solução jurisdicional compulsória .O direito <strong>de</strong> greve foi assegurado amplamentena Constituição Fe<strong>de</strong>ral, cabendo aos trabalhadores<strong>de</strong>cidir sobre a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> exercê-lo e sobre osinteresses que <strong>de</strong>vam por meio <strong>de</strong>le <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r. A <strong>de</strong>finiçãodos serviços ou ativida<strong>de</strong>s essenciais, o atendimentodas necessida<strong>de</strong>s inadiáveis da comunida<strong>de</strong>,Sistema compulsório <strong>de</strong> financiamento das organizações sindicais, arrecadadoanualmente pelas empresas mediante o <strong>de</strong>sconto (no casodas entida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> trabalhadores) <strong>de</strong> <strong>um</strong> percentual dos salários dostrabalhadores, recolhido junto à Caixa Econômica Fe<strong>de</strong>ral, que distribuidiretamente ao sistema confe<strong>de</strong>rativo (60% sindicatos, 15% fe<strong>de</strong>rações,5% confe<strong>de</strong>rações) e ao Ministério do Trabalho para a conta do seguro<strong>de</strong>semprego(20%). A contribuição dos empregadores é paga diretamentepelas empresas, com referência percentual no capital <strong>social</strong>.Po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> solucionar os conflitos coletivos <strong>de</strong> trabalho e criar normas<strong>de</strong>ntro dos limites do or<strong>de</strong>namento jurídico, mediante provocação unilateraldos atores.Nem mesmo a Emenda Constitucional (EC) n° 45, <strong>de</strong> 8 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro<strong>de</strong> 2004, que exige o com<strong>um</strong> acordo das partes para a instauração dosDissídios Coletivos, tem impedido que a jurisprudência ainda continue aemprestar-lhes o caráter <strong>de</strong> solução compulsória.assim como a responsabilida<strong>de</strong> pelos eventuais abusoscometidos no exercício do direito <strong>de</strong> greve, foram<strong>de</strong>legadas à lei ordinária.A legislação ordinária (Lei nº 7.783, <strong>de</strong> 28 <strong>de</strong> julho<strong>de</strong> 1989) limitou consi<strong>de</strong>ravelmente o âmbito e aabrangência da norma constitucional. Até o momento,não foram plenamente <strong>de</strong>finidos os serviços e ativida<strong>de</strong>sessenciais. A jurisprudência tem cuidado ─ sobcríticas pertinentes ─ do atendimento das necessida<strong>de</strong>sda comunida<strong>de</strong>.Nesse cenário, poucos efeitos produziram os artigos10 e 11 da Constituição Fe<strong>de</strong>ral, que asseguram,respectivamente, a participação dos trabalhadores eempregadores nos colegiados dos órgãos públicos emque seus interesses profissionais ou previ<strong>de</strong>nciáriossejam objeto <strong>de</strong> discussão e <strong>de</strong>liberação, e a eleição,nas empresas com mais <strong>de</strong> duzentos empregados, <strong>de</strong><strong>um</strong> representante <strong>de</strong>stes com a finalida<strong>de</strong> exclusiva<strong>de</strong> promover-lhes o entendimento direto com os empregadores,sem, contudo, qualquer prerrogativa <strong>de</strong>representação coletiva.Aludidas contradições, todavia, apresentam especiaiscontornos em relação aos servidores públicos. Olegislador constituinte, em boa hora, assegurou a liberda<strong>de</strong><strong>de</strong> associação sindical aos servidores públicos,do mesmo modo que lhes possibilitou o exercício dodireito <strong>de</strong> greve nos termos da lei. Nada mencionou,entretanto, sobre a negociação coletiva. Não forampoucos os que em razão <strong>de</strong>ssa omissão <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>rame ainda <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>m que aos servidores públicos não assisteo direito à negociação coletiva.A maior parte <strong>de</strong>ssa polêmica po<strong>de</strong> ser resolvidacom o regime jurídico dos servidores públicos, parcialmentesuperada com a Emenda Constitucional 19, <strong>de</strong>4 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 1998. Ainda faltam os critérios <strong>de</strong> enquadramentodos servidores nos respectivos regimesjurídicos. Mas não somente.O direito sindical dos servidores públicos encontravários obstáculos ─ sensivelmente agravadospelo fato da proibição <strong>de</strong>sses direitos anteriormente àConstituição <strong>de</strong> 1988 ─ a serem superados para queas relações coletivas nessa área sejam efetivas e, porconseguinte, <strong>um</strong> verda<strong>de</strong>iro instr<strong>um</strong>ento do DiálogoSocial.Observadas as especificida<strong>de</strong>s do regime jurídicopróprio, questões como a representação dos servidorese da Administração Pública, a in<strong>de</strong>pendência dasorganizações em relação às autorida<strong>de</strong>s públicas, a<strong>Conquistas</strong> e <strong><strong>de</strong>safios</strong> <strong>de</strong> <strong>um</strong> <strong>processo</strong> <strong>de</strong> <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong>: Reflexões dos atores para o futuro17


PORTUGUÊSBASES INSTITUCIONAIS DO DIREITO SINDICAL E DO TRABALHO NA DEMOCRACIA BRASILEIRAproteção das organizações <strong>de</strong> servidores públicos contraatos <strong>de</strong> ingerência da autorida<strong>de</strong> pública, a proteçãodos servidores públicos contra atos anti-sindicais,as facilida<strong>de</strong>s a serem concedidas às organizaçõesdos servidores <strong>de</strong> acordo com as diretrizes oferecidaspela Convenção 151 da OIT, as formas <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminaçãodas condições <strong>de</strong> trabalho, a solução dos conflitoscoletivos <strong>de</strong> trabalho e a regulamentação do direito <strong>de</strong>greve são essenciais para garantir a efetivida<strong>de</strong> do direitosindical no setor público.Este último aspecto é muito importante. Após asgreves dos últimos anos e o pronunciamento recentedo Supremo Tribunal Fe<strong>de</strong>ral (STF) no sentido <strong>de</strong>condicionar o direito à regulamentação específica,foi enviado ao Congresso Nacional <strong>um</strong> projeto <strong>de</strong> leivisando regulamentar o Direito <strong>de</strong> Greve no serviçopúblico. Aludido projeto ainda não foi votado.O sistema brasileiro <strong>de</strong> relações <strong>de</strong> trabalho atual,portanto, resulta, no setor privado, da combinaçãodo conjunto normativo trabalhista e sindical consagradopara solidificar a opção corporativista sindical dosanos 30 do século passado, mediante a atualizaçãotemporal promovida pelo art. 7º da CF e os recortessindicais “visualmente” liberalizantes (sem afetar a essênciaoriginal). No setor público, <strong>de</strong>corre <strong>de</strong> <strong>um</strong>a passagemsem diretriz específica da tecnocracia, tambémfocada no século passado e mitigada com os requintespróprios da “privatização” do serviço público, impulsionadanos anos 70, sem a menor referência institucionalao direito sindical no setor.A inconsistência sistêmica é evi<strong>de</strong>nte, potenciale gradativamente grave do ponto <strong>de</strong> vista da consolidação<strong>de</strong>mocrática, vez que resulta no império das“situações <strong>de</strong> fato” ─ com prepon<strong>de</strong>rância crescentedos seus efeitos maléficos ─ sobre as consolidaçõesinstitucionais.Assim sendo, essa peculiar e corrosiva característicaposterga in<strong>de</strong>finidamente a cristalização dos espaços<strong>de</strong> efetiva cidadania nas relações <strong>de</strong> trabalho.Alterar este cenário institucional tornou-se imprescindível.As Reformas Sindical e Trabalhista são os instr<strong>um</strong>entosda mudança. A urgência requerida <strong>de</strong>correda necessida<strong>de</strong> imperiosa <strong>de</strong> tornar as normas e asinstituições reguladoras do trabalho e das relações <strong>de</strong>trabalho compatíveis com a nova realida<strong>de</strong> política,econômica, produtiva e <strong>social</strong>, bem como <strong>de</strong> consolidara <strong>de</strong>mocracia participativa no País.18 <strong>Conquistas</strong> e <strong><strong>de</strong>safios</strong> <strong>de</strong> <strong>um</strong> <strong>processo</strong> <strong>de</strong> <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong>: Reflexões dos atores para o futuro


A PAUTA DAS REFORMAS SINDICAL E TRABALHISTAPORTUGUÊS3. A PAUTA DAS REFORMAS SINDICAL E TRABALHISTAA re<strong>de</strong>mocratização brasileira teve seu início como governo <strong>de</strong> transição <strong>de</strong> José Sarney (1985-1989).Naquele período, foi convocada a Assembléia NacionalConstituinte (1986) e promulgada a nova ConstituiçãoFe<strong>de</strong>ral (1988). O Governo José Sarney cuidouda agenda política. A pauta das Reformas Sindical eTrabalhista seria objeto <strong>de</strong> atuação dos governos posteriores.No período do Governo Collor (1990-1992), foramenviados dois projetos <strong>de</strong> lei ao Congresso Nacionalpara regulamentar a Organização Sindical e a NegociaçãoColetiva.A tônica <strong>de</strong> ambos foi <strong>de</strong>finir os padrões “aceitáveis”para a organização dos sindicatos e da estruturada negociação coletiva, preservando integralmente aidéia fundamental <strong>de</strong> ferimento da autonomia sindicale <strong>de</strong> inegável conformismo com o sistema sindicalanterior. O movimento foi <strong>um</strong>a tentativa frustrada <strong>de</strong>“passar <strong>um</strong> verniz” no velho mo<strong>de</strong>lo e mantê-lo na essência,porém vitalizado no sentido <strong>de</strong> impedir a “criação<strong>de</strong>scontrolada” <strong>de</strong> entida<strong>de</strong>s sindicais. Na verda<strong>de</strong>,buscou-se por esse meio reorganizar as basescorporativistas sindicais, sensivelmente abaladas coma proibição <strong>de</strong> “intervenção e interferência estatal”, asseguradapelo artigo 8º da Constituição Fe<strong>de</strong>ral.Os mencionados projetos não galvanizaram os<strong>de</strong>bates. Além disso, a forte rejeição do movimentosindical mais organizado foi vital para relegá-los aoesquecimento.O Governo Itamar Franco (1992-1994) ass<strong>um</strong>iu<strong>um</strong>a postura diferente e organizou <strong>um</strong> Fór<strong>um</strong> Nacional<strong>de</strong> Relações <strong>de</strong> Trabalho para elaborar <strong>um</strong> diagnósticodas relações <strong>de</strong> trabalho no Brasil e sugerir modificaçõespara valorizar a negociação coletiva e modificaro nosso sistema <strong>de</strong> relações <strong>de</strong> trabalho. O diagnósticofoi realizado, mas o final <strong>de</strong> governo inviabilizouos necessários <strong>de</strong>sdobramentos. Ainda nessa épocafoi <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ada a mais expressiva iniciativa voltadaa regulamentar a proibição da <strong>de</strong>spedida arbitrária ousem justa causa, com a ratificação da Convenção nº158 da OIT.O primeiro Governo Fernando Henrique Cardoso(FHC) [1995-1998], sob fundamentos jurídicos até hojecontestados, <strong>de</strong>nunciou a Convenção nº 158, impedindo,assim, a geração dos efeitos jurídicos no âmbitonacional e iniciou o <strong>processo</strong> ─ politicamente vitoriosoao final ─ <strong>de</strong> vinculação do sistema <strong>de</strong> relações <strong>de</strong>trabalho com a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> oferecer alternativasnormativas ─ via <strong>de</strong>sregulamentação e rebaixamentodo espectro <strong>de</strong> proteção dos direitos trabalhistas ─para diminuir os efeitos da precarização do emprego edo a<strong>um</strong>ento do <strong>de</strong>semprego.A fragilida<strong>de</strong> dos apoios em torno das propostas <strong>de</strong>Reforma Sindical foi <strong>de</strong>cisiva para o segundo GovernoFHC (1999-2002) mudar o foco das suas alternativaspara as relações <strong>de</strong> trabalho. A liberda<strong>de</strong> sindical, malgradoa elaboração <strong>de</strong> <strong>um</strong>a Emenda Constitucional nofinal do governo, passou para o segundo plano. A ênfasefoi para as medidas <strong>de</strong> flexibilização dos padrõesnormativos vigentes. Sustentava-se ainda o discursosobre a “valorização dos sindicatos e da negociaçãocoletiva”, inconseqüente diante da manutenção dasrestrições à liberda<strong>de</strong> sindical contidas na Constituição10 .A eleição <strong>de</strong> Luís Inácio Lula da Silva à Presidênciada República inverteu novamente o foco das discussõesa favor da Liberda<strong>de</strong> Sindical nos padrõesconsagrados em todos os instr<strong>um</strong>entos normativospertinentes da Organização Internacional do Trabalho.O Governo Lula (2003-2006) almejou conduzir <strong>um</strong>amplo <strong>de</strong>bate sobre a reforma do sistema nacional <strong>de</strong>relações <strong>de</strong> trabalho e o fortalecimento do Diálogo Social.O <strong>processo</strong> foi articulado para promover modificaçõesestruturais ten<strong>de</strong>ntes a:• promover a <strong>de</strong>mocratização das relações <strong>de</strong> trabalhopor meio da adoção <strong>de</strong> <strong>um</strong> sistema <strong>de</strong> organizaçãoreferenciado na liberda<strong>de</strong> e autonomiasindical preconizada em todos os instr<strong>um</strong>entosnormativos da Organização Internacional do Trabalhosobre o tema;• atualizar a legislação do trabalho e torná-la maiscompatível com as novas exigências do <strong>de</strong>senvolvimentonacional e as características atuais domercado e das relações <strong>de</strong> trabalho;• mo<strong>de</strong>rnizar e agilizar as instituições públicas encarregadasda regulação do trabalho, especialmente10 O ápice <strong>de</strong>ssa jornada se <strong>de</strong>u com o projeto <strong>de</strong> lei que assegurava a“prevalência do negociado sobre o legislado” sem qualquer limite, articulaçãoou regra procedimental <strong>de</strong> relação entre as fontes normativas e asfontes provenientes da autonomia coletiva dos particulares.<strong>Conquistas</strong> e <strong><strong>de</strong>safios</strong> <strong>de</strong> <strong>um</strong> <strong>processo</strong> <strong>de</strong> <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong>: Reflexões dos atores para o futuro19


PORTUGUÊSA PAUTA DAS REFORMAS SINDICAL E TRABALHISTAa Justiça do Trabalho e o Ministério do Trabalho eEmprego;• fomentar o <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong>, promover o tripartismoe assegurar o primado da justiça <strong>social</strong> no âmbitodas leis do trabalho, das prerrogativas e garantiassindicais e das instituições <strong>de</strong> regulação do trabalho.Nesse contexto, foi constituído o FÓRUM NACIO-NAL DO TRABALHO, espaço público legitimado paradiscussão e encaminhamento das Reformas Sindicale Trabalhista e para afirmação do Diálogo Social noBrasil.A concepção <strong>de</strong>terminante do FNT, portanto, resultada combinação do objeto com o método, ou seja,da convicção que as Reformas Sindical e Trabalhistasão fundamentais para a consolidação <strong>de</strong>mocrática dosistema brasileiro <strong>de</strong> relações <strong>de</strong> trabalho e <strong>de</strong> queo Diálogo Social é a melhor maneira <strong>de</strong> conduzi-laspoliticamente.Desse modo, são objetivos gerais do FNT:a.) do ponto <strong>de</strong> vista das reformas, i<strong>de</strong>ntificar e esclarecera posição dos mais relevantes atores sociaissobre os institutos essenciais à <strong>de</strong>mocratizaçãodo sistema brasileiro <strong>de</strong> relações <strong>de</strong> trabalho, parapossibilitar a elaboração por consenso ou por iniciativado governo Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong> alteraçãoconstitucional ou <strong>de</strong> legislação infraconstitucional;b.) do ponto <strong>de</strong> vista do <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong>, consolidar <strong>um</strong>canal tripartite permanente <strong>de</strong> discussão públicasobre as relações <strong>de</strong> trabalho, como também <strong>de</strong>discussão prévia sobre projetos legislativos daárea.20 <strong>Conquistas</strong> e <strong><strong>de</strong>safios</strong> <strong>de</strong> <strong>um</strong> <strong>processo</strong> <strong>de</strong> <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong>: Reflexões dos atores para o futuro


O FÓRUM NACIONAL DO TRABALHOPORTUGUÊS4. O FÓRUM NACIONAL DO TRABALHO (FNT)O FNT foi concebido para discutir e propor soluçõeslegislativas voltadas a conferir <strong>um</strong> padrão contemporâneoao sistema brasileiro <strong>de</strong> relações <strong>de</strong> trabalho,especialmente às suas dimensões <strong>de</strong> <strong>de</strong>mocracia e <strong>de</strong>dinâmica econômica e trabalhista. Nessa perspectiva,a alteração do sistema sindical brasileiro foi entendidacomo a ligação institucional essencial para a dinâmicado sistema brasileiro <strong>de</strong> relações <strong>de</strong> trabalho.Por esse motivo é que foram invertidas as priorida<strong>de</strong>s<strong>de</strong> reformas, inserindo-se a Reforma Sindicalcomo prece<strong>de</strong>nte da Trabalhista, ante a constatação<strong>de</strong> que a liberda<strong>de</strong> sindical, cuja configuração é imprescindívelpara <strong>de</strong>finir o padrão da Reforma Trabalhista,é o centro dinâmico do sistema <strong>de</strong> relações <strong>de</strong>trabalho.A partir <strong>de</strong>ssa constatação foi <strong>de</strong>finido que os movimentosinstitucionais e normativos visariam:• estimular entida<strong>de</strong>s sindicais livres e autônomas;• consolidar o <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong>;• estimular a negociação coletiva <strong>de</strong> trabalho em todosos níveis e âmbitos;• conferir maior efetivida<strong>de</strong> às leis do trabalho ea<strong>de</strong>quá-las às novas características do mundo dotrabalho, <strong>de</strong> maneira a criar <strong>um</strong> ambiente mais propícioao combate à informalida<strong>de</strong> e à geração <strong>de</strong>emprego, ocupação e renda;• estimular a autocomposição dos conflitos trabalhistase sua resolução por meio da conciliação,mediação e arbitragem voluntárias;• modificar as leis do <strong>processo</strong> do trabalho para conferirmaior abrangência, agilida<strong>de</strong> e objetivida<strong>de</strong> às<strong>de</strong>cisões judiciais;• assegurar o direito sindical em toda a sua amplitu<strong>de</strong>no setor público.As alterações pretendidas, portanto, sinalizaramclaramente que a operação iniciada com o FNT nãocuidava <strong>de</strong> mera alteração legislativa sem qualquerreflexo. Mas as mudanças legislativas e institucionaisnecessárias à reestruturação sistêmica atingem ─ doponto <strong>de</strong> vista normativo ─ o Direito Sindical, a Legislaçãodo Trabalho, o Ministério do Trabalho e <strong>de</strong>maisórgãos públicos do Po<strong>de</strong>r Executivo, a Justiça do Trabalhoe até mesmo normas <strong>de</strong> Direito Processual doTrabalho.Por esse motivo, para a<strong>um</strong>entar a confiança dosatores sociais no <strong>processo</strong>, o percurso <strong>de</strong>corrente dasReformas Sindical e Trabalhista foi previamente <strong>de</strong>finidoe <strong>de</strong>limitado pelo FNT, mediante a i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong>todos os Grupos Temáticos 11 e das fases <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimentodo FNT 12 .4.1. Objetivos e finalida<strong>de</strong>sO FNT foi criado para promover o <strong>diálogo</strong> e a negociaçãoentre trabalhadores, empregadores e governo,sobre as Reformas Sindical e Trabalhista, tendo comoreferência a <strong>de</strong>mocratização das relações <strong>de</strong> trabalhoe a a<strong>de</strong>quação da legislação trabalhista às novas exigênciasdo <strong>de</strong>senvolvimento nacional.A atualização das leis sindicais e trabalhistas, bemcomo das instituições que regulam o trabalho, visa torná-lasmais compatíveis com a realida<strong>de</strong> econômica,política e <strong>social</strong> do país, <strong>de</strong> maneira a estimular a adoção<strong>de</strong> <strong>um</strong> regime <strong>de</strong> liberda<strong>de</strong> e autonomia sindical,nos termos das normas da OIT, e a criar <strong>um</strong> ambientepropício à geração <strong>de</strong> empregos <strong>de</strong> melhor qualida<strong>de</strong>e à elevação do padrão <strong>de</strong> renda da população brasileira.Assim sendo, além <strong>de</strong> fomentar o Diálogo Sociale promover o tripartismo, o movimento das ReformasSindical e Trabalhista visava assegurar o primado dajustiça <strong>social</strong> no âmbito das leis do trabalho, das prerrogativase garantias sindicais e das instituições <strong>de</strong>regulação do trabalho.A finalida<strong>de</strong> do FNT foi, prepon<strong>de</strong>rantemente 13 , a<strong>de</strong> forjar consensos — concordância da totalida<strong>de</strong> dosseus membros — com base na discussão e na negociaçãoem torno <strong>de</strong> temas relativos ao sistema brasileiro<strong>de</strong> relações <strong>de</strong> trabalho, em particular à legislaçãosindical e trabalhista.11 GT 1. Organização Sindical; GT-2. Negociação Coletiva; GT-3. Sistema<strong>de</strong> Composição dos Conflitos; GT-4. Legislação do Trabalho; GT-5.Organização Administrativa e Judiciária do Trabalho; GT-6. Normas Administrativassobre Condições <strong>de</strong> Trabalho; GT-7. Qualificação e CertificaçãoProfissional; GT-8. Micro e Pequenas Empresas, Autogestão eInformalida<strong>de</strong>.12 A primeira, <strong>de</strong>stinada ao <strong>de</strong>bate e encaminhamento da reforma sindicale trabalhista propriamente dita, privilegiando a elaboração <strong>de</strong> projetoslegislativos para posterior encaminhamento ao Congresso Nacional; Asegunda, voltada ao acompanhamento da consistência das reformas eda análise das normas específicas ou especiais (Administração Pública,dos Trabalhadores Rurais e dos Portuários) e seqüência dos <strong>de</strong>batesdos Grupos Temáticos; A terceira, com a transformação do FNT em ConselhoNacional <strong>de</strong> Relações <strong>de</strong> Trabalho, com caráter permanente. Asduas primeiras fases integraram o projeto a partir da <strong>de</strong>cisão do Governo;a terceira <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ria da liberação das instâncias próprias do FNT.13 Pois no caso <strong>de</strong> não obtenção <strong>de</strong> consensos o Governo toma posição eencaminha diretamente o assunto.<strong>Conquistas</strong> e <strong><strong>de</strong>safios</strong> <strong>de</strong> <strong>um</strong> <strong>processo</strong> <strong>de</strong> <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong>: Reflexões dos atores para o futuro21


PORTUGUÊSO FÓRUM NACIONAL DO TRABALHOAlcançados os consensos e i<strong>de</strong>ntificadas as divergências,os resultados seriam encaminhados aoMinistro do Trabalho e Emprego, para subsidiar a elaboração<strong>de</strong> projetos legislativos <strong>de</strong> Reformas Sindicale Trabalhista <strong>de</strong> caráter constitucional e infraconstitucional.4.2. Composição e estruturaO FNT é composto <strong>de</strong> forma tripartite e paritária,garantindo assim a participação <strong>de</strong> trabalhadores,empregadores e governo. O FNT conta, ainda, coma participação <strong>de</strong> representantes <strong>de</strong> pequenos e micro-empreendimentose <strong>de</strong> novas formas <strong>de</strong> produçãoresponsáveis pela difusão <strong>de</strong> novas modalida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>relações <strong>de</strong> trabalho.A estrutura do FNT incorpora os seguintes órgãos:coor<strong>de</strong>nação; plenária representativa; comissão <strong>de</strong>sistematização e grupos temáticos 14 .O fluxo dos <strong>de</strong>bates tem início nos Grupos Temáticos,a partir da agenda <strong>de</strong> <strong>de</strong>bates 15 elaborada pelaCoor<strong>de</strong>nação Técnica do FNT, passando pela Comissão<strong>de</strong> Sistematização e terminando na Plenária Representativa.Os Grupos Temáticos são constituídos por temas,obe<strong>de</strong>cendo à seguinte divisão: organização sindical;negociação coletiva; sistema <strong>de</strong> composição <strong>de</strong> conflitos;legislação do trabalho; organização administrativae judiciária; normas administrativas sobre condições <strong>de</strong>trabalho; qualificação e certificação profissional; microe pequenas empresas e outras formas <strong>de</strong> trabalho.A Coor<strong>de</strong>nação 16 é composta por 7 membros do14 As Conferências Estaduais do Trabalho (CETs), bem mencionadas nas entrevistascom os atores sociais, não fazem parte dos órgãos do FNT, massim da sua programação <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s. Ocorreram nos meses <strong>de</strong> agosto,setembro e outubro <strong>de</strong> 2003. Foram espaços abertos <strong>de</strong> <strong>de</strong>bate sobre osproblemas contemporâneos do mundo do trabalho, privilegiando os temasda agenda nacional. As CETs contaram com a participação <strong>de</strong> 9.715 pessoas,<strong>de</strong>ntre representantes <strong>de</strong> trabalhadores, empregadores, entida<strong>de</strong>sda área trabalhista e <strong>de</strong> outros setores. As CETs tiveram a mesma estruturaorganizacional do FNT. Os eventos preparatórios às CETs – seminários,oficinas, ciclos <strong>de</strong> <strong>de</strong>bates – envolveram mais <strong>de</strong> 20 mil pessoas.15 Elaborada a partir <strong>de</strong> <strong>um</strong> curto texto <strong>de</strong> diagnóstico do assunto a serdiscutido, seguido <strong>de</strong> perguntas ou conclusões preliminares da Bancadado Governo.16 Compete à Coor<strong>de</strong>nação do FNT: a). Coor<strong>de</strong>nar e garantir as ativida<strong>de</strong>s eo bom funcionamento do FNT; b). Convocar as reuniões ordinárias da PlenáriaRepresentativa, bem como as reuniões extraordinárias, a seu critérioou por solicitação <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> <strong>um</strong>a das bancadas representativas; c). Presidiras reuniões ordinárias e extraordinárias da Plenária Representativa naforma estabelecida no Regimento; d). Convocar e presidir as reuniões daComissão <strong>de</strong> Sistematização; e). Convocar as reuniões dos Grupos Temáticos;f). Quando necessário, promover mesas <strong>de</strong> negociações especiaissobre questões relevantes referentes aos temas em discussão; g). Nomearos relatores e mediadores dos Grupos Temáticos mediante consultaprévia às respectivas bancadas dos trabalhadores e dos empregadores;h). Dirimir dúvidas relacionadas à compreensão <strong>de</strong> artigos do Regimento.Ministério do Trabalho e Emprego.A Plenária Representativa 17 é composta por 72membros, sendo 21 indicados em com<strong>um</strong> acordopelas Centrais Sindicais <strong>de</strong> caráter nacional que <strong>de</strong>sfrutem<strong>de</strong> reconhecimento público e <strong>de</strong> notória representativida<strong>de</strong>,21 indicados em com<strong>um</strong> acordo pelasentida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> classe empresariais <strong>de</strong> caráter nacionalque <strong>de</strong>sfrutem <strong>de</strong> reconhecimento público e <strong>de</strong> notóriarepresentativida<strong>de</strong>, 21 indicados pelo Ministério doTrabalho e Emprego e 9 (nove) indicados pelo GrupoTemático sobre Micro e Pequenas Empresas e Informalida<strong>de</strong>,criado no âmbito do Conselho <strong>de</strong> DesenvolvimentoEconômico e Social (CDES), representandodiferentes formas <strong>de</strong> empreen<strong>de</strong>dorismo que são responsáveispelo surgimento <strong>de</strong> novas modalida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>relações <strong>de</strong> trabalho.As bancadas <strong>de</strong> trabalhadores e <strong>de</strong> empregadores,que integram a Plenária Representativa, <strong>de</strong>vemnomear, <strong>de</strong>ntre os seus membros, <strong>um</strong> Coor<strong>de</strong>nadore <strong>um</strong> Coor<strong>de</strong>nador Adjunto, assim como <strong>um</strong> suplentepara cada membro efetivo <strong>de</strong> todos os órgãos do FNT.A bancada dos pequenos e microempreendimentos e<strong>de</strong> novas formas <strong>de</strong> trabalho respeita o princípio <strong>de</strong>composição paritária.Os membros da Plenária Representativa não<strong>de</strong>vem necessariamente participar da Comissão <strong>de</strong>Sistematização e/ ou dos Grupos Temáticos, po<strong>de</strong>ndoesses órgãos contar com a participação <strong>de</strong> outrosmembros indicados pelas respectivas bancadas.A Comissão <strong>de</strong> Sistematização 18 é composta por21 membros, sendo 6 (seis) representantes dos trabalhadores,6 (seis) representantes dos empregadores, 6(seis) membros indicados pelo Ministério do Trabalho eEmprego e 3 (três) membros indicados pelo Grupo Temáticosobre Micro e Pequenas Empresas e Informa-17 Compete à Plenária Representativa: a). Propor, com base nos temas previstosno Regimento, novos pontos para discussão nos Grupos Temáticos;b). Analisar os Relatórios Preliminares dos Grupos Temáticos, bem comoo Relatório Final, que será elaborado pela Comissão <strong>de</strong> Sistematização.18 Compete à Comissão <strong>de</strong> Sistematização: a). Acolher e apreciar contribuiçõesreferentes aos temas em discussão no FNT que sejam encaminhadaspor personalida<strong>de</strong>s e instituições da socieda<strong>de</strong> civil; b). Respon<strong>de</strong>r <strong>de</strong>forma criteriosa as propostas encaminhadas ao FNT por personalida<strong>de</strong>se instituições da socieda<strong>de</strong> civil; c). Acolher e apreciar os relatórios elaboradospelas Conferências Estaduais do Trabalho, bem como o resultado<strong>de</strong> outras ativida<strong>de</strong>s que vierem a ser promovidas pelas DRTs; d). Sistematizare discutir os conteúdos dos Relatórios Preliminares, buscando aampliação da base <strong>de</strong> consenso alcançada pelos Grupos Temáticos; e).Quando necessário, promover mesas <strong>de</strong> negociações especiais sobrequestões relevantes referentes aos temas em discussão; f). Solicitar juntoà Coor<strong>de</strong>nação do FNT a participação e o apoio <strong>de</strong> técnicos da OIT e <strong>de</strong>outras instituições governamentais e ou não-governamentais; g) Preparar,com base nas conclusões dos Grupos Temáticos, Relatórios Parciais, bemcomo o Relatório Final a ser submetido à apreciação da Plenária Representativa.22 <strong>Conquistas</strong> e <strong><strong>de</strong>safios</strong> <strong>de</strong> <strong>um</strong> <strong>processo</strong> <strong>de</strong> <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong>: Reflexões dos atores para o futuro


O FÓRUM NACIONAL DO TRABALHOPORTUGUÊSlida<strong>de</strong>. Os membros da Comissão <strong>de</strong> Sistematizaçãoe/ ou dos Grupos Temáticos que não participarem daPlenária Representativa não terão assento no órgão.Cada Grupo Temático 19 é composto por 18 membros,sendo 6 (seis) representantes dos trabalhadores,6 (seis) representantes dos empregadores e 6 (seis)representantes indicados pelo Ministério do Trabalhoe Emprego; com o auxílio <strong>de</strong> 1 (<strong>um</strong>) mediador e <strong>de</strong> 1(<strong>um</strong>) relator, indicados pela Coor<strong>de</strong>nação do FNT.Cada bancada representativa <strong>de</strong>ve garantir a participaçãodos mesmos representantes, ou <strong>de</strong> pelo menos1/3 (<strong>um</strong> terço) <strong>de</strong>les, nos Grupos Temáticos sobreOrganização Sindical, Negociação Coletiva e Sistema<strong>de</strong> Composição <strong>de</strong> Conflitos.O mesmo critério <strong>de</strong> participação <strong>de</strong>ve ser adotadopara os Grupos Temáticos sobre Legislação do Trabalhoe Normas Administrativas sobre Condições <strong>de</strong>Trabalho.4.3. FuncionamentoA Plenária Representativa reúne-se em duas sessõesanuais ordinárias, e extraordinariamente quandoconvocada pela Coor<strong>de</strong>nação do FNT. A PlenáriaRepresentativa é presidida pelo Ministro do Trabalhoe Emprego. Qualquer questão pautada para o <strong>de</strong>batenos órgãos do FNT só será consi<strong>de</strong>rada superadaquando acolhida por consenso pela Plenária Representativaou quando se tornar explícita e incontornávela falta <strong>de</strong> entendimento das partes.A Comissão <strong>de</strong> Sistematização reúne-se ordinariamenteconforme calendário <strong>de</strong> reunião previamente<strong>de</strong>finido, e extraordinariamente quando convocadapela Coor<strong>de</strong>nação do FNT. As reuniões da Comissão<strong>de</strong> Sistematização são coor<strong>de</strong>nadas pelo Coor<strong>de</strong>nadorGeral do FNT, e a relatoria a cargo do AssessorTécnico Especial da Coor<strong>de</strong>nação.Os Grupos Temáticos reúnem-se ordinariamenteconforme calendário previamente <strong>de</strong>finido pela Coor<strong>de</strong>naçãodo FNT, e extraordinariamente quando <strong>de</strong>cididopelos seus membros, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que obe<strong>de</strong>cidos osprazos gerais <strong>de</strong>finidos no Cronograma <strong>de</strong> Ativida<strong>de</strong>sdo Fór<strong>um</strong>;19 Compete aos Grupos Temáticos: a). Realizar as discussões e negociaçõessobre suas respectivas agendas, com base em Relatórios Temáticospreparados pela Coor<strong>de</strong>nação do FNT, e <strong>de</strong>ntro dos prazos estabelecidosno Cronograma <strong>de</strong> Ativida<strong>de</strong>s apresentado pela Coor<strong>de</strong>naçãodo FNT, com o objetivo <strong>de</strong> forjar posições consensuais sobre cada <strong>um</strong>adas questões apontadas nos referidos Relatórios Temáticos; b). Produzir<strong>um</strong> relatório, após cada reunião, contendo as questões acordadas, bemcomo as divergências, que <strong>de</strong>verão ser <strong>de</strong>talhadamente assinaladas.As discussões relativas ao tema Micro e PequenasEmpresas e Outras Formas <strong>de</strong> Trabalho são realizadasno âmbito do Grupo Temático do CDES. Suasconclusões específicas sobre relações do trabalho,legislação trabalhista e organização sindical são encaminhadasdiretamente à Comissão <strong>de</strong> Sistematização<strong>de</strong>ntro do prazo previsto no calendário do Fór<strong>um</strong>.As discussões e entendimentos nos Grupos Temáticoscontam com a mediação e a relatoria <strong>de</strong> técnicosindicados pela Coor<strong>de</strong>nação do FNT. As reuniões dosGrupos Temáticos são previamente preparadas peloscoor<strong>de</strong>nadores das respectivas bancadas. Essasreuniões preparatórias visam: a) avaliar a reunião anterior;b) pontuar as questões polêmicas <strong>de</strong> maneiraa objetivar as discussões; c) <strong>de</strong>finir a metodologia eprecisar a pauta e o tempo <strong>de</strong> duração da reunião.Cada Grupo Temático conta com <strong>um</strong>a agenda <strong>de</strong><strong>de</strong>bates sobre os assuntos em pauta. Das reuniõessão gerados os Relatórios Preliminares, os quais sãoaprovados na reunião subseqüente. Não há limite paraa inscrição <strong>de</strong> assessores das bancadas representativas.Porém, dos assessores inscritos, somente 3 (três)<strong>de</strong> cada bancada são cre<strong>de</strong>nciados para o Grupo Temático,bem como para as reuniões da Comissão <strong>de</strong>Sistematização. Durante as discussões os assessoresnão possuem o direito a voz.4.4. ConsensosApós doze meses <strong>de</strong> trabalho, a Plenária <strong>de</strong> Representantesaprovou o rol <strong>de</strong> consensos alcançadosnos <strong>de</strong>bates dos Grupos Temáticos e da Comissão <strong>de</strong>Sistematização que serviriam <strong>de</strong> base para a elaboraçãoda Proposta <strong>de</strong> Emenda à Constituição e do Anteprojeto<strong>de</strong> Lei <strong>de</strong> Relações Sindicais.Os consensos foram apresentados por tema específico,com base nas seguintes premissas:• O sistema sindical <strong>de</strong>ve se referenciar na representativida<strong>de</strong>comprovada ou <strong>de</strong>rivada, <strong>de</strong> acordocom critérios objetivos;• As organizações sindicais serão constituídas combase em critérios <strong>de</strong> enquadramento por setoreconômico e ramo <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong> econômica;• O sistema <strong>de</strong>ve fortalecer as centrais sindicais eas confe<strong>de</strong>rações <strong>de</strong> empregadores como entida<strong>de</strong>snacionais.Nesta oportunida<strong>de</strong>, em razão dos objetivos do trabalho,serão apresentados apenas os consensos maisrelevantes.<strong>Conquistas</strong> e <strong><strong>de</strong>safios</strong> <strong>de</strong> <strong>um</strong> <strong>processo</strong> <strong>de</strong> <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong>: Reflexões dos atores para o futuro23


PORTUGUÊSO FÓRUM NACIONAL DO TRABALHO4.4.1. Organização sindicalDevido à opção pela reforma do sistema sindicalem vigor, os consensos concernentes à organizaçãosindical contaram com <strong>um</strong>a <strong>de</strong>finição essencial, qualseja, a relativa à necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>um</strong>a legislação sindicalpara <strong>de</strong>senhar o formato do novo sistema proposto,sem, contudo, agredir as garantias constitucionais<strong>de</strong> não-interferência ou intervenção na organizaçãosindical.A partir <strong>de</strong>ssa <strong>de</strong>cisão, foram <strong>de</strong>finidos também oscontornos genéricos norteadores da norma sugerida,quais sejam:• A lei <strong>de</strong>ve garantir a personalida<strong>de</strong> sindical às entida<strong>de</strong>sque integram, em seus diferentes níveis eâmbitos <strong>de</strong> representação, o sistema sindical;• A lei <strong>de</strong>ve estabelecer as prerrogativas e atribuiçõesdas entida<strong>de</strong>s sindicais;• A lei <strong>de</strong>ve estabelecer critérios objetivos para aferira representativida<strong>de</strong>, com base nos quais seráconferida a personalida<strong>de</strong> sindical;• A lei <strong>de</strong>ve consagrar a prevenção aos atos antisindicais.Em seguida, os consensos foram firmados em razãodos temas <strong>de</strong> maior repercussão prática paraa gestão sindical cotidiana, como é o caso da:Estrutura e âmbito <strong>de</strong> representação• As entida<strong>de</strong>s sindicais serão constituídas comoinstituições <strong>de</strong> âmbito nacional (centrais sindicaise confe<strong>de</strong>rações por setor econômico), estadual(fe<strong>de</strong>rações por ramo <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong> econômica) emunicipal (sindicatos por ramo <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong> econômica);• Cabe a cada central sindical ou confe<strong>de</strong>ração <strong>de</strong>empregadores <strong>de</strong>finir a organização do seu sistema,po<strong>de</strong>ndo existir fe<strong>de</strong>rações nacionais e interestaduais,além <strong>de</strong> sindicatos nacionais, interestaduais,estaduais, intermunicipais e municipais;• Não po<strong>de</strong>rão mais ser constituídas entida<strong>de</strong>s sindicaispor categorias diferenciadas;• As centrais sindicais serão constituídas com basenos critérios estabelecidos em lei 20 ;20 a) Ter representação em pelo menos 18 Estados da Fe<strong>de</strong>ração, nas 5regiões do País; b) Em 12 Estados ter, pelo menos, 15% <strong>de</strong> sindicalizadosentre a soma dos trabalhadores empregados em cada <strong>um</strong> <strong>de</strong>ssesEstados; c) Ter pelo menos 22% <strong>de</strong> sindicalização entre o total <strong>de</strong> trabalhadoresempregados nas bases <strong>de</strong> representação <strong>de</strong> seus sindicatos;d) Em pelo menos 7 setores econômicos ter, no mínimo, 15% <strong>de</strong> sindicalizadosentre a soma dos trabalhadores empregados em cada <strong>um</strong><strong>de</strong>sses setores.• Po<strong>de</strong>rão ser criadas confe<strong>de</strong>rações, fe<strong>de</strong>rações e sindicatosin<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes das centrais sindicais, <strong>de</strong>s<strong>de</strong>que c<strong>um</strong>pram os critérios estabelecidos em lei;• As confe<strong>de</strong>rações <strong>de</strong> empregadores serão constituídascom base nos critérios estabelecidos emlei 21 .Exclusivida<strong>de</strong> <strong>de</strong> representação• Será garantida a exclusivida<strong>de</strong> <strong>de</strong> representaçãoaos sindicatos com registro anterior à nova legislação,<strong>de</strong>s<strong>de</strong> que c<strong>um</strong>pram os requisitos legais 22 ;• Os sindicatos com representativida<strong>de</strong> <strong>de</strong>rivadanão po<strong>de</strong>rão optar pela exclusivida<strong>de</strong> <strong>de</strong> representação.Estatuto das entida<strong>de</strong>s sindicais• As Normas Estatutárias para o sindicato que optarpela exclusivida<strong>de</strong> <strong>de</strong> representação serão <strong>de</strong>finidaspelo Conselho Nacional <strong>de</strong> Relações do Trabalhoe <strong>de</strong>verão tratar <strong>de</strong> pontos específicos paraevitar <strong>de</strong>svio <strong>de</strong> garantias 23 .Sustentação financeira• Extinção das contribuições confe<strong>de</strong>rativa e assistenciala partir da vigência da nova legislação;• extinção gradual da contribuição sindical 24 ;• implantação da Contribuição Negocial, <strong>de</strong> periodicida<strong>de</strong>anual, que será recolhida <strong>de</strong> todos os beneficiadospor acordo coletivo, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que aprovadaem Assembléia 25 ;• a Contribuição Negocial só po<strong>de</strong>rá ser recolhidapelas instituições sindicais que comprovarem asua representativida<strong>de</strong>;• os recursos provenientes da Contribuição Nego-21 a) Ter representação em pelo menos 18 Estados da Fe<strong>de</strong>ração, nas 5regiões do País; b) Em 12 Estados ter, pelo menos, 20% <strong>de</strong> sindicalizaçãocorrespon<strong>de</strong>nte às bases <strong>de</strong> representação <strong>de</strong> seus sindicatos; c)Em pelo menos 18 Estados ter entre os seus sindicalizados empresasque correspondam a, no mínimo, 20% da soma do capital <strong>social</strong> dasempresas <strong>de</strong> sua base <strong>de</strong> representação; d) Em pelo menos 18 Estadoster entre os seus sindicalizados empresas que empreguem, no mínimo,20% dos empregados das empresas <strong>de</strong> sua base <strong>de</strong> representação.22 a) A<strong>de</strong>quação dos seus estatutos a normas <strong>de</strong>mocráticas com aprovaçãoem Assembléia amplamente convocada; b) ter pelo menos 20% <strong>de</strong>sindicalizados entre os trabalhadores <strong>de</strong> sua base <strong>de</strong> representação.23 a) Direitos e <strong>de</strong>veres dos associados e dos membros da diretoria; b)estrutura organizativa e suas finalida<strong>de</strong>s; c)composição da diretoria esuas atribuições; d) período dos mandatos dos membros da diretoria; e)penalida<strong>de</strong>s e perda do mandato; f) requisitos para votar e ser votado; g)conselho fiscal e prestação <strong>de</strong> contas; h) remuneração dos membros dadiretoria; i) <strong>processo</strong> eleitoral; j) dissolução da entida<strong>de</strong>24 Extinção gradual em 3 (três) anos para as entida<strong>de</strong>s dos trabalhadorese <strong>de</strong> 6 (seis) anos para as entida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> empregadores.25 No máximo 1% da remuneração líquida recebida pelo trabalhador noano anterior, paga em pelo menos 3 (três) parcelas mensais em relaçãoas entida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> trabalhadores, e, para as entida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> empregadores,no máximo 0,8% do capital <strong>social</strong> das empresas, observado o mínimo <strong>de</strong>R$ 100,00 (cem reais)24 <strong>Conquistas</strong> e <strong><strong>de</strong>safios</strong> <strong>de</strong> <strong>um</strong> <strong>processo</strong> <strong>de</strong> <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong>: Reflexões dos atores para o futuro


O FÓRUM NACIONAL DO TRABALHOPORTUGUÊScial serão <strong>de</strong>stinados ao custeio dos sindicatos,fe<strong>de</strong>rações, confe<strong>de</strong>rações, centrais sindicais e doFundo Solidário <strong>de</strong> Promoção Sindical, <strong>de</strong>vendoser fixados em lei os percentuais correspon<strong>de</strong>ntesa cada nível <strong>de</strong> representação 26 .Fundo solidário <strong>de</strong> promoção sindical• Administrado com base nas diretrizes do ConselhoNacional <strong>de</strong> Relações do Trabalho e constituídopor recursos <strong>de</strong>svinculados do Orçamento Geralda União;• Caberá ao Fundo Solidário <strong>de</strong> Promoção Sindicalcustear as ativida<strong>de</strong>s do Conselho Nacional <strong>de</strong>Relações do Trabalho, bem como os programas<strong>de</strong> valorização da organização sindical, estudose pesquisas nas áreas <strong>de</strong> economia, saú<strong>de</strong> dostrabalhadores, meio ambiente e relações <strong>de</strong> trabalho.Transição• As entida<strong>de</strong>s sindicais que obtiveram o registrosindical até o dia anterior ao do início da vigênciada nova legislação exercerão todas as prerrogativase atribuições sindicais;• Os <strong>processo</strong>s <strong>de</strong> registro sindical que ainda estiveremtramitando no Ministério <strong>de</strong> Trabalho e Emprego(MTE), quando da vigência da nova lei, <strong>de</strong>verãose rea<strong>de</strong>quar às novas exigências da legislação;• As entida<strong>de</strong>s sindicais com registro anterior à novalegislação que não c<strong>um</strong>prirem os requisitos estabelecidosper<strong>de</strong>rão a sua personalida<strong>de</strong> sindical, amenos que se vinculem a <strong>um</strong>a entida<strong>de</strong> sindical <strong>de</strong>nível superior reconhecida <strong>de</strong> seu respectivo setoreconômico;• As entida<strong>de</strong>s sindicais que tiverem suas representaçõescanceladas somente serão reabilitadasapós o atendimento dos critérios <strong>de</strong> representativida<strong>de</strong>aferidos pelo MTE;• O período <strong>de</strong> transição para as entida<strong>de</strong>s sindicais<strong>de</strong> trabalhadores será <strong>de</strong> 3 anos, prorrogável pormais 2 anos a <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r da análise <strong>de</strong> seus índices<strong>de</strong> sindicalização pela Câmara Bipartite do ConselhoNacional <strong>de</strong> Relações do Trabalho-CNRT;• As entida<strong>de</strong>s sindicais <strong>de</strong> trabalhadores po<strong>de</strong>rão26 e o máximo <strong>de</strong> 800 vezes em relação ao mínimo <strong>de</strong> contribuição.Entida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> trabalhadores (10% para as centrais sindicais; 5% paraas confe<strong>de</strong>rações; 10% para as fe<strong>de</strong>rações; 70% para os sindicatos; e,5% para o fundo solidário); Entida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> empregadores (10% para asconfe<strong>de</strong>rações; 20% para as fe<strong>de</strong>rações; 65% para os sindicatos; e, 5%para o fundo solidário).ser reconhecidas, durante o período <strong>de</strong> transição,com base em critérios <strong>de</strong> representativida<strong>de</strong> específicos.Após esse período, <strong>de</strong>verão c<strong>um</strong>prir oscritérios <strong>de</strong>finitivos fixados em lei;• O período <strong>de</strong> transição para as entida<strong>de</strong>s sindicais<strong>de</strong> empregadores será <strong>de</strong> 5 anos, prorrogável pormais 2 anos, a <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r da análise <strong>de</strong> seus índices<strong>de</strong> sindicalização pela Câmara Bipartite doCNRT;• As entida<strong>de</strong>s sindicais <strong>de</strong> empregadores não terãocritérios <strong>de</strong> representativida<strong>de</strong> específicos para operíodo <strong>de</strong> transição.Conselho Nacional <strong>de</strong> Relações do Trabalho• Composto por <strong>um</strong>a Plenária tripartite e paritária epor 2 Câmaras Bipartites (governo/ trabalhadorese governo/ empregadores), com atribuições parapropor: a.) diretrizes <strong>de</strong> políticas públicas e avaliação<strong>de</strong> programas e ações governamentais noâmbito das relações <strong>de</strong> trabalho; b.) os setoreseconômicos e os ramos <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong> econômicapara efeito <strong>de</strong> organização sindical; c.) critérios esolução <strong>de</strong> dúvidas sobre enquadramento sindicalpara as representações <strong>de</strong> empregadores e <strong>de</strong>trabalhadores; d.) as normas estatutárias a seremobe<strong>de</strong>cidas pelos Sindicatos <strong>de</strong> trabalhadores e<strong>de</strong> empregadores que a<strong>de</strong>rirem à exclusivida<strong>de</strong> darepresentação; e.) o procedimento <strong>de</strong> cobrança ecomprovação do repasse dos valores da ContribuiçãoNegocial; f.) a revisão, a cada 8 anos, dos critérios<strong>de</strong> aferição da representação das entida<strong>de</strong>ssindicais.4.4.2. Negociação coletiva• As negociações coletivas <strong>de</strong>vem ser pautadas nosprincípios da boa-fé, do reconhecimento das partese do respeito mútuo;• A negociação coletiva <strong>de</strong>ve ser o eixo da novarelação entre trabalhadores e empregadores, preservadosos direitos <strong>de</strong>finidos em lei como inegociáveis;• A valida<strong>de</strong> dos acordos será <strong>de</strong>finida no própriocontrato coletivo. Po<strong>de</strong>rão ser <strong>de</strong>finidos diferentesperíodos <strong>de</strong> negociação para diferentes cláusulas<strong>de</strong> <strong>um</strong> mesmo acordo coletivo, sem prejuízo <strong>de</strong><strong>um</strong>a data <strong>de</strong> referência para a renovação do contrato;• As negociações po<strong>de</strong>rão ocorrer em nível nacional,regional, interestadual, estadual, municipal ou<strong>Conquistas</strong> e <strong><strong>de</strong>safios</strong> <strong>de</strong> <strong>um</strong> <strong>processo</strong> <strong>de</strong> <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong>: Reflexões dos atores para o futuro25


PORTUGUÊSO FÓRUM NACIONAL DO TRABALHOaté mesmo por empresa ou grupo <strong>de</strong> empresas,respeitadas as peculiarida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> cada setor econômicoe das empresas;• As negociações realizadas pelas entida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> nívelsuperior, como centrais sindicais ou confe<strong>de</strong>rações,<strong>de</strong>verão indicar as cláusulas que não po<strong>de</strong>mser alteradas nas negociações realizadas pelasinstituições <strong>de</strong> nível inferior;• Po<strong>de</strong>m-se prever no acordo coletivo regras <strong>de</strong>transição das cláusulas, ou as partes po<strong>de</strong>m <strong>de</strong>finira regra que <strong>de</strong>ve vigorar caso não haja renovação;• Na hipótese <strong>de</strong> vencimento do acordo sem renovação,ele será prorrogado por 90 dias. Neste prazo,as partes po<strong>de</strong>rão nomear árbitro. Persistindoo impasse, o conflito será submetido à arbitragempública na Justiça do Trabalho. O acordo existentepermanecerá em vigor até a <strong>de</strong>cisão final da arbitragempública;• Os trabalhadores dos serviços e ativida<strong>de</strong>s essenciaise do serviço público terão regras especiais <strong>de</strong>negociação coletiva. A proposta <strong>de</strong> regulamentação<strong>de</strong>ssas regras será elaborada no prazo <strong>de</strong> 120dias, a partir do envio da proposta <strong>de</strong> reforma aoCongresso Nacional.4.4.3. Solução dos conflitos <strong>de</strong> trabalho• A legislação sindical <strong>de</strong>ve assegurar meios parasolucionar conflitos entre trabalhadores e empregadorescom rapi<strong>de</strong>z, segurança jurídica, semprejuízo do direito <strong>de</strong> acesso ao Po<strong>de</strong>r Judiciário,por meio <strong>de</strong> conciliação, mediação e arbitragem,sobretudo para resolver conflitos <strong>de</strong> natureza econômica;• No caso dos conflitos individuais, também po<strong>de</strong>ráhaver composição voluntária, com assistência dossindicatos e sem prejuízo do recurso à justiça;• Os meios <strong>de</strong> solução <strong>de</strong> conflitos po<strong>de</strong>rão ser públicosou privados, só <strong>de</strong>vendo ser acionados <strong>de</strong>com<strong>um</strong> acordo entre as partes;• Nos conflitos coletivos <strong>de</strong> interesse, a Justiça doTrabalho po<strong>de</strong>rá atuar como árbitro público, medianterequerimento conjunto das partes e segundoos princípios gerais <strong>de</strong> arbitragem;• Vencidas as etapas para a composição <strong>de</strong> conflitossobre os instr<strong>um</strong>entos normativos sem que hajaacordo, a Justiça do Trabalho será acionada paraatuar como árbitro compulsório, sem possibilida<strong>de</strong><strong>de</strong> recurso, segundo as regras e procedimentos <strong>de</strong>arbitragem;• Não <strong>de</strong>ve haver julgamento <strong>de</strong> mérito ou do objetoda greve. A ocorrência <strong>de</strong> ilícitos ou crimes nocurso da greve será apurada segundo a legislaçãotrabalhista, civil ou penal;• Na greve em serviços essenciais, as entida<strong>de</strong>ssindicais <strong>de</strong> trabalhadores serão obrigadas a comunicara paralisação aos empregadores com 72horas <strong>de</strong> antecedência e aos usuários com 48 horas.Nesse mesmo tempo, os empregadores <strong>de</strong>verãocomunicar à população quais serviços <strong>de</strong>verãocontinuar em funcionamento;• Deve ser garantida a prestação <strong>de</strong> serviços indispensáveisnos serviços e ativida<strong>de</strong>s essenciais 27 ;• Haverá proteção contra práticas anti-sindicais, <strong>de</strong>vendoa lei <strong>de</strong>finir <strong>um</strong> procedimento ágil e simplificadopara prevenir tal conduta.27 a) tratamento e abastecimento <strong>de</strong> água, produção e distribuição <strong>de</strong> energiaelétrica, gás e combustíveis; b.) assistência médica e hospitalar; c)distribuição e comercialização <strong>de</strong> medicamentos e alimentos; d) funerários;e) transporte coletivo; f) captação e tratamento <strong>de</strong> esgoto e lixo; g)telecomunicações; h) guarda, uso e controle <strong>de</strong> substâncias radioativas,equipamentos e materiais nucleares; i) processamento <strong>de</strong> dados ligadosa serviços essenciais; j) controle <strong>de</strong> tráfego aéreo; k) compensação bancária.26 <strong>Conquistas</strong> e <strong><strong>de</strong>safios</strong> <strong>de</strong> <strong>um</strong> <strong>processo</strong> <strong>de</strong> <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong>: Reflexões dos atores para o futuro


O ENCAMINHAMENTO DAS DELIBERAÇÕES DO FNTPORTUGUÊS5. O ENCAMINHAMENTO DAS DELIBERAÇÕES DO FNTOs resultados dos consensos foram trabalhadospela Coor<strong>de</strong>nação Técnica do FNT e apresentados emforma <strong>de</strong> Projeto <strong>de</strong> Emenda Constitucional e <strong>de</strong> Anteprojeto<strong>de</strong> Lei <strong>de</strong> Relações Sindicais ao Ministro doTrabalho e Emprego. Isso se <strong>de</strong>u porque os consensosobtidos no FNT sobre as normas infraconstitucionaisreclamam <strong>um</strong>a permissão constitucional. Dessamaneira, foi encaminhado junto à proposta <strong>de</strong> EmendaConstitucional o Anteprojeto <strong>de</strong> Lei <strong>de</strong> Relações Sindicaispara indicar aos parlamentares e à socieda<strong>de</strong> asbases da regulamentação infraconstitucional.Os dois doc<strong>um</strong>entos foram submetidos à apreciaçãodo Excelentíssimo Senhor Presi<strong>de</strong>nte da República,que enviou ao Congresso Nacional a Proposta <strong>de</strong>Emenda Constitucional, a qual recebeu o nº 369/05.5.1. Proposta <strong>de</strong> Emenda Constitucionalnº 369/05A Proposta <strong>de</strong> Emenda Constitucional altera osarts. 8º e 11 do vigente texto constitucional, exatamenteno que tange aos comandos fundamentais para quese aprove posteriormente <strong>um</strong>a legislação ordinária queatenda aos objetivos supracitados. Além disso, com oobjetivo <strong>de</strong> viabilizar a negociação coletiva no serviçopúblico por meio <strong>de</strong> lei específica, adaptando-a aospostulados <strong>de</strong> liberda<strong>de</strong> sindical no âmbito da Administração,acresce ao inciso VII do art. 37 da ConstituiçãoFe<strong>de</strong>ral o permissivo constitucional respectivo.As alterações no art. 114 da Constituição Fe<strong>de</strong>ral<strong>de</strong>vem-se à necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> adaptações formais <strong>de</strong>correntesda promulgação pelo Congresso Nacionalda Emenda Constitucional <strong>de</strong>stinada à reforma do Po<strong>de</strong>rJudiciário, que estabelece a necessida<strong>de</strong> do mútuoacordo para a propositura <strong>de</strong> Dissídios Coletivos.A superação dos obstáculos constitucionais àmo<strong>de</strong>rnização do sistema <strong>de</strong> relações sindicais é abase para a constituição <strong>de</strong> <strong>um</strong>a atmosfera <strong>de</strong> amplaliberda<strong>de</strong> e autonomia sindicais, fundamentais para orompimento do sistema sindical estigmatizado pelo artificialismoem seus mecanismos representativos.Para <strong>de</strong>ixar absolutamente transparente o <strong>de</strong>batepúblico e parlamentar, foi elaborado, <strong>de</strong> acordo comos compromissos construídos pelo Fór<strong>um</strong> Nacional doTrabalho, o projeto <strong>de</strong> lei que dará seqüência ao <strong>processo</strong><strong>de</strong> Reforma Sindical, se o Congresso aprovar aproposta <strong>de</strong> Emenda Constitucional, da forma comoproposta.5.2. Anteprojeto <strong>de</strong> lei <strong>de</strong> relações sindicaisEm vez <strong>de</strong> se inspirar em <strong>um</strong> mo<strong>de</strong>lo doutrináriopreconcebido, o anteprojeto <strong>de</strong> lei consi<strong>de</strong>rou a realida<strong>de</strong>atual do sindicalismo brasileiro, a dinâmica dasrelações coletivas <strong>de</strong> trabalho e o <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> mudançados próprios atores sociais, sem per<strong>de</strong>r <strong>de</strong> vista a necessida<strong>de</strong><strong>de</strong> incorporar princípios consagrados pelodireito internacional e supranacional.São objetivos da Reforma Sindical:a) o fortalecimento da representação sindical, <strong>de</strong> trabalhadorese <strong>de</strong> empregadores, em todos os níveise âmbitos <strong>de</strong> representação;b) o estabelecimento <strong>de</strong> critérios <strong>de</strong> representativida<strong>de</strong>,organização sindical e <strong>de</strong>mocracia interna;c) a <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> garantias eficazes <strong>de</strong> proteção à liberda<strong>de</strong>sindical e <strong>de</strong> prevenção <strong>de</strong> condutas antisindicais;d) a promoção da negociação coletiva como procedimentofundamental do <strong>diálogo</strong> entre trabalhadorese empregadores;e) a extinção <strong>de</strong> qualquer recurso <strong>de</strong> natureza parafiscalpara custeio <strong>de</strong> entida<strong>de</strong>s sindicais e a criaçãoda contribuição <strong>de</strong> negociação coletiva;f) o estímulo à adoção <strong>de</strong> meios <strong>de</strong> composição voluntária<strong>de</strong> conflitos do trabalho, sem prejuízo doacesso ao Po<strong>de</strong>r Judiciário;g) o reconhecimento da boa-fé como fundamento do<strong>diálogo</strong> <strong>social</strong> e da negociação coletiva;h) a <strong>de</strong>mocratização da gestão das políticas públicasna área <strong>de</strong> relações <strong>de</strong> trabalho por meio do estímuloao <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong>;i) a disciplina do exercício do direito <strong>de</strong> greve no contexto<strong>de</strong> <strong>um</strong>a ampla legislação sindical indutora danegociação coletiva;j) a disposição <strong>de</strong> mecanismos processuais voltadosà eficácia dos direitos materiais, da ação coletiva eda vocação jurisdicional da Justiça do Trabalho; e<strong>Conquistas</strong> e <strong><strong>de</strong>safios</strong> <strong>de</strong> <strong>um</strong> <strong>processo</strong> <strong>de</strong> <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong>: Reflexões dos atores para o futuro27


PORTUGUÊSO ENCAMINHAMENTO DAS DELIBERAÇÕES DO FNTk) a <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> regras claras <strong>de</strong> transição para queas entida<strong>de</strong>s sindicais preexistentes possam seadaptar às novas regras.Essa reforma, exaustivamente submetida à apreciaçãodos atores sociais, visa ao mesmo tempo valorizara nossa cultura sindical e incorporar o princípioda autonomia privada coletiva, elevando a negociaçãocoletiva à condição <strong>de</strong> meio preferencial para o reconhecimentoe plena eficácia da liberda<strong>de</strong> sindical, emsintonia com o cenário jurídico predominante nas <strong>de</strong>mocraciascontemporâneas.Mas, como indica a experiência internacional, atémesmo em <strong>um</strong> contexto <strong>de</strong> ampla liberda<strong>de</strong> sindicalnão se po<strong>de</strong> prescindir <strong>de</strong> alg<strong>um</strong> critério para i<strong>de</strong>ntificaras entida<strong>de</strong>s sindicais com <strong>um</strong> mínimo <strong>de</strong> representativida<strong>de</strong>.Se há o propósito <strong>de</strong> atribuir maiorimportância à negociação coletiva do trabalho, é indispensáveli<strong>de</strong>ntificar os atores habilitados ao exercíciolegítimo <strong>de</strong>sse direito.Qualquer entida<strong>de</strong>, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente <strong>de</strong> seunúmero <strong>de</strong> associados, po<strong>de</strong>rá vir a se constituir emsindicato. Contudo, o exercício das prerrogativasasseguradas em lei, entre as quais a <strong>de</strong> instaurar o<strong>processo</strong> <strong>de</strong> negociação coletiva, exigirá <strong>um</strong> mínimo<strong>de</strong> representativida<strong>de</strong> do proponente, legitimando-o aexigir da contraparte a atenção e a qualificação necessáriasao pleno exercício da negociação coletiva.Sem dúvida, a nova dimensão conferida à negociaçãocoletiva <strong>de</strong>verá contribuir para a revitalização<strong>de</strong> confe<strong>de</strong>rações, fe<strong>de</strong>rações e sindicatos. As confe<strong>de</strong>raçõese fe<strong>de</strong>rações, que hoje só negociam facultativamente,terão a prerrogativa <strong>de</strong> negociar emseus respectivos âmbitos <strong>de</strong> atuação. Os sindicatosirão preservar as suas prerrogativas <strong>de</strong> negociação ea celebração <strong>de</strong> qualquer contrato coletivo <strong>de</strong> trabalhoestará sujeita ao crivo <strong>de</strong> seus representados.A mesma orientação <strong>de</strong>verá nortear o novo mo<strong>de</strong>lo<strong>de</strong> organização sindical. O reconhecimento da personalida<strong>de</strong>sindical das centrais e o fortalecimento dasconfe<strong>de</strong>rações e fe<strong>de</strong>rações <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>rão da representativida<strong>de</strong>dos sindicatos, que serão a fonte legitimadoradas entida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> nível superior e a unida<strong>de</strong>fundamental <strong>de</strong> representação e negociação coletiva,<strong>de</strong> trabalhadores e <strong>de</strong> empregadores.O reconhecimento da personalida<strong>de</strong> sindical dascentrais irá conferir estatuto jurídico à realida<strong>de</strong> <strong>de</strong>fato. Não se justifica o receio <strong>de</strong> que elas possam concorrercom os sindicatos ou comprometer suas prerrogativas<strong>de</strong> negociação. Para além <strong>de</strong> sua atuação <strong>de</strong>caráter político-institucional, o papel das centrais no<strong>processo</strong> <strong>de</strong> negociação coletiva será o <strong>de</strong> articular osinteresses do conjunto <strong>de</strong> seus representados, cabendoàs suas confe<strong>de</strong>rações, fe<strong>de</strong>rações e sindicatos atarefa efetiva <strong>de</strong> negociar em seus respectivos níveise âmbitos <strong>de</strong> representação.Ainda no campo da organização sindical será possívelque continuem a ser únicos os sindicatos que jásão reconhecidos pelo Ministério do Trabalho e Emprego.A chamada exclusivida<strong>de</strong> <strong>de</strong> representação constitui,na verda<strong>de</strong>, <strong>um</strong>a garantia àqueles que <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>m amanutenção da unicida<strong>de</strong> sindical. A exclusivida<strong>de</strong> <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>rá,no entanto, do aval dos próprios representados,da comprovação <strong>de</strong> representativida<strong>de</strong> e da a<strong>de</strong>sãoa normas estatutárias que garantam os princípios<strong>de</strong>mocráticos que assegurem ampla participação dosrepresentados, além <strong>de</strong> per<strong>de</strong>r o seu caráter vitalício.No que se refere à sustentação financeira, prevêsea extinção imediata das contribuições confe<strong>de</strong>rativae assistencial e a extinção gradual da contribuiçãosindical obrigatória, que <strong>de</strong>verão ser substituídas pelacontribuição <strong>de</strong> negociação coletiva. Essa contribuição,que terá <strong>um</strong> teto, estará condicionada ao exercícioda negociação coletiva e à prestação <strong>de</strong> serviçospor parte das entida<strong>de</strong>s sindicais aos seus representados,corrigindo <strong>um</strong>a das distorções do sistema atual.Se o referido anteprojeto for acolhido pelo CongressoNacional, também serão incorporados ao nossoor<strong>de</strong>namento jurídico diversos institutos em vigorno direito estrangeiro, como a já mencionada tipificaçãodas condutas anti-sindicais, a caracterização doque se compreen<strong>de</strong> por boa-fé, o <strong>de</strong>lineamento daproteção à liberda<strong>de</strong> sindical, a promoção efetiva danegociação coletiva e o refinamento dos mecanismos<strong>de</strong> tutela jurisdicional.Neste último caso, procurou-se consolidar os mecanismos<strong>de</strong> tutela consagrados no direito processualcivil, mas <strong>de</strong> aplicação ainda discutida na esfera do<strong>processo</strong> do trabalho. A base do <strong>processo</strong> coletivo com<strong>um</strong>,formada pelo Código <strong>de</strong> Defesa do Cons<strong>um</strong>idore pela Lei da Ação Civil Pública, foi incorporada <strong>de</strong> maneiraa conferir maior atualida<strong>de</strong> aos mecanismos <strong>de</strong>tutela jurisdicional coletiva.A proposta acordada pelos representantes do governo,dos trabalhadores e dos empregadores visa28 <strong>Conquistas</strong> e <strong><strong>de</strong>safios</strong> <strong>de</strong> <strong>um</strong> <strong>processo</strong> <strong>de</strong> <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong>: Reflexões dos atores para o futuro


O ENCAMINHAMENTO DAS DELIBERAÇÕES DO FNTPORTUGUÊSfacilitar o acesso à Justiça e a universalização datutela jurisdicional assegurada pela Constituição daRepública, sem ferir as garantias do <strong>de</strong>vido <strong>processo</strong>legal, notadamente do direito ao contraditório e <strong>de</strong>ampla <strong>de</strong>fesa do trabalhador e do empregador. Outraalteração sugerida diz respeito ao exercício do po<strong>de</strong>rnormativo da Justiça do Trabalho, que ao longo dotempo se revelou <strong>um</strong> mecanismo <strong>de</strong> <strong>de</strong>sestímulo ànegociação coletiva. Para resolver conflitos coletivos<strong>de</strong> interesses, trabalhadores e empregadores po<strong>de</strong>rãorecorrer, <strong>de</strong> com<strong>um</strong> acordo, à arbitragem privada ou a<strong>um</strong> procedimento <strong>de</strong> jurisdição voluntária no Tribunaldo Trabalho.Também se <strong>de</strong>seja rever a ação judicial em matéria<strong>de</strong> greve, ajustando-a ao regime <strong>de</strong> liberda<strong>de</strong> sindical.A possibilida<strong>de</strong> jurídica <strong>de</strong> emissão <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m para oretorno dos trabalhadores ao serviço ficará restrita àsgraves situações em que estejam em jogo os interessesmaiores da comunida<strong>de</strong> ou quando houver risco<strong>de</strong> prejuízos irreversíveis a pessoas ou ao patrimôniodo empregador ou <strong>de</strong> terceiros.Ressalte-se, ainda, a criação do Conselho Nacional<strong>de</strong> Relações do Trabalho – CNRT, concebido como<strong>um</strong> órgão tripartite e paritário, em consonância comas normas da Organização Internacional do Trabalho.Mais do que institucionalizar a prática já em curso doDiálogo Social, o CNRT terá a missão <strong>de</strong> <strong>de</strong>mocratizara gestão pública no trato <strong>de</strong> questões pertinentes àsrelações coletivas <strong>de</strong> trabalho, <strong>de</strong> maneira a induzira atuação do Po<strong>de</strong>r Público em direção aos legítimosinteresses dos atores sociais.Por fim, o anteprojeto <strong>de</strong> lei quer dar <strong>um</strong> passo <strong>de</strong>cisivopara que, <strong>de</strong> fato, seja assegurado o direito <strong>de</strong>representação dos trabalhadores nos locais <strong>de</strong> trabalho.Nesse ponto houve consenso quanto à relevância<strong>de</strong>sse direito, mas não quanto à sua materialização.Todavia, o governo consi<strong>de</strong>rou que tal garantia é imprescindívelpara dinamizar o relacionamento entretrabalhadores e empregadores, sobretudo para estimularo Diálogo Social e prevenir conflitos a partir doslocais <strong>de</strong> trabalho.Além da divergência já mencionada, que levou ogoverno a impulsionar unilateralmente o <strong>processo</strong> legislativo,há outros dispositivos que não foram objeto<strong>de</strong> consenso com as representações <strong>de</strong> empregadores28 e <strong>de</strong> trabalhadores 29 . Há, ainda, outros dispositivosque incorporam os consensos registrados no RelatórioFinal da Reforma Sindical, mas sobre os quaishouve divergências <strong>de</strong> interpretação com os representantes<strong>de</strong> empregadores 30 .Alguns aspectos do anteprojeto não tiveram origemnos consensos, mas se justificam pela necessida<strong>de</strong><strong>de</strong> ajuste sistêmico e não são contraditórios com eles.Como não se tratava <strong>de</strong> <strong>um</strong>a Reforma meramentepontual da legislação sindical, foi necessário articular,agregar e dispor coerentemente em <strong>um</strong> único diplomanormativo os institutos afins dispersos no or<strong>de</strong>namentojurídico nacional, em nome da clareza e da segurançajurídica.28 Artigos sem consenso com os empregadores: 27, Título III (arts. 59 a92), 175, 176, 189, 223, 224, 232 e 237, 205, 210, 212, 213.29 Artigos sem consenso com os trabalhadores: 27, Título III (arts. 59 a 92),capítulo IV (arts. 178 a 187).30 94 artigos com divergência <strong>de</strong> interpretação com os empregadores.<strong>Conquistas</strong> e <strong><strong>de</strong>safios</strong> <strong>de</strong> <strong>um</strong> <strong>processo</strong> <strong>de</strong> <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong>: Reflexões dos atores para o futuro29


PORTUGUÊSA VISÃO DOS ATORES SOCIAIS6. A VISÃO DOS ATORES SOCIAIS6. A VISÃO DOS ATORES SOCIAISPara a elaboração <strong>de</strong>ste doc<strong>um</strong>ento, que preten<strong>de</strong>recolher a experiência do Fór<strong>um</strong> <strong>de</strong>s<strong>de</strong> <strong>um</strong>a plurarida<strong>de</strong><strong>de</strong> perspectivas, resultava imprescindível contarcom a opinião dos principais atores sociais envolvidos.Por meio <strong>de</strong> contatos oficiais da Coor<strong>de</strong>nação do FNTforam solicitadas entrevistas e/ ou <strong>de</strong>poimentos dosatores sociais mais atuantes no <strong>processo</strong>. As entrevistasforam realizadas no período <strong>de</strong> Janeiro a Março <strong>de</strong>2006.O <strong>processo</strong> <strong>de</strong> escolha dos entrevistados tambémobe<strong>de</strong>ceu a critério baseado no tripartismo ena parida<strong>de</strong> das respectivas representações. Dessemodo, na esfera das bancadas, foram contatados 5(cinco) representantes dos empregadores e 7 (sete)dos trabalhadores, aí incluídos o representante dosservidores públicos (sem correspondência com osempregadores) e o da Confe<strong>de</strong>ração Nacional dosTrabalhadores na Indústria (CNTI), principal opositorao sistema <strong>de</strong> representação do FNT, bem como <strong>de</strong>suas conclusões (também sem correspondência coma bancada dos empregadores). Não obstante, doisrepresentantes dos empregadores e <strong>um</strong> dos trabalhadores,por problemas <strong>de</strong> agenda, não conseguiramprestar <strong>de</strong>poimento no prazo solicitado.Os atores externos escolhidos foram o Presi<strong>de</strong>ntedo Tribunal Superior do Trabalho e a ProcuradoraChefe do Ministério Público do Trabalho. A parte concernenteà Assessoria Técnica foi <strong>de</strong>terminada pelaescolha <strong>de</strong> <strong>um</strong> representante dos empregadores eoutro dos trabalhadores;As entrevistas e <strong>de</strong>poimentos foram prestados nosentido <strong>de</strong> respon<strong>de</strong>r as seguintes perguntas: 1.) Qualfoi a sua expectativa inicial quando do lançamento doFNT?; 2.) Quais foram os principais problemas e asprincipais virtu<strong>de</strong>s do FNT?; 3.) Qual é a sua opiniãosobre a criação <strong>de</strong> <strong>um</strong> Conselho Permanente <strong>de</strong> Relações<strong>de</strong> Trabalho?; 4.) Qual é a sua avaliação doFNT?6.1. TrabalhadoresOs representantes da bancada <strong>de</strong> trabalhadoresentrevistados foram: Artur Henrique, da Central Únicados Trabalhadores (CUT); Danilo Pereira da Silva, daForça Sindical (FS); Denise Mota Dau, da CUT e dabancada dos servidores públicos; Francisco CanindéPegado do Nascimento, da Confe<strong>de</strong>ração Geral dosTrabalhadores (CGT); João Carlos Gonçalves, da ForcaSindical (FS) e José Calixto Ramos, da CNTI e daNova Central Sindical (NCS).6.1.1. Artur Henrique (CUT)A CUT discutiu internamente a resistência <strong>de</strong> setoresminoritários que entendiam que a participaçãono FNT seria mais <strong>um</strong>a instância <strong>de</strong> <strong>de</strong>bates que nãolevaria a nada no final. A <strong>de</strong>cisão do 8º Congresso daCUT foi favorável à participação da Central nos órgãostripartites e à tentativa <strong>de</strong> construir <strong>um</strong>a política <strong>de</strong> unida<strong>de</strong><strong>de</strong> ação com as <strong>de</strong>mais Centrais Sindicais. Apósessa <strong>de</strong>liberação congressual, a CUT começou a discutircom outras Centrais Sindicais alternativas paraa atuação unitária da Bancada dos Trabalhadores noFNT.Foi <strong>um</strong> <strong>processo</strong> muito difícil, mas gratificante. Épreciso ter em conta que havia mais <strong>de</strong> 15 anos asCentrais Sindicais não se reuniam. Só pelo fato <strong>de</strong> asCentrais Sindicais discutirem ações unitárias, a experiênciado FNT <strong>de</strong>veria ser consi<strong>de</strong>rada positiva paraos trabalhadores. Desse modo, o FNT possibilitou, <strong>de</strong>partida, que as Centrais Sindicais se articulassem paraadotar <strong>um</strong>a posição unitária. Afinal, no FNT a bancadados empregadores e a bancada do governo viriam composições articuladas, obrigando, com isso, a bancadados trabalhadores a adotar <strong>um</strong>a postura semelhante.Depois <strong>de</strong> alg<strong>um</strong>as conversas, as Centrais Sindicaischegaram à conclusão <strong>de</strong> que o DIEESE <strong>de</strong>veriacoor<strong>de</strong>nar a articulação entre as entida<strong>de</strong>s e cuidar daamarração das propostas dos trabalhadores.Essa <strong>de</strong>cisão resolveu muitos problemas, mas,evi<strong>de</strong>ntemente, não acabou com as divergências entreas entida<strong>de</strong>s, tampouco solucionou problemas maisestruturais, que <strong>de</strong>pendiam <strong>de</strong> discussões mais <strong>de</strong>moradasou até mesmo contrariavam antigas <strong>de</strong>cisões <strong>de</strong>congressos sindicais. Mas <strong>de</strong> maneira geral organizoua atuação dos trabalhadores no FNT.Mesmo assim, foi <strong>um</strong> <strong>processo</strong> difícil. A cada reuniãodo FNT a bancada se reunia antes para <strong>de</strong>batera pauta sugerida, muitas das vezes composta por temas<strong>de</strong> difícil discussão, carregados <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ologia, epossivelmente construir <strong>um</strong> cenário que possibilitassenegociar alternativas viáveis, e não contraditórias comos interesses dos trabalhadores.Para se ter <strong>um</strong>a idéia das dificulda<strong>de</strong>s, <strong>de</strong>ntro daCUT havia setores expressivos que <strong>de</strong>fendiam que a30 <strong>Conquistas</strong> e <strong><strong>de</strong>safios</strong> <strong>de</strong> <strong>um</strong> <strong>processo</strong> <strong>de</strong> <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong>: Reflexões dos atores para o futuro


A VISÃO DOS ATORES SOCIAISPORTUGUÊSnossa Central não <strong>de</strong>veria abrir mão <strong>de</strong> nenh<strong>um</strong>a vírguladas nossas propostas históricas <strong>de</strong> liberda<strong>de</strong> eautonomia sindical. Ou as <strong>de</strong>mais Centrais aceitavama posição da CUT, ou a CUT saía do FNT.Inegavelmente foi construído <strong>um</strong> caminho <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>entre as Centrais Sindicais. A in<strong>de</strong>pendência <strong>de</strong>lasnão comprometeu a unida<strong>de</strong> na ação. No FNT, asCentrais Sindicais agiram como a bancada dos trabalhadores,e não como Centrais in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes. O FNTaproximou-as. Depois do FNT as reuniões e ativida<strong>de</strong>sunitárias entre elas ficaram muito mais fáceis. O FNTestimulou esse <strong>processo</strong>, pois, com muitas horas <strong>de</strong>conversa e reuniões o <strong>diálogo</strong> fica mais fácil.As Centrais não se relacionavam. Não havia conversa,não havia <strong>de</strong>bate. As entida<strong>de</strong>s apenas se relacionavamem eleições sindicais. Houve <strong>um</strong> avançomuito importante. Essa foi, por assim dizer, a ambientaçãopreliminar à participação no FNT. O FNTcomeçou <strong>um</strong> pouco confuso com aquelas ConferênciasEstaduais geridas pelas Delegacias Regionais doTrabalho. Os <strong>de</strong>bates nos estados ficaram polarizadosna discussão unicida<strong>de</strong> versus liberda<strong>de</strong> sindical daOIT. Isso foi muito ruim, porque praticamente nada sediscutiu.Mas por ocasião dos Grupos Temáticos a discussãofoi muito bem organizada. Lamentavelmente, ostrabalhos do FNT não atingiram todo o temário proposto,como, qualificação e certificação profissional,saú<strong>de</strong> e segurança no trabalho.A CUT não tinha dúvidas <strong>de</strong> que seria muito difíciltransformar suas propostas <strong>de</strong> liberda<strong>de</strong> e autonomiasindical e <strong>de</strong> sistema <strong>de</strong>mocrático <strong>de</strong> relações <strong>de</strong> trabalhoem propostas comuns da bancada dos trabalhadores.A expectativa era fazer os resultados do FNTchegarem o mais próximo possível das propostas daCUT.Os projetos que saíram do FNT, especialmente oAnteprojeto <strong>de</strong> Lei <strong>de</strong> Relações Sindicais, representam<strong>um</strong> avanço em relação à estrutura sindical atual.Não é a situação dos sonhos, mas possibilita caminharem direção à liberda<strong>de</strong> sindical.No campo dos problemas enfrentados, a alternativa<strong>de</strong> dividir os trabalhos em bancadas bipartites(empregadores/ governo e trabalhadores/ governo)para encontrar <strong>um</strong>a proposta <strong>de</strong> organização sindicaldiferenciada por bancada cons<strong>um</strong>iu muito tempo <strong>de</strong>trabalho. O nível e a intensida<strong>de</strong> das informações dasbancadas para os seus representados também po<strong>de</strong>ser encarado como <strong>um</strong> problema. Não foram poucasas vezes em que representados das bancadas vierama público manifestar sua discordância com o consensofirmado no âmbito do FNT. Esse comportamentodificultou muito o <strong>de</strong>senvolvimento dos trabalhos. Namesma dimensão, a <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> dos temas tratados noFNT dificultou também as discussões internas e a formação<strong>de</strong> quadros.Não obstante, o <strong>processo</strong> tem virtu<strong>de</strong>s. Duas sãomuito evi<strong>de</strong>ntes do ponto <strong>de</strong> vista dos trabalhadores.Primeira, a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ação unitária entre asCentrais Sindicais. Segunda, a valorização do método<strong>de</strong> discussão do FNT, ou seja, por meio <strong>de</strong> negociação,<strong>diálogo</strong>, produção <strong>de</strong> consensos, i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong>divergências e formatação <strong>de</strong> projetos legislativos quecontemplem esse <strong>processo</strong>.O êxito do método do FNT <strong>de</strong>monstra claramentea importância da criação <strong>de</strong> <strong>um</strong> Conselho Permanente<strong>de</strong> Relações <strong>de</strong> Trabalho, tripartite, com competênciapara discutir amplamente as medidas e alternativasnormativas para as relações <strong>de</strong> trabalho no Brasil.Enfim, <strong>de</strong> modo geral, a experiência do FNT foimuito positiva, sobretudo pela perspectiva <strong>de</strong> continuida<strong>de</strong>do trabalho por meio <strong>de</strong> <strong>um</strong>a Comissão Permanente<strong>de</strong> Relações <strong>de</strong> Trabalho. É chegada hora <strong>de</strong> oBrasil consagrar <strong>um</strong>a política permanente <strong>de</strong> DiálogoSocial. O FNT foi <strong>um</strong>a experiência muito importante evai <strong>de</strong>ixar influência.6.1.2. Danilo Pereira da Silva (FS)A expectativa inicial era positiva, <strong>de</strong> mudança radicalnas estruturas sindicais. Mas o tema era espinhoso.Por mais que tenhamos evitado entrar na discussãoda unicida<strong>de</strong>, muitas entida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>sconfiaram doandamento das discussões, pelo fato <strong>de</strong> discutirmoscom base nos princípios da Convenção 87 da OIT.Isso que para muitos é <strong>um</strong> tabu assustou <strong>um</strong> poucoalg<strong>um</strong>as entida<strong>de</strong>s do Fór<strong>um</strong>.Alguns dizem que <strong>um</strong> dos erros foi <strong>de</strong>ixarmos <strong>de</strong>fora as confe<strong>de</strong>rações oficiais. Não sei se não teríamosproblemas. Talvez até <strong>de</strong>moraríamos <strong>um</strong> poucomais. Apesar <strong>de</strong> tudo, eu acho que muita coisa foiaproveitada. Mesmo as Confe<strong>de</strong>rações que se dizemvitoriosas, criaram a partir do FNT <strong>um</strong>a nova CentralSindical.Outra questão que po<strong>de</strong> ter dificultado foi a estruturadas entida<strong>de</strong>s empresariais. A assimetria entre aorganização dos trabalhadores e a organização dos6. A VISÃO DOS ATORES SOCIAIS<strong>Conquistas</strong> e <strong><strong>de</strong>safios</strong> <strong>de</strong> <strong>um</strong> <strong>processo</strong> <strong>de</strong> <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong>: Reflexões dos atores para o futuro31


PORTUGUÊSA VISÃO DOS ATORES SOCIAIS6. A VISÃO DOS ATORES SOCIAISempregadores. Isso também não andou e acabou nacobrança da Reforma Trabalhista. As questões estruturais,<strong>de</strong>pois <strong>de</strong> <strong>um</strong> certo tempo, ficaram vinculadascom a Reforma trabalhista por imposição dos empregadores.Não tinha como avançar.Outro problema diz respeito à falta <strong>de</strong> acúmulopara o <strong>de</strong>bate. Nós discutimos coisas muito complexas.Precisaríamos <strong>de</strong> mais tempo e apoio técnico. Nofim, saímos bem, mas no curso do <strong>processo</strong> esse aspectodificultou.Mas muitas coisas ficaram. Hoje é fundamentaldiscutir a representativida<strong>de</strong>. Cada vez mais os sindicatosestão afastados dos trabalhadores, em funçãoda baixa representativida<strong>de</strong>. Mas é preciso discutir arepresentativida<strong>de</strong> em números reais. Com as condiçõesque hoje nós temos <strong>de</strong> emprego no país, nãohá como a entida<strong>de</strong> sindical fugir da discussão da representativida<strong>de</strong>.Por mais conservadora que ela seja,não tem como não discutir representativida<strong>de</strong>. Masisso <strong>de</strong>ve ser feito com base em números. Não é combase em 30% do total dos representados. O FNT chegoua <strong>um</strong>a referência <strong>de</strong> corte elevada. O sistema que<strong>de</strong>veríamos trabalhar é o <strong>de</strong> piso. Se a entida<strong>de</strong> nãoalcançar <strong>um</strong> <strong>de</strong>terminado piso, <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> ter prerrogativassindicais.No campo das principais virtu<strong>de</strong>s e problemas, euacho que a nossa maior <strong>de</strong>ficiência foi a falta <strong>de</strong> assessoriajurídica. Essa discussão não chegou aos advogados.Os advogados acharam que estavam saindodo <strong>processo</strong> e então trabalharam contra. Os advogadossindicais, na sua maioria, trabalharam contra osprojetos. Outro problema foi gerado pelas ConferênciasEstaduais, que geraram muitas expectativas.Em relação ao campo temático, o problema principalfoi o tamanho do Anteprojeto <strong>de</strong> Lei. O texto entrouem muitos pontos polêmicos e acabou assustandomuita gente. O tema é muito pesado. Para os contráriosficou muito fácil. Bastava confundir. Eu cheguei aparticipar <strong>de</strong> <strong>de</strong>bates tão pesados contra a Reformaque no meio das discussões eu perguntava: quem havialido o projeto? Ninguém tinha lido. Ou seja, fico<strong>um</strong>uito fácil ser do contra. Além disso, tínhamos muitadificulda<strong>de</strong> em transmitir à base do movimento o queestava acontecendo. O vol<strong>um</strong>e <strong>de</strong> informações eramuito gran<strong>de</strong> e a equipe <strong>de</strong> difusores, pequena.Mesmo assim ficou muita coisa boa. Nós temos <strong>um</strong>gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> sindicatos na Força Sindical trabalhandocom base na representativida<strong>de</strong>. Alguns temasmexeram com o movimento sindical.Bem ou mal, o FNT acabou criando <strong>um</strong>a pauta. É<strong>um</strong>a pauta que hoje está em discussão. A Força Sindicalestá implantando em muitas realida<strong>de</strong>s a proposta<strong>de</strong> enquadramento não por categoria, mas por setor<strong>de</strong> ativida<strong>de</strong> econômica e por ramo <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong> econômica.Isso foi muito positivo.A experiência do FNT <strong>de</strong>ixou clara a importância<strong>de</strong> <strong>um</strong> Conselho Permanente <strong>de</strong> Relações <strong>de</strong> Trabalho.Sou, portanto, plenamente favorável ao Conselhopermanente, organizado <strong>de</strong> forma tripartite, com competênciageral, mas também para a solução <strong>de</strong> conflitosentre sindicatos. Esse Conselho <strong>de</strong>ve contar coma participação do Estado. Um Conselho sem vínculocom o Estado não teria legitimida<strong>de</strong> perante as própriasentida<strong>de</strong>s sindicais.De <strong>um</strong> modo geral, acho que o <strong>processo</strong> do FNTnão po<strong>de</strong>ria parar. Acho que tem que fazer <strong>um</strong>a avaliaçãodos pontos que realmente contribuíram, e nãoparar. Acho que essa discussão não pára mais. Atéporque os conflitos estão aí.6.1.3 Denise Motta Dau (CUT)A CUT, historicamente, sempre pautou sua agendana interlocução com o parlamento, visando alterar alegislação sindical brasileira. A iniciativa do governo <strong>de</strong>tentar fazer a Reforma Sindical por meio <strong>de</strong> <strong>um</strong> <strong>processo</strong><strong>de</strong> <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong>, entretanto, foi <strong>um</strong>a iniciativamuito positiva.Nós da CUT achávamos que não seria fácil. Isso,com base na nossa experiência <strong>de</strong> anos no sentido <strong>de</strong>tentar alterar, sem êxito, a conjuntura sindical brasileiraem temas fundamentais como a unicida<strong>de</strong> sindical,o imposto sindical, o po<strong>de</strong>r normativo da Justiça doTrabalho. Achávamos, portanto, que com a propostado FNT, <strong>de</strong> construir <strong>um</strong>a alternativa a partir do <strong>de</strong>batetripartite, no qual as partes vão ass<strong>um</strong>indo compromissocom o conteúdo <strong>de</strong>finido <strong>de</strong> com<strong>um</strong> acordo, teríamos<strong>um</strong>a perspectiva melhor. Teríamos assim melhoresperspectivas.Esperávamos também que o compromisso com oque foi construído fosse mais objetivo e direto. Mas, aolongo do <strong>processo</strong>, quando a proposta tomou forma e aPEC foi apresentada ao Congresso, vimos que algunssetores que participaram do FNT não tiveram o menorenvolvimento na sustentação política da proposta, queficou sem sustentação. A<strong>de</strong>mais, boas perspectivas32 <strong>Conquistas</strong> e <strong><strong>de</strong>safios</strong> <strong>de</strong> <strong>um</strong> <strong>processo</strong> <strong>de</strong> <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong>: Reflexões dos atores para o futuro


A VISÃO DOS ATORES SOCIAISPORTUGUÊSiniciais <strong>de</strong> alteração do sistema sindical brasileiro nãoforam confirmadas.A proposta não se consolidou, mas virou <strong>um</strong> marco.Ela criou <strong>um</strong> patamar <strong>de</strong> <strong>de</strong>bate difícil <strong>de</strong> reverter.Criou <strong>um</strong> patamar <strong>de</strong> acordo e <strong>de</strong> entendimento. OFNT teve essa virtu<strong>de</strong>. Ele teve esse papel. Ele forjou<strong>um</strong> patamar <strong>de</strong> proposta que se por <strong>um</strong> lado não seconsolidou, por outro, gerou política. Todos que hoje<strong>de</strong>batem relações trabalhistas e sindicais se valemdas propostas do FNT.O FNT tentou fazer <strong>um</strong>a Reforma muito abrangente.Deveríamos ter tido <strong>um</strong>a concentração em algunspontos não tão amplos, não tão abrangentes, e, a partir<strong>de</strong> <strong>um</strong> foco <strong>um</strong> pouco mais reduzido, forjar <strong>um</strong>a propostamais <strong>de</strong>talhada. Ou seja, <strong>de</strong>veríamos ac<strong>um</strong>ularprimeiro, para <strong>de</strong>pois fazer <strong>um</strong>a proposta mais abrangente.Um anteprojeto com 238 artigos <strong>de</strong>u margempara quem não quer ver a Reforma Sindical ir paratodos os cantos do Brasil discutir vírgulas e <strong>de</strong>talhes<strong>de</strong>scontextualizados, para fazer que aquilo que estavaescrito se voltasse contra a Reforma Sindical.Além disso, alguns setores acabaram misturandoo <strong>de</strong>bate <strong>de</strong> Reforma Sindical, com o <strong>de</strong> Reforma Trabalhista.Vinculavam a Reforma Sindical com a perda<strong>de</strong> direitos trabalhistas. Isso causou <strong>um</strong>a gran<strong>de</strong> confusãono movimento sindical.E outra crítica é que, por mais que alg<strong>um</strong>as confe<strong>de</strong>raçõesoficiais tenham pouca representativida<strong>de</strong>,elas po<strong>de</strong>riam ter sido envolvidas no FNT.Além disso, a proposta <strong>de</strong> reforma foi muito ampla,com muitos <strong>de</strong>talhes políticos e técnicos. Surgirammuitas dúvidas em <strong>de</strong>terminados momentos. Na CUT,ainda conseguimos construir <strong>um</strong> coletivo jurídico, comassessoria <strong>de</strong> diversas confe<strong>de</strong>rações, fe<strong>de</strong>raçõese sindicatos para justamente subsidiar os dirigentesnesse <strong>de</strong>bate. Mesmo assim, em alguns momentos,por mais teórico que fosse o <strong>de</strong>bate, apareciam muitasdúvidas supostamente técnicas. De fato, <strong>um</strong> <strong>de</strong>talhamentotécnico brutal gera muita dúvida. Para piorar,a técnica jurídica dos <strong>de</strong>batedores foi freqüentementedistorcida <strong>de</strong> acordo com os interesses políticos do interlocutor.Isso, <strong>de</strong> fato, gerou insegurança. Mas achoque, mesmo com tudo, isso o FNT foi <strong>um</strong>a boa experiência.Olhando para o tanto que investimos <strong>de</strong> energia e<strong>de</strong> tempo, acredito que teríamos mais sorte se pensássemosem algo mais conciso, pegando alguns temasapenas e <strong>de</strong>ixando as questões mais polêmicas para<strong>um</strong> segundo momento do FNT. É preciso <strong>de</strong>stacar tambémque per<strong>de</strong>mos o espaço do <strong>de</strong>bate parlamentar.Os setores conservadores foram muito mais atentos erápidos a essa questão da pressão aos parlamentares.Os parlamentares precisam muito do apoio <strong>de</strong>ssesetor sindical.Não soubemos utilizar nossa representativida<strong>de</strong>no Parlamento. Deixamos isso em segundo plano. Enquantoisso, os conservadores realizavam atos parapressionar parlamentares, mandando cartas e acionandoprojetos alternativos e coisas do gênero.De tudo, acho bastante importante que seja criado<strong>um</strong> Conselho Nacional <strong>de</strong> Relações <strong>de</strong> Trabalho. Éclaro que ele foi pensado n<strong>um</strong> primeiro momento vinculadoà idéia <strong>de</strong> que, com a aprovação da ReformaSindical, seria necessário ter <strong>um</strong> monitoramento, <strong>de</strong>a<strong>de</strong>quação, <strong>de</strong> acompanhamento da Reforma Sindical.É preciso retomar as coisas a partir <strong>de</strong>ssa referênciae colocá-lo em funcionamento logo.Por fim, o FNT foi muito importante. Não só doponto <strong>de</strong> vista mais objetivo da Reforma Sindical mastambém em relação à criação <strong>de</strong> <strong>um</strong>a nova cultura,segundo a qual as relações <strong>de</strong> trabalho po<strong>de</strong>m e <strong>de</strong>vemser negociadas, <strong>de</strong>batidas e encaminhadas peloatores sociais.6.1.4. Francisco Canindé Pegado do Nascimento(CGT)O apoio da Confe<strong>de</strong>ração Geral dos Trabalhadores(CGT) à iniciativa do FNT foi amplo, geral e irrestrito.A CGT inclusive chegou a propor, em outros tempos,<strong>um</strong> Fór<strong>um</strong> Nacional dos Trabalhadores para discutir aagenda das reformas. A CGT não se frustrou ao ver ospontos da agenda do FNT e percebeu que havia muitaschances <strong>de</strong> o <strong>de</strong>bate ser concluído positivamente,pois o espaço político estava ocupado por instituiçõesverda<strong>de</strong>iramente representativas.O FNT foi perfeitamente organizado, <strong>de</strong> maneira<strong>de</strong>mocrática, no contexto das entida<strong>de</strong>s representativas,inclusive em relação aos critérios <strong>de</strong> representaçãoproporcional. Não há o que reclamar da estruturae do funcionamento do FNT.Mesmo assim, os empresários portaram <strong>um</strong> pesopolítico excessivo. Eles tiveram mais possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>interferir em questões ligadas não só aos interessesdos empregadores mas aos da socieda<strong>de</strong> como <strong>um</strong>todo, como foi o caso do adiamento das discussõessobre o Grupo Temático da Qualificação e Certificação6. A VISÃO DOS ATORES SOCIAIS<strong>Conquistas</strong> e <strong><strong>de</strong>safios</strong> <strong>de</strong> <strong>um</strong> <strong>processo</strong> <strong>de</strong> <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong>: Reflexões dos atores para o futuro33


PORTUGUÊSA VISÃO DOS ATORES SOCIAIS6. A VISÃO DOS ATORES SOCIAISProfissional. Ainda nesse campo, em alguns momentos,a bancada dos empregadores não agia como bancada,mas sim <strong>de</strong> acordo com os posicionamentos específicos<strong>de</strong> cada <strong>um</strong>a das Confe<strong>de</strong>rações Patronais.Apesar <strong>de</strong>sses problemas, os trabalhos transcorreramem perfeita normalida<strong>de</strong>, com a efetiva participaçãodas representações.O exercício foi bom, mas os resultados muito polêmicose <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> repercussão na socieda<strong>de</strong>, especialmenteem relação àqueles que se sentiram alijadosdo <strong>processo</strong>.O Anteprojeto <strong>de</strong> Lei <strong>de</strong> Relações Sindicais foi muitoamplo. O projeto mexeu muito nas raízes. Deveriater trabalhado por temas (p.ex., reconhecimento dascentrais sindicais, direito <strong>de</strong> greve). A junção <strong>de</strong> muitosassuntos foi problemática.A representativida<strong>de</strong> das entida<strong>de</strong>s é o ponto <strong>de</strong>corte e não podia ter contrariado os conceitos <strong>de</strong> categoriae <strong>de</strong> ramo <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong> tradicionais. Os critérios<strong>de</strong> aferição <strong>de</strong> representativida<strong>de</strong> <strong>de</strong>vem ser <strong>de</strong>svinculadosdo enquadramento sindical. O i<strong>de</strong>al seria <strong>um</strong>alegislação <strong>de</strong> representativida<strong>de</strong>.Foi importante a discussão da representativida<strong>de</strong>,mas ainda não há base política para contrariar aunicida<strong>de</strong>. É nesse contexto que até a proposta <strong>de</strong>representação dos trabalhadores nos locais <strong>de</strong> trabalhosofreu resistência por parte <strong>de</strong> alg<strong>um</strong>as entida<strong>de</strong>ssindicais <strong>de</strong> trabalhadores. Essa representação rivalizacom a visão sindical <strong>de</strong> representação. O assuntopo<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>ixado para <strong>de</strong>pois, para outro momento.Mesmo com todas as dificulda<strong>de</strong>s, o FNT foi <strong>um</strong>aexperiência importante, que <strong>de</strong>veria ser aproveitadapara a criação <strong>de</strong> <strong>um</strong> Conselho Permanente <strong>de</strong> Relações<strong>de</strong> Trabalho, tripartite, com competência amplana área das relações <strong>de</strong> trabalho. O i<strong>de</strong>al seria queesse Conselho contasse também com Câmaras bipartitesentre governo e empregadores e governo e trabalhadores.Em relação à seqüência dos trabalhos, o fato é queos projetos do FNT estão encerrados porque o governonão está interessado em levá-los adiante. Os projetosnão são mais referências <strong>de</strong> discussão para a ReformaSindical por falta <strong>de</strong> compromisso do governo.No <strong>processo</strong>, o governo subestimou os setores conservadoresdo movimento sindical dos trabalhadores,especialmente da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> interesses ligadas à estruturasindical.Ainda assim, é possível <strong>um</strong>a Reforma Sindical quevenha colocar os sindicatos realmente representativosno seu lugar, no cenário sindical brasileiro, e combateros sindicatos cartoriais, <strong>de</strong> gaveta, formados exclusivamentepara manter os seus dirigentes, e não para<strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r os interesses da categoria. Para isso, entretanto,o reconhecimento jurídico das Centrais comoentida<strong>de</strong>s sindicais é fundamental.6.1.5. João Carlos Gonçalves (FS)A eleição do Presi<strong>de</strong>nte Lula indicava claramenteque no Brasil tinha sido eleito <strong>um</strong> Presi<strong>de</strong>nte a favordos trabalhadores, que emergiu para a luta política apartir do movimento sindical, especialmente daquelaparcela comprometida com a mudança radical da leisindical do país. A expectativa era a <strong>de</strong> colocar essaparte do movimento sindical na legalida<strong>de</strong>. Com <strong>um</strong>novo governo, <strong>um</strong>a idéia sedimentada <strong>de</strong> mudançapor parte do movimento sindical, as Centrais Sindicaisapoiaram firmemente a idéia do FNT.A idéia do FNT é muito boa, e nisso há <strong>um</strong>a convergênciaaté mesmo com os mais distintos setores doempresariado. Na verda<strong>de</strong>, porém, setores <strong>de</strong> trabalhadorese <strong>de</strong> empregadores tiveram inicialmente resistênciaao <strong>processo</strong>. Uns participaram efetivamente,outros nem chegaram a participar.O <strong>de</strong>bate foi muito bom, mas as mudanças pleiteadaspelo movimento sindical não eram idênticas entreas mais distintas entida<strong>de</strong>s. Essa discrepância dificultoua agenda. Nisso, pesou muito a falta <strong>de</strong> cultura <strong>de</strong>relacionamento do Sindicato <strong>de</strong> base com a CentralSindical e com os <strong>de</strong>mais níveis superiores <strong>de</strong> organização.Devido a isso, em temas centrais da discussãofoi disseminada a idéia <strong>de</strong> que as Centrais Sindicaisqueriam usurpar os po<strong>de</strong>res do Sindicato, o que é evi<strong>de</strong>ntemente<strong>um</strong>a mentira.Além <strong>de</strong> todas as dificulda<strong>de</strong>s próprias da <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>do <strong>de</strong>bate, a crise política foi o gran<strong>de</strong> entrave paraque os trabalhos do FNT tivessem repercussão na arenafinal, o Congresso Nacional. A crise política abafouo <strong>de</strong>bate. Os setores conservadores iriam para o <strong>de</strong>batepúblico, mas, como o governo ficou enfraquecido,não teve condições políticas <strong>de</strong> pautar as discussõesno Congresso.Por mais que se diga em sentido contrário, nãohouve falhas estruturais do FNT. A atuação do governonão comprometeu a estrutura tripartite. Não houvefalha na escolha dos representantes. As Centrais34 <strong>Conquistas</strong> e <strong><strong>de</strong>safios</strong> <strong>de</strong> <strong>um</strong> <strong>processo</strong> <strong>de</strong> <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong>: Reflexões dos atores para o futuro


A VISÃO DOS ATORES SOCIAISPORTUGUÊSSindicais eram mesmo as entida<strong>de</strong>s mais legitimadaspara o <strong>de</strong>bate. A ausência das Confe<strong>de</strong>rações oficiaisno FNT não foi algo relevante. Tivemos mesmo problemasna condução e nos encaminhamentos.Particularmente acredito, que a vinculação daReforma Sindical com a Trabalhista, ao contrário doque pensa a maioria dos trabalhadores sindicalistas,facilitaria o <strong>de</strong>senrolar das propostas. Com isso, haveriamobilização por parte dos trabalhadores. A falta<strong>de</strong> mobilização dos trabalhadores em relação à ReformaSindical contribuiu muito para o fortalecimento dosconservadores no Congresso Nacional. O <strong>de</strong>bate fico<strong>um</strong>uito entre sindicalistas, muito da estrutura sindical,sem relação direta com o dia-a-dia dos trabalhadores.É inegável, porém, que o FNT foi <strong>um</strong>a gran<strong>de</strong> iniciativa.A dinâmica dos <strong>de</strong>bates agregou enorme qualida<strong>de</strong><strong>de</strong> intervenção aos participantes. A maioria queparticipou do FNT continua vinculada com o resultadodos <strong>de</strong>bates. Além disso, vale <strong>de</strong>stacar, também, aprática unitária dos trabalhadores das Centrais Sindicais.Foi a primeira experiência unitária <strong>de</strong> fôlego,<strong>de</strong> envergadura, das Centrais Sindicais. Saímos commuito mais unida<strong>de</strong>.Outra gran<strong>de</strong> contribuição do FNT foi a inserção— a meu ver <strong>de</strong>finitiva — na agenda sindical nacionalda questão da representativida<strong>de</strong>. Na prática as entida<strong>de</strong>sestão trabalhando seriamente com essa idéia,buscando chegar a <strong>um</strong> padrão <strong>de</strong> representativida<strong>de</strong>aceitável. Essa discussão <strong>de</strong>smascarou muitas entida<strong>de</strong>s,inclusive dos empregadores, vez que para mimestá claro que não há também por parte das entida<strong>de</strong>spatronais a representativida<strong>de</strong> que elas dizem quepossuem.Outro aspecto que gostaria <strong>de</strong> comentar é o tamanhodo projeto. Não acho que o tamanho dificultou o<strong>de</strong>bate. O que houve foi <strong>um</strong>a opção pela modificaçãosistêmica. Nesse caso, é difícil implementar <strong>um</strong>a Reformapontual. A<strong>de</strong>mais, é bom lembrar que a expectativacom o novo governo autorizava essa análise. Ogran<strong>de</strong> entrave foi mesmo político. Confirma o quedigo a própria condução dos adversários do FNT. Ossetores conservadores que andam se vangloriando daparalisação do <strong>de</strong>bate sentiram a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> criar<strong>um</strong>a Central Sindical. E aí apareceu a Nova CentralSindical (NCS).Houve também muito medo por parte dos Sindicatos.Há muitos que não negociam, mas prestamserviços aos seus sindicalizados. Essa parcela ─ consi<strong>de</strong>rável─ do movimento sindical ficou bastante assustada.É certo que o Anteprojeto do FNT não ameaçaa vida econômica dos Sindicatos, mas o medo foigeneralizado e incontrolável.Outro problema nada <strong>de</strong>sprezível foi a <strong>de</strong>scontinuida<strong>de</strong>da participação interna das Centrais Sindicais.Não houve boa articulação <strong>de</strong> informação. De maneirageral, acredito que o jogo não acabou. O Anteprojetoainda é <strong>de</strong>fensável, mas creio que o melhor agora étrabalhá-lo por partes.Por tudo o que construímos, sou plenamente favorávelà constituição do Conselho Nacional <strong>de</strong> Relações<strong>de</strong> Trabalho, da forma estabelecida pelo consenso doFNT. Devemos dar continuida<strong>de</strong> a conversas permanentes,fortalecer aqueles que negociam. Acho mesmoque o espaço do Conselho é mais geral, <strong>de</strong> negociaçõesque atingem o conjunto dos trabalhadores.De fato, apesar <strong>de</strong> todos os avanços e ganhos <strong>de</strong>qualida<strong>de</strong>, há <strong>um</strong> clima <strong>de</strong> frustração por parte dos integrantesdo FNT. Parece até que houve retrocesso.As Confe<strong>de</strong>rações se sentem vitoriosas. Os conservadoresestão se mobilizando, o que mostra a força doFNT. A experiência foi positiva.6.1.6. José Calixto Ramos (CNTI y NCS)A nossa primeira expectativa era que o FNT seria<strong>um</strong>a instituição tripartite, que daria possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> voza todas entida<strong>de</strong>s, especialmente as <strong>de</strong> grau superior,no caso, as confe<strong>de</strong>rações oficiais. Nós lamentamoscomo foi iniciado o <strong>processo</strong>. Primeiro, achamos queera <strong>de</strong> muita importância a criação <strong>de</strong>sse órgão <strong>de</strong> formatripartite. Depois, nós nos <strong>de</strong>cepcionamos <strong>um</strong> poucocom a maneira pela qual o <strong>processo</strong> foi conduzidoaté o seu final.O governo <strong>de</strong>u priorida<strong>de</strong> às Centrais Sindicaise excluiu as Confe<strong>de</strong>rações Nacionais <strong>de</strong> Trabalhadores.As Centrais Sindicais foram as entida<strong>de</strong>s queescolheram os atores para participar <strong>de</strong> toda essa discussão.Elas não nos <strong>de</strong>ram oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> indicar<strong>um</strong> ator próprio da CNTI. Nós somente po<strong>de</strong>ríamosparticipar por indicação <strong>de</strong> <strong>um</strong>a das Centrais Sindicais.O <strong>processo</strong> foi invertido. As entida<strong>de</strong>s com representativida<strong>de</strong>legal e <strong>de</strong> classe ficaram à mercê <strong>de</strong><strong>um</strong>a indicação das Centrais Sindicais. Após <strong>um</strong>a série<strong>de</strong> gestões junto ao Ministério do Trabalho é que foi<strong>de</strong>ferido o acréscimo <strong>de</strong> mais <strong>um</strong> ator por parte dasconfe<strong>de</strong>rações, no caso, a CNTI.Sem as Confe<strong>de</strong>rações oficiais o FNT não foi re-6. A VISÃO DOS ATORES SOCIAIS<strong>Conquistas</strong> e <strong><strong>de</strong>safios</strong> <strong>de</strong> <strong>um</strong> <strong>processo</strong> <strong>de</strong> <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong>: Reflexões dos atores para o futuro35


PORTUGUÊSA VISÃO DOS ATORES SOCIAIS6. A VISÃO DOS ATORES SOCIAISpresentativo do conjunto do movimento sindical. AsCentrais Sindicais não têm a representativida<strong>de</strong> <strong>de</strong>classe, elas trabalham no plano geral. A representativida<strong>de</strong><strong>de</strong> categorias, <strong>de</strong> classe, pertence às Confe<strong>de</strong>rações.Aí foi exatamente o inverso. Foram as Centraisque disseram quem <strong>de</strong>veria participar do FNT comorepresentantes dos trabalhadores. Alg<strong>um</strong>as me ofereceramlugar na bancada, só que eu entendia que aminha participação <strong>de</strong>veria se dar como CNTI, e nãopor meio <strong>de</strong> <strong>um</strong>a Central Sindical.Eu queria participar do FNT. Mas como entida<strong>de</strong>própria, como CNTI. Porém, a nossa orientação nãoera só a favor da CNTI, mas também, em favor <strong>de</strong>todas as Confe<strong>de</strong>rações. Na verda<strong>de</strong>, atuamos embenefício do sistema sindical confe<strong>de</strong>rativo vigente.Nós po<strong>de</strong>ríamos ter duas, três ou quatro pessoas querepresentariam as Confe<strong>de</strong>rações <strong>de</strong> <strong>um</strong> modo geral.Não era <strong>um</strong>a exclusivida<strong>de</strong> da CNTI o que pleiteávamos.As Confe<strong>de</strong>rações <strong>de</strong>veriam ter o mesmo papelque tiveram as Centrais.A gran<strong>de</strong> maioria das entida<strong>de</strong>s sindicais brasileirasnão participou do FNT. As suas entida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> grausuperior também tiveram pouca participação. Nós temos<strong>um</strong> universo <strong>de</strong> mil e duzentos sindicatos e nãotivemos nenh<strong>um</strong>a no FNT. Na plenária do FNT eu fui oúnico a contestar a forma das discussões e <strong>de</strong> escolhados participantes. Eu tinha que contestar, porque realmentenão participamos do <strong>processo</strong>.De qualquer maneira, a iniciativa do FNT foi boa. Otripartismo é o caminho percorrido em todo o mundo.A iniciativa foi positiva, a forma como o Ministério doTrabalho e Emprego orientou a escolha dos atores éque foi <strong>de</strong>sastrosa.As confe<strong>de</strong>rações querem melhorar o sistema sindicalbrasileiro. O que nós queremos e estamos fazendohoje <strong>de</strong>ntro do Congresso Nacional é aperfeiçoar anossa estrutura sindical vigente.Não temos o reconhecimento das Centrais Sindicaiscomo entida<strong>de</strong>s sindicais. Nós queremos queelas sejam reconhecidas. Nós queremos <strong>de</strong>mocratizarmais a própria estrutura. Aqui na CNTI temos <strong>um</strong> conselhoque <strong>de</strong>libera as ações da CNTI. Aqui o Sindicatoé representado pelas suas confe<strong>de</strong>rações. É possível<strong>de</strong>mocratizar mais isso, para que os Sindicatos possamparticipar diretamente. Precisamos <strong>de</strong> <strong>um</strong>a legislaçãoque discipline tudo isso. Não é interferência doEstado, mas é <strong>um</strong>a legislação que nós próprios temosque criar.Apesar <strong>de</strong> reconhecer as Centrais Sindicais, nãoacho que elas <strong>de</strong>vam fazer a negociação coletiva.Essa é a principal função do Sindicato. Isso é imprescindível.É ativida<strong>de</strong> específica do Sindicato. AsCentrais Sindicais não <strong>de</strong>vem negociar, salvo se por<strong>de</strong>legação dos Sindicatos, que <strong>de</strong>vem ser os titularesda negociação coletiva. O Sindicato é a entida<strong>de</strong> matrizda organização sindical, tudo parte do Sindicato.Essas prerrogativas, nós não queremos tirar do Sindicato.Por outro lado, a personalida<strong>de</strong> sindical não temque ser dada pelo Ministério do Trabalho. Aí é que estamos<strong>de</strong> acordo com a criação <strong>de</strong> <strong>um</strong> Conselho, sema participação do Estado, apenas com as Confe<strong>de</strong>rações<strong>de</strong> empregadores e <strong>de</strong> trabalhadores, para dirigirtodo o <strong>processo</strong> <strong>de</strong> enquadramento sindical.De qualquer sorte, <strong>um</strong>a das virtu<strong>de</strong>s do FNT, porincrível que pareça, foi conseguir unificar as organizaçõessindicais que são tidas como conservadoras. Ouseja, o sistema sindical que prima pela unicida<strong>de</strong>, pelacontribuição compulsória, pelo sistema confe<strong>de</strong>rativo.Do nosso lado isso foi <strong>um</strong>a coisa inusitada. Era tão difícile tornou-se tão fácil. Nós chegamos a reunir 25 miltrabalhadores aqui em Brasília n<strong>um</strong> ato bonito, semproblemas, sem afobamento, sem policiamento.O FNT <strong>de</strong>spertou o movimento sindical. Foi muitobom. Despertou o movimento como <strong>um</strong> todo.Apesar <strong>de</strong> muito se falar em consenso, ele nuncaexistiu. Isso ficou muito ruim para o governo e para oFNT. Até hoje não existe <strong>um</strong> projeto pronto e acabado.Os projetos que estão em <strong>de</strong>bate são os do Fór<strong>um</strong>Sindical dos Trabalhadores e do <strong>de</strong>putado MarceloBarbieri. Ficou muito ruim, porque parece que o governonão sabe o que quer. Mesmo assim, acho queé possível retomar a discussão com todos os setoresdo movimento sindical. Para nós, a discussão não estáfechada. Isso porque o movimento sindical que nós<strong>de</strong>fen<strong>de</strong>mos não é inerte.Na mesma linha, sou favorável à criação <strong>de</strong> <strong>um</strong>Conselho Nacional <strong>de</strong> Relações <strong>de</strong> Trabalho, permanente,com competência também para resolver matériassindicais. Organizado <strong>de</strong> forma tripartite, semqualquer interferência nas nomeações por parte doPo<strong>de</strong>r Público. Ao Po<strong>de</strong>r Público caberia apenas encaminharas nomeações dos nomes indicados pelosatores sociais. Em que pese o entusiasmo dos participantes,sinceramente, o FNT acabou. Agora o <strong>processo</strong>está entregue à Câmara dos Deputados.36 <strong>Conquistas</strong> e <strong><strong>de</strong>safios</strong> <strong>de</strong> <strong>um</strong> <strong>processo</strong> <strong>de</strong> <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong>: Reflexões dos atores para o futuro


A VISÃO DOS ATORES SOCIAISPORTUGUÊS6.2. EmpregadoresOs representantes da bancada <strong>de</strong> empregadoresentrevistados foram Dagoberto Lima Godoy, da Confe<strong>de</strong>raçãoNacional da Indústria (CNI), Lúcia MaríaRondon Linhares, da CNI, e Magnus Ribas Apostólico,da Fe<strong>de</strong>ração Nacional dos Bancos (FENABAN).6.2.1. Dagoberto Lima Godoy (CNI)A experiência do FNT foi extremamente saudávelno âmbito da indústria, principalmente por parte daCNI, e com <strong>um</strong>a gran<strong>de</strong> dose <strong>de</strong> esperança que a revisãoe a atualização da legislação do trabalho no paíspu<strong>de</strong>ssem finalmente acontecer. Especialmente pelapeculiar condição do Presi<strong>de</strong>nte da República, e pelofato <strong>de</strong> ele ter anunciado, no evento <strong>de</strong> lançamentodo FNT, o seu compromisso com a mo<strong>de</strong>rnização dasrelações do trabalho no Brasil.Isso foi entendido não só como <strong>um</strong>a oportunida<strong>de</strong>ímpar mas como <strong>um</strong> direcionamento muito favorávelàs expectativas empresariais no Brasil. De imediatopassou-se a acompanhar o <strong>processo</strong> e houve até <strong>um</strong>episódio interessante na se<strong>de</strong> da CNI, antes da constituiçãodo FNT, on<strong>de</strong> foi realizada <strong>um</strong>a reunião dospresi<strong>de</strong>ntes das Confe<strong>de</strong>rações Empresariais com osdas principais Centrais <strong>de</strong> Trabalhadores. Naquelaoportunida<strong>de</strong>, as questões colocadas eram as seguintes:como po<strong>de</strong>riam atuar empregadores e trabalhadoresna perspectiva do fór<strong>um</strong> tripartite? Como po<strong>de</strong>riamatuar em torno <strong>de</strong> pontos <strong>de</strong> vista comuns para bloquear<strong>um</strong>a eventual hegemonia do terceiro pólo, ouseja, o Estado?Nessa mesma reunião houve — na minha opinião— <strong>um</strong>a precipitação quando os presi<strong>de</strong>ntes dasConfe<strong>de</strong>rações patronais sinalizaram claramente coma legitimação das Centrais Sindicais como entida<strong>de</strong>ssindicais, com capacida<strong>de</strong> jurídica para participar dasnegociações, das convenções, dos acordos coletivos.As perspectivas eram altamente favoráveis e a únicaressalva que faziam os atores era sobre a possibilida<strong>de</strong><strong>de</strong> eventualmente o Estado manipular o FNT, fazendoprevalecer as suas opiniões, suas idéias, seusobjetivos. A seguir, já na instalação do FNT surgiu <strong>um</strong>problema mais ou menos sintonizado com esse receio,quando o MTE publicou o regimento interno. Aí se <strong>de</strong>uo primeiro <strong>de</strong>svio da idéia <strong>de</strong> fór<strong>um</strong> tripartite, <strong>de</strong> <strong>diálogo</strong>realmente aberto e vamos dizer assim, paritário,equilibrado entre as três partes.Nesse regimento havia <strong>um</strong>a série <strong>de</strong> pontos quepareceram aos empregadores autoritários, mas principalmente<strong>um</strong>, que marcaria todo o <strong>de</strong>senvolvimentodo fór<strong>um</strong>. Era <strong>um</strong> dispositivo que dizia que nas questõesem que não fosse logrado o consenso permaneceriaa opinião do governo. Houve <strong>um</strong> protesto formalpor parte da bancada dos empregadores, mas acabouprevalecendo a posição do governo, sob o arg<strong>um</strong>ento<strong>de</strong> que o Estado tem o po<strong>de</strong>r e não po<strong>de</strong> abrir mão<strong>de</strong>le. Mas prevalecia, evi<strong>de</strong>ntemente, a disposição <strong>de</strong>participação e <strong>um</strong>a expectativa muito favorável, principalmentecom a mo<strong>de</strong>rnização das relações <strong>de</strong> trabalho,cujo conceito certamente apontava para <strong>um</strong>averda<strong>de</strong>ira reforma.No <strong>de</strong>senrolar do Fór<strong>um</strong> começaram a surgir questõesextremamente críticas. A primeira <strong>de</strong>las foi a seleçãodos participantes, especialmente do lado dostrabalhadores.Do lado das entida<strong>de</strong>s empresariais, se surgiramcríticas pela indicação das Confe<strong>de</strong>rações Empresariais,elas não tiveram maior dimensão, tendo em vistaa pacificação da questão da representativida<strong>de</strong> nomeio empresarial. Se há alg<strong>um</strong>a dispersão do movimentoassociativista na área empresarial no Brasil, elase dá mais em questões <strong>de</strong> natureza econômica. Asquestões trabalhistas não ocupam o primeiro plano.Conseqüentemente não são incidências, mas movimentosalternativos. Então, na área empresarial a escolhados representantes ocorreu com tranqüilida<strong>de</strong>.Mas do lado dos trabalhadores surgiu <strong>um</strong> protestomuito gran<strong>de</strong>, especialmente por parte das Confe<strong>de</strong>raçõesnacionais <strong>de</strong> trabalhadores. Essa questão dalegitimida<strong>de</strong> da representação dos trabalhadores noFNT se manteve até hoje. Até hoje é questionada.Outro ponto importante que surgiu no transcorrerdos trabalhos foram sinais claros <strong>de</strong> que havia <strong>um</strong>aproximida<strong>de</strong> bastante gran<strong>de</strong> <strong>de</strong> objetivos entre a bancadado governo e as Centrais Sindicais. Isso apareciacomo <strong>um</strong>a concentração <strong>de</strong> interesses <strong>de</strong>ssas duasbancadas em torno <strong>de</strong> questões que para os empregadoresnem eram as principais e também não representavampontos <strong>de</strong> sintonia com governo e trabalhadores.Em primeiro lugar, a preocupação <strong>de</strong> reforçar asCentrais Sindicais não apenas em termos <strong>de</strong> sua legitimaçãocomo representantes sindicais em nível dasconfe<strong>de</strong>rações, mas também em nível das empresas.Isso não soou bem.6. A VISÃO DOS ATORES SOCIAIS<strong>Conquistas</strong> e <strong><strong>de</strong>safios</strong> <strong>de</strong> <strong>um</strong> <strong>processo</strong> <strong>de</strong> <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong>: Reflexões dos atores para o futuro37


PORTUGUÊSA VISÃO DOS ATORES SOCIAIS6. A VISÃO DOS ATORES SOCIAISO pensamento geral dos empresários priorizao sentido da particularização dos acordos, ou seja,o i<strong>de</strong>al na visão <strong>de</strong> qualquer gestão empresarial é anegociação por empresa, é o acordo feito com autonomiapor ambas as partes, mas no âmbito das empresas.Conseqüentemente, a nítida tendência paraconcentrar po<strong>de</strong>r e negociação nas centrais <strong>de</strong> âmbitonacional não foi bem aceita no âmbito empresarial.Um outro ponto importante, que logo transpareceu,foi o interesse em propiciar os acordos coletivos<strong>de</strong> âmbito nacional, os chamados contratos coletivos<strong>de</strong> âmbito nacional. Isso foi repelido fortemente pelasconfe<strong>de</strong>rações empresariais <strong>de</strong> diferentes setores.Essa é <strong>um</strong>a questão <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong> diferenteem relação à representação dos trabalhadores, quetêm nitidamente causas comuns <strong>de</strong> disputas, vamosdizer assim, <strong>de</strong> espaços e <strong>de</strong> hegemonia. As causasfundamentais são as mesmas em qualquer CentralSindical. No âmbito da representação empresarialexistem conflitos inter-setoriais, o que representou <strong>um</strong><strong>de</strong>safio para a bancada empregadora, <strong>de</strong> ass<strong>um</strong>ir emanter <strong>um</strong>a posição unitária <strong>de</strong>ntro do FNT.Vale registrar que foi a primeira vez que se fezisso no âmbito das relações do trabalho no Brasil. Foiconstituído <strong>um</strong> Grupo Interconfe<strong>de</strong>rativo Empresarial(GIEMP), reunindo as cinco confe<strong>de</strong>rações empresariaisparticipantes do FNT.Quanto a questão, p. ex., do contrato coletivo nacional,assim como <strong>um</strong>a outra questão fundamentalque foi a questão da representativida<strong>de</strong> sindical combase em toda a estrutura sindical no Brasil, houve realmentediscrepância entre as diferentes confe<strong>de</strong>rações,a qual foi diluída ao longo dos trabalhos do FNT.Outro ponto polêmico foi o relativo à representativida<strong>de</strong><strong>de</strong>rivada, ou seja, a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> que <strong>um</strong>aconfe<strong>de</strong>ração empresarial ou <strong>um</strong>a Central Sindical pu<strong>de</strong>sse,comprovando o atendimento dos requisitos <strong>de</strong>representativida<strong>de</strong> em alg<strong>um</strong>as regiões do país, criarsindicatos em outras regiões on<strong>de</strong> não tivesse essarepresentativida<strong>de</strong>. Seria <strong>um</strong>a espécie <strong>de</strong> <strong>um</strong> sindicatobiônico 31 .Havia <strong>um</strong>a confe<strong>de</strong>ração <strong>de</strong> empregadores quesimpatizava muito com isso, enquanto as <strong>de</strong>mais não.31 Expressão utilizada no Brasil para representar a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> nomeaçãopara cargos legislativos sem a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> submissão ao<strong>processo</strong> eleitoral. Apareceu no cenário político nacional em razão daalteração da representação no Senado Fe<strong>de</strong>ral promovida pelo Governomilitar, que possibilitou a nomeação direta, por parte do Executivo Fe<strong>de</strong>ral,<strong>de</strong> <strong>um</strong>a parte dos Senadores. Significa representação sem legitimida<strong>de</strong>.E aí nós chegamos a <strong>um</strong> outro ponto que realmentefoi fundamental. Nos entendimentos prévios, naquelasreuniões que antece<strong>de</strong>m a reunião do FNT, entre ospresi<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> Centrais e <strong>de</strong> Confe<strong>de</strong>rações empresariais,ficou acertado que a reorganização do sistemasindical no Brasil era <strong>um</strong> pré-requisito para que <strong>um</strong>areforma da legislação trabalhista pu<strong>de</strong>sse funcionar.Entretanto, especialmente pelo fato <strong>de</strong> a CNI terfeito o <strong>de</strong>staque, logo na instalação do FNT foi inseridaa premissa <strong>de</strong> que esse pré-requisito não po<strong>de</strong>riaafastar <strong>um</strong> outro princípio, que era o do chamado signoperfeito, ou seja, que se tratava <strong>de</strong> <strong>um</strong>a questão só,que envolvia fundamental e centralmente a regulaçãodas relações <strong>de</strong> trabalho, e que a organização sindicalera <strong>um</strong>a parte essencial e até, vamos dizer assim, preliminar,mas não autônoma, que nós <strong>de</strong>veríamos começara discutir a Reforma Sindical, mas não concluiro <strong>processo</strong> do FNT antes que a questão da legislaçãodo trabalho também fosse abordada para se chegar a<strong>um</strong> possível consenso formal, <strong>um</strong> compromisso.Essa foi <strong>um</strong>a questão que esteve sempre presentee que foi <strong>de</strong>stacada inclusive na reunião plenária, oórgão máximo do FNT, quando da aprovação dos consensossobre a Reforma Sindical. Nesse momento,o porta-voz da bancada empregadora, presi<strong>de</strong>nte daConfe<strong>de</strong>ração Nacional do Comércio, apresentou o resultadodaqueles consensos que tinham sido firmadosno FNT, mas não <strong>de</strong>u <strong>um</strong> <strong>de</strong>staque a essa questão daReforma Trabalhista. Isso propiciou que o presi<strong>de</strong>nteda CNI registrasse com muita clareza que os consensosali aprovados estavam condicionados ao prosseguimentoda discussão global da reforma por inteiro.Isso ao longo do FNT esteve sempre presente, e<strong>de</strong>pois, foi provado que esse ponto realmente seria<strong>um</strong>a questão até <strong>de</strong>sestabilizadora do FNT, principalmentequando o governo enviou para o Congresso<strong>um</strong>a proposta <strong>de</strong> emenda constitucional para a ReformaSindical, sem ao menos ter começado a trabalharo Grupo Técnico da Reforma Trabalhista.Essa postura precipitou a ampla discussão coma socieda<strong>de</strong> brasileira e com o próprio setor político,provocando <strong>um</strong>a reação extremamente hostil, praticamenteinviabilizando o resultado mais abrangente doFNT neste governo, neste período presi<strong>de</strong>ncial.Como hoje está claramente <strong>de</strong>monstrado, o FNTcontinua funcionando, mas as discussões não andam.Nem o Anteprojeto <strong>de</strong> Lei <strong>de</strong> Relações Sindicais quetinha sido discutido no âmbito do FNT chegou a ser en-38 <strong>Conquistas</strong> e <strong><strong>de</strong>safios</strong> <strong>de</strong> <strong>um</strong> <strong>processo</strong> <strong>de</strong> <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong>: Reflexões dos atores para o futuro


A VISÃO DOS ATORES SOCIAISPORTUGUÊSviado ao Congresso Nacional. Isso porque a coisa foibarrada com a precipitação da Proposta <strong>de</strong> EmendaConstitucional nº 369/05. Ao remeter essa proposta aoCongresso, o governo <strong>de</strong>monstrou que os receios quese tinham em relação ao regimento interno do FNTeram justificados.Ao encaminhar a proposta <strong>de</strong> emenda constitucional,como fruto do FNT, o governo cometeu dois<strong>de</strong>slizes: o primeiro, incluiu na proposta questões quenão tinham sido objetos <strong>de</strong> consenso, ou seja, arbitrouconforme a reserva <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r que tinha feito ao <strong>de</strong>cretaro regimento interno; e, segundo, não respeitoufielmente alguns dos consensos que tinham sido frutosda discussão tripartite.Esses dois <strong>de</strong>svios, além <strong>de</strong> reforçarem a <strong>de</strong>sconfiançados empregadores, ainda contribuíram paradiminuir as condições <strong>de</strong> eficácia da continuida<strong>de</strong> doFNT.Acho que isso é <strong>um</strong>a coisa que tinha que ser resgatada.Não tenho dúvida. Acho que nós precisamoscontinuar com o exercício <strong>de</strong>ssa experiência realmentepioneira do Brasil. Mas a continuida<strong>de</strong> tem que retomardois pontos básicos: primeiro, que a discussãoseja inteiriça; e, segundo, que seja claramente separadoo que é resultado do FNT do que é <strong>um</strong>a propostado Executivo.Essas são duas premissas fundamentais para restaurara credibilida<strong>de</strong> e as próprias perspectivas <strong>de</strong>avanço para <strong>um</strong>a Reforma Trabalhista que realmentetenha condições <strong>de</strong> prosperar, porque baseada em <strong>um</strong>legítimo consenso tripartite.Vale ressaltar, ainda, que o Conselho Nacional <strong>de</strong>Relações <strong>de</strong> Trabalho, <strong>de</strong> composição tripartite, <strong>de</strong>veser implantado. De <strong>um</strong> modo geral, é importante quenão se perca a idéia do FNT. Espero que continueessa idéia <strong>de</strong> encaminhamentos tripartites, seja com acontinuida<strong>de</strong> do FNT, seja com a constituição do ConselhoNacional <strong>de</strong> Relações <strong>de</strong> Trabalho.6.2.2. Lúcia María Rondon Linhares (CNI)A expectativa inicial era que realmente ocorressemas Reformas Trabalhista e Sindical, concomitantemente.Além do fatiamento, ponto negativo foi não seter <strong>de</strong>batido antes <strong>um</strong>a PEC para <strong>de</strong>pois se <strong>de</strong>batero projeto <strong>de</strong> lei infraconstitucional. A PEC era a coisamais importante. Nós sempre <strong>de</strong>ixamos isso bemclaro, mas não houve <strong>um</strong> consenso nesse sentido, ehoje, mais do que nunca, estou convencida <strong>de</strong> que teríamosmais êxito se tivéssemos lutado por <strong>um</strong>a PEC,se o esforço do relatório final fosse para gerar <strong>um</strong>aPEC, para <strong>de</strong>sta PEC gerarmos os projetos.Outro ponto negativo foi o governo ter optado porarbitrar as divergências. Deveria ser ou o consenso,ou nada. O arbitramento sempre <strong>de</strong>scontenta <strong>um</strong> lado,e aí o <strong>processo</strong> pára. Isso foi <strong>um</strong> dos pontos que fizeramque o <strong>processo</strong> não vingasse. O que não dáconsenso <strong>de</strong>ve continuar em discussão.O ponto mais positivo foi a discussão sobre a representativida<strong>de</strong>.Outra vantagem foi o exercício do <strong>diálogo</strong><strong>social</strong>. Só conheço <strong>um</strong>a experiência melhor quea do FNT: o Mercosul. O início do Mercosul, o <strong>diálogo</strong>que o Mercosul trouxe em âmbito regional.Mas o FNT foi <strong>um</strong>a das experiências mais fantásticas.Apesar <strong>de</strong> não chegarmos a consensos emalg<strong>um</strong>as matérias, em alguns pontos, o <strong>processo</strong> foiimportante. A confiança que se cria nesse tipo <strong>de</strong> <strong>processo</strong>é muito positiva.A i<strong>de</strong>ntificação dos pontos <strong>de</strong> vista do governo comos trabalhadores prejudicou o <strong>de</strong>bate. O governo é PT,PT não, é CUT, e já vem com essas idéias há muitosanos. Todos são sindicalistas <strong>de</strong> longo do tempo. Issoinfluenciou. A imparcialida<strong>de</strong> vai até <strong>um</strong> certo ponto, éinerente ao ser h<strong>um</strong>ano. Não tendo no governo ninguémque fosse, que tivesse vindo do movimento sindicalpatronal, não tinha <strong>um</strong> ponto <strong>de</strong> equilíbrio. Eramtodos egressos do movimento sindical <strong>de</strong> trabalhadores.Não havia <strong>um</strong>a pessoa sequer que tivesse sido dolado patronal. Isso po<strong>de</strong> ter prejudicado.O projeto global acabou dificultando. Deveria tersido enviada a PEC primeiro e <strong>de</strong>pois, com a PECaprovada, a discussão po<strong>de</strong>ria ir caminhando. Com aPEC aprovada teríamos mais segurança.A idéia do FNT foi brilhante e tem que continuar.Não dá para parar o <strong>processo</strong>, seja qual for o governoesse <strong>processo</strong> não po<strong>de</strong> ser interrompido. O mo<strong>de</strong>lo<strong>de</strong>u segurança política. O que não <strong>de</strong>u segurançafoi a opção <strong>de</strong> negociar tudo na Reforma Sindical e<strong>de</strong>ixar a Reforma Trabalhista para <strong>de</strong>pois. A ReformaTrabalhista é prioritária. Do que adianta criar <strong>um</strong>a novaestrutura sindical, reconhecer as centrais e fortalecero movimento sindical, sem <strong>de</strong>finir o que po<strong>de</strong> e o quenão po<strong>de</strong> ser negociado.A Reforma Sindical <strong>de</strong>ve vir acoplada à Trabalhista.Sem as duas não dá. Por isso que <strong>um</strong>a PEC resolveriao início do <strong>processo</strong>.6. A VISÃO DOS ATORES SOCIAIS<strong>Conquistas</strong> e <strong><strong>de</strong>safios</strong> <strong>de</strong> <strong>um</strong> <strong>processo</strong> <strong>de</strong> <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong>: Reflexões dos atores para o futuro39


PORTUGUÊSA VISÃO DOS ATORES SOCIAIS6. A VISÃO DOS ATORES SOCIAISO resultado <strong>de</strong>sfavorável foi o fatiamento da reforma.Não obstante tem que continuar o <strong>diálogo</strong>.Outro aspecto que <strong>de</strong>ve ser <strong>de</strong>stacado é que ogoverno ouviu muito o Ministério Público e o Po<strong>de</strong>rJudiciário. Ora, se os atores sociais estão <strong>de</strong> acordo,vamos enfrentar as discussões <strong>de</strong>ntro do Legislativo.Muitas das posições do Po<strong>de</strong>r Judiciário são corporativase o Ministério Público atua como o quarto po<strong>de</strong>r.No campo das dificulda<strong>de</strong>s com a socieda<strong>de</strong>, é importanteregistrar que muita gente que ficou <strong>de</strong> fora doFNT não perdia a oportunida<strong>de</strong> para criticar os trabalhos,geralmente com interpretações fora do contexto.Quem não estava participando criticava sem conhecer.É a fogueira das vaida<strong>de</strong>s. A gran<strong>de</strong> maioria queou o <strong>de</strong>bateu ou discordou do projeto não entendia oconjunto. Alg<strong>um</strong>as palestras que eu fiz confirmam plenamenteessa alegação.Outro problema <strong>de</strong>correu das Conferências Estaduais.Com elas per<strong>de</strong>mos o momento da iniciativa.Per<strong>de</strong>mos <strong>um</strong> ano com as Conferências Estaduais, quenão <strong>de</strong>ram em nada. E não po<strong>de</strong>riam dar mesmo. Po<strong>de</strong>riamter sido feitas discussões regionais tripartites.De qualquer sorte, é importante dizer que o <strong>processo</strong>não é rápido. Ele é <strong>de</strong>morado mesmo. Nessalinha, o outro problema foi a pressa em enviar a PEC.A PEC é ruim, porque não foi suficientemente <strong>de</strong>batidae foi em gran<strong>de</strong> parte arbitrada pelo governo. O i<strong>de</strong>alseria a <strong>de</strong>sconstitucionalização da organização sindical,ou seja, a Constituição daria apenas os principiosbásicos, <strong>de</strong>ixando para a lei ordinária a <strong>de</strong>finição <strong>de</strong>ssaorganização.Por todos os <strong>de</strong>staques positivos, acho que a idéiado Conselho Nacional <strong>de</strong> Relações <strong>de</strong> Trabalho foimuito boa. Ele <strong>de</strong>ve ser tripartite, com competênciapara discutir as Reformas Trabalhista e Sindical.É o Conselho ou então acabou o canal <strong>de</strong> comunicação.Neste caso, <strong>de</strong>ixaremos que o Congressoman<strong>de</strong> os projetos sem qualquer discussão a respeito<strong>de</strong>les com os atores sociais.A tarefa da reforma é muito difícil <strong>de</strong> ser feita somentea partir do Congresso Nacional. A CLT — po<strong>de</strong>mfalar o que quiserem —, é <strong>um</strong>a estrutura bem feita, é<strong>um</strong> edifício construído nos melhores alicerces, com osmelhores materiais, com começo, meio e fim.Se há <strong>um</strong>a proposta legislativa suscetível a muitaemenda, ela vira <strong>um</strong> monstro. Se há consenso entreos atores sociais, ele <strong>de</strong>ve ser encaminhado ao CongressoNacional para <strong>de</strong>bate com os parlamentares.Havendo preocupação <strong>de</strong> mostrar a estrutura donegociado pelos atores sociais, creio, haverá poucaemenda.Por tudo isso é que o governo <strong>de</strong>ve se envolver,no corpo-a-corpo do Congresso Nacional. E, no casodo FNT, o governo não se envolveu. O MTE até quetentou. Mas o governo como <strong>um</strong> todo, não.Mesmo assim, restaram importantes conquistas. Aprincipal, do ponto <strong>de</strong> vista interno, foi a constituiçãodo GIEMP, que garantiu <strong>um</strong>a coesão nunca vista nosetor patronal. Houve efetiva articulação.O envolvimento do GIEMP foi muito gran<strong>de</strong> coma agenda <strong>de</strong> mudanças. Mas têm vários atores quenão querem mudar nada, e isso t<strong>um</strong>ultua <strong>um</strong> pouco o<strong>processo</strong>. Mas há <strong>um</strong> outro problema importante também.A dinâmica das discussões no FNT às vezes nãodava tempo para discussões com a base. Às vezeso assunto avançava muito até relatarmos o ocorridopara a base da representação.Eu gostaria muito que esse <strong>processo</strong> continuassepara que efetivamente alçássemos ganhos. A <strong>de</strong>rrotaparcial não foi suficiente para matar a idéia. Para haver<strong>um</strong>a Reforma Trabalhista precisa ter <strong>um</strong>a ReformaSindical com entida<strong>de</strong>s efetivamente representativas.Mas a Reforma Sindical precisa ser feita em conjuntocom a Trabalhista. Este é o <strong>de</strong>safio futuro. De voltapara o começo.6.2.3 Magnus Ribas Apostólico (FENABAN)Eu participei <strong>de</strong> várias tentativas <strong>de</strong> reformas, ReformaSindical, Reforma Trabalhista, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1985, todasfrustradas, mas nós nunca tínhamos trabalhadocom <strong>um</strong>a organização tão estruturada como essa. Aexpectativa mudou em relação às anteriores, porquerealmente nós tínhamos estrutura, tínhamos vonta<strong>de</strong>política, <strong>um</strong> governo trabalhista que era importantepara dar mais confiança principalmente à representaçãodos trabalhadores, à <strong>de</strong>claração formal dascentrais que queriam <strong>um</strong>a Reforma Sindical. Por tudoisso, a expectativa era muito positiva.A manifestação das confe<strong>de</strong>rações empresariaisquanto à legitimida<strong>de</strong> das centrais, a fé n<strong>um</strong> fór<strong>um</strong> tripartiteque pu<strong>de</strong>sse construir <strong>um</strong> ambiente novo nasrelações <strong>de</strong> trabalho, sair daquela estrutura fossilizadaque ainda estamos vivendo. Tudo, enfim, gerou <strong>um</strong>aexpectativa positiva.Mas <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o começo ficou <strong>um</strong> problema que nós40 <strong>Conquistas</strong> e <strong><strong>de</strong>safios</strong> <strong>de</strong> <strong>um</strong> <strong>processo</strong> <strong>de</strong> <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong>: Reflexões dos atores para o futuro


A VISÃO DOS ATORES SOCIAISPORTUGUÊSachávamos que ia acabar atrapalhando: a possibilida<strong>de</strong><strong>de</strong> arbitramento por parte do governo. Nós nãogostamos <strong>de</strong>sse artigo do regimento do FNT. A únicacoisa que nos <strong>de</strong>sagradava era isso. A representativida<strong>de</strong>era boa, a parida<strong>de</strong> era muito boa, a disposiçãoera boa, mas esse artigo era ruim porque misturavaconsenso com arbitragem.Só <strong>de</strong>veria integrar os projetos legislativos o quefosse consenso. As divergências <strong>de</strong>veriam ser apresentadasà parte. Nunca <strong>de</strong>veríamos misturar nomesmo projeto aspectos arbitrados, para evitar queas discordâncias pontuais arbitradas levassem à discordânciado projeto por inteiro. Se tudo isso fosse porconsenso no anteprojeto, todos nós o <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>ríamos.Dessa maneira, se fôssemos separando os consensos—com o compromisso <strong>de</strong> <strong>de</strong>fendê-los— dos pontossem consenso —que também <strong>de</strong>vem ser encaminhadosao Congresso Nacional em projeto específico—,creio que todos tentariam fazer o máximo possível <strong>de</strong>consensos para evitar que o governo fizesse projetosin<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes.Nessa perspectiva, o governo po<strong>de</strong> encaminhar aparte arbitrada junto com a parte <strong>de</strong> consenso, masem outro projeto. Isso evitaria aquela situação <strong>de</strong> oposiçãoao projeto como <strong>um</strong> todo em razão da oposiçãoa poucos artigos.O segundo ponto é que as Centrais Sindicais nãorepresentam tudo aquilo que elas falam que representam.Elas são <strong>um</strong> movimento <strong>de</strong> cúpula, com intençõesmo<strong>de</strong>rnas, com mo<strong>de</strong>lo mo<strong>de</strong>rno, mas que na sua estruturatêm presentes os <strong>de</strong>sejos mais fossilizados damaioria dos Sindicatos. As Centrais Sindicais, quandodizem que representam 14 milhões <strong>de</strong> trabalhadores,eu acredito, mas elas não representam os sindicalistasque representam esses 14 milhões.As Conferências Estaduais foram <strong>um</strong> <strong>de</strong>sperdício<strong>de</strong> dinheiro, <strong>de</strong> tempo e <strong>de</strong> paciência. Era preciso ter ali<strong>de</strong>rança das Centrais Sindicais, as principais li<strong>de</strong>rançasdos trabalhadores, até as li<strong>de</strong>ranças históricas quenão querem reforma nenh<strong>um</strong>a. As Centrais <strong>de</strong>veriamter feito <strong>um</strong> trabalho com esse pessoal, para levá-losa compreen<strong>de</strong>r aquilo que o governo nos fez enten<strong>de</strong>rdurante o <strong>processo</strong> do FNT: “Vocês participam einterferem na reforma, ou vocês não participam e nãointerferem na reforma e aceitem o que vier”.As Centrais Sindicais <strong>de</strong>veriam trabalhar com asConfe<strong>de</strong>rações oficiais. Eles tinham que negociar.Nessa situação, com certeza a reforma seria maisgradativa. Mas, para dar conta <strong>de</strong>ssa <strong>de</strong>mora, teríamoso FNT ou o Conselho Nacional <strong>de</strong> Relações <strong>de</strong>Trabalho. Ou seja, o FNT daria a largada e o Conselhofaria a evolução. O trabalho seria mais <strong>de</strong>morado eexigiria muita paciência. Seria a reforma com as coisasandando, pare<strong>de</strong> por pare<strong>de</strong>, tijolo por tijolo.No campo temático, por influência <strong>de</strong> todos os participantes,nós misturamos as ações coletivas com aReforma Sindical. Isso foi <strong>um</strong> complicador adicional.Nós fizemos no tempo errado. E culpa é <strong>de</strong> todos. Estávamosansiosos para resolver o problema da substituiçãoprocessual. O governo queria resolver, os trabalhadoresqueriam resolver e os empregadores, maisdo que os outros dois juntos. E, no final, o que atrasouo curso foi <strong>um</strong>a posição da CNI. A culpa foi <strong>de</strong> todos.Talvez até mais dos empregadores.A substituição processual ou as ações coletivasentraram no ponto ina<strong>de</strong>quado. Estávamos falando <strong>de</strong>Reforma Sindical, <strong>de</strong> negociações coletivas e <strong>de</strong> solução<strong>de</strong> conflitos. Isso acabou atrapalhando.O segundo problema temático foi o retardamentoda discussão da Reforma Trabalhista. Isso é o que vaimatar o Conselho <strong>de</strong> Relações <strong>de</strong> Trabalho também,se não forem tomados os <strong>de</strong>vidos cuidados.Deve ficar muito clara a atribuição do ConselhoPermanente para fazer a Reforma Trabalhista. Senão,vai acontecer o que aconteceu no FNT, e a área patronalnão vai acreditar. Vão ter que se fazer as reformasparalelamente para ter credibilida<strong>de</strong>. Esse foi <strong>um</strong> problemado FNT cuja repetição <strong>de</strong>veríamos evitar anoConselho futuro.6.3. GovernoOs representantes da bancada do governo entrevistadosforam: Marco Antônio <strong>de</strong> Oliveira, do Ministériodo Trabalho e Emprego (MTE), Coor<strong>de</strong>nador GeralAdjunto do Fór<strong>um</strong> Nacional do Trabalho (FNT) e OsvaldoMartinez Bargas, do MTE, Coor<strong>de</strong>nador Geraldo FNT.6.3.1. Marco Antônio <strong>de</strong> Oliveira (MTE)A idéia da instalação do Fór<strong>um</strong> Nacional do Trabalhoé, na verda<strong>de</strong>, tributária <strong>de</strong> <strong>um</strong>a experiênciaanterior <strong>de</strong> negociação tripartite que ocorreu à épocado governo Itamar sobre a gestão do então ministroWalter Barelli.Fernando Henrique Cardoso preferiu outro caminhoe, por oito anos, o que ocorreu foi a tentativa <strong>de</strong>, por6. A VISÃO DOS ATORES SOCIAIS<strong>Conquistas</strong> e <strong><strong>de</strong>safios</strong> <strong>de</strong> <strong>um</strong> <strong>processo</strong> <strong>de</strong> <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong>: Reflexões dos atores para o futuro41


PORTUGUÊSA VISÃO DOS ATORES SOCIAIS6. A VISÃO DOS ATORES SOCIAISmeio <strong>de</strong> medidas provisórias, portarias, resoluções,atos unilaterais do po<strong>de</strong>r executivo, promover em mudançastópicas na legislação, havendo, no máximo, <strong>um</strong><strong>diálogo</strong> do governo com <strong>de</strong>terminados segmentos domovimento sindical e com setores do empresariado.Durante a campanha eleitoral <strong>de</strong> 2002, o entãocandidato Lula ass<strong>um</strong>iu o compromisso público, expressoem seu programa <strong>de</strong> governo, no sentido <strong>de</strong>promover <strong>um</strong>a retomada, ou seja, <strong>um</strong> novo <strong>processo</strong><strong>de</strong> negociação tripartite em torno dos temas concernentesàs relações do trabalho e ao direito do trabalho.O Fór<strong>um</strong> Nacional do Trabalho (FNT) foi entãoinstalado pelo Ministério do Trabalho e Emprego(MTE). De certa forma, como eu disse, ele é tributário<strong>de</strong>ssa herança, mas também representa <strong>um</strong> avançoem relação ao que se tentou fazer lá atrás. Um avançono sentido <strong>de</strong> que, ao contrário daquele fór<strong>um</strong>, que foi,basicamente, <strong>um</strong> fór<strong>um</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>bates, o Fór<strong>um</strong> Nacionaldo Trabalho se configurou como <strong>um</strong> fór<strong>um</strong> <strong>de</strong> negociação,com caráter tripartite, paritário e com amplaparticipação das Centrais Sindicais. A expectativa quecercou a instalação do FNT e que marcou todos osseus trabalhos era a <strong>de</strong> conduzir <strong>um</strong>a ampla ReformaSindical e Trabalhista no país, por meio do <strong>diálogo</strong>, danegociação tripartite nessas condições que eu expus.Eu creio que a principal virtu<strong>de</strong> <strong>de</strong>sse <strong>processo</strong>resi<strong>de</strong> na própria valorização do <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong> comoponto <strong>de</strong> partida do esforço <strong>de</strong> negociação e comopressuposto <strong>de</strong> <strong>um</strong> novo or<strong>de</strong>namento jurídico institucionaldas relações <strong>de</strong> trabalho no Brasil. Essa idéia<strong>de</strong> valorização do <strong>diálogo</strong>, <strong>de</strong> aposta no princípio daboa fé, <strong>de</strong> construção <strong>de</strong> <strong>um</strong> arcabouço <strong>de</strong> caráter<strong>de</strong>mocrático, supõe, como ponto <strong>de</strong> partida, que trabalhadores,empregadores e governo tenham, <strong>de</strong> antemão,a disposição <strong>de</strong> rever, <strong>de</strong> com<strong>um</strong> acordo, asregras do jogo que pautam as relações <strong>de</strong> trabalhono país. De maneira que não nos parece viável falarn<strong>um</strong>a reforma <strong>de</strong>mocrática das relações <strong>de</strong> trabalho,sem que se valorize a idéia do <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong>, a idéiado tripartismo, a idéia <strong>de</strong> <strong>um</strong>a construção <strong>de</strong> forma negociada<strong>de</strong>sse novo mo<strong>de</strong>lo.A valorização do <strong>diálogo</strong> pautou a própria construçãodo Fór<strong>um</strong> Nacional do Trabalho. Ou seja, antesmesmo que o governo <strong>de</strong>finisse <strong>um</strong>a proposta, <strong>um</strong>aestratégia <strong>de</strong> encaminhamento do <strong>de</strong>bate, ele realizou<strong>um</strong>a ampla consulta a trabalhadores e empregadorespor meio das suas representações nacionais sobre asregras que pautaram, posteriormente, o <strong>de</strong>bate no âmbitodo Fór<strong>um</strong> Nacional do Trabalho. Então, parece-meque esta é <strong>um</strong>a questão fundamental: o <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong>foi <strong>um</strong> princípio, <strong>um</strong> método e também <strong>um</strong> instr<strong>um</strong>ental,por meio do qual se construiu o próprio Fór<strong>um</strong>.Outra virtu<strong>de</strong> que <strong>de</strong>corre <strong>de</strong>ssa experiência é ofato <strong>de</strong> que Fór<strong>um</strong> Nacional do Trabalho propiciou,por meio do <strong>diálogo</strong>, <strong>um</strong> conhecimento mais estreitopor parte dos atores a respeito da infinida<strong>de</strong> <strong>de</strong> temasque as Reformas Sindical e Trabalhista abarcam. Naverda<strong>de</strong>, quando falamos <strong>de</strong>ssas reformas, estamosfalando <strong>de</strong> <strong>um</strong>a reforma <strong>de</strong> amplo sistema e que, portanto,requer mudanças gradativas, mudanças do tempo,que supõem, inclusive, <strong>um</strong> <strong>processo</strong> relativamente<strong>de</strong>morado <strong>de</strong> transição para as novas regras.O <strong>de</strong>bate propiciou também <strong>um</strong> conhecimento maisestreito entre os próprios atores. É da natureza dasrelações do trabalho a existência, a gestão dos conflitos,mas essa configuração e o histórico das relaçõesdo trabalho no Brasil sempre geram <strong>um</strong> alto grau <strong>de</strong><strong>de</strong>sconfiança entre os atores. De certa forma, o Fór<strong>um</strong>reduziu essa <strong>de</strong>sconfiança, criou <strong>um</strong> ambiente maispropício ao respeito mútuo, à prevalência da boa-fé, àbusca do entendimento.Eu creio que o principal <strong>de</strong>feito que o Fór<strong>um</strong> Nacionaldo Trabalho apresentou foi o fato <strong>de</strong> excluir, <strong>de</strong>certa medida, da mesa <strong>de</strong> negociação, a participaçãodas Confe<strong>de</strong>rações. Essa exclusão não ocorreu porforça <strong>de</strong> <strong>um</strong>a <strong>de</strong>cisão do governo, mesmo porque elepautou a composição das bancadas com base noscritérios já consagrados pela OIT. Coube a empregadorese trabalhadores a <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> suas bancadas,por meio das suas representações nacionais. O queo governo fez foi fixar critérios gerais que pautassemessa escolha, tais como: as entida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>veriam estarvinculadas a entida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> caráter nacional, a entida<strong>de</strong>scom notório reconhecimento público e, preferencialmente,entida<strong>de</strong>s que já tivessem assento em órgãosdo conselho <strong>de</strong> fóruns públicos. Mas houve daparte dos trabalhadores <strong>um</strong>a divisão e é histórica, eque <strong>de</strong>corre do próprio entendimento diverso a respeitoda matéria que era objeto da negociação. Esse é oprimeiro problema.De certa maneira, o governo tentou contornar essequestionamento quanto à participação das Confe<strong>de</strong>rações,sugerindo às Centrais Sindicais que incorporassem,em suas bancadas, representantes dasConfe<strong>de</strong>rações e Fe<strong>de</strong>rações <strong>de</strong> trabalhadores. Mas,para boa parte <strong>de</strong>las, isso foi consi<strong>de</strong>rado insatisfa-42 <strong>Conquistas</strong> e <strong><strong>de</strong>safios</strong> <strong>de</strong> <strong>um</strong> <strong>processo</strong> <strong>de</strong> <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong>: Reflexões dos atores para o futuro


A VISÃO DOS ATORES SOCIAISPORTUGUÊStório, o que suscitou a articulação do Fór<strong>um</strong> Sindicaldos Trabalhadores. Um fór<strong>um</strong> paralelo conduzido pelasConfe<strong>de</strong>rações, as quais, <strong>de</strong> certa forma, tinham oclaro intuito <strong>de</strong> obstruir qualquer tentativa <strong>de</strong> ReformasSindical e Trabalhista.Outra iniciativa do governo para contornar esseobstáculo foi a realização <strong>de</strong> reuniões diretas com asConfe<strong>de</strong>rações. Nós chegamos a realizar cinco rodadas<strong>de</strong> negociações com as Confe<strong>de</strong>rações. Masessas negociações não prosperaram, em virtu<strong>de</strong> dofato <strong>de</strong> haver <strong>um</strong>a contraposição muito clara dasConfe<strong>de</strong>rações a qualquer idéia <strong>de</strong> mudança maisampla do sistema <strong>de</strong> relações do trabalho no Brasil.As Confe<strong>de</strong>rações firmaram <strong>um</strong>a posição <strong>de</strong> princípioem <strong>de</strong>fesa da unicida<strong>de</strong>, do po<strong>de</strong>r normativo, do sistemaconfe<strong>de</strong>rativo, das contribuições compulsórias osquais, praticamente, inviabilizaram qualquer <strong>diálogo</strong>.Outro aspecto que revelou não <strong>um</strong> <strong>de</strong>feito, massim <strong>um</strong> problema é que a negociação se prolongou,no meu modo <strong>de</strong> ver, <strong>de</strong> maneira <strong>de</strong>masiada. Ou seja,nós inicialmente prevíamos <strong>um</strong> <strong>processo</strong> <strong>de</strong> negociaçãoem torno apenas do estabelecimento dos consensos.Nesse caso, o Fór<strong>um</strong> foi bem-sucedido, aindaque houvesse <strong>de</strong>fecções ao longo das negociaçõesdo lado da bancada dos trabalhadores, com alg<strong>um</strong>asCentrais não chancelando o relatório final. De certaforma, a posição era amplamente majoritária em proldaqueles consensos firmados. E, até aquele momento,a avaliação era bastante positiva. Mas nós, porforça da pressão das próprias bancadas <strong>de</strong> trabalhadorese empregadores, <strong>de</strong>cidimos por bem esten<strong>de</strong>r aetapa <strong>de</strong> negociação, ainda que em caráter informal,com relação à própria minuta do Projeto <strong>de</strong> Lei. Essamorosida<strong>de</strong> no <strong>diálogo</strong> com as representações <strong>de</strong> trabalhadorese empregadores <strong>de</strong> certa forma permitiuque as Confe<strong>de</strong>rações realizassem <strong>um</strong> movimento <strong>de</strong>resistência continuada, <strong>um</strong> amplo esforço <strong>de</strong> lobbyno Congresso Nacional, que acabaram por dificultaro próprio <strong>processo</strong> <strong>de</strong> tramitação do Anteprojeto e daPEC 369 quando ela ingressou no Congresso.Outro ponto fraco que eu creio que houve na conduçãodos trabalhos do Fór<strong>um</strong> foi o próprio <strong>diálogo</strong>com o Congresso. O governo foi bem-sucedido no<strong>diálogo</strong> que manteve com outras esferas <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r,como o TST (Tribunal Superior do Trabalho), como oMinistério Público do Trabalho, mas, no âmbito do po<strong>de</strong>rlegislativo, avalio que a nossa articulação <strong>de</strong>ixou a<strong>de</strong>sejar.O momento em que as propostas <strong>de</strong> reforma chegaramao Congresso também foi ruim, porque já sevisl<strong>um</strong>brava <strong>um</strong>a situação <strong>de</strong> crise política. No momentoem que o partido majoritário do governo haviaperdido a presidência da Casa, esse trabalho <strong>de</strong> lobbydas Confe<strong>de</strong>rações começava a surtir efeito e, portanto,a Proposta foi recebida <strong>de</strong> forma muito ruim pelosparlamentares. O fato <strong>de</strong> os consensos e a pressãodaqueles que eram contrários terem prevalecido tambémnas Comissões fez que os parlamentares recebessema Proposta do Fór<strong>um</strong> com <strong>de</strong>sconfiança. E osapoiadores da Proposta ou atuaram timidamente na<strong>de</strong>fesa <strong>de</strong>la, ou simplesmente romperam os acordospreviamente firmados. Então, isso ocorreu, sobretudo,com a bancada dos empregadores, mas também dolado dos trabalhadores.Outra dificulda<strong>de</strong>, eu diria, é inerente ao próprio<strong>de</strong>bate. O governo fez <strong>um</strong> amplo esforço na inversãoda pauta do <strong>de</strong>bate, privilegiando a Reforma Sindical,mas a todo momento os empregadores insistiramcom o tema da Reforma Trabalhista e condicionaramtodo e qualquer apoio na etapa <strong>de</strong> tramitação do Projetono Congresso ao encaminhamento da ReformaTrabalhista. Ou seja, repetiram várias vezes que sóhaveria acordo quando tudo estivesse acordado. Dooutro lado, os trabalhadores adotaram <strong>um</strong>a postura<strong>de</strong> recusa a qualquer avanço no <strong>de</strong>bate no terreno daReforma Trabalhista, enquanto não houve <strong>um</strong>a clarasinalização do Congresso quanto à viabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> tramitaçãoda Reforma Sindical. Isso criou, <strong>de</strong> certa maneira,<strong>um</strong>a forma <strong>de</strong> inércia que dificultou também atramitação do Anteprojeto e da PEC 369 no CongressoNacional.O Fór<strong>um</strong>, como instância <strong>de</strong> <strong>de</strong>bate, funcionou.O problema fundamental ocorreu na hora em que eleteve <strong>de</strong> ampliar o seu espaço <strong>de</strong> <strong>diálogo</strong> para <strong>um</strong>a outraesfera <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r, que tem a prerrogativa <strong>de</strong> fazer asleis: o Congresso Nacional. É muito difícil, no entanto,avaliar o resultado do Fór<strong>um</strong> apenas pela sua experiência<strong>de</strong> <strong>diálogo</strong>, <strong>de</strong> negociação, sem consi<strong>de</strong>rar osseus resultados. Seja no que diz respeito à formulaçãoda Proposta, seja no que diz respeito ao seu encaminhamento.Se nós tivéssemos que falar <strong>de</strong> <strong>um</strong>a gran<strong>de</strong> virtu<strong>de</strong>do Fór<strong>um</strong> Nacional do Trabalho, po<strong>de</strong>ríamos dizer quesó o fato da a<strong>de</strong>são por parte dos atores à criaçãodo conselho tripartite já representa <strong>um</strong>a vitória. Entretanto,isso também <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> projeto <strong>de</strong> lei. Se nós6. A VISÃO DOS ATORES SOCIAIS<strong>Conquistas</strong> e <strong><strong>de</strong>safios</strong> <strong>de</strong> <strong>um</strong> <strong>processo</strong> <strong>de</strong> <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong>: Reflexões dos atores para o futuro43


PORTUGUÊSA VISÃO DOS ATORES SOCIAIS6. A VISÃO DOS ATORES SOCIAISconseguimos, com força no <strong>diálogo</strong> ac<strong>um</strong>ulado ao longo<strong>de</strong>sse <strong>processo</strong>, fazer que o Congresso consagreessa idéia <strong>de</strong> <strong>um</strong> Conselho Tripartite <strong>de</strong> Relações doTrabalho, vamos não só institucionalizar a prática do<strong>diálogo</strong> mas também erigir <strong>um</strong> novo espaço, que talvezconsiga contornar <strong>de</strong> maneira mais efetiva a série<strong>de</strong> dificulda<strong>de</strong>s e <strong>de</strong> obstáculos que o Fór<strong>um</strong> Nacionaldo Trabalho enfrentou. Portanto, no meu modo <strong>de</strong>ver, a proposta que tem origem no Fór<strong>um</strong> representaa possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> institucionalização da própria experiênciado Fór<strong>um</strong>, sobre novas bases. Ela po<strong>de</strong> tornarperene o <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong> sobre os temas das relaçõesdo trabalho e, ainda, se aprovada a idéia do conselho,esse conselho será, sem dúvida nenh<strong>um</strong>a, <strong>um</strong> fór<strong>um</strong>privilegiado para o encaminhamento da Reforma, naeventualida<strong>de</strong>, sob <strong>um</strong> novo governo, iniciado <strong>um</strong>novo mandato.Eu consi<strong>de</strong>ro que a experiência do Fór<strong>um</strong> merece<strong>um</strong>a avaliação mais aprofundada. Ela representa,sem dúvida, <strong>um</strong> inegável avanço na tentativa <strong>de</strong> sevalorizar o <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong>, o recurso da prática da negociaçãotripartite como forma <strong>de</strong> solução <strong>de</strong> conflitos,em particular como caminho para a construção <strong>de</strong> <strong>um</strong>or<strong>de</strong>namento jurisdicional das relações do trabalho noBrasil em bases <strong>de</strong>mocráticas. Qualquer nova tentativa<strong>de</strong> tratar esse tema terá que consi<strong>de</strong>rar a experiênciado Fór<strong>um</strong> Nacional do Trabalho.A experiência do Fór<strong>um</strong> representa a oportunida<strong>de</strong><strong>de</strong> se consagrar <strong>um</strong> novo mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> relação entre opo<strong>de</strong>r público e os atores das relações do trabalho.Des<strong>de</strong> o primeiro momento, na idéia subjacente doFór<strong>um</strong>, estava presente a expectativa <strong>de</strong> que nós po<strong>de</strong>ríamosinstaurar, também nas esferas <strong>de</strong> relaçõesdo trabalho, <strong>um</strong> espaço <strong>de</strong> <strong>diálogo</strong> tripartite, que tivesse<strong>um</strong> caráter institucional perene. Ou seja, que nãoservisse apenas ao objetivo <strong>de</strong> conduzir <strong>um</strong>a reforma<strong>de</strong>ssa natureza, mas que pu<strong>de</strong>sse abarcar <strong>um</strong> conjunto<strong>de</strong> temas que dizem respeito às relações do trabalho.De certa forma, essa idéia já estava consubstanciadano próprio Projeto da Reforma Sindical, como a proposiçãoda criação do Conselho Nacional <strong>de</strong> Relaçõesdo Trabalho (CNRT).Outro aspecto que eu consi<strong>de</strong>ro bastante positivoé a própria proposta que se formulou. Tanto a PEC 369quanto o Anteprojeto <strong>de</strong> Lei po<strong>de</strong>m ser criticados sobvários aspectos. Mas é inegável que houve <strong>um</strong> esforçoamplo <strong>de</strong> todos os lados no sentido <strong>de</strong> vencer resistências,<strong>de</strong> superar visões corporativas e <strong>de</strong> construirnovas bases <strong>de</strong> <strong>um</strong> relacionamento. Assim, a propostado Fór<strong>um</strong> Nacional do Trabalho é a única que trata dasquestões relativas ao direito sindical em toda a suaextensão. Ela é bastante ampla e po<strong>de</strong> ser criticadaaqui e ali, mas traz, no meu modo <strong>de</strong> ver, inegáveisavanços. Qualquer <strong>de</strong>bate que se queira fazer no CongressoNacional a respeito <strong>de</strong>sses temas irá, em largamedida, consi<strong>de</strong>rar essas questões. É interessantenotar que, no <strong>de</strong>bate havido na Comissão Permanentedo Trabalho da Câmara dos Deputados, muitas daspropostas que foram apresentadas como substitutivasincorporaram inúmeras idéias surgidas no Fór<strong>um</strong> Nacionaldo Trabalho, mesmo quando essas idéias eramapresentadas como crítica.A Proposta final do Fór<strong>um</strong> não esgotou ainda apossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> influenciar o <strong>de</strong>bate futuro.O que me parece complicado em relação à experiênciado Fór<strong>um</strong>? O primeiro aspecto que <strong>de</strong>ve serconsi<strong>de</strong>rado e que, <strong>de</strong> alg<strong>um</strong>a forma, já tinha pautadoa experiência anterior à época do ministro Walter Barelli,é que <strong>um</strong> Fór<strong>um</strong> <strong>de</strong>ssa dimensão, <strong>de</strong>ssa envergadura,representa já, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início, <strong>um</strong>a dificulda<strong>de</strong>para <strong>um</strong>a solução negociada, pelo fato <strong>de</strong> ter <strong>um</strong>agama muito gran<strong>de</strong> <strong>de</strong> atores envolvidos na negociação.Segundo, porque da maneira como o sistema <strong>de</strong>relações do trabalho está montado, ainda que as entida<strong>de</strong>s<strong>de</strong> cúpula tenham o <strong>de</strong>si<strong>de</strong>rato <strong>de</strong> negociar,esse <strong>de</strong>sejo enfrenta a resistência dos sindicatos <strong>de</strong>base, que <strong>de</strong>têm o monopólio da representação e daarrecadação e relutam em perdê-los. Isso vale tantopara os trabalhadores quanto para os empregadores.Terceiro, porque esse gran<strong>de</strong> conjunto <strong>de</strong> sindicatosexerce, direta e indiretamente, influência sobre o CongressoNacional. Muitas vezes o posicionamento dosparlamentares em relação a essa matéria não se pautapor questões doutrinárias. Os próprios parlamentares,na verda<strong>de</strong>, têm como base <strong>de</strong> apoio os sindicatos.Portanto, não é só do interesse do sindicato perpetuaressa condição atual, mas muitas vezes é <strong>de</strong> interessedo parlamentar, que tem no sindicato ou na figura dosindicalista seu cabo eleitoral. Isso é outra força queconspira contra mudanças e projetos que queiram <strong>de</strong>alg<strong>um</strong>a forma consagrar novos preceitos <strong>de</strong> organizaçãosindical e do direito do trabalho no Brasil.Outro aspecto ainda que não po<strong>de</strong> ser menosprezadoé o peso que outros atores têm nesse <strong>de</strong>bate,como as associações dos chamados operadores doDireito. Essas associações, como a ANPT (Associa-44 <strong>Conquistas</strong> e <strong><strong>de</strong>safios</strong> <strong>de</strong> <strong>um</strong> <strong>processo</strong> <strong>de</strong> <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong>: Reflexões dos atores para o futuro


A VISÃO DOS ATORES SOCIAISPORTUGUÊSção Nacional dos Procuradores do Trabalho), Abrat(Associação Brasileira <strong>de</strong> Advogados Trabalhistas),Anamatra (Associação Nacional dos Magistrados daJustiça do Trabalho), se consi<strong>de</strong>raram excluídas do<strong>de</strong>bate, ainda que o governo tenha montado a ComissãoNacional <strong>de</strong> Direito e Relação do Trabalho 32 .Foram muito refratárias às propostas postas na mesa<strong>de</strong> mudança do sistema atual, mesmo que ao final do<strong>processo</strong> a proposta tenha se aproximado muito dasteses <strong>de</strong>fendidas por esses setores. Então, o <strong>diálogo</strong>com os chamados operadores do Direito é <strong>um</strong> aspectoque, n<strong>um</strong>a nova rodada, n<strong>um</strong> novo momento, n<strong>um</strong>novo contexto, <strong>de</strong>ve ser repensado.Outro ponto também fundamental na avaliação dizrespeito à própria priorida<strong>de</strong> conferida a esse tema.Como nós temos <strong>um</strong>a agenda bastante extensa <strong>de</strong> reformase <strong>de</strong> priorida<strong>de</strong>s no âmbito do po<strong>de</strong>r legislativo,muitas vezes, o fato <strong>de</strong> não haver <strong>um</strong> consenso realmenteamplo a respeito <strong>de</strong>ssa matéria faz que essetema seja colocado em segundo ou terceiro plano.Assim, a idéia da reforma vai sendo in<strong>de</strong>finidamentepostergada e nunca realizada.6.3.2. Osvaldo Martinez Bargas (MTE)O FNT foi constituído para promover o <strong>diálogo</strong> entreos atores sociais e o governo com o objetivo <strong>de</strong>promover as Reformas Sindical e Trabalhista. A criaçãodo FNT foi <strong>um</strong> compromisso <strong>de</strong> campanha, assu-32 Criada pela Portaria nº 1.150, <strong>de</strong> 9 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 2003, para prestarassessoramento direto ao Ministro do Trabalho e Emprego, por meio <strong>de</strong>formulações <strong>de</strong> diretrizes fundamentadas no estímulo e <strong>de</strong>senvolvimentodo tripartismo e na <strong>de</strong>mocratização das relações <strong>de</strong> trabalho, sempreconsi<strong>de</strong>rando o necessário equilíbrio <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r entre trabalhadores e empregadorese suas respectivas representações. Composta por 34 (trintae quatro) membros, indicados em caráter institucional e sem suplentes,sendo que 20 (vinte) membros serão indicados <strong>de</strong>ntre juristas, operadoresjurídicos e especialistas em relação <strong>de</strong> trabalho <strong>de</strong> notório saber ereconhecimento no cenário nacional e 14 (quatorze) membros serão <strong>de</strong>signadospor instituições culturais e <strong>de</strong> estudo e pesquisa <strong>de</strong> <strong>de</strong>stacadaatuação, previamente arroladas pelo Ministro do Trabalho e Emprego.Os peritos representantes são: Alice Monteiro <strong>de</strong> Barros; Antonio Álvaresda Silva; Antonio Rodrigues <strong>de</strong> Freitas Jr.; Arnaldo Lopes Süssekind;Benedito Calheiros Bomfim; Cássio Mesquita Barros Jr.; Edésio FrancoPassos; Fahit Tahan Sab; José Augusto Rodrigues Pinto; José FranciscoSiqueira Neto; Luiz Carlos Amorim Robortella; Márcio Túlio Viana; MaurícioGodinho Delgado; Mauro <strong>de</strong> Azevedo Menezes; Otávio Brito Lopes;Pedro Paulo Teixeira Manus; Raimundo Simão <strong>de</strong> Mello; Roberto Araújo<strong>de</strong> Oliveira Santos; Roberto <strong>de</strong> Figueiredo Caldas, Severino AlmeidaFilho. Os representantes institucionais são: Aca<strong>de</strong>mia Nacional <strong>de</strong> Direitodo Trabalho (ANDT); Instituto Brasileiro <strong>de</strong> Direito Social CesarianoJúnior (IBDS); Associação Brasileira <strong>de</strong> Recursos H<strong>um</strong>anos (ABRH);Associação Nacional <strong>de</strong> Magistrados Trabalhistas (ANAMATRA); AssociaçãoNacional dos Procuradores Do Trabalho (ANPT); Instituto dosAdvogados Brasileiros (IAB); Or<strong>de</strong>m dos Advogados do Brasil (OAB);Departamento Intersindical <strong>de</strong> Estatísticas e Estudos Sócio-Econômicos(DIEESE); Associação dos Magistrados do Brasil (AMB); DepartamentoIntersindical <strong>de</strong> Assessoria Parlamentar (DIAP); Associação Brasileira<strong>de</strong> Estudos do Trabalho (ABET); Consultoria Jurídica do Ministério doTrabalho (CONJUR); Associação Brasileira dos Advogados Trabalhistas(ABRAT); Instituto Nacional <strong>de</strong> Mediação e Arbitragem (INAMA).mido pelo presi<strong>de</strong>nte Lula, <strong>de</strong> criar <strong>um</strong> Fór<strong>um</strong> tripartitecom a missão <strong>de</strong> promover entendimentos entre trabalhadorese empregadores, visando à elaboração <strong>de</strong>Anteprojetos <strong>de</strong> Lei.O ponto <strong>de</strong> partida político do FNT foi a composiçãotripartite e paritária, mediante a participação <strong>de</strong> entida<strong>de</strong>snacionalmente reconhecidas, não só do ponto <strong>de</strong>vista legal ou formal mas, sobretudo, do ponto <strong>de</strong> vistapolítico e <strong>social</strong>, como é o caso das Centrais Sindicais.Assim sendo, a bancada dos trabalhadores foicomposta por representantes indicados pelas centraissindicais e a bancada dos empregadores, por representantesindicados pelas confe<strong>de</strong>rações <strong>de</strong> empregadores.Na composição das referidas representações, ogoverno não teve qualquer interferência.A opção pelas Reformas Sindical e Trabalhista pormeio <strong>de</strong> negociação entre governo, trabalhadores eempregadores <strong>de</strong>correu <strong>de</strong> amplo apoio dos respectivosatores sociais, manifestado à Secretaria Nacional<strong>de</strong> Relações e Trabalho do MTE em reuniões específicasque antece<strong>de</strong>ram a organização estrutural doFNT. A partir <strong>de</strong>ssas consultas é que a Coor<strong>de</strong>naçãodo FNT estabeleceu a metodologia dos trabalhos, oorganograma e o regimento interno do FNT, que foramsubmetidos à apreciação das entida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> trabalhadorese dos empregadores para oferecimento <strong>de</strong> sugestões.O FNT não funcionou como <strong>um</strong> mero espaço <strong>de</strong><strong>de</strong>bate e <strong>de</strong> troca <strong>de</strong> idéias. O Fór<strong>um</strong> se constituiucomo <strong>um</strong> espaço <strong>de</strong> negociação baseado nas pautaspreparadas pela Coor<strong>de</strong>nação Técnica. Foram criadosos Grupos Temáticos (organização sindical, negociaçãocoletiva, composição <strong>de</strong> conflito) previstos noorganograma. Cada grupo contou com a participação<strong>de</strong> cinco representantes <strong>de</strong> cada bancada e funcionoucom <strong>um</strong> mediador, <strong>um</strong> relator e <strong>um</strong>a secretária. Essesgrupos trabalharam <strong>de</strong> acordo com o cronograma <strong>de</strong>ativida<strong>de</strong>s previamente aprovado e tiveram a inc<strong>um</strong>bência<strong>de</strong> produzir consensos sobre os respectivostemas.As questões não acordadas nos grupos foram remetidaspara a Comissão <strong>de</strong> Sistematização, que <strong>de</strong>tinhaa responsabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ampliar os entendimentosentre as partes e consolidar sistematicamente cada<strong>um</strong> dos temas na perspectiva <strong>de</strong> <strong>um</strong> novo sistema <strong>de</strong>relações <strong>de</strong> trabalho.O ponto <strong>de</strong> partida das discussões foi <strong>um</strong> tema6. A VISÃO DOS ATORES SOCIAIS<strong>Conquistas</strong> e <strong><strong>de</strong>safios</strong> <strong>de</strong> <strong>um</strong> <strong>processo</strong> <strong>de</strong> <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong>: Reflexões dos atores para o futuro45


PORTUGUÊSA VISÃO DOS ATORES SOCIAIS6. A VISÃO DOS ATORES SOCIAISbastante polêmico entre os atores sociais. A bancadados trabalhadores <strong>de</strong>fendia que as discussões <strong>de</strong>veriamcomeçar pela legislação sindical. A bancada dosempregadores <strong>de</strong>fendia que a discussão sobre a legislaçãosindical fosse simultânea com a trabalhista.Diante do impasse, o governo <strong>de</strong>finiu iniciar os <strong>de</strong>batespela Reforma Sindical, por enten<strong>de</strong>r como necessáriae prepon<strong>de</strong>rante a <strong>de</strong>finição prévia dos institutos<strong>de</strong> direito coletivo em relação aos institutos <strong>de</strong>direito individual, especialmente pelo fato <strong>de</strong> <strong>um</strong> dosobjetivos das reformas ser exatamente o fortalecimentoda negociação coletiva.As premissas sempre <strong>de</strong>fendidas pela bancada dogoverno foram relacionadas à <strong>de</strong>fesa <strong>de</strong> <strong>um</strong> sistema<strong>de</strong> relação <strong>de</strong> trabalho fundado na autonomia coletiva,assegurada n<strong>um</strong>a legislação <strong>de</strong> sustento capaz<strong>de</strong> garantir a obrigatorieda<strong>de</strong> da negociação coletiva,combinada com <strong>um</strong> sistema voluntário <strong>de</strong> solução <strong>de</strong>conflito, com o pleno exercício do direito <strong>de</strong> greve ecom as garantias contra atos anti-sindicais.O objetivo era dotar o país <strong>de</strong> <strong>um</strong> sistema <strong>de</strong> relações<strong>de</strong> trabalho que assegurasse aos trabalhadorese aos empregadores a plena liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> organizaçãosindical, nos termos dos instr<strong>um</strong>entos da OIT.Mesmo com essas premissas, o governo não entrouno <strong>de</strong>bate com <strong>um</strong> mo<strong>de</strong>lo pronto e acabado.Pelo contrário. No que diz respeito à reforma da organizaçãosindical, o envolvimento dos atores sociaisno <strong>processo</strong> <strong>de</strong> negociação no FNT não permitiu queos resultados produzidos fossem exatamente aquelespretendidos pelo governo. Des<strong>de</strong> o início ficou claroque os atores sociais, por razões óbvias, priorizaramos interesses das suas entida<strong>de</strong>s sindicais em relaçãoaos dos seus representados.A proteção do Estado, que garante às entida<strong>de</strong>ssindicais o monopólio da representação, a sustentaçãofinanceira compulsória e a solução <strong>de</strong> conflitos, queisenta as partes <strong>de</strong> suas responsabilida<strong>de</strong>s, é algo <strong>de</strong>que poucas entida<strong>de</strong>s sindicais preten<strong>de</strong>m abrir mão.Como as propostas do FNT integravam <strong>um</strong> <strong>processo</strong><strong>de</strong> reforma construído com base na negociação, po<strong>de</strong>mosconsi<strong>de</strong>rar que o resultado alcançado foi bastantesignificativo.O importante foi que os representantes dos trabalhadores,dos empregadores e do governo souberam,em nome do consenso, abrir mão <strong>de</strong> questões quefazem parte das diferentes concepções sindicais representadasno Fór<strong>um</strong>.O importante é que o resultado representa avançossignificativos. A análise das qualida<strong>de</strong>s e dos <strong>de</strong>feitosdo Anteprojeto <strong>de</strong> Lei <strong>de</strong> Relações Sindicais <strong>de</strong>ve serfeita com referência ao que temos na atual legislação,e não a <strong>um</strong> mundo i<strong>de</strong>al e distante da realida<strong>de</strong>.O Anteprojeto assegura maior autonomia às organizaçõessindicais em relação ao Estado que o sistemaatual. Essa in<strong>de</strong>pendência maior, se aprovada peloCongresso Nacional, representará avanços importantesna direção <strong>de</strong> <strong>um</strong> sistema sindical condizente coma lógica <strong>de</strong> <strong>um</strong> sistema <strong>de</strong> relações <strong>de</strong> trabalho <strong>de</strong>mocrático.Além disso, o Anteprojeto estabeleceu critérios<strong>de</strong> representativida<strong>de</strong> como condição para a obtençãoda representação sindical. Isso, por si só, representa<strong>um</strong> inegável avanço institucional e <strong>de</strong>mocrático.É importante ressaltar, ainda, que não é possívelpensar em relações <strong>de</strong> trabalho plenamente autônomasenquanto perdurarem resquícios do atual mo<strong>de</strong>losindical, tutelado pelo Estado, no qual trabalhadores eempregadores estão impedidos <strong>de</strong> escolher livrementea forma e a maneira <strong>de</strong> suas organizações.Em síntese, não se po<strong>de</strong> falar na mo<strong>de</strong>rnizaçãodas relações <strong>de</strong> trabalho e no fortalecimento das negociaçõescoletivas, enquanto perdurar o sistema <strong>de</strong>organizações sindicais no qual o Estado cre<strong>de</strong>ncia entida<strong>de</strong>sque não possuam legitimida<strong>de</strong> representativa.Por tudo o que gerou do ponto <strong>de</strong> vista político e<strong>social</strong>, o Fór<strong>um</strong> c<strong>um</strong>priu plenamente com a sua missãoquando, no dia 03 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 2005, em ato realizadono Palácio do Planalto, as representações dostrabalhadores, empregadores e governo entregaram oAnteprojeto <strong>de</strong> Emenda Constitucional e o Anteprojeto<strong>de</strong> Lei <strong>de</strong> Relações Sindicais ao Presi<strong>de</strong>nte da República,para ser enviado ao Congresso Nacional.Não obstante, não resta dúvida <strong>de</strong> que o <strong>processo</strong>foi extremamente rico e conseqüente. Uma das virtu<strong>de</strong>s<strong>de</strong>sse <strong>processo</strong> foi pautar os <strong>de</strong>bates pela lógicada reforma do sistema brasileiro <strong>de</strong> relações <strong>de</strong> trabalho.O <strong>processo</strong> <strong>de</strong> negociação do FNT foi estabelecidocom base no diagnóstico que realizamos sobreas nossas organizações sindicais, práticas <strong>de</strong> negociaçãocoletiva e formas <strong>de</strong> solução <strong>de</strong> conflitos. Aspautas temáticas foram organizadas em função <strong>de</strong>ssediagnóstico, que, além <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar o funcionamentodo atual sistema, realçou as suas contradições.A intenção era, ao final, sistematizar os consensos46 <strong>Conquistas</strong> e <strong><strong>de</strong>safios</strong> <strong>de</strong> <strong>um</strong> <strong>processo</strong> <strong>de</strong> <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong>: Reflexões dos atores para o futuro


A VISÃO DOS ATORES SOCIAISPORTUGUÊS<strong>de</strong> modo a garantir <strong>um</strong> novo sistema sindical. Por essemotivo, evitamos o <strong>de</strong>bate baseado em concepçõessindicais preestabelecidas. Rejeitamos a idéia apresentadainicialmente, voltada a <strong>de</strong>finir, em primeiro lugar,o mo<strong>de</strong>lo sindical a ser seguido: o da liberda<strong>de</strong> ouo da unicida<strong>de</strong> sindical. Creio que se iniciássemos poreste caminho o FNT não resistiria a duas reuniões.Para ilustrar o referido, rememoro a pauta da primeirareunião do Grupo Temático sobre OrganizaçãoSindical. Os participantes respon<strong>de</strong>ram às seguintesindagações: 1) As centrais <strong>de</strong>vem ser reconhecidasjuridicamente como organizações sindicais? 2) Quantaspo<strong>de</strong>rão contar com o reconhecimento jurídico darepresentação sindical? 3) Na hipótese da existêncialegal <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> <strong>um</strong>a central, quais <strong>de</strong>vem ser os critériospara conferir a representação que garantirá suasatribuições e prerrogativas?A metodologia utilizada no Fór<strong>um</strong> enfrentou <strong>de</strong>forma concreta as contradições no nosso sistema.Não convivemos mais com <strong>um</strong> sistema baseado naunicida<strong>de</strong>, nem tão pouco com o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> liberda<strong>de</strong>.Ao respon<strong>de</strong>r cada indagação e enfrentar cadacontradição diagnosticada no atual sistema, o FNT foiformulando e acordando soluções sem se pren<strong>de</strong>r ao<strong>de</strong>bate teórico que marca as divergências históricasdo movimento sindical brasileiro (a tese da liberda<strong>de</strong>sindical contra a <strong>de</strong>fesa da unicida<strong>de</strong>).No campo dos <strong>de</strong>feitos, talvez o principal tenhasido o equívoco quanto ao baixo peso político atribuídoao velho sindicalismo no Congresso Nacional.O que se percebeu foi que esse setor do movimentosindical tem capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> mobilização consi<strong>de</strong>rávelquando se trata <strong>de</strong> <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r a manutenção da baseinstitucional sindical vigente <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os anos 30 do séculopassado.Para se ter <strong>um</strong>a idéia das dificulda<strong>de</strong>s, é só levarem conta que hoje nasce <strong>um</strong> sindicato e meio por diano país. A maioria são entida<strong>de</strong>s sindicais <strong>de</strong> carimbo.Isso quer dizer que a cada dia nasce pelo menos <strong>um</strong>sindicato que não quer mudar coisa alg<strong>um</strong>a, pois seuscriadores não querem per<strong>de</strong>r as vantagens pessoaisque o monopólio da representação e a receita financeiragarantida por lei lhes asseguram.Sabíamos que a Reforma Sindical seria <strong>um</strong>a tarefamuito difícil. Trabalhamos todo o tempo com a certeza<strong>de</strong> que ela é necessária e é possível ser realizada.Apesar <strong>de</strong> <strong>de</strong>morar mais tempo do que gostaríamos,a reforma virá. O lado bom do sindicalismo brasileirosabe que o atual mo<strong>de</strong>lo está se <strong>de</strong>teriorando.Cada vez mais as organizações sindicais são menosrepresentativas. O resultado disso é a precarizaçãodas relações <strong>de</strong> trabalho e, infelizmente, quemper<strong>de</strong> mais com isso são os trabalhadores. Mas asempresas também per<strong>de</strong>m, pois acabam construindopassivos trabalhistas <strong>de</strong>vido à insegurança jurídicaproduzida por entida<strong>de</strong>s sindicais que visam apenas àarrecadação do imposto sindical e das taxas assistenciale confe<strong>de</strong>rativa.Qualquer <strong>processo</strong> <strong>de</strong> mudança <strong>de</strong>mora anos. Oimportante é que as entida<strong>de</strong>s vivas e representativasque compõem gran<strong>de</strong> parte do movimento sindical tiverama coragem <strong>de</strong> iniciar esse <strong>processo</strong> <strong>de</strong> reforma.Reforma essa que não se conclui com as mudançasno sistema sindical. É preciso, também, que realizemosa Reforma Trabalhista, sem a qual não a<strong>de</strong>quaremoso país a <strong>um</strong> sistema <strong>de</strong> relação <strong>de</strong> trabalho verda<strong>de</strong>iramente<strong>de</strong>mocrático e condizente com os avançostecnológicos e os novos métodos <strong>de</strong> organização dotrabalho.Por fim, gostaria <strong>de</strong> enfatizar os impactos imediatosda experiência do FNT sobre as relações <strong>de</strong> trabalhono Brasil. A problemática que representa o caosdo sistema <strong>de</strong> organização sindical e a insegurançajurídica causada pela <strong>de</strong>ficiência da legislação trabalhistanão fazia parte das discussões do conjunto dasocieda<strong>de</strong>.O movimento sindical conhecido pela socieda<strong>de</strong>é aquele que <strong>de</strong>senvolve suas ações em <strong>de</strong>fesa dosseus representados. Com a discussão do FNT, veio àtona a parte ruim <strong>de</strong>sse sistema, até então <strong>de</strong>sconhecidapelo público em geral.A baixa representativida<strong>de</strong>, a existência <strong>de</strong> sindicatosfantasma, o comércio <strong>de</strong> compra e venda <strong>de</strong> sindicatos,além das contribuições compulsórias ilegaise abusivas, do custo dos passivos trabalhistas paraas empresas (gerados por <strong>um</strong>a legislação que protegeo trabalhador somente <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> <strong>de</strong>mitido), são alg<strong>um</strong>asdas mazelas que graças ao FNT ganharam espaçosno noticiário nacional.O confronto <strong>de</strong> posições travadas <strong>de</strong> forma francae aberta sobre os problemas relacionados à organizaçãosindical e às relações <strong>de</strong> trabalho contribuiu paraque os atores sociais concordassem com a necessida<strong>de</strong>do estabelecimento <strong>de</strong> instr<strong>um</strong>entos <strong>de</strong> <strong>diálogo</strong>permanente entre as organizações sindicais <strong>de</strong> trabalhadorese <strong>de</strong> empregadores e o governo. A medida6. A VISÃO DOS ATORES SOCIAIS<strong>Conquistas</strong> e <strong><strong>de</strong>safios</strong> <strong>de</strong> <strong>um</strong> <strong>processo</strong> <strong>de</strong> <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong>: Reflexões dos atores para o futuro47


PORTUGUÊSA VISÃO DOS ATORES SOCIAISprovisória enviada ao Congresso Nacional, pelo Presi<strong>de</strong>nteLula, criando o CNRT é a <strong>de</strong>monstração concretae imediata da contribuição do FNT às relações<strong>de</strong> trabalho.Queremos mais. Neste ano, vamos concluir as negociaçõescom os servidores públicos sobre o projeto<strong>de</strong> lei que garantirá a esses trabalhadores o direito ànegociação coletiva e à regulamentação do direito <strong>de</strong>greve.A meu ver, o FNT foi mais do que <strong>um</strong>a experiênciainédita. Poucos países passaram por algo semelhante.Estabelecemos <strong>um</strong> <strong>diálogo</strong> direto entre as organizaçõesnacionais <strong>de</strong> trabalhadores e <strong>de</strong> empregadoressem precedência na história das relações <strong>de</strong> trabalhono Brasil. Isso é <strong>um</strong> mérito incontestável do FNT. Alémdisso, a criação do CNRT, bem como o reconhecimentolegal das Centrais Sindicais, representa a garantia<strong>de</strong> que os atores sociais e o governo estão comprometidosem seguir adiante com o <strong>processo</strong> <strong>de</strong> ReformaSindical e Trabalhista.6. A VISÃO DOS ATORES SOCIAIS48 <strong>Conquistas</strong> e <strong><strong>de</strong>safios</strong> <strong>de</strong> <strong>um</strong> <strong>processo</strong> <strong>de</strong> <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong>: Reflexões dos atores para o futuro


A VISÃO DOS ATORES EXTERNOSPORTUGUÊS7. A VISÃO DOS ATORES EXTERNOSOs atores externos institucionais entrevistados foramo Ministro Vantuil Abdala, Presi<strong>de</strong>nte do TribunalSuperior do Trabalho (TST), e a Procuradora ChefeSandra Lía Simón, da Procuradoria-Geral do Trabalho(PGT).7.1. Ministro Vantuil Abdala (TST)A princípio, quase não acreditei que fossem sentarà mesma mesa contendores sociais por meio das suasvárias li<strong>de</strong>ranças, as mais expressivas no País. Li<strong>de</strong>rançados trabalhadores, os vários segmentos <strong>de</strong> li<strong>de</strong>rançados trabalhadores e dos empresários por meio<strong>de</strong> suas representações. Comoveu-me. Para mim foialgo inusitado e extraordinário.Pela primeira vez no Brasil, tentava-se algo <strong>de</strong>ssanatureza. Temos exemplos internacionais tão bemsucedidosnessa questão, como foi na Espanha, queescreveu <strong>um</strong> novo capítulo da história por meio do <strong>diálogo</strong><strong>social</strong>. Então, só o fato em si da existência do Fór<strong>um</strong>já tem <strong>um</strong> significado histórico enorme. Creio que,também, está abrindo <strong>um</strong>a nova página na história dasrelações <strong>de</strong> trabalho no Brasil. Não há melhor soluçãodo que aquela em que as partes negociam. E, no Brasil,tem <strong>de</strong> ser assim, tem <strong>de</strong> ser com a participação doEstado, pela nossa própria tradição histórica. É precisoque haja mesmo a participação do Governo como<strong>um</strong> intermediador, como <strong>um</strong> mediador. E, para nossasurpresa, as partes todas, as mais representativas,acabaram se sentando à mesa e discutindo exaustivamente.Não importa se isso se transforma em lei <strong>de</strong><strong>um</strong>a hora para outra, mas sim o fato <strong>de</strong> se sentaremà mesa, discutirem as idéias e cada <strong>um</strong> colocar seusquestionamentos.A realização em si do Fór<strong>um</strong> vai ren<strong>de</strong>r frutos.Quer se queira, quer não, quer se critique, quer não,essa realização é <strong>um</strong> fato real. Assim, todos aquelestemas que foram colocados lá, em <strong>um</strong> momento qualquerque seja, serão o germe <strong>de</strong> soluções <strong>de</strong> inúmerostemas. Não era a minha idéia inicial que ele tivesseaquela abrangência, mas isso não importa, e sim queforam examinados inúmeros temas. Quanto ao modusfaciendi, <strong>de</strong>pois, em termos <strong>de</strong> se transformar em direitopositivo, vai-se verificar qual é o melhor método.O importante é que foram examinadas e discutidasquestões fundamentais e, em muitos temas, em muitaspartes, sob muitos aspectos, houve consenso. E <strong>de</strong>sseconsenso, naturalmente, forma-se <strong>um</strong>a base muitoimportante para a evolução das relações <strong>de</strong> trabalhono Brasil, o que é fundamental. Não há sentido em <strong>um</strong>País como o nosso, em que a economia se <strong>de</strong>senvolve,as relações <strong>de</strong> trabalho ficarem paralisadas.As relações <strong>de</strong> trabalho no Brasil estão atrasadasem relação ao <strong>de</strong>senvolvimento econômico do País.Vínhamos com <strong>um</strong>a legislação <strong>de</strong> anos atrás e <strong>um</strong> mo<strong>de</strong>lo<strong>de</strong> relacionamento <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> meio século queprecisam, efetivamente, <strong>de</strong> <strong>um</strong>a mo<strong>de</strong>rnização. Alg<strong>um</strong>asquestões são mais prementes, mais urgentes, ehá que se consi<strong>de</strong>rar a situação política do País, o momentoem que vive o nosso Parlamento, com <strong>um</strong>a divergênciamuito gran<strong>de</strong>, o que faz que qualquer tipo <strong>de</strong>projeto tenha <strong>um</strong>a gran<strong>de</strong> dificulda<strong>de</strong> e outras coisassejam consi<strong>de</strong>radas mais prioritárias. Mas isso, talvezexplique que se possa —para usar <strong>um</strong>a <strong>de</strong>nominaçãoque ultimamente nasceu com a Reforma do Po<strong>de</strong>r Judiciário—aprovar alg<strong>um</strong>as coisas <strong>de</strong> maneira fatiada,ou seja, aprovar por setores, por temas, por assuntos,aquilo que foi objeto <strong>de</strong> discussão no Fór<strong>um</strong>.Dou <strong>um</strong> exemplo: a questão da substituição processual,que, a meu ver, é <strong>um</strong> tema importante paraa efetivida<strong>de</strong> do Direito do Trabalho, efetivida<strong>de</strong> dodireito dos trabalhadores. É importante que os nossossindicatos possam ir a Juízo para pleitear a reparação<strong>de</strong> direitos dos trabalhadores ofendidos em massa,ofendidos genericamente.Enten<strong>de</strong>mos que é fundamental mesmo para aevolução das relações <strong>de</strong> trabalho no Brasil a reformulaçãodo sistema sindical, que, originariamente, foiconcebido, a nosso ver, acertadamente, com a participaçãodo Estado, com a contribuição sindical obrigatória.Isso porque era o momento do nascimentodo sindicato no País. Esse tipo <strong>de</strong> estímulo em <strong>um</strong>aeconomia eminentemente rural, em <strong>um</strong>a economiaem que a classe dominante, o po<strong>de</strong>r econômico, tinha<strong>um</strong>a absoluta reação com relação a qualquer direitodos trabalhadores, era importante; o apoio do Estadoera importante nessa sistemática.Mas vimos que, com o passar dos anos, houve<strong>um</strong>a <strong>de</strong>turpação <strong>de</strong>sse sistema inicial, porque os sindicatos,em gran<strong>de</strong> número, passaram a ter <strong>um</strong>a atuaçãoque não é aquela que se sonhava como órgãoverda<strong>de</strong>iramente representativo dos interesses dos<strong>Conquistas</strong> e <strong><strong>de</strong>safios</strong> <strong>de</strong> <strong>um</strong> <strong>processo</strong> <strong>de</strong> <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong>: Reflexões dos atores para o futuro49


PORTUGUÊSA VISÃO DOS ATORES EXTERNOStrabalhadores. E a causa principal disso foi exatamentea arrecadação obrigatória, cativa. Isso levou a <strong>um</strong>acomodamento dos sindicatos.Por outro lado, muitos sindicatos tiveram sua existênciabaseada simplesmente na arrecadação -e algunscom a arrecadação até muito alta, que acabou,em alguns casos, até a <strong>um</strong>a <strong>de</strong>turpação e fez que, oque é compreensível, porque é h<strong>um</strong>ano, muitos sindicatosficassem no domínio <strong>de</strong> <strong>um</strong>a minoria que nãoabria mão do po<strong>de</strong>r. Ficaram ali anos e, para se manteremno po<strong>de</strong>r, acabaram com <strong>um</strong> comportamentoque não era do interesse dos trabalhadores, mas sim<strong>de</strong> quem queria se manter no po<strong>de</strong>r.E a realida<strong>de</strong> nos mostra que, em inúmeras categorias,o grupo que domina já vem <strong>de</strong> décadas, semque haja renovação, sem que haja rotativida<strong>de</strong> no po<strong>de</strong>r.Achávamos que até <strong>um</strong>a das regras <strong>de</strong>sse novomo<strong>de</strong>lo que se propõe –embora isso fosse chocarmuito, temos certeza disso- seria limitar o número <strong>de</strong>reeleições. Hoje, o dirigente sindical é reeleito cinco,<strong>de</strong>z vezes. Fica no po<strong>de</strong>r, durante muitos anos, a mesmapessoa. Isso não é <strong>de</strong>mocracia. A característica da<strong>de</strong>mocracia é a rotativida<strong>de</strong> no po<strong>de</strong>r, que tem todasas suas vantagens <strong>de</strong> arejamento, <strong>de</strong> <strong>um</strong>a nova orientaçãoe <strong>de</strong> disputa. O novo mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong>veria pensar em<strong>um</strong>a sistemática em que houvesse <strong>um</strong>a forma paraque existissem novas li<strong>de</strong>ranças, para que <strong>um</strong>a forçanova pu<strong>de</strong>sse estar no comando.Como visto, historicamente, houve essa arrecadaçãocativa e compreen<strong>de</strong>mos que não possa havermesmo <strong>um</strong>a ruptura absolutamente brusca quanto aesse sistema, porque inúmeros sindicatos não teriamcondição <strong>de</strong> sobrevivência.Então, é preciso mesmo que haja <strong>um</strong> período <strong>de</strong>transição, mas sabendo todos que, após alg<strong>um</strong> tempo,teriam <strong>de</strong> viver por conta própria, andar com as própriaspernas. E só sobreviveria aquele que realmenterepresentasse os trabalhadores e com a força daunião dos trabalhadores em <strong>de</strong>corrência dos serviçosque prestassem.Sentimos que houve <strong>um</strong>a reação enorme a todasas propostas que significavam <strong>um</strong>a evolução nessesentido. Isso é <strong>um</strong>a evidência, é <strong>um</strong>a comprovação <strong>de</strong>que há <strong>um</strong> percentual muito gran<strong>de</strong>, significativo, que,afinal <strong>de</strong> contas, não quer nenh<strong>um</strong> tipo <strong>de</strong> mudançaque vá dar em qualquer tipo <strong>de</strong> alteração nessa sistemática.A questão da representativida<strong>de</strong> é <strong>um</strong> tema central.Todas as virtu<strong>de</strong>s do projeto, do FNT, foram trazerà discussão essa questão. É preciso consi<strong>de</strong>rar a nossarealida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>um</strong> País continental, <strong>de</strong> <strong>um</strong>a massaimensa <strong>de</strong> trabalhadores <strong>de</strong> nível cultural muito baixoe a nossa tradição <strong>de</strong> <strong>um</strong> baixíssimo espírito associativo.Tudo isso leva a <strong>um</strong>a dificulda<strong>de</strong>.Temos <strong>de</strong> consi<strong>de</strong>rar que somos <strong>um</strong> País em que,há pouco mais <strong>de</strong> <strong>um</strong> século, houve a abolição da escravatura.Um país que, na primeira meta<strong>de</strong> do séculopassado, era basicamente agrícola e em que os trabalhadores,mesmo que nunca tivessem sido escravos,tinham <strong>um</strong>a condição <strong>de</strong> trabalho muito assemelhadaà do trabalho escravo. E aqueles, aliás, que foram libertadoscomo escravos, continuaram na condição <strong>de</strong>escravos até porque nem sequer tinham como sobreviver.Foi a partir da segunda meta<strong>de</strong> do século passadoque houve <strong>um</strong>a certa evolução no nosso Direito doTrabalho. Então, é natural, é compreensível que nãotenhamos ainda <strong>um</strong> sistema organizacional das nossasentida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> classe.Consi<strong>de</strong>ro ser fundamental, para qualquer sistemaque se adote, que a entida<strong>de</strong> sindical represente avonta<strong>de</strong> maciça dos trabalhadores, que seja capaz <strong>de</strong>negociar com aquilo que, efetivamente, seja a vonta<strong>de</strong>espontânea dos trabalhadores. Vonta<strong>de</strong> sem pressãodos empregadores e sem pressão da economia.Na realida<strong>de</strong>, o Po<strong>de</strong>r Judiciário, muitas vezes, nãoratifica certo tipo <strong>de</strong> negociação mais pela <strong>de</strong>sconfiança<strong>de</strong> que aquela cláusula represente <strong>um</strong> interessereal da classe trabalhadora. Isso causa <strong>um</strong>a dificulda<strong>de</strong>muito gran<strong>de</strong> para firmar os acordos coletivos e asconvenções coletivas.Então, cremos que essa questão da representativida<strong>de</strong>é fundamental no nosso sistema sindical, nosistema das soluções dos conflitos do trabalho, e paraa valida<strong>de</strong>, a respeitabilida<strong>de</strong> das negociações entreas partes, seja por meio <strong>de</strong> acordo, seja por meio <strong>de</strong>convenção e, talvez, até do sonhado acordo coletivoem nível nacional.A iniciativa <strong>de</strong> fazer <strong>um</strong>a PEC, <strong>um</strong> projeto <strong>de</strong> 238artigos, dificultou. É interessante. Quanto mais abrangenteé o projeto, mais temos a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> tersetores cujas disposições vão atingir interesse <strong>de</strong>les.Então, se temos <strong>um</strong> projeto que trata <strong>de</strong> <strong>de</strong>z, doze,quinze temas, este tema aqui po<strong>de</strong> chocar mais <strong>de</strong>-50 <strong>Conquistas</strong> e <strong><strong>de</strong>safios</strong> <strong>de</strong> <strong>um</strong> <strong>processo</strong> <strong>de</strong> <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong>: Reflexões dos atores para o futuro


A VISÃO DOS ATORES EXTERNOSPORTUGUÊSterminados segmentos que se põem contra, o outrotema po<strong>de</strong> ter mais ênfase em <strong>de</strong>terminado segmento.Então, se fosse menos abrangente, ou em projetos emseparado, muitas coisas talvez tivessem mais chance<strong>de</strong> passar, porque não uniria tão fortemente setorestão diversos.O que acabou acontecendo com o projeto do FNTé que terminou por unir toda <strong>um</strong>a ala do sindicalismo,que era a mais conservadora e tradicional do sindicalismo,com <strong>um</strong>a ala dos empregadores, também maistradicional, mais conservadora, que tinha, por outrolado, alguns aspectos que não lhe interessavam. Então,tem-se, por exemplo, a questão da representaçãodos trabalhadores na empresa, que chocou gran<strong>de</strong>parte do empresariado, que teve <strong>um</strong>a reação muitogran<strong>de</strong>, e a questão da contribuição sindical sendoatenuada, que fez que se unisse gran<strong>de</strong> parte <strong>de</strong> setoresdos empregados. Isto fez setores da área laboralse unirem a com setores da área econômica, embora,muitas vezes, por motivos que não fossem exatamenteiguais, por motivos diversos.Mas, aí, acabaram se unindo para bombar<strong>de</strong>ar oprojeto como <strong>um</strong> todo. Já que não interessava para<strong>um</strong>, <strong>um</strong>a parte, e não interessava ao outro, <strong>um</strong>a outraparte, eles se uniram e seguraram o projeto como <strong>um</strong>todo. Portanto, se houvesse a separação, seria possívelque fôssemos caminhando em alguns projetoscom mais chance.Ainda tenho esperança <strong>de</strong> que isso venha a ocorrer.Em outro momento histórico, com outro Parlamento,seria muito mais razoável que o projeto fosseapresentado, discutido e aprovado como <strong>um</strong> todo,porque ele tem <strong>um</strong>a sistematização, tem <strong>um</strong>a lógicaseqüencial. Seria muito bom, mas vemos, na nossahistória, que houve projeto <strong>de</strong> código que levou quase<strong>um</strong> século para ser aprovado.E aquilo é quase <strong>um</strong> novo código das relações dotrabalho no Brasil. Então, vemos com muita dificulda<strong>de</strong>que aquilo possa vir a ser aprovado como <strong>um</strong> todo.E o País tem urgência <strong>de</strong>ssas medidas.A nossa realida<strong>de</strong> <strong>social</strong> e a nossa economia carecem<strong>de</strong> alg<strong>um</strong>as medidas <strong>de</strong> aperfeiçoamento rápidas.Há o perigo <strong>de</strong>, em <strong>um</strong> dado momento, haver <strong>um</strong>a <strong>de</strong>terioraçãonas relações <strong>de</strong> trabalho no País, porqueisso já vem <strong>de</strong> certa maneira acontecendo. Ora, quandochegamos com cerca <strong>de</strong> 50% da força <strong>de</strong> trabalhono mercado informal, isso já é algo que revela <strong>um</strong>asituação imprópria e preocupante, com grave reflexosno sistema previ<strong>de</strong>nciário, que, por mais que se tenteaperfeiçoar, sempre está <strong>de</strong>ficitário e ten<strong>de</strong> a agravar,na medida em que o nível <strong>de</strong> vida da população, aida<strong>de</strong> a<strong>um</strong>enta.Vê-se que o País não consegue diminuir o número<strong>de</strong> trabalhadores na informalida<strong>de</strong>. Pelo contrário, atendência a<strong>um</strong>enta a cada dia por meio dos sistemasmais diversos: a terceirização, o sistema <strong>de</strong> cooperativas,agora com a novida<strong>de</strong> da pessoa jurídica individual.O que se nota é a realida<strong>de</strong> <strong>social</strong> a criar sistemaspara afastar-se da relação trabalhista em que o trabalhadoré consi<strong>de</strong>rado como tal com toda a proteção dalegislação do trabalho. Como isso ten<strong>de</strong> a a<strong>um</strong>entar,tememos pela conseqüência disso em <strong>um</strong> <strong>de</strong>terminadomomento. Não temos a avaliação do ponto a quese possa chegar e o que isso possa significar daqui aalguns anos.A substituição processual. Talvez <strong>um</strong>a coisa pu<strong>de</strong>ssemotivar a outra. De <strong>um</strong>a certa maneira, temosa jurisprudência admitindo lá e cá a substituição processual.Já temos várias hipóteses legais em que seprevê a substituição processual. Por exemplo, em <strong>um</strong>aárea muito importante, que é a área da segurança emedicina do trabalho. Para se pleitear o adicional <strong>de</strong>insalubrida<strong>de</strong> ou adicional <strong>de</strong> periculosida<strong>de</strong>, que é<strong>um</strong>a área extremamente importante, já temos a possibilida<strong>de</strong>da substituição processual. Temos inúmeroscasos, e vimos que foi <strong>um</strong>a evolução muito gran<strong>de</strong>.As empresas passaram a ter <strong>um</strong> cuidado maior nessaquestão da segurança da medicina do trabalho a partirdo momento em que os sindicatos passaram a ir ajuízo e pleitear o pagamento da insalubrida<strong>de</strong>, ou dapericulosida<strong>de</strong>. Vimos que, mesmo com esse sistemasindical <strong>de</strong>ficiente, tem havido inúmeras ações semque haja <strong>um</strong>a grita, <strong>um</strong>a contestação maior quanto aesse sistema. Pelo contrário, vimos que os empregadorespassaram a ter mais cuidado.Vimos que, como o sindicato tem a competênciapara ir a juízo e pleitear o <strong>de</strong>pósito do fundo <strong>de</strong> garantia,hoje 99% dos empregadores efetivam tal <strong>de</strong>pósito,porque não querem correr o risco <strong>de</strong> <strong>um</strong>a ação coletivaem virtu<strong>de</strong> da qual eles tenham que <strong>de</strong>sembolsar<strong>um</strong> valor enorme que as suas empresas nem possamagüentar. Hoje os empregadores, normalmente, <strong>de</strong>positamo fundo <strong>de</strong> garantia.Se temos exemplos em que é bem-sucedida asubstituição processual, não vejo por que não apro-<strong>Conquistas</strong> e <strong><strong>de</strong>safios</strong> <strong>de</strong> <strong>um</strong> <strong>processo</strong> <strong>de</strong> <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong>: Reflexões dos atores para o futuro51


PORTUGUÊSA VISÃO DOS ATORES EXTERNOSvarmos <strong>de</strong>s<strong>de</strong> já a autorização para que o sindicatová a juízo, principalmente em direitos homogêneos,direito genérico dos trabalhadores daquele segmento,ou daquela empresa, porque po<strong>de</strong>mos inverter o raciocínio.Os trabalhadores <strong>de</strong> <strong>um</strong> sindicato que agissepassariam a acreditar mais na existência do sindicatoe divulgar a importância <strong>de</strong>le para outros colegas quenão têm sindicato que os represente.Talvez isso fosse criando, divulgando <strong>um</strong>a idéiada importância <strong>de</strong> se ter <strong>um</strong> sindicato que verda<strong>de</strong>iramenteo represente, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte, que tenha coragem<strong>de</strong> ir a juízo contra o empregador, porque, quandoo colega <strong>de</strong>le disser que o seu sindicato entrou emjuízo e que a situação foi reparada, então o colega irádizer: “Mas por quê o meu sindicato não faz isso?”. Elepassará a questionar. Invertemos o pólo do raciocíniopara <strong>um</strong> novo encaminhamento da questão. Tenho aimpressão <strong>de</strong> que seria importante para efeito <strong>de</strong> <strong>um</strong>aação no Direito do Trabalho, sem dizer ainda <strong>de</strong> <strong>um</strong>aspecto da justiça <strong>social</strong>, <strong>de</strong> <strong>um</strong> gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> trabalhadoresnossos que vivem à margem da proteçãoda legislação trabalhista exatamente por não terementida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> classes que pu<strong>de</strong>ssem reivindicar, negociarem nomes <strong>de</strong>les.Não vi <strong>de</strong>feitos no projeto. Gostei muito das concepçõesdo Fór<strong>um</strong>. Fiquei admirado <strong>de</strong> que, em muitascoisas, houvesse até o consenso. Ele abrange aspectosdiversos dos mais importantes.Não me agradou a questão do sindicato <strong>de</strong>rivado.Creio que aquilo passou <strong>um</strong> pouco a impressão <strong>de</strong><strong>um</strong>a vonta<strong>de</strong> da continuida<strong>de</strong>, <strong>de</strong> certo privilégio paramanter <strong>um</strong>a espécie <strong>de</strong> <strong>um</strong> monopólio. Creio que aquilocriou certa reação.Por outro lado, houve alg<strong>um</strong>a <strong>de</strong>sconfiança emrelação ao sistema <strong>de</strong> arrecadação em que se fortaleciamenormemente os órgãos <strong>de</strong> cúpula. Enten<strong>de</strong>-seque na concepção <strong>de</strong> <strong>um</strong> novo mo<strong>de</strong>lo, em que talvezse partisse para o contrato coletivo em nível nacional,os órgãos <strong>de</strong> cúpula do sistema sindical fossem fortalecidos,mas não com aquela intensida<strong>de</strong>, que passavapraticamente o sindicato a ser mero caudatário dosórgãos superiores, quando a força nasce embaixo,quando sem <strong>um</strong>a base, que são os sindicatos, <strong>um</strong>abase sólida, forte, a cúpula não tem <strong>um</strong>a maneira <strong>de</strong>sustentação apropriada, <strong>de</strong>vida.Isso criou o temor <strong>de</strong> que a situação ficaria muitono nível da cúpula, <strong>de</strong> <strong>um</strong>a minoria que, volto a dizer,não é própria <strong>de</strong> <strong>um</strong> sistema <strong>de</strong>mocrático, em que hámais a participação <strong>de</strong> todos. Aí, em vez <strong>um</strong>a forçaque nascesse <strong>de</strong>baixo com todos e fosse em <strong>um</strong> crescendopara cúpula, haveria <strong>um</strong>a força superior como<strong>um</strong>a espécie <strong>de</strong> <strong>um</strong> comando <strong>de</strong> marionetes para ossindicatos lá embaixo. Mas são aspectos...Lógico que em <strong>um</strong> projeto daquela dimensãohaveria sempre alguns aspectos que – mera opiniãopessoal – po<strong>de</strong>riam ter alg<strong>um</strong>a outra restrição. De <strong>um</strong>modo geral, o projeto, técnica e sistematicamente, tem<strong>um</strong> seu conteúdo admirável, que se acorda com questõestão importantes. E foi visto que, se houve divergênciaforte foi muito pouca coisa.Tivemos, em <strong>um</strong> dado momento, <strong>um</strong>a esperançamuito maior no sucesso, mas, a pesar <strong>de</strong> aparentementehaver acordo quanto a certas questões, houve<strong>um</strong> esfriamento em momento posterior. Isso ocorreuporque alg<strong>um</strong>as pessoas, muitas vezes, não tinahmcoragem <strong>de</strong> dizer abertamente o que pensavam.Não vimos <strong>um</strong> empenho, digamos, <strong>de</strong> todas asclasses ali representadas. Posso até admitir que certasclasses já não concordavam <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início e essas,portanto, eram contra, mas aquelas que estavamsentadas ali, por meio da sua li<strong>de</strong>rança, tinham obrigaçãomoral <strong>de</strong> sair em massa em <strong>de</strong>fesa do projeto, eisso não senti.Eu gostaria <strong>de</strong> enfatizar ainda aquilo que eu já disse.Temos que insistir e tentar alg<strong>um</strong>a coisa. Entendoque o País não po<strong>de</strong> ficar como está. Tenho dito queo número <strong>de</strong> ações trabalhistas no País – em médiadois milhões nos últimos anos —, embora signifique<strong>um</strong>a confiança do trabalhador na Justiça do Trabalho,é <strong>um</strong> sintoma <strong>de</strong> que o nosso sistema <strong>de</strong> relações dotrabalho está doente.Não se concebe esse número <strong>de</strong> ações trabalhistas.Significa que há <strong>um</strong> <strong>de</strong>scompasso, seja por partedos trabalhadores, seja por parte dos empregadores,seja por parte dos sindicatos, seja por parte do Ministériodo Trabalho, dos órgãos <strong>de</strong> fiscalização. Significa,enfim, que algo precisa ser modificado com urgência,porque não há sentido para a efetivida<strong>de</strong> dos nossosdireitos, para o <strong>de</strong>senvolvimento da economia, que setenha esse número <strong>de</strong> ações trabalhistas a cada ano.Isso é algo que não po<strong>de</strong> persistir, porque a tendênciaé tornar-se cada vez mais grave.Por isso também é que concordo com a instalaçãodo Conselho Nacional <strong>de</strong> Relações <strong>de</strong> Trabalho. Acho52 <strong>Conquistas</strong> e <strong><strong>de</strong>safios</strong> <strong>de</strong> <strong>um</strong> <strong>processo</strong> <strong>de</strong> <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong>: Reflexões dos atores para o futuro


A VISÃO DOS ATORES EXTERNOSPORTUGUÊSque é sempre válida a tentativa <strong>de</strong> aproximação. Sempredigo, tal como na greve, nos conflitos trabalhistas,que o quadro pior é o afastamento das partes. A OrganizaçãoInternacional do Trabalho tradicionalmentetem esse sistema <strong>de</strong> os três atores sociais — empregados,empregadores e o Estado – serem os partícipesna elaboração <strong>de</strong> toda a normativida<strong>de</strong> mundialrelativamente às relações <strong>de</strong> trabalho. Seja como for,tem tido <strong>um</strong> papel muito importante a Organização Internacionaldo Trabalho.No Brasil, com <strong>um</strong>a organização tripartite, seriapreciso muito cuidado, principalmente do lado dosempregados, para que ela significasse realmente avonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>um</strong>a gran<strong>de</strong> massa <strong>de</strong> trabalhadores, porque,por incrível que pareça, neste momento histórico,vivemos <strong>um</strong>a divisão maior da classe trabalhadora doque da classe empregadora.Creio que, se adotássemos esse sistema <strong>de</strong> <strong>um</strong>conselho tripartite, a bancada dos empregadores seriamuito mais unida do que a dos empregados. Se conseguíssemosunir a bancada dos empregados, creioque seria <strong>de</strong> extrema importância termos <strong>um</strong> conselhopermanente que passasse a <strong>de</strong>bater os gran<strong>de</strong>s temas,oferecendo propostas e soluções.7.2. Procuradora Sandra Lía Simón(MPT)As relações do trabalho são dinâmicas, já queemanadas da esfera do capital e trabalho, em que asnecessida<strong>de</strong>s econômicas <strong>de</strong>terminantes, via <strong>de</strong> regra,chocam-se com os dispositivos protetivos trabalhistas.Nesse contexto, em que a autonomia coletivaprivada é limitada, eclo<strong>de</strong>m os dissídios ou as rupturasda or<strong>de</strong>m preestabelecida, empurrando, <strong>de</strong> acordocom a força <strong>de</strong> cada ator <strong>social</strong>, ora para <strong>um</strong> lado, orapara outro, os paradigmas preexistentes. Esse quadrodinâmico gera a necessida<strong>de</strong> permanente <strong>de</strong> ajustesda or<strong>de</strong>m jurídica, seja para manter os limites mínimosaceitáveis <strong>de</strong> proteção ao trabalho, seja para modificálosfrente às novas necessida<strong>de</strong>s.Enten<strong>de</strong>-se assim, <strong>de</strong> forma sociológica, a necessida<strong>de</strong><strong>de</strong> elaboração das leis, a forma mais <strong>de</strong>mocrática,mo<strong>de</strong>rna e que melhor conduz a <strong>um</strong>a maiorharmonia <strong>social</strong>, que envolve a iniciativa <strong>de</strong> buscar amo<strong>de</strong>rnização das relações do trabalho <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> <strong>um</strong>contexto participativo, no qual os atores sociais terãovoz e voto, construindo a norma não a partir das pressõescujo po<strong>de</strong>r gerador é díspar, mas pela composiçãonegociada dos interesses, sem olvidar a existênciados conflitos, e sim explicitá-los.Note-se, ainda, que a tradição brasileira está baseadana vonta<strong>de</strong> imperativa do Estado, reflexo da <strong>de</strong> seusgovernantes, o que nem sempre traduziu o interessedos <strong>de</strong>stinatários da norma. Quando os governantesenten<strong>de</strong>m a importância da construção conjunta danormativida<strong>de</strong> das relações sociais, nasce, sem dúvida,<strong>um</strong>a <strong>de</strong>mocracia forte, que dá estabilida<strong>de</strong> ao governo,certeza jurídica à socieda<strong>de</strong> e efetivida<strong>de</strong> à norma.Porque só a norma legítima é efetiva e só <strong>um</strong> conjuntonormativo efetivo constrói a paz <strong>social</strong>. Por essa razão,enten<strong>de</strong>mos que a iniciativa foi oportuna e salutar, fator<strong>de</strong> fortalecimento da <strong>de</strong>mocracia no Brasil.Historicamente, a legislação brasileira do trabalhoteve sua origem em países alienígenas, importandoinstitutos e princípios, sem muita atenção à realida<strong>de</strong>brasileira. Ora, países já industrializados, com normascriadas para aten<strong>de</strong>r a gran<strong>de</strong> parcela <strong>de</strong> trabalhadoresnas cida<strong>de</strong>s, não po<strong>de</strong>riam ser comparados aoBrasil da década <strong>de</strong> 40, eminentemente rural, comparcela pequena <strong>de</strong> trabalhadores vivendo nas cida<strong>de</strong>se trabalhando nas indústrias, poucas e rudimentares,já que a industrialização brasileira ocorreu bem<strong>de</strong>pois da européia. Só neste século os trabalhadoresrurais conseguiram equiparação <strong>de</strong> direitos com os urbanos,o que <strong>de</strong>monstra como a norma teve o condão<strong>de</strong> disciplinar relações <strong>de</strong> trabalho em âmbito restrito.O rompimento com o mo<strong>de</strong>lo italiano <strong>de</strong> relaçõesdo trabalho teve como marco normativo a Constituição<strong>de</strong> 1988, que, entretanto, <strong>de</strong>ixou muito por fazer.Isso porque, enquanto resultado <strong>de</strong> <strong>um</strong> gran<strong>de</strong> movimento<strong>social</strong>, que contou com a participação <strong>de</strong> todasas camadas sociais, não po<strong>de</strong>ria <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong>, enquantonorma, ter <strong>um</strong> caráter pouco unitário, a fim <strong>de</strong> contemporizaras diferentes expectativas sobre a nova or<strong>de</strong>m<strong>social</strong>, política e econômica a ser instaurada no país.Alguns aspectos, por exemplo, da legislação sindicalficam <strong>de</strong> fora, como a manutenção do impostosindical, o monismo sindical, a limitação à autonomiacoletiva privada ou a atuação jurisdicional nos dissídios.Nossa expectativa, portanto, era que essas questõesresiduais, que por razões políticas ou por falta <strong>de</strong>amadurecimento dos atores sociais sobre o tema, <strong>de</strong>ixaram<strong>de</strong> ser enfrentadas quando da Assembléia Na-<strong>Conquistas</strong> e <strong><strong>de</strong>safios</strong> <strong>de</strong> <strong>um</strong> <strong>processo</strong> <strong>de</strong> <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong>: Reflexões dos atores para o futuro53


PORTUGUÊSA VISÃO DOS ATORES EXTERNOScional Constituinte e da Reforma Constitucional <strong>de</strong> 92,viessem a ser abordadas e aprofundadas no Fór<strong>um</strong>Nacional do Trabalho, o que <strong>de</strong> fato veio a realizar-se,tendo esses temas sido objeto <strong>de</strong> <strong>de</strong>bate e <strong>de</strong>liberaçãono Fór<strong>um</strong>.Falando em nome do MPT, entendo que as relaçõesdo trabalho no Brasil se dão e sempre se <strong>de</strong>senvolveram<strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> <strong>um</strong> contexto diferenciado emrelação aos <strong>de</strong>mais países. Em primeiro lugar, não po<strong>de</strong>mosnegar a importância do Judiciário do Trabalho,responsável pela composição dos conflitos individuaise coletivos do trabalho, que não se fez representar noFór<strong>um</strong>, já que, tendo em vista a repartição clássica dosPo<strong>de</strong>res, não po<strong>de</strong>ríamos dizer que o Judiciário Trabalhistaestivesse representado no Fór<strong>um</strong> pelo governo,que, embora representante do Estado, o é em relaçãoao Po<strong>de</strong>r Executivo. Da mesma forma, a evoluçãoda <strong>de</strong>mocracia brasileira permitiu ao nosso sistema ain<strong>de</strong>pendência do MPT, enquanto órgão responsávelpela guarda dos direitos sociais indisponíveis, sendocerto que a Instituição não teve assento no Fór<strong>um</strong>.Este, portanto, a nosso ver, é o principal pontofraco do FNT: ter como intenção a solução <strong>de</strong> gravesquestões sociais brasileiras, <strong>de</strong> forma participativa,envolvendo os interessados, <strong>de</strong> forma a promover<strong>um</strong>a reforma negociada, sem, entretanto, ter em suacomposição o conjunto dos atores interessados, <strong>um</strong>avez que o Po<strong>de</strong>r Judiciário e o Ministério Público doTrabalho não se fizeram representar no Fór<strong>um</strong>, comoInstituições. A participação ocorreu, <strong>de</strong> forma indireta,como convidados do governo. Mas parece-nos quemelhor seria a participação oficialmente institucional.Nossa avaliação, contudo, não chega ao ponto <strong>de</strong>invalidar a iniciativa, mas <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar, enquanto pontofraco, a ausência <strong>de</strong>sses importantes envolvidos eformadores <strong>de</strong> opinião no contexto do mundo do trabalhono Brasil. Note-se que, cabendo ao MinistérioPúblico do Trabalho a guarda dos direitos sociais, paracuja <strong>de</strong>fesa, em muitos casos, utiliza-se da interpretaçãohistórica e sociológica da norma jurídica trabalhista,muito per<strong>de</strong>rá com a sua ausência nos <strong>de</strong>bates,que, com certeza, possibilitariam <strong>um</strong>a visão mais clarados anseios da socieda<strong>de</strong> em relação às reformasresultantes dos trabalhos do FNT e do próprio papelda Instituição, em questões sensíveis, como a participaçãonos dissídios coletivos ou sua atuação comoárbitro. De igual quilate, a repercussão no âmbito doPo<strong>de</strong>r Judiciário do Trabalho.Como ponto positivo, vemos o próprio resultado doFór<strong>um</strong>. Em primeiro lugar, o fato <strong>de</strong> se ter chegado a<strong>um</strong> resultado, o que <strong>de</strong>monstra não só o amadurecimentodos atores sociais, para comporem suas diferençasem <strong>um</strong> ambiente <strong>de</strong>mocrático, como o fato <strong>de</strong>que o lapso <strong>de</strong>stes 17 anos foi suficiente para amadureceras questões que ficaram pen<strong>de</strong>ntes em 1988.Em segundo lugar, po<strong>de</strong>rmos avaliar os anseiosdos trabalhadores e dos empregadores, ou seja, asmudanças essenciais nas relações do trabalho, <strong>de</strong>ntroda visão dos principais interessados.Em terceiro lugar, o fato <strong>de</strong> que encaminhar aoCongresso <strong>um</strong> conjunto <strong>de</strong> medidas visando à alteraçãoda legislação torna-las-á muito mais efetivas, conformejá exposto anteriormente.Em nossa opinião a instituição <strong>de</strong> <strong>um</strong> ConselhoPermanente seria profícua, porque permitiria o acompanhamentodo resultado das mudanças introduzidaspela legislação que virá e possibilitaria a manutençãodo <strong>diálogo</strong> em prol <strong>de</strong> outras composições que comcerteza se farão necessárias, <strong>de</strong>ntro da visão dinâmicasupra-exposta. Porém, com relação à composição,enten<strong>de</strong>mos que o Ministério Público do Trabalho <strong>de</strong>veintegrá-lo, como <strong>de</strong>corrência <strong>de</strong> seu importante papelnas relações sociais do trabalho.Diante <strong>de</strong> tudo o que foi exposto, nossa avaliaçãoé positiva, restando-nos apenas parabenizar todos ospartícipes do Fór<strong>um</strong> e, em especial, o governo pelasua concretização.7.3. Assessoria TécnicaOs integrantes da Assessoria Técnica das bancadasentrevistados foram: Clemente Ganz Lúcio, dabancada dos trabalhadores, coor<strong>de</strong>nador técnico doDepartamento Intersindical <strong>de</strong> Estudos Sociais e Econômicos(DIEESE), e José Pastore, da bancada dosempregadores, professor <strong>de</strong> Economia e <strong>de</strong> Relações<strong>de</strong> Trabalho.7.3.1. Clemente Ganz Lúcio (DIEESE)O modo adotado pelo FNT para promover a formulaçãodo projeto <strong>de</strong> mudança provocou <strong>um</strong> salto incrementalna cultura política dos atores que participam daformulação do projeto. Esse é <strong>um</strong> aprendizado <strong>de</strong> <strong>processo</strong>–e negociação e <strong>de</strong> resultado– <strong>um</strong> modo novo<strong>de</strong> ver as possibilida<strong>de</strong>s do que po<strong>de</strong> ser construído.54 <strong>Conquistas</strong> e <strong><strong>de</strong>safios</strong> <strong>de</strong> <strong>um</strong> <strong>processo</strong> <strong>de</strong> <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong>: Reflexões dos atores para o futuro


A VISÃO DOS ATORES EXTERNOSPORTUGUÊSPo<strong>de</strong>mos dizer que hoje temos, pelo menos no camposindical, <strong>um</strong> conjunto <strong>de</strong> dirigentes que estruturaram<strong>um</strong> mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> Reforma Sindical com fortes convergências.Acredito na negociação como método <strong>de</strong> construçãodo <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong> e acredito em ambos comoinstr<strong>um</strong>ento <strong>de</strong> construção <strong>de</strong> mudanças sociais em<strong>um</strong>a socieda<strong>de</strong> com tão graves <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>s comoa brasileira. O FNT assentou-se nessa aposta. Se há<strong>um</strong>a coisa em que esse governo <strong>de</strong>veria se diferenciarsubstantivamente é aposta real, estratégica e mobilizadora,na qual sua legitimida<strong>de</strong> promovesse <strong>processo</strong>sreais <strong>de</strong> negociação. Isso não ocorreu como métodogeral <strong>de</strong> governo. Mas o “fracasso” do FNT (noseu resultado até o momento) não po<strong>de</strong> <strong>de</strong>sacreditaro método nem a aposta na negociação e no <strong>diálogo</strong><strong>social</strong>.O <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong> exige a intervenção qualificadados atores e, em particular, do governo (como foi feito).Processo contínuo <strong>de</strong> aposta nesse método exigirádos atores maior qualificação – aporte <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong>cognitiva –, recurso necessário para a criação ea criativida<strong>de</strong>, que são capazes <strong>de</strong> inventar soluçõesinovadoras, <strong>de</strong>scobrir novas possibilida<strong>de</strong>s, testar novoscaminhos ou fazê-los em etapas incrementais.Des<strong>de</strong> o começo do FNT, imaginei que seria possívelcriar projetos e implantá-los. Esperava muita dificulda<strong>de</strong>no <strong>diálogo</strong> com os empregadores. O tempopara a construção <strong>de</strong> proposta também seria mais curto.Não imaginava, porém, que haveria tanta resistênciae nem muitos dos arg<strong>um</strong>entos levados a cabo parajustificar a manutenção da atual estrutura. Imaginavaque a Reforma Sindical seria implantada e po<strong>de</strong>ríamoschegar ao final do mandato presi<strong>de</strong>ncial com <strong>um</strong>bom <strong>de</strong>senho <strong>de</strong> Reforma Trabalhista – <strong>um</strong>a nova legislação<strong>de</strong> proteção coletiva e individual do trabalho.Com relação às virtu<strong>de</strong>s, enxergo a paciência emouvir, propor e construir; o esforço em garantir a máximaparticipação; o esforço em aportar qualida<strong>de</strong> ao<strong>de</strong>bate.Com relação aos problemas, as Conferências Regionaisnão foram <strong>um</strong> bom começo para o <strong>diálogo</strong>. Foramconfusas e não contribuíram para <strong>um</strong> movimento<strong>de</strong> formulação <strong>de</strong> mudanças no sistema <strong>de</strong> relaçõesdo trabalho. O FNT não articulou o Congresso Nacionalnesse <strong>processo</strong> <strong>de</strong> construção. A<strong>de</strong>mais, o tempo<strong>de</strong> construção chocou-se com o tempo político. Alémdisso, importantes atores sociais, tanto dos trabalhadorescomo dos empregadores e governo, estavamfora do <strong>processo</strong>.De tudo, consi<strong>de</strong>ro muito importante a instituição<strong>de</strong> <strong>um</strong> Conselho Nacional <strong>de</strong> Relações <strong>de</strong> Trabalho,pois po<strong>de</strong>ria ser <strong>um</strong> instr<strong>um</strong>ento para trabalhar no <strong>de</strong>senvolvimentoda proposta do FNT, atuar para viabilizá-lae promover mudanças menores no cotidiano queapóiam ações que preparam a mudança maior.Em fase <strong>de</strong> avaliação, acredito que para avaliar énecessário olhar o futuro, ou seja, qual o campo <strong>de</strong>possibilida<strong>de</strong>s que se <strong>de</strong>scortina, o que se ac<strong>um</strong>ulouaté aqui e como isso será usado no futuro na medidaem que, até o momento, o que pretendia não foi alcançado.Como projeto <strong>de</strong>sse governo, po<strong>de</strong>-se ver “certofracasso” (por não se atingir o resultado = ReformaSindical implantada). Como projeto <strong>de</strong> socieda<strong>de</strong> <strong>de</strong>usemais <strong>um</strong> passo (po<strong>de</strong>ríamos ter andado mais, masnão foi possível neste momento). N<strong>um</strong>a nova oportunida<strong>de</strong>,talvez se an<strong>de</strong> mais <strong>um</strong> pouco, ou se an<strong>de</strong><strong>de</strong> forma mais rápida, até porque já se andou muitoagora.O produto final (o anteprojeto) tem muita coisa boa.Talvez ele ainda fosse <strong>um</strong> projeto que na totalida<strong>de</strong>propiciaria <strong>um</strong>a transição or<strong>de</strong>nada para <strong>um</strong> novo mo<strong>de</strong>lo,e criaria capacida<strong>de</strong> para a constituição <strong>de</strong> <strong>um</strong>anova base <strong>social</strong> para a criação <strong>de</strong> outro sistema <strong>de</strong>proteção ao trabalho.7.3.2. José Pastore (Professor <strong>de</strong> Economiae <strong>de</strong> Relações <strong>de</strong> Trabalho)Com o Presi<strong>de</strong>nte Lula, houve <strong>um</strong> anúncio <strong>de</strong> queseria criado <strong>um</strong> fór<strong>um</strong> tripartite para fazer <strong>um</strong>a reformaglobal, trabalhista e sindical. Então fui chamadocomo consultor <strong>de</strong> confe<strong>de</strong>rações <strong>de</strong> empregadorespara acompanhar. Fiquei animado, gostei quando via reforma organizada <strong>de</strong> forma tripartite. Entrei commuito entusiasmo. Perdi o entusiasmo quando vi quea Reforma Trabalhista não era para valer, mas apenasa Reforma Sindical. Houve muita justificativa, muitaconversa a respeito, nenh<strong>um</strong>a me convenceu, emboraalg<strong>um</strong>as justificativas tivessem até <strong>um</strong> padrão <strong>de</strong>racionalida<strong>de</strong> aceitável. Mas eu não via a possibilida<strong>de</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> lado os principais problemas do país,como o <strong>de</strong>semprego, a informalida<strong>de</strong> e a renda baixa,que têm muito mais a ver com os problemas do país, ameu ver, que a Reforma Sindical. Assim tive a primeira<strong>de</strong>cepção.<strong>Conquistas</strong> e <strong><strong>de</strong>safios</strong> <strong>de</strong> <strong>um</strong> <strong>processo</strong> <strong>de</strong> <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong>: Reflexões dos atores para o futuro55


PORTUGUÊSA VISÃO DOS ATORES EXTERNOSDepois <strong>de</strong> promulgado o <strong>de</strong>creto <strong>de</strong> criação doFNT, logo em seguida foi divulgado o regimento interno.Aí tive <strong>um</strong>a segunda <strong>de</strong>cepção. O <strong>de</strong>creto queconstitui o FNT não <strong>de</strong>u nem chance aos participantes<strong>de</strong> examinar o regimento interno. No regimento havia<strong>um</strong> artigo leonino que dizia que “em caso <strong>de</strong> impasseo governo <strong>de</strong>cidiria”. Eu não sou contra a arbitragem,sou a favor, mas acho que valeria a pena, pelo menos,ter discutido outras alternativas além <strong>de</strong>ssa. A fórmulaadotada é <strong>um</strong>a das possibilida<strong>de</strong>s, mas existem outrasalternativas para se resolver <strong>um</strong> impasse. Não gosteidisso.Mas aí o FNT começou, foi instalado e notei <strong>um</strong>ambiente <strong>de</strong> disposição para fazer a Reforma Sindical.Encontrei <strong>um</strong> nível <strong>de</strong> organização que me surpreen<strong>de</strong>uno que tange à propagação dos instr<strong>um</strong>entos básicos.Gostei do ambiente. Gostei do ambiente inicial<strong>de</strong> cordialida<strong>de</strong> entre as partes. Acreditei na boa-vonta<strong>de</strong><strong>de</strong> todos. Mas comecei a me <strong>de</strong>siludir quando vique as intransigências eram muito gran<strong>de</strong>s, e principalmenteeram intransigências que visavam bloqueara Reforma Trabalhista.Então aquilo que era conversável do lado sindicalera inconversável do lado trabalhista. Ficou claro entãoque o Fór<strong>um</strong> só ia trabalhar na Reforma Sindical.Além disso, o FNT, apesar <strong>de</strong> seu caráter tripartite, era<strong>um</strong> fór<strong>um</strong> do tipo 2 a 1, <strong>um</strong>a vez que existiam <strong>um</strong>acoincidência <strong>de</strong> princípios e posições muito gran<strong>de</strong>sentre a bancada dos trabalhadores e a bancada dogoverno.Mas fiquei surpreso; por isso estou dizendo queno mundo não existe nada só bom ou nada só ruim.Fiquei surpreso porque muitos pontos que a batalhaparecia já <strong>de</strong>finida por causa <strong>de</strong>sses 2 a 1, houveaceitação do <strong>de</strong>bate e <strong>de</strong> arg<strong>um</strong>entos, que acabaramtransformando alg<strong>um</strong>as intransigências iniciais empontos <strong>de</strong> negociação, que acabaram confluindo para<strong>um</strong> acordo.A questão do contrato coletivo nacional absoluto, aquestão <strong>de</strong> não substituição dos grevistas na hora emque a greve põe em risco equipamentos e pessoas, aquestão da utilização <strong>de</strong> mais recursos negociais em<strong>de</strong>trimento da Justiça do Trabalho foram pontos queno começo eram intransigentes e com o <strong>de</strong>bate tornaram-sepontos <strong>de</strong> confluência e alguns até <strong>de</strong> consenso.Tive meus momentos <strong>de</strong> animação <strong>de</strong>ntro do FNT.Acho que, se computarmos tudo que foi feito, apesar<strong>de</strong> muita coisa não ter sido feita, o FNT foi o que maisfez até hoje. Foi a experiência em que mais se trabalhoue mais se construiu.O balanço geral foi positivo, mas com ressalvas.As minhas ressalvas ao FNT dizem respeito ao funcionamento.As questões mais periféricas, eu não entroem <strong>de</strong>talhes; por exemplo, eu sou muito disciplinado,não tolero atraso <strong>de</strong> duas, três horas, mas não vouentrar nessa parte.Não tive <strong>de</strong>sconfiança alg<strong>um</strong>a do FNT. Sinceramenteachei que houve <strong>um</strong> esforço tripartite. Foi amelhor iniciativa <strong>de</strong> todas que eu participei até hoje.Anteriormente me convidaram para trabalhar <strong>de</strong>ntrodo gabinete. Agora não.Eu acho que aquela idéia mais ampla <strong>de</strong> reformaque eu tinha na juventu<strong>de</strong> virou sonho. Acho que estepaís não tem estrutura política para pensar em reforma<strong>de</strong> profundida<strong>de</strong>, sobretudo por não ter li<strong>de</strong>rançapor parte do governo para puxar <strong>um</strong>a reforma <strong>de</strong>ssaenvergadura.Não há <strong>um</strong> país do mundo que tenha feito <strong>um</strong>a reformaampla sem a li<strong>de</strong>rança do governo. Na Espanhafoi assim, na Nova Zelândia foi assim, no Japão foi assim.Sem a li<strong>de</strong>rança do governo não se faz reforma.Não se faz porque é preciso haver <strong>um</strong>a boa pedagogiasobre esses temas sensíveis junto ao povo.É <strong>um</strong> tema muito insensível, que dá margem a muitaincompreensão e exploração. E as duas coisas acontecemao mesmo tempo. E, no meio disso tudo, a imprensafunciona como motor propulsor da incompreensãoe da exploração. Aí, a população se assusta, osparlamentares por sua conseqüência, também ficam<strong>de</strong>sconfortáveis, não votam e nada acontece.Então, sem <strong>um</strong>a li<strong>de</strong>rança que é pedagógica nãohá jeito. Eu sonhava que isso fosse possível fazer,comprometendo senadores e <strong>de</strong>putados <strong>de</strong> garra. Nósacabamos <strong>de</strong> provar isso no Brasil com a Reforma daPrevidência. A Reforma da Previdência só saiu porqueo Presi<strong>de</strong>nte da República e o Ministro da Previdênciaass<strong>um</strong>iram a li<strong>de</strong>rança e explicaram para o país queesse negócio era absolutamente necessário. É verda<strong>de</strong>que é <strong>um</strong>a reforma meia-sola, mas está aí.E, nos países em que houve essa pedagogia porparte do governo, as reformas trabalhistas tambémsaíram. A Austrália está n<strong>um</strong> momento agora <strong>de</strong>sen-56 <strong>Conquistas</strong> e <strong><strong>de</strong>safios</strong> <strong>de</strong> <strong>um</strong> <strong>processo</strong> <strong>de</strong> <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong>: Reflexões dos atores para o futuro


A VISÃO DOS ATORES EXTERNOSPORTUGUÊSvolvendo a reforma trabalhista. O governo gastou <strong>um</strong>ano na preparação dos materiais pedagógicos paraexplicar para a população.Então aqui no Brasil o que havia <strong>de</strong> importantíssimoa fazer era explicar para a população os motivos<strong>de</strong> <strong>um</strong>a Reforma Trabalhista para valer. A ReformaTrabalhista não é para tirar direito <strong>de</strong> quem tem, é paradar direito a quem não tem. Nós temos 48 milhões <strong>de</strong>trabalhadores sem direitos e 32 milhões com direitos.A Reforma Trabalhista é para ampliar o número <strong>de</strong>protegidos. Portanto, não vai tirar direito <strong>de</strong> ninguém,vai dar direito para quem não tem. E mesmo assim,gradualmente, porque nada se faz da noite para o dia.Para fazer isso é preciso <strong>um</strong>a li<strong>de</strong>rança, alguém queesteja disposto a ir à televisão e ao rádio.O futuro, ao meu ver, <strong>de</strong>ve cuidar das reformaspontuais. Começar por partes, começar <strong>de</strong>vagar,passar aquilo que é possível, porque não vai haverli<strong>de</strong>rança para fazer <strong>um</strong>a coisa gran<strong>de</strong> que o Brasilprecisa. O Brasil vai sofrer mais tempo, a reforma vaiser homeopática. Precisa regulamentar o art. 8º, porexemplo, <strong>um</strong>a reforma cosmética. Quem quer mexerna área sindical vai por aí. Na área trabalhista, o i<strong>de</strong>alé fazer <strong>um</strong> simples trabalhista para micro e pequenasempresas, fazer aquilo que a lei ordinária permite.E passo a passo, por aí, acho que temos <strong>um</strong> cenárioa percorrer, que no meu enten<strong>de</strong>r é único. A não serque haja <strong>um</strong>a gran<strong>de</strong> mudança, que apareça <strong>um</strong> lí<strong>de</strong>rcapaz <strong>de</strong> ass<strong>um</strong>ir essa tarefa e mostrar para a Naçãoque isso é <strong>um</strong>a coisa boa, que não é para matar direito,não é para fazer sangria, que é para tornar a vidamais civilizada entre empregados e empregadores.Até por isso eu sou favorável ao Conselho Nacional <strong>de</strong>Relações <strong>de</strong> Trabalho. O Conselho é <strong>um</strong>a agência reguladoradas relações <strong>de</strong> trabalho. É <strong>um</strong> instr<strong>um</strong>entoimportante. Lancei essa idéia, vi em outros países, trabalheiem Conselhos <strong>de</strong>sse tipo, mas não é para ficarfalando que esse Conselho tem que fazer a ReformaTrabalhista. Não, ele <strong>de</strong>ve ter atribuições do dia-a-dia,<strong>de</strong> monitoramento.Deve ter, ainda, atribuições <strong>de</strong> acompanhar a vidado trabalho e do sindicato, os dois lados, acompanharos problemas gerais, a empresa e do emprego. Deveser <strong>um</strong> Conselho Econômico e Trabalhista, olhando ebuscando solucionar os entraves do ponto <strong>de</strong> vista trabalhistada regulação.No início achava que <strong>de</strong>veria ser <strong>um</strong> organismo separadodo governo, como é em todos os países. Depoisé que me foi explicado que se fosse para conce<strong>de</strong>rregistro <strong>de</strong> sindicato, não po<strong>de</strong>ria excluir o Estado.Acabei convencido <strong>de</strong> que <strong>de</strong>veria ser tripartite.Um dos principais problemas do FNT foi o fechamentoda bancada do governo com a dos Trabalhadorescontra a Reforma Trabalhista. Esse é <strong>um</strong> fechamentoque po<strong>de</strong> ser camuflado, e manipulado; elepo<strong>de</strong> vir com <strong>um</strong>a verborragia diferente, dizendo quenão está fechado, mas para mim está fechado.As Reformas Sindical e Trabalhista <strong>de</strong>veriam serconcomitantes e graduais.O tempo não foi perdido. Foi <strong>um</strong>a experiência positiva,foi construtiva apesar das ressalvas mencionadas.E o que é que sobra? Sobram muitos conceitosque estão <strong>de</strong>ntro do próprio anteprojeto. Eles po<strong>de</strong>mser aproveitados na retórica <strong>de</strong> empregados e <strong>de</strong> empregadores.Na verda<strong>de</strong>, já estão incorporados. Estásurgindo <strong>um</strong>a subcultura a respeito <strong>de</strong> representativida<strong>de</strong>,<strong>um</strong>a coisa útil. Parece pouco, mas não é. Essesconceitos não existiam no Brasil e hoje já não se discutenem se questiona mais. Não vi nem ouvi questionamentossobre a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> representativida<strong>de</strong>até agora.O que sobra também é a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> as partesse encontrarem para examinar problemas específicos<strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>ssa idéia <strong>de</strong> reformas parciais. Eu cost<strong>um</strong>oescrever isso nos meus livros. Eu insisto nisso porquevocê tem que ter <strong>um</strong>a utopia, que é <strong>um</strong> parâmetro paravocê falar: o i<strong>de</strong>al é isso. É possível? Não sei. Vamosver se chegamos lá aos poucos.<strong>Conquistas</strong> e <strong><strong>de</strong>safios</strong> <strong>de</strong> <strong>um</strong> <strong>processo</strong> <strong>de</strong> <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong>: Reflexões dos atores para o futuro57


PORTUGUÊSRESULTADOS DA EXPERIÊNCIA DO FÓRUM NACIONAL DO TRABALHO8. RESULTADOS DA EXPERIÊNCIA DO FÓRUM NACIONAL DOTRABALHOA experiência do FNT foi inovadora na concepção,organização e funcionamento. Seus resultados concretos,porém, ainda <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m <strong>de</strong> <strong>um</strong>a série <strong>de</strong> fatorespolíticos. Mesmo assim, os reflexos do FNT já sãovisíveis. As contribuições do FNT, seja pela dinâmicadiferenciada, seja pela introdução <strong>de</strong> novos temas,são inegáveis.É importante, todavia, i<strong>de</strong>ntificar as principais dificulda<strong>de</strong>se as contradições do <strong>processo</strong>, inclusivepara visl<strong>um</strong>brar as suas possibilida<strong>de</strong>s futuras.Na esfera do funcionamento, a mesma dinâmicaque imprimiu <strong>um</strong> ritmo e <strong>um</strong>a forma <strong>de</strong> interlocuçãoentre os atores tão diferenciados, criou alguns obstáculosimportantes.O início dos <strong>de</strong>bates do FNT causou muita expectativa.Porém, com a dinâmica utilizada, poucosatores — n<strong>um</strong>ericamente e em confronto ao númerototal —participaram diretamente das ativida<strong>de</strong>s, gerandomuita inquietação e reclamações favoráveis àampliação <strong>de</strong> espaços <strong>de</strong> participação para organizaçõessindicais, professores, estudantes, associações<strong>de</strong> magistrados e membros do Ministério Público doTrabalho, da Justiça do Trabalho, <strong>de</strong>ntre outras instituiçõesimportantes e absolutamente relevantes.Houve, <strong>de</strong> fato, muita incompreensão quanto àevolução dos <strong>de</strong>bates, à participação dos setoresnão-integrantes do FNT e, acima <strong>de</strong> tudo, quanto àorganização, a participação e ao seguimento <strong>de</strong> <strong>um</strong>ainstância <strong>de</strong> Diálogo Social tripartite, cuja essência éorganizar a participação dos atores sociais e da socieda<strong>de</strong>,e não o contrário. De outra parte, é evi<strong>de</strong>nte que<strong>de</strong>ve haver <strong>um</strong> <strong>processo</strong> <strong>de</strong> seleção dos atores, sem oque, o órgão per<strong>de</strong> sua legitimida<strong>de</strong>.Outra característica importante e pouco <strong>de</strong>stacadaé a natureza do Fór<strong>um</strong>. O FNT foi constituído como <strong>um</strong>órgão tripartite <strong>de</strong> consulta e <strong>de</strong> concertação <strong>social</strong>. Épor esse motivo que ao governo cabia a tomada <strong>de</strong> posiçãofinal em relação aos assuntos sem acordo entreos participantes.Por esse conjunto <strong>de</strong> <strong>de</strong>sencontros, os aspectospositivos <strong>de</strong>correntes da seqüência dos <strong>de</strong>bates e daretirada do caráter <strong>de</strong> encaminhamento eminente <strong>de</strong>proposta legislativa foram recebidos com <strong>de</strong>sconfiançapor parte daqueles que não participavam das instânciasdo FNT. Pelos mesmos motivos, os trabalhosdo FNT per<strong>de</strong>ram o apelo dos meios <strong>de</strong> comunicação,<strong>de</strong>ixaram <strong>de</strong> ser notícia <strong>de</strong> primeira página, <strong>de</strong> chamadados telejornais ou <strong>de</strong> programas televisivos,diminuindo, portanto, os espaços <strong>de</strong> divulgação dos<strong>de</strong>bates para o conjunto da socieda<strong>de</strong>.Com isso, as discussões ficaram muito restritasaos ambientes diretamente envolvidos com os temassindicais, já que a opção do FNT foi começar pela ReformaSindical.Nesse sentido, houve outra inversão importante.Enquanto os membros do FNT se envolviam naconstrução <strong>de</strong> <strong>um</strong> sistema <strong>de</strong> transição e <strong>de</strong> efetivamodificação do sistema sindical brasileiro, os setoresinteressados em manter o estado <strong>de</strong> coisas no padrãovigente atuaram com muita antecedência no ataquei<strong>de</strong>ológico ao <strong>processo</strong>.À medida que os consensos eram firmados noFNT, ou as versões preliminares das propostas legislativaseram submetidas ao <strong>de</strong>bate, os adversáriosda Reforma <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>avam <strong>um</strong> vasto ataque aosconsensos ou propostas preliminares, disseminandointerpretações ao sabor dos interesses imediatos <strong>de</strong>rejeição aos avanços negociados no FNT.É importante <strong>de</strong>stacar o intermitente ataque à buscado consenso <strong>de</strong> análise e <strong>de</strong> alternativas institucionaispossíveis. Nesse contexto, atacou-se o consensoe enalteceu-se o papel do Congresso Nacional, comoúnico interlocutor legítimo dos interesses da populaçãoem matéria legislativa.A matriz fundamental do FNT é a construção <strong>de</strong>consensos entre os representantes <strong>de</strong> trabalhadores,<strong>de</strong> empregadores e do governo fe<strong>de</strong>ral sobre temasrelativos ao sistema brasileiro <strong>de</strong> relações <strong>de</strong> trabalho.Essa inegável motivação positiva e <strong>de</strong> apoio ao DiálogoSocial, entretanto, não foi recebida com o amploacolhimento que seria justificado se esperar.Mas a resistência ao Diálogo Social coor<strong>de</strong>nadapelas organizações sindicais <strong>de</strong> representação nacionalnão po<strong>de</strong> ser tributada exclusivamente aos adversáriosdas Reformas Sindical e Trabalhista.É preciso consi<strong>de</strong>rar o ineditismo da iniciativa, oaprendizado dos atores do FNT e da socieda<strong>de</strong> <strong>de</strong>58 <strong>Conquistas</strong> e <strong><strong>de</strong>safios</strong> <strong>de</strong> <strong>um</strong> <strong>processo</strong> <strong>de</strong> <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong>: Reflexões dos atores para o futuro


RESULTADOS DA EXPERIÊNCIA DO FÓRUM NACIONAL DO TRABALHOPORTUGUÊSmaneira geral. Muitas das dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong>correramtambém da inexperiência <strong>de</strong> todos em <strong>um</strong> <strong>processo</strong><strong>de</strong> discussão <strong>de</strong>ssa envergadura. Não cabe dúvida─ e isso foi confirmado por alguns dos entrevistados─ <strong>de</strong> que as instituições participantes não estavamplenamente preparadas para o <strong>de</strong>bate com o nível <strong>de</strong><strong>de</strong>talhamento e <strong>de</strong> especificida<strong>de</strong>s do travado. Isso éinerente ao <strong>processo</strong>. Não há como evitar os obstáculosdo aprendizado, sobretudo o institucional.É pouco provável, também, que a estrutura <strong>de</strong> comunicaçãointerna das organizações tenha dado conta<strong>de</strong> repassar para o conjunto <strong>de</strong> seus representados oteor dos <strong>de</strong>bates e dos ajustes firmados com o <strong>de</strong>talhamentonecessário para o municiamento dos quadrospolíticos.A ausência <strong>de</strong> mecanismos ágeis <strong>de</strong> comunicaçãoentre os representados potencializa ainda mais as divergênciasinternas, quebrando as bases dos consensosfirmados, a<strong>um</strong>entando a incerteza quanto à efetivida<strong>de</strong>do pactuado. Isso, em boa parte, ocorre emrazão da falta <strong>de</strong> esclarecimento, e não da divergência<strong>de</strong> posicionamento.A dúvida sobre a permanência do FNT ou <strong>de</strong> <strong>um</strong>aestrutura permanente <strong>de</strong> Diálogo Social após o términodas Reformas Sindical e Trabalhista se constituiu,igualmente, em <strong>um</strong> elemento <strong>de</strong> instabilida<strong>de</strong> dostrabalhos do FNT. Como a competência do FNT erapontual e finita, não havia <strong>um</strong>a estrutura capaz <strong>de</strong> absorvertoda a <strong>de</strong>manda legislativa em curso, em quepesem os grupos especiais do FNT.Houve em alg<strong>um</strong>as oportunida<strong>de</strong>s <strong>um</strong>a concorrênciados trabalhos legislativos com o trabalho do FNT,como no episódio da Emenda Constitucional nº 45,que cuidou <strong>de</strong> aspectos importantes da Proposta <strong>de</strong>Emenda Constitucional nº 369/05 e do Anteprojeto <strong>de</strong>Lei <strong>de</strong> Relações Sindicais. As dificulda<strong>de</strong>s do aprendizado,político-institucional ou meramente políticosindical,contudo, não foram suficientes para ofuscaros ganhos proporcionados pelo FNT ao Diálogo Sociale à <strong>de</strong>mocracia brasileira.Em que pesem todos os percalços, ainda não há<strong>um</strong>a <strong>de</strong>finição sobre a Proposta <strong>de</strong> Emenda à Constituiçãonº 369/05, o que <strong>de</strong>monstra que o <strong>de</strong>bate nãoacabou. Muito provavelmente será retomado no iníciodo próximo mandato presi<strong>de</strong>ncial.No mesmo sentido, é evi<strong>de</strong>nte que o Anteprojeto<strong>de</strong> Lei <strong>de</strong> Relações Sindicais será, na pior das hipóteses,por sua característica sistêmica, <strong>um</strong> importanteinstr<strong>um</strong>ento <strong>de</strong> <strong>de</strong>bate no contexto da regulamentaçãosindical no Brasil.Alguns fatos importantes ocorridos no primeiro semestre<strong>de</strong> 2006 fortalecem sobremaneira esta tendência.O Presi<strong>de</strong>nte da República enviou ao CongressoNacional, em 08 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 2006, duas Medidas Provisórias33 (MP), a <strong>de</strong> nº 293, reconhecendo as CentraisSindicais 34 como instr<strong>um</strong>ento <strong>de</strong>terminante ao DiálogoSocial 35 , e a <strong>de</strong> nº 294, instituindo o Conselho Nacional<strong>de</strong> Relações <strong>de</strong> Trabalho nos mesmos mol<strong>de</strong>s dosconsensos do FNT e do Anteprojeto <strong>de</strong> Lei <strong>de</strong> RelaçõesSindicais.33 “Em caso <strong>de</strong> relevância e urgência, o Presi<strong>de</strong>nte da República po<strong>de</strong>rá,adotar medidas provisórias, com força <strong>de</strong> lei, <strong>de</strong>vendo submetê-las <strong>de</strong>imediato ao Congresso Nacional” (caput, art. 62, CF) ... “Se a medidanão for apreciada em até quarenta e cinco dias contados da sua publicação,entrará em regime <strong>de</strong> urgência, subseqüentemente, em cada<strong>um</strong>a das Casas do Congresso Nacional, ficando sobrestadas, até que seultime a votação, todas as <strong>de</strong>mais <strong>de</strong>liberações legislativas da Casa emque estiver tramitando.” (§ 6º, art. 62, CF).34 Entida<strong>de</strong> associativa <strong>de</strong> âmbito nacional, composta por organizaçõessindicais <strong>de</strong> trabalhadores, com atribuição e competência para representaros trabalhadores por meio das organizações sindicais a ela filiadas, ea participar <strong>de</strong> negociações em fóruns, colegiados <strong>de</strong> órgãos públicos e<strong>de</strong>mais espaços <strong>de</strong> <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong> que possuam composição tripartite.35 “ Art. 2º. Para o exercício das atribuições e prerrogativas a que se refereo inciso II do Art. 1°, a central sindical <strong>de</strong>verá c<strong>um</strong>prir os seguintesrequisitos: I – filiação <strong>de</strong>, no mínimo, cem sindicatos distribuídos nascinco regiões do País; II – filiação em pelo menos três regiões do País<strong>de</strong>, no mínimo, vinte sindicatos em cada <strong>um</strong>a; III – filiação <strong>de</strong> sindicatosem, no mínimo, cinco setores <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong> econômica; e IV – filiação<strong>de</strong> trabalhadores aos sindicatos integrantes <strong>de</strong> sua estrutura organizada<strong>de</strong>, no mínimo, <strong>de</strong>z por cento do total <strong>de</strong> empregados sindicalizados emâmbito nacional. Parágrafo único. As centrais sindicais que aten<strong>de</strong>remapenas aos requisitos dos incisos I, II e III po<strong>de</strong>rão somar os índices <strong>de</strong>sindicalização dos sindicatos a elas filiados, <strong>de</strong> modo a c<strong>um</strong>prir o requisitodo inciso IV. Art. 3º. A indicação pela central sindical <strong>de</strong> representantesnos fóruns tripartites, conselhos e colegiados <strong>de</strong> órgãos públicos a quese refere o inciso II do art. 1º será em número proporcional ao índice <strong>de</strong>representativida<strong>de</strong> previsto no inciso IV do art. 2º, salvo acordo entreas centrais sindicais. Art. 4º. A aferição dos requisitos <strong>de</strong> representativida<strong>de</strong><strong>de</strong> que trata o art. 2º será realizada pelo Ministério do Trabalho eEmprego. §1º. O Ministro <strong>de</strong> Estado do Trabalho e Emprego, medianteconsulta às centrais sindicais, po<strong>de</strong>rá baixar instruções para disciplinaros procedimentos necessários à aferição dos requisitos <strong>de</strong> representativida<strong>de</strong>,bem como para alterá-los com base na análise dos índices <strong>de</strong>sindicalização dos sindicatos filiados às centrais sindicais. §2º. O Ato doMinistro e Estado do Emprego e Trabalho divulgará, anualmente, relaçãodas centrais sindicais que aten<strong>de</strong>m aos requisitos <strong>de</strong> que trata o art.2º, indicando seus índices <strong>de</strong> representativida<strong>de</strong>.”<strong>Conquistas</strong> e <strong><strong>de</strong>safios</strong> <strong>de</strong> <strong>um</strong> <strong>processo</strong> <strong>de</strong> <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong>: Reflexões dos atores para o futuro59


PORTUGUÊSO CONSELHO NACIONAL DE RELAÇÕES DO TRABALHO9. O CONSELHO NACIONAL DE RELAÇÕES DO TRABALHOO Conselho Nacional <strong>de</strong> Relações <strong>de</strong> Trabalho(CNRT) foi instituído conforme referido, pelo Presi<strong>de</strong>nteda República, em 8 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 2006, por meioda MP nº 294, no âmbito do Ministério do Trabalho eEmprego, como órgão colegiado <strong>de</strong> natureza consultivae <strong>de</strong>liberativa, <strong>de</strong> composição tripartite e paritária,com a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong>: a.) promover o entendimento entretrabalhadores, empregadores e Governo Fe<strong>de</strong>ral,buscando soluções acordadas sobre temas relativosàs relações do trabalho e à organização sindical; b.)promover a <strong>de</strong>mocratização das relações <strong>de</strong> trabalho,o tripartismo e o primado da justiça <strong>social</strong> no âmbitodas leis do trabalho e das garantias sindicais; e, c.)fomentar a negociação coletiva e o <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong>.O CNRT compõe-se <strong>de</strong> quinze membros titularese igual número <strong>de</strong> suplentes, sendo cinco representantesgovernamentais 36 , cinco dos trabalhadores 37 ecinco dos empregadores 38 . Ao Ministro <strong>de</strong> Estado doTrabalho e Emprego compete <strong>de</strong>signar os membrosdo CNRT, mediante indicação das representações doPo<strong>de</strong>r Públicos e <strong>de</strong> trabalhadores e empregadores.O CNRT contará ainda em sua estrutura com duasCâmaras Bipartites, sendo <strong>um</strong>a <strong>de</strong> representação dostrabalhadores e outra <strong>de</strong> representação dos empregadores,compostas, cada qual, <strong>de</strong> <strong>de</strong>z membros, sendocinco representantes governamentais e cinco <strong>de</strong>trabalhadores e <strong>de</strong> empregadores, respectivamente,nomeados na mesma forma dos membros do CNRT.Ao CNRT compete discutir assuntos relacionadosà estrutura do Conselho e aos aspectos gerais das relações<strong>de</strong> trabalho com especial ênfase à organizaçãosindical em razão da sua importância estratégica parao País 39 . Às Câmaras Bipartites, competem os temas36 “Indicados pelos titulares dos órgãos e entida<strong>de</strong>s do Po<strong>de</strong>r Público quevierem a integrar o CNRT, conforme dispuser o regulamento.” (§ 1º, Art.3º).37 “Indicados pelas centrais sindicais, <strong>de</strong> acordo com critérios <strong>de</strong> representativida<strong>de</strong>estabelecidos em lei.” (§ 4º, Art. 3º).38 “Indicados pelas confe<strong>de</strong>rações <strong>de</strong> empregadores com registro no Ministériodo Trabalho e Emprego.” (§ 2º, Art. 3º); “Havendo mais <strong>de</strong> <strong>um</strong>aconfe<strong>de</strong>ração <strong>de</strong> empregadores reivindicando a representação <strong>de</strong> <strong>um</strong>mesmo setor <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong> econômica, a participação na indicação dosrepresentantes no CNRT será garantidq à confe<strong>de</strong>ração mais representativa,conforme dispuser o regulamento.” (§ 3º, Art. 3º).39 “I. apresentar proposta <strong>de</strong> regimento interno para homologação peloMinistro <strong>de</strong> Estado do Trabalho e Emprego; II .propor e subsidiar a elaboração<strong>de</strong> propostas legislativas sobre relações <strong>de</strong> trabalho e organizaçãosindical; III. propor e subsidiar a elaboração <strong>de</strong> atos que tenhampor finalida<strong>de</strong> a normatização administrativa sobre assuntos afetos àsrelações <strong>de</strong> trabalho e à organização sindical;IV. avaliar o conteúdo dasproposições relativas a relações <strong>de</strong> trabalho e à organização sindical; IV.avaliar o conteúdo das proposições relativas a relações <strong>de</strong> trabalho e ormaisdo cotidiano sindical 40 .O mandado dos representantes dos trabalhadorese dos empregadores tem caráter institucional, facultando-seàs respectivas entida<strong>de</strong>s substituir seus representantes,na forma do regimento interno 41 .O mandato dos representantes dos empregadorese dos trabalhadores será <strong>de</strong> três anos, permitida <strong>um</strong>aúnica recondução. A cada mandato, <strong>de</strong>verá haver arenovação <strong>de</strong>, pelo menos, dois quintos dos representantesdos trabalhadores e dos empregadores.As manifestações no CNRT serão colhidas porrepresentação e as suas <strong>de</strong>liberações serão por consenso.O CNRT reunir-se-á e <strong>de</strong>cidirá com a presença<strong>de</strong>, no mínimo, treze <strong>de</strong> seus membros, e as CâmarasBipartites com o mínimo <strong>de</strong> oito membros. O CNRT ouqualquer <strong>de</strong> suas representações po<strong>de</strong>rá requerer queo Ministro <strong>de</strong> Estado do Trabalho e Emprego fundamente<strong>de</strong>cisão tomada em matéria <strong>de</strong> competência doCNRT.A instituição do CNRT, <strong>de</strong> fato, é <strong>um</strong> enorme passono sentido da consolidação <strong>de</strong> mecanismos <strong>de</strong> DiálogoSocial mais perenes e duradouros. São imensas assuas possibilida<strong>de</strong>s, posto que o tão necessário ambienteinstitucional amigável foi alcançado, ao menosganização sindical em discussão no Congresso Nacional, manifestandoposicionamento sobre elas por meio <strong>de</strong> parecer, a ser encaminhado aoMinistro do Trabalho e Emprego; V. propor diretrizes <strong>de</strong> políticas públicase opinar sobre programas e ações governamentais, no âmbito dasrelações <strong>de</strong> trabalho e organização sindical; VI. subsidiar o Ministériodo Trabalho e Emprego na elaboração <strong>de</strong> pareceres sobre as matériasrelacionadas às normas internacionais do trabalho; VII. constituir grupos<strong>de</strong> trabalho com funções específicas e estabelecer sua composição eregras <strong>de</strong> funcionamento; VIII. propor o estabelecimento <strong>de</strong> critérios paraa coleta, organização e divulgação <strong>de</strong> dados referentes às relações <strong>de</strong>trabalho e a organização sindical; IX. apresentar ao Ministro do Estadodo Trabalho e Emprego propostas <strong>de</strong> alteração da Relação Anual <strong>de</strong> InformaçõesSociais – RAIS; e X. pronunciar-se sobre outros assuntos quelhe sejam submetidos pelo Ministro <strong>de</strong> Estado do Trabalho e Emprego,no âmbito das relações <strong>de</strong> trabalho e da organização sindical.” (Art. 10).40 “I. mediar e conciliar conflitos <strong>de</strong> representação sindical, a pedido com<strong>um</strong>das partes interessadas; II.assessorar a respectiva representaçãono CNRT; III. analisar a evolução dos índices <strong>de</strong> sindicalização para,<strong>de</strong>ntre outras, subsidiar a elaboração <strong>de</strong> políticas <strong>de</strong> incentivo ao associativismo;IV. elaborar proposta <strong>de</strong> revisão da tabela progressiva <strong>de</strong>contribuição compulsória, <strong>de</strong>vida pelos empregadores, agentes autônomose profissionais liberais; e V. sugerir às entida<strong>de</strong>s sindicais a observância<strong>de</strong> princípios, critérios e procedimentos gerais que assegurem,em seus estatutos: A) a possibilida<strong>de</strong> efetiva <strong>de</strong> participação dos associadosna gestão da entida<strong>de</strong> sindical; e B) a instituição <strong>de</strong> mecanismosque permitam a todos os interessados acesso a informações sobre aorganização e o funcionamento da entida<strong>de</strong> sindical, <strong>de</strong> forma a assegurartransparência em sua gestão.” (Art. 11).41 “O CNRT submeterá ao Ministro <strong>de</strong> Estado do Trabalho e Emprego proposta<strong>de</strong> regimento interno no prazo <strong>de</strong> até quarenta e cinco dias apósa sua instalação” (Art. 21); “O regimento interno <strong>de</strong>finirá a periodicida<strong>de</strong>das reuniões, a forma <strong>de</strong> convocação do CNRT e das Câmaras Bipartites,assim como outras regras <strong>de</strong> funcionamento.” (Art. 18).60 <strong>Conquistas</strong> e <strong><strong>de</strong>safios</strong> <strong>de</strong> <strong>um</strong> <strong>processo</strong> <strong>de</strong> <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong>: Reflexões dos atores para o futuro


O CONSELHO NACIONAL DE RELAÇÕES DO TRABALHOPORTUGUÊSem seu estágio inicial. Os passos seguintes <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>rãoda própria experiência 42 .Os fatores indicados no tópico relativo aos resultadosda experiência do FNT, aliados as iniciativasrecentes do Governo em relação ao reconhecimentojurídico das Centrais Sindicais e a instituição do CNRT,confirmam a imensa maioria dos pronunciamentos dosatores sociais, e atestam a plena possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> o DiálogoSocial <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong>finitivamente <strong>de</strong> ser <strong>um</strong>a política<strong>de</strong> governo para se transformar em <strong>um</strong>a política <strong>de</strong>Estado no Brasil.42 O dia 28 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 2006 o Presi<strong>de</strong>nte da mesa do Congresso Nacionalprorrogou a vigência da Medida Provisional Nº 294 por <strong>um</strong> período <strong>de</strong>60 dias a partir do 8 <strong>de</strong> julho, e finalmente, ante o término do período legislativo,o Plenário da Câmara <strong>de</strong> Deputados arquivou para o seguinteperíodo a Medida Provisional que criava o Conselho Nacional <strong>de</strong> Relacionesdo Trabalho.<strong>Conquistas</strong> e <strong><strong>de</strong>safios</strong> <strong>de</strong> <strong>um</strong> <strong>processo</strong> <strong>de</strong> <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong>: Reflexões dos atores para o futuro61


PORTUGUÊSANEXOSANEXO IDecreto nº 4.796, <strong>de</strong> 29 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 2003INSTITUI O FORUM NACIONAL DO TRABALHO edá outras providênciasO PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, inciso VI,alínea “a”, da Constituição,DECRETA:Art. 1 o Fica instituído, no âmbito do Conselho Nacional do Trabalho, do Ministério do Trabalho e Emprego,o Fór<strong>um</strong> Nacional do Trabalho - FNT, com as seguintes finalida<strong>de</strong>s:I Promover o entendimento entre os representantes dos trabalhadores e empregadores e o governo fe<strong>de</strong>ral,com vistas a construir consensos sobre temas relativos ao sistema brasileiro <strong>de</strong> relações <strong>de</strong> trabalho, emespecial sobre a legislação sindical e trabalhista;II Subsidiar a elaboração <strong>de</strong> projetos legislativos <strong>de</strong> reforma sindical e trabalhista nas esferas constitucional einfraconstitucional; eIII Submeter ao Ministro <strong>de</strong> Estado do Trabalho e Emprego os resultados e conclusões sobre matérias aprovadasno âmbito do FNT.Art. 2 o O FNT será composto, <strong>de</strong> forma tripartite e paritária, por representantes indicados pelos seguintessegmentos:Ido Governo Fe<strong>de</strong>ral, representado pelos seguintes órgãos do Po<strong>de</strong>r Executivo:a) Ministério do Trabalho e Emprego, que o presidirá;b) Casa Civil da Presidência da República;c) Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão;d) Ministério da Fazenda;e) Ministério da Educação;f) Ministério da Saú<strong>de</strong>;g) Ministério da Previdência Social;h) Ministério da Justiça;i) Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior; ej) Secretaria Especial do Conselho <strong>de</strong> Desenvolvimento Econômico e Social da Presidência da República;IIdos trabalhadores; eIII dos empregadores.§ 1 o O FNT será presidido pelo Ministro <strong>de</strong> Estado do Trabalho e Emprego.§ 2 o Os membros do FNT, titulares e suplentes, serão <strong>de</strong>signados pelo Ministro <strong>de</strong> Estado do Trabalho eEmprego, mediante indicação:I dos titulares dos órgãos a que se refere o inciso I do caput <strong>de</strong>ste artigo;62 <strong>Conquistas</strong> e <strong><strong>de</strong>safios</strong> <strong>de</strong> <strong>um</strong> <strong>processo</strong> <strong>de</strong> <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong>: Reflexões dos atores para o futuro


ANEXOSPORTUGUÊSII das entida<strong>de</strong>s representativas <strong>de</strong> trabalhadores e <strong>de</strong> empregadores <strong>de</strong> âmbito nacional que <strong>de</strong>sfrutem<strong>de</strong> reconhecimento público e <strong>de</strong> notória representativida<strong>de</strong>, nos casos dos incisos II e III do caput <strong>de</strong>steartigo.§ 3 o O Ministro <strong>de</strong> Estado do Trabalho e Emprego po<strong>de</strong>rá convidar para participar dos trabalhos do FNTrepresentantes <strong>de</strong> órgãos e entida<strong>de</strong>s da administração pública fe<strong>de</strong>ral, bem como dos Po<strong>de</strong>res Legislativo eJudiciário e <strong>de</strong> instituições privadas.§ 4 o A função <strong>de</strong> membro do FNT não será remunerada, sendo seu exercício consi<strong>de</strong>rado <strong>de</strong> relevanteinteresse público.Art. 3 o O FNT contará, para seu funcionamento, com o apoio institucional e técnico-administrativo da Secretaria<strong>de</strong> Relações do Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego.Art. 4 o Para o c<strong>um</strong>primento <strong>de</strong> suas funções, o FNT contará com recursos orçamentários e financeirosconsignados no orçamento do Ministério do Trabalho e Emprego.Art. 5 o O Ministro <strong>de</strong> Estado do Trabalho e Emprego aprovará o regimento interno do FNT, <strong>de</strong>finindo o seufuncionamento e a sua composição, bem assim as competências <strong>de</strong> seus membros.Art. 6 o Este Decreto entra em vigor na data <strong>de</strong> sua publicação.Brasília, 29 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 2003; 182 o da In<strong>de</strong>pendência e 115 o da RepúblicaLUIZ INÁCIO LULA DA SILVAJaques Wagner<strong>Conquistas</strong> e <strong><strong>de</strong>safios</strong> <strong>de</strong> <strong>um</strong> <strong>processo</strong> <strong>de</strong> <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong>: Reflexões dos atores para o futuro63


PORTUGUÊSANEXOSANEXO IIREGIMENTO INTERNO DOFÓRUM NACIONAL DO TRABALHOO MINISTRO DE ESTADO DO TRABALHO E EMPREGO, no uso das atribuições que lhesão conferidas pelo inciso II, parágrafo único do art. 87 da Constituição Fe<strong>de</strong>ral, e pelo art. 5º do Decreto nº4.796, <strong>de</strong> 30 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 2003, e tendo em vista o Decreto nº 4.764, <strong>de</strong> 24 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 2003, resolve:Art. 1º Fica aprovado o Regimento Interno do Fór<strong>um</strong> Nacional do Trabalho, na forma do anexo da presentePortaria.Art. 2º Esta Portaria entra em vigor na data <strong>de</strong> sua publicação.JAQUES WAGNERTÍTULO IDA CONSTITUIÇÃO, OBJETIVOS E FINALIDADESArt. 1º O Fór<strong>um</strong> Nacional do Trabalho (FNT), é o espaço <strong>de</strong> <strong>diálogo</strong> instituído pelo Decreto nº 4.796, <strong>de</strong> 30 <strong>de</strong>julho <strong>de</strong> 2003, com a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> coor<strong>de</strong>nar a negociação entre os representantes dos trabalhadores, empregadorese governo fe<strong>de</strong>ral sobre a reforma sindical e trabalhista no Brasil.Art. 2º São objetivos do FNT:I atualizar e reformar as leis sindicais e trabalhistas, assim como as instituições que regulam o trabalho paratorná-las mais compatíveis com a realida<strong>de</strong> econômica, política e <strong>social</strong> do país;II fomentar o <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong>;III promover o tripartismo;IV assegurar o primado da justiça <strong>social</strong> no âmbito das relações <strong>de</strong> trabalho; eV criar <strong>um</strong> ambiente institucional favorável à geração <strong>de</strong> emprego e à elevação da renda da população brasileira.Art. 3º São finalida<strong>de</strong>s do FNT:I promover o entendimento entre os representantes dos trabalhadores e empregadores e o governo fe<strong>de</strong>ral,com vistas a construir consensos sobre temas relativos ao sistema brasileiro <strong>de</strong> relações <strong>de</strong> trabalho, emespecial sobre a legislação sindical e trabalhista;II subsidiar a elaboração <strong>de</strong> projetos legislativos <strong>de</strong> reforma sindical e trabalhista nas esferas constitucional einfraconstitucional; eIII submeter ao Ministro <strong>de</strong> Estado do Trabalho e Emprego os resultados e conclusões sobre matérias aprovadasno âmbito do FNT.TÍTULO IIDA ORGANIZAÇÃO E FUNCIONAMENTOCAPÍTULO ICOMPOSIÇÃO E ESTRUTURA FUNCIONAL DO FNTArt. 4º O FNT é composto <strong>de</strong> forma tripartite e paritária, com representantes <strong>de</strong> trabalhadores, empregadorese governo fe<strong>de</strong>ral, e, na forma estabelecida neste Regimento Interno, <strong>de</strong> representantes <strong>de</strong> pequenos e micro-64 <strong>Conquistas</strong> e <strong><strong>de</strong>safios</strong> <strong>de</strong> <strong>um</strong> <strong>processo</strong> <strong>de</strong> <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong>: Reflexões dos atores para o futuro


ANEXOSPORTUGUÊSempreendimentos e <strong>de</strong> novas formas <strong>de</strong> produção responsáveis pela difusão <strong>de</strong> novas modalida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> relações<strong>de</strong> trabalho.Art. 5º A estrutura funcional do FNT comporta os seguintes órgãos:I Coor<strong>de</strong>nação;II Plenária <strong>de</strong> Representantes;III Comissão <strong>de</strong> Sistematização;IV Grupos Temáticos, constituídos para discutir os seguintes temas:a) Organização Sindical;b) Negociação Coletiva;c) Sistema <strong>de</strong> Composição <strong>de</strong> Conflitos;d) Legislação do Trabalho;e) Organização Administrativa e Judiciária do Trabalho;f) Normas Administrativas Sobre Condições <strong>de</strong> Trabalho;g) Qualificação e Certificação Profissional; eh) Micro e Pequenas Empresas, Autogestão e Informalida<strong>de</strong>.CAPÍTULO IICOMPOSIÇÃO, COMPETÊNCIAS E FUNCIONAMENTO DAS INSTÂNCIASSeção IComposiçãoArt. 6º A Coor<strong>de</strong>nação do FNT será composta pelos seguintes membros:IIIIIIIVVJaques Wagner (Presi<strong>de</strong>nte);Osvaldo Martines Bargas (Coor<strong>de</strong>nador Geral);Marco Antonio <strong>de</strong> Oliveira (Coor<strong>de</strong>nador Geral Adjunto);José Francisco Siqueira Neto (Coor<strong>de</strong>nador Técnico)Coor<strong>de</strong>nadores Adjuntos:a) Fernando Roth Schmidt;b) Ruth Beatriz Vilela; ec) Consultor Jurídico do MTE;Art. 7º A Plenária <strong>de</strong> Representantes será composta por 72 (setenta e dois) membros, assim distribuídos:IIIIIIIV21 (vinte e <strong>um</strong>) membros indicados pelas entida<strong>de</strong>s representativas <strong>de</strong> trabalhadores <strong>de</strong> âmbito nacional,que <strong>de</strong>sfrutam <strong>de</strong> reconhecimento público e <strong>de</strong> notória representativida<strong>de</strong>;21(vinte e <strong>um</strong>) membros indicados pelas entida<strong>de</strong>s sindicais <strong>de</strong> empregadores, <strong>de</strong> âmbito nacional, que<strong>de</strong>sfrutam <strong>de</strong> reconhecimento público e <strong>de</strong> notória representativida<strong>de</strong>;21(vinte e <strong>um</strong>) membros indicados pelo MTE; e9 (nove) membros indicados pelo Grupo <strong>de</strong> Trabalho sobre Micro e Pequenas Empresas, Autogestão eInformalida<strong>de</strong>, criado no âmbito do Conselho <strong>de</strong> Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), representandodiferentes formas <strong>de</strong> empreen<strong>de</strong>dorismo responsáveis por novas modalida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> relações <strong>de</strong>trabalho;§ 1º As representações <strong>de</strong> trabalhadores e <strong>de</strong> empregadores <strong>de</strong>verão nomear, <strong>de</strong>ntre seus membros, <strong>um</strong> Coor-<strong>Conquistas</strong> e <strong><strong>de</strong>safios</strong> <strong>de</strong> <strong>um</strong> <strong>processo</strong> <strong>de</strong> <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong>: Reflexões dos atores para o futuro65


PORTUGUÊSANEXOS<strong>de</strong>nador e <strong>um</strong> Coor<strong>de</strong>nador Adjunto.§ 2º As representações <strong>de</strong> trabalhadores e <strong>de</strong> empregadores <strong>de</strong>verão nomear <strong>um</strong> Suplente para cada membroefetivo.§ 3º As representações dos micros e pequenos empreen<strong>de</strong>dores <strong>de</strong>verão respeitar o princípio da composiçãoparitária, com a nomeação <strong>de</strong> 3 (três) representantes do lado dos empregadores; 3 (três) representantes do ladodos trabalhadores e 3 (três) representantes do governoArt. 8º A Comissão <strong>de</strong> Sistematização será composta por 21 (vinte e <strong>um</strong>) membros, assim distribuídos:IIIIIIIV6 (seis) representantes dos trabalhadores, indicados por entida<strong>de</strong>s representativas <strong>de</strong> trabalhadores <strong>de</strong>âmbito nacional, que <strong>de</strong>sfrutam <strong>de</strong> reconhecimento público e <strong>de</strong> notória representativida<strong>de</strong>;6 (seis) representantes dos empregadores, indicados por entida<strong>de</strong>s sindicais <strong>de</strong> âmbito nacional, que<strong>de</strong>sfrutam <strong>de</strong> reconhecimento público e <strong>de</strong> notória representativida<strong>de</strong>;6 (seis) membros indicados pelo MTE; e3 (três) membros indicados pelo Grupo <strong>de</strong> Trabalho sobre Micro e Pequenas Empresas, Autogestão eInformalida<strong>de</strong>, criado no âmbito do CDES, representando diferentes formas <strong>de</strong> empreen<strong>de</strong>dorismo responsáveispor novas modalida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> relações <strong>de</strong> trabalho, garantido o mesmo critério estabelecido noparágrafo 3º, inciso IV, do Art. 7º.§ 1º As representações <strong>de</strong> trabalhadores e <strong>de</strong> empregadores <strong>de</strong>verão nomear, <strong>de</strong>ntre seus membros, <strong>um</strong> Coor<strong>de</strong>nadore <strong>um</strong> Coor<strong>de</strong>nador Adjunto.§ 2º As representações <strong>de</strong> trabalhadores e <strong>de</strong> empregadores <strong>de</strong>verão nomear <strong>um</strong> Suplente para cada membroefetivo.Art. 9º Cada Grupo Temático será composto por 18 (<strong>de</strong>zoito) membros, assim distribuídos:IIIIII6 (seis) representantes dos trabalhadores, indicados por entida<strong>de</strong>s representativas <strong>de</strong> trabalhadores <strong>de</strong>âmbito nacional, que <strong>de</strong>sfrutam <strong>de</strong> reconhecimento público e <strong>de</strong> notória representativida<strong>de</strong>;6 (seis) representantes dos empregadores, indicados por entida<strong>de</strong>s sindicais <strong>de</strong> âmbito nacional, que<strong>de</strong>sfrutam <strong>de</strong> reconhecimento público e <strong>de</strong> notória representativida<strong>de</strong>; e6 (seis) membros indicados pelo MTE.§ 1º As representações <strong>de</strong> trabalhadores e <strong>de</strong> empregadores <strong>de</strong>verão nomear, <strong>de</strong>ntre seus membros, <strong>um</strong> Coor<strong>de</strong>nadore <strong>um</strong> Coor<strong>de</strong>nador Adjunto.§ 2º Cada Grupo Temático contará com 1 (<strong>um</strong>) mediador e 1 (<strong>um</strong>) relator, indicados pela Coor<strong>de</strong>nação do Fór<strong>um</strong>Nacional do Trabalho.§ 3º As representações <strong>de</strong> trabalhadores e <strong>de</strong> empregadores nos Grupos Temáticos <strong>de</strong>verão nomear <strong>um</strong> Suplentepara cada membro efetivo.§ 4º Cada representação <strong>de</strong>verá envidar esforços no sentido <strong>de</strong> assegurar que pelo menos 1/3 (<strong>um</strong> terço) <strong>de</strong>seus membros com assento no Grupo Temático sobre Organização Sindical participe também dos Grupos Temáticossobre Negociação Coletiva e Sistema <strong>de</strong> Composição <strong>de</strong> Conflitos.§ 5º Cada representação <strong>de</strong>verá envidar esforços no sentido <strong>de</strong> assegurar que pelo menos 1/3 (<strong>um</strong> terço) <strong>de</strong>seus membros com assento no Grupo Temático sobre Legislação do Trabalho participe também do Grupo Temáticosobre Normas Administrativas sobre Condições <strong>de</strong> Trabalho.Art. 10. Na impossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> participação <strong>de</strong> qualquer membro da representação do governo nas reuniões dosórgãos, a indicação do substituto caberá ao Coor<strong>de</strong>nador Geral do FNT.Art. 11. O cre<strong>de</strong>nciamento dos suplentes será assegurado mediante a solicitação por escrito do respectivo titularà Coor<strong>de</strong>nação Geral do FNT.Art. 12. Os membros da Plenária <strong>de</strong> Representantes não integram obrigatoriamente as bancadas da Comissão<strong>de</strong> Sistematização ou dos Grupos Temáticos, que po<strong>de</strong>rão contar com a participação <strong>de</strong> outros membros indica-66 <strong>Conquistas</strong> e <strong><strong>de</strong>safios</strong> <strong>de</strong> <strong>um</strong> <strong>processo</strong> <strong>de</strong> <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong>: Reflexões dos atores para o futuro


ANEXOSPORTUGUÊSdos pelas respectivas representações.Art. 13. Somente terão assento na Plenária <strong>de</strong> Representantes os membros que para ela foram indicados.Seção IICompetênciasArt. 14. À Coor<strong>de</strong>nação do FNT compete:IIIIIIIVVVIVIIVIIIcoor<strong>de</strong>nar e assegurar as ativida<strong>de</strong>s e o bom funcionamento dos trabalhos;convocar as reuniões ordinárias da Plenária <strong>de</strong> Representantes, assim como as extraordinárias, a seucritério ou por solicitação <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> <strong>um</strong>a bancada representativa;presidir as reuniões da Plenária <strong>de</strong> Representantes na forma <strong>de</strong>ste Regimento;convocar e presidir as reuniões da Comissão <strong>de</strong> Sistematização;convocar as reuniões dos Grupos Temáticos;promover, quando necessário, reuniões especiais com setores <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong> econômica e da socieda<strong>de</strong>civil sobre questões pertinentes aos temas em discussão nos Grupos Temáticos;nomear os relatores e mediadores dos Grupos Temáticos; eresolver os casos omissos e dirimir dúvidas <strong>de</strong> interpretação <strong>de</strong>ste Regimento.Art. 15. À Plenária <strong>de</strong> Representantes compete:IIIpropor, com base no temário <strong>de</strong> discussões, novos temas para discussão nos Grupos Temáticos; eapreciar os Relatórios Preliminares dos Grupos Temáticos, bem como o Relatório Final, que será elaboradopela Comissão <strong>de</strong> Sistematização.Art. 16. À Comissão <strong>de</strong> Sistematização compete:IIIIIIIVVVIacolher e apreciar contribuições referentes aos temas do FNT, encaminhadas pela Comissão Nacional<strong>de</strong> Direito e Relações <strong>de</strong> Trabalho do MTE, pelo Po<strong>de</strong>r Judiciário do Trabalho, pelo Ministério Público doTrabalho, por instituições públicas e privadas, e por especialistas em direito e relações <strong>de</strong> trabalho;acolher e apreciar os Relatórios das Conferências Estaduais do Trabalho, bem como o resultado <strong>de</strong> outrasativida<strong>de</strong>s promovidas pelas Delegacias Regionais do Trabalho (DRTs);discutir e sistematizar os Relatórios Preliminares, buscando ampliar a base <strong>de</strong> consenso alcançada pelosGrupos Temáticos;solicitar à Coor<strong>de</strong>nação do FNT a convocação, quando necessário, <strong>de</strong> reuniões especiais com setores <strong>de</strong>ativida<strong>de</strong> econômica e da socieda<strong>de</strong> civil sobre questões relevantes concernentes aos temas em discussão;solicitar à Coor<strong>de</strong>nação do FNT a participação e o apoio técnico da Organização Internacional do Trabalho(OIT) e outras instituições governamentais ou não-governamentais; epreparar o Relatório Final a ser submetido à apreciação da Plenária <strong>de</strong> Representantes, com base nasconclusões dos Grupos Temáticos e dos Relatórios Parciais.Art. 17. Aos Grupos Temáticos competem:IIIdiscutir e negociar os assuntos específicos <strong>de</strong> sua agenda, com base nos Relatórios Temáticos preparadospela Coor<strong>de</strong>nação do FNT, <strong>de</strong> acordo com os prazos estabelecidos no Cronograma <strong>de</strong> Ativida<strong>de</strong>sapresentado no início dos trabalhos; eelaborar <strong>um</strong> Relatório Parcial, a cada reunião, contendo as questões acordadas e divergentes, expressamenteassinaladas.<strong>Conquistas</strong> e <strong><strong>de</strong>safios</strong> <strong>de</strong> <strong>um</strong> <strong>processo</strong> <strong>de</strong> <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong>: Reflexões dos atores para o futuro67


PORTUGUÊSANEXOSSeção IIIFuncionamentoArt. 18. Sob a orientação do Ministro do Trabalho e Emprego, a Coor<strong>de</strong>nação respon<strong>de</strong>rá integralmente peloFNT, especialmente pela organização do temário <strong>de</strong> discussão, e pela articulação com os <strong>de</strong>mais atores sociaise instituições públicas e privadas interessadas em participar e oferecer contribuições técnicas e materiais para o<strong>de</strong>senvolvimento dos trabalhos <strong>de</strong> todos os seus órgãos.Art. 19. A Plenária <strong>de</strong> Representantes reunir-se-á ordinariamente, duas vezes ao ano, e extraordinariamente,sempre que convocada pela Coor<strong>de</strong>nação do FNT na forma <strong>de</strong>ste Regimento.§ 1º As reuniões do FNT serão presididas pelo Ministro <strong>de</strong> Estado do Trabalho e Emprego (MTE) e, na sua ausência,pelo Secretário-Executivo do MTE.§ 2º As matérias submetidas ao <strong>de</strong>bate serão consi<strong>de</strong>radas vencidas mediante o consenso ou a explícita e incontornáveldivergência <strong>de</strong>clarada pela(s) parte(s) interessada(s).Art. 20. A Comissão <strong>de</strong> Sistematização reunir-se-á ordinariamente, conforme calendário <strong>de</strong> reuniões previamente<strong>de</strong>finido pela Coor<strong>de</strong>nação do FNT em com<strong>um</strong> acordo com os seus integrantes, e extraordinariamente, quandoconvocada pela Coor<strong>de</strong>nação na forma <strong>de</strong>ste Regimento.§ 1º O Coor<strong>de</strong>nador-Geral do FNT, ou na sua ausência, o Coor<strong>de</strong>nador-Geral Adjunto, presidirá as reuniões daComissão <strong>de</strong> Sistematização.§ 2º O Coor<strong>de</strong>nador Técnico do FNT será o relator das reuniões da Comissão <strong>de</strong> Sistematização.§ 3º A Comissão <strong>de</strong> Sistematização concluirá as ativida<strong>de</strong>s da primeira fase do FNT até o último dia do mês <strong>de</strong><strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2003.Art. 21. Os Grupos Temáticos reunir-se-ão ordinariamente, conforme calendário previamente <strong>de</strong>finido pela Coor<strong>de</strong>naçãodo FNT, e extraordinariamente, quando convocados pelo Coor<strong>de</strong>nador Geral após consulta prévia aseus membros, obe<strong>de</strong>cido o Cronograma <strong>de</strong> Ativida<strong>de</strong>s do FNT.§ 1º As reuniões contarão com mediadores e relatores indicados pela Coor<strong>de</strong>nação do FNT.§ 2º As reuniões serão preparadas pelos coor<strong>de</strong>nadores das respectivas representações, <strong>de</strong> acordo com a seguintepauta:a) Avaliação da reunião anterior;b) i<strong>de</strong>ntificação das questões que serão objeto <strong>de</strong> negociação; ec) <strong>de</strong>finição da metodologia e <strong>de</strong>talhamento da pauta e do tempo <strong>de</strong> duração <strong>de</strong> cada reunião.§ 3º Os <strong>de</strong>bates <strong>de</strong> cada Grupo Temático serão precedidos <strong>de</strong> <strong>um</strong>a AgendaTemática elaborada pela Coor<strong>de</strong>naçãodo FNT, que apresentará os temas mais relevantes a serem <strong>de</strong>batidos e gozará <strong>de</strong> preferência nas discussões.§ 4º Os Relatórios Preliminares, que resultarem <strong>de</strong> cada reunião dos Grupos Temáticos, serão aprovados nareunião subseqüente.§ 5º O Grupo Temático sobre Qualificação e Certificação Profissional <strong>de</strong>senvolverá seus trabalhos até o final domês <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 2004.§ 6º Observado o Cronograma <strong>de</strong> Ativida<strong>de</strong>s do FNT, o Grupo <strong>de</strong> Trabalho Micro e Pequenas Empresas, Autogestãoe Informalida<strong>de</strong>, criado no âmbito do Conselho <strong>de</strong> Desenvolvimento Econômico e Social, encaminhará asconclusões <strong>de</strong> seus trabalhos diretamente à Comissão <strong>de</strong> Sistematização.68 <strong>Conquistas</strong> e <strong><strong>de</strong>safios</strong> <strong>de</strong> <strong>um</strong> <strong>processo</strong> <strong>de</strong> <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong>: Reflexões dos atores para o futuro


ANEXOSPORTUGUÊSSeção IVParticipação das AssessoriasArt. 22. Cada representação po<strong>de</strong>rá inscrever assessores junto a Secretaria do FNT, sendo que somente três <strong>de</strong>cada representação po<strong>de</strong>rão ter acesso, sem direito a voz e voto, à sala <strong>de</strong> reuniões dos Grupos Temáticos e daComissão <strong>de</strong> Sistematização.TÍTULO IIIDas Disposições GeraisArt. 23. As matérias e questões acordadas no FNT serão submetidas à apreciação da Plenária <strong>de</strong> Representantese, posteriormente, encaminhadas ao Presi<strong>de</strong>nte da República.§ 1º Os projetos legislativos serão elaborados pela Coor<strong>de</strong>nação do FNT e encaminhados pelo Ministro do Trabalhoe Emprego ao Presi<strong>de</strong>nte da República.§ 2º Na hipótese <strong>de</strong> impasse entre os integrantes do FNT sobre qualquer <strong>um</strong> dos temas em questão, prevalecerãonos projetos as posições do governo fe<strong>de</strong>ral.Art. 24. Este Regimento entra em vigor na data <strong>de</strong> sua publicação<strong>Conquistas</strong> e <strong><strong>de</strong>safios</strong> <strong>de</strong> <strong>um</strong> <strong>processo</strong> <strong>de</strong> <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong>: Reflexões dos atores para o futuro69


PORTUGUÊSANEXOSANEXO IIIMedida Provisória nº 293, <strong>de</strong> 8 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 2006Dispõe sobre o reconhecimento das centrais sindicais para osfins que especificaEM nº 16/GM/MTEBrasília, 5 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 2006.Excelentíssimo Senhor Presi<strong>de</strong>nte da República,Submeto à elevada consi<strong>de</strong>ração <strong>de</strong> Vossa Excelência a proposta <strong>de</strong> Medida Provisória quedispõe sobre o reconhecimento das centrais sindicais para os fins que especifica.2. Esta Medida Provisória é fruto do entendimento entre Governo e trabalhadores no Fór<strong>um</strong> Nacional do Trabalho- FNT, instância <strong>de</strong> negociação tripartite, criado para discutir e elaborar a proposta das reformas sindicale trabalhista.3. O reconhecimento das centrais sindicais irá conferir estatuto jurídico à realida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fato. Organizadas àmargem das imposições legais, alg<strong>um</strong>as <strong>de</strong>las se firmaram como as principais entida<strong>de</strong>s nacionais <strong>de</strong> representaçãodos trabalhadores. Mas, se as centrais conquistaram reconhecimento político-institucional, comoindica a sua crescente participação em conselhos e fóruns públicos, não tiveram assegurada em lei as suasatribuições e prerrogativas como entida<strong>de</strong> <strong>de</strong> representação geral dos trabalhadores.4. Apesar da falta <strong>de</strong> disposições legais sobre as suas atribuições e prerrogativas, atualmente <strong>de</strong>zessete entida<strong>de</strong>sreivindicam a <strong>de</strong>nominação <strong>de</strong> centrais sindicais. Embora alg<strong>um</strong>as tenham ampla representativida<strong>de</strong>e capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> atuação, a proliferação <strong>de</strong> entida<strong>de</strong>s, cada vez menores e menos representativas, reitera anecessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aprimoramento do atual sistema <strong>de</strong> representação dos trabalhadores. Indica, também, que,como nos mostra a experiência internacional, até mesmo em <strong>um</strong> contexto <strong>de</strong> ampla liberda<strong>de</strong> sindical não sepo<strong>de</strong> prescindir <strong>de</strong> alg<strong>um</strong> critério para i<strong>de</strong>ntificar as entida<strong>de</strong>s com <strong>um</strong> mínimo <strong>de</strong> representativida<strong>de</strong>. Somentemediante o c<strong>um</strong>primento <strong>de</strong> critérios objetivos <strong>de</strong> representativida<strong>de</strong>, a central será reconhecida e estaráhabilitada ao exercício da prerrogativa prevista no inciso II do art. 1º da Medida Provisória em questão.5. Assim, não se justifica o receio <strong>de</strong> que elas possam concorrer com os sindicatos ou comprometer suas prerrogativas<strong>de</strong> negociação coletiva. Como <strong>de</strong>ixa claro, o referido art. 1º, o papel das centrais será o <strong>de</strong> caráterpolítico-institucional, com vistas a representar e articular os interesses do conjunto <strong>de</strong> seus representados,cabendo às suas confe<strong>de</strong>rações, fe<strong>de</strong>rações e sindicatos a tarefa efetiva <strong>de</strong> negociar em seus respectivosâmbitos <strong>de</strong> representação.6. Além disso, as centrais sindicais terão a prerrogativa <strong>de</strong> “participar <strong>de</strong> negociações em fóruns, colegiados <strong>de</strong>órgãos públicos e <strong>de</strong>mais espaços <strong>de</strong> <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong> que possuam composição tripartite, nos quais estejamem discussão assuntos <strong>de</strong> interesse geral dos trabalhadores”.70 <strong>Conquistas</strong> e <strong><strong>de</strong>safios</strong> <strong>de</strong> <strong>um</strong> <strong>processo</strong> <strong>de</strong> <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong>: Reflexões dos atores para o futuro


ANEXOSPORTUGUÊS7. C<strong>um</strong>pre ressaltar que a participação <strong>de</strong> trabalhadores e empregadores nos colegiados <strong>de</strong> órgãos públicosestá prevista no art. 10 da Constituição Fe<strong>de</strong>ral. No entanto, esse direito carece <strong>de</strong> <strong>um</strong>a regulamentaçãopara assegurar <strong>um</strong>a <strong>de</strong>finição objetiva e permanente <strong>de</strong> quais entida<strong>de</strong>s têm o direito <strong>de</strong> participar <strong>de</strong>ssesespaços.8. Embora o assento das entida<strong>de</strong>s sindicais <strong>de</strong> trabalhadores e <strong>de</strong> empregadores nesses espaços, quandorequerida, já esteja prevista no ato normativo <strong>de</strong> constituição dos colegiados, o projeto em tela propõe tãosomenteregulamentar a participação das centrais sindicais nos espaços em que estas já possuem suaparticipação assegurada.9. O que se preten<strong>de</strong>, portanto, é que os conselhos ou colegiados <strong>de</strong> órgãos públicos que já prevêem a participaçãodas centrais sindicais como representantes dos trabalhadores ass<strong>um</strong>am <strong>um</strong>a política com<strong>um</strong> paraa incorporação <strong>de</strong>ssas entida<strong>de</strong>s, evitando, assim, a arbitrarieda<strong>de</strong> na indicação das representações dostrabalhadores nesses espaços.10. O Conselho Deliberativo do Fundo <strong>de</strong> Amparo ao Trabalhador – CODEFAT, o Conselho Curador do Fundo <strong>de</strong>Garantia por Tempo <strong>de</strong> Serviço – CCFGTS e a Comissão Tripartite <strong>de</strong> Relações Internacionais, integrantesda estrutura funcional do Ministério do Trabalho e Emprego, são exemplos <strong>de</strong> conselhos <strong>de</strong> órgãos públicosque contam com a participação <strong>de</strong> centrais sindicais em sua composição, <strong>de</strong>finida por meio <strong>de</strong> atos normativospróprios.11. Tendo em vista que a participação das entida<strong>de</strong>s sindicais <strong>de</strong> trabalhadores e empregadores nos conselhose colegiados <strong>de</strong> órgãos públicos visa, sobretudo, a incorporar ao <strong>processo</strong> <strong>de</strong> tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong>ssesórgãos os interesses, anseios e opiniões daqueles segmentos sociais, torna-se altamente <strong>de</strong>sejável queessas organizações venham a refletir efetivamente as posições predominantes entre os seus representados,<strong>de</strong> forma autônoma e soberana. Nesse sentido, a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> submeter essa participação ao crivo <strong>de</strong>parâmetros objetivos <strong>de</strong> representativida<strong>de</strong> é imperiosa, a fim <strong>de</strong> reduzir ao máximo a margem <strong>de</strong> arbítrio naescolha dos representantes <strong>de</strong>sses segmentos sociais.12. C<strong>um</strong>pre ressaltar, ainda, que os <strong>de</strong>cretos <strong>de</strong> aprovação da inclusão <strong>de</strong> trabalhadores nos Conselhos do SESI,SENAI, SESC e SENAC, editados em março <strong>de</strong> 2006 por Vossa Excelência, foram resultado do <strong>diálogo</strong> e danegociação tripartite construídos no Fór<strong>um</strong> do Sistema “S” e que, para tal feito, sua própria formulação se baseounos critérios <strong>de</strong> representativida<strong>de</strong> discutidos no FNT, que ora são propostos para todos os colegiados<strong>de</strong> órgãos públicos em que as centrais sindicais já exercem o papel <strong>de</strong> representação dos trabalhadores.13. A proposta <strong>de</strong> Medida Provisória ainda garante a publicida<strong>de</strong> das centrais sindicais reconhecidas, indicandoos seus respectivos âmbitos <strong>de</strong> representação e seus índices <strong>de</strong> representativida<strong>de</strong>, como mecanismosassecuratórios da transparência do sistema brasileiro <strong>de</strong> relações sindicais.14. A <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> critérios <strong>de</strong> representativida<strong>de</strong> por meio da proposta <strong>de</strong> Medida Provisória ora apresentada,além <strong>de</strong> não violar ou revogar norma já existente, não <strong>de</strong>manda nenh<strong>um</strong>a dotação orçamentária ou <strong>de</strong>spesaaos cofres públicos.15. Acima <strong>de</strong> tudo, Senhor Presi<strong>de</strong>nte, será <strong>um</strong> ato regulamentador que assegurará a transparência na participaçãodas entida<strong>de</strong>s sindicais <strong>de</strong> trabalhadores nos órgãos colegiados em que esta já é requerida, comcritérios claros e objetivos <strong>de</strong> representativida<strong>de</strong>. Só assim será possível garantir a participação proporcional<strong>Conquistas</strong> e <strong><strong>de</strong>safios</strong> <strong>de</strong> <strong>um</strong> <strong>processo</strong> <strong>de</strong> <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong>: Reflexões dos atores para o futuro71


PORTUGUÊSANEXOSdas entida<strong>de</strong>s mais representativas nesses colegiados, limitando-se o po<strong>de</strong>r discricionário do Estado, que sevê obrigado a criar, para cada instância ou conselho <strong>de</strong> órgão público, <strong>um</strong> ato normativo diferente para <strong>de</strong>finirsua composição.16. Assim, a relevância da edição da Medida Provisória justifica se diante da matéria a ser disciplinada, visandoassegurar a consolidação, fortalecimento e continuida<strong>de</strong> da prática do <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong> no Brasil, <strong>de</strong>mocraticamenteconstruído no âmbito do Fór<strong>um</strong> Nacional do Trabalho ao longo <strong>de</strong> aproximadamente três anos, além<strong>de</strong> materializar o disposto no art. 10 da Constituição, a saber: “é assegurada a participação dos trabalhadorese empregadores nos colegiados dos órgãos públicos em que seus interesses profissionais ou previ<strong>de</strong>nciáriossejam objeto <strong>de</strong> discussão e <strong>de</strong>liberação”.17. A urgência justifica-se pela necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> dar respaldo legal às centrais sindicais, como reconhecimentoda legitimida<strong>de</strong> conquistada nos últimos vinte anos em que ativamente representaram os interesses dostrabalhadores nas negociações com as entida<strong>de</strong>s sindicais <strong>de</strong> empregadores, bem como, com as instânciasgovernamentais, a exemplo das negociações do salário mínimo ocorridas nos últimos anos.18. Dessa forma, o que se busca é o fortalecimento, a valorização e a legitimida<strong>de</strong> dos atores sociais, comoelementos fundamentais para a busca <strong>de</strong> entendimentos sobre políticas públicas na área das relações dotrabalho e da geração <strong>de</strong> emprego e renda. A<strong>de</strong>mais, como já foi <strong>de</strong>stacado, trata-se <strong>de</strong> consenso e <strong>um</strong>asolicitação das entida<strong>de</strong>s representativas dos trabalhadores, conforme comunicação enviada, inclusive, aosSenhores Presi<strong>de</strong>ntes da Câmara dos Deputados e do Senado Fe<strong>de</strong>ral.São essas, Senhor Presi<strong>de</strong>nte, as razões pelas quais submeto à apreciação <strong>de</strong> Vossa Excelência a Medida Provisóriaem espeque, que constitui <strong>um</strong>a política <strong>de</strong> Estado para o aperfeiçoamento da <strong>de</strong>mocracia, tão necessáriapara a promoção da cidadania e para o fortalecimento das instituições brasileiras.Respeitosamente,LUIZ MARINHOMinistro <strong>de</strong> Estado do Trabalho e Emprego72 <strong>Conquistas</strong> e <strong><strong>de</strong>safios</strong> <strong>de</strong> <strong>um</strong> <strong>processo</strong> <strong>de</strong> <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong>: Reflexões dos atores para o futuro


ANEXOSPORTUGUÊSMedida Provisória nº 293, <strong>de</strong> 8 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 2006Dispõe sobre o reconhecimento das centrais sindicaispara os fins que especifica.O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 62 da Constituição, adota aseguinte Medida Provisória, com força <strong>de</strong> lei.Art. 1° A central sindical, entida<strong>de</strong> <strong>de</strong> representação geral dos trabalhadores, constituída em âmbito nacional,terá as seguintes atribuições e prerrogativas:Iexercer a representação dos trabalhadores, por meio das organizações sindicais a ela filiadas; eIIparticipar <strong>de</strong> negociações em fóruns, colegiados <strong>de</strong> órgãos públicos e <strong>de</strong>mais espaços <strong>de</strong> <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong>que possuam composição tripartite, nos quais estejam em discussão assuntos <strong>de</strong> interesse geral dostrabalhadores.Parágrafo único. Consi<strong>de</strong>ra-se central sindical, para os efeitos do disposto nesta Medida Provisória, a entida<strong>de</strong>associativa <strong>de</strong> direito privado composta por organizações sindicais <strong>de</strong> trabalhadores.Art. 2° Para o exercício das atribuições e prerrogativas a que se refere o inciso II do art. 1°, a central sindical<strong>de</strong>verá c<strong>um</strong>prir os seguintes requisitos:IIIfiliação <strong>de</strong>, no mínimo, cem sindicatos distribuídos nas cinco regiões do País;filiação em pelo menos três regiões do País <strong>de</strong>, no mínimo, vinte sindicatos em cada <strong>um</strong>a;III filiação <strong>de</strong> sindicatos em, no mínimo, cinco setores <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong> econômica; eIV filiação <strong>de</strong> trabalhadores aos sindicatos integrantes <strong>de</strong> sua estrutura organizativa <strong>de</strong>, no mínimo, <strong>de</strong>z porcento do total <strong>de</strong> empregados sindicalizados em âmbito nacional.Parágrafo único. As centrais sindicais que aten<strong>de</strong>rem apenas aos requisitos dos incisos I, II e III po<strong>de</strong>rão somaros índices <strong>de</strong> sindicalização dos sindicatos a elas filiados, <strong>de</strong> modo a c<strong>um</strong>prir o requisito do inciso IV.Art. 3° A indicação pela central sindical <strong>de</strong> representantes nos fóruns tripartites, conselhos e colegiados <strong>de</strong>órgãos públicos a que se refere o inciso II do art. 1o será em número proporcional ao índice <strong>de</strong> representativida<strong>de</strong>previsto no inciso IV do art. 2o, salvo acordo entre centrais sindicais.Art. 4° A aferição dos requisitos <strong>de</strong> representativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> que trata o art. 2° será realizada pelo Ministério doTrabalho e Emprego.§ 1° O Ministro <strong>de</strong> Estado do Trabalho e Emprego, mediante consulta às centrais sindicais, po<strong>de</strong>rá baixarinstruções para disciplinar os procedimentos necessários à aferição dos requisitos <strong>de</strong> representativida<strong>de</strong>, bemcomo para alterá-los com base na análise dos índices <strong>de</strong> sindicalização dos sindicatos filiados às centraissindicais.<strong>Conquistas</strong> e <strong><strong>de</strong>safios</strong> <strong>de</strong> <strong>um</strong> <strong>processo</strong> <strong>de</strong> <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong>: Reflexões dos atores para o futuro73


PORTUGUÊSANEXOS§ 2° Ato do Ministro <strong>de</strong> Estado do Trabalho e Emprego divulgará, anualmente, relação das centrais sindicaisque aten<strong>de</strong>m aos requisitos <strong>de</strong> que trata o art. 2o, indicando seus índices <strong>de</strong> representativida<strong>de</strong>.Art. 5° Esta Medida Provisória entra em vigor na data <strong>de</strong> sua publicação.Brasília, 8 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 2006; 185° da In<strong>de</strong>pendência e 118° da República.LUIZ INÁCIO LULA DA SILVALuiz MarinhoFonte: DOU – Seçaõ 1 - 09/05/200674 <strong>Conquistas</strong> e <strong><strong>de</strong>safios</strong> <strong>de</strong> <strong>um</strong> <strong>processo</strong> <strong>de</strong> <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong>: Reflexões dos atores para o futuro


ANEXOSPORTUGUÊSANEXO IVMedida Provisória nº 294, <strong>de</strong> 8 <strong>de</strong> maio 2006instituindo o CONSELHO NACIONAL DE RELACOES DETRABALHOEM Ministerial nº 15/2006-MTEBrasília, 05 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 2006.Excelentíssimo Senhor Presi<strong>de</strong>nte da República,Submeto à elevada consi<strong>de</strong>ração <strong>de</strong> Vossa Excelência a proposta <strong>de</strong> Medida Provisória <strong>de</strong>stinada a instituiro Conselho Nacional <strong>de</strong> Relações <strong>de</strong> Trabalho – CNRT.2. Como instância <strong>de</strong> maior expressão do <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong> na área <strong>de</strong> relações <strong>de</strong> trabalho no Brasil, a criação doCNRT é fruto do entendimento entre Governo, empresários e trabalhadores construído no Fór<strong>um</strong> Nacional doTrabalho, em funcionamento <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o mês <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 2003, instância <strong>de</strong> negociação tripartite, criado como objetivo <strong>de</strong> discutir e elaborar a proposta das Reformas Sindical e Trabalhista.3. Em 27 <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 1994, a República Fe<strong>de</strong>rativa do Brasil ratificou a Convenção nº 144 da OrganizaçãoInternacional do Trabalho - OIT, na qual se obriga a assegurar consultas permanentes e efetivas às entida<strong>de</strong>srepresentativas dos empregadores e dos trabalhadores sobre os assuntos relacionados às questõessindicais e trabalhistas. Des<strong>de</strong> então, os representantes do Ministério do Trabalho e Emprego têm buscadoc<strong>um</strong>prir o estabelecido na referida Convenção, por meio <strong>de</strong> consultas periódicas nas matérias pertinentes aesses assuntos.4. Merecem <strong>de</strong>staques as experiências <strong>de</strong> governos anteriores que estabeleceram, em convergência comaquela Convenção, espaços <strong>de</strong> entendimento nacional, a exemplo das Câmaras Setoriais, da ComissãoPermanente <strong>de</strong> Direito Social – CPDS e do Conselho Nacional do Trabalho. Essas experiências carecem,no entanto, <strong>de</strong> continuida<strong>de</strong> em suas ações, pela ausência <strong>de</strong> mecanismos <strong>de</strong> institucionalização – o quejustifica a edição do presente ato normativo.5. Os espaços públicos criados para o entendimento dos atores sociais sempre foram estabelecidos por normativosinfralegais, como <strong>de</strong>cretos e portarias, suscetíveis a alterações <strong>de</strong> acordo com a vonta<strong>de</strong> do administradorpúblico. Nesse sentido, a institucionalização <strong>de</strong> <strong>um</strong> espaço permanente <strong>de</strong> negociação tripartite, pormeio <strong>de</strong> Medida Provisória, é <strong>de</strong> s<strong>um</strong>a importância para a consolidação e continuida<strong>de</strong> da prática do <strong>diálogo</strong><strong>social</strong> no Brasil.6. Nesta gestão, o Ministério do Trabalho e Emprego instituiu o Fór<strong>um</strong> Nacional do Trabalho - FNT, a ComissãoTripartite <strong>de</strong> Relações Internacionais - CTRI, a Comissão Nacional <strong>de</strong> Erradicação do Trabalho Infantil- CONAETI e instalou a Comissão Nacional <strong>de</strong> Erradicação do Trabalho Escravo - CONATRAE, espaços quepropiciaram o entendimento entre os atores sociais do mundo do trabalho e o Governo Fe<strong>de</strong>ral nas suas<strong>Conquistas</strong> e <strong><strong>de</strong>safios</strong> <strong>de</strong> <strong>um</strong> <strong>processo</strong> <strong>de</strong> <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong>: Reflexões dos atores para o futuro75


PORTUGUÊSANEXOSrespectivas atribuições. Estas experiências apresentaram excelentes resultados na formulação <strong>de</strong> políticaspúblicas, o que culminou com a menção elogiosa <strong>de</strong>ste País no relatório anual da OIT <strong>de</strong> 2005.7. De todos esses espaços <strong>de</strong> <strong>diálogo</strong>, <strong>de</strong>staca-se <strong>um</strong> dos mais relevantes, o Fór<strong>um</strong> Nacional do Trabalho, queao longo <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> dois anos e meio <strong>de</strong> negociação realizada entre os atores sociais, alcançou inúmerosconsensos relativos às reformas sindical e trabalhista – o que não se po<strong>de</strong> <strong>de</strong>saparecer pela falta <strong>de</strong> normativodisciplinador da matéria. Esses entendimentos culminaram na elaboração da Proposta <strong>de</strong> Emenda àConstituição - PEC nº 369/05, já em tramitação na Câmara dos Deputados, do Anteprojeto <strong>de</strong> Lei <strong>de</strong> RelaçõesSindicais, do Anteprojeto <strong>de</strong> Lei <strong>de</strong> Negociação Coletiva e Direito <strong>de</strong> Greve no Serviço Público, <strong>de</strong>ntreoutros. Todas essas proposições servirão como importante subsídio para o <strong>de</strong>bate no Congresso Nacional epara a socieda<strong>de</strong> como <strong>um</strong> todo, na medida em que são resultados legitimados por <strong>um</strong> <strong>diálogo</strong> tripartite entreos atores sociais envolvidos.8. O conceito <strong>de</strong> <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong> ampliou-se tanto que passa a ser, efetivamente, <strong>um</strong>a política <strong>de</strong> Estado queimpõe a necessária institucionalização <strong>de</strong> <strong>um</strong> espaço com atribuições e competências próprias. A criação doCNRT representa, portanto, mais <strong>um</strong> esforço na direção do fortalecimento do <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong>.9. A proposta <strong>de</strong> Medida Provisória ora submetida à aprovação <strong>de</strong> Vossa Excelência, instituindo o ConselhoNacional <strong>de</strong> Relações do Trabalho – CNRT, coaduna-se com as ações promovidas por este Governo comvistas à <strong>de</strong>mocratização das relações <strong>de</strong> trabalho no País. O referido Conselho terá atribuições <strong>de</strong> propor, naárea <strong>de</strong> relações do trabalho, alterações legislativas e administrativas, <strong>de</strong> opinar em pareceres referentes aprojetos <strong>de</strong> lei e <strong>de</strong> propor diretrizes <strong>de</strong> políticas públicas, <strong>de</strong>ntre outras competências, que estão relacionadasem seu art. 10.10. Essas atribuições e competências conferem ao CNRT e, sobretudo, aos representantes dos empregadorese trabalhadores ali representados, relevância e responsabilida<strong>de</strong>, na medida em que terão <strong>um</strong> papel ativona <strong>de</strong>finição e construção <strong>de</strong> políticas e ações na área <strong>de</strong> relações do trabalho a serem executadas peloEstado.11. Nesse sentido, <strong>um</strong>a das principais atribuições do CNRT será o aprofundamento e a continuida<strong>de</strong> das discussõesreferentes às reformas sindical e trabalhista já iniciadas no âmbito do Fór<strong>um</strong> Nacional do Trabalho, pormeio <strong>de</strong> <strong>um</strong> espaço institucionalizado <strong>de</strong> <strong>de</strong>bate. O avanço nessas discussões refletirá a efetiva <strong>de</strong>mocratizaçãodas relações <strong>de</strong> trabalho no Brasil.12. Propõe-se, também, a criação <strong>de</strong> duas câmaras bipartites como parte integrante do Conselho (art. 11). EssasCâmaras estariam inc<strong>um</strong>bidas <strong>de</strong> tratar <strong>de</strong> assuntos específicos dos trabalhadores e dos empregadores, taiscomo mediar e conciliar conflitos <strong>de</strong> representação sindical.13. Os conflitos intersindicais têm se multiplicado nos últimos anos em função da ausência <strong>de</strong> espaços institucionalizados<strong>de</strong> <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong> tripartite. Nesse sentido, o CNRT se constitui também em espaço fundamentalpara a composição voluntária <strong>de</strong> conflitos, na medida em que estimulará resoluções extrajudiciais, <strong>de</strong>safogando,assim, o Po<strong>de</strong>r Judiciário.14. Além disso, o CNRT, por meio <strong>de</strong> suas Câmaras Bipartites, po<strong>de</strong>rá sugerir às entida<strong>de</strong>s sindicais a observância<strong>de</strong> princípios, critérios e procedimentos como forma <strong>de</strong> garantir a efetiva participação dos associadosna gestão da entida<strong>de</strong> sindical e o acesso a informações sobre a sua organização e funcionamento. Essas76 <strong>Conquistas</strong> e <strong><strong>de</strong>safios</strong> <strong>de</strong> <strong>um</strong> <strong>processo</strong> <strong>de</strong> <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong>: Reflexões dos atores para o futuro


ANEXOSPORTUGUÊSsugestões, contudo, serviriam apenas como guias, sem obrigatorieda<strong>de</strong> legal <strong>de</strong> serem adotadas, inexistindoqualquer exigência <strong>de</strong> admissibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> forma ou <strong>de</strong> mérito sobre elaboração, conteúdo, modificação,aprovação, ou homologação <strong>de</strong> estatutos, posto que qualquer exigência nessa direção é vedada constitucionalmentepelo inciso I do art. 8º da Constituição, estando em conformida<strong>de</strong> com a jurisprudência dos órgãospróprios da OIT 43 .15. A experiência internacional <strong>de</strong>monstra que Países como a Alemanha, Bélgica, Costa do Marfim, Dinamarca,Finlândia, França, Itália, Luxemburgo, Noruega, Rússia e Senegal possuem dispositivos semelhantes emsuas legislações, com reconhecida compatibilida<strong>de</strong> com os princípios das normas da OIT pela sua Comissão<strong>de</strong> Especialistas.16. No entanto, o Conselho Nacional <strong>de</strong> Relações <strong>de</strong> Trabalho ora proposto possuirá não somente caráter consultivo,mas também <strong>de</strong>liberativo, em limites consi<strong>de</strong>ravelmente razoáveis e necessários para a equânimeparticipação dos atores sociais em questões <strong>de</strong> interesse sindical e trabalhista.17. Destaque-se que todas as <strong>de</strong>cisões, consultivas ou <strong>de</strong>liberativas, somente po<strong>de</strong>rão ser tomadas medianteconsenso entre as partes, conforme se verifica em seu art. 15. Por outro lado, o CNRT não retirará a autonomiae a competência do Ministro <strong>de</strong> Estado do Trabalho e Emprego <strong>de</strong> tomar <strong>de</strong>cisões. Apenas haverá anecessida<strong>de</strong> <strong>de</strong>, nos casos previstos, realizar consultas ao CNRT, e fundamentar suas <strong>de</strong>cisões na forma <strong>de</strong>seu art. 19.18. A proposta <strong>de</strong> Medida Provisória contempla, ainda, a forma tripartite na composição do CNRT, com participaçãoparitária <strong>de</strong> representantes do Governo, dos empregadores e dos trabalhadores, conforme a orientaçãoda Convenção supracitada da OIT.19. O CNRT também contribuirá efetivamente para a maior qualificação do <strong>processo</strong> legislativo nas questões <strong>de</strong>sua competência, apresentando subsídios e orientações por meio da manifestação das partes consultadas.20. Para o c<strong>um</strong>primento <strong>de</strong> suas funções, o CNRT contará com o apoio administrativo da Secretaria <strong>de</strong> Relaçõesdo Trabalho – SRT, do Ministério do Trabalho e Emprego, que funcionará como Secretaria Executiva do referidoConselho.21. O <strong>processo</strong> <strong>de</strong> afirmação do <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong> como a melhor alternativa para a formulação <strong>de</strong> políticas públicasna área <strong>de</strong> relações do trabalho, foi iniciado com os <strong>de</strong>bates havidos no Fór<strong>um</strong> Nacional do Trabalho e ficou<strong>de</strong>monstrado, <strong>de</strong> forma exitosa, nas tratativas para fixação do último valor do piso salarial nacional. Pela primeiravez, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1963, as negociações culminaram com a <strong>de</strong>finição do valor do salário mínimo comprovandoo resultado positivo da parceria realizada entre os representantes dos trabalhadores e do Governo Fe<strong>de</strong>ral– a qual terá continuida<strong>de</strong> e se fortalecerá com a criação do Conselho Nacional <strong>de</strong> Relações do Trabalho.22. Assim, a relevância da edição da Medida Provisória justifica-se diante da matéria a ser disciplinada, visandoassegurar o fortalecimento, a consolidação e a continuida<strong>de</strong> da prática do <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong> no Brasil, <strong>de</strong>mocraticamenteconstruído no âmbito do Fór<strong>um</strong> Nacional do Trabalho ao longo <strong>de</strong> aproximadamente três anos.43 “...Son también compatibles las legislaciones que, con el objeto <strong>de</strong> proteger los <strong>de</strong>rechos <strong>de</strong> los afiliados, asegurar las condiciones <strong>de</strong> una buena gestión yprevenir complicaciones jurídicas ulteriores <strong>de</strong>rivadas <strong>de</strong> una falta <strong>de</strong> claridad y <strong>de</strong> precisión en los estatutos y reglamentos, en<strong>um</strong>eran <strong>de</strong>terminados puntos<strong>de</strong> carácter formal que han <strong>de</strong> incorporarse en ellos. Asimismo, se pue<strong>de</strong>n incluir en esta categoría los mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> cláusulas o estatutos puestos a disposición<strong>de</strong> las organizaciones para servirles como guías, sin que medie ninguna obligación legal <strong>de</strong> adoptarlos ni se ejerza alguna con este fin.” LIBERTADSINDICAL Y NEGOCIACION COLECTIVA, Conferencia Internacional <strong>de</strong>l Trabajo, 81ª reunión - INFORME DE LA COMISIÓN DE EXPERTOS, nº 110.<strong>Conquistas</strong> e <strong><strong>de</strong>safios</strong> <strong>de</strong> <strong>um</strong> <strong>processo</strong> <strong>de</strong> <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong>: Reflexões dos atores para o futuro77


PORTUGUÊSANEXOS23. A urgência justifica-se pela necessida<strong>de</strong> da concretização dos resultados extraídos do amplo <strong>de</strong>bate realizadono espaço <strong>de</strong> negociação estabelecido no Fór<strong>um</strong> Nacional do Trabalho, em especial no momento quese fazem prementes as reformas nas relações coletivas e individuais <strong>de</strong> trabalho. Com efeito, como já foi<strong>de</strong>stacado, trata-se <strong>de</strong> consenso e <strong>um</strong>a solicitação das entida<strong>de</strong>s representativas dos empregadores e dostrabalhadores, conforme comunicação enviada, inclusive, aos Senhores Presi<strong>de</strong>ntes da Câmara dos Deputadose do Senado Fe<strong>de</strong>ral.24. A<strong>de</strong>mais, não po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>slembrado que nos termos do art. 10 da Constituição, “é assegurada a participaçãodos trabalhadores e empregadores nos colegiados dos órgãos públicos em que seus interesses profissionaisou previ<strong>de</strong>nciários sejam objeto <strong>de</strong> discussão e <strong>de</strong>liberação”.São essas, Senhor Presi<strong>de</strong>nte, as razões que nos levam a submeter a anexa proposta à elevada apreciação<strong>de</strong> Vossa Excelência, acreditando que, se aceita, irá contribuir para a melhoria das relações trabalhistas emnosso País.Respeitosamente,LUIZ MARINHOMinistro <strong>de</strong> Estado do Trabalho e EmpregoMedida Provisória n° 294, <strong>de</strong> 8 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 2006Cria o Conselho Nacional <strong>de</strong> Relações do Trabalho (CNRT)e dá outras providênciasO PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 62 da Constituição, adota aseguinte Medida Provisória, com força <strong>de</strong> lei.CAPÍTULO IDA INSTITUIÇÃOArt. 1° Fica instituído, no âmbito do Ministério do Trabalho e Emprego, o Conselho Nacional <strong>de</strong> Relações doTrabalho - CNRT, órgão colegiado <strong>de</strong> natureza consultiva e <strong>de</strong>liberativa, <strong>de</strong> composição tripartite e paritária.78 <strong>Conquistas</strong> e <strong><strong>de</strong>safios</strong> <strong>de</strong> <strong>um</strong> <strong>processo</strong> <strong>de</strong> <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong>: Reflexões dos atores para o futuro


ANEXOSPORTUGUÊSCAPÍTULO IIDAS FINALIDADESArt. 2° O CNRT tem por finalida<strong>de</strong>:I promover o entendimento entre trabalhadores, empregadores e Governo Fe<strong>de</strong>ral, buscando soluções acordadassobre temas relativos às relações do trabalho e à organização sindical;II promover a <strong>de</strong>mocratização das relações <strong>de</strong> trabalho, o tripartismo e o primado da justiça <strong>social</strong> no âmbitodas leis do trabalho e das garantias sindicais; eIII fomentar a negociação coletiva e o <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong>.CAPÍTULO IIIDA ESTRUTURAArt. 3° O CNRT compõe-se <strong>de</strong> quinze membros titulares e igual número <strong>de</strong> suplentes, sendo cinco representantesgovernamentais, cinco representantes dos trabalhadores e cinco representantes dos empregadores.§ 1° Os representantes governamentais serão indicados pelos titulares dos órgãos e entida<strong>de</strong>s do Po<strong>de</strong>rPúblico que vierem a integrar o CNRT, conforme dispuser o regulamento.§ 2° Os representantes dos empregadores serão indicados pelas confe<strong>de</strong>rações <strong>de</strong> empregadores com registrono Ministério do Trabalho e Emprego.§ 3° Havendo mais <strong>de</strong> <strong>um</strong>a confe<strong>de</strong>ração <strong>de</strong> empregadores reivindicando a representação <strong>de</strong> <strong>um</strong> mesmosetor <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong> econômica, a participação na indicação dos representantes no CNRT será garantida àconfe<strong>de</strong>ração mais representativa, conforme dispuser o regulamento.§ 4° Os representantes dos trabalhadores serão indicados pelas centrais sindicais, <strong>de</strong> acordo com critérios <strong>de</strong>representativida<strong>de</strong> estabelecidos em lei.Art. 4° Compete ao Ministro <strong>de</strong> Estado do Trabalho e Emprego <strong>de</strong>signar os membros do CNRT, medianteindicação das representações do Po<strong>de</strong>r Público e <strong>de</strong> trabalhadores e empregadores a que se refere o art. 3°.Art. 5° O CNRT contará em sua estrutura com duas Câmaras Bipartites, sendo <strong>um</strong>a <strong>de</strong> representação dostrabalhadores e outra <strong>de</strong> representação dos empregadores.Art. 6° A Câmara Bipartite da representação dos empregadores será composta <strong>de</strong> <strong>de</strong>z membros e igual número<strong>de</strong> suplentes, sendo cinco representantes governamentais e cinco representantes dos empregadores.Art. 7° A Câmara Bipartite da representação dos trabalhadores será composta <strong>de</strong> <strong>de</strong>z membros e igual número<strong>de</strong> suplentes, sendo cinco representantes governamentais e cinco representantes dos trabalhadores.Art. 8° A indicação e a <strong>de</strong>signação dos membros das Câmaras Bipartites, bem como suas regras <strong>de</strong>funcionamento, obe<strong>de</strong>cerão às normas estabelecidas nos arts. 3° e 4°.Art. 9° A função <strong>de</strong> membro do CNRT e das Câmaras Bipartites não será remunerada, sendo seu exercícioconsi<strong>de</strong>rado <strong>de</strong> relevante interesse público.<strong>Conquistas</strong> e <strong><strong>de</strong>safios</strong> <strong>de</strong> <strong>um</strong> <strong>processo</strong> <strong>de</strong> <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong>: Reflexões dos atores para o futuro79


PORTUGUÊSANEXOSCAPÍTULO IVDAS ATRIBUIÇÕES DOS ÓRGÃOSArt. 10. Compete ao CNRT:IIIIIIIVVVIVIIIapresentar proposta <strong>de</strong> regimento interno para homologação pelo Ministro <strong>de</strong> Estado do Trabalho eEmprego;propor e subsidiar a elaboração <strong>de</strong> propostas legislativas sobre relações <strong>de</strong> trabalho e organizaçãosindical;propor e subsidiar a elaboração <strong>de</strong> atos que tenham por finalida<strong>de</strong> a normatização administrativa sobreassuntos afetos às relações <strong>de</strong> trabalho e à organização sindical;avaliar o conteúdo das proposições relativas a relações <strong>de</strong> trabalho e organização sindical em discussãono Congresso Nacional, manifestando posicionamento sobre elas por meio <strong>de</strong> parecer, a ser encaminhadoao Ministro <strong>de</strong> Estado do Trabalho e Emprego;propor diretrizes <strong>de</strong> políticas públicas e opinar sobre programas e ações governamentais, no âmbito dasrelações <strong>de</strong> trabalho e organização sindical;subsidiar o Ministério do Trabalho e Emprego na elaboração <strong>de</strong> pareceres sobre as matérias relacionadasàs normas internacionais do trabalho; estabelecer sua composição e regras <strong>de</strong> funcionamento;propor o estabelecimento <strong>de</strong> critérios para a coleta, organização e divulgação <strong>de</strong> dados referentes àsrelações <strong>de</strong> trabalho e a organização sindical;IX apresentar ao Ministro <strong>de</strong> Estado do Trabalho e Emprego propostas <strong>de</strong> alteração da Relação Anual <strong>de</strong>Informações Sociais - RAIS; eX pronunciar-se sobre outros assuntos que lhe sejam submetidos pelo Ministro <strong>de</strong> Estado do Trabalho eEmprego, no âmbito das relações <strong>de</strong> trabalho e da organização sindical.Art. 11. Compete às Câmaras Bipartites, nas respectivas esferas <strong>de</strong> representação:IIImediar e conciliar conflitos <strong>de</strong> representação sindical, a pedido com<strong>um</strong> das partes interessadas;assessorar a respectiva representação no CNRT;III analisar a evolução dos índices <strong>de</strong> sindicalização para, <strong>de</strong>ntre outras, subsidiar a elaboração <strong>de</strong> políticas <strong>de</strong>incentivo ao associativismo;IV elaborar proposta <strong>de</strong> revisão da tabela progressiva <strong>de</strong> contribuição compulsória, <strong>de</strong>vida pelos empregadores,agentes autônomos e profissionais liberais; eV sugerir às entida<strong>de</strong>s sindicais a observância <strong>de</strong> princípios, critérios e procedimentos gerais que assegurem,em seus estatutos:a) a possibilida<strong>de</strong> efetiva <strong>de</strong> participação dos associados na gestão da entida<strong>de</strong> sindical; eb) a instituição <strong>de</strong> mecanismos que permitam a todos os interessados acesso a informações sobre aorganização e o funcionamento da entida<strong>de</strong> sindical, <strong>de</strong> forma a assegurar transparência em suagestão.80 <strong>Conquistas</strong> e <strong><strong>de</strong>safios</strong> <strong>de</strong> <strong>um</strong> <strong>processo</strong> <strong>de</strong> <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong>: Reflexões dos atores para o futuro


ANEXOSPORTUGUÊSCAPÍTULO VDO FUNCIONAMENTOArt. 12. O mandato dos representantes dos trabalhadores e dos empregadores tem caráter institucional,facultando-se às respectivas entida<strong>de</strong>s substituir seus representantes, na forma do regimento interno.§ 1° Os representantes dos trabalhadores e dos empregadores terão mandato <strong>de</strong> três anos, permitida <strong>um</strong>aúnica recondução.§ 2° A cada mandato, <strong>de</strong>verá haver a renovação <strong>de</strong>, pelo menos, dois quintos dos representantes dostrabalhadores e dos empregadores.§ 3° A convocação dos suplentes será assegurada mediante justificativa da ausência do respectivo titular, naforma do regimento interno.Art. 13. O CNRT terá <strong>um</strong> presi<strong>de</strong>nte e <strong>um</strong> coor<strong>de</strong>nador <strong>de</strong> cada representação.§ 1° O presi<strong>de</strong>nte e os coor<strong>de</strong>nadores terão mandato <strong>de</strong> <strong>um</strong> ano.§ 2° A presidência será alternada entre as representações, na forma do regimento interno.Art. 14. As Câmaras Bipartites terão, cada <strong>um</strong>a, <strong>um</strong> coor<strong>de</strong>nador, com mandato <strong>de</strong> <strong>um</strong> ano, alternado entre asrepresentações, na forma do regimento interno.Art. 15. As manifestações no CNRT serão colhidas por representação.Parágrafo único. As <strong>de</strong>liberações do CNRT serão por consenso.Art. 16. O CNRT reunir-se-á e <strong>de</strong>cidirá com a presença <strong>de</strong>, no mínimo, treze <strong>de</strong> seus membros.Art. 17. A Câmara Bipartite reunir-se-á e <strong>de</strong>cidirá com a presença <strong>de</strong>, no mínimo, oito <strong>de</strong> seus membros.Art. 18. O regimento interno <strong>de</strong>finirá a periodicida<strong>de</strong> das reuniões, a forma <strong>de</strong> convocação do CNRT e dasCâmaras Bipartites, assim como outras regras <strong>de</strong> funcionamento.Art. 19. O CNRT ou qualquer <strong>de</strong> suas representações po<strong>de</strong>rá requerer que o Ministro <strong>de</strong> Estado do Trabalhoe Emprego fundamente <strong>de</strong>cisão tomada em matéria <strong>de</strong> competência do CNRT.Art. 20. A Secretaria <strong>de</strong> Relações do Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego <strong>de</strong>sempenhará a função <strong>de</strong>secretaria-executiva do CNRT, provendo os meios técnicos e administrativos necessários ao funcionamentodo colegiado.Art. 21. O CNRT submeterá ao Ministro <strong>de</strong> Estado do Trabalho e Emprego proposta <strong>de</strong> regimento interno noprazo <strong>de</strong> até quarenta e cinco dias após a sua instalação.<strong>Conquistas</strong> e <strong><strong>de</strong>safios</strong> <strong>de</strong> <strong>um</strong> <strong>processo</strong> <strong>de</strong> <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong>: Reflexões dos atores para o futuro81


PORTUGUÊSANEXOSCAPÍTULO VIDAS DISPOSIÇÕES FINAISArt. 22. O inciso XXI do art. 29 da Lei no 10.683, <strong>de</strong> 28 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 2003, passa a vigorar com a seguinteredação: “XXI - do Ministério do Trabalho e Emprego o Conselho Nacional <strong>de</strong> Relações do Trabalho, oConselho Nacional <strong>de</strong> Imigração, o Conselho Curador do Fundo <strong>de</strong> Garantia do Tempo <strong>de</strong> Serviço, o ConselhoDeliberativo do Fundo <strong>de</strong> Amparo ao Trabalhador, o Conselho Nacional <strong>de</strong> Economia Solidária e até quatroSecretarias;” (NR)Art. 23. Esta Medida Provisória entra em vigor na data <strong>de</strong> sua publicação.Brasília, 8 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 2006; 185° da In<strong>de</strong>pendência e 118° da República.LUIZ INÁCIO LULA DA SILVALuiz MarinhoFonte: DOU – Seção 1- 09/05/200682 <strong>Conquistas</strong> e <strong><strong>de</strong>safios</strong> <strong>de</strong> <strong>um</strong> <strong>processo</strong> <strong>de</strong> <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong>: Reflexões dos atores para o futuro


ANEXOSPORTUGUÊSANEXO VRESOLUÇÃO DA OITRELATIVA AO TRIPARTISMO E AO DIÁLOGO SOCIAL 44A Conferência Internacional da Organização do Trabalho:Lembrando a Constituição da Organização do TrabalhoLembrando os Convênios número 87, 98, 144, 150, 151 e 154, as Recomendações que os complementam e aRecomendação número 113;Destacando a fundação da Organização Internacional do Trabalho em 1919 como estrutura tripartite única coma meta da “paz universal e permanente”;Reiterando a importância do caráter tripartite da OIT, que <strong>de</strong>ntre todas as instituições internacionais é o únicomarco no qual os governos e os representantes das organizações <strong>de</strong> trabalhadores e empregadores têm apossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>, livre e abertamente, trocarem idéias e experiências, e promocionarem mecanismos dura<strong>de</strong>iros<strong>de</strong> <strong>diálogo</strong> e <strong>de</strong> criação <strong>de</strong> consenso;Salientando que entre os objetivos estratégicos da Organização Internacional do Trabalho está o fortalecimentodo tripartismo e o <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong>;Ciente <strong>de</strong> que o <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong> e o tripartismo têm <strong>de</strong>monstrado ser meios valiosos e <strong>de</strong>mocráticos para abordar aspreocupações sociais, fomentar o consenso, contribuir a elaborar normas internacionais do trabalho e examinar<strong>um</strong> amplo leque <strong>de</strong> questões trabalhistas em relação aos quais os interlocutores sociais <strong>de</strong>sempeham <strong>um</strong> papeldireto, legítimo e insubstituível;Reafirmando que as organizações legítimas, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes e <strong>de</strong>mocráticas <strong>de</strong> trabalhadores e empregadoresque participam no <strong>diálogo</strong> e na negociação coletiva contribuem com <strong>um</strong>a tradição <strong>de</strong> paz <strong>social</strong>, baseada emnegociações livres e na conciliação <strong>de</strong> interesses conflitivos, fazendo com que o <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong> seja <strong>um</strong> elementocentral das socieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong>mocráticas;Lembrando os n<strong>um</strong>erosos <strong><strong>de</strong>safios</strong> e oportunida<strong>de</strong>s que o mundo do trabalho enfrenta no marco da globalização,assim como a importância <strong>de</strong> fortalecer a colaboração entre os interlocutores sociais e os governos, a fim <strong>de</strong>obter soluções apropriadas nos âmbitos nacional, regional e internacional, e com maior razão na OIT;Lembrando o papel essencial que os interlocutores sociais <strong>de</strong>sempenham no <strong>de</strong>senvolvimento econômico e <strong>social</strong>sustentável, a <strong>de</strong>mocratização e o <strong>de</strong>senvolvimento participativo, assim como no exame e o fortalecimento do44 Adotada pela Conferência Internacional do Trabalho na sua 90ª reunião (Genebra, 18 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 2002).<strong>Conquistas</strong> e <strong><strong>de</strong>safios</strong> <strong>de</strong> <strong>um</strong> <strong>processo</strong> <strong>de</strong> <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong>: Reflexões dos atores para o futuro83


PORTUGUÊSANEXOSpapel que a cooperação internacional c<strong>um</strong>pre no tema da erradicação da pobreza, promoção do pleno empregoe trabalho <strong>de</strong>cente, que garantem a coesão <strong>social</strong> dos países;Destacando que os interlocutores sociais estão abertos ao <strong>diálogo</strong> e que trabalham sobre o terreno com as ONGque compartilham os mesmos valores e objetivos <strong>de</strong>les, os praticam e os concretizam <strong>de</strong> forma construtiva, ereconhecendo o potencial da Oficina para colaborar com a socieda<strong>de</strong> civil, prévia realização <strong>de</strong> consultas a<strong>de</strong>quadascom os mandantes tripartities;Consi<strong>de</strong>rando as valiosas contribuições que as instituições e organizações da socieda<strong>de</strong> civil dão à OficinaInternacional do Trabalho ao ajudá-la a <strong>de</strong>senvolver as suas tarefas, especialmente em matéria <strong>de</strong> trabalhoinfantil, trabalhadores migrantes e trabalhadores com discapacida<strong>de</strong>s, e reconhecendo que outras formas <strong>de</strong><strong>diálogo</strong> diferentes do <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong> são extremamente úteis quando todas as partes respeitam as respectivasfunções e responsabilida<strong>de</strong>s das <strong>de</strong>mais, em particular no que respeita às questões <strong>de</strong> representação;1. Convida os governos a garantir a existência das condições necessárias para o <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong>, incluindoo respeito dos princípios fundamentais e do direito à liberda<strong>de</strong> sindical e à negocião coletiva, <strong>um</strong> entorno<strong>de</strong> relações <strong>de</strong> trabalho a<strong>de</strong>quadas e o respeito pela função dos interlocultores sociais, e convidaos governos e as organizações <strong>de</strong> empregadores e <strong>de</strong> trabalhadores a promover e potencializar otripartismo e o <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong>, especialmente nos setores on<strong>de</strong> o tripartismo e o <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong> estãoausentes ou minimamente <strong>de</strong>senvolvidos;a) convida as organizações <strong>de</strong> trabalhadores a continuar capacitando aos trabalhadores dos setorescom pouca representação, para que eles disponham dos meios que lhes permitam exercer seusdireitos e <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r seus interesses;b) convida as organizações <strong>de</strong> empregadores a colaborar com os setores que têm baixos níveis <strong>de</strong>representação com a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> impulsionar o surgimento <strong>de</strong> <strong>um</strong> contexto empresarial propícioao <strong>de</strong>senvolvimento do tripartismo e o <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong>;2. Convida o Conselho <strong>de</strong> Administração da Oficina Internacional do Trabalho a dar instruções ao DiretorGeral para que garanta que a Organização Internacional do Trabalho e sua Oficina, <strong>de</strong>ntro dos limitesdos recursos <strong>de</strong> que ela disponha:a) consoli<strong>de</strong>m a natureza tripartite <strong>de</strong>sta Organização –integrada por governos, trabalhadores eempregadores– que representa legitimamente as aspirações <strong>de</strong> seus mandantes no mundo dotrabalho;b) continuem fortalecendo, com esse propósito, as organizações <strong>de</strong> empregadores e <strong>de</strong> trabalhadorespara permitir que elas colaborem melhor nas tarefas da Oficina e sejam mais eficientes em seuspaíses respectivos;c) <strong>de</strong>staquem o papel do tripartismo e o <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong> na Organização como <strong>um</strong> dos quatro objetivosestratégicos e como ferramenta para a aplicação <strong>de</strong> todos os objetivos estratégicos, assim comodas questões transversais <strong>de</strong> gênero e <strong>de</strong>senvolvimento;d) promovam a ratificação e aplicação das normas da OIT que abordam especificamente a questão84 <strong>Conquistas</strong> e <strong><strong>de</strong>safios</strong> <strong>de</strong> <strong>um</strong> <strong>processo</strong> <strong>de</strong> <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong>: Reflexões dos atores para o futuro


ANEXOSPORTUGUÊSdo <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong>, <strong>de</strong> acordo com o indicado no preâmbulo e continuem promovendo a Declaraçãoda OIT relativa aos princípios e direitos fundamentais no trabalho;e) promovam a participação dos interlocutores sociais em <strong>um</strong> <strong>processo</strong> significativo <strong>de</strong> consultasobre reformas trabalhistas, abrangendo os convênios fundamentais e outros textos legislativosrelacionados com o trabalho;f) realizem estudos em profundida<strong>de</strong> sobre o <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong> em colaboração com os mandantesda Organização, visando pôr em relevo a capacida<strong>de</strong> das administrações do trabalho e dasorganizações <strong>de</strong> empregadores e <strong>de</strong> trabalhadores para participar no <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong>;g) reforcem o papel e as funções do Setor da Oficina encarregado do <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong> e, em particular,sua capacida<strong>de</strong> para promover tal <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong> em todos os objetivos estratégicos da Organização,reconheçam as funções e <strong>de</strong>ver únicos que são competência, na OIT, da Oficina <strong>de</strong> Ativida<strong>de</strong>s paraos Empregadores e a Oficina <strong>de</strong> Ativida<strong>de</strong>s para os Trabalhadores, e fortaleçam as capacida<strong>de</strong>s<strong>de</strong>stas para prestar serviços às organizações <strong>de</strong> empregadores e <strong>de</strong> trabalhores <strong>de</strong> todo o mundo,com a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aproveitar ao máximo os trabalhos da Oficina;h) promovam e reforcem as ativida<strong>de</strong>s tripartites da Organização para <strong>de</strong>terminar suas política epriorida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> trabalho, e <strong>de</strong>senvolvam com maior profundida<strong>de</strong> os programas <strong>de</strong> cooperaçãotécnica e outros mecanismos com os interlocutores sociais e os governos, para contribuir a reforçarsuas capacida<strong>de</strong>s, serviços e representação;i) reiterem na se<strong>de</strong> e no terreno a importância que representa o fortalecimento da estrutura tripartiteda Organização Internacional do Trabalho e se certifiquem <strong>de</strong> que a Oficina trabalha com e para osmandantes da Organização;j) verifiquem <strong>de</strong> que os mandantes tripartities sejam consultados, se for o caso, a respeito da seleção<strong>de</strong> outras organizações da socieda<strong>de</strong> civil com as que a OIT possa colaborar, assim como nasrelações com as mesmas.<strong>Conquistas</strong> e <strong><strong>de</strong>safios</strong> <strong>de</strong> <strong>um</strong> <strong>processo</strong> <strong>de</strong> <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong>: Reflexões dos atores para o futuro85


PORTUGUÊSREFERÊNCIASLei 7347, <strong>de</strong> 24 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 1985. Disciplina a ação civil pública e dá outras providências.Lei 7783, <strong>de</strong> 28 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 1989. Dispõe sobre o exercício do direito <strong>de</strong> greve, <strong>de</strong>fine as ativida<strong>de</strong>s essenciais,regula o atendimento das necessida<strong>de</strong>s inadiáveis da comunida<strong>de</strong>, e dá outras providências.Lei 8078, <strong>de</strong> 11 <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 1990. Dispõe sobre a proteção do cons<strong>um</strong>idor e dá outras providências.Emenda Constitucional nº 19, <strong>de</strong> 04 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 1998. Modifica o regime e dispõe sobre princípios e normasda Administração Pública, servidores e agentes políticos, controle <strong>de</strong> <strong>de</strong>spesas e finanças públicas e custeio <strong>de</strong>ativida<strong>de</strong>s a cargo do Distrito Fe<strong>de</strong>ral, e dá outras providências.Decreto nº 4.796, <strong>de</strong> 30 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 2003, que cria o Fór<strong>um</strong> Nacional do Trabalho.Ministério do Trabalho e Emprego, Portaria nº 1029, <strong>de</strong> 12 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 2003, que promulga o Regimento Internodo Fór<strong>um</strong> Nacional do TrabalhoMinistério do Trabalho e Emprego, Portaria nº 1150, <strong>de</strong> 9 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 2003, que institui o Conselho Nacional<strong>de</strong> Direito e Relações <strong>de</strong> Trabalho.Ministério do Trabalho e Emprego. Fór<strong>um</strong> Nacional do Trabalho. Trabalhadores, Governo e Empresáriosconstruindo a nova legislação do trabalho. Brasília, Ministério do Trabalho e Emprego, Secretaria <strong>de</strong> Relações<strong>de</strong> Trabalho, 2003.Ministério do Trabalho e Emprego. Fór<strong>um</strong> Nacional do Trabalho. Reforma Sindical: perguntas e respostas.Brasília, Ministério do Trabalho e Emprego, Secretaria <strong>de</strong> Relações <strong>de</strong> Trabalho, fevereiro, 2005.Ministério do Trabalho e Emprego. Fór<strong>um</strong> Nacional do Trabalho. Composição da Bancada dos Trabalhadores,Composição da Bancada do Governo, Composição da Bancada dos Empregadores. Brasília, Ministério doTrabalho e Emprego. Fór<strong>um</strong> Nacional do Trabalho. Site do Ministério do Trabalho e Emprego. Disponível em.Ministério do Trabalho e Emprego. Fór<strong>um</strong> Nacional do Trabalho. Anteprojeto da Lei <strong>de</strong> Relações Sindicais.Disponível em .Ministério do Trabalho e Emprego. Fór<strong>um</strong> Nacional do Trabalho. Anteprojeto <strong>de</strong> Lei da Reforma Sindical. Proposta<strong>de</strong> Emenda à Constituição. Brasília, Ministério do Trabalho e Emprego, Secretaria <strong>de</strong> Relações <strong>de</strong> Trabalho,2005.Ministério do Trabalho e Emprego. Fór<strong>um</strong> Nacional do Trabalho. Site do Ministério do Trabalho e Emprego.Brasília – DF. Disponível em www.mte.gov.br/fnt.Ministério do Trabalho e Emprego. Fór<strong>um</strong> Nacional do Trabalho. Relatórios. Site do Ministério do Trabalho eEmprego. Disponível em


PORTUGUÊSGODOY, Dagoberto Lima. Diretor da Confe<strong>de</strong>ração Nacional da Indústria (CNI).GONÇALVES, João Carlos. Secretário Geral da Força Sindical.HENRIQUE, Artur. Secretário Geral da Central Única <strong>de</strong> Trabalhadores (CUT).LINHARES, Lúcia María Rondon. Assessora da Confe<strong>de</strong>ração Nacional da Indústria (CNI).LÚCIO, Clemente Ganz. Diretor Técnico do Departamento Intersindical <strong>de</strong> Estatística e Estudos Sócio-Econômicos(DIEESE).MARINHO, Luiz. Coor<strong>de</strong>nador Geral do FNT. Ministro <strong>de</strong> Estado do Trabalho e Emprego.NASCIMENTO, Francisco Canindé Pegado do. Secretário Geral da Confe<strong>de</strong>ração Geral dos Trabalhadores(CGT).OLIVEIRA, Marco Antônio <strong>de</strong>. Coor<strong>de</strong>nador Adjunto do FNT, Secretário Executivo do Ministério do Trabalho eEmprego (MTE).PASTORE, José. Assessor Técnico da Bancada dos Empregadores no FNT.RAMOS, José Calixto. Presi<strong>de</strong>nte da Confe<strong>de</strong>ração Nacional dos Trabalhadores na Indústria (CNTI) e da NovaCentral Sindical <strong>de</strong> Trabalhadores (NCST)SILVA, Danilo Pereira da. Presi<strong>de</strong>nte da Força Sindical São Paulo e da Fe<strong>de</strong>ração dos Trabalhadores nasIndústrias Químicas do Estado <strong>de</strong> São Paulo.SIMÓN, Sandra Lía. Procuradora Geral do Ministério Público do Trabalho.<strong>Conquistas</strong> e <strong><strong>de</strong>safios</strong> <strong>de</strong> <strong>um</strong> <strong>processo</strong> <strong>de</strong> <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong>: Reflexões dos atores para o futuro87


PORTUGUÊSABREVIATURASABETABRATABRHAMBANDTANAMATRAANPTCGTCLTCNCCNICNRTCNTICONJURCUTDIAPDIEESEECFENABANFNTFSGIEMPIABIBDSINAMAJTMPMPTMTENCSOABOITPECPGTPTSENACSENAISESCSESISTFTSTAssociação Brasileira <strong>de</strong> Estudos do TrabalhoAssociação Brasileira <strong>de</strong> Advogados TrabalhistasAssociação Brasileira <strong>de</strong> Recursos H<strong>um</strong>anosAssociação dos Magistrados do BrasilAca<strong>de</strong>mia Nacional <strong>de</strong> Direito do TrabalhoAssociação Nacional dos Magistrados do TrabalhoAssociação Nacional dos Procuradores do TrabalhoConfe<strong>de</strong>ração Geral dos TrabalhadoresConsolidação das Leis do TrabalhoConfe<strong>de</strong>ração Nacional do ComércioConfe<strong>de</strong>ração Nacional da IndústriaConselho Nacional <strong>de</strong> Relações <strong>de</strong> TrabalhoConfe<strong>de</strong>ração Nacional dos Trabalhadores na IndústriaConsultoria Jurídica do Ministério do TrabalhoCentral Única dos TrabalhadoresDepartamento Intersindical <strong>de</strong> Assessoria ParlamentarDepartamento Intersindical <strong>de</strong> Estatísticas e Estudos Sócio-EconômicosEmenda ConstitucionalFe<strong>de</strong>ração Nacional dos BancosFór<strong>um</strong> Nacional do TrabalhoForça SindicalGrupo Interconfe<strong>de</strong>rativo dos EmpregadoresInstituto dos Advogados BrasileirosInstituto Brasileiro <strong>de</strong> Direito Social Cesariano JúniorInstituto Nacional <strong>de</strong> Mediação e ArbitragemJustiça do TrabalhoMedida ProvisóriaMinistério Público do TrabalhoMinistério do Trabalho e EmpregoNova Central SindicalOr<strong>de</strong>m dos Advogados do BrasilOrganização Internacional do TrabalhoProjeto <strong>de</strong> Emenda ConstitucionalProcuradoria Geral do TrabalhoPartido dos TrabalhadoresServiço Nacional <strong>de</strong> Aprendizagem ComercialServiço Nacional <strong>de</strong> Aprendizagem IndustrialServiço Social do ComércioServiço Social da IndústriaSupremo Tribunal Fe<strong>de</strong>ralTribunal Superior do Trabalho88 <strong>Conquistas</strong> e <strong><strong>de</strong>safios</strong> <strong>de</strong> <strong>um</strong> <strong>processo</strong> <strong>de</strong> <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong>: Reflexões dos atores para o futuro


ESPAÑOLOficina Internacional <strong>de</strong>lTrabajoLogros y <strong>de</strong>safíos <strong>de</strong> unproceso <strong>de</strong> <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong>:Reflexiones <strong>de</strong> los actorespara el futuroMemoria <strong>de</strong>l Foro Nacional<strong>de</strong> Trabajo <strong>de</strong>l Brasil“Espacio <strong>de</strong> Negociación y<strong>de</strong> Diálogo”Proyecto OIT “Fortalecimiento <strong>de</strong> los Mecanismos Institucionales para el Diálogo Social“


ESPAÑOLLOGROS Y DESAFÍOSDE UN PROCESO DE DIÁLOGO SOCIAL:REFLEXIONES DE LOS ACTORES PARA EL FUTUROMemoria Foro Nacional <strong>de</strong>l Trabajo <strong>de</strong>l Brasil:“Espacio <strong>de</strong> Negociación y <strong>de</strong> Diálogo”Prefacio .............................................………..……………………....................................... 95Presentación .............................................………..……………………....................................... 971. Introducción ............................................................................................................................. 992. Bases Institucionales <strong>de</strong>l Derecho Sindical y <strong>de</strong>l Trabajo en la DemocraciaBrasileña....................................................................................................................................... 1023. La Agenda <strong>de</strong> las Reformas Sindical y Laboral .................................................................. 1054. El Foro Nacional <strong>de</strong>l Trabajo (FNT) ...................................................................................... 1074.1. Objetivos ........................................................................................................................... 1074.2. Composición y Estructura .................................................................................................. 1084.3. Funcionamiento ................................................................................................................. 1094.4. Acuerdos ............................................................................................................................ 1104.4.1. Organización Sindical .................................................................................................. 1104.4.2. Negociación Colectiva ................................................................................................ 1124.4.3. Solución <strong>de</strong> los conflictos colectivos <strong>de</strong> trabajo .......................................................... 1125. La Trayectoria <strong>de</strong> las Deliberaciones <strong>de</strong>l FNT ..................................................................... 1145.1. Propuesta <strong>de</strong> Enmienda Constitucional nº 369/05 ............................................................. 1145.2. Anteproyecto <strong>de</strong> Ley <strong>de</strong> Relaciones Sindicales ................................................................. 1146. La Visión <strong>de</strong> los Actores Sociales ........................................................................................ 1176.1. Trabajadores ................................................................................................................... 1176.1.1. Artur Henrique (CUT) ................................................................................................. 1176.1.2. Danilo Pereira da Silva (FS) ...................................................................................... 1186.1.3. Denise Motta Dau (CUT) ........................................................................................... 1196.1.4. Francisco Canindé Pegado do Nascimento (CGT) .................................................... 1216.1.5. João Carlos Gonçalves (FS) ...................................................................................... 1216.1.6. José Calixto Ramos (CNTI y NCS) ............................................................................. 1236.2. Empleadores ...................................................................................................................... 1246.2.1. Dagoberto Lima Godoy (CNI) ..................................................................................... 1246.2.2. Lúcia María Rondon Linhares (CNI) ........................................................................... 1266.2.3. Magnus Ribas Apostólico (FENABAN) ....................................................................... 1286.3. Gobierno ............................................................................................................................ 1296.3.1. Marco Antônio <strong>de</strong> Oliveira (MTE) ................................................................................ 129


ESPAÑOL6.3.2. Osvaldo Martinez Bargas (MTE) ................................................................................. 1337. La Visión <strong>de</strong> los Actores Externos ....................................................................................... 1377.1. Vantuil Abdala (TST) …………............................................................................................ 1377.2. Sandra Lia Simon (MPT) ................................................................................................... 1417.3. Asesoría Técnica ................................................................................................................ 1437.3.1. Clemente Ganz Lúcio (DIEESE) ................................................................................. 1437.3.2. José Pastore (Profesor <strong>de</strong> Economía y <strong>de</strong> Relaciones <strong>de</strong> Trabajo) ................................ 1448. Resultados <strong>de</strong> la Experiencia <strong>de</strong>l FNT ................................................................................. 1479. El Consejo Nacional <strong>de</strong> Relaciones <strong>de</strong> Trabajo ................................................................. 149Anexos ...............................................................................................................................................151• Decreto nº 4.796, <strong>de</strong> 29 <strong>de</strong> julio <strong>de</strong> 2003, <strong>de</strong> creación <strong>de</strong>l Foro Nacional <strong>de</strong>l Trabajo ........• Reglamento interno <strong>de</strong>l Foro Nacional <strong>de</strong>l Trabajo ............................................................• Decreto Ley nº 293, <strong>de</strong> 8 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 2006, sobre el reconocimiento <strong>de</strong> las centralessindicales para los fines que se especifican .........................................................................• Decreto Ley nº 294, <strong>de</strong> 8 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 2006, <strong>de</strong> creación <strong>de</strong>l Consejo Nacional <strong>de</strong> Relaciones<strong>de</strong> Trabajo .............................................................................................................................• Resolución <strong>de</strong> la OIT relativa al Tripartismo y el Diálogo Social, adoptada por la ConferenciaInternacional <strong>de</strong> Trabajo en su 90ª Reunión ........................................................................Fuentes ……………………………………………………………….......…………............................. 174Abreviaturas ………………………………………………………………........………....................... 176151153160164171


ESPAÑOLPREFACIOLa promoción <strong>de</strong>l <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong> es uno <strong>de</strong> los cuatro objetivos estratégicos <strong>de</strong> la Organización Internacional<strong>de</strong>l Trabajo (OIT), junto al c<strong>um</strong>plimiento <strong>de</strong> las normas, principios y <strong>de</strong>rechos fundamentales en el trabajo; la creación<strong>de</strong> mayores oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> empleo y mejores ingresos para hombres y mujeres; y la protección <strong>social</strong>. El<strong>diálogo</strong> <strong>social</strong> es a<strong>de</strong>más un objetivo transversal para la consecución <strong>de</strong> los anteriores.La OIT es una Organización <strong>de</strong> carácter tripartito. Está vinculada históricamente a la promoción <strong>de</strong>l <strong>diálogo</strong><strong>social</strong>, concepto que abarca una amplia variedad <strong>de</strong> procesos y prácticas que difieren en función <strong>de</strong>l país y <strong>de</strong>lperíodo histórico. La importancia <strong>de</strong>l <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong> fue reiterada por la OIT en la 90ª Conferencia Internacional <strong>de</strong>lTrabajo, en junio <strong>de</strong> 2002, mediante la aprobación <strong>de</strong> la “Resolución relativa al tripartismo y el <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong>”. El<strong>diálogo</strong> <strong>social</strong> es consi<strong>de</strong>rado una condición fundamental para la promoción <strong>de</strong>l trabajo <strong>de</strong>cente y, por ese motivo,es parte constitutiva tanto <strong>de</strong> la Agenda Hemisférica <strong>de</strong> Trabajo Decente (presentada por el Director General<strong>de</strong> OIT a las <strong>de</strong>legaciones tripartitas participantes en la XVI Reunión Regional Americana <strong>de</strong> la OIT realizadaen Brasilia en mayo <strong>de</strong> 2006) como <strong>de</strong> la Agenda Nacional <strong>de</strong> Trabajo Decente, presentada por el Ministro <strong>de</strong>Trabajo y Empleo, Luis Marinho, en esa misma ocasión. Recientemente se viene afianzando en diversos países<strong>de</strong> América Latina la i<strong>de</strong>a <strong>de</strong> que es necesario consolidar el <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong> en sus distintas manifestaciones, comoparte <strong>de</strong> la estructura institucional <strong>de</strong>l Estado y <strong>de</strong>l proceso <strong>de</strong> consolidación <strong>de</strong> la <strong>de</strong>mocracia. Ello no es tareafácil, pero los avances en la región no <strong>de</strong>jan <strong>de</strong> ser significativos en los últimos tiempos.El Foro Nacional <strong>de</strong>l Trabajo, constituido por el gobierno brasileño en el ámbito <strong>de</strong>l Ministerio <strong>de</strong> Trabajo yEmpleo en julio <strong>de</strong> 2003, ha supuesto una importante contribución a ese proceso así como uno <strong>de</strong> los ejemplosmás interesantes <strong>de</strong> <strong>diálogo</strong> llevados a cabo en la región latinoamericana en los últimos tiempos. Se trata <strong>de</strong> unainnovadora experiencia <strong>de</strong> <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong>, enmarcada en la ten<strong>de</strong>ncia <strong>de</strong> crear instituciones que aseguren unamayor participación <strong>de</strong> los actores <strong>social</strong>es en los distintos procesos <strong>de</strong> toma <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisiones, particularmente enmateria sociolaboral.La Organización Internacional <strong>de</strong>l Trabajo reconoce el esfuerzo a favor <strong>de</strong>l <strong>diálogo</strong> que han venido realizandolos actores <strong>social</strong>es y el gobierno brasileño a lo largo <strong>de</strong> estos más <strong>de</strong> tres años <strong>de</strong> vida <strong>de</strong>l Foro Nacional <strong>de</strong>lTrabajo. Entre los resultados positivos alcanzados está la propuesta <strong>de</strong> creación <strong>de</strong>l Consejo Nacional <strong>de</strong> Relaciones<strong>de</strong> Trabajo, que <strong>de</strong> hacerse efectiva, constituiría un importante paso en la institucionalización <strong>de</strong>l <strong>diálogo</strong><strong>social</strong> en el Brasil.También son resultados relevantes <strong>de</strong> la experiencia <strong>de</strong>l Foro Nacional <strong>de</strong>l Trabajo el fortalecimiento <strong>de</strong> la“cultura <strong>de</strong>l <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong>”, que se expresa, entre otros elementos, en un a<strong>um</strong>ento <strong>de</strong> la confianza entre los actores,en el <strong>de</strong>scubrimiento <strong>de</strong> nuevos espacios <strong>de</strong> interlocución y entendimiento, en la creciente convicción <strong>de</strong>la necesidad <strong>de</strong> involucrar a todos los interlocutores implicados para una mayor legitimación <strong>de</strong> los procesos <strong>de</strong>toma <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisiones relativos a temas importantes para las relaciones <strong>de</strong> trabajo en Brasil, así como en la importancia<strong>de</strong> contar con una asesoría técnica para realizar propuestas sólidamente arg<strong>um</strong>entadas en el marco <strong>de</strong>l<strong>diálogo</strong>.La OIT, a través <strong>de</strong> su Oficina en Brasil, y <strong>de</strong>l Proyecto Regional OIT “Fortalecimiento <strong>de</strong> los mecanismosinstitucionales para el <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong>”, financiado por el Ministerio <strong>de</strong> Trabajo y Asuntos Sociales <strong>de</strong> España, queha venido apoyando este proceso, consi<strong>de</strong>ró oportuno plasmar la experiencia <strong>de</strong>l FNT en esta publicación bilingüe.El objetivo que nos anima es contribuir al conocimiento y difusión <strong>de</strong> esta experiencia, tanto en Brasil, comoentre los interlocutores implicados en otros procesos <strong>de</strong> <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong> en la región.


ESPAÑOLEl doc<strong>um</strong>ento que el lector tiene en sus manos preten<strong>de</strong> por tanto, como indica el subtítulo <strong>de</strong>l mismo,exponer los logros y retos <strong>de</strong> este proceso incorporando las distintas visiones <strong>de</strong> los actores que han sido susprotagonistas. Ha sido elaborado por el Profesor José Francisco Siqueira Neto, quien <strong>de</strong>s<strong>de</strong> la instalación <strong>de</strong>lFNT participó activamente <strong>de</strong>l proceso. Los actores <strong>social</strong>es (representantes sindicales y <strong>de</strong> las organizaciones<strong>de</strong> empleadores) y funcionarios gubernamentales que intervinieron en el proceso otorgaron generosamente sustestimonios privilegiados. A todos ellos, y a quienes <strong>de</strong> un modo u otro han contribuido a que esta publicaciónsalga a la luz, nuestro agra<strong>de</strong>cimiento.Lais AbramoDirectoraOficina Internacional <strong>de</strong>l Trabajoen BrasilAna María García FemeníaConsejera Técnica PrincipalProyecto “Fortalecimiento <strong>de</strong> los MecanismosInstitucionales para el Diálogo Social”


ESPAÑOLPRESENTACIÓNCreado en 2003 por el Presi<strong>de</strong>nte Luiz Inácio Lula <strong>de</strong> Silva, el Foro Nacional <strong>de</strong>l Trabajo (FNT) inició la másamplia y rica experiencia nacional <strong>de</strong> negociación tripartita y paritaria sobre cuestiones sindicales y laborales. Ylo hizo <strong>de</strong> manera innovadora, creativa y <strong>de</strong>mocrática.En lugar <strong>de</strong> presentar una propuesta <strong>de</strong>finitiva, el gobierno fe<strong>de</strong>ral prefirió reunir a las entida<strong>de</strong>s sindicalesmás representativas <strong>de</strong> trabajadores y <strong>de</strong> empleadores, para <strong>de</strong>batir y formular una propuesta <strong>de</strong> reforma sindical.El resultado <strong>de</strong> ese <strong>de</strong>bate, consolidado por el Ministerio <strong>de</strong> Trabajo y empleo en una Propuesta <strong>de</strong> Enmiendaa la Constitución (PEC 369/05), en tramitación en la Cámara Fe<strong>de</strong>ral, y <strong>de</strong> un Anteproyecto <strong>de</strong> Relaciones Sindicales,ofrece al Congreso Nacional una alternativa sistémica, <strong>de</strong> conjunto, no sólo <strong>de</strong> las relaciones sindicales,sino <strong>de</strong> todo el sistema <strong>de</strong> relaciones laborales brasileño.La consolidación <strong>de</strong> espacios <strong>de</strong> concertación <strong>social</strong> es una exigencia <strong>de</strong> la sociedad <strong>de</strong> una forma generaly, en particular, <strong>de</strong> las propias representaciones sindicales <strong>de</strong> trabajadores y empleadores. De este modo, la ricaexperiencia vivida en el proceso negociador <strong>de</strong>l FNT no se agotó en sí misma.Ya prevista en el anteproyecto <strong>de</strong> ley formulado en el FNT, la creación <strong>de</strong>l Consejo Nacional <strong>de</strong> Relaciones<strong>de</strong> Trabajo (CNRT), que en breve <strong>de</strong>berá ser encaminada al Congreso Nacional, preten<strong>de</strong> consolidar el procesoiniciado con el FNT y es consecuencia, también, <strong>de</strong> la ratificación por el Brasil <strong>de</strong>l Convenio n°. 144 <strong>de</strong> laOrganización Internacional <strong>de</strong>l Trabajo (OIT), que prevé mecanismos <strong>de</strong> consulta tripartita para las cuestionesreferentes a las normas internacionales <strong>de</strong>l trabajo.El CNRT preten<strong>de</strong> ser, al igual que el FNT, un espacio <strong>de</strong> <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong> tripartito y paritario <strong>de</strong> las cuestionesreferentes a las relaciones <strong>de</strong> trabajo y a la organización sindical en el Brasil. S<strong>um</strong>ado a eso, el consejo representarála institucionalización <strong>de</strong> un espacio permanente <strong>de</strong> negociación <strong>de</strong> esas cuestiones.El proyecto “Fortalecimiento <strong>de</strong> los Mecanismos Institucionales para el Diálogo Social” <strong>de</strong> la Oficina Regional<strong>de</strong> la OIT para América Latina y el Caribe, gran socio en este proceso, que cuenta con el patrocinio <strong>de</strong>l Ministerio<strong>de</strong> Trabajo y Asuntos Sociales <strong>de</strong> España, ha sido <strong>de</strong> extrema importancia para enfatizar lo inédito <strong>de</strong>l FNT, ymantener el objetivo <strong>de</strong> seguir construyendo ins<strong>um</strong>os para el continuo perfeccionamiento <strong>de</strong>l proceso <strong>de</strong> <strong>diálogo</strong><strong>social</strong> en el país.


ESPAÑOLEsta Memoria, elaborada a partir <strong>de</strong> las opiniones <strong>de</strong> los representantes <strong>de</strong> trabajadores, empleadores y <strong>de</strong>lGobierno Fe<strong>de</strong>ral en el FNT, es un verda<strong>de</strong>ro inventario <strong>de</strong> los avances y dificulta<strong>de</strong>s encontradas en todo el proceso<strong>de</strong> negociación <strong>de</strong> la propuesta <strong>de</strong> reforma sindical. A<strong>de</strong>más <strong>de</strong> ello, podrá servir <strong>de</strong> norte para los futuros<strong>de</strong>bates a ser tratados en el ámbito <strong>de</strong>l propio CNRT.Por último, cabe resaltar que esta publicación fue posible gracias al empeño y trabajo conjunto <strong>de</strong> coordinación<strong>de</strong>l FNT y <strong>de</strong> la OIT, socia inestimable en todo este proceso.Luiz MarinhoMinistro <strong>de</strong> Trabajo y EmpleoPresi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>l FNTArtur Henrique da Silva SantosPresi<strong>de</strong>nte Nacional <strong>de</strong> la Central Única <strong>de</strong>Trabajadores (CUT)Coordinador <strong>de</strong> la Bancada <strong>de</strong> los TrabajadoresAntonio Oliveira SantosPresi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> la Confe<strong>de</strong>ración Nacional <strong>de</strong>lComercio (CNC)Coordinador <strong>de</strong> la Bancada <strong>de</strong> los Empleadores


INTRODUCCIÓNESPAÑOLFORO NACIONAL DEL TRABAJO DEL BRASIL“Espacio <strong>de</strong> Negociación y <strong>de</strong> Diálogo”José Francisco Siqueira Neto *1. INTRODUCCIÓNEl Presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> la República <strong>de</strong>l Brasil, medianteel Decreto nº 4.796, <strong>de</strong> 29 <strong>de</strong> julio <strong>de</strong> 2003, instituyó,en el ámbito <strong>de</strong>l Consejo Nacional <strong>de</strong>l Trabajo (CNT),<strong>de</strong>l Ministerio <strong>de</strong>l Trabajo y el Empleo (MTE), el ForoNacional <strong>de</strong>l Trabajo (FNT), compuesto <strong>de</strong> forma tripartitay paritaria por representantes <strong>de</strong>l gobierno fe<strong>de</strong>ral,<strong>de</strong> los trabajadores y <strong>de</strong> los empleadores, con lafinalidad <strong>de</strong>:• Promover el entendimiento entre los representantes<strong>de</strong> los trabajadores, <strong>de</strong> los empleadoresy <strong>de</strong>l gobierno fe<strong>de</strong>ral, con vistasa construir consensos sobre temas relativosal sistema brasileño <strong>de</strong> relaciones <strong>de</strong>trabajo, especialmente sobre la legislaciónsindical y laboral;• Subsidiar la elaboración <strong>de</strong> proyectos legislativos<strong>de</strong> Reforma Sindical y Laboral enlas esferas constitucional e infraconstitucional;y• Someter al Ministro <strong>de</strong> Estado <strong>de</strong>l Trabajoy el Empleo los resultados y conclusionessobre materias aprobadas en el ámbito <strong>de</strong>lForo Nacional <strong>de</strong>l Trabajo.El Ministro <strong>de</strong>l Trabajo y el Empleo, presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>lFNT, organizó la estructura y funcionamiento <strong>de</strong> esteorganismo, que <strong>de</strong>s<strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 2003 a marzo <strong>de</strong>2006 cons<strong>um</strong>ió más <strong>de</strong> mil horas <strong>de</strong> trabajo en 118(ciento y dieciocho) días <strong>de</strong> reuniones <strong>de</strong> las conferenciasestatales (en los estados fe<strong>de</strong>rados), sesionesplenarias y reuniones tripartitas, bipartitas y técnicas.Al final <strong>de</strong> este proceso, fueron elaborados la Propuesta<strong>de</strong> Enmienda Constitucional (PEC) nº 369/05,en trámite en el Congreso Nacional, y el Anteproyecto<strong>de</strong> Ley <strong>de</strong> Relaciones Sindicales , que trata <strong>de</strong> los*José Francisco Siqueira Neto, abogado, master por la Facultad <strong>de</strong> Derecho<strong>de</strong> la Pontificia Universidad Católica <strong>de</strong> São Paulo (PUC-SP), doctor por la Facultad<strong>de</strong> Derecho <strong>de</strong> la Universidad <strong>de</strong> São Paulo, Profesor Titular y Coordinador<strong>de</strong>l Postgrado en Derecho <strong>de</strong> la Universidad Presbiteriana Mackenzie.Nota <strong>de</strong>l Traductor: En el Brasil se usa el término <strong>de</strong> “sindicato” aplicado nosólo a la asociación <strong>de</strong> trabajadores, sino también a lo que en la generalidad<strong>de</strong> los <strong>de</strong>más países y a nivel <strong>de</strong> la OIT se <strong>de</strong>nomina “organización <strong>de</strong> empleadores”.dispositivos infraconstitucionales concernientes a laPropuesta <strong>de</strong> Enmienda Constitucional.El Anteproyecto <strong>de</strong> Ley <strong>de</strong> Relaciones Sindicalesno pue<strong>de</strong> ser presentado al Congreso Nacional antes<strong>de</strong> la votación <strong>de</strong> la Enmienda Constitucional nº369/05, porque contempla algunos dispositivos incompatiblescon el or<strong>de</strong>n constitucional vigente. Por estarazón, necesita <strong>de</strong> la reforma constitucional para seguirsu curso legislativo regular.Con la entrega <strong>de</strong> los proyectos legislativos, el FNTpasó a trabajar en dos nuevos frentes, que serían: laReforma Laboral y las Relaciones <strong>de</strong> Trabajo en la AdministraciónPública.Las discusiones sobre la Reforma Laboral avanzaronhasta las <strong>de</strong>finiciones <strong>de</strong> las premisas <strong>de</strong> la nuevalegislación. La prosecución <strong>de</strong> los trabajos, sin embargo,quedó interr<strong>um</strong>pida en esta legislatura (2003-2006) por la paralización <strong>de</strong> los trabajos legislativosreferentes a la Propuesta <strong>de</strong> Enmienda Constitucionalnº 369/05.Respecto <strong>de</strong> la Administración Pública, los trabajos<strong>de</strong>l FNT aún están en curso, en la perspectiva <strong>de</strong>a<strong>de</strong>cuación <strong>de</strong> los aspectos específicos <strong>de</strong>l área bajoel fundamento <strong>de</strong> una base jurídica armónica y sistemáticamentecompatible con el Anteproyecto <strong>de</strong> Ley<strong>de</strong> Relaciones Sindicales.El FNT no es el primer intento <strong>de</strong> constitución <strong>de</strong>organismos tripartitos en el Brasil. Pero, innegablemente,es la experiencia que más ha avanzado en relacióncon el conjunto <strong>de</strong> proposiciones presentadas yla forma <strong>de</strong> sus discusiones y <strong>de</strong>cisiones.El Anteproyecto <strong>de</strong> Ley <strong>de</strong> Relaciones Sindicalespresentado por el FNT es la mayor y más complejapropuesta <strong>de</strong> legislación sindical <strong>de</strong>s<strong>de</strong> la promulgación<strong>de</strong> la Consolidación <strong>de</strong> las Leyes <strong>de</strong>l Trabajo(CLT), en 1943. Nunca el País tuvo la oportunidad <strong>de</strong>discutir una propuesta legislativa formalmente articulada<strong>de</strong> alteración sustancial <strong>de</strong>l sistema sindical implantadoen la década <strong>de</strong>l ‘30 <strong>de</strong>l siglo pasado. Los <strong>de</strong>batesanteriores al Foro fueron siempre <strong>de</strong>terminadosLogros y Desafíos <strong>de</strong> un Proceso <strong>de</strong> Diálogo Social: Reflexiones <strong>de</strong> los Actores para el Futuro99


ESPAÑOLINTRODUCCIÓNpor las vinculaciones temáticas, y no por proyectoslegislativos generados fuera <strong>de</strong>l Congreso Nacional enespacios <strong>de</strong> concertación <strong>social</strong>.El FNT innovó, porque organizó el <strong>de</strong>bate con losactores <strong>social</strong>es, firmó una propuesta <strong>de</strong> consenso yla presentó a <strong>de</strong>bate público. Con eso amplió cualitativamentela interlocución con la sociedad sobre unaalternativa <strong>de</strong>mocrática para la transición sindical enel Brasil. Pero, tal vez, la mayor innovación <strong>de</strong>l FNT sehaya producido en la forma <strong>de</strong> <strong>de</strong>batir los asuntos y <strong>de</strong>presentar Proyectos o Anteproyectos legislativos.La trayectoria común <strong>de</strong> actuación o movilización<strong>de</strong> los actores <strong>social</strong>es en lo tocante a la presentación<strong>de</strong> sus reclamos en forma <strong>de</strong> proyectos al CongresoNacional, siempre se ha producido mediante la formulaciónpor parte <strong>de</strong> sus respectivas áreas técnicas yla posterior presentación al congresista más próximoi<strong>de</strong>ológicamente o más simpátizante con la i<strong>de</strong>a <strong>de</strong>fendidapor la propuesta. Igual procedimiento es adoptadotambién por el gobierno mediante sus li<strong>de</strong>razgosy sus alianzas en el Parlamento.Eventualmente, cuando el asunto es más polémico,divi<strong>de</strong> más a la sociedad o requiere una articulación <strong>de</strong>contenido, los gobiernos se valen <strong>de</strong> comisiones <strong>de</strong>expertos, escogidos entre <strong>de</strong>stacados profesores <strong>de</strong>lárea <strong>de</strong>l proyecto y técnicos especializados <strong>de</strong>l Po<strong>de</strong>rEjecutivo. El resultado <strong>de</strong>l trabajo <strong>de</strong> los expertos espresentado para el <strong>de</strong>bate o simplemente enviado alCongreso Nacional.El FNT revirtió radicalmente estas formas <strong>de</strong> procedimientoen tales asuntos. Los <strong>de</strong>bates políticos ytécnicos fueron organizados por la Coordinadora <strong>de</strong>lFNT en un solo marco. Esto no impidió ni hizo inviableslos <strong>de</strong>bates internos estratégicos y <strong>de</strong> formación<strong>de</strong> los respectivos actores involucrados. Tampoco eraésta la finalidad.El hecho <strong>de</strong> que la Coordinación <strong>de</strong>l FNT <strong>de</strong>finierala arena <strong>de</strong> las discusiones y organizara su temario, suextensión y sus resultados, retiró <strong>de</strong>l ambiente políticola posibilidad <strong>de</strong> recurrir a las características comunes<strong>de</strong> disfraz que dificultan el <strong>diálogo</strong> entre los actores<strong>social</strong>es y comprometen los planteamientos comunescon mayor <strong>de</strong>nsidad política. La organización y la estructura<strong>de</strong> los <strong>de</strong>bates disminuyeron sensiblementelos espacios <strong>de</strong> los discursos encendidos, precisos enla forma y vacíos <strong>de</strong> contenido.La <strong>de</strong>finición <strong>de</strong> la agenda temática, combinadocon la coordinación <strong>de</strong> las discusiones, obligó a unplanteamiento <strong>de</strong> los trabajos absolutamente distinto.Se estableció una rutina y una continuidad <strong>de</strong> reunionesque vinculó <strong>de</strong>finitivamente a los participantes euun clima <strong>de</strong> confianza recíproca, que permitió la profundización<strong>de</strong> las discusiones. La dinámica <strong>de</strong> los trabajosconsolidó un cuerpo permanente <strong>de</strong> discusionesy <strong>de</strong>bates. Por tales motivos, no es exagerado afirmarque la experiencia <strong>de</strong>l FNT, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> el punto <strong>de</strong> vistaformal, fue muy proficua. Pero no solamente esto.El FNT, efectivamente, se consolidó como una instancia<strong>de</strong> consulta y <strong>de</strong> negociación entre las organizaciones<strong>de</strong> empleadores, <strong>de</strong> trabajadores y <strong>de</strong> representantes<strong>de</strong>l gobierno, con reconocimiento nacional ycapacidad para interferir en las políticas relativas a lasrelaciones <strong>de</strong> trabajo, especialmente en lo que atañea la Reforma Sindical, su primera fase <strong>de</strong> acción. Másaún, el Anteproyecto <strong>de</strong> Ley <strong>de</strong> Relaciones Sindicalesadopta una posición <strong>de</strong> continuidad <strong>de</strong> las instancias<strong>de</strong> Diálogo Social permanente al regular el ConsejoNacional <strong>de</strong> Relaciones <strong>de</strong> Trabajo (CNRT).Más allá <strong>de</strong> los resultados jurídico-formales, el FNTincorporó a su dinámica los siguientes aspectos esenciales,para convalidar tal dinámica como experiencia<strong>de</strong> efectivo Diálogo Social:• Realizó un examen conjunto <strong>de</strong> los problemas ycuestiones, con un intercambio activo <strong>de</strong> opiniones;• Se buscaron soluciones mediante el acuerdo;• Las autorida<strong>de</strong>s competentes acogieron las opiniones,y hubo asesoramiento técnico a las organizacionessobre las cuestiones <strong>de</strong>batidas;• Se creó un organismo nacional para tratar <strong>de</strong> materiasrelativas al trabajo, promoviendo el Convenio150 <strong>de</strong> la OIT;• Partiendo <strong>de</strong> los acuerdos se presentaron solucioneslegislativas;• El proceso <strong>de</strong> consulta promueve la aplicación <strong>de</strong>lConvenio 144 <strong>de</strong> la OIT;• El gobierno fe<strong>de</strong>ral adoptó medidas <strong>de</strong> concretización<strong>de</strong> la legislación indicada por el FNT;• Los resultados propuestos favorecen y hacenavanzar el <strong>diálogo</strong> entre trabajadores y empleadoresen las relaciones concretas.El objetivo <strong>de</strong> este trabajo es el <strong>de</strong> recoger, sistematizary poner a disposición <strong>de</strong> todos los interesadosla historia <strong>de</strong> los hechos, los fundamentos y los doc<strong>um</strong>entosrelativos al FNT. Para alcanzar tal objetivo,el doc<strong>um</strong>ento será estructurado siguiendo tres pasos:100 Logros y Desafíos <strong>de</strong> un Proceso <strong>de</strong> Diálogo Social: Reflexiones <strong>de</strong> los Actores para el Futuro


INTRODUCCIÓNESPAÑOLprimero, con la i<strong>de</strong>ntificación <strong>de</strong> las bases institucionales<strong>de</strong>l FNT y las iniciativas <strong>de</strong> reforma <strong>de</strong>l período<strong>de</strong>mocrático (Post-Constitución <strong>de</strong> 1988); segundo,con la <strong>de</strong>scripción <strong>de</strong>l FNT y sus planteamientos; y,tercero, con la visión <strong>de</strong> los actores <strong>social</strong>es acerca<strong>de</strong>l FNT.En este sentido, se presentarán las bases institucionales<strong>de</strong>l <strong>de</strong>recho sindical y <strong>de</strong>l trabajo en la <strong>de</strong>mocratizaciónbrasileña; el paradigma <strong>de</strong> las ReformasSindical y Laboral en los gobiernos <strong>de</strong>mocráticos; elFNT en sus fundamentos, estructura, composición yconsensos; la puesta en marcha <strong>de</strong> sus <strong>de</strong>cisiones; lavisión <strong>de</strong> los actores <strong>social</strong>es; y, finalmente, los resultados<strong>de</strong> la experiencia.El presente análisis se basa en los doc<strong>um</strong>entosoficiales, las entrevistas y los testimonios prestadospor los actores <strong>social</strong>es a la Coordinación <strong>de</strong>l FNT concarácter oficial.Logros y Desafíos <strong>de</strong> un Proceso <strong>de</strong> Diálogo Social: Reflexiones <strong>de</strong> los Actores para el Futuro101


ESPAÑOLBASES INSTITUCIONALES DEL DERECHO SINDICAL Y DEL TRABAJO EN LA DEMOCRACIA BRASILEÑA2. BASES INSTITUCIONALES DEL DERECHO SINDICAL Y DELTRABAJO EN LA DEMOCRACIA BRASILEÑALa Constitución Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> 1988 es el marco institucional<strong>de</strong> transición para la <strong>de</strong>mocracia en el Brasil.Des<strong>de</strong> su promulgación, innegablemente, las disposiciones<strong>de</strong> la Constitución ocupan el centro <strong>de</strong> la mayorparte <strong>de</strong> los <strong>de</strong>bates políticos, <strong>social</strong>es, económicos yjurídicos <strong>de</strong>l País, atestiguada incluso por el elevadonúmero <strong>de</strong> Enmiendas a la Constitución en el curso <strong>de</strong>estos años <strong>de</strong> vigencia.El proceso <strong>de</strong> re-<strong>de</strong>mocratización nacional vividoal final <strong>de</strong> la década <strong>de</strong>l ‘80, sin embargo, no se extendióplenamente al ámbito <strong>de</strong> las relaciones <strong>de</strong> trabajo.No obstante los innegables avances institucionales ypolíticos, la Constitución Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> 1988 no transformósubstancialmente la dinámica <strong>de</strong>l sistema fundadoen la primacía <strong>de</strong>l corporativismo tanto sindical como<strong>social</strong>, <strong>de</strong>finidos en los años ‘30 <strong>de</strong>l siglo pasado.Las normas constitucionales más relevantes concernientesal sistema <strong>de</strong> relaciones <strong>de</strong> trabajo son losartículos 7º (<strong>de</strong>rechos <strong>de</strong> los trabajadores urbanos yrurales), 8º (libertad <strong>de</strong> asociación profesional o sindical),9º (<strong>de</strong>recho <strong>de</strong> huelga), 10º (participación <strong>de</strong> lostrabajadores y los empleadores en los órganos colegiados<strong>de</strong> los órganismos públicos relacionados a interesesprofesionales y previsionales), 11º (representante<strong>de</strong>l personal en las empresas con más <strong>de</strong> doscientosempleados), 37º, VI (libertad <strong>de</strong> asociación sindical <strong>de</strong>lservidor público civil), 37º, VII (<strong>de</strong>recho <strong>de</strong> huelga enlos términos <strong>de</strong> la legislación específica <strong>de</strong>l servidorpúblico civil), 39º, § 3º (extensión <strong>de</strong> algunos <strong>de</strong>rechos<strong>de</strong> los trabajadores urbanos y rurales a ocupar un cargopúblico) y art. 114º (competencia <strong>de</strong> la Justicia <strong>de</strong>lTrabajo para conciliar y juzgar divergencias individualesy colectivas).Con la intención <strong>de</strong> mejorar la condición <strong>social</strong> <strong>de</strong>los trabajadores urbanos y rurales, como parte <strong>de</strong>l Capítulo<strong>de</strong> los Derechos Sociales, el artículo 7º <strong>de</strong> laConstitución Fe<strong>de</strong>ral consagró <strong>de</strong>rechos en treinta ycuatro incisos y un parágrafo, siendo la mayor parte<strong>de</strong> ellos <strong>de</strong>rivada, por un lado, <strong>de</strong> la negociación coletiva─ consi<strong>de</strong>rablente fortalecida a comienzos <strong>de</strong> ladécada <strong>de</strong>l ‘80 ─ y, por el otro, <strong>de</strong> la actualización <strong>de</strong>antiguas prescripciones normativas infraconstitucionales.Las innnovaciones materiales, realmente, fueronpocas. Entre ellas, sin duda alguna, la relación <strong>de</strong> trabajoprotegida contro el <strong>de</strong>spido arbitrario, o sea sinjusta causa, es la más consistente. La gran transformaciónestructural —y <strong>de</strong> enorme repercusión interpretativa—,más relacionada a los <strong>de</strong>rechos individuales<strong>de</strong>l trabajo, se dio con el paso <strong>de</strong> los <strong>de</strong>rechos<strong>de</strong> los trabajadores ─tradicionalmente mencionadosen las Constituciones brasileñas <strong>de</strong> forma genérica y<strong>de</strong>stinados a orientar la elaboración <strong>de</strong> la legislaciónordinaria─, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> el capítulo <strong>de</strong>l Or<strong>de</strong>n Económico ySocial al capítulo <strong>de</strong> los Derechos Sociales, como verda<strong>de</strong>rosDerechos H<strong>um</strong>anos Fundamentales <strong>de</strong> segundamagnitud, dispuestos para alcanzar el principio<strong>de</strong> igualdad mediante la directriz esencial <strong>de</strong> la mejora<strong>de</strong> la condición <strong>social</strong> <strong>de</strong> los trabajadores urbanos yrurales.El <strong>de</strong>recho sindical, sin embargo, se reveló contradictorio,y por lo tanto inoperante <strong>de</strong>s<strong>de</strong> el punto <strong>de</strong>vista <strong>de</strong>l Diálogo Social, <strong>de</strong> la <strong>de</strong>mocratización <strong>de</strong> lasrelaciones <strong>de</strong> trabajo y <strong>de</strong>l fortalecimiento <strong>de</strong> las negociacionescolectivas.Los instr<strong>um</strong>entos más explícitos <strong>de</strong> la intervenciónestatal restrictiva <strong>de</strong> la libertad y <strong>de</strong> la autonomía sindicalesfueron eliminados mediante la consagración<strong>de</strong> una particularísima configuración <strong>de</strong>l principio <strong>de</strong>la libre asociación sindical. En este sentido, permanecieronlos soportes <strong>de</strong>l sistema estructurado a partir<strong>de</strong>l Decreto 19.770/31, específicamente: la unicidadsindical con especial énfasis en el encuadramientosindical por categorias económica , profesional yprofesional diferenciada y en el ámbito municipal <strong>de</strong>Unidad sindical impuesta por ley, con referencia en la organización simétricaentre trabajadores y empleadores por medio <strong>de</strong> las correspondientescategorías económicas y profesionales en la misma representacióngeográfica.“La solidaridad <strong>de</strong> intereses económicos <strong>de</strong> los que empren<strong>de</strong>n activida<strong>de</strong>sidénticas, similares o conexas, constituye el vínculo <strong>social</strong> básicoque se <strong>de</strong>nomina categoría económica” (§ 1º <strong>de</strong>l art. 511 <strong>de</strong> la CLT).“La similitud <strong>de</strong> condiciones <strong>de</strong> vida originada por la profesión o trabajoen común, en situación <strong>de</strong> empleo en la misma actividad económica oen activida<strong>de</strong>s económicas similares o conexas, constituye la expresión<strong>social</strong> elemental entendida como categoría profesional” (§ 2º <strong>de</strong>l art. 511<strong>de</strong> la CLT).“Categoría profesional diferenciada es la conformada por los empleadosque ejercen profesiones o funciones diferenciadas <strong>de</strong>bido al estatutoprofesional especial o como consecuencia <strong>de</strong> condiciones <strong>de</strong> vida singulares”(§ 3º <strong>de</strong>l art. 511 <strong>de</strong> la CLT).102 Logros y Desafíos <strong>de</strong> un Proceso <strong>de</strong> Diálogo Social: Reflexiones <strong>de</strong> los Actores para el Futuro


BASES INSTITUCIONALES DEL DERECHO SINDICAL Y DEL TRABAJO EN LA DEMOCRACIA BRASILEÑAESPAÑOLrepresentación; el sistema confe<strong>de</strong>rativo oficial ; lacontribuciónl sindical obligatoria <strong>de</strong>svinculada <strong>de</strong> lafiliación sindical; y el po<strong>de</strong>r normativo <strong>de</strong> la Justicia <strong>de</strong>lTrabajo . A<strong>de</strong>más <strong>de</strong> esto, se creó otra contribución(confe<strong>de</strong>rativa), <strong>de</strong>svinculada <strong>de</strong> contrapartidas sindicalesen relación con sus representados.El equívoco <strong>de</strong> la referida alteración es patente.A<strong>de</strong>más <strong>de</strong> no ayudar a la construcción <strong>de</strong> un nuevopatrón organizativo, fundado en la autonomía y lalibertad sindicales, mantuvo las centrales sindicales(organismos <strong>de</strong> representación sindical nacional porencima <strong>de</strong> las representaciones por rama <strong>de</strong> actividad,sector económico y categoría) fuera <strong>de</strong> la esfera sindical,como meras asociaciones civiles sin prerrogativassindicales, y llevó a la exacerbación <strong>de</strong> los aspectosmás <strong>de</strong>letéreos <strong>de</strong>l <strong>de</strong>recho sindical <strong>de</strong> matriz corporativista.Con ello, provocó, entre otros factores perniciosospara el Diálogo Social, el crecimiento artificial y meramenteformal <strong>de</strong> sindicatos con representación municipaly totalmente <strong>de</strong>svinculada <strong>de</strong>l sistema productivo;la <strong>de</strong>sorganización absoluta <strong>de</strong>l proceso <strong>de</strong> encuadramiento,fusión y <strong>de</strong>smembramiento <strong>de</strong> las entida<strong>de</strong>ssindicales; la pulverización <strong>de</strong> los sindicatos <strong>de</strong>l sectorpúblico y <strong>de</strong>l sector privado; el <strong>de</strong>bilitamiento <strong>de</strong>los procesos <strong>de</strong> negociación colectiva; y el a<strong>um</strong>entogeométrico <strong>de</strong> conflictos judiciales sobre la legitimidad<strong>de</strong> representación sindical.La mayor evi<strong>de</strong>ncia institucional <strong>de</strong> la inalterabilidad<strong>de</strong>l sistema es el mantenimiento integral <strong>de</strong> laestructura <strong>de</strong> la negociación colectiva y <strong>de</strong> las formas<strong>de</strong> solución <strong>de</strong> los conflictos colectivos <strong>de</strong> trabajo. Elart. 114 <strong>de</strong> la Constitución mantuvo el po<strong>de</strong>r normativoSistema sindical cerrado en la organización piramidal, con sindicatosorganizados por categorías en el primer grado (con filiación directa <strong>de</strong>trabajadores y titularidad <strong>de</strong> la negociación), fe<strong>de</strong>raciones <strong>de</strong> sindicatosen el segundo grado, <strong>de</strong> ámbito estatal, inter-estatal o nacional, <strong>de</strong>stinadasbásicamente a la mera representación sindical, y confe<strong>de</strong>racionesen el tercer grado, <strong>de</strong> ámbito nacional, agregadas por rama <strong>de</strong> actividad(industria, comercio, transportes, comunicación y publicidad, empresas<strong>de</strong> crédito, educación y cultura, profesionales liberales), orientadas a larepresentación sindical.Sistema obligatorio <strong>de</strong> financiación <strong>de</strong> las organizaciones sindicales,recaudado anualmente por las empresas mediante el <strong>de</strong>scuento (en elcaso <strong>de</strong> las entida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> trabajadores) <strong>de</strong> un porcentaje <strong>de</strong> los salarios<strong>de</strong> los trabajadores, recogido junto con la Caja Económica Fe<strong>de</strong>ral, quedistribuye directamente al sistema confe<strong>de</strong>rativo (60% sindicatos, 15%fe<strong>de</strong>raciones, 5% confe<strong>de</strong>raciones) y al Ministerio <strong>de</strong>l Trabajo para lacuenta <strong>de</strong>l seguro <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempleo (20%). El aporte <strong>de</strong> los empleadoreses pagado directamente por las empresas, con referencia porcentual alcapital <strong>social</strong>.Po<strong>de</strong>r para solucionar los conflictos colectivos <strong>de</strong> trabajo y crear normas<strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> los límites <strong>de</strong>l or<strong>de</strong>namiento jurídico, mediante iniciativa unilateral<strong>de</strong> los actores.<strong>de</strong> la Justicia <strong>de</strong>l Trabajo ─ solución jurisdiccional obligatoria10 .El <strong>de</strong>recho <strong>de</strong> huelga fue asegurado ampliamenteen la Constitución Fe<strong>de</strong>ral, correspondiendo a los trabajadores<strong>de</strong>cidir sobre la oportunidad <strong>de</strong> ejercerlo ysobre los intereses que <strong>de</strong>ban <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r por medio <strong>de</strong>él. La <strong>de</strong>finición <strong>de</strong> los servicios o activida<strong>de</strong>s esenciales,la atención a las necesida<strong>de</strong>s impostergables<strong>de</strong> la comunidad, así como la responsabilidad por loseventuales abusos cometidos en el ejercicio <strong>de</strong>l <strong>de</strong>recho<strong>de</strong> huelga fueron <strong>de</strong>legadas a la ley ordinaria.La legislación ordinaria (Ley nº 7.783, <strong>de</strong> 28 <strong>de</strong> julio<strong>de</strong> 1989) limitó consi<strong>de</strong>rablemente el ámbito y elalcance <strong>de</strong> la norma constitucional. Hasta el momento,no han sido plenamente <strong>de</strong>finidos los servicios y activida<strong>de</strong>sesenciales. La jurispru<strong>de</strong>ncia se encarga <strong>de</strong>cuidar ─ bajo críticas pertinentes ─ <strong>de</strong> las necesida<strong>de</strong>s<strong>de</strong> la comunidad.En este escenario, pocos efectos produjeron losartículos 10 y 11 <strong>de</strong> la Constitución Fe<strong>de</strong>ral, que aseguran,respectivamente, la participación <strong>de</strong> los trabajadoresy los empleadores en los órganos colegiados<strong>de</strong> los organismos públicos en los que sus interesesprofesionales o previsionales sean objeto <strong>de</strong> discusióny <strong>de</strong>liberación, y la elección, en las empresas con más<strong>de</strong> doscientos empleados, <strong>de</strong> un representante <strong>de</strong> éstoscon la finalidad exclusiva <strong>de</strong> promover el entendimientodirecto con los empleadores, sin, en cualquiercaso, prerrogativa alguna <strong>de</strong> representación colectiva.Las aludidas contradicciones, sin embargo, presentanespeciales perfiles en relación con los servidorespúblicos. El legislador constituyente, en buenahora, aseguró la libertad <strong>de</strong> asociación sindical a losservidores públicos, <strong>de</strong>l mismo modo que les posibilitóel ejercicio <strong>de</strong>l <strong>de</strong>recho <strong>de</strong> huelga en los términos <strong>de</strong>la ley. Nada mencionó, sin embargo, sobre la negociacióncolectiva. No fueron pocos los que, en razón <strong>de</strong>esa omisión, <strong>de</strong>fendieron y aún <strong>de</strong>fien<strong>de</strong>n la tesis <strong>de</strong>que a los servidores públicos no les asiste el <strong>de</strong>rechoa la negociación colectiva.La mayor parte <strong>de</strong> esta polémica pue<strong>de</strong> ser resueltacon el régimen jurídico <strong>de</strong> los servidores públicos,siendo parcialmente superada con la Enmienda Constitucional19, <strong>de</strong> 4 <strong>de</strong> junio <strong>de</strong> 1998. Todavía faltan los10 Ni siquiera la Enmienda Constitucional (EC) n° 45, <strong>de</strong> 8 <strong>de</strong> diciembre <strong>de</strong>2004, que exige el común acuerdo <strong>de</strong> las partes para la instauración <strong>de</strong>los Reclamos Colectivos, impi<strong>de</strong> que la jurispru<strong>de</strong>ncia continúe todavíaa atribuirle el carácter <strong>de</strong> solución obligatoria.Logros y Desafíos <strong>de</strong> un Proceso <strong>de</strong> Diálogo Social: Reflexiones <strong>de</strong> los Actores para el Futuro103


ESPAÑOLBASES INSTITUCIONALES DEL DERECHO SINDICAL Y DEL TRABAJO EN LA DEMOCRACIA BRASILEÑAcriterios <strong>de</strong> encuadramiento <strong>de</strong> los servidores en losrespectivos regímenes jurídicos. Pero no solamenteesto.El <strong>de</strong>recho sindical <strong>de</strong> los servidores públicos encuentravarios obstáculos ─ sensiblemente agravadospor el hecho <strong>de</strong> la prohibición <strong>de</strong> esos <strong>de</strong>rechos anteriormentea la Constitución <strong>de</strong> 1988 ─ que <strong>de</strong>ben sersuperados para que las relaciones colectivas en esaárea sean efectivas y, por consiguiente, un verda<strong>de</strong>roinstr<strong>um</strong>ento <strong>de</strong>l Diálogo Social.Observadas las especificida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>l régimen jurídicopropio, cuestiones como la representación <strong>de</strong> losservidores <strong>de</strong> la Administración Pública, la in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ncia<strong>de</strong> las organizaciones respecto <strong>de</strong> las autorida<strong>de</strong>spúblicas, la protección <strong>de</strong> las organizaciones<strong>de</strong> servidores públicos contra actos <strong>de</strong> injerencia <strong>de</strong> laautoridad pública, la protección <strong>de</strong> los servidores públicoscontra actos anti-sindicales, las facilida<strong>de</strong>s a serconcedidas a las organizaciones <strong>de</strong> los servidores <strong>de</strong>acuerdo con las líneas directrices ofrecidas por el Convenio151 <strong>de</strong> la OIT, las formas <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminación <strong>de</strong>las condiciones <strong>de</strong> trabajo, la solución <strong>de</strong> los conflictoscolectivos <strong>de</strong> trabajo y la reglamentación <strong>de</strong>l <strong>de</strong>recho<strong>de</strong> huelga son esenciales para garantizar la efectividad<strong>de</strong>l <strong>de</strong>recho sindical en el sector público.Este último aspecto es muy importante. Después<strong>de</strong> las huelgas <strong>de</strong> los últimos años y el reciente pronunciamiento<strong>de</strong>l Supremo Tribunal Fe<strong>de</strong>ral (STF) enel sentido <strong>de</strong> condicionar el <strong>de</strong>recho a una reglamentaciónespecífica, se envió al Congreso Nacional unproyecto <strong>de</strong> ley con miras a reglamentar el Derecho <strong>de</strong>huelga en el servicio público. El aludido proyecto aúnno ha sido votado.El actual sistema brasileño <strong>de</strong> relaciones <strong>de</strong> trabajo,portanto, en el sector privado resulta <strong>de</strong> la combinación<strong>de</strong>l conjunto normativo laboral y sindical consagradopara consolidar la opción corporativista sindical <strong>de</strong> ladécada <strong>de</strong>l ‘30 <strong>de</strong>l siglo pasado, mediante la actualizacióntemporal promovida por el art. 7º <strong>de</strong> la ConstituciónFe<strong>de</strong>ral, y los recortes sindicales visiblemente liberalizantes(sin afectar la esencia original); y, en el sectorpúblico, resulta <strong>de</strong> una transición sin una directriz específica<strong>de</strong> la tecnocracia, también con un enfoque <strong>de</strong>lsiglo pasado y mitigada con los ‘afinamientos’ propios<strong>de</strong> la “privatización” <strong>de</strong>l servicio público impulsada enla década <strong>de</strong>l ‘70, sin la menor referencia institucionalal <strong>de</strong>recho sindical en el sector.La inconsistencia sistémica es evi<strong>de</strong>nte, potencialy proporcionalmente grave, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> el punto <strong>de</strong> vista <strong>de</strong>la consolidación <strong>de</strong>mocrática, toda vez que <strong>de</strong>viene enel imperio <strong>de</strong> las “situaciones <strong>de</strong> hecho” ─con prepon<strong>de</strong>ranciacreciente <strong>de</strong> sus efectos maléficos─ sobrelas consolidaciones institucionales.Estando así las cosas, esa peculiar y corrosiva característicaposterga in<strong>de</strong>finidamente la cristalización<strong>de</strong> los espacios <strong>de</strong> efectiva ciudadanía en las relaciones<strong>de</strong> trabajo. Alterar este escenario institucional sehizo imprescindible. Las Reformas Sindical y Laboralson los instr<strong>um</strong>entos <strong>de</strong>l cambio. La urgencia requeridaresulta <strong>de</strong> la necesidad imperiosa <strong>de</strong> hacer que lasnormas y las instituciones reguladoras <strong>de</strong>l trabajo y <strong>de</strong>las relaciones <strong>de</strong> trabajo sean compatibles con la nuevarealidad política, económica, productiva y <strong>social</strong>, y<strong>de</strong> consolidar la <strong>de</strong>mocracia participativa en el País.104 Logros y Desafíos <strong>de</strong> un Proceso <strong>de</strong> Diálogo Social: Reflexiones <strong>de</strong> los Actores para el Futuro


LA AGENDA DE LAS REFORMAS SINDICAL Y LABORALESPAÑOL3. LA AGENDA DE LAS REFORMAS SINDICAL Y LABORALLa re-<strong>de</strong>mocratización brasileña comenzó con elgobierno <strong>de</strong> transición <strong>de</strong> José Sarney (1985-1989).En aquel período, fue convocada la Asamblea NacionalConstituyente (1986) y se promulgó la nuevaConstitución Fe<strong>de</strong>ral (1988). El Gobierno José Sarneyse preocupó <strong>de</strong> la agenda política. La agenda <strong>de</strong> lasReformas Sindical y Laboral sería objeto <strong>de</strong> la actuación<strong>de</strong> los gobiernos posteriores.En el período <strong>de</strong>l Gobierno Collor <strong>de</strong> Mello (1990-1992), fueron enviados al Congreso Nacional dos proyectos<strong>de</strong> ley para reglamentar la Organización Sindicaly la Negociación Colectiva.La tónica <strong>de</strong> ambos fue <strong>de</strong>finir los patrones “aceptables”para la organización <strong>de</strong> los sindicatos y <strong>de</strong> laestructura <strong>de</strong> la negociación colectiva, preservandoíntegramente tanto la i<strong>de</strong>a fundamental <strong>de</strong> herir la autonomíasindical como el innegable conformismo conel sistema sindical anterior. El movimiento fue una tentativafrustrada <strong>de</strong> “pasar una mano <strong>de</strong> barniz” sobreel viejo mo<strong>de</strong>lo y mantenerlo en su esencia, aunquevitalizado en el sentido <strong>de</strong> impedir la “creación <strong>de</strong>scontrolada”<strong>de</strong> entida<strong>de</strong>s sindicales. En realidad, por esemedio se buscó reorganizar las bases corporativistassindicales, sensiblemente agitadas con la prohibición<strong>de</strong> toda “intervención e interferencia estatal”, aseguradapor el artículo 8º <strong>de</strong> la Constitución Fe<strong>de</strong>ral.Los mencionados proyectos no galvanizaron los<strong>de</strong>bates. A<strong>de</strong>más, el fuerte rechazo <strong>de</strong>l movimientosindical más organizado fue vital para relegarlos al rincón<strong>de</strong>l olvido.El Gobierno Itamar Franco (1992-1994) as<strong>um</strong>ióuna postura diferente y organizó un Foro Nacional <strong>de</strong>Relaciones <strong>de</strong> Trabajo para elaborar un diagnóstico<strong>de</strong> las relaciones <strong>de</strong> trabajo en el Brasil y sugerir modificacionespara valorizar la negociación colectiva ymodificar nuestro sistema <strong>de</strong> relaciones <strong>de</strong> trabajo. Serealizó el diagnóstico, pero la finalización <strong>de</strong>l gobiernohizo inviables los necesarios <strong>de</strong>sarrollos. Todavíaen esa época se lanzó la más significativa iniciativadirigida a reglamentar la prohibición <strong>de</strong>l <strong>de</strong>spido arbitrarioo sin justa causa, mediante la ratificación <strong>de</strong>lConvenio nº 158 <strong>de</strong> la OIT.El primer Gobierno Fernando Henrique Cardoso(FHC) [1995-1998], bajo fundamentos jurídicos hastahoy día contestados, <strong>de</strong>nunció el Convenio nº 158,impidiendo así la generación <strong>de</strong> los correspondientesefectos jurídicos en el ámbito nacional, e inició el proceso─políticamente victorioso al final─ <strong>de</strong> vinculación<strong>de</strong>l sistema <strong>de</strong> relaciones <strong>de</strong> trabajo con la necesidad<strong>de</strong> ofrecer alternativas normativas ─ vía la <strong>de</strong>sregulacióny la reducción <strong>de</strong>l expectro <strong>de</strong> la protección <strong>de</strong>los <strong>de</strong>rechos laborales ─ para disminuir los efectos <strong>de</strong>la precarización <strong>de</strong>l empleo y <strong>de</strong>l a<strong>um</strong>ento <strong>de</strong>l <strong>de</strong>sempleo.La fragilidad <strong>de</strong> los apoyos a las propuestas <strong>de</strong> ReformaSindical fue <strong>de</strong>cisiva para que el segundo GobiernoFHC (1999-2002) cambiara el enfoque <strong>de</strong> susalternativas para las relaciones <strong>de</strong> trabajo. La libertadsindical, a pesar <strong>de</strong> la elaboración <strong>de</strong> una EnmiendaConstitucional al final <strong>de</strong>l gobierno, pasó a un segundoplano. Se puso el énfasis en las medidas <strong>de</strong> flexibilización<strong>de</strong> los patrones normativos vigentes. Se manteníano obstante el discurso <strong>de</strong> la “valorización <strong>de</strong> los sindicatosy <strong>de</strong> la negociación colectiva”, inconsecuentefrente a la permanencia <strong>de</strong> las restricciones a la libertadsindical contenidas en la Constitución 11 .La elección <strong>de</strong> Luís Inácio Lula da Silva a la Presi<strong>de</strong>ncia<strong>de</strong> la República invirtió nuevamente el foco <strong>de</strong>las discusiones a favor <strong>de</strong> la Libertad Sindical segúnlos patrones consagrados en todos los instr<strong>um</strong>entosnormativos pertinentes <strong>de</strong> la Organización Internacional<strong>de</strong>l Trabajo.El Gobierno Lula (2003-2006) anheló conducir unamplio <strong>de</strong>bate sobre la reforma <strong>de</strong>l sistema nacional<strong>de</strong> relaciones <strong>de</strong> trabajo y el fortalecimiento <strong>de</strong>l DiálogoSocial. El proceso fue articulado para promovermodificaciones estructurales ten<strong>de</strong>ntes a:• Promover la <strong>de</strong>mocratización <strong>de</strong> las relaciones <strong>de</strong>trabajo por medio <strong>de</strong> la adopción <strong>de</strong> un sistema <strong>de</strong>organización inspirado en la libertad y autonomíasindicales preconizadas en todos los instr<strong>um</strong>entosnormativos <strong>de</strong> la Organización Internacional <strong>de</strong>lTrabajo sobre el tema;• Actualizar la legislación <strong>de</strong>l trabajo y hacerla máscompatible con las nuevas exigencias <strong>de</strong>l <strong>de</strong>sarrollonacional y las características actuales <strong>de</strong>l mercadoy <strong>de</strong> las relaciones <strong>de</strong> trabajo;11 El punto culminante <strong>de</strong> ese proceso se dio con el proyecto <strong>de</strong> ley queaseguraba la “prevalencia <strong>de</strong> lo negociado sobre lo legislado” sin ningúnlímite, articulación o regla procedimental <strong>de</strong> relación entre las fuentesnormativas y las fuentes provenientes <strong>de</strong> la autonomía colectiva <strong>de</strong> losparticulares.Logros y Desafíos <strong>de</strong> un Proceso <strong>de</strong> Diálogo Social: Reflexiones <strong>de</strong> los Actores para el Futuro105


ESPAÑOLLA AGENDA DE LAS REFORMAS SINDICAL Y LABORAL• Mo<strong>de</strong>rnizar y agilizar las instituciones públicasencargadas <strong>de</strong> la regulación <strong>de</strong>l trabajo, especialmentela Justicia <strong>de</strong>l Trabajo y el Ministerio <strong>de</strong>l Trabajoy Empleo;• Fomentar el <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong>, promover el tripartismoy asegurar el primado <strong>de</strong> la justicia <strong>social</strong> en el ámbito<strong>de</strong> las leyes <strong>de</strong>l trabajo, <strong>de</strong> las prerrogativas ygarantías sindicales y <strong>de</strong> las instituciones <strong>de</strong> regulación<strong>de</strong>l trabajo.En este contexto, fue constituido el FORO NACIO-NAL DEL TRABAJO (FNT), espacio público legitimadopara la discusión y puesta en marcha <strong>de</strong> las ReformasSindical y Laboral y para la afirmación <strong>de</strong>l Diálogo Socialen el Brasil.La concepción <strong>de</strong>terminante <strong>de</strong>l FNT, por tanto, resulta<strong>de</strong> la combinación <strong>de</strong>l objeto con el método, es<strong>de</strong>cir, <strong>de</strong> la convicción <strong>de</strong> que las Reformas Sindicaly Laboral son fundamentales para la Consolidación<strong>de</strong>mocrática <strong>de</strong>l sistema brasileño <strong>de</strong> relaciones <strong>de</strong>trabajo, y <strong>de</strong> que el Diálogo Social es la mejor manera<strong>de</strong> conducirlas políticamente.De este modo, son objetivos generales <strong>de</strong>l FNT:a) Des<strong>de</strong> el punto <strong>de</strong> vista <strong>de</strong> las reformas, i<strong>de</strong>ntificary aclarar la posición <strong>de</strong> los más relevantes actores<strong>social</strong>es sobre las instituciones esenciales para la<strong>de</strong>mocratización <strong>de</strong>l sistema brasileño <strong>de</strong> relaciones<strong>de</strong> trabajo, para posibilitar la elaboración porconsenso o por iniciativa <strong>de</strong>l Gobierno Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong>proyectos <strong>de</strong> modificación constitucional o <strong>de</strong> legislacióninfra-constitucional;b) Des<strong>de</strong> el punto <strong>de</strong> vista <strong>de</strong>l <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong>, consolidarun canal tripartito permanente <strong>de</strong> discusiónpública sobre las relaciones <strong>de</strong> trabajo, como también<strong>de</strong> discusión previa sobre proyectos legislativos<strong>de</strong>l área.106 Logros y Desafíos <strong>de</strong> un Proceso <strong>de</strong> Diálogo Social: Reflexiones <strong>de</strong> los Actores para el Futuro


FORO NACIONAL DEL TRABAJOESPAÑOL4. EL FORO NACIONAL DEL TRABAJO (FNT)El FNT fue concebido para discutir y proponer solucioneslegislativas orientadas a conferir un paradigmacontemporáneo al sistema brasileño <strong>de</strong> relaciones <strong>de</strong>trabajo, especialmente a sus dimensiones <strong>de</strong> <strong>de</strong>mocraciay <strong>de</strong> dinámica económica y laboral. En estaperspectiva, la alteración <strong>de</strong>l sistema sindical brasileñofue entendida como la conexión institucional esencialpara la dinámica <strong>de</strong>l sistema brasileño <strong>de</strong> relaciones<strong>de</strong> trabajo.Es por este motivo que fueron invertidas las priorida<strong>de</strong>s<strong>de</strong> reformas, insertándose la Reforma Sindicalantes <strong>de</strong> la Laboral, frente a la constatación <strong>de</strong> que lalibertad sindical, cuya configuración es imprescindiblepara <strong>de</strong>finir el patrón o paradigma <strong>de</strong> la Reforma Laboral,es el centro dinámico <strong>de</strong>l sistema <strong>de</strong> relaciones<strong>de</strong> trabajo.A partir <strong>de</strong> tal constatación, se <strong>de</strong>finió que los movimientosinstitucionales y normativos apuntarían a:• Estimular entida<strong>de</strong>s sindicales libres y autónomas;• Consolidar el <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong>;• Promover la negociación coletiva <strong>de</strong> trabajo en todoslos niveles y ámbitos;• Conferir mayor efectividad a las leyes <strong>de</strong>l trabajo ya<strong>de</strong>cuarlas a las nuevas características <strong>de</strong>l mundo<strong>de</strong>l trabajo, <strong>de</strong> modo que se cree un ambiente máspropicio tanto para el combate contra la informalidadcomo para la generación <strong>de</strong> empleo, ocupacióne ingresos;• Alentar la ‘auto-composición’ <strong>de</strong> los conflictos laboralesy su resolución por medio <strong>de</strong> conciliación,mediación y arbitraje voluntarios;• Modificar las leyes <strong>de</strong>l proceso <strong>de</strong>l trabajo paraconferir mayor alcance, agilidad y objetividad a las<strong>de</strong>cisiones judiciales;• Asegurar el <strong>de</strong>recho sindical en toda su amplitu<strong>de</strong>n el sector público.Las modificaciones pretendidas, por tanto, señalaronclaramente que la operación iniciada con el FNTno apuntaba a una simple alteración legislativa sinconsecuencia alguna. Pero los cambios legislativos einstitucionales necesarios para la reestructuración sistémicaalcanzan ─ <strong>de</strong>s<strong>de</strong> el punto <strong>de</strong> vista normativo─ al Derecho Sindical, la Legislación <strong>de</strong>l Trabajo, elMinisterio <strong>de</strong>l Trabajo y <strong>de</strong>más órganos públicos <strong>de</strong>lPo<strong>de</strong>r Ejecutivo, la Justicia <strong>de</strong>l Trabajo e incluso normas<strong>de</strong> Derecho Procesual <strong>de</strong>l Trabajo.Por este motivo, para a<strong>um</strong>entar la confianza <strong>de</strong> losactores <strong>social</strong>es en el proceso, la trayectoria que se<strong>de</strong>rivaría <strong>de</strong> las Reformas Sindical y Laboral fue previamente<strong>de</strong>finida y <strong>de</strong>limitada por el FNT, mediante lai<strong>de</strong>ntificación <strong>de</strong> todos los Grupos Temáticos 12 y <strong>de</strong> lasfases <strong>de</strong> <strong>de</strong>sarrollo <strong>de</strong>l FNT 13 .4.1. ObjetivosEl FNT fue creado para promover el <strong>diálogo</strong> y lanegociación entre trabajadores, empleadores y gobierno,sobre las Reformas Sindical y Laboral, teniendocomo referencia la <strong>de</strong>mocratización <strong>de</strong> las relaciones<strong>de</strong> trabajo y la a<strong>de</strong>cuación <strong>de</strong> la legislación laboral alas nuevas exigencias <strong>de</strong>l <strong>de</strong>sarrollo nacional.La actualización <strong>de</strong> las leyes sindicales y laborales,así como <strong>de</strong> las instituciones que regulan el trabajo,apunta a hacerlas más compatibles con la realida<strong>de</strong>conómica, política y <strong>social</strong> <strong>de</strong>l país, <strong>de</strong> modo que seestimule la adopción <strong>de</strong> un régimen <strong>de</strong> libertad y autonomíasindical, en los términos <strong>de</strong> las normas <strong>de</strong> laOIT, y que se cree un ambiente propicio para la generación<strong>de</strong> empleos <strong>de</strong> mejor calidad y la elevación <strong>de</strong>lpatrón <strong>de</strong> ingresos <strong>de</strong> la población brasileña. Por consiguiente,a<strong>de</strong>más <strong>de</strong> fomentar el Diálogo Social y promoverel tripartismo, el movimiento <strong>de</strong> las ReformasSindical y Laboral apuntaba a asegurar la primacía <strong>de</strong>la justicia <strong>social</strong> en el ámbito <strong>de</strong> las leyes <strong>de</strong>l trabajo,<strong>de</strong> las prerrogativas y garantías sindicales y <strong>de</strong> las instituciones<strong>de</strong> regulación <strong>de</strong>l trabajo.12 GT-1. Organización Sindical; GT-2. Negociación Colectiva; GT-3. Sistema<strong>de</strong> Composición <strong>de</strong> los Conflictos; GT-4. Legislación <strong>de</strong>l Trabajo;GT-5. Organización Administrativa y Judiciaria <strong>de</strong>l Trabajo; GT-6. NormasAdministrativas sobre Condiciones <strong>de</strong> Trabajo; GT-7. Cualificacióny Certificación Profesional; GT-8. Micro y Pequeñas Empresas, Autogestióne Informalidad.13 La primera, <strong>de</strong>stinada al <strong>de</strong>bate y puesta en marcha <strong>de</strong> la reforma sindicaly laboral propiamente dicha, privilegiando la elaboración <strong>de</strong> proyectoslegislativos para posterior envío al Congreso Nacional; la segunda,orientada a asegurar la consistencia <strong>de</strong> las reformas y <strong>de</strong>l análisis <strong>de</strong>las normas específicas o especiales (Administración Pública, <strong>de</strong> los TrabajadoresRurales y <strong>de</strong> los Portuarios) y el seguimiento <strong>de</strong> los <strong>de</strong>bates<strong>de</strong> los Grupos Temáticos; la tercera, con la transformación <strong>de</strong>l FNT enConsejo Nacional <strong>de</strong> Relaciones <strong>de</strong> Trabajo, con carácter permanente.Las dos primeras fases integraron el proyecto a partir <strong>de</strong> la <strong>de</strong>cisión<strong>de</strong>l Gobierno; la tercera <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ría <strong>de</strong> la <strong>de</strong>liberación <strong>de</strong> las instanciaspropias <strong>de</strong>l FNT.Logros y Desafíos <strong>de</strong> un Proceso <strong>de</strong> Diálogo Social: Reflexiones <strong>de</strong> los Actores para el Futuro107


ESPAÑOLFORO NACIONAL DEL TRABAJOLa finalidad <strong>de</strong>l FNT fue, prepon<strong>de</strong>rantemente 14 ,la <strong>de</strong> forjar consensos —concordancia <strong>de</strong> la totalidad<strong>de</strong> sus miembros— sobre la base <strong>de</strong> la discusión yla negociación en torno a temas relativos al sistemabrasileño <strong>de</strong> relaciones <strong>de</strong> trabajo, en particular a lalegislación sindical y laboral.Alcanzados los acuerdos e i<strong>de</strong>ntificadas las divergencias,los resultados serían enviados al Ministro <strong>de</strong>lTrabajo y Empleo, para contribuir a la elaboración <strong>de</strong>proyectos legislativos <strong>de</strong> las Reformas Sindical y Laboral<strong>de</strong> carácter constitucional e infra-constitucional.4.2. Composición y estructuraEl FNT está constituido <strong>de</strong> forma tripartita y paritaria,garantizando así la participación <strong>de</strong> trabajadores,empleadores y gobierno. El FNT cuenta, incluso, conla participación <strong>de</strong> representantes <strong>de</strong> pequeñas y micro-empresasy <strong>de</strong> nuevas formas <strong>de</strong> producción responsables<strong>de</strong> la difusión <strong>de</strong> nuevas modalida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>relaciones <strong>de</strong> trabajo.La estructura <strong>de</strong>l FNT incorpora los siguientes órganos:Coordinación; Plenaria Representativa; Comisión<strong>de</strong> Sistematización; y Grupos Temáticos 15 .El flujo <strong>de</strong> los <strong>de</strong>bates se inicia en los Grupos Temáticos,a partir <strong>de</strong> la agenda <strong>de</strong> <strong>de</strong>bates 16 elaboradapor la Coordinación Técnica <strong>de</strong>l FNT, pasando por laComisión <strong>de</strong> Sistematización y terminando en la PlenariaRepresentativa.Los Grupos Temáticos son constituidos por temas,obe<strong>de</strong>ciendo a la siguiente división: organización sindical;negociación colectiva; sistema <strong>de</strong> composición<strong>de</strong> conflictos; legislación <strong>de</strong>l trabajo; organización administrativay judiciaria; normas administrativas sobrecondiciones <strong>de</strong> trabajo; calificación y certificación profesional;micro y pequeñas empresas y otras formas<strong>de</strong> trabajo.La Coordinación 17 está conformada por 7 miembros<strong>de</strong>l Ministerio <strong>de</strong>l Trabajo y Empleo.La Plenaria Representativa 18 está conformada por72 miembros, siendo 21 señalados <strong>de</strong> común acuerdopor las Centrales Sindicales <strong>de</strong> carácter nacional quegocen <strong>de</strong> reconocimiento público y <strong>de</strong> notoria representatividad,21 señalados <strong>de</strong> común acuerdo por lasentida<strong>de</strong>s empresariales <strong>de</strong> carácter nacional que gocen<strong>de</strong> reconocimiento público y <strong>de</strong> notoria representatividad,21 señalados por el Ministerio <strong>de</strong>l Trabajo yEmpleo, y 9 (nueve) señalados por el Grupo Temáticosobre Micro y Pequeñas Empresas e Informalidad,creado en el ámbito <strong>de</strong>l Consejo <strong>de</strong> Desarrollo Económicoy Social (CDES), representando diferentes formas<strong>de</strong> actividad empresarial que son responsables<strong>de</strong>l surgimiento <strong>de</strong> nuevas modalida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> relaciones<strong>de</strong> trabajo.Las bancadas <strong>de</strong> trabajadores y <strong>de</strong> empleadores,que integran la Plenaria Representativa, <strong>de</strong>bennombrar, entre sus miembros, a un Coordinador y aun Coordinador Adjunto, así como a un suplente porcada miembro efectivo <strong>de</strong> todos los órganos <strong>de</strong>l FNT.La bancada <strong>de</strong> las pequeñas y microempresas y <strong>de</strong>nuevas formas <strong>de</strong> trabajo respeta el principio <strong>de</strong> composiciónparitaria.Los miembros <strong>de</strong> la Plenaria Representativa no<strong>de</strong>ben necesariamente participar <strong>de</strong> la Comisión <strong>de</strong>Sistematización y/o <strong>de</strong> los Grupos Temáticos, pudiendoesos órganos contar con la participación <strong>de</strong> otrosmiembros señalados por las respectivas bancadas.14 Ya que, en el caso <strong>de</strong> no obtención <strong>de</strong> consensos, el Gobierno tomaposición y plantea directamente el asunto.15 Las Conferencias Estatales <strong>de</strong>l Trabajo (CETs), aunque mencionadas enlas entrevistas con los actores <strong>social</strong>es, no forman parte <strong>de</strong> los órganos<strong>de</strong>l FNT, pero sí <strong>de</strong> su programación <strong>de</strong> activida<strong>de</strong>s. Se <strong>de</strong>sarrollaronen los meses <strong>de</strong> agosto, setiembre y octubre <strong>de</strong> 2003. Fueron espaciosabiertos <strong>de</strong> <strong>de</strong>bate sobre los problemas contemporáneos <strong>de</strong>l mundo<strong>de</strong>l trabajo, privilegiando los temas <strong>de</strong> la agenda nacional. Las CETscontaron con la participación <strong>de</strong> 9.715 personas, entre representantes<strong>de</strong> trabajadores, empleadores, entida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>l área laboral y <strong>de</strong> otrossectores. Las CETs tuvieron la misma estructura organizacional <strong>de</strong>l FNT.Los eventos preparatorios <strong>de</strong> las CETs – seminarios, talleres, ciclos <strong>de</strong><strong>de</strong>bates – involucraron a más <strong>de</strong> 20 mil personas.16 Elaborada a partir <strong>de</strong> un corto texto <strong>de</strong> diagnóstico <strong>de</strong>l tema a ser discutido,seguido <strong>de</strong> preguntas o conclusiones preliminares <strong>de</strong> la bancada <strong>de</strong>l Gobierno.17 Compete a la Coordinación <strong>de</strong>l FNT: a) Coordinar y garantizar las activida<strong>de</strong>sy el buen funcionamiento <strong>de</strong>l FNT; b) Convocar las reunionesordinarias <strong>de</strong> la Plenaria Representativa, así como las reuniones extraordinarias,a su criterio o a solicitud <strong>de</strong> más <strong>de</strong> una <strong>de</strong> las bancadasrepresentativas; c) Presidir las reuniones ordinarias y extraordinarias <strong>de</strong>la Plenaria Representativa en la forma establecida en el Procedimiento;d) Convocar y presidir las reuniones <strong>de</strong> la Comisión <strong>de</strong> Sistematización;e) Convocar las reuniones <strong>de</strong> los Grupos Temáticos; f) Cuando necesario,promover mesas <strong>de</strong> negociaciones especiales sobre cuestionesrelevantes relativas a los temas en discusión; g) Nombrar a los relatores ymediadores <strong>de</strong> los Grupos Temáticos mediante consulta previa a las respectivasbancadas <strong>de</strong> los trabajadores y <strong>de</strong> los empleadores; h) Dirimirdudas relacionadas a la comprensión <strong>de</strong> artículos <strong>de</strong>l Procedimiento.18 Compete a la Plenaria Representativa: a) Proponer, sobre la base <strong>de</strong> los temasprevistos en el Procedimiento, nuevos puntos para su discusión en los GruposTemáticos; b) Analizar los Informes Preliminares <strong>de</strong> los Grupos Temáticos, asícomo el Informe Final, que será elaborado por la Comisión <strong>de</strong> Sistematización.108 Logros y Desafíos <strong>de</strong> un Proceso <strong>de</strong> Diálogo Social: Reflexiones <strong>de</strong> los Actores para el Futuro


FORO NACIONAL DEL TRABAJOESPAÑOLLa Comisión <strong>de</strong> Sistematización 19 está conformada por21 miembros, siendo 6 (seis) representantes <strong>de</strong> lostrabajadores, 6 (seis) representantes <strong>de</strong> los empleadores,6 (seis) miembros señalados por el Ministerio<strong>de</strong>l Trabajo y Empleo, y 3 (tres) miembros señaladospor el Grupo Temático sobre Micro y Pequeñas Empresase Informalidad. Los miembros <strong>de</strong> la Comisión <strong>de</strong>Sistematización y/o <strong>de</strong> los Grupos Temáticos que noparticiparan <strong>de</strong> la Plenaria Representativa no tendránasiento en el órgano.Cada Grupo Temático 20 está conformado por 18miembros, siendo 6 (seis) representantes <strong>de</strong> los trabajadores,6 (seis) representantes <strong>de</strong> los empleadores y6 (seis) representantes señalados por el Ministerio <strong>de</strong>lTrabajo y Empleo. A<strong>de</strong>más, cuenta con la ayuda <strong>de</strong>1 (un) mediador y <strong>de</strong> 1 (un) relator, señalados por laCoordinación <strong>de</strong>l FNT.Cada bancada representativa <strong>de</strong>be garantizar laparticipación <strong>de</strong> los propios representantes, o <strong>de</strong> almenos 1/3 (un tercio) <strong>de</strong> ellos, en los Grupos Temáticossobre Organización Sindical, Negociación Colectivay Sistema <strong>de</strong> Composición <strong>de</strong> Conflictos.El mismo criterio <strong>de</strong> participación <strong>de</strong>be ser adoptadopara los Grupos Temáticos sobre Legislación <strong>de</strong>lTrabajo y Normas Administrativas sobre Condiciones<strong>de</strong> Trabajo.4.3. FuncionamientoLa Plenaria Representativa se reúne en dos sesionesanuales ordinarias, y extraordinariamente cuandoes convocada por la Coordinación <strong>de</strong>l FNT. La Plenaria19 Compete a la Comisión <strong>de</strong> Sistematización: a) Acoger y evaluar contribucionesreferentes a los temas en discusión en el FNT que sean presentadaspor personalida<strong>de</strong>s e instituciones <strong>de</strong> la sociedad civil; b) Respon<strong>de</strong>rcon criterio a las propuestas presentadas al FNT por personalida<strong>de</strong>s einstituciones <strong>de</strong> la sociedad civil; c) Acoger y evaluar los informes elaboradospor las Conferencias Estatales <strong>de</strong>l Trabajo, así como el resultado<strong>de</strong> otras activida<strong>de</strong>s que fueren promovidas por las DRT; d) Sistematizary discutir los contenidos <strong>de</strong> los Informes Preliminares, buscando la ampliación<strong>de</strong> la base <strong>de</strong> consenso alcanzada por los Grupos Temáticos; e)Cuando necesario, promover mesas <strong>de</strong> negociaciones especiales sobrecuestiones relevantes relativas a los temas en discusión; f) Solicitar juntoa la Coordinación <strong>de</strong>l FNT la participación y el apoyo <strong>de</strong> técnicos <strong>de</strong> laOIT y <strong>de</strong> otras instituciones gubernamentales y/o no-gubernamentales;g) Preparar, sobre la base <strong>de</strong> las conclusiones <strong>de</strong> los Grupos Temáticos,Informes Parciales, así como el Informe Final a ser sometido a la apreciación<strong>de</strong> la Plenaria Representativa.20 Compete a los Grupos Temáticos: a) Realizar las discusiones y negociacionessobre sus respectivas agendas, sobre la base <strong>de</strong> los InformesTemáticos preparados por la Coordinación <strong>de</strong>l FNT, y <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> los plazosestablecidos en el Cronograma <strong>de</strong> Activida<strong>de</strong>s presentado por laCoordinación <strong>de</strong>l FNT, con el objetivo <strong>de</strong> forjar posiciones consensuadassobre cada una <strong>de</strong> las cuestiones apuntadas en los referidos InformesTemáticos; b) Producir un informe, <strong>de</strong>spués <strong>de</strong> cada reunión, conteniendolas cuestiones en las que se ha llegado a un consenso, así como lasdivergencias, que <strong>de</strong>berán ser <strong>de</strong>talladamente señaladas.Representativa es presidida por el Ministro <strong>de</strong>l Trabajoy Empleo. Cualquier cuestión <strong>de</strong>finida para el <strong>de</strong>bateen los órganos <strong>de</strong>l FNT sólo será consi<strong>de</strong>rada comosuperada cuando haya sido acogida por consenso porla Plenaria Representativa o cuando entre las partesse haya vuelto explícita e insalvable la falta <strong>de</strong> entendimiento.La Comisión <strong>de</strong> Sistematización se reúne ordinariamenteconforme al calendario <strong>de</strong> reuniones previamente<strong>de</strong>finido, y extraordinariamente cuando sea convocadapor la Coordinación <strong>de</strong>l FNT. Las reuniones <strong>de</strong>la Comisión <strong>de</strong> Sistematización son coordinadas porel Coordinador General <strong>de</strong>l FNT, y la Relatoría a cargo<strong>de</strong>l Asesor Técnico Especial <strong>de</strong> la Coordinación.Los Grupos Temáticos se reúnen ordinariamenteconforme al calendario previamente <strong>de</strong>finido por laCoordinación <strong>de</strong>l FNT, y extraordinariamente cuandoasí lo <strong>de</strong>cidan sus miembros, siempre y cuando sehayan respetado los plazos generales <strong>de</strong>finidos en elCronograma <strong>de</strong> Activida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>l Foro.Las discusiones relativas al tema Micro y PequeñasEmpresas y Otras Formas <strong>de</strong> Trabajo se realizanen el ámbito <strong>de</strong>l Grupo Temático <strong>de</strong>l CDES. Susconclusiones específicas sobre relaciones <strong>de</strong> trabajo,legislación laboral y organización sindical son entregadasdirectamente a la Comisión <strong>de</strong> Sistematización<strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>l plazo previsto en el calendario <strong>de</strong>l Foro.Las discusiones y los acuerdos en los GruposTemáticos cuentan con la mediación y el informe <strong>de</strong>técnicos señalados por la Coordinación <strong>de</strong>l FNT. Lasreuniones <strong>de</strong> los Grupos Temáticos son previamentepreparadas por los coordinadores <strong>de</strong> las respectivasbancadas. Esas reuniones preparatorias apuntan a: a)evaluar la reunión anterior; b) precisar las cuestionespolémicas, objetivando así las discusiones; c) <strong>de</strong>finir lametodología y las pautas y el tiempo <strong>de</strong> duración <strong>de</strong> lareunión.Cada Grupo Temático cuenta con una agenda <strong>de</strong><strong>de</strong>bates sobre los asuntos previstos. Las reunionesgeneran los Informes Preliminares, que son aprobadosen la reunión subsiguiente. No hay límite para la inscripción<strong>de</strong> asesores <strong>de</strong> las bancadas representativas.Sin embargo, <strong>de</strong> los asesores inscritos, solamente 3(tres) <strong>de</strong> cada bancada son acreditados para el GrupoTemático, así como para las reuniones <strong>de</strong> la Comisión<strong>de</strong> Sistematización. Durante las discusiones los asesoresno tienen <strong>de</strong>recho <strong>de</strong> voz.Logros y Desafíos <strong>de</strong> un Proceso <strong>de</strong> Diálogo Social: Reflexiones <strong>de</strong> los Actores para el Futuro109


ESPAÑOLFORO NACIONAL DEL TRABAJO4.4. AcuerdosDespués <strong>de</strong> doce meses <strong>de</strong> trabajo, la Plenaria <strong>de</strong>Representantes aprobó la relación <strong>de</strong> acuerdos alcanzadosen los <strong>de</strong>bates <strong>de</strong> los Grupos Temáticos y <strong>de</strong>la Comisión <strong>de</strong> Sistematización que servirían <strong>de</strong> basepara la elaboración <strong>de</strong> la Propuesta <strong>de</strong> Enmienda a laConstitución y <strong>de</strong>l Anteproyecto <strong>de</strong> Ley <strong>de</strong> RelacionesSindicales.Los acuerdos fueron presentados por tema específico,sobre la base <strong>de</strong> las siguientes premisas:• El sistema sindical <strong>de</strong>be inspirarse en la representatividadcomprobada o <strong>de</strong>rivada, <strong>de</strong> acuerdo acriterios objetivos;• Las organizaciones sindicales serán constituidassobre la base <strong>de</strong> criterios <strong>de</strong> encuadramiento porsector económico y rama <strong>de</strong> actividad económica;• El sistema <strong>de</strong>be fortalecer las centrales sindicalesy las confe<strong>de</strong>raciones <strong>de</strong> empleadores como entida<strong>de</strong>snacionales.En esta oportunidad, en razón <strong>de</strong> los objetivos <strong>de</strong>ltrabajo, serán presentados tan sólo los acuerdos másrelevantes.4.4.1. Organización sindicalDebido a la opción por la reforma <strong>de</strong>l sistema sindicalen vigor, los consensos concernientes a la organizaciónsindical contaron con una <strong>de</strong>finición esencial,relativa a la necesidad <strong>de</strong> una legislación sindical paradiseñar el formato <strong>de</strong>l nuevo sistema propuesto, sinagredir, no obstante, las garantías constitucionales <strong>de</strong>no-interferencia o intervención en la organización sindical.A partir <strong>de</strong> esta <strong>de</strong>cisión, se <strong>de</strong>finieron también loslineamientos genéricos para señalar el norte a la normasugerida:• La ley <strong>de</strong>be garantizar la personalidad sindical alas entida<strong>de</strong>s que integran, en sus diferentes nivelesy ámbitos <strong>de</strong> representación, el sistema sindical;• La ley <strong>de</strong>be establecer las prerrogativas y atribuciones<strong>de</strong> las entida<strong>de</strong>s sindicales;• La ley <strong>de</strong>be establecer criterios objetivos para verificarla representatividad, sobre cuya base seráconferida la personalidad sindical;• La ley <strong>de</strong>be consagrar la prevención <strong>de</strong> los actosanti-sindicales.A continuación, los consensos fueron firmados enrazón <strong>de</strong> los temas <strong>de</strong> mayor repercusión práctica parala gestión sindical cotidiana, como es el caso <strong>de</strong> la:Estructura y ámbito <strong>de</strong> representación• Las entida<strong>de</strong>s sindicales serán constituidas comoinstituciones <strong>de</strong> ámbito nacional (centrales sindicalesy confe<strong>de</strong>raciones por sector económico),estatal (fe<strong>de</strong>raciones por rama <strong>de</strong> actividad económica)y municipal (sindicatos por rama <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>conómica);• Correspon<strong>de</strong> a cada central sindical o confe<strong>de</strong>ración<strong>de</strong> empleadores <strong>de</strong>finir la organización <strong>de</strong> susistema, pudiendo existir fe<strong>de</strong>raciones nacionalese interestatales, a<strong>de</strong>más <strong>de</strong> sindicatos nacionales,interestatales, estatales, intermunicipales y municipales;• Ya no podrán ser constituidas entida<strong>de</strong>s sindicalespor categorías diferenciadas;• Las centrales sindicales serán constituidas sobrela base <strong>de</strong> los criterios establecidos en la ley 21 ;• Podrán crearse confe<strong>de</strong>raciones, fe<strong>de</strong>raciones ysindicatos in<strong>de</strong>pendientes <strong>de</strong> las centrales sindicales,siempre que c<strong>um</strong>plan con los criterios establecidosen la ley;• Las confe<strong>de</strong>raciones <strong>de</strong> empleadores serán constituidassobre la base <strong>de</strong> los criterios establecidosen la ley 22 .Exclusividad <strong>de</strong> representación• Será garantizada la exclusividad <strong>de</strong> representacióna los sindicatos con registro anterior a la nuevalegislación, siempre y cuando c<strong>um</strong>plan con losrequisitos legales 23 ;• Los sindicatos con representatividad <strong>de</strong>rivada no21 a) Tener representación en al menos 18 Estados <strong>de</strong> la Fe<strong>de</strong>ración, enlas 5 regiones <strong>de</strong>l País; b) En 12 Estados tener, al menos, 15% <strong>de</strong> sindicalizadossobre el total <strong>de</strong> los trabajadores empleados en cada uno<strong>de</strong> esos Estados; c) Tener al menos 22% <strong>de</strong> sindicalización sobre eltotal <strong>de</strong> trabajadores empleados en las bases <strong>de</strong> representación <strong>de</strong> sussindicatos; d.) En al menos 7 sectores económicos tener, como mínimo,15% <strong>de</strong> sindicalizados sobre el total <strong>de</strong> los trabajadores empleados encada uno <strong>de</strong> esos sectores.22 a) Tener representación en al menos 18 Estados <strong>de</strong> la Fe<strong>de</strong>ración, en las5 regiones <strong>de</strong>l País; b) En 12 Estados tener, al menos, 20% <strong>de</strong> sindicalizacióncorrespondiente a las bases <strong>de</strong> representación <strong>de</strong> sus sindicatos;c) En al menos 18 Estados tener entre sus sindicalizados a empresasque correspondan, como mínimo, al 20% <strong>de</strong>l total <strong>de</strong>l capital <strong>social</strong> <strong>de</strong>las empresas <strong>de</strong> su base <strong>de</strong> representación; d) En al menos 18 Estadostener entre sus sindicalizados a empresas que empleen, como mínimo, al20% <strong>de</strong> los empleados <strong>de</strong> las empresas <strong>de</strong> su base <strong>de</strong> representación.23 a) A<strong>de</strong>cuación <strong>de</strong> sus estatutos a normas <strong>de</strong>mocráticas con aprobaciónen Asamblea convocada sobre amplia base; b) tener al menos el 20% <strong>de</strong>sindicalizados entre los trabajadores <strong>de</strong> su base <strong>de</strong> representación.110 Logros y Desafíos <strong>de</strong> un Proceso <strong>de</strong> Diálogo Social: Reflexiones <strong>de</strong> los Actores para el Futuro


FORO NACIONAL DEL TRABAJOESPAÑOLpodrán optar por la exclusividad <strong>de</strong> representación.Estatuto <strong>de</strong> las entida<strong>de</strong>s sindicales• Las Normas Estatutarias para el sindicato queopta por la exclusividad <strong>de</strong> representación serán<strong>de</strong>finidas por el Consejo Nacional <strong>de</strong> Relaciones<strong>de</strong>l Trabajo y <strong>de</strong>berán tratar <strong>de</strong> puntos específicospara evitar el <strong>de</strong>svío <strong>de</strong> garantías 24 .Sustento financiero• Extinción <strong>de</strong> las contribuciones confe<strong>de</strong>rativa yasistencial a partir <strong>de</strong> la vigencia <strong>de</strong> la nueva legislación;• Extinción gradual <strong>de</strong> la contribución sindical 25 ;• Implantación <strong>de</strong> la Contribución Negocial, <strong>de</strong> periodicidadanual, que será recogida <strong>de</strong> todos losbeneficiados por acuerdo colectivo, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que seapruebe en Asamblea 26 ;• La Contribución Negocial sólo podrá ser recogidapor las instituciones sindicales que hayan comprobadosu representatividad;• Los recursos provenientes <strong>de</strong> la Contribución Negocialserán <strong>de</strong>stinados a la financiación <strong>de</strong> lossindicatos, fe<strong>de</strong>raciones, confe<strong>de</strong>raciones, centralessindicales y <strong>de</strong>l Fondo Solidario <strong>de</strong> PromociónSindical, <strong>de</strong>biendo ser fijados en la ley los porcentajescorrespondientes a cada nivel <strong>de</strong> representación27 .Fondo solidario <strong>de</strong> promoción sindical• Administrado sobre la base <strong>de</strong> las líneas directrices<strong>de</strong>l Consejo Nacional <strong>de</strong> Relaciones <strong>de</strong>l Trabajoy constituido con recursos <strong>de</strong>svinculados <strong>de</strong>lPresupuesto General <strong>de</strong> la Unión;24 a) Derechos y <strong>de</strong>beres <strong>de</strong> los asociados y <strong>de</strong> los miembros <strong>de</strong>l Directorio;b) estructura organizativa y sus finalida<strong>de</strong>s; c) composición <strong>de</strong>l Directorioy sus atribuciones; d) período <strong>de</strong> los mandatos <strong>de</strong> los miembros <strong>de</strong>lDirectorio; e) penalida<strong>de</strong>s y pérdida <strong>de</strong>l mandato; f) requisitos para votary ser votado; g) consejo fiscal y plazo <strong>de</strong> las cuentas; h) remuneración<strong>de</strong> los miembros <strong>de</strong>l Directorio; i) proceso electoral; j) disolución <strong>de</strong> laentidad.25 Extinción gradual en 3 (tres) años para las entida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> los trabajadoresy <strong>de</strong> 6 (seis) años para las entida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> empleadores.26 Como máximo el 1% <strong>de</strong> la remuneración líquida recibida por el trabajadorel año anterior, pagada en al menos 3 (tres) cuotas mensuales, respecto<strong>de</strong> las entida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> trabajadores, y, para las entida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> empleadores,como máximo el 0,8% <strong>de</strong>l capital <strong>social</strong> <strong>de</strong> las empresas, observado elmínimo <strong>de</strong> R$ 100,00 (cien reales) y el máximo <strong>de</strong> 800 veces en relaciónal mínimo <strong>de</strong> contribución.27 Entida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> trabajadores (10% para las centrales sindicales; 5% paralas confe<strong>de</strong>raciones; 10% para las fe<strong>de</strong>raciones; 70% para los sindicatos;y, 5% para el fondo solidario). Entida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> empleadores (10% paralas confe<strong>de</strong>raciones; 20% para las fe<strong>de</strong>raciones; 65% para los sindicatos;y, 5% para el fondo solidario).• Correspon<strong>de</strong>rá al Fondo Solidario <strong>de</strong> PromociónSindical costear las activida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>l Consejo Nacional<strong>de</strong> Relaciones <strong>de</strong>l Trabajo, así como los programas<strong>de</strong> valorización <strong>de</strong> la organización sindical,estudios e investigaciones en las áreas <strong>de</strong> economía,salud <strong>de</strong> los trabajadores, medio ambiente yrelaciones <strong>de</strong> trabajo.Transición• Las entida<strong>de</strong>s sindicales que obtuvieron el registrosindical hasta el día anterior al <strong>de</strong>l inicio <strong>de</strong> la vigencia<strong>de</strong> la nueva legislación ejercerán todas lasprerrogativas y atribuciones sindicales;• Los procesos <strong>de</strong> registro sindical que aún se estuvierantramitando en el Ministerio <strong>de</strong> Trabajo y Empleo(MTE) en el momento <strong>de</strong> entrar en vigenciala nueva ley, <strong>de</strong>berán rea<strong>de</strong>cuarse a las nuevasexigencias <strong>de</strong> la legislación;• Las entida<strong>de</strong>s sindicales con registro anterior ala nueva legislación que no c<strong>um</strong>plieren con losrequisitos establecidos per<strong>de</strong>rán su personalidadsindical, a menos que se vinculen a una entidadsindical <strong>de</strong> nivel superior reconocida <strong>de</strong> su respectivosector económico;• Las entida<strong>de</strong>s sindicales que tuvieran sus representacionescanceladas solamente serán rehabilitadas<strong>de</strong>spués <strong>de</strong>l c<strong>um</strong>plimiento <strong>de</strong> los criterios <strong>de</strong>representatividad verificados por el MTE;• El período <strong>de</strong> transición para las entida<strong>de</strong>s sindicales<strong>de</strong> trabajadores será <strong>de</strong> 3 años, prorrogablepor 2 años más <strong>de</strong>pendiendo <strong>de</strong>l análisis <strong>de</strong> susíndices <strong>de</strong> sindicalización hecho por la CámaraBipartita <strong>de</strong>l Consejo Nacional <strong>de</strong> Relaciones <strong>de</strong>lTrabajo (CNRT);• Las entida<strong>de</strong>s sindicales <strong>de</strong> trabajadores podránser reconocidas, durante el período <strong>de</strong> transición,sobre la base <strong>de</strong> criterios <strong>de</strong> representatividad específicos.Después <strong>de</strong> ese período, <strong>de</strong>berán c<strong>um</strong>plircon los criterios <strong>de</strong>finitivos fijados en la ley;• El período <strong>de</strong> transición para las entida<strong>de</strong>s sindicales<strong>de</strong> empleadores será <strong>de</strong> 5 años, prorrogablepor 2 años más, <strong>de</strong>pendiendo <strong>de</strong>l análisis <strong>de</strong> susíndices <strong>de</strong> sindicalización hecho por la Cámara Bipartita<strong>de</strong>l CNRT;• Las entida<strong>de</strong>s sindicales <strong>de</strong> empleadores no tendráncriterios <strong>de</strong> representatividad específicospara el período <strong>de</strong> transición.Logros y Desafíos <strong>de</strong> un Proceso <strong>de</strong> Diálogo Social: Reflexiones <strong>de</strong> los Actores para el Futuro111


ESPAÑOLFORO NACIONAL DEL TRABAJOConsejo Nacional <strong>de</strong> Relaciones <strong>de</strong> Trabajo• Conformado por una Plenaria tripartita y paritaria ypor 2 Cámaras Bipartitas (gobierno/trabajadores ygobierno/empleadores), con atribuciones para proponer:a) directivas <strong>de</strong> políticas públicas y evaluación<strong>de</strong> programas y acciones gubernamentalesen el ámbito <strong>de</strong> las relaciones <strong>de</strong> trabajo; b) lossectores económicos y las ramas <strong>de</strong> actividad económicacon respecto a la organización sindical; c)criterios y solución <strong>de</strong> dudas sobre encuadramentosindical para las representaciones <strong>de</strong> empleadoresy <strong>de</strong> trabajadores; d) las normas estatutarias a seracatadas por los Sindicatos <strong>de</strong> trabajadores y <strong>de</strong>empleadores que adhirieren a la exclusividad darepresentación; e) el procedimiento <strong>de</strong> cobranza ycomprobación <strong>de</strong> la revisión <strong>de</strong> los valores <strong>de</strong> laContribución Negocial; f) la revisión, cada 8 años,<strong>de</strong> los criterios <strong>de</strong> verificación <strong>de</strong> la representación<strong>de</strong> las entida<strong>de</strong>s sindicales.4.4.2. Negociación colectiva• Las negociaciones colectivas <strong>de</strong>ben inspirarse enlos principios <strong>de</strong> la buena fe, el reconocimiento <strong>de</strong>las partes y el respeto mutuo;• La negociación colectiva <strong>de</strong>be ser el eje <strong>de</strong> lanueva relación entre trabajadores y empleadores,preservados los <strong>de</strong>rechos <strong>de</strong>finidos en la ley comoinnegociables;• La vali<strong>de</strong>z <strong>de</strong> los acuerdos será <strong>de</strong>finida en elpropio contrato colectivo. Podrán ser <strong>de</strong>finidos diferentesperíodos <strong>de</strong> negociación para diferentescláusulas <strong>de</strong> un mismo acuerdo colectivo, sin perjuicio<strong>de</strong> una fecha <strong>de</strong> referencia para la renovación<strong>de</strong>l contrato;• Las negociaciones podrán realizarse a nivel nacional,regional, interestatal, estatal, municipal o inclusopor empresa o grupo <strong>de</strong> empresas, respetandolas peculiarida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> cada sector económico y <strong>de</strong>las empresas;• Las negociaciones realizadas por las entida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>nivel superior, como centrales sindicales o confe<strong>de</strong>raciones,<strong>de</strong>berán indicar las cláusulas que nopue<strong>de</strong>n ser alteradas en las negociaciones realizadaspor las instituciones <strong>de</strong> nivel inferior;• En el acuerdo colectivo pue<strong>de</strong>n preverse reglas<strong>de</strong> transición <strong>de</strong> las cláusulas, o las partes pue<strong>de</strong>n<strong>de</strong>finir la regla que <strong>de</strong>be regir en el caso <strong>de</strong> que nohaya renovación;• En la hipótesis <strong>de</strong> vencimiento <strong>de</strong>l acuerdo sinrenovación, éste será prorrogado por 90 días. Eneste plazo, las partes podrán nombrar a un árbitro.Persistiendo el impasse, el conflicto será sometidoa arbitraje público en la Justicia <strong>de</strong>l Trabajo. Elacuerdo existente permanecerá en vigor hasta la<strong>de</strong>cisión final <strong>de</strong>l arbitraje público;• Los trabajadores <strong>de</strong> los servicios y activida<strong>de</strong>sesenciales y <strong>de</strong>l servicio público tendrán reglasespeciales <strong>de</strong> negociación colectiva. La propuesta<strong>de</strong> reglamentación <strong>de</strong> esas reglas será elaboradaen el plazo <strong>de</strong> 120 días, a partir <strong>de</strong>l envío <strong>de</strong> lapropuesta <strong>de</strong> reforma al Congreso Nacional.4.4.3. Solución <strong>de</strong> los conflictos <strong>de</strong> trabajo• La legislación sindical <strong>de</strong>be asegurar medios parasolucionar conflictos entre trabajadores y empleadorescon rapi<strong>de</strong>z, seguridad jurídica, sin perjuicio<strong>de</strong>l <strong>de</strong>recho <strong>de</strong> acceso al Po<strong>de</strong>r Judicial, por medio<strong>de</strong> conciliación, mediación y arbitraje, sobre todopara resolver conflictos <strong>de</strong> naturaleza económica;• En el caso <strong>de</strong> los conflictos individuales, tambiénpodrá haber composición voluntaria, con asistencia<strong>de</strong> los sindicatos y sin perjuicio <strong>de</strong>l recurso a lajusticia;• Los medios <strong>de</strong> solución <strong>de</strong> conflictos podrán serpúblicos o privados, sólo <strong>de</strong>biendo ser <strong>de</strong>mandados<strong>de</strong> común acuerdo entre las partes;• En los conflictos colectivos <strong>de</strong> intereses, la Justicia<strong>de</strong>l Trabajo podrá actuar como árbitro público,mediante requerimiento conjunto <strong>de</strong> las partes ysegún los principios generales <strong>de</strong>l arbitraje;• Vencidas las etapas para la composición <strong>de</strong> conflictossobre los instr<strong>um</strong>entos normativos sin quehaya acuerdo, se solicitará a la Justicia <strong>de</strong>l Trabajoque actúe como árbitro obligatorio (y vinculante),sin posibilidad <strong>de</strong> apelación, según las reglas yprocedimientos <strong>de</strong>l arbitraje;• No <strong>de</strong>be haber juicio <strong>de</strong>l mérito o <strong>de</strong>l objeto <strong>de</strong> lahuelga. El caso <strong>de</strong> ilícitos o crímenes en el trascurso<strong>de</strong> la huelga será investigado según la legislaciónlaboral, civil o penal;• En la huelga en servicios esenciales, las entida<strong>de</strong>ssindicales <strong>de</strong> trabajadores estarán obligadasa comunicar la paralización a los empleadores con72 horas <strong>de</strong> anticipación, y a los usuarios con 48horas. En ese mismo tiempo, los empleadores <strong>de</strong>-112 Logros y Desafíos <strong>de</strong> un Proceso <strong>de</strong> Diálogo Social: Reflexiones <strong>de</strong> los Actores para el Futuro


FORO NACIONAL DEL TRABAJOESPAÑOLberán comunicar a la población qué servicios <strong>de</strong>beráncontinuar funcionando;• Debe ser garantizada la prestación <strong>de</strong> servicios indispensablesen los servicios y activida<strong>de</strong>s esenciales28 ;• Habrá protección contra prácticas anti-sindicales,<strong>de</strong>biendo la ley <strong>de</strong>finir un procedimiento ágil y simplificadopara prevenir tal conducta.28 a) tratamiento y abastecimiento <strong>de</strong> agua, producción y distribución <strong>de</strong>energía eléctrica, gas y combustibles; b) asistencia médica y hospitalaria;c) distribución y comercialización <strong>de</strong> medicamentos y alimentos; d)servicios funerarios; e) transporte colectivo; f) captación y tratamiento<strong>de</strong> <strong>de</strong>sagües y basura; g) telecomunicaciones; h) custodia, uso y control<strong>de</strong> substancias radioactivas, equipos y materiales nucleares; i) procesamiento<strong>de</strong> datos ligados a servicios esenciales; j) control <strong>de</strong> tráfico aéreo;k) compensación bancaria, es <strong>de</strong>cir trámites bancarios en genral.Logros y Desafíos <strong>de</strong> un Proceso <strong>de</strong> Diálogo Social: Reflexiones <strong>de</strong> los Actores para el Futuro113


ESPAÑOLLA TRAYECTORIA DE LAS DELIBERACIONES DEL FNT5. LA TRAYECTORIA DE LAS DELIBERACIONES DEL FNTLos resultados <strong>de</strong> los acuerdos fueron trabajadospor la Coordinación Técnica <strong>de</strong>l FNT y presentados,en forma <strong>de</strong> Propuesta <strong>de</strong> Enmienda Constitucionaly <strong>de</strong> Anteproyecto <strong>de</strong> Ley <strong>de</strong> Relaciones Sindicales,al Ministro <strong>de</strong>l Trabajo y Empleo. Esto se dio porquelos consensos obtenidos en el FNT sobre las normasinfra-constitucionales reclaman un permiso constitucional.De esta manera, se envió, junto a la Propuesta<strong>de</strong> Enmienda Constitucional, el Anteproyecto <strong>de</strong> Ley<strong>de</strong> Relaciones Sindicales para indicar a los parlamentariosy a la sociedad las bases <strong>de</strong> la reglamentacióninfra-constitucional.Los dos doc<strong>um</strong>entos fueron sometidos a la apreciación<strong>de</strong>l Excelentísimo Señor Presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> la República,quien envió al Congreso Nacional la Propuesta<strong>de</strong> Enmienda Constitucional, que recibió el nº 369/05.5.1. Propuesta <strong>de</strong> Enmienda Constitucionalnº 369/05La Propuesta <strong>de</strong> Enmienda Constitucional alteralos arts. 8º e 11º <strong>de</strong>l vigente texto constitucional,exactamente en lo que atañe a las disposiciones fundamentalespara que se apruebe posteriormente unalegislación ordinaria que atienda a los objetivos arribacitados. A<strong>de</strong>más <strong>de</strong> eso, con el objetivo <strong>de</strong> viabilizar lanegociación colectiva en el servicio público medianteuna Ley específica, adaptándola a los postulados <strong>de</strong>libertad sindical en el ámbito <strong>de</strong> la Administración, aña<strong>de</strong>al inciso VII <strong>de</strong>l art. 37 <strong>de</strong> la Constitución Fe<strong>de</strong>ral laautorización constitucional respectiva.Las alteraciones en el art. 114 <strong>de</strong> la ConstituciónFe<strong>de</strong>ral se <strong>de</strong>ben a la necesidad <strong>de</strong> adaptaciones formales<strong>de</strong>rivantes <strong>de</strong> la promulgación por el CongresoNacional <strong>de</strong> la Enmienda Constitucional <strong>de</strong>stinada a lareforma <strong>de</strong>l Po<strong>de</strong>r Judicial, que establece la necesidad<strong>de</strong>l mutuo acuerdo para el planteamiento <strong>de</strong> ConflictosColectivos.La superación <strong>de</strong> los obstáculos constitucionales ala mo<strong>de</strong>rnización <strong>de</strong>l sistema <strong>de</strong> relaciones sindicaleses la base para la constitución <strong>de</strong> una atmósfera <strong>de</strong>amplia libertad y autonomía sindicales, fundamentalespara romper con el sistema sindical marcado por laartificialidad en sus mecanismos representativos.Al objeto <strong>de</strong> <strong>de</strong>jar absolutamente transparente el<strong>de</strong>bate público y parlamentario, se elaboró, <strong>de</strong> acuerdocon los compromisos logrados por el Foro Nacional<strong>de</strong>l Trabajo, el Proyecto <strong>de</strong> Ley que hará proseguir elproceso <strong>de</strong> Reforma Sindical, si el Congreso apruebala Propuesta <strong>de</strong> Enmienda Constitucional, <strong>de</strong> la formacomo está propuesta.5.2. Anteproyecto <strong>de</strong> Ley <strong>de</strong> RelacionesSindicalesEn vez <strong>de</strong> inspirarse en un mo<strong>de</strong>lo doctrinario preconcebido,el Anteproyecto <strong>de</strong> Ley consi<strong>de</strong>ró la realidadactual <strong>de</strong>l sindicalismo brasileño, la dinámica <strong>de</strong>las relaciones colectivas <strong>de</strong> trabajo y el <strong>de</strong>seo <strong>de</strong> cambio<strong>de</strong> los propios actores <strong>social</strong>es, sin per<strong>de</strong>r <strong>de</strong> vistala necesidad <strong>de</strong> incorporar principios consagrados porel <strong>de</strong>recho internacional y supra-nacional.Son objetivos <strong>de</strong> la Reforma Sindical:a) El fortalecimento <strong>de</strong> la representación sindical, tanto<strong>de</strong> trabajadores como <strong>de</strong> empleadores, en todoslos niveles y ámbitos <strong>de</strong> representación;b) El establecimento <strong>de</strong> criterios <strong>de</strong> representatividad,organización sindical y <strong>de</strong>mocracia interna;c) La <strong>de</strong>finición <strong>de</strong> garantías eficaces <strong>de</strong> proteccióna la libertad sindical y <strong>de</strong> prevención <strong>de</strong> conductasanti-sindicales;d) La promoción <strong>de</strong> la negociación colectiva comoprocedimiento fundamental <strong>de</strong>l <strong>diálogo</strong> entre trabajadoresy empleadores;e) La extinción <strong>de</strong> cualquier recurso <strong>de</strong> natureza parafiscalpara la financiación <strong>de</strong> entida<strong>de</strong>s sindicalesy la creación <strong>de</strong> la contribución <strong>de</strong> negociacióncolectiva;f) El estímulo a la adopción <strong>de</strong> medios <strong>de</strong> composiciónvoluntaria <strong>de</strong> conflictos <strong>de</strong> trabajo, sin perjuicio<strong>de</strong>l acceso al Po<strong>de</strong>r Judicial;g) El reconocimiento <strong>de</strong> la buena fe como fundamento<strong>de</strong>l <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong> y <strong>de</strong> la negociación colectiva;h) La <strong>de</strong>mocratización <strong>de</strong> la gestión <strong>de</strong> las políticaspúblicas en el área <strong>de</strong> relaciones <strong>de</strong> trabajo pormedio <strong>de</strong>l estímulo al <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong>;i) La disciplina <strong>de</strong>l ejercicio <strong>de</strong>l <strong>de</strong>recho <strong>de</strong> huelga enel contexto <strong>de</strong> una amplia legislación sindical queinduzca a la negociación colectiva;j) El establecimiento <strong>de</strong> mecanismos procesales114 Logros y Desafíos <strong>de</strong> un Proceso <strong>de</strong> Diálogo Social: Reflexiones <strong>de</strong> los Actores para el Futuro


LA TRAYECTORIA DE LAS DELIBERACIONES DEL FNTESPAÑOLorientados a la eficacia <strong>de</strong> los <strong>de</strong>rechos materiales,<strong>de</strong> la acción colectiva y <strong>de</strong> la vocación jurisdiccional<strong>de</strong> la Justicia <strong>de</strong>l Trabajo; yk) La <strong>de</strong>finición <strong>de</strong> reglas claras <strong>de</strong> transición paraque las entida<strong>de</strong>s sindicales preexistentes puedanadaptarse a las nuevas reglas.Esta reforma, exhaustivamente sometida a la apreciación<strong>de</strong> los actores <strong>social</strong>es, apunta al mismo tiempoa valorizar nuestra cultura sindical y a incorporar elprincipio <strong>de</strong> la autonomía privada colectiva, elevandola negociación colectiva a la condición <strong>de</strong> medio preferencialpara el reconocimiento y la plena eficacia <strong>de</strong> lalibertad sindical, en sintonía con el escenario jurídicopredominante en las <strong>de</strong>mocracias contemporáneas.Pero, como indica la experiencia internacional,incluso en un contexto <strong>de</strong> amplia libertad sindical nose pue<strong>de</strong> prescindir <strong>de</strong> algún criterio para i<strong>de</strong>ntificara las entida<strong>de</strong>s sindicales con un mínimo <strong>de</strong> representatividad.Si se tiene el propósito <strong>de</strong> atribuir mayorimportancia a la negociación colectiva <strong>de</strong>l trabajo, esindispensable i<strong>de</strong>ntificar a los actores habilitados parael ejercicio legítimo <strong>de</strong> ese <strong>de</strong>recho.Cualquier entidad, in<strong>de</strong>pendientemente <strong>de</strong> sunúmero <strong>de</strong> asociados, podrá llegar a constituirse ensindicato. De todos modos, el ejercicio <strong>de</strong> las prerrogativasaseguradas en la Ley, entre las cuales se ha <strong>de</strong>instaurar el proceso <strong>de</strong> negociación colectiva, exigiráun mínimo <strong>de</strong> representatividad <strong>de</strong>l proponente, legitimándoloa exigir <strong>de</strong> la contraparte la atención y la calificaciónnecesarias al pleno ejercicio <strong>de</strong> la negociacióncolectiva.Sin duda, la nueva dimensión conferida a la negociacióncolectiva <strong>de</strong>berá contribuir a la revitalización <strong>de</strong>confe<strong>de</strong>raciones, fe<strong>de</strong>raciones y sindicatos. Las confe<strong>de</strong>racionesy fe<strong>de</strong>raciones, que hoy sólo negocianfacultativamente, tendrán la prerrogativa <strong>de</strong> negociaren sus respectivos ámbitos <strong>de</strong> actuación. Los sindicatosconservarán sus prerrogativas <strong>de</strong> negociación, y lacelebración <strong>de</strong> cualquier contrato colectivo <strong>de</strong> trabajoestará sujeta a la criba <strong>de</strong> sus representados.La misma orientación <strong>de</strong>berá seguir el nuevo mo<strong>de</strong>lo<strong>de</strong> organización sindical. El reconocimiento <strong>de</strong>la personalidad sindical <strong>de</strong> las centrales y el fortalecimiento<strong>de</strong> las confe<strong>de</strong>raciones y fe<strong>de</strong>raciones <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>rán<strong>de</strong> la representatividad <strong>de</strong> los sindicatos, queserán la fuente legitimadora <strong>de</strong> las entida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> nivelsuperior, y <strong>de</strong> la unidad fundamental <strong>de</strong> representacióny negociación colectiva, <strong>de</strong> trabajadores y <strong>de</strong> empleadores.El reconocimiento <strong>de</strong> la personalida<strong>de</strong> sindical <strong>de</strong>las centrales conferirá estatuto jurídico a la realidad<strong>de</strong> facto. No se justifica el temor <strong>de</strong> que ellas puedancompetir con los sindicatos o comprometer sus prerrogativas<strong>de</strong> negociación. Más allá <strong>de</strong> la actuación <strong>de</strong>carácter político-institucional, el papel <strong>de</strong> las centralesen el proceso <strong>de</strong> negociación colectiva será el <strong>de</strong> articularlos intereses <strong>de</strong>l conjunto <strong>de</strong> sus representados,correspondiendo a sus confe<strong>de</strong>raciones, fe<strong>de</strong>racionesy sindicatos la tarea efectiva <strong>de</strong> negociar en sus respectivosniveles y ámbitos <strong>de</strong> representación.Incluso en el campo <strong>de</strong> la organización sindicalserá posible que continúen siendo únicos los sindicatosque ya son reconocidos por el Ministerio <strong>de</strong>l Trabajoy Empleo. La llamada exclusividad <strong>de</strong> representaciónconstituye, en realidad, una garantía para aquellosque <strong>de</strong>fien<strong>de</strong>n el mantenimiento <strong>de</strong> la unicidad sindical.La exclusividad <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>rá, aún así, <strong>de</strong>l aval <strong>de</strong>los propios representados, <strong>de</strong> la comprobación <strong>de</strong> larepresentatividad y <strong>de</strong> la adhesión a normas estatutariasque garanticen los principios <strong>de</strong>mocráticos queaseguren amplia participación <strong>de</strong> los representados,a<strong>de</strong>más <strong>de</strong> per<strong>de</strong>r su carácter vitalicio.En lo que se refiere al sostenimiento financiero,se prevé la extinción inmediata <strong>de</strong> las contribuicionesconfe<strong>de</strong>rativa y asistencial, y la extinción gradual <strong>de</strong>la contribución sindical obligatoria, que <strong>de</strong>berán sersustituidas por la contribución <strong>de</strong> negociación colectiva.Esta contribución, que tendrá un techo, estarácondicionada al ejercicio <strong>de</strong> la negociación colectiva ya la prestación <strong>de</strong> servicios por parte <strong>de</strong> las entida<strong>de</strong>ssindicales a sus representados, corrigiendo así una <strong>de</strong>las distorsiones <strong>de</strong>l sistema actual.Si el referido Anteproyecto fuera acogido por elCongreso Nacional, también serán incorporados anuestro or<strong>de</strong>namiento jurídico diversos institutos en vigoren el <strong>de</strong>recho extranjero, como la ya mencionadatipificación <strong>de</strong> las conductas anti-sindicales, la caracterización<strong>de</strong> lo que se entien<strong>de</strong> por buena fe, el perfil <strong>de</strong>la protección a la libertad sindical, la promoción efectiva<strong>de</strong> la negociación colectiva y el afinamiento <strong>de</strong> losmecanismos <strong>de</strong> tutela jurisdiccional.En este último caso, se procuró consolidar los mecanismos<strong>de</strong> tutela consagrados en el <strong>de</strong>recho procesalcivil, pero <strong>de</strong> aplicación todavía discutida en la es-Logros y Desafíos <strong>de</strong> un Proceso <strong>de</strong> Diálogo Social: Reflexiones <strong>de</strong> los Actores para el Futuro115


ESPAÑOLLA TRAYECTORIA DE LAS DELIBERACIONES DEL FNTfera <strong>de</strong>l proceso <strong>de</strong>l trabajo. Se incorporó la base <strong>de</strong>lproceso colectivo común, constituida por el Código <strong>de</strong>Defesa <strong>de</strong>l Cons<strong>um</strong>idor y por la Ley <strong>de</strong> la Acción CivilPública, confiriendo así mayor actualidad a los mecanismos<strong>de</strong> tutela jurisdiccional colectiva.La propuesta acordada por los representantes <strong>de</strong>lgobierno, <strong>de</strong> los trabajadores y <strong>de</strong> los empleadoresapunta a facilitar el acceso a la Justicia y a la universalización<strong>de</strong> la tutela jurisdiccional asegurada por laConstitución <strong>de</strong> la República, sin vulnerar las garantías<strong>de</strong>l <strong>de</strong>bido proceso legal, en especial <strong>de</strong>l <strong>de</strong>rechoal contradictorio (respetando el principio <strong>de</strong> contradiccióno audiencia bilateral) y <strong>de</strong> amplia <strong>de</strong>fensa <strong>de</strong>ltrabajador y <strong>de</strong>l empleador. Otro cambio sugerido serefiere al ejercicio <strong>de</strong>l po<strong>de</strong>r normativo <strong>de</strong> la Justicia<strong>de</strong>l Trabajo, que a lo largo <strong>de</strong>l tiempo se reveló comoun mecanismo <strong>de</strong> <strong>de</strong>sestímulo a la negociación colectiva.Para resolver conflictos colectivos <strong>de</strong> intereses,trabajadores y empleadores podrán recurrir, <strong>de</strong> comúnacuerdo, al arbitraje privado o a un procedimiento <strong>de</strong>jurisdición voluntaria en el Tribunal <strong>de</strong> Trabajo.También se <strong>de</strong>sea revisar la acción judicial en materia<strong>de</strong> huelga, ajustándola al régimen <strong>de</strong> libertad sindical.La posibilidad jurídica <strong>de</strong> emisión <strong>de</strong> una or<strong>de</strong>npara el retorno <strong>de</strong> los trabajadores al servicio estarárestringida a graves situaciones en las que estén enjuego los intereses mayores <strong>de</strong> la comunidad o en lasque hubiere el riesgo <strong>de</strong> perjuicios irreversibles a personaso al patrimonio <strong>de</strong>l empleador o <strong>de</strong> terceros.Se resalta, incluso, la creación <strong>de</strong>l Consejo Nacional<strong>de</strong> Relaciones <strong>de</strong>l Trabajo – CNRT, concebidocomo un órgano tripartito y paritario, en consonanciacon las normas <strong>de</strong> la Organización Internacional <strong>de</strong>lTrabajo. Más que <strong>de</strong> institucionalizar la práctica ya encurso <strong>de</strong>l Diálogo Social, el CNRT tendrá la misión <strong>de</strong><strong>de</strong>mocratizar la gestión pública en el trato <strong>de</strong> cuestionespertinentes a las relaciones colectivas <strong>de</strong> trabajo,induciendo así la actuación <strong>de</strong>l Po<strong>de</strong>r Público en direccióna los legítimos intereses <strong>de</strong> los actores <strong>social</strong>es.Por último, el Anteproyecto <strong>de</strong> Ley quiere dar unpaso <strong>de</strong>cisivo para que, <strong>de</strong> hecho, sea asegurado el<strong>de</strong>recho <strong>de</strong> representación <strong>de</strong> los trabajadores en loscentros <strong>de</strong> trabajo. En este punto hubo consenso encuanto a la relevancia <strong>de</strong> este <strong>de</strong>recho, pero no encuanto a su concretización. Aún así, el gobierno consi<strong>de</strong>róque tal garantía es imprescindible para dinamizarlas relaciones entre trabajadores y empleadores,sobre todo para estimular el Diálogo Social y prevenirconflictos a partir <strong>de</strong> los lugares <strong>de</strong> trabajo.A<strong>de</strong>más <strong>de</strong> la divergencia ya mencionada, que llevóal gobierno a impulsar unilateralmente el procesolegislativo, hay otros dispositivos que no fueron objeto<strong>de</strong> consenso con las representaciones <strong>de</strong> empleadores29 y <strong>de</strong> trabajadores 30 . Hay, incluso, otros dispositivosque incorporan los consensos registrados en elInforme Final <strong>de</strong> la Reforma Sindical, pero sobre loscuales hubo divergencias <strong>de</strong> interpretación con los representantes<strong>de</strong> los empleadores 31 .Algunos aspectos <strong>de</strong>l Anteproyecto no tuvieronorigen en los acuerdos, pero se justifican por la necesidad<strong>de</strong> ajuste sistémico y no contradicen los acuerdosalcanzados. Como no se trataba <strong>de</strong> una reformameramente puntual <strong>de</strong> la legislación sindical, fue necesarioarticular, agregar y disponer coherentemente enun único texto normativo los institutos afines dispersosen el or<strong>de</strong>namiento jurídico nacional, en nombre <strong>de</strong> laclaridad y <strong>de</strong> la seguridad jurídica.29 Artículos sin consenso con los empleadores: 27, Título III (arts. 59 a 92),175, 176, 189, 223, 224, 232 y 237, 205, 210, 212, 213.30 Artículos sin consenso con los trabajadores: 27, Título III (arts. 59 a 92),capítulo IV (arts. 178 a 187).31 94 artículos con divergencia <strong>de</strong> interpretación con los empleadores.116 Logros y Desafíos <strong>de</strong> un Proceso <strong>de</strong> Diálogo Social: Reflexiones <strong>de</strong> los Actores para el Futuro


LA VISIÓN DE LOS ACTORES SOCIALESESPAÑOL6. LA VISIÓN DE LOS ACTORES SOCIALESPara la elaboración <strong>de</strong> este doc<strong>um</strong>ento, que preten<strong>de</strong>recoger la experiencia <strong>de</strong>l Foro <strong>de</strong>s<strong>de</strong> una pluralidad<strong>de</strong> perspectivas, resultaba imprescindible contarcon la opinión <strong>de</strong> los principales actores <strong>social</strong>esinvolucrados. Por medio <strong>de</strong> contactos oficiales <strong>de</strong> laCoordinación <strong>de</strong>l FNT se solicitaron entrevistas y/otestimonios o <strong>de</strong>claraciones <strong>de</strong> los actores <strong>social</strong>esmás activos en el proceso, las entrevistas se realizaronentre los meses <strong>de</strong> enero y marzo <strong>de</strong> 2006.El proceso para escoger a los entrevistados tambiénobe<strong>de</strong>ció a criterios basados en el tripartismo yen la paridad <strong>de</strong> las respectivas representaciones.De este modo, en la esfera <strong>de</strong> las bancadas, fueroncontactados 5 (cinco) representantes <strong>de</strong> los empleadoresy 7 (siete) <strong>de</strong> los trabajadores, allí incluidos elrepresentante <strong>de</strong> los servidores públicos (sin tener correspon<strong>de</strong>nciaen la bancada <strong>de</strong> los empleadores) yel <strong>de</strong> la Confe<strong>de</strong>ración Nacional <strong>de</strong> los Trabajadores<strong>de</strong> la Industria (CNTI), principal opositor al sistema <strong>de</strong>representación <strong>de</strong>l FNT así como <strong>de</strong> sus conclusiones(también sin correspon<strong>de</strong>ncia en la bancada <strong>de</strong> losempleadores). No obstante, dos representantes <strong>de</strong> losempleadores y uno <strong>de</strong> los trabajadores, por problemas<strong>de</strong> agenda, no lograron prestar su <strong>de</strong>claración en elplazo solicitado.Los actores externos escogidos fueron el Presi<strong>de</strong>nte<strong>de</strong>l Tribunal Superior <strong>de</strong>l Trabajo y la ProcuradoraJefe <strong>de</strong>l Ministerio Público <strong>de</strong>l Trabajo. La parteconcerniente a la Asesoría Técnica fue <strong>de</strong>terminadaescogiendo a un representante <strong>de</strong> los empleadores ya otro <strong>de</strong> los trabajadores.Las entrevistas y <strong>de</strong>claraciones fueron prestadasen el sentido <strong>de</strong> respon<strong>de</strong>r a las siguientes preguntas:1) ¿Cuál era su expectativa inicial en el momento <strong>de</strong>llanzamiento <strong>de</strong>l FNT?; 2) ¿Cuáles fueron los principalesproblemas y las principales virtu<strong>de</strong>s <strong>de</strong>l FNT?; 3)¿Cuál es su opinión sobre la creación <strong>de</strong> un ConsejoPermanente <strong>de</strong> Relaciones <strong>de</strong> Trabajo?; 4) ¿Cuál essu evaluación <strong>de</strong>l FNT?6.1. TrabajadoresLos representantes <strong>de</strong> la bancada <strong>de</strong> trabajadoresentrevistados fueron: Artur Henrique, <strong>de</strong> la CentralÚnica <strong>de</strong> los Trabajadores (CUT); Danilo Pereira daSilva, <strong>de</strong> Fuerza Sindical (FS); Denise Mota Dau, <strong>de</strong>la CUT y <strong>de</strong> la bancada <strong>de</strong> los servidores públicos;Francisco Canindé Pegado do Nascimento, <strong>de</strong> la Confe<strong>de</strong>raciónGeneral <strong>de</strong> los Trabajadores (CGT); JoãoCarlos Gonçalves, <strong>de</strong> la FS y José Calixto Ramos, <strong>de</strong>la CNTI y <strong>de</strong> la Nueva Central Sindical (NCS).6.1.1. Artur Enrique (CUT)La CUT discutió internamente acerca <strong>de</strong> la resistencia<strong>de</strong> sectores minoritarios que entendían que laparticipación en el FNT sería una instancia más <strong>de</strong><strong>de</strong>bates que al final no llevaría a nada. La <strong>de</strong>cisión <strong>de</strong>l8º Congreso <strong>de</strong> la CUT fue favorable a la participación<strong>de</strong> la Central en los órganos tripartitos y a la tentativa<strong>de</strong> construir una política <strong>de</strong> unidad <strong>de</strong> acción con las<strong>de</strong>más Centrales Sindicales. Después <strong>de</strong> esa <strong>de</strong>liberaciónen su 8º Congreso, la CUT comenzó a discutircon otras Centrales Sindicales alternativas para la actuaciónunitaria <strong>de</strong> la Bancada <strong>de</strong> los Trabajadores enel FNT.Fue un proceso muy difícil, pero gratificante. Esnecesario tener en cuenta que <strong>de</strong>s<strong>de</strong> hacía más <strong>de</strong>15 años las Centrales Sindicales no se reunían. Porel solo hecho <strong>de</strong> que las Centrales Sindicales discutieranacerca <strong>de</strong> acciones unitarias, la experiencia <strong>de</strong>lFNT <strong>de</strong>bería ser consi<strong>de</strong>rada positiva para los trabajadores.De este modo, el FNT hizo posible, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> uncomienzo, que las Centrales Sindicales se articulasenpara adoptar una posición unitaria. Finalmente, en elFNT la bancada <strong>de</strong> los empleadores y la bancada <strong>de</strong>lgobierno vendrían con posiciones articuladas, obligandoasí a la bancada <strong>de</strong> los trabajadores a adoptar unapostura semejante.Después <strong>de</strong> algunas conversaciones, las CentralesSindicales llegaron a la conclusión <strong>de</strong> que el DepartamentoIntersindical <strong>de</strong> Estadísticas y EstudiosSocio-Económicos (DIEESE) <strong>de</strong>bería coordinar la articulaciónentre las entida<strong>de</strong>s y encargarse <strong>de</strong> afianzarlas propuestas <strong>de</strong> los trabajadores.Esta <strong>de</strong>cisión resolvió muchos problemas, pero,evi<strong>de</strong>ntemente, no acabó con las divergencias entre lasentida<strong>de</strong>s, y tampoco solucionó problemas más estructurales,que <strong>de</strong>pendían <strong>de</strong> discusiones más lentas y prolongadas,o que incluso contrariaban antiguas <strong>de</strong>cisiones<strong>de</strong> congresos sindicales. Pero, <strong>de</strong> manera general,organizó la atuación <strong>de</strong> los trabajadores en el FNT.6. LA VISIÓN DE LOS ACTORES SOCIALESLogros y Desafíos <strong>de</strong> un Proceso <strong>de</strong> Diálogo Social: Reflexiones <strong>de</strong> los Actores para el Futuro117


ESPAÑOLLA VISIÓN DE LOS ACTORES SOCIALES6. LA VISIÓN DE LOS ACTORES SOCIALESAún así, fue un proceso difícil. A cada reunión <strong>de</strong>lFNT la bancada se reunía con anterioridad para <strong>de</strong>batirla agenda sugerida, muchas veces constituidapor temas <strong>de</strong> difícil discusión, cargados <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ología,y posiblemente construir un escenario que permitieranegociar alternativas viables y no contradictorias conlos intereses <strong>de</strong> los trabajadores.Para tener una i<strong>de</strong>a <strong>de</strong> las dificulta<strong>de</strong>s, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>la CUT había sectores específicos que <strong>de</strong>fendían quenuestra Central no <strong>de</strong>bía abandonar ni una coma <strong>de</strong>nuestras propuestas históricas <strong>de</strong> libertad y autonomíasindicales. O las <strong>de</strong>más Centrales aceptaban la posición<strong>de</strong> la CUT, o la CUT salía <strong>de</strong>l FNT.Sin duda se construyó un camino <strong>de</strong> unidad entrelas Centrales Sindicales. La in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ncia <strong>de</strong> cadauna <strong>de</strong> ellas no comprometió la unidad en la acción.En el FNT, las Centrales Sindicales actuaron como ‘labancada <strong>de</strong> los trabajadores’, y no como Centralesin<strong>de</strong>pendientes. El FNT las acercó unas a otras. Después<strong>de</strong> esta experiencia en el FNT las reuniones yactivida<strong>de</strong>s unitarias entre ellas resultaron mucho másfáciles. El FNT estimuló ese proceso, porque, con muchashoras <strong>de</strong> conversaciones y reuniones, el <strong>diálogo</strong>se hace más fácil.Las Centrales no tenían ningún tipo <strong>de</strong> relación entresí, salvo en ocasión <strong>de</strong> elecciones sindicales. Nohabía conversación alguna, no había <strong>de</strong>bate. Huboun avance muy importante. Ésta fue, por así <strong>de</strong>cirlo,la ambientación preliminar para la participación en elFNT. El FNT comenzó <strong>de</strong> una manera un poco confusacon aquellas Conferencias Estatales organizadaspor las Delegaciones Regionales <strong>de</strong>l Trabajo (DRT).Los <strong>de</strong>bates en los Estados se polarizaron en la discusión“unicidad versus libertad sindical <strong>de</strong> la OIT”. Estofue muy nocivo, porque prácticamente no se <strong>de</strong>batiónada.Pero se organizó muy bien la discusión con motivo<strong>de</strong> los Grupos Temáticos. Lamentablemente los trabajos<strong>de</strong>l FNT no abarcaron todo el temario propuesto,como por ejemplo la calificación y certificación profesional,o la salud y seguridad en el trabajo.La CUT no tenía dudas <strong>de</strong> que sería muy difíciltransformar sus propuestas <strong>de</strong> libertad y autonomíasindicales y <strong>de</strong> sistema <strong>de</strong>mocrático <strong>de</strong> relaciones <strong>de</strong>trabajo en propuestas comunes <strong>de</strong> la bancada <strong>de</strong> lostrabajadores. La expectativa era lograr que los resultados<strong>de</strong>l FNT llegaran lo más cerca posible a las propuestas<strong>de</strong> la CUT.Los proyectos que salieron <strong>de</strong>l FNT, especialmenteel Anteproyecto <strong>de</strong> Ley <strong>de</strong> Relaciones Sindicales,representan un avance en relación con la estructurasindical actual. No es la situación i<strong>de</strong>al, pero posibilitacaminar hacia la libertad sindical.En el campo <strong>de</strong> los problemas enfrentados, la alternativa<strong>de</strong> dividir los trabajos en bancadas bipartitas(empleadores/gobierno y trabajadores/gobierno) paraencontrar una propuesta <strong>de</strong> organización sindical diferenciadapor bancada absorbió mucho tiempo <strong>de</strong>trabajo. El nivel y la intensidad <strong>de</strong> las informaciones <strong>de</strong>las bancadas para sus representados también pue<strong>de</strong>nser encarados como un problema. No fueron pocas lasveces en las que las bancadas vieron al público manifestarsu disconformidad con el acuerdo firmado en elámbito <strong>de</strong>l FNT. Este comportamiento dificultó muchoel <strong>de</strong>sarrollo <strong>de</strong> los trabajos. En la misma dimensión,la <strong>de</strong>nsidad <strong>de</strong> los temas tratados en el FNT dificultótambién las discusiones internas y la formación <strong>de</strong>cuadros.No obstante, el proceso tiene sus bonda<strong>de</strong>s. Dosson muy evi<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong>s<strong>de</strong> el punto <strong>de</strong> vista <strong>de</strong> los trabajadores:en primer lugar, la posibilidad <strong>de</strong> acciónunitaria entre las Centrales Sindicales; en segundolugar, la valorización <strong>de</strong>l método <strong>de</strong> discusión <strong>de</strong>l FNT,llevado a cabo por medio <strong>de</strong> negociación, <strong>diálogo</strong>, producción<strong>de</strong> acuerdos, i<strong>de</strong>ntificación <strong>de</strong> divergencias yelaboración <strong>de</strong> proyectos legislativos que contemplenese proceso.El éxito <strong>de</strong>l método <strong>de</strong>l FNT <strong>de</strong>muestra claramentela importancia <strong>de</strong> la creación <strong>de</strong> un Consejo Permanente<strong>de</strong> Relaciones <strong>de</strong> Trabajo, tripartito, con competenciapara discutir ampliamente las medidas y alternativasnormativas para las relaciones <strong>de</strong> trabajo en elBrasil.Finalmente, <strong>de</strong> manera general, la experiencia <strong>de</strong>lFNT fue muy positiva sobre todo por la perspectiva <strong>de</strong>continuidad <strong>de</strong>l trabajo por medio <strong>de</strong> una ComisiónPermanente <strong>de</strong> Relaciones <strong>de</strong> Trabajo. Ha llegado lahora <strong>de</strong> que el Brasil consagre una política permanente<strong>de</strong> Diálogo Social. El FNT ha sido una experienciamuy importante y <strong>de</strong>jará huella.6.1.2. Danilo Pereira da Silva (FS)La expectativa inicial era positiva, <strong>de</strong> cambio radicalen las estructuras sindicales. Pero el tema eraespinoso. Por más que hayamos evitado entrar en ladiscusión <strong>de</strong> la unicidad, muchas entida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>scon-118 Logros y Desafíos <strong>de</strong> un Proceso <strong>de</strong> Diálogo Social: Reflexiones <strong>de</strong> los Actores para el Futuro


LA VISIÓN DE LOS ACTORES SOCIALESESPAÑOLfiaron <strong>de</strong> la marcha <strong>de</strong> las discusiones, por el hecho<strong>de</strong> que se discutía sobre la base <strong>de</strong> los principios <strong>de</strong>lConvenio 87 <strong>de</strong> la OIT. Esto, que para muchos es untabú, asustó un poco a algunas entida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>l Foro.Algunos dicen que uno <strong>de</strong> los errores fue el <strong>de</strong> <strong>de</strong>jarafuera las confe<strong>de</strong>raciones oficiales. No sé si notendríamos problemas igualmente. Tal vez incluso <strong>de</strong>moraríamosun poco más. A pesar <strong>de</strong> todo, yo piensoque se avanzó mucho. Incluso las Confe<strong>de</strong>racionesque se dicen ganadoras crearon, a partir <strong>de</strong>l FNT, unanueva Central Sindical.Otra cuestión que pue<strong>de</strong> haber creado dificultadfue la estructura <strong>de</strong> las entida<strong>de</strong>s empresariales: laasimetría entre la organización <strong>de</strong> los trabajadoresy la organización <strong>de</strong> los empleadores. Esto tampocofuncionó y acabó cobrándose la Reforma Laboral. Lascuestiones estructurales, <strong>de</strong>spués <strong>de</strong> cierto tiempo,quedaron vinculadas a la Reforma Laboral por imposición<strong>de</strong> los empleadores. No había manera <strong>de</strong> avanzar.Otro problema tiene que ver con la falta <strong>de</strong> baseprevia para este <strong>de</strong>bate. Nosotros discutimos cosasmuy complejas. Necesitaríamos más tiempo y apoyotécnico. Al final salimos bien; pero, en el curso <strong>de</strong>l proceso,este aspecto creó dificultad.Sin embargo, quedaron pendientes muchas cosas.Hoy es fundamental discutir la representatividad. Enfunción <strong>de</strong> la baja representatividad los sindicatos estáncada vez más alejados <strong>de</strong> los trabajadores. Peroes necesario discutir la representatividad en númerosreales. Con las condiciones <strong>de</strong> empleo que hoy tenemosen el país, no hay manera <strong>de</strong> que la entidad sindicalpueda rehuir la discusión <strong>de</strong> la representatividad.Por más conservadora que ella sea, no tiene escapatoriaen cuanto a discutir acerca <strong>de</strong> la representatividad.Pero esto <strong>de</strong>be hacerse sobre la base <strong>de</strong> números.No sobre la base <strong>de</strong>l 30% <strong>de</strong>l total <strong>de</strong> los representados.El FNT llegó a una referencia <strong>de</strong> corte elevado. Elsistema que <strong>de</strong>beríamos trabajar es el <strong>de</strong>l piso. Si laentidad no alcanza un <strong>de</strong>terminado piso, <strong>de</strong>ja <strong>de</strong> tenerprerrogativas sindicales.En cuanto a las principales bonda<strong>de</strong>s y problemas,yo pienso que nuestra mayor <strong>de</strong>ficiencia fue la falta <strong>de</strong>asesoría jurídica. Esta discusión no alcanzó a los abogados.Los abogados pensaron que estaban quedandofuera <strong>de</strong>l proceso y entonces trabajaron en contra. Losabogados sindicales, en su mayoría, trabajaron contralos proyectos. Otro problema surgió por las ConferenciasEstatales, que generaron muchas expectativas.Con respecto al campo temático, el problema principalfue el tamaño o magnitud <strong>de</strong>l Anteproyecto <strong>de</strong>Ley. El texto entró a tallar en muchos puntos polémicosy acabó asustando a mucha gente. El tema es muy pesado.Para los adversarios fue muy fácil: bastaba confundir.Yo llegué a participar <strong>de</strong> <strong>de</strong>bates tan pesadoscontra la Reforma que en medio <strong>de</strong> las discusiones yopreguntaba: “¿Quién ha leído el proyecto?”. Nadie lohabía leído. O sea, fue muy fácil estar en contra. A<strong>de</strong>más,teníamos mucha dificuldad en transmitir a la base<strong>de</strong>l movimiento lo que estaba sucediendo. El vol<strong>um</strong>en<strong>de</strong> las informaciones era muy gran<strong>de</strong>; y el equipo <strong>de</strong>comunicadores, pequeño.Aún así, quedaron muchas cosas buenas. Nosotrostenemos un gran número <strong>de</strong> sindicatos en ForçaSindical trabajando sobre la base <strong>de</strong> la representatividad.Algunos temas se activaron con el movimientosindical.Mal que bien el FNT acabó creando una agenda.Es una agenda que hoy está en discusión. Força Sindicalestá implantando en muchas realida<strong>de</strong>s la propuesta<strong>de</strong> encuadramiento no por categoría, sino porsector <strong>de</strong> actividad económica y por rama <strong>de</strong> activida<strong>de</strong>conómica. Esto fue muy positivo.La experiencia <strong>de</strong>l FNT <strong>de</strong>jó en claro la importancia<strong>de</strong> un Consejo Permanente <strong>de</strong> Relaciones <strong>de</strong> Trabajo.Por lo tanto, soy plenamente favorable al Consejopermanente, organizado <strong>de</strong> forma tripartita, con competenciano solo general, sino también para la solución<strong>de</strong> conflictos entre sindicatos. Este Consejo <strong>de</strong>becontar con la participación <strong>de</strong>l Estado. Un Consejo sinvínculo con el Estado no tendría legitimidad ante laspropias entida<strong>de</strong>s sindicales.De un modo general, pienso que el proceso <strong>de</strong>lFNT no podría <strong>de</strong>tenerse. Pienso que tenemos quehacer una evaluación <strong>de</strong> los puntos que realmentefueron un aporte positivo, y no parar. Pienso que estadiscusión ya no se <strong>de</strong>tiene. Incluso porque los conflictosestán allí.6.1.3 Denise Motta Dau (CUT)La CUT, históricamente, siempre mol<strong>de</strong>ó su agendaen la interlocución con el Parlamento, con miras acambiar la legislación sindical brasileña. La iniciativa<strong>de</strong>l gobierno <strong>de</strong> intentar hacer la Reforma Sindical pormedio <strong>de</strong> un proceso <strong>de</strong> <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong>, sin embargo,fue una iniciativa muy positiva.6. LA VISIÓN DE LOS ACTORES SOCIALESLogros y Desafíos <strong>de</strong> un Proceso <strong>de</strong> Diálogo Social: Reflexiones <strong>de</strong> los Actores para el Futuro119


ESPAÑOLLA VISIÓN DE LOS ACTORES SOCIALES6. LA VISIÓN DE LOS ACTORES SOCIALESNosotros <strong>de</strong>s<strong>de</strong> la CUT pensábamos que no seríafácil. Ello, sobre la base <strong>de</strong> nuestra experiencia<strong>de</strong> años en el sentido <strong>de</strong> intentar modificar, lamentablementesin éxito, la coyuntura sindical brasileña entemas fundamentales como la unicidad sindical, lacontribución sindical, y el po<strong>de</strong>r normativo <strong>de</strong> la Justicia<strong>de</strong>l Trabajo. Pensábamos, sin embargo, que con lapropuesta <strong>de</strong>l FNT <strong>de</strong> construir una alternativa a partir<strong>de</strong>l <strong>de</strong>bate tripartito, en el cual las partes van as<strong>um</strong>iendouna responsabilidad con el contenido <strong>de</strong>finido <strong>de</strong>común acuerdo, tendríamos una perspectiva mejor,tendríamos mejores perspectivas.Esperábamos también que el empeño con el quese construyó el FNT fuese más objetivo y directo. Pero,a lo largo <strong>de</strong>l proceso, cuando la propuesta tomó formay se presentó al Congreso la Propuesta <strong>de</strong> EnmiendaConstitucional (PEC), vimos que algunos sectores queparticiparon en el FNT no tuvieron el menor involucramientoen la sustentación política <strong>de</strong> la propuesta, quequedó sin sustentación. A<strong>de</strong>más, no se confirmaronunas buenas perspectivas iniciales <strong>de</strong> cambio <strong>de</strong>l sistemasindical brasileño.La propuesta no se consolidó, pero cambió unmarco. Creó un nivel <strong>de</strong> <strong>de</strong>bate difícil <strong>de</strong> revertir. Creóuna plataforma <strong>de</strong> acuerdo y <strong>de</strong> entendimiento. El FNTtuvo ese mérito. Tuvo ese papel. Forjó una plataforma<strong>de</strong> propuesta que, si por un lado no se consolidó, porel otro generó una política. Todos los que hoy <strong>de</strong>batenacerca <strong>de</strong> relaciones laborales y sindicales se valen <strong>de</strong>las propuestas <strong>de</strong>l FNT.El FNT intentó hacer una Reforma que abarcabamucho. Deberíamos habernos concentrado en algunospuntos no tan amplios y que no abarcaran tanto,para luego, a partir <strong>de</strong> un punto focal un poco másreducido, forjar una propuesta más <strong>de</strong>tallada. O sea,<strong>de</strong>beríamos haber concentrado primero los temas,para <strong>de</strong>spués hacer una propuesta <strong>de</strong> más alcance.Un Anteproyecto con 238 artículos dio motivo para quequienes no querían ver la Reforma Sindical viajaran atodos lados <strong>de</strong>l Brasil para discutir comas y <strong>de</strong>tallessacados <strong>de</strong> su contexto, para hacer que aquello queestaba escrito se tornase contra la Reforma Sindical.A<strong>de</strong>más, algunos sectores acabaron mezclando el<strong>de</strong>bate sobre la Reforma Sindical con el <strong>de</strong>bate sobrela Reforma Laboral. Vinculaban la Reforma Sindicalcon la pérdida <strong>de</strong> <strong>de</strong>rechos laborales. Esto causó unagran confusión en el movimiento sindical.Y otra crítica es que, por más que algunas confe<strong>de</strong>racionesoficiales tengan poca representatividad, sehabría podido involucrarlas en el FNT.A<strong>de</strong>más, la propuesta <strong>de</strong> reforma fue muy amplia,con muchos <strong>de</strong>talles políticos y técnicos. En <strong>de</strong>terminadosmomentos surgieron muchas dudas. En la CUT,conseguimos incluso constituir un colectivo jurídico,con la asesoría <strong>de</strong> diversas confe<strong>de</strong>raciones, fe<strong>de</strong>racionesy sindicatos, justamente para ayudar a losdirigentes en ese <strong>de</strong>bate. Aun así, en algunos momentos,por más teórico que fuese el <strong>de</strong>bate, aparecíanmuchas dudas supuestamente técnicas. De hecho,un <strong>de</strong>bate ‘brutalmente’ técnico genera mucha duda.Y, peor aún, la técnica jurídica <strong>de</strong> los implicados en el<strong>de</strong>bate fue frecuentemente distorsionada <strong>de</strong> acuerdocon los intereses políticos <strong>de</strong> los interlocutores. Esto,<strong>de</strong> hecho, generó inseguridad. Pero pienso que, auncon todo esto, el FNT fue una buena experiencia.Mirando a lo mucho que invertimos <strong>de</strong> energía y<strong>de</strong> tiempo, creo que tendríamos más suerte si pensáramosen algo más conciso, cogiendo sólo algunostemas y <strong>de</strong>jando las cuestiones más polémicas paraun segundo momento <strong>de</strong>l FNT. Es necesario <strong>de</strong>stacartambién que perdimos el espacio <strong>de</strong>l <strong>de</strong>bate parlamentario.Los sectores conservadores fueron muchomás atentos y rápidos en esta cuestión <strong>de</strong> la presiónsobre los parlamentarios, quienes necesitan mucho<strong>de</strong>l apoyo <strong>de</strong> este sector sindical.No supimos utilizar nuestra representatividad en elParlamento. Dejamos eso en un segundo plano, mientrasque los conservadores presionaban a los parlamentarios,enviando cartas y presentando proyectosalternativos y cosas <strong>de</strong> ese tipo.Con todo, consi<strong>de</strong>ro bastante importante que secree un Consejo Nacional <strong>de</strong> Relaciones <strong>de</strong> Trabajo.Está claro que en un primer momento se le pensóvinculado a la i<strong>de</strong>a <strong>de</strong> que, con la aprobación <strong>de</strong> laReforma Sindical, sería necesario tener un monitoreo,<strong>de</strong> a<strong>de</strong>cuación, <strong>de</strong> acompañamiento <strong>de</strong> la ReformaSindical. Es necesairo retomar las cosas a partir <strong>de</strong>este punto <strong>de</strong> referencia y luego ponerlo a funcionar.Por último, el FNT fue muy importante. No sólo<strong>de</strong>s<strong>de</strong> el punto <strong>de</strong> vista más objetivo y material <strong>de</strong> laReforma Sindical, sino también en relación con la creación<strong>de</strong> una nueva cultura, según la cual las relaciones<strong>de</strong> trabajo pue<strong>de</strong>n y <strong>de</strong>ben ser negociadas, <strong>de</strong>batidasy puestas en marcha por los actores <strong>social</strong>es.120 Logros y Desafíos <strong>de</strong> un Proceso <strong>de</strong> Diálogo Social: Reflexiones <strong>de</strong> los Actores para el Futuro


LA VISIÓN DE LOS ACTORES SOCIALESESPAÑOL6.1.4. Francisco Canindé Pegado do Nascimento(CGT)El apoyo <strong>de</strong> la Confe<strong>de</strong>ración General <strong>de</strong> los Trabajadores(CGT) a la iniciativa <strong>de</strong>l FNT fue amplio, generale irrestricto. La CGT llegó incluso a proponer, enotros tiempos, un Foro Nacional <strong>de</strong> los Trabajadorespara discutir la agenda <strong>de</strong> las reformas. La CGT nose sintió frustrada al ver los puntos <strong>de</strong> la agenda <strong>de</strong>lFNT y percibió que había muchas posibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> queel <strong>de</strong>bate concluyera positivamente, pues el espaciopolítico estaba ocupado por instituciones verda<strong>de</strong>ramenterepresentativas.El FNT fue organizado perfectamente, <strong>de</strong> manera<strong>de</strong>mocrática, en el contexto <strong>de</strong> las entida<strong>de</strong>s representativas,incluso en relación con los criterios <strong>de</strong>representación proporcional. No hay <strong>de</strong> qué reclamarrespecto <strong>de</strong> la estructura y el funcionamiento <strong>de</strong>l FNT.Aun así, los empresarios llevaron un peso políticoexcesivo. Ellos tuvieron más posibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> interferiren cuestiones ligadas no sólo a los intereses <strong>de</strong> losempleadores, sino también a los <strong>de</strong> la sociedad comoun todo, como fue el caso <strong>de</strong>l aplazamiento <strong>de</strong> las discusionessobre el Grupo Temático <strong>de</strong> la Calificación yCertificación Profesional. Incluso en este campo, enalgunos momentos la bancada <strong>de</strong> los empleadoresno actuaba como bancada, sino <strong>de</strong> acuerdo con lasposiciones específicas <strong>de</strong> cada una <strong>de</strong> las Confe<strong>de</strong>racionesPatronales. A pesar <strong>de</strong> estos problemas, lostrabajos se <strong>de</strong>sarrollaron en perfecta normalidad, conla efectiva participación <strong>de</strong> las representaciones.El ejercicio fue bueno, pero los resultados fueronmuy polémicos y <strong>de</strong> gran repercusión en la sociedad,especialmente en relación con aquellos que se sintieron<strong>de</strong>sembarcados <strong>de</strong>l proceso.El Anteproyecto <strong>de</strong> Ley <strong>de</strong> Relaciones Sindicalesfue muy amplio. El proyecto se enredó mucho en loscomienzos con los temas estructurales fundamentales.Debería haber trabajado por temas (por ejemplo:el reconocimiento <strong>de</strong> las centrales sindicales, el <strong>de</strong>recho<strong>de</strong> huelga). El hecho <strong>de</strong> juntar muchos asuntos fueproblemático.La representatividad <strong>de</strong> las entida<strong>de</strong>s es el punto<strong>de</strong> corte y no podía haber contrariado los conceptostradicionales <strong>de</strong> categoría y <strong>de</strong> rama <strong>de</strong> actividad. Loscriterios <strong>de</strong> verificación <strong>de</strong> la representatividad <strong>de</strong>benser <strong>de</strong>svinculados <strong>de</strong>l encuadramiento sindical. Loi<strong>de</strong>al sería una legislación sobre representatividad.Fue importante la discusión <strong>de</strong> la representatividad,pero todavía no hay una base política para impugnar launicidad. Es en este contexto que incluso la propuesta<strong>de</strong> representación <strong>de</strong> los trabajadores en los lugares<strong>de</strong> trabajo sufrió resistencias por parte <strong>de</strong> algunas entida<strong>de</strong>ssindicales <strong>de</strong> trabajadores. Esta representaciónrivaliza con la visión sindical <strong>de</strong> la representación. Elasunto pue<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>jado para <strong>de</strong>spués, para otro momento.Incluso con todas las dificulda<strong>de</strong>s, el FNT fue unaexperiencia importante, que <strong>de</strong>bería ser aprovechadapara la creación <strong>de</strong> un Consejo Permanente <strong>de</strong> Relaciones<strong>de</strong> Trabajo, tripartito, con competencia ampliaen el área <strong>de</strong> las relaciones <strong>de</strong> trabajo. Lo i<strong>de</strong>al seríaque este Consejo contara también con Cámaras bipartitasentre gobierno y empleadores, y entre gobierno ytrabajadores.En relación con la continuidad <strong>de</strong> los trabajos, elhecho es que los proyectos <strong>de</strong>l FNT están encarpetadosporque el gobierno no está interesado en llevarlosa<strong>de</strong>lante. Los proyectos ya no son referentes <strong>de</strong> discusiónpara la Reforma Sindical, por falta <strong>de</strong> compromiso<strong>de</strong>l gobierno. En el proceso, el gobierno subestimó lossectores conservadores <strong>de</strong>l movimiento sindical <strong>de</strong> lostrabajadores, especialmente los <strong>de</strong> la red <strong>de</strong> interesesligados a la estructura sindical.Aun así, es posible una Reforma Sindical que lleguea colocar a los sindicatos realmente representativosen su lugar, en el escenario sindical brasileño,y a combatir a los sindicatos <strong>de</strong> meros archivos, <strong>de</strong>escritorio, formados exclusivamente para mantener asus dirigentes y no para <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r los intereses <strong>de</strong> lacategoría. Para ello, sin embargo, es fundamental elreconocimiento jurídico <strong>de</strong> las Centrales como entida<strong>de</strong>ssindicales.6.1.5. João Carlos Gonçalves (FS)La elección <strong>de</strong>l Presi<strong>de</strong>nte Lula indicaba claramenteque en el Brasil había sido elegido un Presi<strong>de</strong>nte a favor<strong>de</strong> los trabajadores, que emergió para la lucha política apartir <strong>de</strong>l movimiento sindical, especialmente <strong>de</strong> aquellaparcela que estaba empeñada en el cambio radical <strong>de</strong> laley sindical <strong>de</strong>l país. La expectativa era la <strong>de</strong> colocar enla legalidad a esa parte <strong>de</strong>l movimiento sindical. Con unnuevo gobierno y una i<strong>de</strong>a sedimentada <strong>de</strong> cambio porparte <strong>de</strong>l movimiento sindical, las Centrales Sindicalesapoyaron firmemente la i<strong>de</strong>a <strong>de</strong>l FNT.La i<strong>de</strong>a <strong>de</strong>l FNT es muy buena, y en esto hay una6. LA VISIÓN DE LOS ACTORES SOCIALESLogros y Desafíos <strong>de</strong> un Proceso <strong>de</strong> Diálogo Social: Reflexiones <strong>de</strong> los Actores para el Futuro121


ESPAÑOLLA VISIÓN DE LOS ACTORES SOCIALES6. LA VISIÓN DE LOS ACTORES SOCIALESconvergencia incluso con los más distintos sectores <strong>de</strong>lempresariado. En realidad, sin embargo, hubo sectores<strong>de</strong> trabajadores y <strong>de</strong> empleadores que inicialmentese resistieron en aceptar el proceso. Unos participaron<strong>de</strong> una manera efectiva, otros no llegaron a participar.El <strong>de</strong>bate fue muy bueno, pero los cambios reclamadospor el movimiento sindical no eran idénticos entrelas más distintas entida<strong>de</strong>s. Esta discrepancia dificultóla agenda. En ello pesó mucho la falta <strong>de</strong> culturarelacional <strong>de</strong> parte <strong>de</strong>l Sindicato <strong>de</strong> base para relacionarsecon la Central Sindical y con los <strong>de</strong>más nivelessuperiores <strong>de</strong> organización. Debido a esto, en temascentrales <strong>de</strong> la discusión se difundió la i<strong>de</strong>a <strong>de</strong> que lasCentrales Sindicales querían usurpar los po<strong>de</strong>res <strong>de</strong>lSindicato, lo que es evi<strong>de</strong>ntemente una mentira.A<strong>de</strong>más <strong>de</strong> todas las dificulda<strong>de</strong>s propias <strong>de</strong> la<strong>de</strong>nsidad <strong>de</strong>l <strong>de</strong>bate, la crisis política fue el gran obstáculopara que los trabajos <strong>de</strong>l FNT tuvieran repercusiónen la arena final, el Congreso Nacional. La crisispolítica amagó el <strong>de</strong>bate. Los sectores conservadoresirían al <strong>de</strong>bate público, pero, ya que el gobierno quedó<strong>de</strong>bilitado, no tuvo condiciones políticas para ponerpautas a las discusiones en el Congreso.Por más que se diga en sentido contrario, el FNTno tuvo fallas estructurales. La actuación <strong>de</strong>l gobiernono comprometió la estructura tripartita. No hubo fallosen la seleccción <strong>de</strong> los representantes. Las CentralesSindicales eran realmente las entida<strong>de</strong>s más legítimaspara el <strong>de</strong>bate. La ausencia <strong>de</strong> las Confe<strong>de</strong>racionesoficiales en el FNT no fue algo relevante. Tuvimosigualmente problemas en la conducción y en el procedimiento.Particularmente creo que la vinculación <strong>de</strong> la ReformaSindical con la Laboral, contrariamente a lo quepiensa la mayoría <strong>de</strong> los trabajadores sindicalistas,facilitaría el <strong>de</strong>sarrollo <strong>de</strong> las propuestas. Con ello, habríamovilización por parte <strong>de</strong> los trabajadores. La falta<strong>de</strong> movilización <strong>de</strong> los trabajadores en relación con laReforma Sindical contribuyó mucho al fortalecimiento<strong>de</strong> los conservadores en el Congreso Nacional. El <strong>de</strong>batequedó muy entre sindicalistas, muy <strong>de</strong> la estructurasindical, sin relación directa con el día a día <strong>de</strong> lostrabajadores.No se pue<strong>de</strong> negar, sin embargo, que el FNT fueuna gran iniciativa. La dinámica <strong>de</strong> los <strong>de</strong>bates agregóenorme calidad <strong>de</strong> intervención a los participantes. Lamayoría <strong>de</strong> los que participaron en el FNT continúavinculada con el resultado <strong>de</strong> los <strong>de</strong>bates. A<strong>de</strong>más,vale <strong>de</strong>stacar también la práctica unitaria <strong>de</strong> los trabajadores<strong>de</strong> las Centrales Sindicales. Fue la primera experienciaunitaria <strong>de</strong> gran aliento, <strong>de</strong> envergadura, <strong>de</strong>las Centrales Sindicales. Salímos mucho más unidos.Otra gran contribución <strong>de</strong>l FNT fue la inserción —ami manera <strong>de</strong> ver, <strong>de</strong>finitiva— en la agenda sindicalnacional <strong>de</strong> la cuestión <strong>de</strong> la representatividad. Prácticamentelas entida<strong>de</strong>s están trabajando seriamentecon esa i<strong>de</strong>a, buscando llegar a un paradigma <strong>de</strong> representatividadaceptable. Esta discusión <strong>de</strong>senmascaróa muchas entida<strong>de</strong>s, incluso <strong>de</strong> los empleadores,ya que para mí está claro que tampoco por parte <strong>de</strong>las entida<strong>de</strong>s patronales hay la representatividad queellas dicen poseer.Otro aspecto que me gustaría comentar es el <strong>de</strong>ltamaño <strong>de</strong>l proyecto. No pienso que el tamaño hayadificultado el <strong>de</strong>bate. Lo que hubo fue una opción porla modificación sistémica. En este caso, es difícil implementaruna reforma puntual. A<strong>de</strong>más, es buenorecordar que autorizaba ese análisis la expectativapor la llegada <strong>de</strong>l nuevo gobierno. El gran obstáculofue justamente político. Confirma lo que digo el propiocomportamiento y manejo <strong>de</strong> los adversarios <strong>de</strong>l FNT.Los sectores conservadores que andan vanagloriándose<strong>de</strong> la paralización <strong>de</strong>l <strong>de</strong>bate sintieron la necesidad<strong>de</strong> crear una Central Sindical. Y allí apareció laNueva Central Sindical (NCS).Hubo también mucho miedo por parte <strong>de</strong> los Sindicatos.Muchos <strong>de</strong> ellos no negocian, sino que prestanservicios a sus sindicalizados. Esta parcela ─consi<strong>de</strong>rable─<strong>de</strong>l movimiento sindical quedó bastanteasustada. Es cierto que el Anteproyecto <strong>de</strong>l FNT noamenaza la vida económica <strong>de</strong> los Sindicatos, pero elmiedo fue generalizado e incontrolable.Otro problema nada <strong>de</strong>spreciable fue la discontinuidad<strong>de</strong> la participación interna <strong>de</strong> las Centrales Sindicales.No hubo buena articulación <strong>de</strong> la información.De manera general, creo que el juego no acabó. El Anteproyectotodavía es <strong>de</strong>fendible, pero creo que ahoralo mejor es trabajarlo por partes.Por todo lo que construimos, soy plenamente favorablea la constitución <strong>de</strong>l Consejo Nacional <strong>de</strong> Relaciones<strong>de</strong> Trabajo, <strong>de</strong> la forma establecida por el acuerdo<strong>de</strong>l FNT. Debemos dar continuidad a conversacionespermanentes, fortalecer aquellas que negocian. Piensoincluso que el espacio <strong>de</strong>l Consejo es más general,122 Logros y Desafíos <strong>de</strong> un Proceso <strong>de</strong> Diálogo Social: Reflexiones <strong>de</strong> los Actores para el Futuro


LA VISIÓN DE LOS ACTORES SOCIALESESPAÑOL<strong>de</strong> negociaciones que alcanzan al conjunto <strong>de</strong> los trabajadores.De hecho, a pesar <strong>de</strong> todos los avances y gananciasen calidad, hay un clima <strong>de</strong> frustración por parte<strong>de</strong> los integrantes <strong>de</strong>l FNT. Parece incluso que hubo unretroceso. Las Confe<strong>de</strong>raciones se sienten victoriosas.Los conservadores se están mobilizando, lo que muestrala fuerza <strong>de</strong>l FNT. La experiencia fue positiva.6.1.6. José Calixto Ramos (CNTI y NCS)Nuestra primera expectativa era que el FNT seríauna institución tripartita, que daría posibilidad <strong>de</strong> voza todas las entida<strong>de</strong>s, especialmente a las <strong>de</strong> gradosuperior, en este caso, a las confe<strong>de</strong>raciones oficiales.Lamentamos la manera cómo fue iniciado el proceso.Primero pensamos que era <strong>de</strong> mucha importancia lacreación <strong>de</strong> ese órgano <strong>de</strong> forma tripartita. Despuésnos <strong>de</strong>cepcionamos un poco por la manera en que secondujo el proceso hasta su final.El gobierno dio prioridad a las Centrales Sindicalesy excluyó a las Confe<strong>de</strong>raciones Nacionales <strong>de</strong> Trabajadores.Las Centrales Sindicales fueron las entida<strong>de</strong>sque escogieron a los actores para participar en todaesa discusión. Ellas no nos dieron la oportunidad <strong>de</strong>indicar a un actor propio <strong>de</strong> la CNTI. Nosotros solamentepodríamos participar por señalamiento <strong>de</strong> una<strong>de</strong> las Centrales Sindicales. Se invirtió el proceso. Lasentida<strong>de</strong>s con representatividad legal y <strong>de</strong> clase quedarona la merced <strong>de</strong> un señalamiento <strong>de</strong> las CentralesSindicales. Fue <strong>de</strong>spués <strong>de</strong> una serie <strong>de</strong> gestionesen el Ministerio <strong>de</strong>l Trabajo que se concedió que seagregara un actor por parte <strong>de</strong> las confe<strong>de</strong>raciones, eneste caso, la CNTI.Sin las Confe<strong>de</strong>raciones oficiales el FNT no fue representativo<strong>de</strong>l conjunto <strong>de</strong>l movimiento sindical. LasCentrales Sindicales no tienen la representatividad <strong>de</strong>clase; ellas trabajan en el plano general. La representatividad<strong>de</strong> categorías, <strong>de</strong> clase, pertenece a las Confe<strong>de</strong>raciones.Allí fue exactamente lo inverso. Fueronlas Centrales quienes dijeron quién <strong>de</strong>bía participar enel FNT como representantes <strong>de</strong> los trabajadores. Algunasme ofrecieron un lugar en la bancada, sólo queyo entendía que mi participación, en cualquier caso,<strong>de</strong>bía darse como representante <strong>de</strong> la Confe<strong>de</strong>raciónNacional <strong>de</strong> los Trabajadores en la Industria (CNTI), yno a través <strong>de</strong> una Central Sindical.Yo quería participar en el FNT. Pero como representante<strong>de</strong> una entidad propia, el CNTI. Sin embargo,nuestra orientación era a favor no sólo <strong>de</strong> la CNTI, sinotambién <strong>de</strong> todas las Confe<strong>de</strong>raciones. En realidad,actuamos en beneficio <strong>de</strong>l sistema sindical confe<strong>de</strong>rativovigente. Nosotros podríamos tener a dos o treso cuatro personas representando a las Confe<strong>de</strong>raciones<strong>de</strong> manera general. No era una exclusividad <strong>de</strong> laCNTI lo que reclamábamos. Las Confe<strong>de</strong>raciones <strong>de</strong>bíantener el mismo papel que tuvieron las Centrales.La gran mayoría <strong>de</strong> las entida<strong>de</strong>s sindicales brasileñasno participó en el FNT. También sus entida<strong>de</strong>s<strong>de</strong> grado superior tuvieron poca participación. Nosotrostenemos un universo <strong>de</strong> mil y doscientos sindicatosy no tuvimos ninguna participación en el FNT. En laplenaria <strong>de</strong>l FNT yo fui el único en protestar contra laforma <strong>de</strong> las discusiones y contra la manera <strong>de</strong> escogera los participantes. Yo tenía que protestar, porquerealmente no participamos en el proceso.De todos modos, la iniciativa <strong>de</strong>l FNT fue buena. Eltripartismo es el camino recorrido en todo el mundo. Lainiciativa fue positiva; <strong>de</strong>sastrosa fue la forma cómo elMinisterio <strong>de</strong>l Trabajo y Empleo orientó la selección <strong>de</strong>los actores.Las confe<strong>de</strong>raciones quieren mejorar el sistemasindical brasileño. Lo que nosotros queremos y estamoshaciendo hoy, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>l Congreso Nacional, esperfeccionar nuestra estructura sindical vigente.No tenemos el reconocimiento <strong>de</strong> las Centrales Sindicalescomo entida<strong>de</strong>s sindicales. Nosotros queremosque las confe<strong>de</strong>raciones sean reconocidas. Queremos<strong>de</strong>mocratizar más nuestra propia estructura. Aquí enla CNTI tenemos un Consejo que <strong>de</strong>ci<strong>de</strong> las acciones<strong>de</strong> la CNTI. Aquí el Sindicato es representado por susconfe<strong>de</strong>raciones. Es posible <strong>de</strong>mocratizar más esto,para que los Sindicatos puedan participar directamente.Necesitamos <strong>de</strong> una legislación que reglamentetodo esto. No se trata <strong>de</strong> una interferencia <strong>de</strong>l Estado,sino <strong>de</strong> una legislación que nosotros mismos tenemosque crear.Aun reconociendo a las Centrales Sindicales, nopienso que ellas <strong>de</strong>ban hacer la negociación colectiva.Ésta es la principal función <strong>de</strong>l Sindicato. Esto es imprescindible.Es una actividad específica <strong>de</strong>l Sindicato.Las Centrales Sindicales no <strong>de</strong>ben negociar, salvo quesea por <strong>de</strong>legación <strong>de</strong> los Sindicatos, que <strong>de</strong>ben serlos titulares <strong>de</strong> la negociación colectiva. El Sindicatoes la entidad matriz <strong>de</strong> la organización sindical: todoparte <strong>de</strong>l Sindicato. Nosotros no queremos quitarle alsindicato estas prerrogativas.6. LA VISIÓN DE LOS ACTORES SOCIALESLogros y Desafíos <strong>de</strong> un Proceso <strong>de</strong> Diálogo Social: Reflexiones <strong>de</strong> los Actores para el Futuro123


ESPAÑOLLA VISIÓN DE LOS ACTORES SOCIALES6. LA VISIÓN DE LOS ACTORES SOCIALESPor otro lado, la personalidad sindical no tiene queser dada por el Ministerio <strong>de</strong>l Trabajo. Allí es que estamos<strong>de</strong> acuerdo con la creación <strong>de</strong> un Consejo, sinla participación <strong>de</strong>l Estado, solamente con las Confe<strong>de</strong>raciones<strong>de</strong> empleadores y <strong>de</strong> trabajadores, paradirigir todo el proceso <strong>de</strong> encuadramiento sindical.Como quiera que sea, una <strong>de</strong> las bonda<strong>de</strong>s <strong>de</strong>l FNT,por increíble que parezca, fue la <strong>de</strong> conseguir la unificación<strong>de</strong> las organizaciones sindicales que son tenidascomo conservadoras. Es <strong>de</strong>cir, logró unificar al sistemasindical que da la primacía a la unicidad, a la contribuciónobligatoria, al sistema confe<strong>de</strong>rativo. En cuanto anosotros, aquello fue una cosa insólita. Era tan difícil, yse volvió tan fácil. Llegamos a reunir a 25 mil trabajadoresaquí en Brasília en una actuación bonita, sin problemas,sin apresuramientos, sin patrullaje policial.El FNT <strong>de</strong>spertó al movimiento sindical. Fue muybueno. Despertó al movimiento como a un todo.No obstante se hable mucho <strong>de</strong> que se llegó a unacuerdo, éste nunca existió. Y esto resultó muy perjudicialpara el gobierno y para el FNT. Hasta hoy noexiste un Proyecto listo y acabado. Los proyectos queestán en <strong>de</strong>bate son los <strong>de</strong>l Foro Sindical <strong>de</strong> los Trabajadoresy <strong>de</strong>l diputado Marcelo Barbieri. Resultó muyperjudicial, porque parece que el gobierno no sabe loque quiere. Aun así, pienso que es posible retomar ladiscusión con todos los sectores <strong>de</strong>l movimiento sindical.Para nosotros, la discusión no está cerrada, porqueel movimiento sindical que nosotros <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>mosno es inerte e inmóvil.En la misma línea, soy favorable a la creación <strong>de</strong>un Consejo Nacional <strong>de</strong> Relaciones <strong>de</strong> Trabajo, permanente,con competencia también para resolver materiassindicales, y organizado <strong>de</strong> forma tripartita, sinninguna interferencia en los nombramientos por parte<strong>de</strong>l Po<strong>de</strong>r Público. Al Po<strong>de</strong>r Público correspon<strong>de</strong>ríaúnicamente dar el pase a los nombramientos señaladospor los actores <strong>social</strong>es. A pesar <strong>de</strong>l entusiasmo<strong>de</strong> los participantes, sinceramente pienso que el FNTacabó. Ahora el proceso está en manos <strong>de</strong> la Cámara<strong>de</strong> los Diputados.6.2. EmpleadoresLos representantes <strong>de</strong> la bancada <strong>de</strong> empleadoresentrevistados fueron Dagoberto Lima Godoy, <strong>de</strong>la Confe<strong>de</strong>ración Nacional <strong>de</strong> la Industria (CNI), LúciaMaría Rondon Linhares, también <strong>de</strong> la CNI, y MagnusRibas Apostólico, <strong>de</strong> la Fe<strong>de</strong>ración Nacional <strong>de</strong> losBancos (FENABAN).6.2.1. Dagoberto Lima Godoy (CNI)La experiencia <strong>de</strong>l FNT fue extremadamente saludableen el ámbito <strong>de</strong> la industria, principalmente porparte <strong>de</strong> la CNI, y con una gran dosis <strong>de</strong> esperanza enque pudieran finalmente darse en el país la revisióny actualización <strong>de</strong> la legislación <strong>de</strong>l trabajo, especialmentepor la peculiar condición <strong>de</strong>l Presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> laRepública, y por el hecho <strong>de</strong> haber anunciado, en elevento <strong>de</strong>l lanzamiento <strong>de</strong>l FNT, su empeño en querermo<strong>de</strong>rnizar las relaciones <strong>de</strong> trabajo en el Brasil.Se entendió esto no sólo como una oportunidad sinpar, sino como una orientación muy favorable para lasexpectativas empresariales en el Brasil. De inmediatose pasó a acompañar el proceso y hubo incluso, antes<strong>de</strong> la constitución <strong>de</strong>l FNT, un episodio interesante enla se<strong>de</strong> <strong>de</strong> la CNI, don<strong>de</strong> se realizó una reunión <strong>de</strong>los presi<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> las Confe<strong>de</strong>raciones Empresarialescon los presi<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> las principales Centrales <strong>de</strong>Trabajadores. En aquella oportunidad se plantearonlas siguientes cuestiones: ¿cómo podrían actuar empleadoresy trabajadores en la perspectiva <strong>de</strong>l Foro tripartito?;y ¿cómo podrían actuar acerca <strong>de</strong> puntos <strong>de</strong>vista comunes para bloquear una eventual hegemonía<strong>de</strong>l tercer polo, es <strong>de</strong>cir, el Estado?En aquella misma reunión hubo un apresuramiento—según mi opinión— cuando los presi<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong>las Confe<strong>de</strong>raciones patronales señalaron claramenteestar <strong>de</strong> acuerdo con la legitimación <strong>de</strong> las CentralesSindicales como entida<strong>de</strong>s sindicales, con capacidadjurídica para participar en las negociaciones, en losconvenios y en los acuerdos colectivos.Las perspectivas eran altamente favorables, y laúnica salvedad que hacían los actores era acerca <strong>de</strong>la posibilidad <strong>de</strong> que eventualmente el Estado manipularael FNT, haciendo prevalecer sus opiniones, susi<strong>de</strong>as, sus objetivos. Después, ya en la instalación<strong>de</strong>l FNT, surgió un problema más o menos ensintonía con ese recelo, cuando el MTE publicó el reglamentointerno. Allí se dio el primer <strong>de</strong>svío <strong>de</strong> la i<strong>de</strong>a<strong>de</strong> foro tripartito, <strong>de</strong> <strong>diálogo</strong> realmente abierto y, digámosloasí, paritario, equilibrado entre las tres partes.En ese reglamento había una serie <strong>de</strong> puntos quea los empleadores parecieron autoritarios, principalmenteuno, que marcaría todo el <strong>de</strong>sarrollo <strong>de</strong>l Foro.Era un dispositivo según el cual, en las cuestiones enlas que no se llegara a un acuerdo, se mantendría laopinión <strong>de</strong>l gobierno. Hubo una protesta formal <strong>de</strong> parte<strong>de</strong> la bancada <strong>de</strong> los empleadores, pero la posición124 Logros y Desafíos <strong>de</strong> un Proceso <strong>de</strong> Diálogo Social: Reflexiones <strong>de</strong> los Actores para el Futuro


LA VISIÓN DE LOS ACTORES SOCIALESESPAÑOL<strong>de</strong>l gobierno terminó prevaleciendo, bajo el arg<strong>um</strong>ento<strong>de</strong> que el Estado tiene el po<strong>de</strong>r y no pue<strong>de</strong> <strong>de</strong>jarlo a unlado. Sin embargo prevalecía, evi<strong>de</strong>ntemente, la disposicióna participar y una expectativa muy favorable,principalmente con respecto a la mo<strong>de</strong>rnización <strong>de</strong>las relaciones <strong>de</strong> trabajo, cuyo concepto ciertamenteapuntaba hacia una verda<strong>de</strong>ra reforma.En el <strong>de</strong>sarrollo <strong>de</strong>l Foro comenzaron a surgircuestiones extremadamente críticas. La primera <strong>de</strong>ellas fue la selección <strong>de</strong> los participantes, especialmentepor el lado <strong>de</strong> los trabajadores.Por el lado <strong>de</strong> las entida<strong>de</strong>s empresariales, si <strong>de</strong>hecho surgieron críticas por la <strong>de</strong>signación <strong>de</strong> lasConfe<strong>de</strong>raciones Empresariales, esas críticas no tuvieronmayor trascen<strong>de</strong>ncia, teniendo presente que sehabía apaciguado la cuestión <strong>de</strong> la representativida<strong>de</strong>n el medio empresarial. Si en el Brasil hay algunadispersión <strong>de</strong>l movimiento asociativista en el áreaempresarial, se da más en cuestiones <strong>de</strong> naturalezaeconómica. Las cuestiones laborales no ocupan el primerplano. Consecuentemente no son cuestiones <strong>de</strong>preocupación permanente sino puntual. Entonces, enel área empresarial el escollo <strong>de</strong> los representantes nocausó ningún sobresalto.Pero <strong>de</strong>l lado <strong>de</strong> los trabajadores surgió una protestamuy gran<strong>de</strong>, especialmente por parte <strong>de</strong> lasConfe<strong>de</strong>raciones nacionales <strong>de</strong> trabajadores. Estacuestión <strong>de</strong> la legitimidad <strong>de</strong> la representación <strong>de</strong> lostrabajadores en el FNT se mantuvo hasta hoy. Inclusoahora se la cuestiona.Otro punto importante que surgió en el transcurso<strong>de</strong> los trabajos fue la aparición <strong>de</strong> señales claras <strong>de</strong>que había una proximidad bastante gran<strong>de</strong> <strong>de</strong> objetivosentre la bancada <strong>de</strong>l gobierno y las CentralesSindicales. Esto aparecía como una concentración <strong>de</strong>intereses <strong>de</strong> esas dos bancadas en torno a cuestionesque para los empleadores no eran las principales ytampoco representaban puntos <strong>de</strong> sintonía con el gobiernoy los trabajadores.En primer lugar, la preocupación <strong>de</strong> reforzar lasCentrales Sindicales en términos <strong>de</strong> su legitimacióncomo representantes sindicales no sólo en el nivel <strong>de</strong>las confe<strong>de</strong>raciones, sino también en el <strong>de</strong> las empresas.Esto no sonó bien.El pensamiento general <strong>de</strong> los empresarios priorizael sentido <strong>de</strong> la particularización <strong>de</strong> los acuerdos: estoquiere <strong>de</strong>cir que lo i<strong>de</strong>al, en la visión <strong>de</strong> cualquier gestiónempresarial, es la negociación por empresa, es elacuerdo hecho con autonomía por ambas partes, peroen el ámbito <strong>de</strong> las empresas. Consecuentemente, laclara ten<strong>de</strong>ncia a concentrar po<strong>de</strong>r y negociación enlas centrales <strong>de</strong> ámbito nacional no fue bien acogidaen el ámbito empresarial.Otro punto importante, que luego traslució, fue elinterés en propiciar los acuerdos colectivos <strong>de</strong> ámbitonacional, los llamados contratos colectivos <strong>de</strong> ámbitonacional. Esto fue rechazado fuertemente por las confe<strong>de</strong>racionesempresariales <strong>de</strong> diferentes sectores.Ésta es una cuestión <strong>de</strong> responsabilidad diferenteen relación con la representación <strong>de</strong> los trabajadores,que tienen claramente causas comunes <strong>de</strong> disputas,digamoslo así, <strong>de</strong> espacios y <strong>de</strong> hegemonía. Lascausas fundamentales son las mismas en cualquierCentral Sindical. En el ámbito <strong>de</strong> la representaciónempresarial existen conflictos intersectoriales, lo cualconstituyó un <strong>de</strong>safio para la bancada empleadora, el<strong>de</strong> as<strong>um</strong>ir y mantener una posición unitaria <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>lFNT.Cabe anotar que fue la primera vez que se hizoesto en el ámbito <strong>de</strong> las relaciones <strong>de</strong> trabajo en elBrasil. Se constituyó un Grupo Interconfe<strong>de</strong>rativo Empresarial(GIEMP), reuniendo las cinco confe<strong>de</strong>racionesempresariales participantes en el FNT.En cuanto a la cuestión, por ejemplo, <strong>de</strong>l contratocolectivo nacional, y a la otra cuestión fundamental<strong>de</strong> la representatividad sindical sobre la base <strong>de</strong> todala estructura sindical en el Brasil, hubo realmente unadiscrepancia entre las diferentes confe<strong>de</strong>raciones, lamisma que fue diluyendose en el transcurso <strong>de</strong> los trabajos<strong>de</strong>l FNT.Otro punto polémico fue el relativo a la representatividad<strong>de</strong>rivada, es <strong>de</strong>cir, la posibilidad <strong>de</strong> que unaconfe<strong>de</strong>ración empresarial o una Central Sindical pudiese,al comprobar el c<strong>um</strong>plimiento <strong>de</strong> los requisitos<strong>de</strong> representatividad en algunas regiones <strong>de</strong>l país,crear sindicatos en otras regiones don<strong>de</strong> no tuvieseesa representatividad. Sería una especie <strong>de</strong> sindicato‘biónico’ 32 .Había una confe<strong>de</strong>ración <strong>de</strong> empleadores que simpatizabamucho con eso, mientras que las <strong>de</strong>más no.Y allí nosotros llegamos a otro punto que realmente32 Expresión utilizada en el Brasil para indicar la posibilidad <strong>de</strong> nombrar aalguien para cargos legislativos sin necesidad <strong>de</strong> que sea sometido alproceso electoral. Apareció en el escenario político nacional con motivo<strong>de</strong> la alteración <strong>de</strong> la representación en el Senado Fe<strong>de</strong>ral promovidapor el Gobierno militar, que posibilitó el nombramiento directo, por parte<strong>de</strong>l Ejecutivo Fe<strong>de</strong>ral, <strong>de</strong> una parte <strong>de</strong> los Senadores. Significa representaciónsin legitimidad.6. LA VISIÓN DE LOS ACTORES SOCIALESLogros y Desafíos <strong>de</strong> un Proceso <strong>de</strong> Diálogo Social: Reflexiones <strong>de</strong> los Actores para el Futuro125


ESPAÑOLLA VISIÓN DE LOS ACTORES SOCIALES6. LA VISIÓN DE LOS ACTORES SOCIALESfue fundamental. En las conversaciones previas, enlas reuniones antece<strong>de</strong>ntes a la <strong>de</strong>l FNT, entre lospresi<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> Centrales y <strong>de</strong> Confe<strong>de</strong>raciones empresariales,se llegó a un acuerdo según el cual la reorganización<strong>de</strong>l sistema sindical en el Brasil era unprerrequisito para que pudiese funcionar una reforma<strong>de</strong> la legislación laboral.Sin embargo, especialmente por el hecho <strong>de</strong> quela CNI había planteado la cuestión, ya <strong>de</strong>s<strong>de</strong> la instalación<strong>de</strong>l FNT se insertó la premisa <strong>de</strong> que ese prerrequisitono podría poner a un lado otro principio, el <strong>de</strong>lllamado signo perfecto: es <strong>de</strong>cir que se trataba <strong>de</strong> unaúnica cuestión, que implicaba <strong>de</strong> manera fundamentaly central la regulación <strong>de</strong> las relaciones <strong>de</strong> trabajo;que la organización sindical era una parte esencial eincluso, digamoslo así, preliminar, pero no autónoma;y que, nosotros <strong>de</strong>beríamos comenzar a discutir laReforma Sindical, pero no concluir el proceso <strong>de</strong>l FNTantes <strong>de</strong> que se abor<strong>de</strong> también la cuestión <strong>de</strong> la legislación<strong>de</strong>l trabajo para llegar a un posible acuerdoformal, a un compromiso.Ésta fue una cuestión que estuvo siempre presentey que fue <strong>de</strong>stacada incluso en la reunión plenaria,el órgano máximo <strong>de</strong>l FNT, en el momento <strong>de</strong> laaprobación <strong>de</strong> los acuerdos sobre la Reforma Sindical.En ese momento, el portavoz <strong>de</strong> la bancada empleadora,presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> la Confe<strong>de</strong>ración Nacional <strong>de</strong>lComercio, presentó el resultado <strong>de</strong> los acuerdos quehabían sido firmados en el FNT, pero no <strong>de</strong>stacó estacuestión <strong>de</strong> la Reforma Laboral. Esto propició que elpresi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> la CNI hiciera notar muy claramente quelos acuerdos allí aprobados estaban condicionados alproseguimiento <strong>de</strong> la discusión global <strong>de</strong> la reforma ensu integridad.Esto estuvo siempre presente a lo largo <strong>de</strong>l FNT, ymás tar<strong>de</strong> se <strong>de</strong>mostró que este punto sería realmenteuna cuestión incluso <strong>de</strong>sestabilizadora <strong>de</strong>l FNT, principalmentecuando el gobierno envió al Congreso unaPropuesta <strong>de</strong> Enmienda Constitucional para la ReformaSindical, sin que al menos hubiese comenzado atrabajar el Grupo Técnico <strong>de</strong> la Reforma Laboral.Esta postura precipitó la amplia discusión conla sociedad brasileña y con el propio sector político,provocando una reacción extremadamente hostil, haciendoprácticamente inviable el resultado <strong>de</strong> mayoralcance <strong>de</strong>l FNT en este gobierno, en este períodopresi<strong>de</strong>ncial.Como hoy está claramente <strong>de</strong>mostrado, el FNTcontinúa funcionando, pero las discusiones no avanzan.No se llegó a enviar al Congreso Nacional nisiquiera el Anteproyecto <strong>de</strong> Ley <strong>de</strong> Relaciones Sindicalesque había sido discutido en el ámbito <strong>de</strong>l FNT.Esto porque lo impidió el arrebato o precipitación <strong>de</strong> laPropuesta <strong>de</strong> Enmienda Constitucional nº 369/05. Alremitir tal Propuesta al Congreso, el gobierno <strong>de</strong>mostróque los temores que se tenían en relación con elrégimen interno <strong>de</strong>l FNT eran justificados.Al presentar la Propuesta <strong>de</strong> Enmienda Constitucionalcomo fruto <strong>de</strong>l FNT, el gobierno cometió dos<strong>de</strong>slices: primero, incluyó en la Propuesta cuestionesque no habían sido objeto <strong>de</strong> acuerdos, es <strong>de</strong>cir quearbitró conforme a la reserva <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r que había hechoal <strong>de</strong>cretar el reglamento interno; y, segundo, norespetó fielmente algunos <strong>de</strong> los acuerdos que habíansido fruto <strong>de</strong> la discusión tripartita.Estos dos traspiés, a<strong>de</strong>más <strong>de</strong> reforzar la <strong>de</strong>sconfianza<strong>de</strong> los empleadores, contribuyeron también adisminuir las condiciones <strong>de</strong> eficacia <strong>de</strong> la continuidad<strong>de</strong>l FNT.Pienso que esto es algo que <strong>de</strong>bía rescatarse. Notengo duda al respecto. Pienso que necesitamos continuarcon el ejercicio <strong>de</strong> esta experiencia realmentepionera <strong>de</strong>l Brasil. Pero la continuidad <strong>de</strong>be retomardos puntos básicos: primero, que la discusión sea integral;y, segundo, que se separe claramente lo quees resultado <strong>de</strong>l FNT <strong>de</strong> lo que es una propuesta <strong>de</strong>lEjecutivo.Estas son dos premisas fundamentales para recuperarla credibilidad y las propias perspectivas <strong>de</strong>avance para una Reforma Laboral que realmente tengacondiciones <strong>de</strong> prosperar, por estar basada en unlegítimo acuerdo tripartito.Valga resaltar, incluso, que se <strong>de</strong>be instaurar elConsejo Nacional <strong>de</strong> Relaciones <strong>de</strong> Trabajo, <strong>de</strong> composicióntripartita. En general, es importante que no sepierda la i<strong>de</strong>a <strong>de</strong>l FNT. Espero que continúe esta i<strong>de</strong>a<strong>de</strong> discusiones tripartitas, sea con la continuidad <strong>de</strong>lFNT, sea con la constitución <strong>de</strong>l Consejo Nacional <strong>de</strong>Relaciones <strong>de</strong> Trabajo.6.2.2. Lúcia María Rondon Linhares (CNI)La expectativa inicial era que realmente se dieranlas Reformas Laboral y Sindical, concomitantemente.A<strong>de</strong>más <strong>de</strong> la separación <strong>de</strong> las dos Reformas, unpunto negativo fue el no haberse <strong>de</strong>batido antes unaPropuesta <strong>de</strong> Enmienda Constitucional (PEC), para126 Logros y Desafíos <strong>de</strong> un Proceso <strong>de</strong> Diálogo Social: Reflexiones <strong>de</strong> los Actores para el Futuro


LA VISIÓN DE LOS ACTORES SOCIALESESPAÑOLluego <strong>de</strong>batir el Proyecto <strong>de</strong> Ley infra-constitucional.La PEC era el asunto más importante. Nosotros <strong>de</strong>jamosesto siempre muy en claro, pero no hubo unacuerdo en ese sentido, y hoy más que nunca estoyconvencida <strong>de</strong> que tendríamos más éxito si hubiésemosluchado por una PEC, y si el esfuerzo <strong>de</strong>l Informefinal fuese para generar una PEC, <strong>de</strong> don<strong>de</strong> generarlos <strong>de</strong>más proyectos.Otro punto negativo fue que el gobierno haya optadopor erigirse en árbitro <strong>de</strong> las divergencias. Deberíaser o por acuerdo, o nada. El arbitraje <strong>de</strong>ja siempre<strong>de</strong>scontento un lado, y allí el proceso se <strong>de</strong>tiene. Estofue uno <strong>de</strong> los puntos que hicieron que el proceso noprosperara. Lo que no termina en un consenso <strong>de</strong>beseguir siendo discutido.El punto más positivo fue la discusión sobre la representatividad.Otra ventaja fue el ejercicio <strong>de</strong>l <strong>diálogo</strong><strong>social</strong>. Conozco una sola experiencia mejor que la<strong>de</strong>l FNT: el Mercosur, el inicio <strong>de</strong>l Mercosus, el <strong>diálogo</strong>que el Mercosur trajo en el ámbito regional.Pero el FNT fue una <strong>de</strong> las experiencias más fantásticas.A pesar <strong>de</strong> que no hayamos llegado a acuerdosen algunas materias, en algunos puntos, el procesofue importante. La confianza que se crea en estetipo <strong>de</strong> proceso es muy positiva.La i<strong>de</strong>ntificación <strong>de</strong> los puntos <strong>de</strong> vista <strong>de</strong>l gobiernocon los <strong>de</strong> los trabajadores perjudicó el <strong>de</strong>bate. Elgobierno es PT...; no, no es PT, es CUT, y vienen conestas i<strong>de</strong>as <strong>de</strong>s<strong>de</strong> hace ya muchos años. Todos sonsindicalistas <strong>de</strong>s<strong>de</strong> hace ya mucho tiempo. Esto tuvosu influencia. La imparcialidad llega hasta cierto punto,y esto es inherente al ser h<strong>um</strong>ano. No habiendo enel gobierno nadie que fuese o viniese <strong>de</strong>l movimientosindical patronal 33 , el gobierno no tenía un punto <strong>de</strong>equilibrio. Provenían todos <strong>de</strong>l movimiento sindical <strong>de</strong>los trabajadores. No había siquiera una persona quehubiese sido <strong>de</strong>l lado patronal. Esto pue<strong>de</strong> haber perjudicado.El proyecto global acabó con tener dificulta<strong>de</strong>s.Primero se <strong>de</strong>bería haber enviado la Propuesta <strong>de</strong> EnmiendaConstitucional y <strong>de</strong>spués, una vez aprobadaésta, la discusión habría podido funcionar. Con la PECaprobada, tendríamos más seguridad.La i<strong>de</strong>a <strong>de</strong>l FNT fue brillante y tiene que continuar.No hay por qué parar el proceso: sea cual fuere elgobierno, este proceso no pue<strong>de</strong> ser interr<strong>um</strong>pido. El33 Véase nota <strong>de</strong> pie <strong>de</strong> página nº 43.mo<strong>de</strong>lo dio seguridad política. Lo que no dio seguridadfue la opción <strong>de</strong> negociar todo en la Reforma Sindicaly <strong>de</strong>jar para <strong>de</strong>spués la Reforma Laboral. La ReformaLaboral es prioritaria. De lo contrario, <strong>de</strong> qué sirvecrear una nueva estructura sindical, reconocer a lascentrales y fortalecer al movimiento sindical, sin <strong>de</strong>finirlo que pue<strong>de</strong> y lo que no pue<strong>de</strong> ser negociado.La Reforma Sindical <strong>de</strong>be ir acoplada a la ReformaLaboral. Sin las dos juntas, no hay reforma. Es por esoque una Propuesta <strong>de</strong> Enmienda Constitucional seríala solución para el inicio <strong>de</strong>l proceso.El resultado <strong>de</strong>sfavorable fue la escisión <strong>de</strong> la reforma.No obstante, el <strong>diálogo</strong> tiene que continuar.Otro aspecto que <strong>de</strong>be ser <strong>de</strong>stacado es que elgobierno escuchó mucho al Ministerio Público y alPo<strong>de</strong>r Judicial. Ahora, si los actores <strong>social</strong>es están <strong>de</strong>acuerdo, vamos a enfrentar las discusiones al interior<strong>de</strong>l Legislativo. Muchas <strong>de</strong> las posiciones <strong>de</strong>l Po<strong>de</strong>rJudicial son corporativas y el Ministerio Público actúacomo un cuarto po<strong>de</strong>r.En el campo <strong>de</strong> las dificulda<strong>de</strong>s con la sociedad,es importante señalar que mucha gente que quedófuera <strong>de</strong>l FNT no perdía ninguna oportunidad para criticarlos trabajos, generalmente con interpretacionesfuera <strong>de</strong> contexto. Quien no estaba participando criticabasin conocer. Es la hoguera <strong>de</strong> las vanida<strong>de</strong>s. Lagran mayoría que discutió sobre el Proyecto o discrepó<strong>de</strong> él no entendía el conjunto <strong>de</strong>l mismo. Algunasconferencias que yo hice confirman plenamente estaafirmación.Otro problema provino <strong>de</strong> las Conferencias Estatales.Con ellas perdimos el momento <strong>de</strong> la iniciativa.Perdimos un año con las Conferencias Estatales, queno llevaron a nada. Y es que no podían llevar a algo.Se hubiese podido hacer discusiones regionales tripartitas.De todos modos, es importante <strong>de</strong>cir que el procesono es rápido. Es lento en sí mismo. En esta línea,el otro problema fue el apresuramiento en enviarla Propuesta <strong>de</strong> Enmienda Constitucional. La PEC noes buena, ya que no fue <strong>de</strong>batida <strong>de</strong> forma suficientey fue mayormente arbitrada por el gobierno. Lo i<strong>de</strong>alseria <strong>de</strong>sconstitucionalizar la organización sindical. LaConstitución sólo establecería los principios básicos,<strong>de</strong>legando a la ley ordinaria la <strong>de</strong>finición <strong>de</strong> esa organización.Por todos los aspectos positivos señalados, pien-6. LA VISIÓN DE LOS ACTORES SOCIALESLogros y Desafíos <strong>de</strong> un Proceso <strong>de</strong> Diálogo Social: Reflexiones <strong>de</strong> los Actores para el Futuro127


ESPAÑOLLA VISIÓN DE LOS ACTORES SOCIALES6. LA VISIÓN DE LOS ACTORES SOCIALESso que la i<strong>de</strong>a <strong>de</strong>l Consejo Nacional <strong>de</strong> Relaciones <strong>de</strong>Trabajo fue muy buena. Éste <strong>de</strong>be ser tripartito, concompetencia para discutir las Reformas Laboral y Sindical.Fue el Consejo don<strong>de</strong> entonces acabó el canal <strong>de</strong>comunicación. En este caso, <strong>de</strong>jaremos que el Congresoman<strong>de</strong> los proyectos sin ninguna discusión respecto<strong>de</strong> ellos con los actores <strong>social</strong>es.La tarea <strong>de</strong> la reforma es muy difícil <strong>de</strong> hacersesolamente a partir <strong>de</strong>l Congreso Nacional. La Consolidación<strong>de</strong> las Leyes <strong>de</strong>l Trabajo (CLT) —pue<strong>de</strong>n <strong>de</strong>cirlo que quisieren—, es una estructura bien hecha, esun edificio construido sobre los mejores cimientos, conlos mejores materiales, con un inicio, una parte centraly una final.Si hay una Propuesta legislativa susceptible <strong>de</strong> muchasenmiendas, ella se volvería un monstruo. Si hayacuerdo entre los actores <strong>social</strong>es, éste <strong>de</strong>be ser llevadoal Congreso Nacional para el <strong>de</strong>bate parlamentario.Habiendo la preocupación <strong>de</strong> mostrar la estructura<strong>de</strong> lo negociado por los actores <strong>social</strong>es, -creo-, habrápocas enmiendas.Por todo esto, el gobierno <strong>de</strong>be involucrarse en elcuerpo a cuerpo <strong>de</strong>l Congreso Nacional. Y, en el caso<strong>de</strong>l FNT, el gobierno no se involucró. El Ministerio <strong>de</strong>lTrabajo y Empleo (MTE) incluso lo intentó; pero el gobiernocomo un todo, no.Aun así, quedaron importantes conquistas. La principal,<strong>de</strong>s<strong>de</strong> el punto <strong>de</strong> vista interno, fue la constitución<strong>de</strong>l Grupo Interconfe<strong>de</strong>rativo <strong>de</strong> los Empleadores(GIEMP), que garantizó una cohesión nunca vista enel sector patronal. Hubo efectiva articulación.El involucramiento <strong>de</strong>l GIEMP en la agenda <strong>de</strong>cambios fue muy gran<strong>de</strong>. Mas hay varios actores queno quieren cambiar nada, y esto trastorna un poco elproceso. Pero hay otro problema importante también.A veces la dinámica <strong>de</strong> las discusiones en el FNT nodaba tiempo para discutir con la base. Y a veces elasunto avanzaba mucho antes <strong>de</strong> que pudiéramostrasladarlo a la base <strong>de</strong> la representación.Me gustaría que este proceso continuara para queefectivamente saliéramos ganando. La <strong>de</strong>rrota parcialno ha sido suficiente para matar la i<strong>de</strong>a. Para que hayauna Reforma Laboral tiene que haber una ReformaSindical con entida<strong>de</strong>s efectivamente representativas.Pero la Reforma Sindical tiene que ser hecha <strong>de</strong> maneraconjunta con la Reforma Laboral. Éste es el <strong>de</strong>safiofuturo. De vuelta al comienzo.6.2.3 Magnus Ribas Apostólico (FENABAN)Yo participé, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1985, en varias tentativas <strong>de</strong>reformas (Reforma Sindical, Reforma Laboral), todasfrustradas, pero nosotros nunca habíamos trabajadocon una organización tan estructurada como ésta. Laexpectativa cambió respecto <strong>de</strong> las anteriores, porquerealmente teníamos estructura, teníamos voluntad política,un gobierno <strong>de</strong> extracción trabajadora, que eraimportante para dar más confianza principalmente ala representación <strong>de</strong> los trabajadores, a la <strong>de</strong>claraciónformal <strong>de</strong> las centrales que querían una Reforma Sindical.Por todo eso, la expectativa era muy positiva.La manifestación <strong>de</strong> las confe<strong>de</strong>raciones empresarialesrespecto <strong>de</strong> la legitimidad <strong>de</strong> las centrales, la feen un foro tripartito que pudiera construir un ambientenuevo en las relaciones <strong>de</strong> trabajo para salir <strong>de</strong> aquellaestructura fosilizada que aún estamos viviendo, todo,en fin, generó una expectativa positiva.Pero <strong>de</strong>s<strong>de</strong> el inicio quedó un problema que nosotrospensábamos acabaría creando dificulta<strong>de</strong>s: la posibilidad<strong>de</strong> arbitraje por parte <strong>de</strong>l gobierno. A nosotrosno nos gustaba ese artículo <strong>de</strong>l reglamento <strong>de</strong>l FNT.La única cosa que nos <strong>de</strong>sagradaba era eso. La representativida<strong>de</strong>ra buena, la paridad era muy buena,la disposición era buena, pero ese artículo era perjudicial,porque mezclaba acuerdo con arbitraje.Debería integrar los proyectos legislativos sóloaquello que fuera fruto <strong>de</strong> acuerdo. Las divergencias<strong>de</strong>berían ser presentadas aparte. Nunca <strong>de</strong>beríamosmezclar en el mismo proyecto aspectos arbitrados,para evitar que las discrepancias puntuales resueltasmediante arbitraje lleven a discrepar sobre el enteroproyecto. Si todo en el anteproyecto fuera fruto <strong>de</strong> unacuerdo, todos nosotros lo <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>ríamos. De estamanera, si separáramos los acuerdos o consensos -con el compromiso <strong>de</strong> <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>rlos- <strong>de</strong> los puntos sinacuerdo -que también <strong>de</strong>ben ser enviados al CongresoNacional en un proyecto específico-, creo que todostratarían <strong>de</strong> lograr el máximo posible <strong>de</strong> acuerdospara evitar que el gobierno haga proyectos in<strong>de</strong>pendientes.En esta perspectiva, el gobierno pue<strong>de</strong> enviar laparte arbitrada junto con la parte que ha sido fruto <strong>de</strong>acuerdos, pero en otro proyecto. Esto evitaría la situación<strong>de</strong> oposición al proyecto como un todo, en razón<strong>de</strong> la oposición a unos pocos artículos.128 Logros y Desafíos <strong>de</strong> un Proceso <strong>de</strong> Diálogo Social: Reflexiones <strong>de</strong> los Actores para el Futuro


LA VISIÓN DE LOS ACTORES SOCIALESESPAÑOLEl segundo punto es que las Centrales Sindicalesno representan todo aquello que ellas dicen representar.Ellas son un movimiento <strong>de</strong> cúpula, con intencionesmo<strong>de</strong>rnas, con mo<strong>de</strong>lo mo<strong>de</strong>rno, pero en su estructuratienen presentes los <strong>de</strong>seos más fosilizados<strong>de</strong> la mayoría <strong>de</strong> los Sindicatos. Las Centrales Sindicales,cuando dicen que representan a 14 millones <strong>de</strong>trabajadores, yo les creo; pero ellas no representan alos sindicalistas que representan a esos 14 millones<strong>de</strong> trabajadores.Las Conferencias Estatales fueron un <strong>de</strong>sperdicio<strong>de</strong> dinero, <strong>de</strong> tiempo y <strong>de</strong> paciencia. Era necesariotener a los lí<strong>de</strong>res <strong>de</strong> las Centrales Sindicales, alos principales lí<strong>de</strong>res <strong>de</strong> los trabajadores, incluso alos lí<strong>de</strong>res históricos que no quieren reforma alguna.Las Centrales <strong>de</strong>berían haber hecho un trabajo conese persoal, para llevarlo a compren<strong>de</strong>r aquello queel gobierno nos hizo enten<strong>de</strong>r durante el proceso <strong>de</strong>lFNT: “Uste<strong>de</strong>s participan e intervienen en la reforma, ouste<strong>de</strong>s no participan y no intervienen en la reforma yaceptan lo que venga”.Las Centrales Sindicales <strong>de</strong>berían trabajar con lasConfe<strong>de</strong>raciones oficiales. Ellas tenían que negociaresto.En esta situación, seguramente la reforma habríasido más gradual. Pero, para compensar esta <strong>de</strong>mora,contaríamos con el FNT o con el Consejo Nacional <strong>de</strong>Relaciones <strong>de</strong> Trabajo. O sea que el FNT comenzaríay el Consejo haría el resto. El trabajo sería más lentoy exigiría mucha paciencia. Sería una reforma con lascosas andando, pared por pared, ladrillo por ladrillo.En el campo temático, por influencia <strong>de</strong> todos losparticipantes, nosotros mezclamos las acciones colectivascon la Reforma Sindical. Esto fue un elementoque complicó adicionalmente el proceso. Lo hicimosen el momento equivocado. Y la culpa es <strong>de</strong> todos.Estábamos ansiosos por resolver el problema <strong>de</strong> lasustitución procesal. El gobierno quería resolverlo;los trabajadores querían resolverlo; y los empleadorestambién, más que los otros dos juntos. Y, al final,lo que atrasó el curso fue una posición <strong>de</strong> la CNI. Laculpa fue <strong>de</strong> todos. Tal vez incluso más <strong>de</strong> los empleadores.La sustitución procesal o las acciones colectivasentraron en escena en el punto ina<strong>de</strong>cuado. Estábamoshablando <strong>de</strong> Reforma Sindical, <strong>de</strong> negociacionescolectivas y <strong>de</strong> solución <strong>de</strong> conflictos. Esto acabócreando confusión.El segundo problema temático fue el aplazamiento<strong>de</strong> la discusión <strong>de</strong> la Reforma Laboral. Esto es lo queva a matar también al Consejo <strong>de</strong> Relaciones <strong>de</strong> Trabajo,si no se toman las <strong>de</strong>bidas precauciones.Debe quedar muy claro que al Consejo Permanentese le atribuye la responsabilidad <strong>de</strong> hacer la ReformaLaboral. De lo contrario, suce<strong>de</strong>rá lo que sucedióen el FNT, y el área patronal no confiará. Se tendráque hacer las reformas paralelamente, para tener credibilidad.Éste fue un problema <strong>de</strong>l FNT cuya repetición<strong>de</strong>beríamos evitar en el futuro Consejo.6.3. GobiernoLos representantes <strong>de</strong> la bancada <strong>de</strong>l gobiernoentrevistados fueron: Marco Antônio <strong>de</strong> Oliveira, <strong>de</strong>lMinisterio <strong>de</strong>l Trabajo y Empleo (MTE), CoordinadorGeneral Adjunto <strong>de</strong>l Foro Nacional <strong>de</strong>l Trabajo (FNT),y Osvaldo Martinez Bargas, <strong>de</strong>l MTE, Coordinador General<strong>de</strong>l FNT.6.3.1. Marco Antônio <strong>de</strong> Oliveira (MTE)La i<strong>de</strong>a <strong>de</strong> la instalación <strong>de</strong>l Foro Nacional <strong>de</strong>l Trabajoes, en realidad, tributaria <strong>de</strong> una experiencia anterior<strong>de</strong> negociación tripartita que ocurrió en la época<strong>de</strong>l gobierno Itamar, por gestión <strong>de</strong>l entonces ministroWalter Barelli.Fernando Henrique Cardoso prefirió otro camino y,por ocho años, lo que ocurrió fue la tentativa <strong>de</strong>, pormedio <strong>de</strong> medidas provisionales, <strong>de</strong>cretos-leyes, resoluciones,actos unilaterales <strong>de</strong>l Po<strong>de</strong>r Ejecutivo, promovercambios puntuales en la legislación, dándose,como máximo, un <strong>diálogo</strong> <strong>de</strong>l gobierno con <strong>de</strong>terminadossegmentos <strong>de</strong>l movimiento sindical y con sectores<strong>de</strong>l empresariado.Durante la campaña electoral <strong>de</strong> 2002, el entoncescandidato Lula as<strong>um</strong>ió el compromiso público, expresadoen su programa <strong>de</strong> gobierno, en el sentido <strong>de</strong>promover una reanudación <strong>de</strong>l <strong>de</strong>bate, es <strong>de</strong>cir, unnuevo proceso <strong>de</strong> negociación tripartita en torno a lostemas concernientes a las relaciones <strong>de</strong> trabajo y al<strong>de</strong>recho <strong>de</strong>l trabajo. Entonces el Ministerio <strong>de</strong>l Trabajoy Empleo instaló el Foro Nacional <strong>de</strong>l Trabajo. Encierto modo, como dije, el FNT es tributario <strong>de</strong> esa herencia,pero también representa un avance respecto<strong>de</strong> lo que se trató <strong>de</strong> hacer aquella vez. Un avance enel sentido <strong>de</strong> que, al contrario <strong>de</strong> aquel foro, que fuebásicamente un foro <strong>de</strong> <strong>de</strong>bates, el Foro Nacional <strong>de</strong>lTrabajo se configuró como un foro <strong>de</strong> negociación, concarácter tripartito y paritario y con amplia participación6. LA VISIÓN DE LOS ACTORES SOCIALESLogros y Desafíos <strong>de</strong> un Proceso <strong>de</strong> Diálogo Social: Reflexiones <strong>de</strong> los Actores para el Futuro129


ESPAÑOLLA VISIÓN DE LOS ACTORES SOCIALES6. LA VISIÓN DE LOS ACTORES SOCIALES<strong>de</strong> las Centrales Sindicales. La expectativa que ro<strong>de</strong>óla instalación <strong>de</strong>l FNT y que marcó todos sus trabajosera la <strong>de</strong> conducir una amplia Reforma Sindical y Laboralen el país, por medio <strong>de</strong>l <strong>diálogo</strong> y <strong>de</strong> la negociacióntripartita en esas condiciones que expuse.Yo creo que la principal bondad <strong>de</strong> este proceso resi<strong>de</strong>en la propia valorización <strong>de</strong>l <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong> comopunto <strong>de</strong> partida <strong>de</strong>l esfuerzo <strong>de</strong> negociación y comorequisito previo <strong>de</strong> un nuevo or<strong>de</strong>namiento jurídicoinstitucional <strong>de</strong> las relaciones <strong>de</strong> trabajo en el Brasil.Esta i<strong>de</strong>a <strong>de</strong> valorización <strong>de</strong>l <strong>diálogo</strong>, <strong>de</strong> apuesta alprincipio <strong>de</strong> la buena fe, <strong>de</strong> construcción <strong>de</strong> un armazón<strong>de</strong> carácter <strong>de</strong>mocrático, supone, como punto<strong>de</strong> partida, que trabajadores, empleadores y gobiernotengan <strong>de</strong> antemano la disposición <strong>de</strong> revisar, <strong>de</strong> comúnacuerdo, las reglas <strong>de</strong>l juego que mo<strong>de</strong>lan las relaciones<strong>de</strong> trabajo en el país. De manera que no nosparece viable hablar <strong>de</strong> una reforma <strong>de</strong>mocrática <strong>de</strong>las relaciones <strong>de</strong> trabajo, sin que se valoricen la i<strong>de</strong>a<strong>de</strong>l <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong>, la i<strong>de</strong>a <strong>de</strong>l tripartismo y la i<strong>de</strong>a <strong>de</strong>una construcción <strong>de</strong> forma negociada <strong>de</strong> ese nuevomo<strong>de</strong>lo.La valorización <strong>de</strong>l <strong>diálogo</strong> mo<strong>de</strong>ló la propia construcción<strong>de</strong>l Foro Nacional <strong>de</strong>l Trabajo. O sea que elgobierno, antes incluso <strong>de</strong> que <strong>de</strong>finiera una Propuesta,una estrategia para comenzar el <strong>de</strong>bate, realizóuna amplia consulta a trabajadores y a empleadorespor medio <strong>de</strong> sus representaciones nacionales acerca<strong>de</strong> las reglas que guiaron, posteriormente, el <strong>de</strong>bateen el ámbito <strong>de</strong>l Foro Nacional <strong>de</strong>l Trabajo. Entonces,me parece que ésta es una cuestión fundamental: el<strong>diálogo</strong> <strong>social</strong> fue un principio, un método y también uninstr<strong>um</strong>ento, por medio <strong>de</strong>l cual se construyó el propioForo.Otro valor que resulta <strong>de</strong> esta experiencia es el hecho<strong>de</strong> que el Foro Nacional <strong>de</strong>l Trabajo propició, pormedio <strong>de</strong>l <strong>diálogo</strong>, un conocimiento más riguroso porparte <strong>de</strong> los actores respecto <strong>de</strong> la infinidad <strong>de</strong> temasque las Reformas Sindical y Laboral abarcan. En realidad,cuando hablamos <strong>de</strong> estas reformas, estamoshablando <strong>de</strong> una reforma <strong>de</strong> amplio sistema y que, porlo tanto, requiere cambios graduales, aplazamientosen el tiempo que suponen, incluso, un proceso relativamentelento <strong>de</strong> transición hacia las nuevas reglas.El <strong>de</strong>bate propició también un conocimiento másexacto entre los propios actores. Es algo propio <strong>de</strong> lanaturaleza <strong>de</strong> las relaciones <strong>de</strong> trabajo la existenciay la gestión <strong>de</strong> los conflictos, pero esta configuracióny el historial <strong>de</strong> las relaciones <strong>de</strong> trabajo en el Brasilsiempre generan un alto grado <strong>de</strong> <strong>de</strong>sconfianza entrelos actores. En cierta forma, el Foro disminuyó esta<strong>de</strong>sconfianza, creó un ambiente más propicio para elrespeto mutuo, la prevalencia <strong>de</strong> la buena fe y la búsqueda<strong>de</strong> entendimiento.Yo creo que el principal <strong>de</strong>fecto que el Foro Nacional<strong>de</strong>l Trabajo presentó fue el hecho <strong>de</strong> excluiren cierta medida <strong>de</strong> la mesa <strong>de</strong> negociación la participación<strong>de</strong> las Confe<strong>de</strong>raciones. Esta exclusión nose dio <strong>de</strong>bido a una <strong>de</strong>cisión <strong>de</strong>l gobierno, justamenteporque éste mo<strong>de</strong>ló la composición <strong>de</strong> las bancadassobre la base <strong>de</strong> los criterios ya consagrados por laOIT. Correspondió a empleadores y a trabajadores la<strong>de</strong>finición <strong>de</strong> sus bancadas, por medio <strong>de</strong> sus representacionesnacionales. Lo que el gobierno hizo fuefijar criterios generales que regularan esa selección,tales como los siguientes: las entida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>berían estarvinculadas a entida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> carácter nacional, a entida<strong>de</strong>scon notorio reconocimiento público y, preferiblemente,a entida<strong>de</strong>s que ya tuvieran asiento en órganos<strong>de</strong>l Consejo <strong>de</strong> foros públicos. Pero <strong>de</strong> parte <strong>de</strong> lostrabajadores hubo una división que es histórica, y que<strong>de</strong>riva <strong>de</strong> la manera misma <strong>de</strong> enten<strong>de</strong>r diversamentela materia objeto <strong>de</strong> la negociación. Éste es el primerproblema.En cierto modo, el gobierno intentó superar estecuestionamiento <strong>de</strong> la participación <strong>de</strong> las Confe<strong>de</strong>raciones,sugiriendo a las Centrales Sindicales queincorporaran en sus bancadas a representantes <strong>de</strong>las Confe<strong>de</strong>raciones y Fe<strong>de</strong>raciones <strong>de</strong> trabajadores.Pero, para buena parte <strong>de</strong> ellas, esto fue consi<strong>de</strong>radoinsatisfactorio, lo que suscitó la articulación <strong>de</strong>l ForoSindical <strong>de</strong> los Trabajadores, un Foro paralelo conducidopor las Confe<strong>de</strong>raciones que, en cierta forma,tenían la clara intención <strong>de</strong> obstruir cualquier tentativa<strong>de</strong> Reforma Sindical y Laboral.Otra iniciativa <strong>de</strong>l gobierno para eludir ese obstáculofue la realización <strong>de</strong> reuniones directas con lasConfe<strong>de</strong>raciones. Nosotros llegamos a realizar cincorondas <strong>de</strong> negociaciones con las Confe<strong>de</strong>raciones.Pero esas negociaciones no prosperaron, <strong>de</strong>bido ala existencia <strong>de</strong> una oposición muy clara <strong>de</strong> las Confe<strong>de</strong>racionesa cualquier i<strong>de</strong>a <strong>de</strong> cambio más amplio<strong>de</strong>l sistema <strong>de</strong> relaciones <strong>de</strong> trabajo en el Brasil. LasConfe<strong>de</strong>raciones firmaron una posición <strong>de</strong> principio en<strong>de</strong>fensa <strong>de</strong> la unicidad, <strong>de</strong>l po<strong>de</strong>r normativo, <strong>de</strong>l sistemaconfe<strong>de</strong>rativo y <strong>de</strong> las contribuciones obligatorias,130 Logros y Desafíos <strong>de</strong> un Proceso <strong>de</strong> Diálogo Social: Reflexiones <strong>de</strong> los Actores para el Futuro


LA VISIÓN DE LOS ACTORES SOCIALESESPAÑOLtodas cosas que prácticamente hicieron inviable cualquier<strong>diálogo</strong>.Otro aspecto que reveló no un <strong>de</strong>fecto, pero sí unproblema fue que la negociación se prolongó <strong>de</strong>masiado,a mi manera <strong>de</strong> ver. Es <strong>de</strong>cir que nosotros inicialmentepreveíamos un proceso <strong>de</strong> negociación solamenteacerca <strong>de</strong>l establecimiento <strong>de</strong> los acuerdos.En ese caso, el Foro fue un éxito, aunque hubo <strong>de</strong>feccionesa lo largo <strong>de</strong> las negociaciones <strong>de</strong>l lado <strong>de</strong> labancada <strong>de</strong> los trabajadores, con algunas Centralesque no firmaron el Informe final. En cierto modo, laposición era ampliamente mayoritaria a favor <strong>de</strong> losacuerdos firmados. Y hasta aquel momento la evaluaciónera bastante positiva. Pero nosotros, a causa <strong>de</strong>la presión <strong>de</strong> las propias bancadas <strong>de</strong> trabajadores y<strong>de</strong> empleadores, <strong>de</strong>cidimos que era conveniente exten<strong>de</strong>rla etapa <strong>de</strong> negociación, aunque con carácterinformal, respecto <strong>de</strong> la propia minuta <strong>de</strong>l Proyecto <strong>de</strong>Ley. Esta <strong>de</strong>mora en el <strong>diálogo</strong> con las representaciones<strong>de</strong> trabajadores y <strong>de</strong> empleadores en cierto modopermitió que las Confe<strong>de</strong>raciones realizaran un movimiento<strong>de</strong> resistencia continuada, un amplio esfuerzo<strong>de</strong> “lobby” en el Congreso Nacional, acabando por dificultarel propio proceso <strong>de</strong> tramitación <strong>de</strong>l Anteproyectoy <strong>de</strong> la PEC 369 cuando ésta ingresó al Congreso.Creo que otro punto débil en la conducción <strong>de</strong> lostrabajos <strong>de</strong>l Foro fue el propio <strong>diálogo</strong> con el Congreso.El gobierno fue exitoso en el <strong>diálogo</strong> que mantuvocon otras esferas <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r, como el Tribunal Superior<strong>de</strong>l Trabajo (TST ), o el Ministerio Público <strong>de</strong>l Trabajo,pero, en el ámbito <strong>de</strong>l po<strong>de</strong>r legislativo, yo estimo queel hecho <strong>de</strong> estar divididos nos perjudicó.También fue <strong>de</strong>sfavorable el momento en el quelas Propuestas <strong>de</strong> reforma llegaron al Congreso, porqueya se visl<strong>um</strong>braba una situación <strong>de</strong> crisis política.En el momento en el que el partido mayoritario <strong>de</strong>l gobiernohabía perdido la presi<strong>de</strong>ncia <strong>de</strong> la Casa, esetrabajo <strong>de</strong> lobby <strong>de</strong> las Confe<strong>de</strong>raciones comenzaba asurtir efecto y, por lo tanto, la Propuesta fue recibida <strong>de</strong>forma muy negativa por los parlamentarios. El hecho<strong>de</strong> que los acuerdos <strong>de</strong> aquellos que eran contrariosy la presión ejercida por ellos habían prevalecido tambiénen las Comisiones hizo que los parlamentariosrecibieran con <strong>de</strong>sconfianza la Propuesta <strong>de</strong>l Foro. Ylos que apoyaban la Propuesta actuaron tímidamenteen su <strong>de</strong>fensa, o simplemente rompieron los acuerdospreviamente firmados. Entonces, esto ocurrió sobretodo con la bancada <strong>de</strong> los empleadores, pero tambiénpor el lado <strong>de</strong> los trabajadores.Otra dificultad, yo diría, es inherente al propio <strong>de</strong>bate.El gobierno hizo <strong>um</strong> amplio esfuerzo en invertir elmo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong>l <strong>de</strong>bate, privilegiando la Reforma Sindical,pero en todo momento los empleadores insistieron enel tema <strong>de</strong> la Reforma Laboral y supeditaron cualquierapoyo, en la etapa <strong>de</strong> tramitación <strong>de</strong>l Proyecto en elCongreso, a la puesta sobre el tapete <strong>de</strong> la ReformaLaboral. O sea, repitieron varias veces que sólohabría acuerdo cuando todo estuviera acordado. Deotro lado, los trabajadores adoptaron una postura <strong>de</strong>rechazo a cualquier avance en el <strong>de</strong>bate en el terreno<strong>de</strong> la Reforma Laboral, en cuanto no hubo una claraindicación <strong>de</strong>l Congreso con respecto a la viabilidad<strong>de</strong> la tramitación <strong>de</strong> la Reforma Sindical. Ello creó, encierto modo, una forma <strong>de</strong> inercia que dificultó tambiénla tramitación <strong>de</strong>l Anteproyecto y <strong>de</strong> la PEC 369 en elCongreso Nacional.El Foro, como instancia <strong>de</strong> <strong>de</strong>bate, funcionó. Elproblema fundamental ocurrió a la hora en que tuvoque ampliar su espacio <strong>de</strong> <strong>diálogo</strong> hacia otra esfera <strong>de</strong>po<strong>de</strong>r, que tiene la prerrogativa <strong>de</strong> hacer las leyes: elCongreso Nacional. Es muy difícil, aun así, evaluar elresultado <strong>de</strong>l Foro tan sólo por su experiencia <strong>de</strong> <strong>diálogo</strong>y <strong>de</strong> negociación, sin consi<strong>de</strong>rar sus resultados, enlo que se refiere tanto a la formulación <strong>de</strong> la Propuestacomo a su presentación.Si nosotros tuviéramos que hablar <strong>de</strong> una granvirtud <strong>de</strong>l Foro Nacional <strong>de</strong>l Trabajo, podríamos <strong>de</strong>cirque el solo hecho <strong>de</strong> la adhesión por parte <strong>de</strong> los actoresa la creación <strong>de</strong>l Consejo tripartito representa yauna victoria. Sin embargo, esto también <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong>lproyecto <strong>de</strong> ley. Si nosotros conseguimos, valiéndonos<strong>de</strong>l <strong>diálogo</strong> ac<strong>um</strong>ulado a lo largo <strong>de</strong> este <strong>processo</strong>, hacerque el Congreso consagre esta i<strong>de</strong>a <strong>de</strong> un ConsejoTripartito <strong>de</strong> Relaciones <strong>de</strong>l Trabajo, vamos no sólo ainstitucionalizar la práctica <strong>de</strong>l <strong>diálogo</strong> sino también aerigir un nuevo espacio, que tal vez consiga superar<strong>de</strong> manera más efectiva la serie <strong>de</strong> dificulda<strong>de</strong>s y obstáculosque el Foro Nacional <strong>de</strong>l Trabajo enfrentó. Porlo tanto, a mi manera <strong>de</strong> ver, la Propuesta que tieneorigen en el Foro representa la posibilidad <strong>de</strong> institucionalización<strong>de</strong> la experiencia misma <strong>de</strong>l Foro, sobrenuevas bases. Ella pue<strong>de</strong> volver perenne el <strong>diálogo</strong><strong>social</strong> sobre los temas <strong>de</strong> las relaciones <strong>de</strong> trabajo e,incluso, si se aprueba la i<strong>de</strong>a <strong>de</strong>l Consejo, este Consejoserá, sin duda alguna, un foro privilegiado para lapuesta en marcha <strong>de</strong> la Reforma, eventualmente bajo6. LA VISIÓN DE LOS ACTORES SOCIALESLogros y Desafíos <strong>de</strong> un Proceso <strong>de</strong> Diálogo Social: Reflexiones <strong>de</strong> los Actores para el Futuro131


ESPAÑOLLA VISIÓN DE LOS ACTORES SOCIALES6. LA VISIÓN DE LOS ACTORES SOCIALESun nuevo gobierno, al iniciar un nuevo mandato.Yo consi<strong>de</strong>ro que la experiencia <strong>de</strong>l Foro mereceuna evaluación más profunda. Esta experiencia representa,sin duda, un innegable avance en la tentativa<strong>de</strong> valorizar el <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong>, el recurso a la prática <strong>de</strong>la negociación tripartita como forma <strong>de</strong> solución <strong>de</strong> losconflictos, particularmente como camino para la construcción<strong>de</strong> un or<strong>de</strong>namiento jurídico <strong>de</strong> las relaciones<strong>de</strong> trabajo en el Brasil sobre bases <strong>de</strong>mocráticas.Cualquier nueva tentativa <strong>de</strong> tratar este tema tendráque consi<strong>de</strong>rar la experiencia <strong>de</strong>l Foro Nacional <strong>de</strong>lTrabajo.La experiencia <strong>de</strong>l Foro representa la oportunidad<strong>de</strong> que se consagre un nuevo mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> relación entreel po<strong>de</strong>r público y los actores <strong>de</strong> las relaciones <strong>de</strong>trabajo. Des<strong>de</strong> el primer momento, en la i<strong>de</strong>a subyacente<strong>de</strong>l Foro, estaba presente la expectativa <strong>de</strong> quenosotros podríamos instaurar, también en la esfera <strong>de</strong>las relaciones <strong>de</strong> trabajo, un espacio <strong>de</strong> <strong>diálogo</strong> tripartito,que tuviera un carácter institucional perenne. Osea, que esas relaciones no sólo sirvieran al objetivo<strong>de</strong> conducir una reforma <strong>de</strong> esa naturaleza, sino quepudieran abarcar un conjunto <strong>de</strong> temas relativos a lasrelaciones <strong>de</strong> trabajo. En cierta forma, esta i<strong>de</strong>a yaestaba consustanciada en el propio Proyecto <strong>de</strong> ReformaSindical, como la propuesta <strong>de</strong> la creación <strong>de</strong>lConsejo Nacional <strong>de</strong> Relaciones <strong>de</strong> Trabajo (CNRT).Otro aspecto que yo consi<strong>de</strong>ro bastante positivoes la propia Propuesta que se formuló. Tanto la PEC369 como el Anteproyecto <strong>de</strong> Ley pue<strong>de</strong>n ser criticadosbajo varios aspectos. Pero es innegable que huboun esfuerzo amplio <strong>de</strong> todos los lados en el sentido<strong>de</strong> vencer resistencias, superar visiones corporativasy construir nuevas bases <strong>de</strong> relacionamento recíproco.Así, la propuesta <strong>de</strong>l Foro Nacional <strong>de</strong>l Trabajo es laúnica que trata <strong>de</strong> las cuestiones relativas al <strong>de</strong>rechosindical en toda su extensión. Ella es bastante ampliay pue<strong>de</strong> ser criticada aquí y allá, pero trae, a mi manera<strong>de</strong> ver, innegables avances. Cualquier <strong>de</strong>bate quese quiera hacer en el Congreso Nacional respecto <strong>de</strong>estos temas <strong>de</strong>berá, en larga medida, consi<strong>de</strong>rar esascuestiones. Es interesante anotar que, en el <strong>de</strong>bateque hubo en la Comisión Permanente <strong>de</strong>l Trabajo <strong>de</strong>la Cámara <strong>de</strong> los Diputados, muchas <strong>de</strong> las propuestasque fueron presentadas como sustitutivas incorporaronun sinnúmero <strong>de</strong> i<strong>de</strong>as surgidas en el ForoNacional <strong>de</strong>l Trabajo, incluso cuando esas i<strong>de</strong>as eranpresentadas como crítica.La Propuesta final <strong>de</strong>l Foro no agotó todavía la posibilidad<strong>de</strong> influenciar el <strong>de</strong>bate futuro.¿Qué me parece complicado con relación a laexperiencia <strong>de</strong>l Foro? El primer aspecto que se <strong>de</strong>beconsi<strong>de</strong>rar y que, <strong>de</strong> alguna forma, ya había mo<strong>de</strong>ladola experiencia anterior a la época <strong>de</strong>l ministroWalter Barelli, es que un Foro <strong>de</strong> esta dimensión, <strong>de</strong>esta envergadura, representa ya, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> el inicio, unadificuldad para una solución negociada, por el hecho<strong>de</strong> tener una gama muy gran<strong>de</strong> <strong>de</strong> actores implicadosen la negociación. En segundo lugar, por la maneracómo el sistema <strong>de</strong> relaciones <strong>de</strong> trabajo está montado,aunque las entida<strong>de</strong>s que conforman la cúpulatengan el <strong>de</strong>seo <strong>de</strong> negociar, este <strong>de</strong>seo enfrenta laresistencia <strong>de</strong> los sindicatos <strong>de</strong> base, que <strong>de</strong>tentan elmonopolio <strong>de</strong> la representación y el <strong>de</strong> la recaudacióny son renuentes a per<strong>de</strong>rlos. Esto vale tanto para lostrabajadores cuanto para los empleadores. En tercerlugar, este gran conjunto <strong>de</strong> sindicatos ejerce, directae indirectamente, influencia sobre el Congreso Nacional.Muchas veces la postura <strong>de</strong> los parlamentariosrespecto <strong>de</strong> esta materia no se guía por cuestionesdoctrinarias. Los propios parlamentarios, en realidad,tienen como base <strong>de</strong> apoyo los sindicatos. Por lo tanto,no es sólo <strong>de</strong>l interés <strong>de</strong>l sindicato perpetuar estacondición actual, sino que muchas veces lo es también<strong>de</strong>l parlamentario, que tiene en el sindicato o en la figura<strong>de</strong>l sindicalista su capital electoral. Ésta es otrafuerza que conspira contra cambios y proyectos que<strong>de</strong> alguna forma quieran consagrar nuevos preceptos<strong>de</strong> organización sindical y <strong>de</strong> <strong>de</strong>recho <strong>de</strong>l trabajo en elBrasil.Otro aspecto, que tampoco pue<strong>de</strong> ser menospreciado,es el peso que otros actores tienen en este<strong>de</strong>bate, como las asociaciones <strong>de</strong> los llamados operadores<strong>de</strong>l Derecho. Estas asociaciones, como laAsociación Nacional <strong>de</strong> los Procuradores <strong>de</strong>l Trabajo(ANPT), la Asociación Brasileña <strong>de</strong> Abogados Laboralistas(ABRAT), la Asociación Nacional <strong>de</strong> los Magistrados<strong>de</strong> la Justicia <strong>de</strong>l Trabajo (ANAMATRA), se132 Logros y Desafíos <strong>de</strong> un Proceso <strong>de</strong> Diálogo Social: Reflexiones <strong>de</strong> los Actores para el Futuro


LA VISIÓN DE LOS ACTORES SOCIALESESPAÑOLconsi<strong>de</strong>raron excluidas <strong>de</strong>l <strong>de</strong>bate, aunque el gobiernotenga funcionando la Comisión Nacional <strong>de</strong> Derecho yRelación <strong>de</strong>l Trabajo 34 . Fueron muy refractarias a laspropuestas <strong>de</strong> cambio <strong>de</strong>l sistema actual puestas sobreel tapete, aunque al final <strong>de</strong>l proceso la Propuestase haya aproximado mucho a las tesis <strong>de</strong>fendidas poresos sectores. Entonces, el <strong>diálogo</strong> con los llamadosoperadores <strong>de</strong>l Derecho es un aspecto que, en unanueva ronda, en otro momento, en un nuevo contexto,se <strong>de</strong>be repensar.Otro punto también fundamental en la evaluaciónconcierne a la propia prioridad conferida a este tema.Como nosotros tenemos una agenda bastante extensa<strong>de</strong> reformas y <strong>de</strong> priorida<strong>de</strong>s en el ámbito <strong>de</strong>l po<strong>de</strong>rlegislativo, muchas veces el hecho <strong>de</strong> que no existeun acuerdo realmente amplio respecto <strong>de</strong> esa materiahace que ese tema sea colocado en un segundo otercer plano. Así, la i<strong>de</strong>a <strong>de</strong> la reforma va siendo in<strong>de</strong>finidamentepostergada y nunca realizada.6.3.2. Osvaldo Martinez Bargas (MTE)El FNT fue constituido para promover el <strong>diálogo</strong>entre los actores <strong>social</strong>es y el gobierno con el objetivo<strong>de</strong> promover las Reformas Sindical y Laboral. Lacreación <strong>de</strong>l FNT fue un compromiso <strong>de</strong> campaña,as<strong>um</strong>ido por el presi<strong>de</strong>nte Lula cuando prometió crearun Foro tripartito con la misión <strong>de</strong> promover entendimientosentre trabajadores y empleadores, con miras34 Creada por la “Portaria” nº 1.150, <strong>de</strong> 9 <strong>de</strong> octubre <strong>de</strong> 2003, para prestarasesoría directa al Ministro <strong>de</strong>l Trabajo y Empleo, por medio <strong>de</strong> la formulación<strong>de</strong> líneas directrices basadas en el estímulo y <strong>de</strong>sarrollo <strong>de</strong>ltripartismo y en la <strong>de</strong>mocratización <strong>de</strong> las relaciones <strong>de</strong> trabajo, siempreconsi<strong>de</strong>rando el necesario equilibrio <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r entre trabajadores y empleadoresy sus respectivas representaciones. Compuesta por 34 miembros,<strong>de</strong>signados con carácter institucional y sin suplentes, siendo 20<strong>de</strong>signados entre juristas, operadores jurídicos y especialistas en relaciones<strong>de</strong> trabajo <strong>de</strong> reconocido prestigio y reconocimiento en el escenarionacional, y 14 miembros <strong>de</strong>signados por instituciones culturales y <strong>de</strong>estudio e investigación <strong>de</strong> <strong>de</strong>stacada actuación, previamente registradaspor el Ministro <strong>de</strong> Trabajo y Empleo. Los expertos representantes son:Alice Monteiro <strong>de</strong> Barros; Antonio Álvares da Silva; Antonio Rodrigues<strong>de</strong> Freitas Jr.; Arnaldo Lopes Süssekind; Benedito Calheiros Bomfim;Cássio Mesquita Barros Jr.; Edésio Franco Passos; Fahit Tahan Sab;José Augusto Rodrigues Pinto; José Francisco Siqueira Neto; Luiz CarlosAmorim Robortella; Márcio Túlio Viana; Maurício Godinho Delgado;Mauro <strong>de</strong> Azevedo Menezes; Otávio Brito Lopes; Pedro Paulo TeixeiraManus; Raimundo Simão <strong>de</strong> Mello; Roberto Araújo <strong>de</strong> Oliveira Santos;Roberto <strong>de</strong> Figueiredo Caldas, Severino Almeida Filho. Los representantesinstitucionales son: Aca<strong>de</strong>mia Nacional <strong>de</strong> Direito do Trabajo(ANDT); Instituto Brasileiro <strong>de</strong> Direito Social Cesariano Júnior (IBDS);Asociación Brasileña <strong>de</strong> Recursos H<strong>um</strong>anos (ABRH); Asociación Nacional<strong>de</strong> Magistrados <strong>de</strong>l Trabajo (ANAMATRA); Asociación Nacional <strong>de</strong>losProcuradores <strong>de</strong>l Trabajo (ANPT); Instituto <strong>de</strong> los Abogados Brasileños(IAB); Or<strong>de</strong>n <strong>de</strong> los Abogados <strong>de</strong>l Brasil (OAB); Departamento Intersindical<strong>de</strong> Estadísticas y Estudios Socio-Económicos (DIEESE); Asociación<strong>de</strong> los Magistrados <strong>de</strong>l Brasil (AMB); Departamento Intersindical <strong>de</strong> AsesoríaParlamentaria (DIAP); Asociación Brasileña <strong>de</strong> Estudios <strong>de</strong>l Trabajo(ABET); Consultoría Jurídica <strong>de</strong>l Ministerio <strong>de</strong>l Trabajo (CONJUR);Asociación Brasileña <strong>de</strong> los Abogados Laboralistas (ABRAT); InstitutoNacional <strong>de</strong> Mediación y Arbitraje (INAMA).a la elaboración <strong>de</strong> Anteproyectos <strong>de</strong> Ley.El punto <strong>de</strong> partida político <strong>de</strong>l FNT fue la composicióntripartita y paritaria, mediante la participación <strong>de</strong>entida<strong>de</strong>s nacionalmente reconocidas <strong>de</strong>s<strong>de</strong> el punto<strong>de</strong> vista no sólo legal o formal, sino sobre todo políticoy <strong>social</strong>, como es el caso <strong>de</strong> las Centrales Sindicales.Estando así las cosas, la bancada <strong>de</strong> los trabajadoresestuvo conformada por representantes indicadospor las centrales sindicales; y la bancada <strong>de</strong> losempleadores, por representantes indicados por lasconfe<strong>de</strong>raciones <strong>de</strong> empleadores. El gobierno no tuvointerferencia alguna en el proceso <strong>de</strong> composición <strong>de</strong>las referidas representaciones.La opción por las Reformas Sindical y Laboral pormedio <strong>de</strong> negociación entre gobierno, trabajadores yempleadores <strong>de</strong>rivó <strong>de</strong>l amplio apoyo <strong>de</strong> los respectivosactores <strong>social</strong>es, manifestado a la SecretaríaNacional <strong>de</strong> Relaciones <strong>de</strong> Trabajo <strong>de</strong>l MTE en reunionesespecíficas que antecedieron a la organizaciónestructural <strong>de</strong>l FNT. Es a partir <strong>de</strong> esas consultas quela Coordinación <strong>de</strong>l FNT estableció la metodología <strong>de</strong>los trabajos, el organigrama y el reglamento interno<strong>de</strong>l FNT, que fueron sometidos a la apreciación <strong>de</strong> lasentida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> trabajadores y <strong>de</strong> empleadores para quepresentaran sugerencias.El FNT no funcionó como un mero espacio <strong>de</strong> <strong>de</strong>batey <strong>de</strong> intercambio <strong>de</strong> i<strong>de</strong>as. El Foro se constituyócomo un espacio <strong>de</strong> negociación basado en las pautaspreparadas por la Coordinación Técnica. Fueroncreados los Grupos Temáticos (organización sindical,negociación colectiva, composición <strong>de</strong> conflictos) previstosen el organigrama. Cada grupo contó con la participación<strong>de</strong> cinco representantes <strong>de</strong> cada bancada yfuncionó con un mediador, un relator y una secretaria.Esos grupos trabajaron <strong>de</strong> acuerdo con el cronograma<strong>de</strong> activida<strong>de</strong>s previamente aprobado y tuvieron la inc<strong>um</strong>bencia<strong>de</strong> producir acuerdos sobre los respectivostemas.Las cuestiones en las que no se llegó a acuerdosen los grupos fueron remitidas a la Comisión <strong>de</strong> Sistematización,que tenía la responsabilidad <strong>de</strong> ampliar losentendimientos entre las partes y consolidar sistemáticamentecada uno <strong>de</strong> los temas en la perspectiva <strong>de</strong>un nuevo sistema <strong>de</strong> relaciones <strong>de</strong> trabajo.El punto <strong>de</strong> partida <strong>de</strong> las discusiones fue un temabastante polémico entre los actores <strong>social</strong>es. La bancada<strong>de</strong> los trabajadores sostenía que las discusiones6. LA VISIÓN DE LOS ACTORES SOCIALESLogros y Desafíos <strong>de</strong> un Proceso <strong>de</strong> Diálogo Social: Reflexiones <strong>de</strong> los Actores para el Futuro133


ESPAÑOLLA VISIÓN DE LOS ACTORES SOCIALES6. LA VISIÓN DE LOS ACTORES SOCIALES<strong>de</strong>bían comenzar por la legislación sindical, mientrasque la bancada <strong>de</strong> los empleadores sostenía que ladiscusión sobre la legislación sindical <strong>de</strong>bía ser simultáneacon la discusión sobre la legislación laboral.Frente a este callejón sin salida, el gobierno <strong>de</strong>cidióiniciar los <strong>de</strong>bates acerca <strong>de</strong> la Reforma Sindical,por enten<strong>de</strong>r que la <strong>de</strong>finición previa <strong>de</strong> los institutos<strong>de</strong> <strong>de</strong>recho colectivo era necesaria y prepon<strong>de</strong>ranterespecto <strong>de</strong> los institutos <strong>de</strong> <strong>de</strong>recho individual, especialmentepor el hecho <strong>de</strong> que uno <strong>de</strong> los objetivos <strong>de</strong>las reformas era exactamente el fortalecimento <strong>de</strong> lanegociación colectiva.Las premisas siempre <strong>de</strong>fendidas por la bancada<strong>de</strong>l gobierno estuvieron relacionadas a la <strong>de</strong>fensa <strong>de</strong>un sistema <strong>de</strong> relación <strong>de</strong> trabajo fundado en la autonomíacolectiva, asegurada en una legislación <strong>de</strong>sustento capaz <strong>de</strong> garantizar la obligatoriedad <strong>de</strong> lanegociación colectiva, combinada con un sistema voluntario<strong>de</strong> solución <strong>de</strong> conflictos, con el pleno ejercicio<strong>de</strong>l <strong>de</strong>recho <strong>de</strong> huelga y con las garantías contra todoacto antisindical.El objetivo era dotar al país <strong>de</strong> un sistema <strong>de</strong> relaciones<strong>de</strong> trabajo que asegurara a los trabajadores y alos empleadores la plena libertad <strong>de</strong> organización sindical,en los términos <strong>de</strong> los instr<strong>um</strong>entos <strong>de</strong> la OIT.Aun con estas premisas, el gobierno no entró al<strong>de</strong>bate con un mo<strong>de</strong>lo listo y acabado. Por el contrario.En lo relativo a la reforma <strong>de</strong> la organización sindical,el involucramiento <strong>de</strong> los actores <strong>social</strong>es en el proceso<strong>de</strong> negociación en el FNT no permitió que los resultadosproducidos fuesen exactamente aquellos que elgobierno pretendía. Des<strong>de</strong> el inicio quedó claro quelos actores <strong>social</strong>es, por razones obvias, priorizaronlos intereses <strong>de</strong> sus entida<strong>de</strong>s sindicales, teniendo encuenta los intereses <strong>de</strong> sus representados.La protección <strong>de</strong>l Estado, que garantiza a las entida<strong>de</strong>ssindicales el monopolio <strong>de</strong> la representación,el sostenimiento financiero obligatorio y la solución<strong>de</strong> conflictos, que exime a las partes <strong>de</strong> sus responsabilida<strong>de</strong>s,es algo que pocas entida<strong>de</strong>s sindicalespreten<strong>de</strong>n abandonar. Como las propuestas <strong>de</strong>l FNTintegraban un proceso <strong>de</strong> reforma construido sobre labase <strong>de</strong> la negociación, po<strong>de</strong>mos consi<strong>de</strong>rar que elresultado alcanzado fue bastante significativo.Lo importante fue que los representantes <strong>de</strong> lostrabajadores, <strong>de</strong> los empleadores y <strong>de</strong>l gobierno supieron,en nombre <strong>de</strong>l acuerdo, abandonar cuestionesque forman parte <strong>de</strong> las diferentes concepciones sindicalesrepresentadas en el Foro.Lo importante es también que el resultado representaavances significativos. El análisis <strong>de</strong> las cualida<strong>de</strong>sy <strong>de</strong> los <strong>de</strong>fectos <strong>de</strong>l Anteproyecto <strong>de</strong> Ley <strong>de</strong>Relaciones Sindicales <strong>de</strong>be hacerse con referencia alo que tenemos en la actual legislación, y no a un mundoi<strong>de</strong>al y distante <strong>de</strong> la realidad.El Anteproyecto asegura a las organizaciones sindicales,frente al Estado, mayor autonomía que la queasegura el sistema actual. Esta mayor in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ncia,si es aprobada por el Congreso Nacional, representaráavances importantes en la dirección <strong>de</strong> un sistemasindical que guarda armonía con la lógica <strong>de</strong> un sistema<strong>de</strong> relaciones <strong>de</strong> trabajo <strong>de</strong>mocrático. A<strong>de</strong>más, elAnteproyecto estableció criterios <strong>de</strong> representatividadcomo condición para la obtención <strong>de</strong> la representaciónsindical. Esto, por sí solo, constituye un innegableavance institucional y <strong>de</strong>mocrático.Es importante resaltar, incluso, que no es posiblepensar en relaciones <strong>de</strong> trabajo plenamente autónomasmientras perduraran resquicios <strong>de</strong>l actual mo<strong>de</strong>losindical tutelado por el Estado, en el cual trabajadoresy empleadores están impedidos <strong>de</strong> escoger librementela forma y manera <strong>de</strong> organizarse.En síntesis, no se pue<strong>de</strong> hablar <strong>de</strong> la mo<strong>de</strong>rnización<strong>de</strong> las relaciones <strong>de</strong> trabajo y <strong>de</strong>l fortalecimiento<strong>de</strong> las negociaciones colectivas, mientras perdure elsistema <strong>de</strong> organizaciones sindicales en el cual el Estadootorgue cre<strong>de</strong>nciales a entida<strong>de</strong>s que no poseanlegitimidad representativa.Por todo lo que generó <strong>de</strong>s<strong>de</strong> el punto <strong>de</strong> vista políticoy <strong>social</strong>, el Foro c<strong>um</strong>plió plenamente con su misióncuando, el 3 <strong>de</strong> marzo <strong>de</strong> 2005, en un acto realizadoen el Palacio <strong>de</strong>l Planalto, las representaciones <strong>de</strong> lostrabajadores, <strong>de</strong> los empleadores y <strong>de</strong>l gobierno entregaronal Presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> la República el Anteproyecto<strong>de</strong> Enmienda Constitucional y el Anteproyecto <strong>de</strong> Ley<strong>de</strong> Relaciones Sindicales, para su posterior envío alCongreso Nacional.No obstante, no queda duda <strong>de</strong> que el proceso fueextremadamente rico y consecuente. Uno <strong>de</strong> los méritos<strong>de</strong> este proceso fue el <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>lar los <strong>de</strong>batescon la lógica <strong>de</strong> la reforma <strong>de</strong>l sistema brasileño <strong>de</strong>relaciones <strong>de</strong> trabajo.El proceso <strong>de</strong> negociación <strong>de</strong>l FNT se estableciósobre la base <strong>de</strong>l diagnóstico <strong>de</strong> nuestras organizacio-134 Logros y Desafíos <strong>de</strong> un Proceso <strong>de</strong> Diálogo Social: Reflexiones <strong>de</strong> los Actores para el Futuro


LA VISIÓN DE LOS ACTORES SOCIALESESPAÑOLnes sindicales, <strong>de</strong> nuestras prácticas <strong>de</strong> negociacióncolectiva y <strong>de</strong> nuestras formas <strong>de</strong> solución <strong>de</strong> conflictos.Las agendas temáticas fueron organizadas enfunción <strong>de</strong> ese diagnóstico, que, a<strong>de</strong>más <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificarel funcionamiento <strong>de</strong>l actual sistema, evi<strong>de</strong>nció suscontradicciones.La intención era, en fin <strong>de</strong> cuentas, sistematizar losacuerdos <strong>de</strong> tal manera que se garantizara un nuevosistema sindical. Por este motivo, evitamos el <strong>de</strong>batebasado en concepciones sindicales preestablecidas.Rechazamos la i<strong>de</strong>a presentada inicialmente, orientadaa <strong>de</strong>finir, en primer lugar, el mo<strong>de</strong>lo sindical aseguirse: el <strong>de</strong> la libertad o el <strong>de</strong> la unicidad sindical.Creo que si hubiésemos iniciado por ese camino elFNT no hubiese resistido dos reuniones.Para ilustrar lo referido, recuerdo la pauta <strong>de</strong> la primerareunión <strong>de</strong>l Grupo Temático sobre OrganizaciónSindical. Los participantes respondieron a las siguientespreguntas: 1) ¿Las centrales <strong>de</strong>ben ser reconocidasjurídicamente como organizaciones sindicales? 2)¿Cuántas podrán contar con el reconocimiento jurídico<strong>de</strong> la representación sindical? 3) En la hipótesis <strong>de</strong> laexistencia legal <strong>de</strong> más <strong>de</strong> una central, ¿cuáles <strong>de</strong>benser los criterios para conferir la representación que garantizarásus atribuciones y prerrogativas?La metodología utilizada en el Foro enfrentó <strong>de</strong> formaconcreta las contradicciones existentes en nuestrosistema. No convivimos más con un sistema basadoen la unicidad, y tampoco con el mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> absolutalibertad. Al respon<strong>de</strong>r a cada pregunta y al enfrentarcada contradicción diagnosticada en el actual sistema,el FNT fue formulando y acordando soluciones, sinatarse al <strong>de</strong>bate teórico que marca las divergenciashistóricas <strong>de</strong>l movimiento sindical brasileño (la tesis<strong>de</strong> la absoluta libertad sindical contra la <strong>de</strong>fensa <strong>de</strong>la unicidad).En el campo <strong>de</strong> los <strong>de</strong>fectos, tal vez el principalhaya sido la equivocación al atribuir al viejo sindicalismoun bajo peso político en el Congreso Nacional.Lo que se percibió fue que ese sector <strong>de</strong>l movimientosindical tiene una consi<strong>de</strong>rable capacidad <strong>de</strong> movilizacióncuando se trata <strong>de</strong> <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r la preservación <strong>de</strong> labase institucional sindical vigente <strong>de</strong>s<strong>de</strong> la década <strong>de</strong>l‘30 <strong>de</strong>l siglo pasado.Para tener una i<strong>de</strong>a <strong>de</strong> las dificulda<strong>de</strong>s, bastatener en cuenta que actualmente en el país nace unsindicato y medio por dia. La mayoría son entida<strong>de</strong>ssindicales “sobre el papel”. Esto quiere <strong>de</strong>cir que cadadía nace al menos un sindicato que no quiere cambiarninguna cosa, pues sus creadores no quieren per<strong>de</strong>rlas ventajas personales que el monopolio <strong>de</strong> la representacióny los ingresos financieros garantizados porley les aseguran.Sabíamos que la Reforma Sindical sería una tareamuy difícil. Trabajamos todo el tiempo con la certeza<strong>de</strong> que es necesario y es posible realizarla. A pesar <strong>de</strong>que <strong>de</strong>morará más tiempo <strong>de</strong>l que nos gustaría, la reformavendrá. El lado bueno <strong>de</strong>l sindicalismo brasileñosabe que el actual mo<strong>de</strong>lo se está <strong>de</strong>teriorando.Cada vez más las organizaciones sindicales sonmenos representativas. El resultado <strong>de</strong> esto es la precarización<strong>de</strong> las relaciones <strong>de</strong> trabajo; y, lamentablemente,quienes más pier<strong>de</strong>n con ello son los trabajadores.Pero también las empresas pier<strong>de</strong>m, porqueterminan construyendo pasivos laborales, <strong>de</strong>bido a lainseguridad jurídica producida por entida<strong>de</strong>s sindicalesque apuntan únicamente a la recaudación <strong>de</strong> la cuotasindical y <strong>de</strong> las tasas asistencial y confe<strong>de</strong>rativa.Cualquier proceso <strong>de</strong> cambio <strong>de</strong>mora años. Loimportante es que las entida<strong>de</strong>s vivas y representativasque componen gran parte <strong>de</strong>l movimiento sindicaltuvieron el coraje <strong>de</strong> iniciar este proceso <strong>de</strong> reforma.Reforma, ésta, que no se concluyó con los cambios enel sistema sindical. Es necesario, también, que realicemosla Reforma Laboral, sin la cual no a<strong>de</strong>cuaremos elpaís a un sistema <strong>de</strong> relaciones <strong>de</strong> trabajo verda<strong>de</strong>ramente<strong>de</strong>mocrático y en armonía con los avances tecnológicosy con los nuevos métodos <strong>de</strong> organización<strong>de</strong>l trabajo.Finalmente, me gustaría enfatizar los impactosinmediatos <strong>de</strong> la experiencia <strong>de</strong>l FNT sobre las relaciones<strong>de</strong> trabajo en el Brasil. La problemática que representael caos <strong>de</strong>l sistema <strong>de</strong> organización sindical yla inseguridad jurídica causada por la <strong>de</strong>ficiencia <strong>de</strong> lalegislación laboral no hacían parte <strong>de</strong> las discusiones<strong>de</strong>l conjunto <strong>de</strong> la sociedad.El movimiento sindical conocido por la socieda<strong>de</strong>s aquel que <strong>de</strong>sarrolla sus acciones en <strong>de</strong>fensa <strong>de</strong>sus representados. Con la discusión <strong>de</strong>l FNT, salió ala superficie la parte perjudicial <strong>de</strong> este sistema, hastaentonces <strong>de</strong>sconocida por el público en general.La baja representatividad, la existencia <strong>de</strong> sindicatosfantasma, el comercio <strong>de</strong> compra-venta <strong>de</strong> sindicatos,a<strong>de</strong>más <strong>de</strong> las contribuciones obligatorias ilegalesy abusivas, y <strong>de</strong>l costo <strong>de</strong> los pasivos laboralespara las empresas (generados por una legislación que6. LA VISIÓN DE LOS ACTORES SOCIALESLogros y Desafíos <strong>de</strong> un Proceso <strong>de</strong> Diálogo Social: Reflexiones <strong>de</strong> los Actores para el Futuro135


ESPAÑOLLA VISIÓN DE LOS ACTORES SOCIALES6. LA VISIÓN DE LOS ACTORES SOCIALESprotege al trabajador solamente <strong>de</strong>spués <strong>de</strong> que hasido <strong>de</strong>spedido), son algunas <strong>de</strong> las <strong>de</strong>ficiencias que,gracias al FNT, ganaron espacios en los noticieros <strong>de</strong>lpaís.La confrontación <strong>de</strong> posiciones, emprendida <strong>de</strong>forma franca y abierta, sobre los problemas relacionadoscon la organización sindical y las relaciones <strong>de</strong>trabajo contribuyó a que los actores <strong>social</strong>es estuvieran<strong>de</strong> acuerdo con la necesidad <strong>de</strong> establecer instr<strong>um</strong>entos<strong>de</strong> <strong>diálogo</strong> permanente entre las organizacionessindicales <strong>de</strong> trabajadores y <strong>de</strong> empleadores y elgobierno. La “Medida Provisória” enviada al CongresoNacional por el Presi<strong>de</strong>nte Lula creando al CNRT es la<strong>de</strong>mostración concreta e inmediata <strong>de</strong> la contribución<strong>de</strong>l FNT a las relaciones <strong>de</strong> trabajo.Queremos más. Este año vamos a concluir las negociacionescon los servidores públicos sobre el Proyecto<strong>de</strong> Ley que garantizará a estos trabajadores el<strong>de</strong>recho a la negociación colectiva y a la reglamentación<strong>de</strong>l <strong>de</strong>recho <strong>de</strong> huelga.A mi modo <strong>de</strong> ver, el FNT fue más que una experienciainédita. Pocos países han pasado por algosemejante. Establecimos entre las organizaciones nacionales<strong>de</strong> trabajadores y <strong>de</strong> empleadores un <strong>diálogo</strong>directo sin prece<strong>de</strong>ntes en la historia <strong>de</strong> las relaciones<strong>de</strong> trabajo en el Brasil. Esto es un mérito incontestable<strong>de</strong>l FNT. A<strong>de</strong>más, la creación <strong>de</strong>l CNRT, así como elreconocimiento legal <strong>de</strong> las Centrales Sindicales, representala garantía <strong>de</strong> que los actores <strong>social</strong>es y elgobierno están comprometidos en seguir a<strong>de</strong>lante conel proceso <strong>de</strong> Reforma Sindical y Laboral.136 Logros y Desafíos <strong>de</strong> un Proceso <strong>de</strong> Diálogo Social: Reflexiones <strong>de</strong> los Actores para el Futuro


LA VISIÓN DE LOS ACTORES EXTERNOSESPAÑOL7. LA VISIÓN DE LOS ACTORES EXTERNOSLos actores externos institucionales entrevistadosfueron el Ministro Vantuil Abdala, Presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>l TribunalSuperior <strong>de</strong>l Trabajo (TST), y la Procuradora JefeSandra Lia Simon, <strong>de</strong> la Procuraduría General <strong>de</strong>l Trabajo(PGT).7.1. Ministro Vantuil Abdala (TST)Al principio, casi no creí que fueran a sentarse auna misma mesa, por medio <strong>de</strong> sus diversos lí<strong>de</strong>res,los contendores <strong>social</strong>es más significativos <strong>de</strong>l país:los lí<strong>de</strong>res <strong>de</strong> los trabajadores, los varios segmentos<strong>de</strong>l li<strong>de</strong>razgo <strong>de</strong> los trabajadores, y los lí<strong>de</strong>res <strong>de</strong> losempresarios, a través <strong>de</strong> sus representaciones. Meemocioné. Para mí fue algo inusitado y extraordinario.Por primera vez en el Brasil se intentaba algo <strong>de</strong>esa naturaleza. A nivel internacional tenemos ejemplosmuy exitosos en esta cuestión, como sucedió en España,la que escribió un nuevo capítulo <strong>de</strong> la historiapor medio <strong>de</strong>l <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong>. Entonces, el solo hechoen sí <strong>de</strong> la existencia <strong>de</strong>l Foro ya tiene un significadohistórico enorme, y creo que, también, está abriendouna nueva página en la historia <strong>de</strong> las relaciones <strong>de</strong>trabajo en el Brasil. No hay mejor solución que aquellaen la que las partes negocian. Y en el Brasil tiene queser así, tiene que ser con la participación <strong>de</strong>l Estado,por nuestra propia tradición histórica. Es necesarioque haya incluso la participación <strong>de</strong>l Gobierno comointermediador, como mediador. Y, para nuestra sorpresa,todas las partes, las más representativas, acabaronsentándose a una mesa y discutiendo exhaustivamente.No importa si esto, <strong>de</strong> un momento a otro,se transforma en Ley; importa el hecho <strong>de</strong> sentarse auna mesa, discutir las i<strong>de</strong>as y presentar cada uno susplanteamientos.La sola realización <strong>de</strong>l Foro en sí va a dar sus frutos.Quiérase o no, se le critique o no, esta realizaciónes un hecho real. Así, todos los temas que fueron colocadosallí serán, en cualquier momento, el germen <strong>de</strong>soluciones <strong>de</strong> inn<strong>um</strong>erables temas. En un comienzono pensaba que el FNT llegara a abarcar tanto, peroesto no importa; lo que sí importa es que fueron examinadosinn<strong>um</strong>erables temas. En cuanto al modus faciendi,en términos <strong>de</strong> lograr que esto se transformeen <strong>de</strong>recho positivo, <strong>de</strong>spués se va verificando cuál esel método mejor.Lo importante es que fueron examinadas y discutidascuestiones fundamentales y, en muchos temas, enmuchas partes, bajo muchos aspectos, hubo acuerdos.Y, con estos acuerdos, naturalmente, se forma unabase muy importante para la evolución <strong>de</strong> las relaciones<strong>de</strong> trabajo en el Brasil, lo que es fundamental. Notiene sentido que, en un país como el nuestro don<strong>de</strong> laeconomía se <strong>de</strong>sarrolla dinámicamente, las relaciones<strong>de</strong> trabajo que<strong>de</strong>n paralizadas.Las relaciones <strong>de</strong> trabajo en el Brasil están atrasadasrespecto <strong>de</strong>l <strong>de</strong>sarrrollo económico <strong>de</strong>l país. Veníamosmanteniendo una legislación <strong>de</strong> años atrás y unmo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> relaciones <strong>de</strong> más <strong>de</strong> medio siglo: ambascosas necesitan, efectivamente, <strong>de</strong> una mo<strong>de</strong>rnización.Algunas cuestiones son más apremiantes, más urgentes,y <strong>de</strong>be consi<strong>de</strong>rarse la situación política <strong>de</strong>l país,el momento en que vive nuestro Parlamento, con unadivergencia muy gran<strong>de</strong>, lo cual hace que cualquier tipo<strong>de</strong> proyecto tenga una gran dificuldad, y que se consi<strong>de</strong>renmás prioritarias que él otras cosas. Pero esto, talvez, explica que se pueda -para usar una <strong>de</strong>nominaciónque últimamente nació con la Reforma <strong>de</strong>l Po<strong>de</strong>rJudicial- aprobar algunas cosas <strong>de</strong> manera <strong>de</strong>sglosada,o sea, aprobar por sectores, por temas, por asuntos,aquello que fue objeto <strong>de</strong> discusión en el Foro.Doy un ejemplo: la cuestión <strong>de</strong> la sustitución procesal,que, a mi modo <strong>de</strong> ver, es un tema importante parala efectividad <strong>de</strong>l Derecho <strong>de</strong>l Trabajo, para la efectividad<strong>de</strong>l <strong>de</strong>recho <strong>de</strong> los trabajadores. Es importanteque nuestros sindicatos puedan ir a juicio para <strong>de</strong>mandarla reparación <strong>de</strong> <strong>de</strong>rechos <strong>de</strong> los trabajadores vulneradosen masa, vulnerados en forma genérica.Enten<strong>de</strong>mos que es fundamental, incluso para laevolución <strong>de</strong> las relaciones <strong>de</strong> trabajo en el Brasil, lareformulación <strong>de</strong>l sistema sindical, que en su origenfue concebido acertadamente, a nuestro modo <strong>de</strong> ver,con la participación <strong>de</strong>l Estado y con la contribuciónsindical obligatoria. Esto porque era el momento <strong>de</strong>lnacimiento <strong>de</strong>l sindicato en el país. Este tipo <strong>de</strong> estímuloera importante en una economía eminentementerural, en una economía en la que la classe dominante,el po<strong>de</strong>r económico, tenía una absoluta reacción <strong>de</strong>rechazo respecto <strong>de</strong> cualquier <strong>de</strong>recho <strong>de</strong> los trabajadores;el apoyo <strong>de</strong>l Estado era importante en el contexto<strong>de</strong> ese sistema.Logros y Desafíos <strong>de</strong> un Proceso <strong>de</strong> Diálogo Social: Reflexiones <strong>de</strong> los Actores para el Futuro137


ESPAÑOLLA VISIÓN DE LOS ACTORES EXTERNOSPero vimos que, con el pasar <strong>de</strong> los años, hubouna distorsión <strong>de</strong> ese sistema inicial, porque los sindicatos,en gran número, pasaron a tener una actuaciónque no era aquella que se soñaba, como órganoverda<strong>de</strong>ramente representativo <strong>de</strong> los intereses <strong>de</strong> lostrabajadores. Y la causa principal <strong>de</strong> ello fue exactamentela recaudación obligatoria, cautiva. Esto llevó alos sindicatos a acomodarse.Por otro lado, muchos sindicatos existieron basadossimplemente en la recaudación –y algunos conuna recaudación tan alta que acabó, en algunos casos,en una corrupción, e hizo que muchos sindicatosquedasen dominados por una minoría que no abandonabael po<strong>de</strong>r, lo cual es comprensible, porque esh<strong>um</strong>ano. Quedaron allí años y, para mantenerse en elpo<strong>de</strong>r, terminaron con un comportamiento que no era<strong>de</strong>l interés <strong>de</strong> los trabajadores, sino <strong>de</strong> quien queríamantenerse en el po<strong>de</strong>r.Y la realidad nos muestra que, en un sinnúmero <strong>de</strong>categorías, el grupo que domina viene haciéndolo ya<strong>de</strong>s<strong>de</strong> décadas, sin que haya renovación, sin que hayarotación en el po<strong>de</strong>r. Pensábamos que incluso una <strong>de</strong>las reglas <strong>de</strong> este nuevo mo<strong>de</strong>lo que se propone –aunquechocara mucho, estamos seguros <strong>de</strong> ello- sería la<strong>de</strong> limitar el número <strong>de</strong> reelecciones. Hoy, el dirigentesindical es reelegido cinco, diez veces. Se queda en elpo<strong>de</strong>r durante muchos años la misma persona. Estono es <strong>de</strong>mocracia. La característica <strong>de</strong> la <strong>de</strong>mocraciaes la rotación en el po<strong>de</strong>r, que tiene todas sus ventajas<strong>de</strong> traer aire nuevo, nueva orientación y <strong>de</strong>bates. Elnuevo mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong>bería pensar en un sistema en el quepuedan existir nuevos li<strong>de</strong>razgos, <strong>de</strong> manera que a lospuestos <strong>de</strong> mando pueda llegar una fuerza nueva.Históricamente, como hemos visto, hubo esa recaudacióncautiva, y compren<strong>de</strong>mos que en realidadno pueda haber una ruptura absolutamente brusca encuanto a ese sistema, porque un sinnúmero <strong>de</strong> sindicatosno estaría en condiciones <strong>de</strong> sobrevivir.Entonces, es necesario justamente que haya unperíodo <strong>de</strong> transición, pero sabiendo todos que, <strong>de</strong>spués<strong>de</strong> algún tiempo, tendrían que vivir por su propiacuenta, caminar con sus propias piernas. Y sólo sobreviviríaaquel que realmente representara a los trabajadoresy gracias a la fuerza <strong>de</strong> la unión <strong>de</strong> los trabajadores,como consecuencia <strong>de</strong> los servicios prestados.Sentimos que hubo una reacción enorme a todaslas propuestas que significaban una evolución en estesentido. Esto es una evi<strong>de</strong>ncia y una comprobación <strong>de</strong>que hay un porcentaje muy gran<strong>de</strong> y significativo que,en fin <strong>de</strong> cuentas, no quiere ningún tipo <strong>de</strong> cambio quevaya a <strong>de</strong>terminar cualquier tipo <strong>de</strong> alteración <strong>de</strong> esesistema.La cuestión <strong>de</strong> la representatividad es un tema central.Todos los méritos <strong>de</strong>l proyecto, <strong>de</strong>l FNT, consistieronen traer a la discusión esta cuestión. Es necesarioconsi<strong>de</strong>rar nuestra realidad <strong>de</strong> país continental, conuna masa inmensa <strong>de</strong> trabajadores <strong>de</strong> nivel culturalmuy bajo, y con una tradición <strong>de</strong> un bajísimo espírituasociativo. Todo esto lleva a una dificultad.Debemos consi<strong>de</strong>rar que somos un país en el quese abolió la esclavitud tan sólo hace poco más <strong>de</strong> unsiglo. Un país que, en la primera mitad <strong>de</strong>l siglo pasado,era básicamente agrícola, y en que los trabajadores,aunque nunca hubiesen sido esclavos, tenían unacondición <strong>de</strong> trabajo muy semejante a la <strong>de</strong>l trabajo esclavo.Y aquellos que, por cierto, fueron libertados <strong>de</strong>la esclavitud, continuaron en la condición <strong>de</strong> esclavos,incluso porque no tenían siquiera cómo sobrevivir.Fue a partir <strong>de</strong> la segunda mitad <strong>de</strong>l siglo pasadoque hubo cierta evolución en nuestro Derecho <strong>de</strong>l Trabajo.Entonces, es natural y comprensible que todavíano tengamos un sistema organizacional <strong>de</strong> nuestrasentida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> clase.Consi<strong>de</strong>ro que, para cualquier sistema que seadopte, es fundamental que la entidad sindical representela voluntad compacta <strong>de</strong> los trabajadores, quesea capaz <strong>de</strong> negociar con aquello que efectivamentesea la voluntad espontánea <strong>de</strong> los trabajadores. Voluntadsin presión <strong>de</strong> los empleadores y sin presión <strong>de</strong>la economía.En realidad, el Po<strong>de</strong>r Judicial, muchas veces, noratifica cierto tipo <strong>de</strong> negociación más por la <strong>de</strong>sconfianza<strong>de</strong> que aquella cláusula represente un interésreal <strong>de</strong> la clase trabajadora. Esto causa una dificultadmuy gran<strong>de</strong> para firmar los acuerdos colectivos y losconvenios colectivos.Creemos entonces que esta cuestión <strong>de</strong> la representativida<strong>de</strong>s fundamental en nuestro sistema sindical,en el sistema <strong>de</strong> la solución <strong>de</strong> los conflictos<strong>de</strong>l trabajo, y para la vali<strong>de</strong>z y la respetabilidad <strong>de</strong> lasnegociaciones entre las partes, sea por medio <strong>de</strong> unacuerdo, sea por medio <strong>de</strong> un convenio, incluso tal vezel soñado acuerdo colectivo a nivel nacional.La iniciativa <strong>de</strong> hacer una PEC, un proyecto <strong>de</strong> 238artículos, creó dificulta<strong>de</strong>s. Es interesante anotarlo.138 Logros y Desafíos <strong>de</strong> un Proceso <strong>de</strong> Diálogo Social: Reflexiones <strong>de</strong> los Actores para el Futuro


LA VISIÓN DE LOS ACTORES EXTERNOSESPAÑOLCuanto más n<strong>um</strong>erosos son los temas que abarca elproyecto, tanto más n<strong>um</strong>erosas son las posibilida<strong>de</strong>s<strong>de</strong> que tenga disposiciones que alcancen y amenacenlos intereses <strong>de</strong> algún sector. Entonces, si tenemosun proyecto que trata <strong>de</strong> diez, doce, quince temas, uno<strong>de</strong> estos temas pue<strong>de</strong> chocar más contra <strong>de</strong>terminadossegmentos, que por ello se ponen en contra, uotro tema pue<strong>de</strong> hacer más énfasis en un <strong>de</strong>terminadosegmento. Por eso, si el proyecto abarcara menos, ose <strong>de</strong>sglosara en varios proyectos, muchas cosas talvez tendrían más probabilidad <strong>de</strong> pasar, porque nojuntaría tan crudamente a sectores tan diversos.Lo que acabó sucediendo con el Proyecto <strong>de</strong>l FNTfue que terminó por unir toda un ala <strong>de</strong>l sindicalismo,que era la más conservadora y tradicional <strong>de</strong>l sindicalismo,con un ala <strong>de</strong> los empleadores, también mástradicional, más conservadora, que por otro lado teníaalgunos aspectos que no le interesaban. Entonces setiene, por ejemplo, la cuestión <strong>de</strong> la representación <strong>de</strong>los trabajadores en la empresa, que chocó contra granparte <strong>de</strong>l empresariado, el cual tuvo una reacción <strong>de</strong>rechazo muy gran<strong>de</strong>; y la cuestión <strong>de</strong> la reducción <strong>de</strong>la contribución sindical, que hizo que se unieran granparte <strong>de</strong> los sectores empresariales. Esto provocó quesectores <strong>de</strong>l área laboral se unieran con sectores <strong>de</strong>lárea económica, aunque muchas veces fuera por motivosque, por diversas razones, no eran exactamentelos mismos.Pero, allí terminaron uniéndose para bombar<strong>de</strong>arel Proyecto como un todo. Ya que a uno no le interesabauna parte <strong>de</strong>l Proyecto, y al otro no le interesabaotra, los dos se unieron contra el Proyecto como untodo. Por lo tanto, si hubiese un <strong>de</strong>sglose, sería posibleque estuviesemos caminando con más posibilida<strong>de</strong>sen algunos proyectos.Aún tengo esperanza <strong>de</strong> que esto vaya a suce<strong>de</strong>r.En otro momento histórico, con otro Parlamento, seríamucho más razonable que el Proyecto fuera presentado,discutido y aprobado como un todo, porque tieneuna sistematización, tiene una lógica secuencial. Seríamuy bueno, pero en nuestra historia vemos que huboun proyecto <strong>de</strong> código que <strong>de</strong>moró casi un siglo paraser aprobado.Y aquello es casi un nuevo código <strong>de</strong> las relaciones<strong>de</strong> trabajo en el Brasil. Entonces, vemos que esmuy difícil que pueda ser aprobado como un todo. Y elpaís necesita urgentemente <strong>de</strong> esas medidas.Nuestra realidad <strong>social</strong> y nuestra economía carecen<strong>de</strong> algunas medidas <strong>de</strong> perfeccionamiento rápidas.Existe el peligro <strong>de</strong> que, en un <strong>de</strong>terminado momento,haya un <strong>de</strong>terioro en las relaciones <strong>de</strong> trabajo en el país,porque esto en cierto modo ya está sucediendo. Ahora,cuando llegamos a tener cerca <strong>de</strong>l 50% <strong>de</strong> la fuerza <strong>de</strong>trabajo en el mercado informal, ya tenemos algo que revelauna situación impropia y preocupante, con gravesrepercusiones en el sistema previsional, que, por másque se intente perfeccionarlo, siempre está <strong>de</strong>ficitario ytien<strong>de</strong> a agravarse, en la medida en que el nivel <strong>de</strong> vida<strong>de</strong> la población y su edad a<strong>um</strong>entan.Se observa que el país no consigue disminuir elnúmero <strong>de</strong> trabajadores en la informalidad. Por el contrario,la ten<strong>de</strong>ncia a<strong>um</strong>enta cada día por medio <strong>de</strong> lossistemas más diversos: la tercerización, el sistema <strong>de</strong>cooperativa y, ahora, la novedad <strong>de</strong> la persona jurídicaindividual.Lo que se nota es la ten<strong>de</strong>ncia <strong>de</strong> la realidad <strong>social</strong>a crear sistemas para apartarse <strong>de</strong> la relación laboralen la que el trabajador es consi<strong>de</strong>rado como tal contoda la protección <strong>de</strong> la legislación <strong>de</strong>l trabajo. Comoesto tien<strong>de</strong> a a<strong>um</strong>entar, tememos por sus consecuenciasen un <strong>de</strong>terminado momento. No contamos con laevaluación <strong>de</strong>l punto al que se pueda llegar o <strong>de</strong> lo queesto pueda significar <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> algunos años.Hablemos <strong>de</strong> la sustitución procesal. Tal vez unacosa pudiera motivar otra. En cierto modo, tenemosla jurispru<strong>de</strong>ncia que admite aquí y allá la sustituciónprocesal. Ya tenemos varias hipótesis legales en lasque se prevé la sustitución procesal. Por ejemplo, enun área muy importante, que es el área <strong>de</strong> la seguridady medicina <strong>de</strong>l trabajo. Ya es posible la sustituciónprocesal para reclamar en juicio el adicional <strong>de</strong>insalubridad o el adicional <strong>de</strong> peligrosidad, que es unárea extremadamente importante. Tenemos un sinnúmero<strong>de</strong> casos, y vimos que fue una evolución muygran<strong>de</strong>. Las empresas comenzaron a tener un cuidadomayor en esta cuestión <strong>de</strong> la seguridad y la medicina<strong>de</strong>l trabajo a partir <strong>de</strong>l momento en que los sindicatoscomenzaron a ir a juicio y <strong>de</strong>mandar el pago <strong>de</strong>la insalubridad o <strong>de</strong> la peligrosidad. Vimos que, auncon este sistema sindical <strong>de</strong>ficiente, hemos tenido inn<strong>um</strong>erablesacciones sin que haya habido la menorprotesta o contestación contra el referido sistema. Porlo contrario, vimos que los empleadores comenzaron atener más cuidado.Vimos que, como el sindicato tiene competenciapara ir a juicio y <strong>de</strong>mandar el <strong>de</strong>pósito <strong>de</strong>l fondo <strong>de</strong>Logros y Desafíos <strong>de</strong> un Proceso <strong>de</strong> Diálogo Social: Reflexiones <strong>de</strong> los Actores para el Futuro139


ESPAÑOLLA VISIÓN DE LOS ACTORES EXTERNOSgarantía, hoy el 99% <strong>de</strong> los empleadores hacen efectivotal <strong>de</strong>pósito, porque no quieren correr el riesgo <strong>de</strong>una acción colectiva en virtud <strong>de</strong> la cual tengan que<strong>de</strong>sembolsar un valor enorme que sus empresas nopuedan soportar. Hoy los empleadores, normalmente,<strong>de</strong>positan el fondo <strong>de</strong> garantía.Si tenemos ejemplos en los que ha tenido éxito lasustitución procesal, no veo por qué no aprobamos<strong>de</strong>s<strong>de</strong> ya la autorización para que el sindicato vaya ajuicio, principalmente en <strong>de</strong>rechos homogéneos, como<strong>de</strong>recho genérico <strong>de</strong> los trabajadores <strong>de</strong> aquel segmentoo <strong>de</strong> aquella empresa, porque po<strong>de</strong>mos invertirel razonamiento. Los trabajadores <strong>de</strong> un sindicato queactuara así comenzarían a creer más en el sindicatoy a divulgar su importancia para otros colegas que notienen sindicato alguno que los represente.Tal vez esto iría creando y divulgando en el trabajadoruna i<strong>de</strong>a <strong>de</strong> la importancia <strong>de</strong> contar con un sindicatoque verda<strong>de</strong>ramente lo represente, in<strong>de</strong>pendiente,que tenga la valentía <strong>de</strong> ir a juicio contra el empleador,porque, cuando su colega le diga que su sindicato entróen juicio y que la situación injusta fue reparada,entonces él dirá: “Pero, ¿por qué mi sindicato no hacelo mismo?”. Y comenzará a objetar. Invertimos el polo<strong>de</strong>l razonamiento para un nuevo planteamiento <strong>de</strong> lacuestión. Tengo la impresión <strong>de</strong> que sería importantepara una acción en el Derecho <strong>de</strong>l Trabajo, sin hablartodavía <strong>de</strong> un aspecto <strong>de</strong> la justicia <strong>social</strong>, <strong>de</strong> un grannúmero <strong>de</strong> nuestros trabajadores que viven al margen<strong>de</strong> la protección <strong>de</strong> la legislación laboral, exactamentepor no tener entida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> clase que puedan reivindicarsus <strong>de</strong>rechos y negociar en nombre <strong>de</strong> ellos.No vi <strong>de</strong>fectos en el Proyecto. Me gustaron mucholas concepciones <strong>de</strong>l Foro. Quedé admirado <strong>de</strong> que,en muchas cosas, hubiera incluso acuerdo. Éste abarcaaspectos diversos <strong>de</strong> los más importantes.No me agradó la cuestión <strong>de</strong>l sindicato <strong>de</strong>rivado.Creo que aquello <strong>de</strong>jó un poco la impresión <strong>de</strong> una voluntad<strong>de</strong> continuismo <strong>de</strong> cierto privilegio para manteneruna especie <strong>de</strong> monopolio. Creo que aquello creócierta reacción.Por otro lado, hubo alguna <strong>de</strong>sconfianza respecto<strong>de</strong>l sistema <strong>de</strong> recaudación en el que se fortalecíanenormemente los órganos <strong>de</strong> la cúpula. Se entien<strong>de</strong>que en la concepción <strong>de</strong> un nuevo mo<strong>de</strong>lo, en el que talvez se <strong>de</strong>cidiera poner en marcha el contrato colectivoa nivel nacional, los órganos <strong>de</strong> la cúpula <strong>de</strong>l sistemasindical resultaran fortalecidos, pero no con esa intensidad,por la cual prácticamente el sindicato pasaba aser un simple recaudador para los órganos superiores,cuando la realidad es que la fuerza nace abajo, y quesin una base, que son los sindicatos, sin una base sóliday fuerte, la cúpula no tiene cómo sostenerse <strong>de</strong> unamanera apropiada, <strong>de</strong> la <strong>de</strong>bida manera.Esto creó el temor <strong>de</strong> que la situación quedara muchoa nivel <strong>de</strong> la cúpula, <strong>de</strong> una minoría que, vuelvo a<strong>de</strong>cirlo, no es propia <strong>de</strong> un sistema <strong>de</strong>mocrático, en elque prevalece la participación <strong>de</strong> todos. Allí, en lugar<strong>de</strong> una fuerza que, naciendo <strong>de</strong>s<strong>de</strong> abajo con todos,va creciendo hacia la cúpula, habría una fuerza superiorcomo una especie <strong>de</strong> manejo <strong>de</strong> marionetas paralos sindicatos allá abajo. Pero son puntos <strong>de</strong> vista...Lógicamente, en un proyecto <strong>de</strong> aquella envergadura,habrá siempre algun aspecto que –ésta es unasimple opinión personal– podría tener alguna otra restricción.De un modo general, el Proyecto, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> elpunto <strong>de</strong> vista técnico y sistemático, tiene un contenidoadmirable, que se condice con cuestiones tan importantes.Y se vio que, si hubo una fuerte divergencia,ésta fue muy poca cosa.Tuvimos, en un <strong>de</strong>terminado momento, una esperanzamucho mayor en el éxito, pero, a pesar <strong>de</strong> queen apariencia había acuerdo en ciertas cuestiones,posteriormente hubo un enfriamiento. Esto ocurrióporque algunas personas, muchas veces, no tenían lavalentía <strong>de</strong> <strong>de</strong>cir abiertamente lo que pensaban.No vimos un empeño, digamos, <strong>de</strong> todas las clasesallí representadas. Puedo incluso admitir que ciertasclases ya no estaban <strong>de</strong> acuerdo <strong>de</strong>s<strong>de</strong> el comienzo y,por lo tanto, eran contrarias al Proyecto; pero aquellasque estaban sentadas allí, a través <strong>de</strong> sus lí<strong>de</strong>res, teníanla obligación moral <strong>de</strong> salir en masa en <strong>de</strong>fensa<strong>de</strong>l Proyecto, y esto no lo percibí.Me gustaría enfatizar todavía lo que ya dije. Tenemosque insistir en intentar algunas cosas. Entiendoque el país no pue<strong>de</strong> quedar como está. He dicho queel número <strong>de</strong> acciones judiciales laborales en el país–un promedio <strong>de</strong> dos millones en los últimos años- ,aunque signifique una confianza <strong>de</strong>l trabajador en laJusticia <strong>de</strong>l Trabajo, es un síntoma <strong>de</strong> que nuestro sistema<strong>de</strong> relaciones <strong>de</strong>l trabajo está enfermo.Es inconcebible este número <strong>de</strong> acciones judicialeslaborales. Significa que hay una <strong>de</strong>scompensacióno <strong>de</strong>sfase, sea por parte <strong>de</strong> los trabajadores, sea porparte <strong>de</strong> los empleadores, sea por parte <strong>de</strong> los sindicatos,sea por parte <strong>de</strong>l Ministerio <strong>de</strong>l Trabajo, <strong>de</strong> sus140 Logros y Desafíos <strong>de</strong> un Proceso <strong>de</strong> Diálogo Social: Reflexiones <strong>de</strong> los Actores para el Futuro


LA VISIÓN DE LOS ACTORES EXTERNOSESPAÑOLórganos <strong>de</strong> fiscalización. Significa, finalmente, que hayque modificar algo con urgencia porque, para la efectividad<strong>de</strong> nuestros <strong>de</strong>rechos y para el <strong>de</strong>sarrollo <strong>de</strong> laeconomía, no tiene sentido que cada año se tenga esegran número <strong>de</strong> acciones judiciales laborales. Esto esalgo que no pue<strong>de</strong> persistir, porque la ten<strong>de</strong>ncia esque se vuelva cada vez más grave.Es por esto también que estoy <strong>de</strong> acuerdo con lainstalación <strong>de</strong>l Consejo Nacional <strong>de</strong> Relaciones <strong>de</strong>Trabajo. Pienso que es siempre válido el intentar unaaproximación. Siempre digo que, como en la huelga,también en los conflictos laborales el cuadro peor esel <strong>de</strong>l alejamiento <strong>de</strong> las partes. Tradicionalmente laOrganización Internacional <strong>de</strong>l Trabajo tiene este sistema<strong>de</strong> que los tres actores <strong>social</strong>es -trabajadores,empleadores y Estado- participen en la elaboración <strong>de</strong>toda la normatividad mundial relativa a las relaciones<strong>de</strong> trabajo. Sea como fuere, la Organización Internacional<strong>de</strong>l Trabajo ha tenido en este tema un papelmuy importante.En el Brasil, con una organización tripartita, seríanecesario tener mucho cuidado, principalmente porel lado <strong>de</strong> los trabajadores, para que tal organizaciónsignifique realmente la voluntad <strong>de</strong> una gran masa <strong>de</strong>trabajadores, porque, por increíble que parezca, eneste momento histórico vivimos una división <strong>de</strong> la clasetrabajadora que resulta mayor que la división <strong>de</strong> laclase empleadora.Creo que, si adoptaramos este sistema <strong>de</strong> un Consejotripartito, la bancada <strong>de</strong> los empleadores estaríamucho más unida que la <strong>de</strong> los trabajadores. Si consiguiéramosunir la bancada <strong>de</strong> los trabajadores, creoque sería <strong>de</strong> extrema importancia tener un Consejopermanente que pase a <strong>de</strong>batir los gran<strong>de</strong>s temas,ofreciendo propuestas y soluciones.7.2. Procuradora Sandra Lia Simon(MPT)Las relaciones <strong>de</strong> trabajo son dinámicas, ya queemanan <strong>de</strong> la esfera <strong>de</strong>l capital y el trabajo en la quelas necesida<strong>de</strong>s económicas <strong>de</strong>terminantes, como regla,chocan con las disposiciones protectoras laborales.En este contexto, en el que la autonomía colectivaprivada es limitada, eclosionan los alejamientos o lasrupturas <strong>de</strong>l or<strong>de</strong>n establecido, empujando ora paraun lado ora para el otro, según la fuerza <strong>de</strong> cada actor<strong>social</strong>, los paradigmas preexistentes. Este cuadrodinámico genera la necesidad permanente <strong>de</strong> ajustes<strong>de</strong>l or<strong>de</strong>n jurídico, sea para mantener los límites mínimosaceptables <strong>de</strong> protección al trabajo, sea paramodificarlos frente a las nuevas necesida<strong>de</strong>s.Se entien<strong>de</strong> así, <strong>de</strong> forma sociológica, la necesidad<strong>de</strong> la elaboración <strong>de</strong> las leyes, la forma más <strong>de</strong>mocrática,mo<strong>de</strong>rna y que mejor conduce a una mayorarmonía <strong>social</strong>, que implica la iniciativa <strong>de</strong> buscar lamo<strong>de</strong>rnización <strong>de</strong> las relaciones <strong>de</strong> trabajo <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>un contexto participativo, en el que los actores <strong>social</strong>estendrán voz y voto, construyendo la norma no a partir<strong>de</strong> las presiones cuyo po<strong>de</strong>r generador es dispar, sinoa partir <strong>de</strong> la composición negociada <strong>de</strong> los intereses,sin olvidar la existencia <strong>de</strong> los conflictos, y sí explicitándolos.Nótese, incluso, que la tradición brasileña está basadaen la voluntad imperativa <strong>de</strong>l Estado, reflejo <strong>de</strong>la <strong>de</strong> sus gobernantes, lo que no siempre representóel interés <strong>de</strong> los <strong>de</strong>stinatarios <strong>de</strong> la norma. Cuando losgobernantes entien<strong>de</strong>n la importancia <strong>de</strong> la construcciónconjunta <strong>de</strong> la normatividad <strong>de</strong> las relaciones <strong>social</strong>es,nace, sin duda, una <strong>de</strong>mocracia fuerte, que daestabilidad al gobierno, certeza jurídica a la sociedad yefectividad a la norma. Porque sólo la norma legítimaes efectiva y sólo un conjunto normativo efectivo construyela paz <strong>social</strong>. Por esta razón, enten<strong>de</strong>mos que lainiciativa fue oportuna y saludable, factor <strong>de</strong> fortalecimiento<strong>de</strong> la <strong>de</strong>mocracia en el Brasil.Históricamente, la legislación brasileña <strong>de</strong>l trabajotuvo su origen en países extranjeros, importando institutosy principios, sin mucha atención a la realidad brasileña.Ahora, países ya industrializados, con normascreadas para aten<strong>de</strong>r la gran parcela <strong>de</strong> trabajadores<strong>de</strong> las ciuda<strong>de</strong>s, no podrían ser comparados con elBrasil <strong>de</strong> la década <strong>de</strong>l ‘40, eminentemente rural, conuna parcela pequeña <strong>de</strong> trabajadores viviendo en lasciuda<strong>de</strong>s y trabajando en las industrias, pocas y rudimentarias,ya que la industrialización brasileña se diomucho tiempo <strong>de</strong>spués <strong>de</strong> la europea. Sólo en estesiglo los trabajadores rurales consiguieron la equiparación<strong>de</strong> <strong>de</strong>rechos con los trabajadores urbanos, lo que<strong>de</strong>muestra cómo la norma tuvo el oficio <strong>de</strong> disciplinarrelaciones <strong>de</strong> trabajo en ámbito restringido.La ruptura con el mo<strong>de</strong>lo italiano <strong>de</strong> relaciones <strong>de</strong>trabajo tuvo como marco normativo la Constitución <strong>de</strong>1988, que sin embargo <strong>de</strong>jó mucho por hacer. Estoporque, en cuanto resultado <strong>de</strong> un gran movimiento<strong>social</strong> que contó con la participación <strong>de</strong> todas lascapas <strong>social</strong>es, no podría <strong>de</strong>jar <strong>de</strong> tener, en cuantoLogros y Desafíos <strong>de</strong> un Proceso <strong>de</strong> Diálogo Social: Reflexiones <strong>de</strong> los Actores para el Futuro141


ESPAÑOLLA VISIÓN DE LOS ACTORES EXTERNOSnorma, un carácter poco unitario, con miras a contemporizarlas diferentes expectativas sobre el nuevo or<strong>de</strong>n<strong>social</strong>, político y económico a ser instaurado en elpaís.Algunos aspectos, por ejemplo, <strong>de</strong> la legislaciónsindical quedan fuera, como el mantenimiento <strong>de</strong>l impuestosindical, el monismo sindical, la limitación a laautonomía colectiva privada o la actuación jurisdiccionalen los reclamos.Nuestra expectativa, por lo tanto, era que estascuestiones residuales, que por razones políticas o porfalta <strong>de</strong> una maduración <strong>de</strong>l tema en los actores <strong>social</strong>es<strong>de</strong>jaron <strong>de</strong> ser afrontadas cuando la AsambleaNacional Constituyente y la Reforma Constitucional<strong>de</strong>l año ‘92, fueran abordadas y profundizadas en elForo Nacional <strong>de</strong>l Trabajo, lo que <strong>de</strong> hecho se realizó,ya que estos temas han sido objeto <strong>de</strong> <strong>de</strong>bate y <strong>de</strong>liberaciónen el Foro.Hablando en nombre <strong>de</strong>l MPT, entiendo que lasrelaciones <strong>de</strong> trabajo en el Brasil se dan y siemprese <strong>de</strong>sarrollaron <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> un contexto diferente enrelación con los <strong>de</strong>más países. En primer lugar, nopo<strong>de</strong>mos negar la importancia <strong>de</strong>l Judicial <strong>de</strong>l Trabajo,responsable <strong>de</strong> la composición <strong>de</strong> los conflictosindividuales y colectivos <strong>de</strong>l trabajo, que no se hizorepresentar en el Foro, ya que, teniendo presente larepartición clásica <strong>de</strong> los Po<strong>de</strong>res, no podríamos <strong>de</strong>cirque el Judicial Laboral estuviese representado en elForo por el gobierno, que, aunque representante <strong>de</strong>lEstado, lo es en relación con el Po<strong>de</strong>r Ejecutivo. Delmismo modo, la evolución <strong>de</strong> la <strong>de</strong>mocracia brasileñapermitió a nuestro sistema la in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ncia <strong>de</strong>l MPT,en cuanto órgano responsable <strong>de</strong> la preservación <strong>de</strong>los <strong>de</strong>rechos <strong>social</strong>es irrenunciables, siendo cierto quela Institución no tuvo asiento en el Foro.Éste, por lo tanto, a nuestro modo <strong>de</strong> ver, es elprincipal punto débil <strong>de</strong>l FNT: tener como intención lasolución <strong>de</strong> graves cuestiones <strong>social</strong>es brasileñas, <strong>de</strong>forma participativa, implicando a los interessados, promoviendouna reforma negociada, y sin embargo notener en su composición al conjunto <strong>de</strong> actores interesados,toda vez que el Po<strong>de</strong>r Judicial y el MinisterioPúblico <strong>de</strong>l Trabajo no fueron representados en elForo en cuanto Instituciones. Su participación ocurrió<strong>de</strong> forma indirecta, como invitados <strong>de</strong>l gobierno. Peronos parece que sería mejor la participación oficial institucional.Nuestra evaluación, no obstante, no llega al extremo<strong>de</strong> invalidar la iniciativa, sino que señala, comopunto débil <strong>de</strong> ella, la ausencia <strong>de</strong> estos importantesimplicados y formadores <strong>de</strong> opinión en el contexto <strong>de</strong>lmundo <strong>de</strong>l trabajo en el Brasil. Nótese que, correspondiendoal Ministerio Público <strong>de</strong>l Trabajo la preservación<strong>de</strong> los <strong>de</strong>rechos <strong>social</strong>es, -para cuya <strong>de</strong>fensa, enmuchos casos, se utiliza la interpretación histórica ysociológica <strong>de</strong> la norma jurídica laboral-, mucho seper<strong>de</strong>rá con su ausencia en los <strong>de</strong>bates, que, con certeza,posibilitarían una visión más clara <strong>de</strong> los anhelos<strong>de</strong> la sociedad respecto <strong>de</strong> las reformas resultantes <strong>de</strong>los trabajos <strong>de</strong>l FNT y <strong>de</strong>l propio papel <strong>de</strong> la Institución,en cuestiones sensibles como la participación enlos reclamos colectivos o su actuación como árbitro.De igual quilate sería la repercusión en el ámbito <strong>de</strong>lPo<strong>de</strong>r Judicial <strong>de</strong>l Trabajo.Como punto positivo, vemos el propio resultado<strong>de</strong>l Foro. En primer lugar, el hecho <strong>de</strong> haberse llegadoa un resultado, -lo que <strong>de</strong>muestra la madurez <strong>de</strong> losactores <strong>social</strong>es al componer sus diferencias en unambiente <strong>de</strong>mocrático-, y el hecho <strong>de</strong> que el lapso <strong>de</strong>estos 17 años haya sido suficiente para que maduraranlas cuestiones que quedaron pendientes en 1988.En segundo lugar, po<strong>de</strong>mos evaluar los anhelos <strong>de</strong>los trabajadores y <strong>de</strong> los empleadores, o sea, los cambiosesenciales en las relaciones <strong>de</strong> trabajo, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>la visión <strong>de</strong> los principales interesados.En tercer lugar, el hecho <strong>de</strong> que se presente alCongreso un conjunto <strong>de</strong> medidas apuntando al cambio<strong>de</strong> la legislación las vuelve mucho más efectivas,conforme a lo ya expuesto anteriormente.En nuestra opinión la institución <strong>de</strong> un ConsejoPermanente sería profícua, porque permitiría el acompañamiento<strong>de</strong>l resultado <strong>de</strong> los cambios introducidospor la legislación que vendrá, y posibilitaría el mantenimiento<strong>de</strong>l <strong>diálogo</strong> en pro <strong>de</strong> otras composicionesque con certeza se harán necesarias, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> la visióndinámica arriba expuesta. Sin embargo, respecto<strong>de</strong> su conformación, enten<strong>de</strong>mos que el Ministerio Público<strong>de</strong>l Trabajo <strong>de</strong>be integrarlo, como consecuencia<strong>de</strong> su importante papel en las relaciones <strong>social</strong>es <strong>de</strong>ltrabajo.Frente a todo lo que he expuesto, nuestra evaluaciónes positiva, faltándonos tan sólo felicitar a todoslos partícipes <strong>de</strong>l Foro y, en especial, al gobierno porhaberlo concretizado.142 Logros y Desafíos <strong>de</strong> un Proceso <strong>de</strong> Diálogo Social: Reflexiones <strong>de</strong> los Actores para el Futuro


LA VISIÓN DE LOS ACTORES EXTERNOSESPAÑOL7.3. Asesoría TécnicaLos integrantes entrevistados <strong>de</strong> la Asesoría Técnica<strong>de</strong> las bancadas fueron: Clemente Ganz Lúcio,<strong>de</strong> la bancada <strong>de</strong> los trabajadores, coordinador técnico<strong>de</strong>l Departamento Intersindical <strong>de</strong> Estudios Sociales yEconómicos (DIEESE), y José Pastore, <strong>de</strong> la bancada<strong>de</strong> los empleadores, profesor <strong>de</strong> Economía y <strong>de</strong> Relaciones<strong>de</strong> Trabajo.7.3.1. Clemente Ganz Lúcio (DIEESE)El modo adoptado por el FNT para promover laformulación <strong>de</strong>l proyecto <strong>de</strong> cambio provocó un saltosustancial en la cultura política <strong>de</strong> los actores participantesen la formulación <strong>de</strong>l Proyecto. Esto es unaprendizaje <strong>de</strong>l proceso –<strong>de</strong> la negociación y <strong>de</strong>l resultado–un modo nuevo <strong>de</strong> ver las posibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> loque se pue<strong>de</strong> construir. Po<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>cir que hoy tenemos,por lo menos en el campo sindical, un conjunto<strong>de</strong> dirigentes que estructuraron un mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> ReformaSindical con fuertes convergencias.Creo en la negociación como método <strong>de</strong> construcción<strong>de</strong>l <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong> y creo en ambos como instr<strong>um</strong>ento<strong>de</strong> construcción <strong>de</strong> cambios <strong>social</strong>es en unasociedad con tan graves <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>s como la brasileña.El FNT se <strong>de</strong>cidió por esta apuesta. Si hay unacosa en la que este gobierno <strong>de</strong>bería diferenciarsesustantivamente, ésta es la apuesta real, estratégicay movilizadora, en la que su legitimidad promovieraprocesos reales <strong>de</strong> negociación. Esto no ocurrió comométodo general <strong>de</strong> gobierno. Pero el “fracaso” <strong>de</strong>l FNT(no su resultado, hasta el momento) no pue<strong>de</strong> <strong>de</strong>sacreditarel método en su apuesta por la negociación yel <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong>.El <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong> exige la intervención cualificada<strong>de</strong> los actores y, en particular, <strong>de</strong>l gobierno (tal comose hizo). Un proceso continuo <strong>de</strong> apuesta por estemétodo exigirá <strong>de</strong> los actores una mayor calificación–aporte <strong>de</strong> capacidad cognitiva–, recurso necesariopara la creación y la creatividad que son capaces <strong>de</strong>inventar soluciones innovadoras, <strong>de</strong>scubrir nuevas posibilida<strong>de</strong>s,ensayar nuevos caminos o recorrerlos enetapas progresivas.Des<strong>de</strong> el comienzo <strong>de</strong>l FNT, imaginé que sería posiblecrear proyectos y realizarlos. Esperaba muchadificuldad en el <strong>diálogo</strong> con los empleadores. Tambiénpensé que el tiempo para la construción <strong>de</strong> la Propuestasería más corto. No imaginaba, sin embargo,que habría tanta resistencia, y tampoco que seríantantos los arg<strong>um</strong>entos esgrimidos para justificar elmantenimiento <strong>de</strong> la actual estructura. Imaginaba quela Reforma Sindical sería implantada y que podríamosllegar al final <strong>de</strong>l mandato presi<strong>de</strong>ncial con un buendiseño <strong>de</strong> Reforma Laboral –una nueva legislación <strong>de</strong>protección colectiva e individual <strong>de</strong>l trabajo.Con relación a los méritos, noto la paciencia en escuchar,en proponer y en construir; el esfuerzo en garantizarla máxima participación; el esfuerzo en aportarcalidad al <strong>de</strong>bate.En cuanto a los problemas, las Conferencias Regionalesno fueron un buen comienzo para el <strong>diálogo</strong>.Fueron confusas y no contribuyeron a un movimiento<strong>de</strong> formulación <strong>de</strong> cambios en el sistema <strong>de</strong> relaciones<strong>de</strong> trabajo. El FNT no acopló al Congreso Nacionalen este proceso <strong>de</strong> construcción. A<strong>de</strong>más, el tiempo<strong>de</strong> construcción chocó con el tiempo político. Por otrolado, actores <strong>social</strong>es importantes estaban fuera <strong>de</strong>lproceso, tanto <strong>de</strong> los trabajadores como <strong>de</strong> los empleadoresy el gobierno.Entre todo, consi<strong>de</strong>ro muy importante la institución<strong>de</strong> un Consejo Nacional <strong>de</strong> Relaciones <strong>de</strong> Trabajo,pues podría ser un instr<strong>um</strong>ento para trabajar en el <strong>de</strong>sarrollo<strong>de</strong> la propuesta <strong>de</strong>l FNT, actuar para viabilizarlay promover cambios menores en lo cotidiano queapoyen acciones que preparen el cambio mayor.En fase <strong>de</strong> evaluación, creo que para evaluar elFNT es necesario mirar el futuro, o sea, mirar cuál esel campo <strong>de</strong> posibilida<strong>de</strong>s que se divisa, lo que se ac<strong>um</strong>ulóhasta aquí y cómo será usado en el futuro, en lamedida en que hasta el momento no alcanzó lo quepretendía. Como proyecto <strong>de</strong> este gobierno, pue<strong>de</strong>verse “cierto fracaso” (por no alcanzarse el resultado= Reforma Sindical implantada). Como proyecto <strong>de</strong> lasociedad se dio un paso más (podríamos haber avanzadomás, pero no fue posible en este momento). Enuna nueva oportunidad tal vez se an<strong>de</strong> un poco más,o se an<strong>de</strong> <strong>de</strong> forma más rápida, incluso porque ya seavanzó mucho ahora.El producto final (el Anteproyecto) tiene muchascosas buenas. Tal vez incluso sería un proyecto queen su totalidad propiciaría una transición or<strong>de</strong>nada haciaun nuevo mo<strong>de</strong>lo, y permitiría constituir una nuevabase <strong>social</strong> para la creación <strong>de</strong> otro sistema <strong>de</strong> protecciónal trabajo.Logros y Desafíos <strong>de</strong> un Proceso <strong>de</strong> Diálogo Social: Reflexiones <strong>de</strong> los Actores para el Futuro143


ESPAÑOLLA VISIÓN DE LOS ACTORES EXTERNOS7.3.2. José Pastore (Profesor <strong>de</strong> Economíay <strong>de</strong> Relaciones <strong>de</strong> Trabajo)Con el Presi<strong>de</strong>nte Lula, se anunció que se crearíaun Foro tripartito para hacer una reforma global, laboraly sindical. Entonces fui llamado como consultor <strong>de</strong>confe<strong>de</strong>raciones <strong>de</strong> empleadores para acompañarlasen su participación. Me animé y alegré cuando vi lareforma organizada <strong>de</strong> forma tripartita. Entré con muchoentusiasmo. Pero perdí el entusiasmo cuando vique no se trataba realmente <strong>de</strong> la Reforma Laboral,sino sólo <strong>de</strong> la Reforma Sindical. Se dieron muchasrazones para justificar eso, muchas conversaciones alrespecto, mas ninguna me convenció, aunque algunas<strong>de</strong> esas razones tuvieran hasta un patrón <strong>de</strong> racionalidadaceptable. Pero yo no veía la posibilidad <strong>de</strong> <strong>de</strong>jar<strong>de</strong> lado los principales problemas <strong>de</strong>l país, como el<strong>de</strong>sempleo, la informalidad y los bajos ingresos, que,a mi juicio, tienen que ver con los problemas <strong>de</strong>l paísmucho más que la Reforma Sindical. Así tuve la primera<strong>de</strong>cepción.Después <strong>de</strong> la promulgación <strong>de</strong>l <strong>de</strong>creto <strong>de</strong> creación<strong>de</strong>l FNT, inmediatamente se divulgó el reglamentointerno. Allí tuve una segunda <strong>de</strong>cepción. El <strong>de</strong>cretoque constituyó al FNT no dio a los participantes siquierala posibilidad <strong>de</strong> examinar el reglamento interno.En el reglamento había un artículo leonino que <strong>de</strong>cía:“En caso <strong>de</strong> impasse, el gobierno <strong>de</strong>cidirá”. Yo no soycontrario al arbitraje, estoy a favor <strong>de</strong> él, pero piensoque valdría la pena, al menos, haber discutido otrasalternativas a<strong>de</strong>más <strong>de</strong> esa. La fórmula adoptada esuna <strong>de</strong> las posibilida<strong>de</strong>s, pero existen otras alternativaspara resolver un “impasse”. Eso no me gustó.. Pero allí el FNT comenzó, fue instalado, y yo notéun ambiente <strong>de</strong> disposición para hacer la ReformaSindical. Encontré un nivel <strong>de</strong> organización que mesorprendió en lo que respecta a la divulgación <strong>de</strong> losinstr<strong>um</strong>entos básicos. Me gustó el ambiente. Me gustóel ambiente inicial <strong>de</strong> cordialidad entre las partes.Creí en la buena voluntad <strong>de</strong> todos. Pero comencé a<strong>de</strong>silusionarme cuando vi que las intransigencias eranmuy gran<strong>de</strong>s, y eran principalmente intransigenciasque apuntaban a bloquear la Reforma Laboral.Entonces aquello que se podía conversar por ellado sindical no podía serlo por el lado laboral. Quedóclaro entonces que el Foro sólo iba a trabajar en la ReformaSindical. A<strong>de</strong>más, el FNT, a pesar <strong>de</strong> su caráctertripartito, era un Foro <strong>de</strong>l tipo “2 a 1”, toda vez queexistía una coinci<strong>de</strong>ncia <strong>de</strong> principios y <strong>de</strong> posicionesmuy gran<strong>de</strong> entre la bancada <strong>de</strong> los trabajadores y labancada <strong>de</strong>l gobierno.Pero quedé sorprendido; por eso estoy diciendoque en el mundo no existe nada sólo bueno o sólomalo. Quedé sorprendido porque en muchos puntospara los cuales la batalla parecía ya <strong>de</strong>finida a causa<strong>de</strong> ese “2 a 1”, se aceptó el <strong>de</strong>bate y la sustentación<strong>de</strong> arg<strong>um</strong>entos, que acabaron transformando algunasintransigencias iniciales en puntos <strong>de</strong> negociación queterminaron confluyendo hacia un acuerdo.La cuestión <strong>de</strong>l contrato colectivo nacional absoluto,la cuestión <strong>de</strong> la no sustitución <strong>de</strong> los huelguistasen el momento en el que la huelga pone en riesgoequipos y personas, la cuestión <strong>de</strong> la utilización<strong>de</strong> más recursos <strong>de</strong> negociación en <strong>de</strong>trimento <strong>de</strong> laJusticia <strong>de</strong>l Trabajo fueron puntos sobre los cuales alcomienzo no se transigía, y que con el <strong>de</strong>bate se volvieronpuntos <strong>de</strong> confluencia y, en el caso <strong>de</strong> algunos<strong>de</strong> ellos, incluso <strong>de</strong> acuerdo.Tuve mis momentos <strong>de</strong> entusiasmo <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>lFNT. Pienso que, si tuviéramos en cuenta todo lo quese hizo, a pesar <strong>de</strong> que muchas cosas no se hicieron,el FNT fue lo que más hizo, hasta hoy. Fue la experienciaen la que más se trabajó y más se construyó.El balance general fue positivo, pero con algunasalvedad. Mis salveda<strong>de</strong>s respecto <strong>de</strong>l FNT se refierena su funcionamento. En cuanto a las cuestionesmás periféricas, no entro en <strong>de</strong>talles: por ejemplo, yosoy muy disciplinado y no tolero atrasos <strong>de</strong> dos o treshoras; pero no voy a entrar en esta parte.No tuve <strong>de</strong>sconfianza alguna respecto <strong>de</strong>l FNT.Sinceramente pensé que hubo un esfuerzo tripartito.Fue la mejor iniciativa <strong>de</strong> todas aquellas en las queparticipé hasta hoy. Anteriormente me invitaron paratrabajar en el gabinete. Ahora no.Pienso que aquella i<strong>de</strong>a más amplia <strong>de</strong> reformaque yo tenía en mi juventud se volvió un sueño. Halloque este país no tiene una estructura política parapensar en una reforma en profundidad, sobre todo porno tener lí<strong>de</strong>res <strong>de</strong> parte <strong>de</strong>l gobierno para impulsaruna reforma <strong>de</strong> esta envergadura.No hay país en el mundo que haya hecho una reformaamplia sin el li<strong>de</strong>razgo <strong>de</strong>l gobierno. En Españafue así, en Nueva Zelanda fue así, y así fue en el Japón.Sin el li<strong>de</strong>razgo <strong>de</strong>l gobierno no se hace ningunareforma.144 Logros y Desafíos <strong>de</strong> un Proceso <strong>de</strong> Diálogo Social: Reflexiones <strong>de</strong> los Actores para el Futuro


LA VISIÓN DE LOS ACTORES EXTERNOSESPAÑOLNo se hace, porque es necesario tener una buenapedagogía sobre esos temas, sensibles para el pueblo.Pero éste es un tema muy poco advertido o entendido,que da margen a mucha incomprensión y abuso.Y las dos cosas suce<strong>de</strong>n al mismo tiempo. A<strong>de</strong>más,en medio <strong>de</strong> todo esto, la prensa funciona como motorpropulsor <strong>de</strong> la incomprensión y el abuso. Allí, la poblaciónse asusta, y los parlamentarios, a consecuencia<strong>de</strong> ello, también se <strong>de</strong>saniman y no votan; y así nopasa nada.Entonces, sin un li<strong>de</strong>razgo, que es pedagogía, nohay solución. Yo soñaba que fuera posible hacer esto,con el empeño <strong>de</strong> senadores y diputados entusiastasy con garra. Nosotros acabamos <strong>de</strong> experimentar estoen el Brasil con la Reforma <strong>de</strong> la Previ<strong>de</strong>ncia. La Reforma<strong>de</strong> la Previ<strong>de</strong>ncia resultó únicamente porque elPresi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> la República y el Ministro <strong>de</strong> la Previ<strong>de</strong>nciaas<strong>um</strong>ieron el li<strong>de</strong>razgo y explicaron al país queese asunto era absolutamente necesario. Es verdadque se trata <strong>de</strong> una reforma medio aislada, pero allíestá.Y, en los países en los que hubo esa pedagogíapor parte <strong>de</strong>l gobierno, las reformas laborales tambiéntuvieron éxito. Australia está en este momento <strong>de</strong>sarrollandola reforma laboral. El gobierno empleó unaño en la preparación <strong>de</strong> los materiales pedagógicospara explicársela a la población.Entonces aquí en el Brasil lo que era importantíssimohacer era explicar a la población los motivos <strong>de</strong>una verda<strong>de</strong>ra Reforma Laboral. La Reforma Laboralno es para quitar <strong>de</strong>rechos a quien los tiene, sino paradar <strong>de</strong>rechos a quien no los tiene. Nosotros tenemos48 millones <strong>de</strong> trabajadores sin <strong>de</strong>rechos y 32 millonescon <strong>de</strong>rechos. La Reforma Laboral es para ampliar elnúmero <strong>de</strong> protegidos. Por lo tanto, no va a quitar los<strong>de</strong>rechos <strong>de</strong> nadie, sino que va a dar <strong>de</strong>rechos a quiencarece <strong>de</strong> ellos, e incluso así, lo hace gradualmente,porque nada se hace <strong>de</strong> la noche a la mañana. Parahacer esto es necesario un lí<strong>de</strong>r, alguien que esté dispuestoa ir a la televisión y a la radio a explicar.El futuro, a mi manera <strong>de</strong> ver, <strong>de</strong>be prestar atencióna las reformas puntuales. Comenzar por partes,comenzar lentamente, promulgar lo que es posible,porque no habrá li<strong>de</strong>razgo para hacer una cosa gran<strong>de</strong>como la que el Brasil necesita. El Brasil sufrirá mástiempo; la reforma será homeopática. Es necesario reglamentarel art. 8º, por ejemplo: una reforma cosmética.Quien quiere meterse en el área sindical va porahí. En el área laboral, lo i<strong>de</strong>al es hacer una reformalaboral simple para micro y pequeñas empresas: haceraquello que la ley ordinaria permite.Y pienso que, por ahí, paso a paso, tenemos unescenario a recorrer, que a mi enten<strong>de</strong>r es único. Ano ser que haya un gran cambio, que aparezca un lí<strong>de</strong>rcapaz <strong>de</strong> as<strong>um</strong>ir esta tarea y mostrar a la Naciónque esto es una cosa buena, que no es para matarel <strong>de</strong>recho, no es para dar un sablazo y sangrar a lagente, sino para hacer más civilizada la vida entre trabajadoresy empleadores. Hasta por eso yo estoy afavor <strong>de</strong>l Consejo Nacional <strong>de</strong> Relaciones <strong>de</strong> Trabajo.El Consejo es una agencia reguladora <strong>de</strong> las relaciones<strong>de</strong> trabajo. Es un instr<strong>um</strong>ento importante. Lancéesta i<strong>de</strong>a, vi lo que se hace en otros países, trabajé enConsejos <strong>de</strong> este tipo, pero esto no está para seguirdiciendo que este Consejo tiene que hacer la ReformaLaboral. No, él <strong>de</strong>be tener atribuciones <strong>de</strong>l día a día,atribuciones <strong>de</strong> monitoreo.Debe tener, incluso, atribuciones para acompañarla vida <strong>de</strong>l trabajo y <strong>de</strong>l sindicato, los dos lados, acompañarlos problemas generales, <strong>de</strong> la empresa y <strong>de</strong>lempleo. Debe ser un Consejo Económico y Laboral,mirando y buscando solucionar los obstáculos <strong>de</strong>s<strong>de</strong>el punto <strong>de</strong> vista laboral <strong>de</strong> la regulación.Al inicio pensaba que <strong>de</strong>bía ser un organismo separado<strong>de</strong>l gobierno, como suce<strong>de</strong> en todos los países.Después se me explicó que si fuera para conce<strong>de</strong>r elregistro <strong>de</strong>l sindicato, no podría excluir al Estado. Terminéconvencido <strong>de</strong> que <strong>de</strong>bía ser tripartito.Uno <strong>de</strong> los principales problemas <strong>de</strong>l FNT fue lacoaligación <strong>de</strong> la bancada <strong>de</strong>l gobierno y la <strong>de</strong> los trabajadorescontra la Reforma Laboral. Ésta es una coaliciónque pue<strong>de</strong> ser camuflada y manipulada; pue<strong>de</strong>venir con una verborrea diferente, dicendo que no haycoalición; pero, para mí, sí hay coalición.Las Reformas Sindical y Laboral <strong>de</strong>berían ser concomitantesy graduales.No ha sido tiempo perdido. Fue una experienciapositiva; fue una experiencia constructiva, a pesar <strong>de</strong>las salveda<strong>de</strong>s mencionadas. ¿Y qué es lo que queda?Quedan muchos conceptos presentes en el propioAnteproyecto. Son conceptos que pue<strong>de</strong>n ser aprovechadospor la retórica <strong>de</strong> los trabajadores y <strong>de</strong> los empleadores.En realidad, ya están incorporados. Y estásurgiendo una subcultura respecto <strong>de</strong> la representa-Logros y Desafíos <strong>de</strong> un Proceso <strong>de</strong> Diálogo Social: Reflexiones <strong>de</strong> los Actores para el Futuro145


ESPAÑOLLA VISIÓN DE LOS ACTORES EXTERNOStividad, una cosa útil. Pue<strong>de</strong> parecer que sea poco,pero no lo es. Estos conceptos no existían en el Brasil,y hoy ya no se discute ni se cuestiona más acerca <strong>de</strong>ellos. Hasta ahora no vi ni oí cuestionamientos respecto<strong>de</strong> la necesidad <strong>de</strong> la representatividad.Lo que queda también es la posibilidad <strong>de</strong> laspartes <strong>de</strong> encontrarse para examinar problemas específicos<strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> esta i<strong>de</strong>a <strong>de</strong> reformas parciales.Yo acost<strong>um</strong>bro escribir esto en mis libros. Insisto enello porque uno tiene que tener una utopía, que es unparámetro para que uno pueda hablar: el i<strong>de</strong>al es eso.¿Es posible? No lo sé. Vamos a ver si llegamos allípoco a poco.146 Logros y Desafíos <strong>de</strong> un Proceso <strong>de</strong> Diálogo Social: Reflexiones <strong>de</strong> los Actores para el Futuro


RESULTADOS DE LA EXPERIENCIA DEL FORO NACIONAL DEL TRABAJOESPAÑOL8. RESULTADOS DE LA EXPERIENCIA DEL FORO NACIONAL DEL TRA-BAJOLa experiencia <strong>de</strong>l FNT fue innovadora en su concepción,en su organización y en su funcionamento.Sus resultados concretos, sin embargo, todavía <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>n<strong>de</strong> una serie <strong>de</strong> factores políticos. Aun así, losefectos <strong>de</strong>l FNT ya son visibles. Los aportes <strong>de</strong>l FNT,sea por la dinámica diferente, sea por la introducción<strong>de</strong> nuevos temas, son innegables.Es importante, sin embargo, i<strong>de</strong>ntificar las principalesdificulta<strong>de</strong>s y las contradicciones <strong>de</strong>l proceso,incluso para visl<strong>um</strong>brar sus futuras posibilida<strong>de</strong>s.En la esfera <strong>de</strong>l funcionamiento, la propia dinámicaque imprimió un ritmo y una forma <strong>de</strong> interlocuciónentre actores tan diferentes, creó algunos obstáculosimportantes.El inicio <strong>de</strong> los <strong>de</strong>bates <strong>de</strong>l FNT causó mucha expectativa.Sin embargo, con la dinámica utilizada, pocosactores -n<strong>um</strong>éricamente y en comparación con elnúmero total- participaron <strong>de</strong> manera directa en lasactivida<strong>de</strong>s, generando mucha inquietud y reclamosfavorables a la ampliación <strong>de</strong> espacios <strong>de</strong> participaciónpara organizaciones sindicales, profesores, estudiantes,asociaciones <strong>de</strong> magistrados y miembros <strong>de</strong>lMinisterio Público <strong>de</strong>l Trabajo, así como <strong>de</strong> la Justicia<strong>de</strong>l Trabajo, entre otras instituciones importantes y enabsoluto relevantes.Hubo, <strong>de</strong> hecho, mucha incomprensión en cuantoa la evolución <strong>de</strong> los <strong>de</strong>bates, a la participación <strong>de</strong> lossectores no integrantes <strong>de</strong>l FNT y, por encima <strong>de</strong> todo,en cuanto a la organización, a la participación y al seguimiento<strong>de</strong> una instancia <strong>de</strong> Diálogo Social tripartito,cuya esencia es organizar la participación <strong>de</strong> los actores<strong>social</strong>es y <strong>de</strong> la sociedad, y no lo contrario. Deotra parte, es evi<strong>de</strong>nte que <strong>de</strong>be haber un proceso <strong>de</strong>selección <strong>de</strong> los actores, sin el cual el órgano pier<strong>de</strong> sulegitimidad.Otra característica importante y poco subrayada esla naturaleza <strong>de</strong>l Foro. El FNT fue constituido como unórgano tripartito <strong>de</strong> consulta y <strong>de</strong> concertación <strong>social</strong>.Es por este motivo que al gobierno correspondía latoma <strong>de</strong> posición final en relación con los asuntos enlos cuales no se llegara a un acuerdo entre los participantes.Por este conjunto <strong>de</strong> <strong>de</strong>sencuentros, los aspectospositivos <strong>de</strong>rivados <strong>de</strong> la prosecución <strong>de</strong> los <strong>de</strong>batesy <strong>de</strong>l retiro <strong>de</strong>l carácter <strong>de</strong> procedimiento eminente<strong>de</strong> propuesta legislativa fueron recibidos con <strong>de</strong>sconfianzapor parte <strong>de</strong> aquellos que no participaban enlas instancias <strong>de</strong>l FNT. Por los mismos motivos, lostrabajos <strong>de</strong>l FNT perdieron el efecto multiplicador <strong>de</strong>los medios <strong>de</strong> comunicación, <strong>de</strong>jaron <strong>de</strong> ser notícia<strong>de</strong> primera página y <strong>de</strong> aparecer en los titulares <strong>de</strong>los noticieros y otros programas televisivos, disminuyendo,por lo tanto, los espacios <strong>de</strong> divulgación <strong>de</strong> los<strong>de</strong>bates para el conjunto <strong>de</strong> la sociedad.Con ello, las discusiones quedaron muy restringidasa los ambientes directamente implicados en lostemas sindicales, ya que la opción <strong>de</strong>l FNT fue la <strong>de</strong>comenzar por la Reforma Sindical.En este sentido, hubo otra alteración importante.Mientras los miembros <strong>de</strong>l FNT se involucraban en laconstrucción <strong>de</strong> un sistema <strong>de</strong> transición y <strong>de</strong> efectivamodificación <strong>de</strong>l sistema sindical brasileño, los sectoresinteresados en mantener el estado <strong>de</strong> cosas en elpatrón vigente actuaron con mucha anticipación en elataque i<strong>de</strong>ológico al proceso.A medida que en el FNT se firmaban los acuerdoso se sometían al <strong>de</strong>bate las versiones preliminares <strong>de</strong>las propuestas legislativas, los adversarios <strong>de</strong> la Reforma<strong>de</strong>senca<strong>de</strong>naban un vasto ataque a los acuerdoso propuestas preliminares, perfilando interpretacioneshechas al gusto <strong>de</strong> los intereses inmediatos <strong>de</strong> rechazoa los avances negociados en el FNT.Es importante <strong>de</strong>stacar el intermitente ataque a labúsqueda <strong>de</strong>l acuerdo en el análisis <strong>de</strong> alternativasinstitucionales posibles. En este contexto, se atacó elacuerdo y se enalteció el papel <strong>de</strong>l Congreso Nacional,como único interlocutor legítimo <strong>de</strong> los intereses<strong>de</strong> la población en materia legislativa.La matriz fundamental <strong>de</strong>l FNT es la construcción<strong>de</strong> acuerdos y consensos entre los representantes <strong>de</strong>los trabajadores, <strong>de</strong> los empleadores y <strong>de</strong>l gobiernofe<strong>de</strong>ral sobre temas relativos al sistema brasileño <strong>de</strong>relaciones <strong>de</strong> trabajo. Esta innegable motivación positivay <strong>de</strong> apoyo al Diálogo Social, sin embargo, no fuerecibida con aquella amplia acogida que sería justificadoesperar.Pero la resistencia al Diálogo Social coordinadapor las organizaciones sindicales <strong>de</strong> representaciónLogros y Desafíos <strong>de</strong> un Proceso <strong>de</strong> Diálogo Social: Reflexiones <strong>de</strong> los Actores para el Futuro147


ESPAÑOLRESULTADOS DE LA EXPERIENCIA DEL FORO NACIONAL DEL TRABAJOnacional no pue<strong>de</strong> ser atribuida exclusivamente a losadversarios <strong>de</strong> las Reformas Sindical y Laboral.Es necesario consi<strong>de</strong>rar lo inédito <strong>de</strong> la iniciativa,y la inexperiencia <strong>de</strong> los actores <strong>de</strong>l FNT y <strong>de</strong> la sociedad<strong>de</strong> manera general. Muchas <strong>de</strong> las dificulda<strong>de</strong>s<strong>de</strong>rivaron <strong>de</strong> la inexperiencia <strong>de</strong> todos en un proceso<strong>de</strong> discusión <strong>de</strong> esa envergadura. No cabe duda -yesto lo confirmaron algunos <strong>de</strong> los entrevistados- <strong>de</strong>que las instituciones participantes no estaban plenamentepreparadas para el <strong>de</strong>bate con el nivel <strong>de</strong> <strong>de</strong>talley <strong>de</strong> especificidad que tuvo el que se emprendió.Esto es inherente al proceso. No hay manera <strong>de</strong> evitarlos obstáculos <strong>de</strong> la falta <strong>de</strong> experiencia, sobre todo anivel institucional.Es poco probable, también, que la estructura <strong>de</strong>la comunicación interna <strong>de</strong> las organizaciones hayadado cuenta <strong>de</strong> revisar para el conjunto <strong>de</strong> sus representadosel contenido <strong>de</strong> los <strong>de</strong>bates y <strong>de</strong> los acuerdosfirmados con el <strong>de</strong>talle necesario para apertrecharlos cuadros políticos.La ausencia <strong>de</strong> mecanismos ágiles <strong>de</strong> comunicaciónentre los representados refuerza aún más lasdivergencias internas, quebrando las bases <strong>de</strong> losacuerdos firmados, a<strong>um</strong>entando la incertid<strong>um</strong>bre respecto<strong>de</strong> la efectividad <strong>de</strong> lo pactado. Esto, en buenaparte, ocurre en razón <strong>de</strong> la falta <strong>de</strong> información y <strong>de</strong>aclaraciones, y no en razón <strong>de</strong> la divergencia <strong>de</strong> posiciones.La duda sobre la permanencia <strong>de</strong>l FNT o <strong>de</strong> unaestructura permanente <strong>de</strong> Diálogo Social <strong>de</strong>spués <strong>de</strong>ltérmino <strong>de</strong> las Reformas Sindical y Laboral se constituyó,igualmente, en un elemento <strong>de</strong> inestabilidad <strong>de</strong>los trabajos <strong>de</strong>l FNT. Ya que la competencia <strong>de</strong>l FNTera puntual y limitada, no había una estructura capaz<strong>de</strong> absorber toda la <strong>de</strong>manda legislativa en curso conla gravitación <strong>de</strong> los grupos especiales <strong>de</strong>l FNT.Hubo en algunas oportunida<strong>de</strong>s una competenciaentre los trabajos legislativos y el trabajo <strong>de</strong>l FNT,como en el episodio <strong>de</strong> la Enmienda Constitucional nº45, que se ocupó <strong>de</strong> aspectos importantes <strong>de</strong> la Propuesta<strong>de</strong> Enmienda Constitucional nº 369/05 y <strong>de</strong>lAnteproyecto <strong>de</strong> Ley <strong>de</strong> Relaciones Sindicales. Lasdificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> la inexperiencia político-institucional osimplemente político-sindical, no obstante, no fueronsuficientes para ofuscar los a<strong>de</strong>lantos proporcionadospor el FNT al Diálogo Social y a la <strong>de</strong>mocracia brasileña.Con todos los prejuicios o contratiempos, aún nohay una <strong>de</strong>finición sobre la Propuesta <strong>de</strong> EnmiendaConstitucional nº 369/05, lo que <strong>de</strong>muestra que el <strong>de</strong>bateno acabó. Muy probablemente será retomado alcomienzo <strong>de</strong>l próximo mandato presi<strong>de</strong>ncial.En el mismo sentido, es evi<strong>de</strong>nte que el Anteproyecto<strong>de</strong> Ley <strong>de</strong> Relaciones Sindicales será, en la peor<strong>de</strong> las hipótesis, por su característica sistémica, unimportante instr<strong>um</strong>ento <strong>de</strong> <strong>de</strong>bate en el contexto <strong>de</strong> lareglamentación sindical en el Brasil.Algunos hechos importantes ocurridos en el primersemestre <strong>de</strong> 2006 fortalecen sobremanera esta ten<strong>de</strong>ncia.El Presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> la República envió al CongresoNacional, el 8 <strong>de</strong> mayo <strong>de</strong> 2006, dos “Medidas Provisórias”35 (MP), la nº 293, reconociendo las CentralesSindicales 36 como instr<strong>um</strong>ento <strong>de</strong>terminante en elDiálogo Social 37 , y la nº 294, instituyendo el ConsejoNacional <strong>de</strong> Relaciones <strong>de</strong> Trabajo en los mismos términos<strong>de</strong> los acuerdos <strong>de</strong>l FNT y <strong>de</strong>l Anteproyecto <strong>de</strong>Ley <strong>de</strong> Relaciones Sindicales.35 “En caso <strong>de</strong> relevancia y urgencia, el Presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> la República podráadoptar ‘medidas provisionales’, con fuerza <strong>de</strong> ley, <strong>de</strong>biendo someterlas<strong>de</strong> inmediato al Congreso Nacional” (caput, art. 62, CF) ... “Si la medidano fuera observada en el término <strong>de</strong> hasta cuarenta y cinco díascontados a partir <strong>de</strong> su publicación, entrará en régimen <strong>de</strong> urgencia,subsiguientemente, en cada una <strong>de</strong> las Cámaras <strong>de</strong>l Congreso Nacional,quedando sobreseídas, hasta que se ultime la votación, todas las<strong>de</strong>más <strong>de</strong>liberaciones legislativas <strong>de</strong> la Cámara en la que se estuvierentramitando.” (§ 6º, art. 62, CF).36 Entidad asociativa <strong>de</strong> ámbito nacional, conformada por organizacionessindicales <strong>de</strong> trabajadores, con atribuciones y competencias para representara los trabajadores por medio <strong>de</strong> las organizaciones sindicales aella afiliadas, y para participar en negociaciones en foros, órganos colegiados<strong>de</strong> organismos públicos y <strong>de</strong>más espacios <strong>de</strong> <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong> quetengan composición tripartita.37 “ Art. 2º. Para el ejercicio <strong>de</strong> las atribuciones y prerrogativas a las quese refiere el inciso II <strong>de</strong>l Art.1°, la central sindical <strong>de</strong>berá c<strong>um</strong>plir lossiguientes requisitos: I – afiliación <strong>de</strong>, como mínimo, cien sindicatos distribuidosen las cinco regiones <strong>de</strong>l país; II – afiliación en al menos tresregiones <strong>de</strong>l país <strong>de</strong>, como mínimo, veinte sindicatos en cada una; III– afiliación <strong>de</strong> sindicatos en, como mínimo, cinco sectores <strong>de</strong> activida<strong>de</strong>conómica; y IV – afiliación <strong>de</strong> trabajadores a los sindicatos integrantes<strong>de</strong> su estructura organizada <strong>de</strong>, como mínimo, el diez por ciento <strong>de</strong>l total<strong>de</strong> trabajadores sindicalizados en el ámbito nacional. Parágrafo único.Las centrales sindicales que c<strong>um</strong>plieren tan sólo con los requisitos <strong>de</strong>los incisos I, II y III podrán s<strong>um</strong>ar los índices <strong>de</strong> sindicalización <strong>de</strong> lossindicatos a ellas afiliados, <strong>de</strong> manera que c<strong>um</strong>plan con el requisito <strong>de</strong>linciso IV. Art. 3º. La <strong>de</strong>signación por la central sindical <strong>de</strong> representantesen los foros tripartitos, consejos y órganos colegiados <strong>de</strong> organismospúblicos a la que se refiere el inciso II <strong>de</strong>l art. 1º será en número proporcionalal índice <strong>de</strong> representatividad previsto en el inciso IV <strong>de</strong>l art. 2º,salvo acuerdo entre las centrales sindicales. Art. 4º. La verificación <strong>de</strong>los requisitos <strong>de</strong> representatividad <strong>de</strong> que trata el art. 2º será realizadapor el Ministerio <strong>de</strong>l Trabajo y Empleo. §1º. El Ministro <strong>de</strong> Estado <strong>de</strong>lTrabajo y Empleo, mediante consulta a las centrales sindicales, podráaprobar instrucciones para disciplinar los procedimientos necesariospara la verificación <strong>de</strong> los requisitos <strong>de</strong> representatividad, así como paramodificarlos sobre la base <strong>de</strong>l análisis <strong>de</strong> los índices <strong>de</strong> sindicalización<strong>de</strong> los sindicatos afiliados a las centrales sindicales. §2º. Las Actas <strong>de</strong>lMinistro <strong>de</strong> Estado <strong>de</strong>l Empleo y Trabajo) divulgarán anualmente, larelación <strong>de</strong> las centrales sindicales que c<strong>um</strong>plen con los requisitos <strong>de</strong>que trata el art. 2º, indicando sus índices <strong>de</strong> representatividad”.148 Logros y Desafíos <strong>de</strong> un Proceso <strong>de</strong> Diálogo Social: Reflexiones <strong>de</strong> los Actores para el Futuro


EL CONSEJO NACIONAL DE RELACIONES DE TRABAJOESPAÑOL9. EL CONSEJO NACIONAL DE RELACIONES DE TRABAJOEl Consejo Nacional <strong>de</strong> Relaciones <strong>de</strong> Trabajo(CNRT) fue instituido, conforme a lo referido, por elPresi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> la República, el 8 <strong>de</strong> mayo <strong>de</strong> 2006,mediante la MP nº 294, en el ámbito <strong>de</strong>l Ministerio <strong>de</strong>lTrabajo y Empleo, como órgano colegiado <strong>de</strong> naturalezaconsultiva y <strong>de</strong>liberativa, <strong>de</strong> composición tripartitay paritaria, con la finalidad <strong>de</strong>: a.) promover el entendimientoentre trabajadores, empleadores y GobiernoFe<strong>de</strong>ral, buscando soluciones mediante acuerdos sobretemas relativos a las relaciones <strong>de</strong> trabajo y a laorganización sindical; b) promover la <strong>de</strong>mocratización<strong>de</strong> las relaciones <strong>de</strong> trabajo, el tripartismo y la primacía<strong>de</strong> la justicia <strong>social</strong> en el ámbito <strong>de</strong> las leyes <strong>de</strong>l trabajoy <strong>de</strong> las garantías sindicales; y, c) fomentar la negociacióncolectiva y el <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong>.El CNRT se compone <strong>de</strong> quince miembros titularesy <strong>de</strong> igual número <strong>de</strong> suplentes, siendo cinco representantesgubernamentales 38 , cinco <strong>de</strong> los trabajadores 39y cinco <strong>de</strong> los empleadores 40 . Al Ministro <strong>de</strong> Estado <strong>de</strong>lTrabajo y Empleo compete <strong>de</strong>signar a los miembros<strong>de</strong>l CNRT, mediante señalamiento <strong>de</strong> las representaciones<strong>de</strong>l Po<strong>de</strong>r Público, <strong>de</strong> los trabajadores y <strong>de</strong> losempleadores.El CNRT contará incluso, en su estructura, condos Cámaras Bipartitas, -una <strong>de</strong> la representación<strong>de</strong> los trabajadores y otra <strong>de</strong> la representación <strong>de</strong> losempleadores-, cada una <strong>de</strong> ellas compuesta <strong>de</strong> diezmiembros, -cinco representantes gubernamentales ycinco <strong>de</strong> trabajadores y <strong>de</strong> empleadores, respectivamente-,nombrados <strong>de</strong> la misma forma que los miembros<strong>de</strong>l CNRT.Al CNRT compete discutir asuntos relacionadoscon la estructura <strong>de</strong>l Consejo y con los aspectos generales<strong>de</strong> las relaciones <strong>de</strong> trabajo, con especial énfasisen la organización sindical en razón <strong>de</strong> su importanciaestratégica para el país 41 . A las Cámaras Bipartitas38 “Señalados por los titulares <strong>de</strong> los organismos y entida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>l Po<strong>de</strong>rPúblico que vinieren a integrar el CNRT, conforme dispusiere el reglamento”(§ 1º, Art. 3º).39 “Señalados por las centrales sindicales, <strong>de</strong> acuerdo con los criterios <strong>de</strong>representatividad establecidos en la ley” (§ 4º, Art. 3º).40 “Señalados por las confe<strong>de</strong>raciones <strong>de</strong> empleadores registradas en elMinisterio <strong>de</strong>l Trabajo y Empleo” (§ 2º, Art. 3º); “Habiendo más <strong>de</strong> unaconfe<strong>de</strong>ración <strong>de</strong> empleadores reivindicando la representación <strong>de</strong> unmismo sector <strong>de</strong> actividad económica, la participación en el señalamiento<strong>de</strong> los representantes en el CNRT será garantizada a la confe<strong>de</strong>raciónmás representativa, conforme dispusiere el reglamento” (§ 3º, Art. 3º).41 “ I. Presentar una propuesta <strong>de</strong> reglamento interno para su homologaciónpor el Ministro <strong>de</strong> Estado <strong>de</strong>l Trabajo y Empleo; II. Proponer y apoyarla elaboración <strong>de</strong> propuestas legislativas sobre relaciones <strong>de</strong> trabajo yorganización sindical; III. Proponer y apoyar la elaboración <strong>de</strong> instrucompetenlos temas más propios <strong>de</strong>l día a día sindical42 .El mandato <strong>de</strong> los representantes <strong>de</strong> los trabajadoresy <strong>de</strong> los empleadores tiene carácter institucional,facultándose a las respectivas entida<strong>de</strong>s para quepuedan sustituir sus representantes, en la forma fijadaen el reglamento interno 43 .El mandato <strong>de</strong> los representantes <strong>de</strong> los empleadoresy <strong>de</strong> los trabajadores será <strong>de</strong> tres años, permitiéndoseuna única repetición. A cada mandato <strong>de</strong>beráhaber la renovación <strong>de</strong> al menos dos quintos <strong>de</strong> losrepresentantes <strong>de</strong> los trabajadores y <strong>de</strong> los empleadores.Las <strong>de</strong>claraciones en el CNRT serán recogidas porrepresentación y sus <strong>de</strong>liberaciones serán por acuerdo.El CNRT se reunirá y <strong>de</strong>cidirá con la presencia <strong>de</strong>,como mínimo, trece <strong>de</strong> sus miembros, y las CámarasBipartitas con un mínimo <strong>de</strong> ocho miembros. El CNRTo cualquiera <strong>de</strong> sus representaciones podrá requerirque el Ministro <strong>de</strong> Estado <strong>de</strong>l Trabajo y Empleo fundamentosque tengan por finalidad la normativización administrativa sobreasuntos relativos a las relaciones <strong>de</strong> trabajo y a la organización sindical;IV. Evaluar el contenido <strong>de</strong> las proposiciones relativas a relaciones <strong>de</strong>trabajo y a la organización sindical; IV. Evaluar el contenido <strong>de</strong> las proposicionesrelativas a relaciones <strong>de</strong> trabajo y organización sindical endiscusión en el Congreso Nacional, manifestando su posición sobre ellaspor medio <strong>de</strong> un parecer a ser presentado al Ministro <strong>de</strong>l Trabajo y Empleo;V. Proponer líneas directrices <strong>de</strong> políticas públicas y opinar sobreprogramas y acciones gubernamentales, en el ámbito <strong>de</strong> las relaciones<strong>de</strong> trabajo y la organización sindical; VI. Ayudar al Ministerio <strong>de</strong>l Trabajoy Empleo en la elaboración <strong>de</strong> pareceres sobre las materias relacionadascon las normas internacionales <strong>de</strong>l trabajo; VII. Constituir grupos <strong>de</strong>trabajo con funciones específicas y establecer su composición y reglas<strong>de</strong> funcionamiento; VIII. Proponer el establecimiento <strong>de</strong> criterios para larecolección, organización y divulgación <strong>de</strong> datos referentes a las relaciones<strong>de</strong> trabajo y a la organización sindical; IX. Presentar al Ministro<strong>de</strong> Estado <strong>de</strong>l Trabajo y Empleo propuestas <strong>de</strong> cambios en la RelaciónAnual <strong>de</strong> Informaciones Sociales (RAIS); y X. Pronunciarse sobre otrosasuntos que le sean sometidos por el Ministro <strong>de</strong> Estado <strong>de</strong>l Trabajo yEmpleo, en el ámbito <strong>de</strong> las relaciones <strong>de</strong> trabajo y <strong>de</strong> la organizaciónsindical” (Art. 10).42 “I. Mediar y conciliar conflictos <strong>de</strong> representación sindical, a pedidocomún <strong>de</strong> las partes interesadas; II. Asesorar la respectiva representaciónen el CNRT; III. Analizar la evolución <strong>de</strong> los índices <strong>de</strong> sindicalizaciónpara, entre otros, ayudar en la elaboración <strong>de</strong> políticas <strong>de</strong> incentivo alasociacionismo; IV. Elaborar la propuesta <strong>de</strong> revisión <strong>de</strong> la tabla progresiva<strong>de</strong> contribución obligatoria, <strong>de</strong>bida por los empleadores, agentesautónomos y profesiones libres; y V. Sugerir a las entida<strong>de</strong>s sindicalesla observancia <strong>de</strong> principios, criterios y procedimientos generales queaseguren, en sus estatutos: A) La posibilidad efectiva <strong>de</strong> participación <strong>de</strong>los asociados en la gestión <strong>de</strong> la entidad sindical; y B) La institución <strong>de</strong>mecanismos que permitan a todos los interesados acce<strong>de</strong>r a informacionessobre la organización y el funcionamiento <strong>de</strong> la entidad sindical, <strong>de</strong>forma tal que asegure transparencia en su gestión” (Art. 11).43 “El CNRT someterá al Ministro <strong>de</strong> Estado <strong>de</strong>l Trabajo y Empleo la propuesta<strong>de</strong> reglamento interno en el plazo <strong>de</strong> hasta cuarenta y cinco días<strong>de</strong>spués <strong>de</strong> su instalación” (Art. 21); “El reglamento interno <strong>de</strong>finirá laperiodicidad <strong>de</strong> las reuniones, la forma <strong>de</strong> convocación <strong>de</strong>l CNRT y <strong>de</strong> lasCámaras Bipartitas, así como otras reglas <strong>de</strong> funcionamiento” (Art. 18).Logros y Desafíos <strong>de</strong> un Proceso <strong>de</strong> Diálogo Social: Reflexiones <strong>de</strong> los Actores para el Futuro149


ESPAÑOLEL CONSEJO NACIONAL DE RELACIONES DE TRABAJOmente la <strong>de</strong>cisión tomada en materia <strong>de</strong> competencia<strong>de</strong>l CNRT.La institución <strong>de</strong>l CNRT, <strong>de</strong> hecho, es un pasoenorme en el sentido <strong>de</strong> la consolidación <strong>de</strong> mecanismos<strong>de</strong> Diálogo Social más perennes y dura<strong>de</strong>ros. Susposibilida<strong>de</strong>s son inmensas, puesto que se alcanzó eltan necesario ambiente institucional amigable, al menosen su fase inicial. Los pasos siguientes <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>rán<strong>de</strong> la propia experiencia 44 .Los factores indicados en el punto relativo a losresultados <strong>de</strong> la experiencia <strong>de</strong>l FNT, aliados a las iniciativasrecientes <strong>de</strong>l Gobierno en relación con el reconocimientojurídico <strong>de</strong> las Centrales Sindicales y ala institución <strong>de</strong>l CNRT, confirman la inmensa mayoría<strong>de</strong> los pronunciamientos <strong>de</strong> los actores <strong>social</strong>es, y testimonianla plena posibilidad <strong>de</strong> que el Diálogo Social<strong>de</strong>je <strong>de</strong>finitivamente <strong>de</strong> ser una política <strong>de</strong> gobiernopara transformarse en una política <strong>de</strong> Estado en elBrasil.44 El día 28 <strong>de</strong> junio <strong>de</strong> 2006 el Presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> la mesa <strong>de</strong>l Congreso Nacionalprorrogó la vigencia <strong>de</strong> la Medida Provisional n.294 por un periodo<strong>de</strong> 60 días a partir <strong>de</strong>l 8 <strong>de</strong> julio, y finalmente, ante el término <strong>de</strong>l periodolegislativo, el Plenario <strong>de</strong> la Cámara <strong>de</strong> Diputados archivó para el siguienteperiodo la Medida Provisional que creaba el Consejo Nacional<strong>de</strong> Relaciones <strong>de</strong> Trabajo.150 Logros y Desafíos <strong>de</strong> un Proceso <strong>de</strong> Diálogo Social: Reflexiones <strong>de</strong> los Actores para el Futuro


ANEXOSESPAÑOLANEXO IDecreto nº 4.796, <strong>de</strong> 29 <strong>de</strong> julio <strong>de</strong> 2003.CREA EL FORO NACIONAL DEL TRABAJO yestablece otras disposicionesEL PRESIDENTE DE LA REPÚBLICA, en el uso <strong>de</strong> la atribución que le confiere el art. 84 inciso VI, alinea“a” <strong>de</strong> la Constitución,DECRETA:Art. 1º Se instituye, en el ámbito <strong>de</strong>l Consejo Nacional <strong>de</strong>l Trabajo, <strong>de</strong>l Ministerio <strong>de</strong>l Trabajo y Empleo, el ForoNacional <strong>de</strong>l Trabajo – FNT, con las siguientes finalida<strong>de</strong>s:IIIIIIPromover el entendimiento entre los representantes <strong>de</strong> los trabajadores, <strong>de</strong> los empleadores y <strong>de</strong>lgobierno fe<strong>de</strong>ral, con vistas a construir consensos sobre temas relativos al sistema brasileño <strong>de</strong>relaciones <strong>de</strong> trabajo, en especial sobre la legislación sindical y laboral;Subsidiar la elaboración <strong>de</strong> proyectos legislativos <strong>de</strong> reforma sindical y laboral en las esferas constitucionale infraconstitucional; ySometer al Ministro <strong>de</strong> Estado <strong>de</strong>l Trabajo y Empleo los resultados y conclusiones sobre materiasaprobadas en el ámbito <strong>de</strong>l FNT.Art. 2º El FNT será compuesto <strong>de</strong> forma tripartita y paritaria por representantes indicador por los siguientessegmentos:I <strong>de</strong>l Gobierno Fe<strong>de</strong>ral, representado por los siguientes órganos <strong>de</strong>l Po<strong>de</strong>r Ejecutivo:a) Ministerio <strong>de</strong>l Trabajo y Empleo, que lo presidirá;b) Casa Civil <strong>de</strong> la Presi<strong>de</strong>ncia <strong>de</strong> la República;c) Ministerio <strong>de</strong> Planificación, Presupuesto y Gestión;d) Ministerio <strong>de</strong> Hacienda;e) Ministerio <strong>de</strong> Educación;f) Ministerio <strong>de</strong> la Salud;g) Ministerio <strong>de</strong> la Previ<strong>de</strong>ncia Social;h) Ministerio <strong>de</strong> Justicia;i) Ministerio <strong>de</strong> Desarrollo, Industria y Comercio Exterior; yj) Secretaria Especial <strong>de</strong>l Consejo <strong>de</strong> Desarrollo Económico y Social <strong>de</strong> la Presi<strong>de</strong>ncia <strong>de</strong> la República.II<strong>de</strong> los trabajadores; yLogros y Desafíos <strong>de</strong> un Proceso <strong>de</strong> Diálogo Social: Reflexiones <strong>de</strong> los Actores para el Futuro151


ESPAÑOLANEXOSIII <strong>de</strong> los empleadores.§ 1º El FNT será presidido por el Ministro <strong>de</strong> Estado <strong>de</strong>l Trabajo y Empleo.§ 2º Los miembros <strong>de</strong>l FNT, titulares y suplentes, serán <strong>de</strong>signados por el Ministro <strong>de</strong> Estado <strong>de</strong>l Trabajo yEmpleo, a través <strong>de</strong> indicaciones:I<strong>de</strong> los titulares <strong>de</strong> los órganos al cual se refiere el inciso I <strong>de</strong>l encabezamiento <strong>de</strong> este artículo;II <strong>de</strong> las entida<strong>de</strong>s representativas <strong>de</strong> trabajadores y <strong>de</strong> empleadores, <strong>de</strong> carácter nacional, que gocen <strong>de</strong>reconocimiento público y <strong>de</strong> notoria representatividad, en los casos <strong>de</strong> los incisos II y III <strong>de</strong>l encabezamiento<strong>de</strong> este artículo.§ 3º El Ministro <strong>de</strong> Estado <strong>de</strong>l Trabajo y Empleo podrá invitar a participar <strong>de</strong> los trabajos <strong>de</strong>l FNT a representantes<strong>de</strong> órganos y entida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> la administración publica fe<strong>de</strong>ral, así como los Po<strong>de</strong>res Legislativo y Judiciario, y <strong>de</strong>instituciones privadas.§ 4º La función <strong>de</strong> miembro <strong>de</strong>l FNT no será remunerada, siendo su ejercicio consi<strong>de</strong>rado <strong>de</strong> relevante interéspúblico.Art. 3º El FNT contará, para su funcionamiento, con el apoyo institucional y técnico-administrativo <strong>de</strong> la Secretaria<strong>de</strong> Relaciones <strong>de</strong> Trabajo <strong>de</strong>l Ministerio <strong>de</strong>l Trabajo y Empleo.Art. 4º Para el c<strong>um</strong>plimiento <strong>de</strong> sus funciones, el FNT contará con los recursos presupuestarios y financierosconsignados en el presupuesto <strong>de</strong>l Ministerio <strong>de</strong>l Trabajo y Empleo.Art. 5º El Ministro <strong>de</strong> Estado <strong>de</strong>l Trabajo y Empleo aprobará el regimiento interno <strong>de</strong>l FNT, <strong>de</strong>finiendo sufuncionamiento y su composición, así como las competencias <strong>de</strong> sus miembros.Art. 6º Este Decreto entra en vigor a partir <strong>de</strong> la fecha <strong>de</strong> su publicación.Brasilia, 29 <strong>de</strong> julio <strong>de</strong> 2003; 182º <strong>de</strong> la In<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ncia y 115º <strong>de</strong> la RepúblicaLUIZ INÁCIO LULA DA SILVAJaques Wagner152 Logros y Desafíos <strong>de</strong> un Proceso <strong>de</strong> Diálogo Social: Reflexiones <strong>de</strong> los Actores para el Futuro


ANEXOSESPAÑOLANEXO IIREGLAMENTO INTERNO DELFORO NACIONAL DEL TRABAJOEL MINISTRO DE ESTADO DEL TRABAJO Y EMPLEO, en el ejercicio <strong>de</strong> sus atribuciones otorgadas porel inciso II, párrafo único <strong>de</strong>l art. 87 <strong>de</strong> la Constitución Fe<strong>de</strong>ral, y por el art. 5º <strong>de</strong>l Decreto nº 4.796, <strong>de</strong>l 30 <strong>de</strong> julio<strong>de</strong> 2003, consi<strong>de</strong>rando a<strong>de</strong>más el Decreto nº 4.764, <strong>de</strong>l 24 <strong>de</strong> junio <strong>de</strong> 2003, resuelve:Art. 1º Se aprueba el Reglamento Interno <strong>de</strong>l Foro Nacional <strong>de</strong>l Trabajo, en anexo al presente Decreto.Art. 2º Este Decreto entra en vigor en la fecha <strong>de</strong> su publicación.JAQUES WAGNERTITULO ISOBRE LA CONSTITUCIÓN, OBJETIVOS Y FINALIDADESArt. 1º El Foro Nacional <strong>de</strong>l Trabajo (FNT), es la instancia <strong>de</strong> <strong>diálogo</strong> instituida por el Decreto nº 4.796, <strong>de</strong>l30 <strong>de</strong> julio <strong>de</strong> 2003, con la finalidad <strong>de</strong> coordinar la negociación entre los representantes <strong>de</strong> los trabajadores,empleadores y gobierno fe<strong>de</strong>ral acerca <strong>de</strong> la reforma sindical y laboral en Brasil.Art. 2º Son los objetivos <strong>de</strong>l FNT:IIIIIIIVVactualizar y reformar las leyes sindicales y laborales, así como las instituciones encargadas <strong>de</strong> la regulación<strong>de</strong>l trabajo para hacerlas más compatibles con la realidad económica, política y <strong>social</strong> <strong>de</strong>l país;fomentar el <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong>;promover el tripartismo;asegurar el primado <strong>de</strong> la justicia <strong>social</strong> en el ámbito <strong>de</strong> las relaciones <strong>de</strong> trabajo; ycrear un ambiente institucional favorable para la generación <strong>de</strong>l empleo y a<strong>um</strong>ento <strong>de</strong> renta <strong>de</strong> la poblaciónbrasileña.Art. 3º Son las finalida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>l FNT:IIIpromover el entendimiento entre los representantes <strong>de</strong> los trabajadores, <strong>de</strong> los empleadores y <strong>de</strong>l gobiernofe<strong>de</strong>ral, con vistas a construir consensos sobre temas relativos al sistema brasileño <strong>de</strong> relaciones <strong>de</strong>trabajo, en especial sobre la legislación sindical y laboral;subsidiar la elaboración <strong>de</strong> proyectos legislativos <strong>de</strong> reforma sindical y laboral en las esferas constitucional einfraconstitucional; yLogros y Desafíos <strong>de</strong> un Proceso <strong>de</strong> Diálogo Social: Reflexiones <strong>de</strong> los Actores para el Futuro153


ESPAÑOLANEXOSIII someter al Ministro <strong>de</strong> Estado <strong>de</strong>l Trabajo y Empleo los resultados y conclusiones sobre materias aprobadasen el ámbito <strong>de</strong>l FNT.TITULO IISOBRE LA ORGANIZACIÓN Y FUNCIONAMIENTOCAPITULO ICOMPOSICIÓN Y ESTRUCTURA FUNCIONAL DEL FNTArt. 4º El FNT es constituido <strong>de</strong> forma tripartita y paritaria, con representantes <strong>de</strong> los trabajadores, <strong>de</strong> losempleadores y <strong>de</strong>l gobierno fe<strong>de</strong>ral, y, <strong>de</strong> acuerdo a lo establecido en el presente Reglamento Interno, <strong>de</strong>representantes <strong>de</strong> pequeñas y micro empresas y <strong>de</strong> nuevas formas <strong>de</strong> producción responsables <strong>de</strong> la difusión <strong>de</strong>nuevas modalida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> relaciones <strong>de</strong> trabajo.Art. 5º La estructura funcional <strong>de</strong>l FNT incorpora los siguientes órganos:IIIIIIIVCoordinación;Plenaria Representativa;Comisión <strong>de</strong> Sistematización;Grupos Temáticos, constituidos para la discusión <strong>de</strong> los siguientes temas:a) Organización Sindical;b) Negociación Colectiva;c) Sistema <strong>de</strong> Resolución <strong>de</strong> Conflictos;d) Legislación <strong>de</strong>l Trabajo;e) Organización Administrativa y Judicial <strong>de</strong>l Trabajo;f) Normas Administrativas sobre Condiciones <strong>de</strong> Trabajo;g) Calificación y Certificación Profesional; yh) Micro y Pequeñas Empresas, Autogestión e Informalidad.CAPITULO IICOMPOSICIÓN, COMPETENCIAS Y FUNCIONAMIENTODE LAS INSTANCIASSección IComposiciónArt. 6º La Coordinación <strong>de</strong>l FNT estará compuesta por los siguientes miembros:IIIJaques Wagner (Presi<strong>de</strong>nte);Osvaldo Martines Bargas (Coordinador General);154 Logros y Desafíos <strong>de</strong> un Proceso <strong>de</strong> Diálogo Social: Reflexiones <strong>de</strong> los Actores para el Futuro


ANEXOSESPAÑOLIIIIVVMarco Antonio <strong>de</strong> Oliveira (Coordinador General Adjunto);José Francisco Siqueira Neto (Coordinador Técnico);Coordinadores Adjuntos:a) Fernando Roth Schmidt;b) Ruth Beatriz Vilela; yc) Consultor Jurídico <strong>de</strong>l MTE;Art. 7º La Plenaria Representativa será conformada por 72 (setenta y dos) miembros, distribuidos <strong>de</strong> la siguientemanera:IIIIIIIV21 (veintiún) miembros indicados por las entida<strong>de</strong>s representativas <strong>de</strong> trabajadores, <strong>de</strong> carácter nacional,que gocen <strong>de</strong> reconocimiento público y <strong>de</strong> notoria representatividad;21 (veintiún) miembros indicados por las entida<strong>de</strong>s sindicales <strong>de</strong> empleadores, <strong>de</strong> carácter nacional, quegocen <strong>de</strong> reconocimiento público y <strong>de</strong> notoria representatividad;21 (veintiún) miembros indicados por el MTE; y9 (nueve) miembros indicados por el Grupo <strong>de</strong> Trabajo sobre Micro y Pequeñas Empresas, Autogestión eInformalidad, creado en el ámbito <strong>de</strong>l Consejo <strong>de</strong> Desarrollo Económico y Social (CDES), representandodiferentes formas <strong>de</strong> actividad empresarial responsables <strong>de</strong> nuevas modalida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> relaciones <strong>de</strong>trabajo;§ 1º Las representaciones <strong>de</strong> trabajadores y <strong>de</strong> empleadores <strong>de</strong>berán nombrar, entre sus miembros, a unCoordinador y a un Coordinador Adjunto.§ 2º Las representaciones <strong>de</strong> trabajadores y <strong>de</strong> empleadores <strong>de</strong>berán nombrar a un Suplente por cada miembroefectivo.§ 3º Las representaciones <strong>de</strong> los micro y pequeños empren<strong>de</strong>dores <strong>de</strong>berán respetar el principio <strong>de</strong> la composiciónparitaria, nombrando a 3 (tres) representantes por parte <strong>de</strong> los empleadores; 3 (tres) representantes por parte <strong>de</strong>los trabajadores y 3 (tres) representantes <strong>de</strong>l gobierno.Art. 8º La Comisión <strong>de</strong> Sistematización será compuesta por 21 (veintiún) miembros, distribuidos <strong>de</strong> la siguientemanera:IIIIII6 (seis) representantes <strong>de</strong> los trabajadores, indicados por entida<strong>de</strong>s representativas <strong>de</strong> trabajadores <strong>de</strong>carácter nacional que gocen <strong>de</strong> reconocimiento público y notoria representatividad;6 (seis) representantes <strong>de</strong> los empleadores, indicados por entida<strong>de</strong>s sindicales <strong>de</strong> carácter nacional, quegocen <strong>de</strong>l reconocimiento público y <strong>de</strong> notoria representatividad;6 (seis) miembros indicados por el MTE; yLogros y Desafíos <strong>de</strong> un Proceso <strong>de</strong> Diálogo Social: Reflexiones <strong>de</strong> los Actores para el Futuro155


ESPAÑOLANEXOSIV3 (tres) miembros indicados por el Grupo <strong>de</strong> Trabajo sobre Micro y Pequeñas Empresas, Autogestión eInformalidad, creado en el ámbito <strong>de</strong> la CDES, representando diferentes formas <strong>de</strong> actividad empresarialresponsables <strong>de</strong> nuevas modalida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> relaciones <strong>de</strong> trabajo, garantizando el mismo criterio establecidoen el párrafo 3º, inciso IV, <strong>de</strong>l Art. 7º.§ 1º Las representaciones <strong>de</strong> trabajadores y <strong>de</strong> empleadores <strong>de</strong>berán nombrar, entre sus miembros, a unCoordinador y a un Coordinador Adjunto.§ 2º Las representaciones <strong>de</strong> trabajadores y <strong>de</strong> empleadores <strong>de</strong>berán nombrar a un Suplente por cada miembroefectivo.Art. 9º Cada Grupo Temático será compuesto por 18 (dieciocho) miembros, distribuidos <strong>de</strong> la siguiente manera:IIIIII6 (seis) representantes <strong>de</strong> los trabajadores, <strong>de</strong>signados por las entida<strong>de</strong>s representativas <strong>de</strong> trabajadores,<strong>de</strong> carácter nacional, que gocen <strong>de</strong> reconocimiento público y <strong>de</strong> notoria representatividad;6 (seis) representantes <strong>de</strong> los empleadores <strong>de</strong>signados por entida<strong>de</strong>s sindicales, <strong>de</strong> carácter nacional,que gocen <strong>de</strong> reconocimiento público y <strong>de</strong> notoria representatividad; y6 (seis) miembros indicados por el MTE.§ 1º Las representaciones <strong>de</strong> trabajadores y <strong>de</strong> empleadores <strong>de</strong>berán nombrar, entre sus miembros, a unCoordinador y a un Coordinador Adjunto.§ 2º Cada Grupo Temático contará con 1 (un) mediador y 1 (un) relator, <strong>de</strong>signados por la Coordinación <strong>de</strong>l ForoNacional <strong>de</strong>l Trabajo.§ 3º Las representaciones <strong>de</strong> trabajadores y <strong>de</strong> empleadores en los Grupos Temáticos <strong>de</strong>berán nombrar a unSuplente por cada miembro efectivo.§ 4º Cada bancada representativa <strong>de</strong>berá esforzarse en garantizar que al menos 1/3 (un tercio) <strong>de</strong> sus miembrosparte <strong>de</strong>l Grupo Temático sobre Organización Sindical participen también <strong>de</strong> los Grupos Temáticos sobreNegociación Colectiva y Sistema <strong>de</strong> Composición <strong>de</strong> Conflictos.§ 5º Cada bancada representativa <strong>de</strong>berá esforzarse en garantizar que al menos 1/3 (un tercio) <strong>de</strong> sus miembrosparte <strong>de</strong>l Grupo Temático sobre Legislación <strong>de</strong>l Trabajo participen también <strong>de</strong>l Grupo Temático sobre NormasAdministrativas sobre Condiciones <strong>de</strong> Trabajo.Art. 10. En caso <strong>de</strong> imposibilidad <strong>de</strong> participación <strong>de</strong> cualquier miembro <strong>de</strong> la representación <strong>de</strong>l gobierno en lasreuniones <strong>de</strong> los órganos, la <strong>de</strong>signación <strong>de</strong> un sustituto será <strong>de</strong> la responsabilidad <strong>de</strong>l Coordinador General <strong>de</strong>lFNT.Art. 11. La acreditación <strong>de</strong> los suplentes será avalada mediante la solicitud por escrito <strong>de</strong>l respectivo titular a laCoordinación General <strong>de</strong>l FNT.Art. 12. Los miembros <strong>de</strong> la Plenaria Representativa no <strong>de</strong>ben obligatoriamente integrar las bancadas <strong>de</strong>la Comisión <strong>de</strong> Sistematización o <strong>de</strong> los Grupos Temáticos, que podrán contar con la participación <strong>de</strong> otrosmiembros <strong>de</strong>sginados por sus representaciones respectivas.Art. 13. Solo obtendrán un lugar en la Plenaria Representativa los miembros que por ésta sean <strong>de</strong>signados.156 Logros y Desafíos <strong>de</strong> un Proceso <strong>de</strong> Diálogo Social: Reflexiones <strong>de</strong> los Actores para el Futuro


ANEXOSESPAÑOLSección IICompetenciasArt. 14. Le compete a la Coordinación <strong>de</strong>l FNT:IIIIIIIVVVIVIIcoordinar y asegurar las activida<strong>de</strong>s y el buen funcionamiento <strong>de</strong> los trabajos;convocar las reuniones ordinarias <strong>de</strong> la Plenaria Representativa, así como las reuniones extraordinarias,a su criterio o a solicitud <strong>de</strong> más <strong>de</strong> una <strong>de</strong> las bancadas representativas;presidir las reuniones <strong>de</strong> la Plenaria Representativa en la forma establecida en el presente Reglamento;convocar y presidir las reuniones <strong>de</strong> la Comisión <strong>de</strong> Sistematización;convocar las reuniones <strong>de</strong> los Grupos Temáticos;cuando necesario, promover reuniones especiales con sectores <strong>de</strong> actividad económica y <strong>de</strong> la sociedadcivil sobre asuntos pertinentes y relativos a los temas en discusión en los Grupos Temáticos;nombrar a los relatores y mediadores <strong>de</strong> los Grupos Temáticos; yVIII resolver situaciones no previstas y dirimir dudas relacionadas a la interpretación <strong>de</strong>l presenteReglamento.Art. 15. Le compete a la Plenaria Representativa:IIIproponer, basado en los temas previstos para las discusiones, nuevos puntos <strong>de</strong> discusión en los GruposTemáticos; yanalizar los Informes Preliminares <strong>de</strong> los Grupos Temáticos, así como el Informe Final, que será elaboradopor la Comisión <strong>de</strong> Sistematización.Art. 16. Le compete a la Comisión <strong>de</strong> Sistematización:IIIIIIIVVacoger y evaluar contribuciones referentes a los temas <strong>de</strong>l FNT encaminadas por la Comisión Nacional <strong>de</strong>Derecho y Relaciones <strong>de</strong> Trabajo <strong>de</strong>l MTE, por el Po<strong>de</strong>r Judicial <strong>de</strong>l Trabajo, por el Ministerio Publico <strong>de</strong>lTrabajo, por instituciones públicas y privadas y por especialistas en <strong>de</strong>recho y relaciones <strong>de</strong> trabajo;acoger y evaluar los Informes <strong>de</strong> las Conferencias Estatales <strong>de</strong>l Trabajo, así como el resultado <strong>de</strong> otrasactivida<strong>de</strong>s promovidas por las Delegaciones Regionales <strong>de</strong>l Trabajo (DRTs);discutir y sistematizar los Informes Preliminares, buscando la ampliación <strong>de</strong> la base <strong>de</strong> consenso alcanzadapor los Grupos Temáticos;cuando necesario, solicitar a la Coordinación <strong>de</strong>l FNT que convoque reuniones especiales con diversossectores <strong>de</strong> actividad económica y <strong>de</strong> la sociedad civil sobre cuestiones relevantes a los temas endiscusión;solicitar junto a la Coordinación <strong>de</strong>l FNT la participación y el apoyo técnico <strong>de</strong> la Organización Internacional<strong>de</strong>l Trabajo (OIT) y <strong>de</strong> otras instituciones gubernamentales o no-gubernamentales; yLogros y Desafíos <strong>de</strong> un Proceso <strong>de</strong> Diálogo Social: Reflexiones <strong>de</strong> los Actores para el Futuro157


ESPAÑOLANEXOSVIpreparar el Informe Final, en base a las conclusiones <strong>de</strong> los Grupos Temáticos y <strong>de</strong> los Informes Parciales,para ser sometido a la apreciación <strong>de</strong> la Plenaria Representativa.Art. 17. Le compete a los Grupos Temáticos:IIIdiscutir y negociar los asuntos específicos <strong>de</strong> sus respectivas agendas, en base a los Informes Temáticospreparados por la Coordinación <strong>de</strong>l FNT, <strong>de</strong> acuerdo con los plazos establecidos en el Cronograma <strong>de</strong>Activida<strong>de</strong>s presentado al inicio <strong>de</strong> los trabajos; yelaborar un Informe Parcial, <strong>de</strong>spués <strong>de</strong> cada reunión, que contenga los asuntos acordados y divergentes,expresamente señalados.Sección IIIFuncionamientoArt. 18. Bajo la orientación <strong>de</strong>l Ministerio <strong>de</strong>l Trabajo y Empleo, la Coordinación respon<strong>de</strong>rá integralmente porel FNT, especialmente por la organización <strong>de</strong> los temas a ser discutidos y por la articulación con los <strong>de</strong>másactores <strong>social</strong>es e instituciones públicas y privadas interesadas en participar y ofrecer contribuciones técnicas ymateriales para el <strong>de</strong>sarrollo <strong>de</strong> los trabajos <strong>de</strong> todos sus órganos.Art. 19. La Plenaria Representativa se reunirá ordinariamente dos veces al año, y extraordinariamente, siempreque sea convocada por la Coordinación <strong>de</strong>l FNT <strong>de</strong> acuerdo al presente Reglamento.§ 1º Las reuniones <strong>de</strong>l FNT serán presididas por el Ministro <strong>de</strong> Estado <strong>de</strong>l Trabajo y Empleo (MTE) y, en suausencia, por el Secretario Ejecutivo <strong>de</strong>l MTE.§ 2º Los temas <strong>de</strong>finidos para el <strong>de</strong>bate serán consi<strong>de</strong>rados como superados mediante el consenso o la explícitae insalvable divergencia <strong>de</strong>clarada por la(s) parte(s) interesada(s).Art. 20. La Comisión <strong>de</strong> Sistematización se reunirá ordinariamente <strong>de</strong> acuerdo al calendario <strong>de</strong> reunionespreviamente <strong>de</strong>finido por la Coordinación <strong>de</strong>l FNT en común acuerdo con sus integrantes, y extraordinariamente,cuando sea convocada por la Coordinación <strong>de</strong> acuerdo al presente Reglamento.§ 1º Las reuniones serán presididas por el Coordinador General <strong>de</strong>l FNT o en su ausencia, por el CoordinadorGeneral Adjunto.§ 2º El Coordinador Técnico <strong>de</strong>l FNT será el relator <strong>de</strong> las reuniones <strong>de</strong> la Comisión <strong>de</strong> Sistematización.§ 3º La Comisión <strong>de</strong> Sistematización concluirá sus activida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> la primera etapa <strong>de</strong>l FNT el último día <strong>de</strong>l mes<strong>de</strong> diciembre <strong>de</strong> 2003.Art. 21. Los Grupos Temáticos se reunirán ordinariamente, <strong>de</strong> acuerdo al calendario previamente <strong>de</strong>finido por laCoordinación <strong>de</strong>l FNT, y extraordinariamente, cuando convocados por el Coordinador General luego <strong>de</strong> realizadauna consulta previa a sus miembros y <strong>de</strong> conformidad con el Cronograma <strong>de</strong> Activida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>l FNT.§ 1º Las reuniones contarán con la participación <strong>de</strong> mediadores y relatores que serán <strong>de</strong>singados por laCoordinación <strong>de</strong>l FNT.158 Logros y Desafíos <strong>de</strong> un Proceso <strong>de</strong> Diálogo Social: Reflexiones <strong>de</strong> los Actores para el Futuro


ANEXOSESPAÑOL§ 2º Las reuniones serán preparadas por los coordinadores <strong>de</strong> las respectivas representaciones, <strong>de</strong> acuerdo conla siguiente pauta:a) evaluación <strong>de</strong> la reunión anterior;b) i<strong>de</strong>ntificación <strong>de</strong> los asuntos que serán objeto <strong>de</strong> negociación; yc) <strong>de</strong>finición <strong>de</strong> la metodología y revisión en <strong>de</strong>talle <strong>de</strong> la pauta y <strong>de</strong>l tiempo <strong>de</strong> duración <strong>de</strong> cadareunión.§ 3º Los <strong>de</strong>bates <strong>de</strong> cada Grupo Temático serán precedidos <strong>de</strong> una Agenda Temática elaborada por la Coordinación<strong>de</strong>l FNT, que presentará los temas más relevantes y que gocen <strong>de</strong> preferencia para las discusiones.§ 4º Los Informes Preliminares que resulten <strong>de</strong> cada reunión <strong>de</strong> los Grupos Temáticos, serán aprobados en lareunión subsiguiente.§ 5º El Grupo Temático sobre Calificación y Certificación Profesional <strong>de</strong>sarrollará sus trabajos hasta el fin <strong>de</strong>l mes<strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 2004.§ 6º El Grupo <strong>de</strong> Trabajo <strong>de</strong> las Micro y Pequeñas Empresas, Autogestión e Informalidad, creado en el ámbito<strong>de</strong>l Consejo <strong>de</strong> Desarrollo Económico y Social, economizará las conclusiones <strong>de</strong> sus trabajos directamente a laComisión <strong>de</strong> Sistematización <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>l plazo previsto en el Cronograma <strong>de</strong> Activida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>l FNT.Sección IVParticipación <strong>de</strong> los AsesoresArt. 22. Cada representación podrá inscribir asesores junto a la Secretaría <strong>de</strong>l FNT, si bien sólo tres <strong>de</strong> cadarepresentación podrán tener acceso, sin <strong>de</strong>recho a voz ni voto, a la sala <strong>de</strong> reuniones <strong>de</strong> los Grupos Temáticosy <strong>de</strong> la Comisión <strong>de</strong> Sistematización.TITULO IIISOBRE LAS DISPOSICIONES GENERALESArt. 23. Los asuntos y temas acordados en el FNT, serán sometidos a la evaluación <strong>de</strong> la Plenaria Representativay, posteriormente, encaminados al Presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> la Republica.§ 1º Los proyectos legislativos serán elaborados por la Coordinación <strong>de</strong>l FNT y encaminados por el Ministro <strong>de</strong>lTrabajo y Empleo al Presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> la Republica.§ 2º En el caso <strong>de</strong> <strong>de</strong>sacuerdo entre los integrantes <strong>de</strong>l FNT sobre cualquiera <strong>de</strong> los temas en cuestión,prevalecerán las posiciones <strong>de</strong>l gobierno fe<strong>de</strong>ral en los proyectos.Art. 24. Este Reglameento entra en vigor a partir <strong>de</strong> la fecha <strong>de</strong> su publicación.Logros y Desafíos <strong>de</strong> un Proceso <strong>de</strong> Diálogo Social: Reflexiones <strong>de</strong> los Actores para el Futuro159


ESPAÑOLANEXOSANEXO IIIMedida Provisória nº 293, <strong>de</strong> 8 <strong>de</strong> mayo <strong>de</strong> 2006Dispone el reconocimiento <strong>de</strong> las centrales sindicalespara los fines que especificaEM nº 16/GM/MTEBrasilia, 5 <strong>de</strong> mayo <strong>de</strong> 2006.Excelentísimo Señor Presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> la República,Entrego a la elevada consi<strong>de</strong>ración <strong>de</strong> Vuestra Excelencia la propuesta <strong>de</strong> Medida Provisória quedispone el reconocimiento <strong>de</strong> las centrales sindicales para el objetivo que especifica.2. Esta Medida Provisória es fruto <strong>de</strong>l entendimiento entre el Gobierno y los trabajadores en el Foro Nacional<strong>de</strong>l Trabajo – FNT, instancia <strong>de</strong> negociación tripartita, creada para discutir y elaborar la propuesta <strong>de</strong> reformassindicales y laborales.3. El reconocimiento <strong>de</strong> las centrales sindicales conferirá estatuto jurídico a una realidad <strong>de</strong> facto. Organizadasal margen <strong>de</strong> las imposiciones legales, algunas <strong>de</strong> estas se establecieron como las principales entida<strong>de</strong>snacionales <strong>de</strong> representación <strong>de</strong> los trabajadores. Aunque las centrales conquistaron el reconocimientopolítico-institucional, como lo indica su creciente participación en consejos y foros públicos, no han tenidoaseguradas por ley sus atribuciones y prerrogativas como entidad <strong>de</strong> representación general <strong>de</strong> los trabajadores.4. A pesar <strong>de</strong> la falta <strong>de</strong> disposiciones legales sobre sus atribuciones y prerrogativas, actualmente diecisieteentida<strong>de</strong>s reivindican la <strong>de</strong>nominación <strong>de</strong> centrales sindicales. Aunque algunas tengan una amplia representatividady capacidad <strong>de</strong> actuación, la proliferación <strong>de</strong> entida<strong>de</strong>s, cada vez menores y menos representativas,reitera la necesidad <strong>de</strong> perfeccionamiento <strong>de</strong>l actual sistema <strong>de</strong> representación <strong>de</strong> los trabajadores. Indicatambién, que, como nos muestra la experiencia internacional, hasta en un contexto <strong>de</strong> amplia libertad sindical,no se pue<strong>de</strong> prescindir <strong>de</strong> algún criterio para i<strong>de</strong>ntificar las entida<strong>de</strong>s con un mínimo <strong>de</strong> representatividad.Solamente mediante el c<strong>um</strong>plimiento <strong>de</strong> ciertos criterios objetivos <strong>de</strong> representatividad, la central seráreconocida y estará habilitada al ejercicio <strong>de</strong> la prerrogativa prevista en el inciso II <strong>de</strong>l art. 1º <strong>de</strong> la presenteMedida Provisoria.5. No se justifica el recelo <strong>de</strong> que puedan concurrir con los sindicatos o comprometer sus prerrogativas <strong>de</strong> negociacióncolectiva. Como lo establece claramente el art. 1º mencionado anteriormente, el rol <strong>de</strong> las centralesserá <strong>de</strong> carácter político–institucional, con vistas a representar y articular los intereses <strong>de</strong>l conjunto <strong>de</strong> susrepresentados, correspondiendo a sus confe<strong>de</strong>raciones, fe<strong>de</strong>raciones y sindicatos la tarea efectiva <strong>de</strong> negociaren sus respectivos ámbitos <strong>de</strong> representatividad.6. A<strong>de</strong>más, las centrales sindicales tendrán la prerrogativa <strong>de</strong> “participar <strong>de</strong> negociaciones y foros, órganos colegiados<strong>de</strong> organismos públicos y <strong>de</strong>más espacios <strong>de</strong> <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong> que posean una composición tripartita,en las cuales estén en discusión asuntos <strong>de</strong> interés general <strong>de</strong> los trabajadores”.7. Es necesario resaltar que la participación <strong>de</strong> trabajadores y empleadores en los órganos colegiados <strong>de</strong> organismospúblicos esta prevista en el Art. 10 <strong>de</strong> la Constitución Fe<strong>de</strong>ral. Entretanto, ese <strong>de</strong>recho carece <strong>de</strong>una reglamentación para asegurar una <strong>de</strong>finición objetiva y permanente <strong>de</strong> qué entida<strong>de</strong>s tienen el <strong>de</strong>recho<strong>de</strong> participar <strong>de</strong> estos espacios.160 Logros y Desafíos <strong>de</strong> un Proceso <strong>de</strong> Diálogo Social: Reflexiones <strong>de</strong> los Actores para el Futuro


ANEXOSESPAÑOL8. Aunque el asiento <strong>de</strong> las entida<strong>de</strong>s sindicales <strong>de</strong> trabajadores y empleadores en estos espacios, cuandorequerida, ya está prevista en el acto normativo <strong>de</strong> la constitución <strong>de</strong> los órganos colegiados, el presenteproyecto propone reglamentar la participación <strong>de</strong> las centrales sindicales en los espacios en que éstas yatienen su participación asegurada.9. Lo que se preten<strong>de</strong>, por lo tanto, es que los consejos u órganos colegiados <strong>de</strong> los organismos públicos queya prevén la participación <strong>de</strong> las centrales sindicales como representantes <strong>de</strong> los trabajadores as<strong>um</strong>an unapolítica común para la incorporación <strong>de</strong> dichas entida<strong>de</strong>s, evitando así la arbitrariedad en la indicación <strong>de</strong> lasrepresentaciones <strong>de</strong> los trabajadores en estos espacios.10. El Consejo Deliberativo <strong>de</strong>l Fondo <strong>de</strong> Amparo al Trabajador – CODEFAT, el Consejo Curador <strong>de</strong>l Fondo <strong>de</strong>Garantía por Tiempo <strong>de</strong> Servicio – CCFGTS y la Comisión Tripartita <strong>de</strong> Relaciones Internacionales, integrantes<strong>de</strong> la estructura funcional <strong>de</strong>l Ministerio <strong>de</strong> Trabajo y Empleo, son ejemplos <strong>de</strong> consejos <strong>de</strong> órganospúblicos que cuentan con la participación <strong>de</strong> centrales sindicales en su composición, <strong>de</strong>finida por medio <strong>de</strong>actos normativos propios.11. Consi<strong>de</strong>rando que la participación <strong>de</strong> las entida<strong>de</strong>s sindicales <strong>de</strong> trabajadores y empleadores en los consejosy órganos colegiados <strong>de</strong> los organismos públicos busca, sobretodo, incorporar al proceso <strong>de</strong> toma <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisión<strong>de</strong> estos órganos los intereses, anhelos y opiniones <strong>de</strong> dichos segmentos <strong>social</strong>es, resulta altamente<strong>de</strong>seable que estas organizaciones vengan a reflejar efectivamente las posiciones predominantes entre susrepresentados, <strong>de</strong> manera autónoma y soberana. En este sentido, es imperiosa la necesidad <strong>de</strong> someteresta participación al establecimiento <strong>de</strong> parámetros objetivos <strong>de</strong> representatividad con el fin <strong>de</strong> reducir almáximo el margen <strong>de</strong> arbitrio en la elección <strong>de</strong> los representantes <strong>de</strong> estos segmentos <strong>social</strong>es.12. A<strong>de</strong>más, vale resaltar que los <strong>de</strong>cretos <strong>de</strong> aprobación <strong>de</strong> la inclusión <strong>de</strong> trabajadores en los Consejos <strong>de</strong>lSESI, SENAI, SESC y SENAC, editados en marzo <strong>de</strong> 2006 por Vuestra Excelencia, fueron el resultado <strong>de</strong>l<strong>diálogo</strong> y <strong>de</strong> la negociación tripartita construidos en el Foro <strong>de</strong>l Sistema “S” y que, para tal efecto, su propiaformulación se basó en los criterios <strong>de</strong> representatividad discutidos en el FNT, que son propuestos <strong>de</strong> cuandoen cuando para todos los órganos colegiados <strong>de</strong> organismos públicos en que las centrales sindicales ejercenel rol <strong>de</strong> representación <strong>de</strong> los trabajadores.13. La propuesta <strong>de</strong> Medida Provisoria, todavía garantiza la publicidad <strong>de</strong> las centrales sindicales reconocidas,indicando sus respectivos ámbitos <strong>de</strong> representación y sus índices <strong>de</strong> representatividad, como mecanismosque aseguran la transparencia <strong>de</strong>l sistema brasileño <strong>de</strong> relaciones sindicales.14. La <strong>de</strong>finición <strong>de</strong> criterios <strong>de</strong> representatividad por medio <strong>de</strong> la propuesta <strong>de</strong> Medida Provisoria aquí presentada,a<strong>de</strong>más <strong>de</strong> no violar o revocar la norma ya existente, no <strong>de</strong>manda ninguna obtención presupuestaria ogastos al erario público.15. Sobretodo, Señor Presi<strong>de</strong>nte, será un acto reglamentario que asegurará la transparencia en la participación<strong>de</strong> entida<strong>de</strong>s sindicales <strong>de</strong> trabajadores en los órganos colegiados en que ya es requerido, con criteriosclaros y objetivos <strong>de</strong> representatividad. Solo así, será posible asegurar la participación proporcional <strong>de</strong> lasentida<strong>de</strong>s más representativas en esos colegiados, limitándose el po<strong>de</strong>r discrecional <strong>de</strong>l Estado, que se veobligado a crear, para cada instancia o consejo <strong>de</strong> órgano público, un acto normativo diferente para <strong>de</strong>finir sucomposición.16. Así, la relevancia <strong>de</strong> la edición <strong>de</strong> la Medida Provisoria se justifica ante el tema a ser disciplinado, en busca<strong>de</strong> asegurar la consolidación, el fortalecimiento y la continuidad <strong>de</strong> la práctica <strong>de</strong> <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong> en Brasil,<strong>de</strong>mocráticamente construido en el ámbito <strong>de</strong>l Foro Nacional <strong>de</strong>l Trabajo a lo largo <strong>de</strong> aproximadamente tresaños, a<strong>de</strong>más <strong>de</strong> materializar lo que está dispuesto en el art. 10 <strong>de</strong> la Constitución, a saber: “se asegura laparticipación <strong>de</strong> los trabajadores y empleadores en los órganos colegiados <strong>de</strong> los organismos públicos enque sus intereses profesionales o <strong>de</strong> seguridad <strong>social</strong> sean objeto <strong>de</strong> discusión y <strong>de</strong>liberación”.Logros y Desafíos <strong>de</strong> un Proceso <strong>de</strong> Diálogo Social: Reflexiones <strong>de</strong> los Actores para el Futuro161


ESPAÑOLANEXOS17. La urgencia se justifica por la necesidad <strong>de</strong> dar respaldo legal a las centrales sindicales, como el reconocimiento<strong>de</strong> la legitimidad conquistada en los últimos veinte años en que ha representado activamente losintereses <strong>de</strong> los trabajadores en las negociaciones con las entida<strong>de</strong>s sindicales <strong>de</strong> empleadores, bien como,con las instancias gubernamentales, a ejemplo <strong>de</strong> las negociaciones <strong>de</strong>l salario mínimo realizadas en losúltimos años.18. De esta forma, lo que se busca es el fortalecimiento, la valorización y la legitimidad <strong>de</strong> los actores <strong>social</strong>es,como elementos fundamentales para la búsqueda <strong>de</strong> entendimientos sobre políticas publicas en el área <strong>de</strong>las relaciones <strong>de</strong> trabajo y <strong>de</strong> la generación <strong>de</strong> empleo y renta. A<strong>de</strong>más, como ya ha sido <strong>de</strong>stacado, se trata<strong>de</strong> consenso y una solicitud <strong>de</strong> las entida<strong>de</strong>s representativas <strong>de</strong> los trabajadores, <strong>de</strong> acuerdo a la comunicaciónenviada también, a los Señores Presi<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> la Cámara <strong>de</strong> los Diputados y <strong>de</strong>l Senado Fe<strong>de</strong>ral.Son éstas, Señor Presi<strong>de</strong>nte, las razones por las cuales entrego para la apreciación <strong>de</strong> Vuestra Excelencia laMedida Provisoria respaldada, que constituye una política <strong>de</strong> Estado para el perfeccionamiento <strong>de</strong> la <strong>de</strong>mocracia,tan necesaria para la promoción <strong>de</strong> la ciudadanía y para el fortalecimiento <strong>de</strong> las instituciones brasileñas.Respetuosamente,LUIZ MARINHOMinistro <strong>de</strong> Estado <strong>de</strong>l Trabajo y EmpleoMedida Provisória nº 293, <strong>de</strong> 8 <strong>de</strong> mayo <strong>de</strong> 2006Dispone el reconocimiento <strong>de</strong> las centrales sindicales para los fines que especifica.EL PRESIDENTE DE LA REPÚBLICA, en el uso <strong>de</strong> la atribución que le confiere el art. 62 <strong>de</strong> la Constitución,adopta la siguiente ‘Medida Provisoria’, con fuerza <strong>de</strong> Ley.Art. 1º La central sindical, entidad <strong>de</strong> representación general <strong>de</strong> los trabajadores, constituida en el ámbito nacional,tendrá las siguientes atribuciones y prerrogativas:IIIejercer la representación <strong>de</strong> los trabajadores, a través <strong>de</strong> las organizaciones sindicales a ella afiliadas; yparticipar <strong>de</strong> negociaciones en foros, órganos colegiados <strong>de</strong> organismos públicos y <strong>de</strong>más espacios <strong>de</strong><strong>diálogo</strong> <strong>social</strong> que tengan composición tripartita, en las cuales estén en discusión asuntos <strong>de</strong> interésgeneral <strong>de</strong> los trabajadores.Párrafo único. Considérase central sindical, para efecto <strong>de</strong> lo dispuesto en esta Medida Provisoria, la entidadasociativa <strong>de</strong> <strong>de</strong>recho privado compuesta por organizaciones sindicales <strong>de</strong> trabajadores.Art. 2º Para el ejercicio <strong>de</strong> las atribuciones y prerrogativas a las que se refiere el inciso II <strong>de</strong>l art. 1º, la centralsindical <strong>de</strong>berá c<strong>um</strong>plir con los siguientes requisitos:IIIIIIIVafiliación <strong>de</strong>, como mínimo, cien sindicatos distribuidos en las cinco regiones <strong>de</strong>l país;afiliación en al menos tres regiones <strong>de</strong>l país <strong>de</strong>, como mínimo, veinte sindicatos en cada una;afiliación <strong>de</strong> sindicatos en, como mínimo, cinco sectores <strong>de</strong> actividad económica; yafiliación <strong>de</strong> trabajadores a los sindicatos integrantes <strong>de</strong> su estructura organizada <strong>de</strong>, como mínimo, eldiez por ciento <strong>de</strong>l total <strong>de</strong> trabajadores sindicalizados en el ámbito nacional.162 Logros y Desafíos <strong>de</strong> un Proceso <strong>de</strong> Diálogo Social: Reflexiones <strong>de</strong> los Actores para el Futuro


ANEXOSESPAÑOLPárrafo único: Las centrales sindicales que c<strong>um</strong>plan tan solo con los requisitos <strong>de</strong> los incisos I, II y III podráns<strong>um</strong>ar los índices <strong>de</strong> sindicalización <strong>de</strong> los sindicatos a ellas afiliados, <strong>de</strong> manera que c<strong>um</strong>plan con el requisito<strong>de</strong>l inciso IV.Art. 3º La <strong>de</strong>signación por la central sindical <strong>de</strong> representantes en los foros tripartitos, consejos y órganoscolegiados <strong>de</strong> organismos públicos a la que se refiere el inciso II <strong>de</strong>l art. 1º será en número proporcional al índice<strong>de</strong> representatividad previsto en el inciso IV <strong>de</strong>l art. 2º, salvo acuerdo entre las centrales sindicales.Art. 4º. La verificación <strong>de</strong> los requisitos <strong>de</strong> representatividad <strong>de</strong> que trata el art. 2º será realizada por el Ministerio<strong>de</strong>l Trabajo y Empleo.§1º. El Ministro <strong>de</strong> Estado <strong>de</strong>l Trabajo y Empleo, mediante consulta a las centrales sindicales, podráaprobar instrucciones para disciplinar los procedimientos necesarios para la verificación <strong>de</strong> los requisitos <strong>de</strong>representatividad, así como para modificarlos en base al análisis <strong>de</strong> los índices <strong>de</strong> sindicalización <strong>de</strong> los sindicatosafiliados a las centrales sindicales.§2º. El Acta <strong>de</strong>l Ministro <strong>de</strong> Estado <strong>de</strong>l Empleo y Trabajo divulgará anualmente, la relación <strong>de</strong> las centralessindicales que c<strong>um</strong>plen con los requisitos <strong>de</strong> que trata el art. 2º, indicando sus índices <strong>de</strong> representatividad”.Art. 5º. Esta ‘Medida Provisoria’ entra en vigor en la fecha <strong>de</strong> su publicación.Brasilia, 8 <strong>de</strong> mayo <strong>de</strong> 2006; 185° <strong>de</strong> la In<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ncia y 118° <strong>de</strong> la República.LUIZ INÁCIO LULA DA SILVALuiz MarinhoFuente: DOU – Sección 1- 09/05/2006Logros y Desafíos <strong>de</strong> un Proceso <strong>de</strong> Diálogo Social: Reflexiones <strong>de</strong> los Actores para el Futuro163


ESPAÑOLANEXOSANEXO IVPropuesta <strong>de</strong>‘Medida Provisoria’ nº 294,instituyendo el Consejo Nacional <strong>de</strong> Relaciones <strong>de</strong> TrabajoEM Ministerial nº 15/2006-MTEBrasília, 5 <strong>de</strong> mayo <strong>de</strong> 2006.Excelentísimo Señor Presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> la República,Someto a la elevada consi<strong>de</strong>ración <strong>de</strong> Vuestra Excelencia la Propuesta <strong>de</strong> ‘Medida Provisória’ <strong>de</strong>stinada ainstituir el Consejo Nacional <strong>de</strong> Relaciones <strong>de</strong> Trabajo (CNRT).2. Como instancia <strong>de</strong> máxima expresión <strong>de</strong>l <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong> en el área <strong>de</strong> relaciones <strong>de</strong> trabajo en el Brasil, lacreación <strong>de</strong>l CNRT es fruto <strong>de</strong>l entendimiento entre Gobierno, empresarios y trabajadores construido en elForo Nacional <strong>de</strong>l Trabajo, en funcionamiento <strong>de</strong>s<strong>de</strong> el mes <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 2003, instancia <strong>de</strong> negociacióntripartita, creada con el objetivo <strong>de</strong> discutir y elaborar la Propuesta <strong>de</strong> las Reformas Sindical y Laboral.3. El 27 <strong>de</strong> setiembre <strong>de</strong> 1994, la República Fe<strong>de</strong>rativa <strong>de</strong>l Brasil ratificó el Convenio nº 144 <strong>de</strong> la OrganizaciónInternacional <strong>de</strong>l Trabajo (OIT), en el cual se obliga a asegurar consultas permanentes y efectivas a lasentida<strong>de</strong>s representativas <strong>de</strong> los empleadores y <strong>de</strong> los trabajadores sobre los asuntos relacionados con lascuestiones sindicales y laborales. Des<strong>de</strong> entonces, los representantes <strong>de</strong>l Ministerio <strong>de</strong>l Trabajo y Empleohan buscado c<strong>um</strong>plir con lo establecido en el referido Convenio, por medio <strong>de</strong> consultas periódicas en lasmaterias pertinentes a estos asuntos.4. Merecen <strong>de</strong>stacarse las experiencias <strong>de</strong> gobiernos anteriores que establecieron, en convergencia con aquelConvenio, espacios <strong>de</strong> entendimiento nacional, como por ejemplo las Cámaras Sectoriales, la Comisión Permanente<strong>de</strong> Derecho Social (CPDS) y el Consejo Nacional <strong>de</strong>l Trabajo. Aun así, esas experiencias carecen<strong>de</strong> continuidad en sus acciones, por la ausencia <strong>de</strong> mecanismos <strong>de</strong> institucionalización –lo que justifica laedición <strong>de</strong>l presente acto normativo.5. Los espacios públicos creados para el entendimiento <strong>de</strong> los actores <strong>social</strong>es siempre fueron establecidos pornormativas infralegales, como <strong>de</strong>cretos y ‘portarias’, susceptibles <strong>de</strong> ser alteradas <strong>de</strong> acuerdo con la voluntad<strong>de</strong>l administrador público. En este sentido, la institucionalización <strong>de</strong> un espacio permanente <strong>de</strong> negociacióntripartita, por medio <strong>de</strong> una ‘Medida Provisória’, es <strong>de</strong> s<strong>um</strong>a importancia para la consolidación y continuidad<strong>de</strong> la práctica <strong>de</strong>l <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong> en el Brasil.6. En esta gestión, el Ministerio <strong>de</strong>l Trabajo y Empleo instituyó el Foro Nacional <strong>de</strong>l Trabajo (FNT), la ComisiónTripartita <strong>de</strong> Relaciones Internacionales (CTRI) y la Comisión Nacional <strong>de</strong> Erradicación <strong>de</strong>l Trabajo Infantil(CONAETI), e instaló la Comisión Nacional <strong>de</strong> Erradicación <strong>de</strong>l Trabajo Esclavo (CONATRAE), espacios quepropiciaron el entendimiento entre los actores <strong>social</strong>es <strong>de</strong>l mundo <strong>de</strong>l trabajo y el Gobierno Fe<strong>de</strong>ral en susrespectivas atribuciones. Estas experiencias presentaron excelentes resultados en la formulación <strong>de</strong> políticaspúblicas, lo que culminó con la mención elogiosa <strong>de</strong> este país en el Informe anual <strong>de</strong> la OIT <strong>de</strong> 2005.7. De todos estos espacios <strong>de</strong> <strong>diálogo</strong>, se <strong>de</strong>staca uno <strong>de</strong> los más relevantes, el Foro Nacional <strong>de</strong> Trabajo, quea lo largo <strong>de</strong> más <strong>de</strong> dos años y medio <strong>de</strong> negociación realizada entre los actores <strong>social</strong>es, alcanzó un sinnúmero<strong>de</strong> acuerdos relativos a las reformas sindical y laboral –lo que no pue<strong>de</strong> s<strong>um</strong>irse en la nada por la falta<strong>de</strong> una normativa que regule la materia. Estos entendimientos culminaron en la elaboración <strong>de</strong> la Propuesta<strong>de</strong> Enmienda a la Constitución (PEC) nº 369/05, ya en tramitación en la Cámara <strong>de</strong> los Diputados; <strong>de</strong>l Anteproyecto<strong>de</strong> Ley <strong>de</strong> Relaciones Sindicales; y <strong>de</strong>l Anteproyecto <strong>de</strong> Ley <strong>de</strong> Negociación Colectiva y Derecho<strong>de</strong> Huelga en el Servicio Público, entre otros. Todas estas proposiciones servirán como importante sustento164 Logros y Desafíos <strong>de</strong> un Proceso <strong>de</strong> Diálogo Social: Reflexiones <strong>de</strong> los Actores para el Futuro


ANEXOSESPAÑOLpara el <strong>de</strong>bate en el Congreso Nacional y para la sociedad como un todo, en la medida en que se trata <strong>de</strong>resultados legitimados por un <strong>diálogo</strong> tripartito entre los actores <strong>social</strong>es implicados.8. El concepto <strong>de</strong> <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong> se amplió tanto que pasa a ser, efectivamente, una política <strong>de</strong> Estado queimpone la necesaria institucionalización <strong>de</strong> un espacio con atribuciones y competencias propias. La creación<strong>de</strong>l CNRT representa, por lo tanto, un esfuerzo más en la dirección <strong>de</strong>l fortalecimiento <strong>de</strong>l <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong>.9. La Propuesta <strong>de</strong> ‘Medida Provisória’ ahora sometida a la aprobación <strong>de</strong> Vuestra Excelencia, instituyendo elConsejo Nacional <strong>de</strong> Relaciones <strong>de</strong> Trabajo (CNRT), se s<strong>um</strong>a a las acciones promovidas por este Gobiernocon vistas a la <strong>de</strong>mocratización <strong>de</strong> las relaciones <strong>de</strong> trabajo en el país. El referido Consejo tendrá atribuciones<strong>de</strong> proponer, en el área <strong>de</strong> las relaciones <strong>de</strong> trabajo, cambios legislativos y administrativos; <strong>de</strong> opinar enpareceres referentes a Proyectos <strong>de</strong> Ley; y <strong>de</strong> proponer líneas directrices <strong>de</strong> políticas públicas, entre otrascompetencias, que están expresadas en su art. 10.10. Estas atribuciones y competencias confieren al CNRT y, sobre todo, a los representantes <strong>de</strong> los empleadoresy <strong>de</strong> los trabajadores allí representados, relevancia y responsabilidad, en la medida en que tendrán un papelactivo en la <strong>de</strong>finición y construcción <strong>de</strong> políticas y acciones en el área <strong>de</strong> relaciones <strong>de</strong> trabajo a ser ejecutadaspor el Estado.11. En este sentido, una <strong>de</strong> las principales atribuciones <strong>de</strong>l CNRT será la profundización y la continuidad <strong>de</strong> lasdiscusiones referentes a las reformas sindical y laboral ya iniciadas en el ámbito <strong>de</strong>l Foro Nacional <strong>de</strong>l Trabajo,a través <strong>de</strong> un espacio institucionalizado <strong>de</strong> <strong>de</strong>bate. El avance en estas discusiones reflejará la efectiva<strong>de</strong>mocratización <strong>de</strong> las relaciones <strong>de</strong> trabajo en el Brasil.12. Se propone, también, la creación <strong>de</strong> dos Cámaras bipartitas como parte integrante <strong>de</strong>l Consejo (art. 11).Estas Cámaras estarían encargadas <strong>de</strong> tratar asuntos específicos <strong>de</strong> los trabajadores y <strong>de</strong> los empleadores,tales como mediar y conciliar conflictos <strong>de</strong> representación sindical.13. Los conflictos intersindicales se han multiplicado en los últimos años en función <strong>de</strong> la ausencia <strong>de</strong> espaciosinstitucionalizados <strong>de</strong> <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong> tripartito. En este sentido, el CNRT se constituye también en espaciofundamental para la composición voluntaria <strong>de</strong> conflictos, en la medida en que estimulará resoluciones extrajudiciales,<strong>de</strong>scongestionando así al Po<strong>de</strong>r Judicial.14. A<strong>de</strong>más, el CNRT, por medio <strong>de</strong> sus Cámaras Bipartitas, podrá sugerir a las entida<strong>de</strong>s sindicales la observancia<strong>de</strong> principios, criterios y procedimientos como forma <strong>de</strong> garantizar la efectiva participación <strong>de</strong> losasociados en la gestión <strong>de</strong> la entidad sindical y el acceso a informaciones sobre su organización y funcionamiento.Estas sugerencias, no obstante, servirían tan sólo como guías, sin obligatoriedad legal <strong>de</strong> ser adoptadas,no existiendo exigencia alguna <strong>de</strong> admisibilidad <strong>de</strong> forma o <strong>de</strong> mérito sobre elaboración, contenido,modificación, aprobación u homologación <strong>de</strong> estatutos, puesto que cualquier exigencia en ese sentido estávedada constitucionalmente por el inciso I <strong>de</strong>l art. 8º <strong>de</strong> la Constitución, estando en conformidad con la jurispru<strong>de</strong>ncia<strong>de</strong> los órganos propios <strong>de</strong> la OIT 45 .15. La experiencia internacional <strong>de</strong>muestra que países como Alemania, Bélgica, Costa <strong>de</strong> Marfil, Dinamarca,Finlandia, Francia, Italia, Luxemburgo, Noruega, Rusia y Senegal poseen disposiciones semejantes en suslegislaciones, con reconocida compatibilidad con los principios <strong>de</strong> las normas <strong>de</strong> la OIT según su Comisión<strong>de</strong> Especialistas.16. Aun así, el Consejo Nacional <strong>de</strong> Relaciones <strong>de</strong> Trabajo ahora propuesto tendrá no solamente carácter consultivo,sino también <strong>de</strong>liberativo, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> límites consi<strong>de</strong>rablemente razonables y necesarios para la ecuánimeparticipación <strong>de</strong> los actores <strong>social</strong>es en cuestiones <strong>de</strong> interés sindical y laboral.17. Se <strong>de</strong>staca que todas las <strong>de</strong>cisiones, consultivas o <strong>de</strong>liberativas, sólo podrán ser tomadas mediante acuerdoentre las partes, conforme se verifica en su art. 15. Por otro lado, el CNRT no eliminará la autonomía y la45 “...Son también compatibles las legislaciones que, con el objeto <strong>de</strong> proteger los <strong>de</strong>rechos <strong>de</strong> los afiliados, asegurar las condiciones <strong>de</strong> una buena gestióny prevenir complicaciones jurídicas ulteriores <strong>de</strong>rivadas <strong>de</strong> una falta <strong>de</strong> claridad y <strong>de</strong> precisión en los estatutos y reglamentos, en<strong>um</strong>eran <strong>de</strong>terminadospuntos <strong>de</strong> carácter formal que han <strong>de</strong> incorporarse en ellos. Asimismo, se pue<strong>de</strong>n incluir en esta categoría los mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> cláusulas o estatutos puestos adisposición <strong>de</strong> las organizaciones para servirles como guías, sin que medie ninguna obligación legal <strong>de</strong> adoptarlos ni se ejerza alguna oblicación con estefin” OIT. Libertad sindical y negociación colectiva. Conferencia Internacional <strong>de</strong>l Trabajo, 81ª Reunión, “Informe <strong>de</strong> la Comisión <strong>de</strong> Expertos”, nº 110.Logros y Desafíos <strong>de</strong> un Proceso <strong>de</strong> Diálogo Social: Reflexiones <strong>de</strong> los Actores para el Futuro165


ESPAÑOLANEXOScompetencia <strong>de</strong>l Ministro <strong>de</strong> Estado <strong>de</strong>l Trabajo y Empleo <strong>de</strong> tomar <strong>de</strong>cisiones. Únicamente será necesario,en los casos previstos, realizar consultas al CNRT, y fundamentar sus <strong>de</strong>cisiones en la forma <strong>de</strong> su art. 19.18. La Propuesta <strong>de</strong> ‘Medida Provisória’ contempla, incluso, la forma tripartita en la composición <strong>de</strong>l CNRT, conparticipación paritaria <strong>de</strong> representantes <strong>de</strong>l Gobierno, <strong>de</strong> los empleadores y <strong>de</strong> los trabajadores, conforme ala orientación <strong>de</strong>l arriba referido Convenio <strong>de</strong> la OIT.19. El CNRT también contribuirá efectivamente a una mayor calificación <strong>de</strong>l proceso legislativo en las cuestiones<strong>de</strong> su competencia, presentando aportes y orientaciones por medio <strong>de</strong> la manifestación <strong>de</strong> las partes consultadas.20. Para el c<strong>um</strong>plimento <strong>de</strong> sus funciones, el CNRT contará con el apoyo administrativo <strong>de</strong> la Secretaría <strong>de</strong>Relaciones <strong>de</strong>l Trabajo (SRT), <strong>de</strong>l Ministerio <strong>de</strong>l Trabajo y Empleo, que funcionará como Secretaría Ejecutiva<strong>de</strong>l referido Consejo.21. El proceso <strong>de</strong> afirmación <strong>de</strong>l <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong> como la mejor alternativa para la formulación <strong>de</strong> políticas públicasen el área <strong>de</strong> relaciones <strong>de</strong> trabajo, fue iniciado con los <strong>de</strong>bates habidos en el Foro Nacional <strong>de</strong>l Trabajo yquedó <strong>de</strong>mostrado, <strong>de</strong> forma exitosa, en las gestiones para la fijación <strong>de</strong>l último valor <strong>de</strong>l piso salarial nacional.Por primera vez, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1963, las negociaciones culminaron con la <strong>de</strong>finición <strong>de</strong>l valor <strong>de</strong>l salario mínimocomprobando el resultado positivo <strong>de</strong> la asociación realizada entre los representantes <strong>de</strong> los trabajadoresy <strong>de</strong>l Gobierno Fe<strong>de</strong>ral –la cual tendrá continuidad y se fortalecerá con la creación <strong>de</strong>l Consejo Nacional <strong>de</strong>Relaciones <strong>de</strong> Trabajo.22. Así, la relevancia <strong>de</strong> la publicación <strong>de</strong> la ‘Medida Provisória’ se justifica ante la materia a ser disciplinada, conmiras a asegurar el fortalecimento, la consolidación y la continuidad <strong>de</strong> la práctica <strong>de</strong>l <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong> en el Brasil,<strong>de</strong>mocráticamente construido en el ámbito <strong>de</strong>l Foro Nacional <strong>de</strong>l Trabajo a lo largo <strong>de</strong> aproximadamentetres años.23. La urgencia se justifica por la necesidad <strong>de</strong> la concretización <strong>de</strong> los resultados extraídos <strong>de</strong>l amplio <strong>de</strong>baterealizado en el espacio <strong>de</strong> negociación establecido en el Foro Nacional <strong>de</strong>l Trabajo, en especial en el momentoen que apremian las reformas en las relaciones colectivas e individuales <strong>de</strong> trabajo. En efecto, comoya se <strong>de</strong>stacó, se trata <strong>de</strong> un acuerdo y un pedido <strong>de</strong> las entida<strong>de</strong>s representativas <strong>de</strong> los empleadores y <strong>de</strong>los trabajadores, conforme a una comunicación enviada, incluso, a los Señores Presi<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> la Cámara <strong>de</strong>los Diputados y <strong>de</strong> la <strong>de</strong>l Senado Fe<strong>de</strong>ral.24. A<strong>de</strong>más, no se pue<strong>de</strong> olvidar que, en los términos <strong>de</strong>l art. 10 <strong>de</strong> la Constitución, “se asegura la participación<strong>de</strong> los trabajadores y empleadores en los órganos colegiados <strong>de</strong> los organismos públicos en los que susintereses profesionales o previ<strong>de</strong>nciales sean objeto <strong>de</strong> discusión y <strong>de</strong>liberación”.Son éstas, Señor Presi<strong>de</strong>nte, las razones que nos llevan a someter la anexa Propuesta a la elevada apreciación<strong>de</strong> Vuestra Excelencia, confiando que, <strong>de</strong> ser aceptada, contribuirá a la mejora <strong>de</strong> las relaciones laborales ennuestro país.Respetuosamente,LUIZ MARINHOMinistro <strong>de</strong> Estado <strong>de</strong>l Trabajo y Empleo166 Logros y Desafíos <strong>de</strong> un Proceso <strong>de</strong> Diálogo Social: Reflexiones <strong>de</strong> los Actores para el Futuro


ANEXOSESPAÑOLMedida Provisória’ n° 294, <strong>de</strong> 8 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 2006Crea el Consejo Nacional <strong>de</strong> Relaciones <strong>de</strong>l Trabajo (CNRT)y establece otras disposicionesEL PRESIDENTE DE LA REPÚBLICA, en el uso <strong>de</strong> la atribución que le confiere el art. 62 <strong>de</strong> la Constitución,adopta la siguiente ‘Medida Provisória’, con fuerza <strong>de</strong> Ley.CAPÍTULO IDE LA INSTITUCIÓNArt. 1° Queda instituido, en el ámbito <strong>de</strong>l Ministerio <strong>de</strong>l Trabajo y Empleo, el Consejo Nacional <strong>de</strong> Relaciones<strong>de</strong> Trabajo (CNRT), órgano colegiado <strong>de</strong> naturaleza consultiva y <strong>de</strong>liberativa, <strong>de</strong> composición tripartita yparitaria.CAPÍTULO IIDE LAS FINALIDADESArt. 2° El CNRT tiene por finalidad:I Promover el entendimiento entre trabajadores, empleadores y Gobierno Fe<strong>de</strong>ral, buscando solucionesalcanzadas mediante acuerdos sobre temas relativos a las relaciones <strong>de</strong> trabajo y a la organizaciónsindical;II Promover la <strong>de</strong>mocratización <strong>de</strong> las relaciones <strong>de</strong> trabajo, el tripartismo y la primacía <strong>de</strong> la justicia <strong>social</strong>en el ámbito <strong>de</strong> las leyes <strong>de</strong>l trabajo y <strong>de</strong> las garantías sindicales; yIII Fomentar la negociación colectiva y el <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong>.CAPÍTULO IIIDE LA ESTRUCTURAArt. 3° El CNRT se compone <strong>de</strong> quince miembros titulares e igual número <strong>de</strong> suplentes, siendo cincorepresentantes gubernamentales, cinco representantes <strong>de</strong> los trabajadores y cinco representantes <strong>de</strong> losempleadores.§ 1° Los representantes gubernamentales serán señalados por los titulares <strong>de</strong> los órganos y entida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>lPo<strong>de</strong>r Público que vinieren a integrar el CNRT, conforme dispusiere el reglamento.§ 2° Los representantes <strong>de</strong> los empleadores serán señalados por las confe<strong>de</strong>raciones <strong>de</strong> empleadoresregistradas en el Ministerio <strong>de</strong>l Trabajo y Empleo.§ 3° Habiendo más <strong>de</strong> una confe<strong>de</strong>ración <strong>de</strong> empleadores reivindicando la representación <strong>de</strong> un mismo sector<strong>de</strong> actividad económica, la participación en el señalamiento <strong>de</strong> los representantes en el CNRT será garantizadaa la confe<strong>de</strong>ración más representativa, conforme dispusiere el reglamento.§ 4° Los representantes <strong>de</strong> los trabajadores serán señalados por las centrales sindicales, <strong>de</strong> acuerdo concriterios <strong>de</strong> representatividad establecidos en la ley.Art. 4° Compete al Ministro <strong>de</strong> Estado <strong>de</strong>l Trabajo y Empleo <strong>de</strong>signar a los miembros <strong>de</strong>l CNRT, medianteseñalamiento <strong>de</strong> las representaciones <strong>de</strong>l Po<strong>de</strong>r Público, <strong>de</strong> trabajadores y <strong>de</strong> empleadores, a que se refiereel art. 3°.Art. 5° El CNRT contará en su estructura con dos Cámaras Bipartitas, siendo una <strong>de</strong> representación <strong>de</strong> lostrabajadores y otra <strong>de</strong> representación <strong>de</strong> los empleadores.Logros y Desafíos <strong>de</strong> un Proceso <strong>de</strong> Diálogo Social: Reflexiones <strong>de</strong> los Actores para el Futuro167


ESPAÑOLANEXOSArt. 6° La Cámara Bipartita <strong>de</strong> la representación <strong>de</strong> los empleadores estará conformada por diez miembrose igual número <strong>de</strong> suplentes, siendo cinco representantes gubernamentales y cinco representantes <strong>de</strong> losempleadores.Art. 7° La Cámara Bipartita <strong>de</strong> la representación <strong>de</strong> los trabajadores estará conformada por diez miembrose igual número <strong>de</strong> suplentes, siendo cinco representantes gubernamentales y cinco representantes <strong>de</strong> lostrabajadores.Art. 8° El señalamiento y la <strong>de</strong>signación <strong>de</strong> los miembros <strong>de</strong> las Cámaras Bipartitas, así como sus reglas <strong>de</strong>funcionamiento, obe<strong>de</strong>cerán a las normas establecidas en los arts. 3° y 4°.Art. 9° La función <strong>de</strong> miembro <strong>de</strong>l CNRT y <strong>de</strong> las Cámaras Bipartitas no será remunerada, siendo su ejercicioconsi<strong>de</strong>rado <strong>de</strong> relevante interés público.CAPÍTULO IVDE LAS ATRIBUCIONES DE LOS ÓRGANOSArt. 10. Compete al CNRT:I Presentar la Propuesta <strong>de</strong> reglamento interno para la homologación por el Ministro <strong>de</strong> Estado <strong>de</strong>l Trabajoy Empleo;II Proponer y apoyar la elaboración <strong>de</strong> propuestas legislativas sobre relaciones <strong>de</strong> trabajo y organizaciónsindical;III Proponer y apoyar la elaboración <strong>de</strong> instr<strong>um</strong>entos que tengan por finalidad la normatización administrativasobre asuntos relativos a las relaciones <strong>de</strong> trabajo y a la organización sindical;IV Evaluar el contenido <strong>de</strong> las proposiciones relativas a relaciones <strong>de</strong> trabajo y organización sindical endiscusión en el Congreso Nacional, manifestando su posición sobre ellas mediante su parecer, a serpresentado al Ministro <strong>de</strong> Estado <strong>de</strong>l Trabajo y Empleo;V Proponer líneas directrices <strong>de</strong> políticas públicas y opinar sobre programas y acciones gubernamentales,en el ámbito <strong>de</strong> las relaciones <strong>de</strong> trabajo y organización sindical;VI Ayudar al Ministerio <strong>de</strong>l Trabajo y Empleo en la elaboración <strong>de</strong> pareceres sobre las materias relacionadascon las normas internacionales <strong>de</strong>l trabajo; y establecer su composición y reglas <strong>de</strong> funcionamiento;VIII Proponer el establecimiento <strong>de</strong> criterios para la recolección, organización y divulgación <strong>de</strong> datosreferentes a las relaciones <strong>de</strong> trabajo y a la organización sindical;IX Presentar al Ministro <strong>de</strong> Estado <strong>de</strong>l Trabajo y Empleo propuestas <strong>de</strong> modificación <strong>de</strong> la Relación Anual<strong>de</strong> Informaciones Sociales (RAIS); yX Pronunciarse sobre otros asuntos que le sean sometidos por el Ministro <strong>de</strong> Estado <strong>de</strong>l Trabajo y Empleo,en el ámbito <strong>de</strong> las relaciones <strong>de</strong> trabajo y <strong>de</strong> la organización sindical.Art. 11. Compete a las Cámaras Bipartitas, en las respectivas esferas <strong>de</strong> representación:I Mediar y conciliar conflictos <strong>de</strong> representación sindical, a pedido común <strong>de</strong> las partes interesadas;II Asesorar la respectiva representación en el CNRT;III Analizar la evolución <strong>de</strong> los índices <strong>de</strong> sindicalización para, entre otros, apoyar la elaboración <strong>de</strong> políticas<strong>de</strong> incentivo al asociacionismo;IV Elaborar la propuesta <strong>de</strong> revisión <strong>de</strong> la tabla progresiva <strong>de</strong> contribución obligatoria, <strong>de</strong>bida por losempleadores, agentes autónomos y profesionales liberales; yV Sugerir a las entida<strong>de</strong>s sindicales la observancia <strong>de</strong> principios, criterios y procedimientos generales queen sus estatutos aseguren:168 Logros y Desafíos <strong>de</strong> un Proceso <strong>de</strong> Diálogo Social: Reflexiones <strong>de</strong> los Actores para el Futuro


ANEXOSESPAÑOLa) La posibilidad efectiva <strong>de</strong> participación <strong>de</strong> los asociados en la gestión <strong>de</strong> la entidad sindical; yb) La institución <strong>de</strong> mecanismos que permitan a todos los interesados acce<strong>de</strong>r a informaciones sobre laorganización y el funcionamento <strong>de</strong> la entidad sindical, <strong>de</strong> tal forma que se asegure la transparenciaen su gestión.CAPÍTULO VDEL FUNCIONAMIENTOArt. 12. El mandato <strong>de</strong> los representantes <strong>de</strong> los trabajadores y <strong>de</strong> los empleadores tiene carácter institucional,facultándose a las respectivas entida<strong>de</strong>s a sustituir sus representantes, en la forma establecida en el reglamentointerno.§ 1° Los representantes <strong>de</strong> los trabajadores y <strong>de</strong> los empleadores tendrán un mandato <strong>de</strong> tres años,permitiéndose una única repetición.§ 2° A cada mandato, <strong>de</strong>berá haber la renovación <strong>de</strong> al menos dos quintos <strong>de</strong> los representantes <strong>de</strong> lostrabajadores y <strong>de</strong> los empleadores.§ 3° La convocación <strong>de</strong> los suplentes será asegurada mediante la justificación <strong>de</strong> la ausencia <strong>de</strong>l respectivotitular, en la forma establecida en el reglamento interno.Art. 13. El CNRT tendrá un presi<strong>de</strong>nte y un coordinador <strong>de</strong> cada representación.§ 1° El presi<strong>de</strong>nte y los coordinadores tendrán un mandato <strong>de</strong> un año.§ 2° La presi<strong>de</strong>ncia se alternará entre las representaciones, en la forma establecida en el reglamento interno.Art. 14. Las Cámaras Bipartitas tendrán un coordinador cada una, con mandato <strong>de</strong> un año, alternado entre lasrepresentaciones, en la forma establecida en el reglamento interno.Art. 15. Las <strong>de</strong>claraciones en el CNRT serán recogidas por representación.Parágrafo único. Las <strong>de</strong>liberaciones <strong>de</strong>l CNRT serán mediante acuerdos.Art. 16. El CNRT se reunirá y <strong>de</strong>cidirá con la presencia <strong>de</strong>, como mínimo, trece <strong>de</strong> sus miembros.Art. 17. La Cámara Bipartita se reunirá y <strong>de</strong>cidirá con la presencia <strong>de</strong>, como mínimo, ocho <strong>de</strong> sus miembros.Art. 18. El reglamento interno <strong>de</strong>finirá la periodicidad <strong>de</strong> las reuniones, la forma <strong>de</strong> convocatoria <strong>de</strong>l CNRT y <strong>de</strong>las Cámaras Bipartitas, así como otras reglas <strong>de</strong> funcionamiento.Art. 19. El CNRT o cualquiera <strong>de</strong> sus representaciones podrá requerir que el Ministro <strong>de</strong> Estado <strong>de</strong>l Trabajo yEmpleo fundamente toda <strong>de</strong>cisión tomada en materia <strong>de</strong> competencia <strong>de</strong>l CNRT.Art. 20. La Secretaría <strong>de</strong> Relaciones <strong>de</strong>l Trabajo <strong>de</strong>l Ministerio <strong>de</strong>l Trabajo y Empleo <strong>de</strong>sempeñará la función<strong>de</strong> Secretaría Ejecutiva <strong>de</strong>l CNRT, proveyendo los medios técnicos administrativos necesarios para elfuncionamiento <strong>de</strong>l órgano colegiado.Art. 21. El CNRT someterá al Ministro <strong>de</strong> Estado <strong>de</strong>l Trabajo y Empleo la propuesta <strong>de</strong> reglamento interno en elplazo <strong>de</strong> hasta cuarenta y cinco días <strong>de</strong>spués <strong>de</strong> su instalación.Logros y Desafíos <strong>de</strong> un Proceso <strong>de</strong> Diálogo Social: Reflexiones <strong>de</strong> los Actores para el Futuro169


ESPAÑOLANEXOSCAPÍTULO VIDE LAS DISPOSICIONES FINALESArt. 22. El inciso XXI <strong>de</strong>l art. 29 <strong>de</strong> la Ley nº 10.683, <strong>de</strong> 28 <strong>de</strong> mayo <strong>de</strong> 2003, vuelve a estar vigente con lasiguiente redacción: “XXI - Del Ministerio <strong>de</strong>l Trabajo y Empleo el Consejo Nacional <strong>de</strong> Relaciones <strong>de</strong> Trabajo,el Consejo Nacional <strong>de</strong> Inmigración, el Consejo Curador <strong>de</strong>l Fondo <strong>de</strong> Garantía <strong>de</strong>l Tiempo <strong>de</strong> Servicio, elConsejo Deliberativo <strong>de</strong>l Fondo <strong>de</strong> Amparo al Trabajador, el Consejo Nacional <strong>de</strong> Economía Solidaria y hastacuatro Secretarías;” (NR).Art. 23. Esta ‘Medida Provisória’ entra en vigor en la fecha <strong>de</strong> su publicación.Brasilia, 8 <strong>de</strong> mayo <strong>de</strong> 2006; 185° <strong>de</strong> la In<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>cia y 118° <strong>de</strong> la República.LUIZ INÁCIO LULA DA SILVALuiz MarinhoFuente: DOU – Seción 1- 09/05/2006170 Logros y Desafíos <strong>de</strong> un Proceso <strong>de</strong> Diálogo Social: Reflexiones <strong>de</strong> los Actores para el Futuro


ANEXOSESPAÑOLANEXO VRESOLUCIÓN DE LA OITRELATIVA AL TRIPARTISMO Y EL DIÁLOGO SOCIAL 46La Conferencia General <strong>de</strong> la Organización Internacional <strong>de</strong>l Trabajo:Recordando la Constitución <strong>de</strong> la Organización Internacional <strong>de</strong>l Trabajo;Recordando los Convenios núms. 87, 98, 144, 150, 151 y 154, las Recomendaciones que los complementany la Recomendación núm. 113;Poniendo <strong>de</strong> relieve la fundación <strong>de</strong> la Organización Internacional <strong>de</strong>l Trabajo en 1919 como estructura tripartitaúnica con la meta <strong>de</strong> «la paz universal y permanente»;Reiterando la importancia <strong>de</strong>l carácter tripartito <strong>de</strong> la OIT, que entre todas las instituciones internacionaleses el marco único en el que los gobiernos y los representantes <strong>de</strong> las organizaciones <strong>de</strong> trabajadores y <strong>de</strong> empleadorespue<strong>de</strong>n, <strong>de</strong> manera libre y abierta, intercambiar sus i<strong>de</strong>as y experiencias y promover mecanismosdura<strong>de</strong>ros <strong>de</strong> <strong>diálogo</strong> y <strong>de</strong> creación <strong>de</strong> consenso;Subrayando que entre los objetivos estratégicos <strong>de</strong> la Organización Internacional <strong>de</strong>l Trabajo se encuentra elfortalecimiento <strong>de</strong>l tripartismo y el <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong>;Consciente <strong>de</strong> que el <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong> y el tripartismo han <strong>de</strong>mostrado ser medios valiosos y <strong>de</strong>mocráticos paraabordar las preocupaciones <strong>social</strong>es, fomentar el consenso, contribuir a elaborar normas internacionales <strong>de</strong>ltrabajo y examinar una amplia gama <strong>de</strong> cuestiones laborales respecto <strong>de</strong> las cuales los interlocutores <strong>social</strong>es<strong>de</strong>sempeñan un papel directo, legítimo e irremplazable;Reafirmando que las organizaciones legítimas, in<strong>de</strong>pendientes y <strong>de</strong>mocráticas <strong>de</strong> trabajadores y empleadores,que participan en el <strong>diálogo</strong> y la negociación colectiva, aportan una tradición <strong>de</strong> paz <strong>social</strong> basada ennegociaciones libres y en la conciliación <strong>de</strong> intereses conflictivos, por lo cual hacen que el <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong> sea unelemento central <strong>de</strong> las socieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong>mocráticas;Recordando los n<strong>um</strong>erosos retos y oportunida<strong>de</strong>s a los que se enfrenta el mundo <strong>de</strong>l trabajo en el marco <strong>de</strong> laglobalización y la importancia <strong>de</strong> fortalecer la colaboración entre los interlocutores <strong>social</strong>es y los gobiernos paralograr soluciones apropiadas en los ámbitos nacional, regional e internacional, y con mayor razón en la OIT;Recordando el papel esencial que <strong>de</strong>sempeñan los interlocutores <strong>social</strong>es en el <strong>de</strong>sarrollo económico y <strong>social</strong>sostenible, la <strong>de</strong>mocratización y el <strong>de</strong>sarrollo participativo, así como en el examen y el fortalecimiento <strong>de</strong>l papelque c<strong>um</strong>ple la cooperación internacional en materia <strong>de</strong> erradicación <strong>de</strong> la pobreza, promoción <strong>de</strong>l pleno empleoy trabajo <strong>de</strong>cente, que aseguran la cohesión <strong>social</strong> <strong>de</strong> los países;Destacando que el <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong> y el tripartismo son procesos mo<strong>de</strong>rnos y dinámicos que tienen una capacidadúnica y un gran potencial para contribuir al progreso con respecto a muchas situaciones y cuestiones difícilesque plantean <strong>de</strong>safíos, incluidas las relativas a la globalización, la integración regional y la transición;Poniendo <strong>de</strong> relieve que los interlocutores <strong>social</strong>es están abiertos al <strong>diálogo</strong> y que trabajan sobre el terrenocon las ONG que comparten los mismos valores y objetivos que ellos y los ponen en práctica y los concretizan<strong>de</strong> una manera constructiva; y reconociendo el potencial <strong>de</strong> la Oficina para colaborar con la sociedad civil previacelebración <strong>de</strong> consultas a<strong>de</strong>cuadas con los mandantes tripartitos;Teniendo en cuenta las valiosas contribuciones que las instituciones y organizaciones <strong>de</strong> la sociedad civilaportan a la Oficina Internacional <strong>de</strong>l Trabajo al ayudarle a <strong>de</strong>sarrollar sus labores, en especial en materia <strong>de</strong>trabajo infantil, trabajadores migrantes y trabajadores con discapacida<strong>de</strong>s, y reconociendo que otras formas <strong>de</strong>46 Adoptada por la Conferencia Internacional <strong>de</strong>l Trabajo en su 90ª Reunión (Ginebra, 18 <strong>de</strong> junio <strong>de</strong> 2002).Logros y Desafíos <strong>de</strong> un Proceso <strong>de</strong> Diálogo Social: Reflexiones <strong>de</strong> los Actores para el Futuro171


ESPAÑOLANEXOS<strong>diálogo</strong> distintas <strong>de</strong>l <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong> son s<strong>um</strong>amente útiles cuando todas las partes respetan las respectivas funcionesy responsabilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> las <strong>de</strong>más, en particular por lo que atañe a las cuestiones <strong>de</strong> representación;1. Invita a los gobiernos a asegurarse <strong>de</strong> que existen las condiciones necesarias para el <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong>, incluyendoel respeto <strong>de</strong> los principios fundamentales y <strong>de</strong>l <strong>de</strong>recho a la libertad sindical y a la negociación colectiva,un entorno <strong>de</strong> relaciones <strong>de</strong> trabajo a<strong>de</strong>cuadas y el respeto por la función <strong>de</strong> los interlocutores <strong>social</strong>es einvita a los gobiernos y a las organizaciones <strong>de</strong> empleadores y <strong>de</strong> trabajadores a promover y potenciar eltripartismo y el <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong>, especialmente en los sectores don<strong>de</strong> el tripartismo y el <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong> estánausentes o mínimamente <strong>de</strong>sarrollados:a) invita a las organizaciones <strong>de</strong> trabajadores a seguir capacitando a los trabajadores <strong>de</strong> sectores con unaescasa representación para que dispongan <strong>de</strong> los medios que les permitan ejercer sus <strong>de</strong>rechos y <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>rsus intereses;b) invita a las organizaciones <strong>de</strong> empleadores a colaborar con los sectores que tienen bajos niveles <strong>de</strong>representación a fin <strong>de</strong> impulsar la aparición <strong>de</strong> un contexto empresarial propicio para el <strong>de</strong>sarrollo <strong>de</strong>ltripartismo y el <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong>;2. Invita al Consejo <strong>de</strong> Administración <strong>de</strong> la Oficina Internacional <strong>de</strong>l Trabajo a que dé instrucciones al DirectorGeneral para que se asegure <strong>de</strong> que la Organización Internacional <strong>de</strong>l Trabajo y su Oficina, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>l límite<strong>de</strong> los recursos <strong>de</strong> que disponga la Organización:a) consoli<strong>de</strong>n la naturaleza tripartita <strong>de</strong> esta Organización —integrada por gobiernos, trabajadores y empleadores—que representa legítimamente las aspiraciones <strong>de</strong> sus mandantes en el mundo <strong>de</strong>l trabajo;b) con este propósito, sigan fortaleciendo a las organizaciones <strong>de</strong> empleadores y <strong>de</strong> trabajadores, para permitirlescolaborar mejor en las labores <strong>de</strong> la Oficina y ser más eficientes en sus países respectivos;c) <strong>de</strong>staquen el papel <strong>de</strong>l tripartismo y el <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong> en la Organización, como uno <strong>de</strong> sus cuatro objetivosestratégicos y como herramienta para la puesta en práctica <strong>de</strong> todos los objetivos estratégicos, así como<strong>de</strong> las cuestiones transversales <strong>de</strong>l género y el <strong>de</strong>sarrollo;d) promuevan la ratificación y aplicación <strong>de</strong> las normas <strong>de</strong> la OIT que abordan específicamente la cuestión<strong>de</strong>l <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong>, conforme a lo indicado en el preámbulo, y sigan promoviendo la Declaración <strong>de</strong> la OITrelativa a los principios y <strong>de</strong>rechos fundamentales en el trabajo;e) promuevan la participación <strong>de</strong> los interlocutores <strong>social</strong>es en un proceso <strong>de</strong> consulta significativo sobrereformas laborales, que abarque incluso los convenios fundamentales y otros textos legislativos relacionadoscon el trabajo;f) lleven a cabo estudios en profundidad sobre el <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong> en colaboración con los mandantes <strong>de</strong> laOrganización, con miras a poner <strong>de</strong> relieve la capacidad <strong>de</strong> las administraciones <strong>de</strong>l trabajo y <strong>de</strong> las organizaciones<strong>de</strong> empleadores y <strong>de</strong> trabajadores para participar en el <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong>;g) refuercen el papel y las funciones <strong>de</strong>l Sector <strong>de</strong> la Oficina que se ocupa <strong>de</strong>l <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong> y, en particular,su capacidad para promover dicho <strong>diálogo</strong> <strong>social</strong> en todos los objetivos estratégicos <strong>de</strong> la Organización, yreconozcan las funciones y cometido únicos que inc<strong>um</strong>ben en la OIT, a la Oficina <strong>de</strong> Activida<strong>de</strong>s para losEmpleadores y a la Oficina <strong>de</strong> Activida<strong>de</strong>s para los Trabajadores, y fortalezcan las capacida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> éstaspara prestar servicios a las organizaciones <strong>de</strong> empleadores y <strong>de</strong> trabajadores <strong>de</strong> todo el mundo, con el fin<strong>de</strong> sacar el máximo partido <strong>de</strong> las labores <strong>de</strong> la Oficina;h) promuevan y refuercen las activida<strong>de</strong>s tripartitas <strong>de</strong> la Organización para <strong>de</strong>terminar sus políticas y priorida<strong>de</strong>s<strong>de</strong> trabajo, y <strong>de</strong>sarrollen con mayor profundidad programas <strong>de</strong> cooperación técnica y otros mecanismoscon los interlocutores <strong>social</strong>es y los gobiernos para contribuir a reforzar sus capacida<strong>de</strong>s, serviciosy representación;172 Logros y Desafíos <strong>de</strong> un Proceso <strong>de</strong> Diálogo Social: Reflexiones <strong>de</strong> los Actores para el Futuro


ANEXOSESPAÑOLi) reiteren en la se<strong>de</strong> y en el terreno la importancia que reviste el fortalecimiento <strong>de</strong> la estructura tripartita <strong>de</strong>la Organización Internacional <strong>de</strong>l Trabajo, y se aseguren <strong>de</strong> que la Oficina trabaje con y para los mandantes<strong>de</strong> la Organización;j) se cercioren <strong>de</strong> que los mandantes tripartitos sean consultados según proceda con respecto a la selección<strong>de</strong> otras organizaciones <strong>de</strong> la sociedad civil con las que la OIT pueda colaborar, así como en las relacionescon las mismas.Logros y Desafíos <strong>de</strong> un Proceso <strong>de</strong> Diálogo Social: Reflexiones <strong>de</strong> los Actores para el Futuro173


ESPAÑOLFUENTESLey 7347, <strong>de</strong> 24 <strong>de</strong> julio <strong>de</strong> 1985. Regula la acción civil pública y da otras disposiciones.Ley 7783, <strong>de</strong> 28 <strong>de</strong> junio <strong>de</strong> 1989. Establece disposiciones sobre el ejercicio <strong>de</strong>l <strong>de</strong>recho <strong>de</strong> huelga, <strong>de</strong>finelas activida<strong>de</strong>s esenciales, regula la atención <strong>de</strong> las necesida<strong>de</strong>s impostergables <strong>de</strong> la comunidad, y da otrasdisposiciones.Ley 8078, <strong>de</strong> 11 <strong>de</strong> setiembre <strong>de</strong> 1990. Dispone acerca <strong>de</strong> la protección <strong>de</strong>l cons<strong>um</strong>idor y da otrasdisposiciones.Enmienda Constitucional nº 19, <strong>de</strong> 4 <strong>de</strong> junio <strong>de</strong> 1998. Modifica el régimen y <strong>de</strong>stablece disposiciones sobreprincipios y normas <strong>de</strong> la Administración Pública, servidores y agentes políticos, control <strong>de</strong> gastos y finanzaspúblicas y financiación <strong>de</strong> activida<strong>de</strong>s a cargo <strong>de</strong>l Distrito Fe<strong>de</strong>ral, y da otras disposiciones.Decreto nº. 4.796, <strong>de</strong> 30 <strong>de</strong> julio <strong>de</strong> 2003, que crea el Foro Nacional <strong>de</strong>l Trabajo.Ministerio <strong>de</strong>l Trabajo y Empleo. Portaria nº. 1029 <strong>de</strong> 12 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 2003, que promulga el Reglamento Interno<strong>de</strong>l Foro Nacional <strong>de</strong>l Trabajo.Ministerio <strong>de</strong>l Trabajo y Empleo, Portaria nº. 1150 <strong>de</strong> 9 <strong>de</strong> octubre <strong>de</strong> 2003, que instituye el Consejo Nacional <strong>de</strong>Derecho y Relaciones <strong>de</strong> Trabajo.Ministerio <strong>de</strong>l Trabajo y Empleo. Foro Nacional <strong>de</strong>l Trabajo. Trabalhadores, Governo e Empresários construindo anova legislação do trabalho. Brasilia, Ministerio <strong>de</strong>l Trabajo y Empleo, Secretaría <strong>de</strong> Relaciones <strong>de</strong> Trabajo, 2003.Disponible en: .Ministerio <strong>de</strong>l Trabajo y Empleo. Foro Nacional <strong>de</strong>l Trabajo. Relatórios. Disponible en: .Ministerio <strong>de</strong>l Trabajo y Empleo. Foro Nacional <strong>de</strong>l Trabajo. Reforma Sindical: perguntas e respostas. Brasilia,Ministerio <strong>de</strong>l Trabajo y Empleo, Secretaría <strong>de</strong> Relaciones <strong>de</strong> Trabajo, febrero <strong>de</strong> 2005.Ministerio <strong>de</strong>l Trabajo y Empleo. Composição da Bancada dos Trabalhadores, Composição da Bancada doGoverno, Composição da Bancada dos Empregadores. Brasilia, Ministerio <strong>de</strong>l Trabajo y Empleo, Secretaría <strong>de</strong>Relaciones <strong>de</strong> Trabajo. Disponible en: .Ministerio <strong>de</strong>l Trabajo y Empleo. Foro Nacional <strong>de</strong>l Trabajo. Página web <strong>de</strong>l Ministerio <strong>de</strong>l Trabajo y Empleo.Brasilia, DF. Disponible en: .Ministerio <strong>de</strong>l Trabajo y Empleo. Foro Nacional <strong>de</strong>l Trabajo. Anteprojeto da Lei <strong>de</strong> Relações Sindicais. Disponibleen .Ministerio <strong>de</strong>l Trabajo y Empleo. Foro Nacional <strong>de</strong>l Trabajo. Anteprojeto da Lei da Reforma Sindical. Proposta <strong>de</strong>Emenda à Constituição. Brasilia, Ministerio <strong>de</strong>l Trabajo y Empleo, Secretaria <strong>de</strong> Relaciones <strong>de</strong> Trabajo, 2005.Medida Provisória 293, <strong>de</strong> 8 <strong>de</strong> mayo <strong>de</strong> 2006. Dispone acerca <strong>de</strong>l reconocimiento <strong>de</strong> las centrales sindicalespara los fines que especifica.Medida Provisória 294, <strong>de</strong> 8 <strong>de</strong> mayo <strong>de</strong> 2006. Crea el Consejo Nacional <strong>de</strong> Relaciones <strong>de</strong> Trabajo (CNRT) yotras disposiciones.ABDALA, Vantuil. Presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>l Tribunal Superior <strong>de</strong>l Trabajo (TST).APOSTÓLICO, Magnus Ribas. Superinten<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> Relaciones <strong>de</strong> Trabajo <strong>de</strong> la Fe<strong>de</strong>ración Nacional <strong>de</strong> losBancos (FENABAN).BARGAS, Osvaldo Martinez, Coordinador <strong>de</strong>l FNT. Jefe <strong>de</strong> Gabinete <strong>de</strong>l Ministro <strong>de</strong> Estado <strong>de</strong>l Trabajo yEmpleo.174 Logros y Desafíos <strong>de</strong> un Proceso <strong>de</strong> Diálogo Social: Reflexiones <strong>de</strong> los Actores para el Futuro


ESPAÑOLDAU, Denise Motta. Secretaria <strong>de</strong> la Ejecutiva Nacional <strong>de</strong> la Central Única <strong>de</strong> Trabajadores (CUT).GODOY, Dagoberto Lima. Director <strong>de</strong> la Confe<strong>de</strong>ración Nacional <strong>de</strong> la Industria (CNI).GONÇALVES, João Carlos. Secretario General <strong>de</strong> Fuerza Sindical.HENRIQUE, Artur. Secretario General <strong>de</strong> la Central Única <strong>de</strong> Trabajadores (CUT).LINHARES, Lúcia María Rondon. Asesora <strong>de</strong> la Confe<strong>de</strong>ración Nacional <strong>de</strong> la Industria (CNI).LÚCIO, Clemente Ganz. Director Técnico <strong>de</strong>l Departamento Intersindical <strong>de</strong> Estadística y Estudios Socio-Económicos (DIEESE).MARINHO, Luiz. Coordinador General <strong>de</strong>l FNT. Ministro <strong>de</strong> Estado <strong>de</strong>l Trabajo y Empleo.NASCIMENTO, Francisco Canindé Pegado do. Secretario General <strong>de</strong> la Confe<strong>de</strong>ración General <strong>de</strong> losTrabajadores (CGT).OLIVEIRA, Marco Antônio <strong>de</strong>. Coordinador Adjunto <strong>de</strong>l FNT, Secretario Ejecutivo do Ministerio <strong>de</strong>l Trabajo yEmpleo (MTE).PASTORE, José. Asesor Técnico <strong>de</strong> la Bancada <strong>de</strong> los Empleadores en el FNT.RAMOS, José Calixto. Presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> la Confe<strong>de</strong>ración Nacional <strong>de</strong> los Trabajadores en la Industria (CNTI) y <strong>de</strong>la Nueva Central Sindical <strong>de</strong> Trabajadores (NCST)SILVA, Danilo Pereira da. Presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> Fuerza Sindical São Paulo y <strong>de</strong> la Fe<strong>de</strong>ración <strong>de</strong> los Trabajadores en lasIndustrias Químicas <strong>de</strong>l Estado <strong>de</strong> São Paulo.SIMON, Sandra Lia. Procuradora General <strong>de</strong>l Ministerio Público <strong>de</strong>l Trabajo.Logros y Desafíos <strong>de</strong> un Proceso <strong>de</strong> Diálogo Social: Reflexiones <strong>de</strong> los Actores para el Futuro175


ESPAÑOLABREVIATURASABETABRATABRHAMBANDTANAMATRAANPTCGTCLTCNCCNICNRTCNTICONJURCUTDIAPDIEESEDRTECFENABANFNTFSGIEMPIABIBDSINAMAJTMPMPTMTENCSOABOITPECPGTPTSENACSENAISESCSESISTFTSTAsociación Brasileña <strong>de</strong> Estudios <strong>de</strong>l TrabajoAsociación Brasileña <strong>de</strong> Abogados LaboralistasAsociación Brasileña <strong>de</strong> Recursos H<strong>um</strong>anosAsociación <strong>de</strong> los Magistrados <strong>de</strong>l BrasilAca<strong>de</strong>mia Nacional <strong>de</strong> Derecho <strong>de</strong>l TrabajoAsociación Nacional <strong>de</strong> los Magistrados <strong>de</strong>l TrabajoAsociación Nacional <strong>de</strong> los Procuradores <strong>de</strong>l TrabajoConfe<strong>de</strong>ración General <strong>de</strong> los TrabajadoresConsolidación <strong>de</strong> las Leyes <strong>de</strong>l TrabajoConfe<strong>de</strong>ración Nacional do ComércioConfe<strong>de</strong>ración Nacional <strong>de</strong> la IndustriaConselho Nacional <strong>de</strong> Relaciones <strong>de</strong> TrabajoConfe<strong>de</strong>ración Nacional <strong>de</strong> los Trabajadores en la IndustriaConsultoría Jurídica <strong>de</strong>l Ministerio <strong>de</strong>l TrabajoCentral Única <strong>de</strong> los TrabajadoresDepartamento Intersindical <strong>de</strong> Asesoría ParlamentariaDepartamento Intersindical <strong>de</strong> Estadísticas y Estudios Socio-EconómicosDelegaciones Regionales <strong>de</strong>l TrabajoEnmienda ConstitucionalFe<strong>de</strong>ración Nacional <strong>de</strong> los BancosFor<strong>um</strong> Nacional <strong>de</strong>l TrabajoFuerza SindicalGrupo Interconfe<strong>de</strong>rativo <strong>de</strong> los EmpleadoresInstituto <strong>de</strong> los Abogados BrasileñosInstituto Brasileño <strong>de</strong> Derecho Social Cesariano JúniorInstituto Nacional <strong>de</strong> Mediación y ArbitrajeJusticia <strong>de</strong>l TrabajoMedida ProvisoriaMinisterio Público <strong>de</strong>l TrabajoMinisterio <strong>de</strong> Trabajo y EmpleoNueva Central SindicalOr<strong>de</strong>n <strong>de</strong> los Abogados <strong>de</strong>l BrasilOrganización Internacional <strong>de</strong>l TrabajoProyecto <strong>de</strong> Enmienda ConstitucionalProcuraduría General <strong>de</strong>l TrabajoPartido <strong>de</strong> los TrabajadoresServicio Nacional <strong>de</strong> Aprendizaje ComercialServicio Nacional <strong>de</strong> Aprendizaje IndustrialServicio Social <strong>de</strong>l ComercioServicio Social <strong>de</strong> la IndustriaSupremo Tribunal Fe<strong>de</strong>ralTribunal Superior <strong>de</strong>l Trabajo176 Logros y Desafíos <strong>de</strong> un Proceso <strong>de</strong> Diálogo Social: Reflexiones <strong>de</strong> los Actores para el Futuro

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!