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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ André Luiz Torquato ...

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estratégias para obterem maior parte possível de benefícios provenientes da atividade<br />

madeireira ainda hoje.<br />

4.2.2 - Motivos para cooperar.<br />

Neste trabalho, a reflexão teórica a respeito de como esse tipo de organização se<br />

manteve em volta a tantas peculiaridades e circunstâncias adversas ao mercado moderno, parte<br />

primeiramente das considerações de Friedberg (1995). Para o autor, a reflexão organizacional<br />

busca estudar os processos, nos quais são estabilizadas e estruturadas as interações entre um<br />

determinado conjunto de atores colocados em um contexto de interdependência estratégica,<br />

onde um dificilmente sobreviveria sem o outro. Ou seja, o patrão não pode prescindir do<br />

freguês e vice-versa, muito embora os benefícios desta relação não sejam simétricos por conta<br />

do poder exercido pelo primeiro sobre o segundo; o que não quer dizer que o segundo não<br />

tenha poder sobre o primeiro.<br />

Para entendermos essa aparente contradição, precisamos diferenciar dois tipos de poder<br />

na relação, o primeiro é exclusivo do patrão e resulta em mando que leva à obediência; já o<br />

segundo é compartilhado por ambos, pois se baseia no interesse num objeto comum, que<br />

significa uma relação de troca e, pode ser usado como barganha para obtenção de maiores<br />

vantagens na relação uns com os outros, e mesmo para amenizar possíveis explorações<br />

excessivas entre si. Para reiterar o exposto, Crozier & Friedberg (1993) afirmam que as<br />

organizações como um todo necessitam do poder como força estruturante para coordenar as<br />

ações. Para os autores, o poder é entendido como uma relação entre atores (nível da ação) e não<br />

como dever de obedecer (nível da dominação). O poder se desenvolve apenas através da troca,<br />

ou seja, estabelece-se em um processo de negociação entre os atores e configura-se em uma<br />

relação mútua, onde a condição para a existência do poder é que os interesses pessoais dos<br />

atores se dirijam ao alcance de um determinado objeto comum. Logo, os atores tornam-se<br />

dependentes um do outro em uma relação desequilibrada, porque neste processo, um dos atores<br />

tem mais vantagem que o outro.<br />

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